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CIÊNCIA

É possível estimular o cérebro humano para


melhorá-lo?
por publicado em
Emma Young - Mosaic 19 de outubro de 2014 @ 17:43

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A aplicação de correntes elétricas leves no cérebro pode aliviar dores, auxiliar os
mecanismos de memória e melhorar a atenção – e os militares dos EUA estão muito
interessados nisso.

No verão de 2010, Ryan Clark torceu o tornozelo durante uma aula de educação
física. Foi doloroso, mas o grande problema foi a inconveniência da situação. Ele
usou muletas por uma semana e seu tornozelo sarou. Então, seis semanas depois, a
dor voltou, mas dessa vez estava muito pior. Ryan acabou em uma cadeira de rodas,
incapaz de suportar a agonia que era andar naquelas condições. Remédios e
reabilitação ajudaram e, cerca de seis semanas depois, ele se recuperou. Mas ele se
machucou novamente, e depois se feriu mais uma vez, e a cada pequeno acidente a
dor evoluía para algo terrível e insuportável. “Eram apenas machucados normais
para alguém de nove anos de idade”, diz o pai de Ryan, Vince, “mas para ele eram um
suplício. Além da dor, ele começou a ter tremores. Seus músculos travavam. Ele
passou a ter espasmos no corpo inteiro e tudo o que ele podia fazer era se deitar no
chão, enrolado como um gato”.

Ryan acabou sendo diagnosticado com síndrome complexa de dor regional,


regional uma
doença que afeta uma em um milhão de crianças da idade dele. Vince Clark, que
dirige o Centro de Psicologia Clínica e Neurociência da Universidade do Novo
México, em Albuquerque, mergulhou nos estudos para compreender a síndrome e
encontrar formas de ajudar Ryan. Analgésicos tradicionais não traziam alívio, então
Clark começou a pensar naquilo que ele vinha pesquisando em seu laboratório, a
chamada estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC), que envolve a
aplicação de leves correntes elétricas na cabeça.

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>>> MAIS SOBRE O ASSUNTO: Cientistas conseguem enviar mensagens entre
cérebros que estão a 7.000km de distância

O ETCC pertence a um grupo de técnicas que, por não envolverem cirurgia, são
conhecidas como “estimulação cerebral não invasiva”. Ainda é uma técnica
experimental, mas em 2010 já havia revelado seu potencial não apenas para aliviar a
dor, mas também para impulsionar o funcionamento do cérebro e melhorar a
memória e a capacidade de atenção em pessoas saudáveis. O Departamento de
Defesa dos Estados Unidos (DoD) imaginou que isso poderia beneficiar os militares.
Na mesma época que Ryan ficou doente, Clark tinha liderado estudos, financiados
pelo DoD, que exploravam a estimulação elétrica do cérebro, e produziu resultados
notavelmente bons.

Royal College of Surgeons, Londres, janeiro de 1803. Uma plateia assiste com
expectativa ao rebelde cientista italiano Giovanni Aldini caminhando a passos largos
para a sala. Mais alguém está sendo exibido na frente deles: o corpo de George
Foster, um assassino condenado, que fora enforcado mais cedo na prisão Newgate.
Usando uma bateria primitiva e conectando bielas, Aldini aplicou uma corrente
elétrica no cadáver. Para a surpresa dos espectadores, ele se contorceu e se
sacudiu. Em resposta ao estímulo retal, um de seus punhos pareceu dar um soco no
ar.

Clark me contou que Aldini estava fascinado pelos efeitos da eletricidade tanto no
corpo quanto na mente. Depois de alegar ter curado um fazendeiro deprimido de 27
anos usando estimulação elétrica, Aldini tentou usá-la em pacientes com “loucura
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melancólica” no Sant’Orsola Hospital, em Bolonha. Ele não conseguiu sucesso
completo, em parte porque os pacientes ficaram apavorados com os equipamentos
do cientista.

Os experimentos de Aldini com eletricidade foram o começo de um longo e lendário


episódio na história da psiquiatria. A eletroconvulsoterapia
eletroconvulsoterapia, que exige correntes
fortes o bastante para causar convulsões, foi introduzida no final dos anos 1930.
Mas com o surgimento de novos tratamentos efetivos usando remédios, além da
crítica pública em livros como Um Estranho no Ninho, de Ken Kesey, as terapias
elétricas caíram em desuso. “Em algum ponto, nossa cultura ficou preocupada com
a eletricidade e seus efeitos”, diz Clark. “Era algo assustador. Há uma ansiedade
geral acerca do assunto, e as pessoas não estão dispostas a olhar para ele de uma
forma calma, racional”.

>>> SAIBA MAIS: A ciência parece ter descoberto como funciona o mecanismo que
desliga a consciência

Clark fica animado ao recontar a ascensão, queda e subsequente reascensão da


estimulação elétrica do cérebro. Enquanto o uso da eletricidade em humanos era
vista com desaprovação, neurocientistas ainda estudavam seus efeitos em animais.
“Vários dos meus professores da pós-graduação tinham brincado com os efeitos da
eletricidade em tecidos vivos”, conta Clark. Nos anos 1960, cientistas descobriram
que o ETCC, que envolve correntes até mil vezes mais fracas do que aquelas usadas
na eletroconvulsoterapia, poderia afetar a excitabilidade das células do cérebro e
ajudar em casos de depressão severa. Mas remédios ainda pareciam mais
promissores nos tratamentos psiquiátricos, e o ETCC foi abandonado.
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Mas nos anos 1980, a terapia de eletrochoque ressurgiu. Ficou claro que ela poderia
ajudar a tratar alguns pacientes com depressão severa, para quem as drogas não
tinham efeito. Nessa mesma época estava crescendo o interesse em uma técnica
chamada estimulação magnética transcraniana repetitiva (EMTr).
(EMTr) Um paciente
passando por EMTr se senta, sem se mexer, enquanto uma varinha erguida acima de
seu crânio gera um campo magnético que penetra o cérebro. Isso pode aliviar a
depressão e ajudar na reabilitação após um derrame ou ferimento na cabeça.

Em 2000, Michael Nitsche e Walter Paulus da Universidade de Göttingen, na


Alemanha, relataram que o ETCC pode alterar a reposta de alguém a estímulos
magnéticos. Enquanto o EMTr acende à força as células do cérebro, o ETCC “prepara
a bomba”, tornando mais provável que as células do cérebro acendam como
resposta a estímulos, conforme descreve Michael Weisend, um antigo colega de
Clark.

Os estudos da Göttingen reacenderam o interesse dos neurocientistas pelo ETCC.


Mas o que gerou comentários foram as descobertas acidentais de que o ETCC
poderia mudar o funcionamento do cérebro não apenas nos pacientes, mas também
em pessoas saudáveis, que haviam sido incluídas nos testes apenas para fins de
comparação. Esse trabalho foi de grande influência, diz Clark. Os pesquisadores
começaram a investigar o potencial do ETCC para impulsionar cérebros saudáveis e
os resultados mostraram que a técnica poderia aumentar  a capacidade de 
aprendizado e a memória. Outras equipes se voltaram para o uso do ETCC no
tratamento da dor. Como muitos de seus colegas, Clark achou isso fascinante.

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Depois de um pós-doutorado no Instituto Nacional de Saúde Mental dos EUA,
trabalhando parte do tempo no EMTr, Clark se mudou para Albuquerque, em uma
nomeação conjunta da Universidade do Novo México e da Rede de Pesquisas da
Mente (MRN), um instituto de pesquisa sem fins lucrativos. O trabalho do cientistas
focava em imagiologia cerebral e esquizofrenia. Em 2006, ele foi promovido a diretor
científico da MRN. Clark estava ansioso para trabalhar com ETCC, mas também
precisava livrar o MRN de suas dificuldades financeiras. O instituto estava gastando
demais. “Nós estávamos em um buraco negro financeiro”, ele diz. “Precisávamos de
muito dinheiro, e rápido”.

>>> NO BRASIL: Nicolelis, a Copa e o futuro do cérebro

Por volta dessa época, a Defense Advanced Research Projects Agency (DARPA), a
parte do DoD responsável pelo desenvolvimento de novas tecnologias para uso
militar, fez uma chamada para propostas de pesquisa em uma área que apelidaram
de “Aprendizado Acelerado”. Uma chamada genérica como essa atrai ideias de
cientistas de todos os EUA, cada um deles esperando pelos dólares do DoD. Clark e
o MRN seguiram o fluxo. “Nós montamos uma proposta para o uso do ETCC. E ela
foi financiada. E um monte de dinheiro veio rapidamente. Um monte de gente teve
seus empregos salvos”.

Está claro que, para Clark, a preservação dos empregos trazida por esse influxo de
dinheiro (que, no final, totalizou seis milhões de dólares) ajudou a justificar o uso de
fundos militares. Ele fala de forma positiva sobre o modo como o DARPA faz
negócios. “Eu realmente gosto da filosofia deles. Eles querem promover pesquisas
de ponta que são muito arriscadas; um risco de 90% de falha é algo perfeitamente
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aceitável no portfólio deles, porque os 10% que funcionam vão mudar o mundo. Nós
temos sorte de estar nesses 10%”.

Brian Coffman sorri de forma tranquilizadora, enquanto me leva para uma pequena
sala. Ele já fez ETCC muitas vezes, diz, e já administrou em cerca de trezentas
pessoas até o momento. Algumas delas relatam coceira, calor e formigamento, mas
nada sério. Raramente, alguém fica com dor de cabeça.

Coffman, um estudante de PhD que trabalha com Clark, usa fita adesiva para prender
o eletrodo cátodo não-estimulante ao meu braço esquerdo e o ânodo, que fornece a
corrente, à lateral da minha cabeça, entre minha orelha e meu olho. Esse
posicionamento é planejado para maximizar a corrente que é levada até a região-
alvo do meu cérebro. Os eletrodos estão dentro de esponjas que foram encharcadas
em água salgada condutora, então um pouco de solução salina escorre pelo meu
rosto. Eles estão conectados por fios a uma bateria de 9 volts. Quando Coffman liga
a bateria, eu sinto uma pequena faísca em meu braço. Descarga estática, ele explica,
e pede desculpas.

Quando Coffman elevou a corrente até dois miliamperes, o nível máximo usado na
maior parte dos estudos de ETCC, eu fiquei com uma sensação de coceira no braço,
mas foi só isso. Coffman se certifica de que estou confortável, então sou colocada
para fazer uma tarefa no computador. O software se chama DARWARS, e foi serve
para ajudar os recrutas do exército a se familiarizarem com os tipos de ambiente
que eles podem encontrar no Oriente Médio. Clark e sua equipe o modificaram,
adicionando alvos escondidos em metade das 1.200 cenas estáticas. Imagens

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bastante cruas geradas por computador aparecem rapidamente, mostrando blocos
de apartamentos abandonados, estradas desertas ou ruas cheias de estandes de
quitandeiros. Eu tenho que apertar botões em um teclado para indicar se na cena há
ou não alguma ameaça. Às vezes, ela é bem óbvia. Na maior parte do tempo, não.
Um período de treino ajuda o usuário a aprender o que pode ser perigoso e o que
provavelmente é benigno. Quando eu não vejo um combatente inimigo que está
parcialmente escondido, então um dos meus parceiros virtuais desce à terra e eu
sou advertido verbalmente: “Soldado, você deixou escapar uma ameaça. Você acaba
de perder um membro de seu pelotão”.

Eu não senti que a estimulação tenha me ajudado, mas depois Coffman me disse
que minha performance melhorou após a estimulação. Isso não significa nada,
cientificamente, mas eu posso pelo menos atestar que, ainda que eu não tenha
sentido minha mente mais afiada durante ou após o ETCC, eu também não tive
quaisquer efeitos negativos.

A equipe do MRN usou esse software em parte da pesquisa financiada pelo DARPA.
Primeiro, eles obtiveram imagens dos cérebros dos voluntários, para ver quais
regiões estavam ativas conforme eles aprendiam a identificar ameaças. Então, eles
aplicaram à região crítica, o córtex frontal inferior, uma corrente direta de dois
miliamperes por 30 minutos. Foi descoberto que o estímulo cortou pela metade o
tempo que levava para os voluntários aprenderem. Isso foi uma grande surpresa, diz
Clark. “A maior parte dos estudos com ETCC não conseguem um efeito tão grande.
Muitos são questionáveis”.

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Essa é uma das críticas que vêm sendo feitas ao ETCC: nem sempre os resultados
são tão bons. Clark está convencido que isso é porque muitos estudos não
envolveram a obtenção de imagens dos cérebros primeiro, para identificar as regiões
que realmente precisavam de estimulação. “Muitos confiam no senso comum de
como o cérebro foi feito para ser organizado. Eu percebi, em 33 anos olhando para o
cérebro, que nós ainda temos muito o que aprender”, ele diz. Michael Weisend, que
colaborou com o estudo, concorda. Ele chama o trabalho com imagiologia de “o
tempero secreto”.

A despeito dos resultados impressionantes, o feedback dos colegas não foi


unânime. E Clark estava, na época, se sentindo desconfortável com várias coisas,
sendo que a maior delas eram seus benfeitores, de onde vinha o dinheiro que
financiava a pesquisa do cientistas.

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“Ela é grande. Ah, sim, é grande”, concorda Estella Holmes, relações públicas da
Força Aérea americana, que acabou de me dar uma carona de minivan para dentro
da Base de Wright-Patterson. Wright-Patt, como a base parece ser chamada por todo
mundo que conhece o lugar, é perto de Dayton, Ohio. É a maior de todas as bases da
Força Aérea americana, empregando cerca de 26 mil pessoas. Ela é rica em história.
Foi nessa área que Wilbur e Orville Wright conduziram seus experimentos pioneiros
com voo. O que eles ajudaram a começar continuou aqui, no Laboratório de
Pesquisa da Força Aérea (AFRL).

O AFRL inclui a 711ª Ala de Desenvolvimento Humano, cuja missão é “desenvolver o


desempenho humano no ar, no espaço e no ciberespaço”. A Wright-Patt é tão grande
que nem mesmo Holmes tem total certeza de aonde estamos indo. Nós tivemos que
pedir informações a um aviador que estava passando. Ele está fardado, mesmo
sendo segunda-feira. Nas segundas, Holmes tinha me informado, o protocolo é usar
o uniforme azul, a não ser que algum serviço sujo esteja agendado. Quando nós
entramos, no entanto, todo mundo está em fardas comuns. Um grupo de aviadores
está em uma reunião informal num café no átrio, enquanto outros estão pra lá e pra
cá em suas tarefas. Antigos cirurgiões gerais da Força Aérea inspecionam seus
quadros pendurados em uma parede longa. A atmosfera está silenciosamente
movimentada.

>>> MAIS SOBRE O CÉREBRO: Varredura em 3D mostra as conexões entre os


neurônios

Quando um homem jovem se aproxima de nós, deslocado não apenas por estar em
roupas civis (um terno desencanado/moderno), mas por usar o cabelo longo e um
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cavanhaque. Eu fico momentaneamente chocada. “Quando conheci Andy, ele parecia
ser um militar na ativa, enquanto eu tinha um rabo de cavalo até a altura do meu
cinto”, Weisend me contou depois. “Eu gosto de pensar que o trouxe para o caminho
do cabelo comprido e fico orgulhoso disso!”

Andy McKinley é o parceiro de pesquisas de Weisend e o principal pesquisador


interno de ETCC dos militares, liderando um laboratório na Ala de Performance
Humana. Seu pai era um engenheiro biomédico do Laboratório de Pesquisa da Força
Aérea americana. “Eu acho que segui os passos dele”, diz McKinley. “Eu também
gosto da possibilidade de que minha pesquisa possa levar ao desenvolvimento de
tecnologias que possam continuar nos dando vantagem estratégica militar e
aprimorar a segurança nacional”. Ele se juntou à equipe dois anos depois de terminar
a faculdade e começou investigando os efeitos da gravidade alta sobre a
performance cognitiva dos pilotos. Depois de um PhD em engenharia biomédica,
com neurociência como campo secundário de estudos, ele começou a trabalhar com
estimulação cerebral não invasiva. “Nós começamos a reparar que muito da
literatura médica sugere que o funcionamento cognitivo pode ser aprimorado”, ele
diz. “E, particularmente em grupos de controle, que são pessoas normais e
saudáveis. Nós começamos a pensar: se isso pode ajudar esses participantes
saudáveis, podemos usá-la como um instrumento de intervenção nas forças
armadas, para ajudar a melhorar a função cognitiva”.

McKinley tem entre seis e dez pessoas trabalhando com ele (o número flutua caso
ele tenha ou não estudantes em estágio de verão). Até onde ele sabe, sua equipe é a
única nas forças armadas dos EUA, ou em quaisquer outras, investigando a
estimulação não invasiva do cérebro. Outros países certamente estão interessados:
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O Laboratório de Pesquisa e Ciência da Defesa do Reino Unido, parte do Ministério
da Defesa, está pagando por pesquisas da Universidade de Bangor, no País de Gales,
que tratam da possibilidade do ETCC ampliar a capacidade de observação, e
financiando estudantes de PhD da Universidade de Nottingham para conduzir
estudos sobre o aumento da cognição e na performance, em parte usando ETCC.

O ETCC é uma tecnologia incomum, já que seus efeitos em pessoas saudáveis


foram descobertos por acidente. Então, a pesquisa de McKinley tem duas frentes: a
primeira é o melhor entendimento da neurociência básica. A segunda é o
desenvolvimento de utilizações práticas.

No dia da minha visita, um teste de ETCC está acontecendo em um dos laboratórios


menores de McKinley. Um aviador está sentado de frente para um monitor, preso por
eletrodos, sua jaqueta pendurada nas costas de sua cadeira. Símbolos em forma de
avião ficam entrando no espaço aéreo [mostrado em seu monitor]. Ele tem que
decidir se o avião que está chegando é amigo ou inimigo. Se for inimigo, ele deve
enviar um alerta. Se o inimigo for embora, tudo bem. Se não for, deve ser derrubado.
O laboratório está em silêncio, fora os bips conforme ele aperta os botões e os
estrondos quando o míssil virtual destrói um avião que se recusou a cooperar.

A tarefa obviamente envolve tomada de decisões, mas também tem um elemento


físico “motor”: você precisa apertar os botões na sequência correta e tem que fazer
isso rapidamente, para conseguir uma boa pontuação. Depois de um tempo, esse
tipo de tarefa fica bastante automático. “Quando você está aprendendo a andar de
bicicleta ou com algum veículo manual, seu processo é muito consciente, porque
você está pensando em todos os passos. Mas, conforme você faz com mais
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frequência, isso se torna mais e mais inconsciente”, diz McKinley. “Nós queremos
ver se conseguimos acelerar essa transição com o ETCC”.

A imagiologia cerebral sugere que a melhor forma de fazer isso seria estimular o
córtex motor enquanto o voluntário realiza a tarefa. Mas McKinley e seu time
acrescentaram um reviravolta: depois da estimulação, eles usam o ETCC invertido,
para inibir o córtex pré-frontal dos voluntários, que está envolvido no pensamento
consciente. No dia seguinte à estimulação, os voluntários são trazidos de volta para
um novo teste. “Os resultados que estamos alcançando são fantásticos”, diz
McKinley. As pessoas que receberam a estimulação durante o teste e [depois] a
inibidora, foram 250% melhor em seus novos testes, uma performance muito melhor
do que as das pessoas que não receberam nenhum dos dois. Usado dessa forma,
parece que o ETCC pode turbinar o tempo que leva para alguém passar de novato a
especialista em uma tarefa.
Na teoria, esse processo de dois passos pode ser usado para aumentar a velocidade
de todos os tipos de treinamento, desde pilotar um avião até mirar um tiro. Mas, por
ora, a análise de imagens está no topo da lista de McKinley. É um trabalho
meticuloso, que requer muita atenção. Analistas de imagem passam todo seu dia de
trabalho estudando imagens de câmeras de vigilância, atrás de qualquer coisa que
possa ser importante.

Em outros estudos, a equipe de MacKinley também usou o ETCC para dar uma carga
extra para a atenção, que também pode ajudar os analistas de imagem. Pediu-se que
voluntários se encarregassem de uma simulação rudimentar do monitoramento de
tráfego aéreo. Nesse tipo de tarefa, a performance cai com o tempo. “É um
decréscimo bem linear”, diz McKinley. Mas, quando estimulavam o córtex pré-frontal
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dorsolateral dos cérebros dos voluntários, uma área que descobriram ser crucial
para a atenção, eles descobriram que não houve qualquer redução na performance
por todos os quarenta minutos de duração do teste. “Isso nunca havia sido mostrado
antes” ele diz, entusiasmado. “Nós nunca tínhamos sido capazes de encontrar nada
que causasse esse tipo de preservação da performance”.

O ETCC não é o único instrumento de estimulação do cérebro que McKinley


considera interessante. Além de seu trabalho com estimulação magnética, outros
times estão voltados para o ultrassom e até mesmo para a luz laser, bem como para
diferentes formas de estimulação elétrica, por exemplo, usando corrente alternada.
McKinley está prestes a começar a investigar o ultrassom também, e está
interessado em como a corrente alternada pode influenciar as ondas cerebrais. Mas,
enquanto ele diz que é neutro sobre qual tipo de estimulação pode ser a melhor para
o aprimoramento da conexão, o ETCC tem algumas vantagens. Pra começar,
diferente do ultrassom ou do magnetismo, a eletricidade é uma parte natural da
comunicação entre as células do cérebro, além de ser barata e portátil. Ele acredita
que o ETCC é a melhor aposta para um dispositivo de estimulação cerebral que
possa ser usado.

>>> SAIBA MAIS: Cientistas conseguiram lmar o processo de formação das


memórias

Como resultado, McKinley prevê uma cobertura [quepe, boina etc.] wireless que
incorpore sensores de eletroencefalografia (EEG) e eletrodos de ETCC. Essa
cobertura dois-em-um monitoraria a atividade cerebral e, quando necessário,
forneceria estimulação direcionada, ampliando a atenção de quem está usando o
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equipamento, caso a performance da pessoa pareça estar enfraquecendo. A
tecnologia básica já está disponível.
McKinley e Weisend estão trabalhando para aprimorá-la e refiná-la. Com a ajuda de
especialistas em materiais do Laboratório de Pesquisa da Força Aérea, eles
desenvolveram eletrodos baseados em EEG que usam gel, no lugar de uma esponja
molhada, o que dizem que a torna mais confortável de se vestir. Agora, eles também
se beneficiam de um conjunto de cinco mini-eletrodos dentro de cada ânodo e
cátodo, para espalhar a corrente e reduzir o risco de danos à pele.

Junto com as melhorias no aprendizado e na atenção em situações normais,


McKinley descobriu que o ETCC pode combater o declínio no desempenho mental
que normalmente vem com a falta de sono. Outros pesquisadores descobriram que,
dependendo de onde é aplicada a corrente, o ETCC pode tornar uma pessoa mais
lógica, aumentar sua habilidade matemática, ampliar sua força e velocidade físicas,
e até mesmo afetar sua habilidade de fazer planos, sua propensão a correr riscos e
sua capacidade de enganar; parece que o ETCC pode melhorar ou piorar a produção
de mentiras. Embora muito desse trabalho ainda seja preliminar, todos esses efeitos
têm potencial para serem explorados por qualquer organização militar, ainda que
McKinley se esforce para afirmar que o “controle da mente dos soldados” não é seu
objetivo. Os maiores empecilhos para lançar uma cobertura de ETCC a ser usada
rotineiramente pelos militares dos EUA (ou por qualquer pessoa) não tem tanto a ver
com a tecnologia ou com seus possíveis efeitos, mas com as perguntas ainda sem
respostas sobre a essência do método.

“Vamos falar de crânios!”

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Eu estou com Mike Weisend em um Max & Erma’s, um restaurante de comida
americana a uns cinco minutos, de carro, de seu novo escritório no Instituto de
Pesquisa Wright State. O Instituto fica a cerca de dez minutos da Base da Força
Aérea Wright-Patterson. Na mesa também estão Larry Janning e David McDaniel, da
Defense Research Associates, uma empresa local que cria tecnologias “para apoiar
os soldados”.

No carro, no caminho para lá, Weisend me contou sobre suas primeiras e macabras
tentativas de ter uma noção melhor do que acontece  com a eletricidade quando é
aplicada no crânio. “Primeiro, eu me uni a uma companhia que pesquisa o dano
acústico em cabeças de cadáveres. A ideia era que a gente ficasse com as cabeças
depois. Era um trabalho nojento, desagradável. Eu não conseguia lidar com ele”. Mas
esse tipo de dado estava no topo da lista de desejos dele e de McKinley.

Ninguém sabe ainda qual duração da estimulação elétrica ou quantas estimulações


trazem o maior impacto ao desempenho, ou qual nível de corrente é o ideal. Nem
ninguém sabe se uma estimulação pode causar uma mudança permanente. Isso
tornaria a cobertura dois-em-um desnecessária, diz McKinley, mas pode ou não ser
desejável, dependendo da utilização. Em diversos estudos há pistas de que mesmo
uma única sessão de ETCC pode ter efeitos a longo prazo. Ninguém sabe por quanto
tempo os efeitos sobre a atenção persistem após os quarenta minutos do breve
estudo no controle de tráfego aéreo, diz ele.

Outra coisa que ninguém sabe com certeza é pra onde a eletricidade vai quando é
aplicada a diversas partes do crânio. Certamente, é um estímulo bastante amplo e
impreciso, com uma abordagem mais para “escopeta” em vez de um “bisturi”, como
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Weisend descreve. Mas enquanto há exemplos que indicam para onde os
neurocientistas acham que a eletricidade vai no cérebro, e precisamente quais
partes são afetadas, McKinley diz que isso ainda não é bom o bastante. Você não
pode colocar eletrodos na cabeça de uma pessoa viva para descobrir isso. “Então o
que nós queremos”, McKinley me disse, “é um crânio fantasma”.

Hoje, Weisend quer falar com Janning e McDaniel sobre a construção desse
fantasma, um modelo de uma cabeça humana. A ideia é usar um crânio de verdade,
mas com uma gosma gelatinosa e condutora dentro dela, imitando um cérebro.

A princípio, ninguém tem muita certeza de como arrumar o crânio com sensores de
uma forma que possa produzir resultados realistas, especialmente porque Weisend
quer que ele seja útil para pesquisa com várias técnicas de estimulação. Enquanto
comemos hambúrguer de feijão preto e tomamos sopa, conversamos sobre
múltiplos receptores e problemas com sinais de pulso. Então, McDaniel vem com a
ideia de inserir, no buraco na base do crânio, uma placa de circuito dobrada como um
leque, que se abriria uma vez que estivesse lá dentro. Weisend se empolga com a
ideia. Ele junta seus punhos, colocando as falanges em contato. “O cérebro é assim”,
diz ele. “Você tem fibras correndo como meus dedos [nessa posição]”. Ele decide
que a forma de leque seria uma imitação decente para as fibras. “Eu gosto dessa
ideia. Eu gosto muito dela!”

Tanto McKinley quanto Weisend estão interessados na neurociência básica do que,


exatamente, o ETCC faz ao cérebro, mas também na tecnologia – e na questão da
segurança. Essa é obviamente uma grande preocupação quando você está falando
sobre bombardear o cérebro com eletricidade, mesmo se a corrente for baixa. As
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descobertas positivas com o ETCC e, sendo o equipamento relativamente barato,
fizeram com que o ETCC feito em casa se tornasse um tópico de discussão popular
na internet. Você pode comprar tudo que precisa por menos de duzentos dólares e,
julgando pelos fóruns online, várias pessoas estão fazendo isso. Mas Weisend tem
algumas grandes preocupações sobre isso. Pra começar, os próprios eletrodos.

“Está vendo isso?” ele levanta a manga do braço direito para mostrar uma pequena
cicatriz na parte de dentro do antebraço. “Eu testei todos os tipos de eletrodos em
mim mesmo antes de os usarmos em pessoas comuns”, ele diz. “Não gosto de fazer
a outras pessoas nada que eu não faça a mim mesmo”. Depois de testar um eletrodo
particularmente novo, um assistente de pesquisa limpou seu braço e um pedaço de
pele do tamanho de uma moeda saiu. “Tinha consistência de catarro”, diz Weisend.
“Eu conseguia ver o músculo embaixo”. O problema era o formato: o eletrodo era
quadrado, e a corrente se concentrou nos cantos. Esse foi um dos diversos
resultados, em sua maioria menos desagradáveis, que ajudaram ele e McKinley a
desenvolver o atual conjunto de cinco eletrodos que espalham a corrente.

>>> ENTENDA: Como ondas de ultrassom podem melhorar as capacidades


sensoriais

Kits para ETCC em embalagens bonitas, que visam ao público geral e não os
cientistas, já estão à venda para o consumidor final. Mas Weisend e McKinley (e
todos os outros pesquisadores de ETCC com quem eu falei) acham que é muito
cedo para dispositivos comerciais. Na verdade, todos eles pareceram preocupados.
Se alguma coisa der errado e alguém se machucar, talvez com um eletrodo
imperfeito ou por usar o kit por “tempo demais” – uma duração que ainda precisa ser
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definida – não seria ruim só para a pessoa: o conceito do ETCC seria estigmatizado
novamente, diz McKinley.

Até agora, parece que não há efeitos prejudiciais causados pelo ETCC, pelo menos,
não nos níveis e durações usados rotineiramente pelo laboratório. Weisend acredita
que não existe almoço grátis, e admite que podem existir efeitos colaterais no ETCC
que ninguém conhece ainda. Outros são mais otimistas. Felipe Fregni, diretor do
Laboratório de Neuromodelação do Hospital de Reabilitação Spaulding, em Boston,
Massachusetts, diz que não há motivo para achar que mesmo o uso a longo prazo
possa causar problemas, se forem os baixos níveis e curtas durações tipicamente
utilizados nos estudos em laboratórios. “Sendo um clínico, uma coisa que
aprendemos na faculdade de medicina é que os tratamentos que funcionam bem
têm grandes efeitos colaterais. Então você vê uma coisa com nenhum efeito
colateral e pensa ‘nós estamos deixando de ver alguma coisa, ou não?’. O ETCC está
apenas ampliando o que o seu sistema já está fazendo. Baseado nos mecanismos,
eu me sinto confiante de que a técnica é bastante segura”.

A falta de efeitos colaterais, algo de que a maioria das drogas não pode se gabar, é
uma das razões pelas quais o ETCC é tão excitante como instrumento clínico, diz
Vince Clark. Em muitos casos, um remédio será mais adequado. Mas o ETCC pode
aliviar a dor sem deixar o usuário viciado. Ele pode afetar o cérebro sem danificar o
fígado. Como não parecem existir efeitos colaterais, o ETCC é pelo menos tão
seguro quanto as drogas que são, atualmente, aprovadas para o uso em crianças.
11% das crianças nos EUA foram diagnosticadas com transtorno do déficit de
atenção com hiperatividade, e muitas tomam estimulantes como a Ritalina. Ninguém

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tem certeza de que não existem efeitos a longo prazo no uso do ETCC, mas segundo
Clark o mesmo pode ser dito sobre a Ritalina.

Enquanto o ETCC não é aprovado pela Food and Drug Administration dos EUA para
uso médico, relatos anedóticos levam Clark a acreditar que seu uso sem indicação
formal (quando os médicos recomendam algo que acreditam que vai ajudar o
paciente, mas não é algo reconhecido como um tratamento) está crescendo,
particularmente para dor crônica e depressão. Hospitais estão começando a usar a
técnica clinicamente. Em Boston, Fregni e seu colega León Morales-Quezada
começaram recentemente a usar o ETCC durante a reabilitação de pacientes jovens
com danos cerebrais. Com um menino de três anos que sofreu graves danos
cerebrais ao quase se afogar em uma piscina, eles alcançaram resultados
“fantásticos”, diz Morales-Quezada. Após o tratamento, o menino ganhou um
controle muito melhor de seus movimentos e foi capaz de falar.
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Há um outro “risco”: que o dispositivo não ajude qualquer um, e aí as pessoas vão
dizer que o ETCC não funciona. Realmente, as pessoas não respondem igualmente à
estimulação, e ainda não se sabe o motivo disso. Essa é apenas uma das áreas que
precisa de mais pesquisa, e pesquisa exige dinheiro.

Para Clark, seus estudos não são fundamentalmente sobre ajudar a ensinar um
soldado a perceber uma ameaça e lidar com ela (o que, no mundo real, pode
envolver identificar e matar um inimigo), mas sobre investigar como o cérebro
detecta ameaças. “Muitas pessoas que resenharam minha pesquisa dizem que é um
bom trabalho, mas tem que ser sobre os militares? Isso as deixa infelizes. Muitos
intelectuais ficam desconfortáveis com a guerra. Eu fico”.

Além disso, há algo que ainda o incomoda. Em 2003, Joseph Wilson, ex-diplomata
dos EUA, publicou um artigo no New York Times argumentando que o presidente
George W. Bush tinha enganado o público ao afirmar que o Iraque estava comprando
urânio na África, [e isso foi] parte do furor maior sobre a decisão de ir à guerra no
Iraque. Uma semana depois foi revelado que sua esposa, Valerie Plame Wilson –
uma amiga de Clark – era uma agente da CIA. A coisa toda tinha sido uma retaliação
por seu artigo, seu esposo alegou. “Eu conheci Valerie por dez anos antes disso, sem
saber que ela era agente da CIA”, diz Clark. “Ela era uma patriota incrível, e eu fiquei
realmente triste ao perceber que, porque as pessoas estavam bravas com seu
marido, ela tenha perdido sua carreira e sua capacidade de fazer aquele trabalho…
então ali eram meus amigos, passando por aquilo. Aqui estou eu, sendo pressionado
para usar essa tecnologia para o desenvolvimento de armas”.

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Desenvolvimento de armas? Por volta da época da doação do DARPA, o foco da
Rede de Estudos da Mente começou a se voltar mais e mais na direção do
desenvolvimento de ferramentas que os militares pudessem usar, diz Clark. “Eu não
posso dizer o que foi discutido, mas posso mencionar algumas possibilidades”, ele
diz. “Um dispositivo que deixe as tropas inimigas inconscientes, ou as deixe
confusas ou tristes demais para lutar, pode ser transformado em uma arma. Podem
ser conseguidas armas que alterem pensamentos e crenças, ou que afetem
diretamente a capacidade de tomar decisões ou que ‘recompensem’ caminhos no
cérebro para alterar seu comportamento, ou que mantenham alguém consciente
enquanto está sendo torturado”. Ele também ouviu conversas sobre o uso de ETCC
para aprimorar o treinamento de atiradores, o que ele não aprovava. “Eu tinha meus
princípios e objetivos, eles tinham os deles, e estávamos em conflito direto”.

Em 2009, foi encontrado um erro nos pagamentos bônus dos assistentes de


pesquisa do projeto DARPA. Clark diz que não era nada sério, mas como havia seu
histórico de disputas com colegas sobre o direcionamento do instituto, isso se
tornou um grande problema. Logo depois, ele perdeu sua posição como principal
pesquisador no trabalho da DARPA.

Após apertos de mão entusiasmados e promessas de mais discussões com a


equipe da Defense Research Associates, Weisend boceja e pede desculpas. Ele está
em Ohio há apenas seis semanas. Tem sido um período muito ocupado em se
estabelecer, tentar conhecer novos colegas e encontrar possíveis colaboradores.
Além disso, ele e sua esposa finalmente compraram uma TV noite passada, ele
acrescenta. Ele não consegue resistir a ficar acordado assistindo antigos episódios

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de Jornada nas Estrelas. De volta a seu escritório, nós sentamos e falamos sobre
ETCC, seus projetos atuais, a Rede de Estudos da Mente, Vince Clark, o
Departamento de Defesa e a “cor do dinheiro”.

O primo de Weisend, David, estava nas Forças de Operações Especiais dos EUA. Sua
irmã, Joan, teve uma carreira como auxiliar médica da marinha americana. Ela
completou muitas voltas ao mundo, incluindo Iraque e África. Um incêndio a bordo
de um barco em uma de suas viagens resultou em múltiplas operações em seu
pulso, pescoço e ombro. Entre 1997 e 2004, Weisend também trabalhou no New
Mexico Veterans Affairs Hospital, cuidando de um centro de magnetoencefalografia
(MEG), que examinava detalhadamente os cérebros dos pacientes. Ele lembra de um
paciente em particular, uma mulher que recebeu um ferimento na cabeça após cair
de um veículo em movimento durante a primeira Guerra do Golfo. Como resultado,
ela tinha epilepsia. O esquadrinhamento de seu cérebro usando MEG permitiu que a
equipe médica fizesse a cirurgia que interrompeu as convulsões com o mínimo de
dano possível ao tecido saudável. “Eu vi pessoalmente os efeitos [da ação militar] à
saúde dos soldados no hospital, e na minha irmã, e no meu primo”, ele diz. “Qualquer
coisa que eu possa fazer para ajudar esses caras, eu vou fazer”.

>>> MAIS: Agência dos EUA vai investir 70% no desenvolvimento de chips cerebrais

Quando Clark perdeu seu cargo, Weisend foi convidado a tomar a liderança, e foi ele
que desenvolveu e supervisionou a segunda fase da pesquisa. O financiamento do
DoD é uma grande parte de sua renda no laboratório do Wright State Research
Institute, diz Weisend, por projetos “divertidos, excitantes” sobre os quais ele não
pode falar. Ele sabe muito bem que nem todo mundo está confortável com os
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ganhos ligados às forças armadas. “Há pessoas, especialmente nos departamentos
universitários, que se preocupam com a “cor do dinheiro”; dinheiro da Defesa, no
lugar de dinheiro da NIH [Insitutos Nacionais de Saúde dos EUA] para ciência pura”,
ele diz. A opinião dele é que você nunca sabe como a pesquisa básica vai ser usada,
e se for usada para o mal, é a agência que faz o mal que deve ser responsabilizada,
não o pesquisador que trabalhou na ciência que o originou.

E sobre a pesquisa que Clark ouviu falar, sobre o uso de ETCC no treinamento de
atiradores? Isso pertence à categoria de pesquisa que aparece “na imprensa
popular”, mas não “no laboratório”, Weisend diz, embora acrescente que não é contra
isso, na teoria. “A conclusão é que Vince e eu vemos o mundo de formas diferentes,
a respeito do trabalho da DARPA e as direções que ele tomou”, ele diz. “Se Vince
conversou sobre a transformação dos nossos resultados em armas, eu não estou a
par dessas conversas. Eles podem ser transformados em armas? Sem dúvidas. Mas,
novamente, uma caneta esferográfica também pode. Nós sempre nos focamos na
melhoria do desempenho, medida por meio da redução de erros e de incertezas. Nós
nunca fizemos experiências com armas na MRN”.

Weisend me diz que, por muito tempo, foi difícil conseguir voluntários militares para
os estudos financiados pela DARPA. Ao contrário dos civis, eles não podem ser
pagos para fazer parte. Então, ele teve a ideia de encomendar uma moeda especial.
Ele me mostra uma. É pesada e impressionante, do tamanho de uma medalha. Em
um lado, há o exterior de um cérebro humano em alto relevo, em outro os emblemas
coloridos tanto da 711ª Ala de Performance Humana quanto do Laboratório de
Pesquisa da Força Aérea, com “The Mind Research Network” gravado abaixo.

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Moedas como essa são muito populares entre os militares, diz Weisend. Ele me
mostra sua coleção. Há uma de um amigo que trabalha no Pentágono, outra de seu
primo, da época em que estava nos Green Hornets, o 20º Esquadrão de Operações
Especiais da Força Aérea. “Nós não conseguíamos descobrir como conseguir que os
militares chegassem”, ele diz, “então criamos essas [moedas]. E eles saíram de suas
tocas para consegui-las”.

Enquanto os estudos da MRN envolvem uma mistura de voluntários estudantes e


militares, Andy McKinley recruta seus voluntários da Base da Força Aérea Wright-
Patterson. McKinley ressalta que, no momento, o ETCC ainda é experimental. Ainda
não é um treinamento de rotina das Forças Armadas dos EUA. Porém, alguns
pesquisadores estão preocupados.

Bernhard Sehm, neurologista cognitivo do Instituto Max-Planck da Cognição Humana


e Ciências do Cérebro em Leipzig, na Alemanha, tem uma lista de preocupações
sobre o ETCC e os militares. Pra começar, ele diz que está longe de se convencer
que os resultados de laboratório poderiam ser passados para o mundo real, com
exigências complexas como o combate. Além disso, “alguns pesquisadores têm
discutido como aprimoramento de uma habilidade específica pode resultar na
deterioração de outra”, ele diz. “O uso de estimulação não invasiva no cérebro de
soldados representa um risco tanto para a pessoa que recebe quanto para outras
pessoas que podem se machucar com suas ações”. Sehm também está preocupado
com a autonomia dos soldados. “Em geral, os militares não podem decidir
voluntariamente se receberão um ‘tratamento’ ou não”, ele diz.

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Conforme o DoD continua a financiar a pesquisa com ETCC, alguns pesquisadores
do campo decidiram tomar uma posição firme contra o dinheiro ligado às Forças
Armadas. Chris Chambers, um psicólogo na Universidade de Cardiff, no País de
Gales, conduz pesquisas sobre a estimulação magnética do cérebro. Quando
representantes da QinetiQ, uma empresa britânica de tecnologia de defesa,
contatou-o e disse que fundos poderiam estar disponíveis para colaboradores
associados, ele diz que rejeitou a oferta por uma questão de princípios.

Essa não é, necessariamente, uma decisão fácil. Companhias farmacêuticas não


estão interessadas em pagar pela pesquisa, porque não só o ETCC não é uma droga
como também, em alguns casos, estaria em competição direta com uma droga, e
pode até mesmo ter grandes vantagens. “[O ETCC] não circula pelo corpo, então ele
não afeta outros órgãos que a maior parte das drogas pode prejudicar”, diz Clark.
“Ele não é viciante. Se ocorrer qualquer problema, você pode desligá-lo em
segundos. É barato, também”. Esses benefícios, infelizmente, restringem as opções
dos pesquisadores aos órgãos de financiamento público (que não estão jogando
dinheiro no ETCC), companhias privadas ligadas à defesa, ou as Forças Armadas.

No passado, o financiamento do DoD gerou inovações que tiveram grande impacto


na vida civil – pense nos satélites de GPS ou até nos fones de ouvido que cancelam
os sons externos. Andy McKinley espera que uma forma efetiva e segura de ETCC se
junte a essa lista. Mesmo que o DoD não tenha especialistas internos o suficiente
para fazer a pesquisa, ele tem o dinheiro.

Clark ainda é supervisor de pesquisa no MRN, mas trabalha a maior parte do tempo
na universidade. Atualmente, ele está juntando “quaisquer bocados de dinheiro que
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eu consiga encontrar” para seguir com pesquisas médicas: para investigar se o
ETCC pode ou não tratar o vício de alcoólatras, reduzir as alucinações de pessoas
com esquizofrenia e acalmar o comportamento impulsivo ligado à exposição pré–
natal ao álcool. Mesmo que essa pesquisa seja relativamente barata, financiá-la
ainda é um problema. Dado o rápido crescimento das pesquisas com ETCC
publicadas em periódicos acadêmicos, Clark espera que os Institutos Nacionais de
Saúde dos EUA comecem em breve a levar a sério as pesquisas com ETCC e a pagar
por estudos controlados e em larga escala.

Dentre as pistas promissoras estão outras descobertas de que o ETCC também


parece funcionar bem com tipos de dor que não respondem bem aos analgésicos
convencionais, como a dor crônica e a dor vinda do dano em nervos. Nesses casos,
o alvo normalmente é o Córtex motor, e a ideia é reduzir os sinais de dor. O que me
traz de volta para Ryan, uma das grandes motivações para a pesquisa de Clark. Clark
chegou a testar [o ETCC] em seu filho? Quando Ryan ficou doente pela primeira vez,
“nenhum dos médicos tinha ouvido falar do ETCC”, ele me disse, “e eu decidi não
tentar sem ajuda médica”. Ele também cruzou com uma abordagem de baixa
tecnologia: uma “órtese” similar aos protetores bucais que as pessoas usam contra
bruxismo. Para a surpresa de Clark, isso aliviou a dor de Ryan e facilitou seus
movimentos. Mas Clark diz que ficaria feliz se Ryan testasse o ETCC. Se a proteção
parar de funcionar e ele puder encontrar um médico que trabalhe com a técnica, “eu
não acho que haveria qualquer problema”, ele diz.

Clark fica excitado com o potencial do ETCC para ajudar pessoas doentes, como seu
filho, e também pessoas saudáveis. Mas ele diz que agora está clara sua posição

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sobre quais financiamentos aceitar e quais pesquisas fazer. “Eu quero ver o ETCC
sendo usado para ajudar”, ele diz, “não para machucar”.

Referências

Artigo sobre aprimoramento neural com coautoria de Vince Clark e publicado no


periódico NeuroImage;
NeuroImage

Recabeando seu cérebro: uma palestra de Michael Weisend no TEDxDayton.


TEDxDayton

cérebro ciência DARPA destaques

estimulação transcrania… ETCC

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30 COMENTÁRIOS Gizmodo Brasil 


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felipe vella • há 5 anos • edited

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http://www.google.com.br/im...


33 △ ▽ • Partilhar ›

FBR > felipe vella • há 5 anos • edited


Além de cometer uma heresia com Tonico e Tinoco, você perdeu um excelente post.
52 △ ▽ • Partilhar ›

gordo > felipe vella • há 5 anos


Paredão mesmo... Cansei hahah
2△ ▽ • Partilhar ›

Guest • há 5 anos
Com certeza o ETCC esta sendo um belo avanço da neurociência para tratamento de dores ,
hiperatividade etc , e tambem com certeza os militares utilizaram esta tecnologia no campo militar
afim de aumentar/ otimizar a performance dos " colaboradores" quando de trabalhos exaustivos
como controladores de vôo quando de necessidade de grande acuracidade e concentração como
snipers , com certeza esta metodologia tambem possue contra indicações e efeitos colaterais que
ainda não sabemos , ou provavelmente ainda não divulgados.
6△ ▽ • Partilhar ›

Guest • há 5 anos
Preciso de MUITO estímulo cerebral para entender (= aceitar) algumas coisas e pessoas que só
se preocupam com o próximo lançamento de smartphone:
- pra que tanta perda de tempo em idolatrar fabricantes de eletrônicos? Só terei admiração ou
defenderei smartphones de marca A ou B quando estes funcionarem como sonda (para
alimentação própria conectando ele à minha veia) consumindo apenas energia elétrica. De que
adianta bateria de duração maior se ao mesmo tempo são criados aplicativos que consomem
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ç p p q
mais???;
- para a teoria da conspiração o chifre, o olho que tudo vê, etc são símbolos dos iluminatis usados
por celebridades ou produtos para pensarmos que está tudo bem, que modismos -que aos poucos
dizimam a raça humana- são mais importantes que a família (?). Quem aqui não é alienado?
Como vocês se identificam? Pior: "vocês" estão pouco se lixando: o que vier "de graça" é lucro!
Pra mim, quem compra por exemplo vídeo game da Sony é tão alienado quanto aquele que
assiste à rede Bobo(!). Ou ninguém se importa pois quanto menos pessoas no planeta, melhor...
- Cuidar da vida alheia é normal (perda de tempo com joinhas em assuntos fúteis nas redes
sociais)?
- Vejo pessoas e celebridades ("influenciáveis no mundo fútil de hoje em dia) tirando selfie em
belas paisagens naturais admirando sua beleza mas com uma pança de um urso (prestes a
hibernar) que se empanturrou de picanha e brejas pra ficar daquele tamanho! Será que não se
ver mais

12 △ ▽ • Partilhar ›

MalcriadoRJ > Guest • há 5 anos • edited


Comentário antigo apagado em 28.jan.15. Gizmodo não merece falar comigo nem com
meu anjo. Estarei me divertindo no Trollcnologia (http://goo.gl/OJevyu) ou no Ficção? Que
nada! (http://goo.gl/iMnhVn).
Venha você também!
29 △ ▽ • Partilhar ›

Guest > MalcriadoRJ • há 5 anos


Deve ter comprado em Cuba ou na Coréia do Norte kk
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Felipe Borges > Guest • há 5 anos

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Nossa!
Nunca vi tanta LOUCURA num único comentário.
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Rodolfo Alves • há 5 anos


Muito interessante isso!!
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MalcriadoRJ • há 5 anos • edited


Comentário antigo apagado em 28.jan.15. Gizmodo não merece falar comigo nem com meu anjo.
Estarei me divertindo no Trollcnologia (http://goo.gl/OJevyu) ou no Ficção? Que nada!
(http://goo.gl/iMnhVn).
Venha você também!
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Guest > MalcriadoRJ • há 5 anos


Agora está explicado do porque eu começo a me interessar pelos rapazes no final da
balada.
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MalcriadoRJ > Guest • há 5 anos • edited


Comentário antigo apagado em 28.jan.15. Gizmodo não merece falar comigo nem
com meu anjo. Estarei me divertindo no Trollcnologia (http://goo.gl/OJevyu) ou no
Ficção? Que nada! (http://goo.gl/iMnhVn).
Venha você também!
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eumesme • há 5 anos
Há uma inversão da realidade "aos poucos dizimam a raça humana" nesta afirmação!
população(em milhões)ano
10000 BC45000 BC54000 BC73000 BC142000 BC271000 BC50500 BC100200 BC1500170200
AD190400 AD190500 AD190600 AD200700 AD210800 AD220900 AD2401000 AD2651100
AD3201200 AD3601300 AD3601400 AD3501500 AD4251550 AD4801600 AD5451650
AD5451700 AD6101750 AD7201800 AD9001850 AD12001875 AD13251900 AD16251925
AD20001950 AD25001975 AD39001999 AD6000
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Veritas • há 5 anos
PAREDE DE TEXTO!

Desisti no meio. :(
2△ ▽ • Partilhar ›

ORatto > Veritas • há 5 anos


Em horário comercial, é impossível ler isso ai.
Vou deixar pra quando acabar o horário de verão...
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Pablo Alfonso • há 5 anos


Céloko que vou ler um post desses?!
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Juan Lourenço • há 5 anos


É bem interessante e um tanto assustador a forma como as coisas parecem estar sendo feitas na
base da tentativa e erro. Os cientistas não tem muita ideia do que estão fazendo O.o então vão
tentando várias voltagens, em várias posições, com várias durações, e não há como mensurar o
resultado de forma direta e objetiva, fica no campo do teste antes/depois com pessoas diferentes,
o que não é uma forma clara de quantificar.
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o que não é uma forma clara de quantificar.

Mas enfim, boa sorte pra eles e pra nós que podemos nos beneficiar disso no futuro
7△ ▽ • Partilhar ›

Guest > Juan Lourenço • há 5 anos


Foi assim que eu nasci.
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MacTantan > Juan Lourenço • há 5 anos


Bem observado, Sr. JL.
É tentativa-e-erro em todo seu esplendor ...

Tenho a mesma percepção a respeito da manipulação enlouquecida do código genético.


São atividades (admitamos, emocionantes) que dão resultados imediatos, embora nem
saibamos, ao certo, o porquê.
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Guest • há 5 anos
Alguém resume essa tradução pra mim.
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MacTantan > Guest • há 5 anos


É prá já, Sr. G: pesquisadores provocam choques elétricos. de baixa intensidade, em
diversos locais do crânio. Esperam, com isso, melhorar o desempenho do cérbro.
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Krikaoli • há 5 anos • edited


Melhores comentários que já li até hoje no Gizmodo Brasil, eles ficaram mais inteligentes que a
notícia. Esse "texto parede" faz parte de uma experiência pra tornar os comentários mais
inteligentes? Chorando de rir aqui. Ps: Por favor, inverte a posição dos comentários com a do
texto.
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Matheus Bonomini Ganzo Pereira • há 5 anos


Ótimo texto! Bem extenso (para horário comercial), porem a leitura é bem intrigante e o enredo
bem conduzido! Recomendado.
3△ ▽ • Partilhar ›

Cersei depiladora de opiniões > Matheus Bonomini Ganzo Pereira • há 5 anos


Oi Mati
Lerei em casa, agradeço a recomendação.
Boa segunda-feira.
1△ ▽ • Partilhar ›

Daiane Mesquita • há 5 anos


Um estudo interessante,se for realmente usado para fins medicinais,será um grande avanço no
tratamento de deformidades cerebrais,tanto nas hereditárias como acidentais.
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MacTantan > Daiane Mesquita • há 5 anos


Entendi seu ponto, Srª DM.

Mas, tome cuidado com as armadilhas escondidas na língua portuguesa. É que alterações
hereditárias naturais são, sempre, acidentais.
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Daiane Mesquita > MacTantan • há 5 anos • edited


sei disso caro amigo,mas deu pra entender que eu não me referia aos problemas
genéticos,e sim as deformidades cerebrais causadas por acidentes de causa
externa.
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nicas > Daiane Mesquita • há 5 anos

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Unlock your codons with tDCS


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Eude Vasconcelos • há 5 anos


Poxxa queria muito ter essa experiência. Acredito que tenho esse defiz de atenção. Se precisar de
mais cobaia estou aqui rsrs..
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natillas • há 5 anos
Faça o seu telefone Android mais rápido e com menos Lag, instalar este app: (diretamente do
navegador) Sorte >>http://goo.gl/K8HwHu :))
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