1 Apostila de apoio elaborada pelo Professor Luiz Eduardo Ourique, versão 2019/1.
2
SUMÁRIO
3
CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE MATRIZES
Uma matriz é um conjunto retangular de números, geralmente denotada por uma letra
maiúscula. Uma matriz A pode ser representada pela notação A = (aij), onde aij é o
elemento ou coeficiente que está na i-ésima linha e j-ésima coluna.
2 − 3
Exemplo 1. A = . A é uma matriz 2x2. Temos a11 = 2 , a12 = –3 , a21 = 0 e a22
0 5
= 5.
1 0 − 4
Exemplo 2. B = . B é uma matriz 2x3. Temos b11= 1, b12 = 0, b13 = – 4,
3 5 9
b21= 3, b22= 5 e b23 = 9.
Para definir uma matriz no Matlab ou no Octave, devemos digitar os seus coeficientes
1 3
e armazenar a matriz numa variável. Por exemplo, para criar a matriz M = ,
2 4
escrevemos no Matlab o comando abaixo, pressionamos enter, e o resultado virá a
seguir:
>> M = [ 1 3 ; 2 4]
M=
1 3
2 4
Podemos usar a vírgula para separar os elementos em cada linha. Isto é, a matriz M
pode ser obtida assim:
>> M = [ 1,3;2,4]
M=
1 3
2 4
>> M(1,2)
ans =
4
Se quisermos alterar um elemento ou um conjunto de elementos da matriz M, podemos
fazer de várias formas. Por exemplo, se quisermos redefinir o coeficiente M12 como
igual a 10, fazemos:
>> M(1,2)=10
M=
1 10
2 4
>> det(M)
ans =
–16
A variável ans é uma variável global do Matlab para armazenar o resultado do último
comando executado. Para multiplicar todos os elementos de M por 4, basta escrever
4*M:
>> 4*M
ans =
4 40
8 16
>> M^2
ans =
21 50
10 36
1 10 5 7
Para multiplicar duas matrizes, digamos, M= e N= 0 − 3 , definimos a
2 4
matriz N e usamos o comando M*N no Matlab:
5
>> N = [ 5 7 ; 0 –3] ;
>> M*N
ans =
5 –23
10 2
5 − 23
Observação : em notação usual, escrevemos MN = .
10 2
A matriz transposta ( troca de linhas por colunas e vice-versa) de uma matriz M é obtida
pelo comando M' :
>> M'
ans =
1 2
10 4
5
O vetor b = é chamado de vetor-coluna, pois tem 1 coluna e 2 linhas. Pode ser
9
definido usando o comando abaixo:
>> b=[ 5 ; 9]
b=
Se quisermos agora que a primeira coluna de M seja substituída pelo vetor b, fazemos:
>> M(:,1) = b
M=
5 10
9 4
Da mesma forma, se quisermos agora que a primeira linha de M seja substituída por
um valor constante, digamos igual a 8, fazemos:
>> M(1,: ) = 8
6
M=
8 8
9 4
Veja que a matriz M foi modificada em relação a definição inicial. A matriz M, com as
últimas modificações, é a que “vale”. Para definir uma matriz cujos coeficientes são
dados por uma fórmula, podemos usar o comando for. Para ver como funciona, digite
help for no Matlab.
for j=1:3
N(i,j)=2*i+5*j;
end
end
Assim, para i =1 e j =1 , o Matlab calcula N(1,1) = 2*1 + 5*1 = 7; para i=1 e j=2, o
Matlab calcula M(1,2) = 2*1 + 5*2= 12. Para enxergar o resultado no Matlab, basta
escrever N e pressionar enter:
>> N
N=
7 12 17
9 14 19
11 16 21
Por exemplo, o elemento N11 é N11 = 2*1+5*1 = 7; já o elemento N23 é igual a N23 =
2*2+5*3 = 19. E assim por diante.
Matriz identidade. A matriz identidade nxn, denotada por Inxn, ou simplesmente In, é
1, se i = j
a matriz In = (aij), onde aij = .No Matlab, é obtida com o comando eye(n):
0, se i ≠ j
>> eye(3)
ans =
1 0 0
0 1 0
7
0 0 1
5, se i = j
Exemplo. Obter no Matlab a matriz diagonal C4x4 = ( cij) , onde cij = .
0, se i ≠ j
>> C = 5*eye(4)
5 0 0 0
5 0 0
C = 0
0 0 5 0
0 0 0 5
Matriz Inversa. Dada uma matriz Anxn, a matriz inversa de A é a matriz Bnxn tal que
A*B=B*A = In . No Matlab, a matriz inversa é calculada com o comando inv(A) ou
A^(–1). Notação: a matriz inversa de A é denotada por A–1.
2 3
Exemplo. Calcular a matriz inversa de A = no Matlab.
3 4
A=
2 3
3 4
>> B=inv(A)
B =
– 4.0000 3.0000
3.0000 –2.0000
>> B*A
ans =
1 0
0 1
>> A*B
ans =
1 0
0 1
8
2 3 − 4 3
Assim, A = e sua matriz inversa é A–1 = .
3 4 3 − 2
9
Exercícios.
1 5 9 − 3 − 5 − 7 3
1. Defina no Matlab as matrizes A= − 4 8 10 ,B= 6 8 12 , o vetor y= 5
3 7 12 5.4 3.1 9.4 7
e efetue as seguintes operações :
a) 2*A
b) A + B
c) A2
d) det(A)
e) Ay
f) det(A)*det(B)
h) AB
j) A′ ( a transposta da matriz A )
k) diag(A)
l) A.2
2. Defina no matlab a matriz C, tamanho 3x3, com todos os coeficientes iguais a zero.
Dica: escreva help zeros no Matlab.
3. Defina no matlab a matriz D, tamanho 3x4, com todos os coeficientes iguais a um.
Dica: escreva help ones no Matlab.
4.Defina a matriz F4x4 cujo termo genérico é Fij = 4i2+ 3j. Calcule det(F). Caso exista,
calcule a matriz inversa de F.
10
− 3, se i = j
5. Definir no Matlab a matriz H4x4, cujo elemento é hij= .
0, se i ≠ j
2, se i = j
− 1, se i = j − 1
6. Defina a matriz A5x5, cujo coeficiente é dado por A (i, j) =
1, se i = j + 1
0, nos demais casos.
Para tanto, use o comando for encadeado com o comando if. Para ver como funciona
este comando no Matlab, digite help if.
Moderno 5 20 16 7 17
Mediterrâneo 7 18 12 9 21
Colonial 6 25 8 5 13
b) Suponha agora que os preços por unidade de ferro, madeira, vidro, tinta e tijolo
sejam, respectivamente, 15, 8 , 5, 1 e 10 unidades monetárias. Qual é o gasto com
material de cada tipo de casa?
8. Uma rede de comunicação tem cinco locais com transmissores de potências distintas.
Estabelecemos que aij = 1 , na matriz abaixo, significa que a estação i pode transmitir
diretamente à estação j, aij = 0 significa que a transmissão da estação i não alcança
diretamente a estação j. Observe que a diagonal principal é nula, ou seja, uma estação
não transmite diretamente para si mesma.
11
0 1 1 1 1
1 0 1 1 0
A = 0 1 0 1 0
0 0 1 0 1
0 0 0 1 0
2 10 18 − 2 0 2 8 108 167
1a. 2*A = − 8 16 20 ; 1b. A+B= 2 16 22 ; 1c.A2= − 6 114 164 ;
6 14 24 8.4 10.1 21.4 11 155 241
91
1d. det(A)= –52; 1e. A*y= 98 ; 1f. det(A)*det(B)= – 842.4;1g. det(A*B) = –842.4;
128
1 − 4 3 1 1 25 81
1j. A´ = 5 8 7 ; 1k . diag(A) = 8 ; 1l. A.2 = 16 64 100
9 10 12 12 9 49 144
3 5 9 − 3 9 − 7
1m. A(:,1) = y produz A= 5 8 10 ; 1n. B(:,2) = A(:,3) produz B= 6 10 12
12
0 0 0 1 1 1 1
2.C=zeros(3) produz C = 0 0 0 ; 3. D=ones(3,4) produz 1 1 1 1
0 0 0 1 1 1 1
for i = 1: 4
for j=1:4 7 10 13 16
19 22 25 28
F(i,j)= 4*i^2+3*j; F=
39 42 45 48
end
67 70 73 76
end
Não existe matriz inversa de F, pois det(F) = 0. No Matlab, ao tentar calcular a inversa
de F com o comando inv(F), o programa apresenta um resultado, seguido de uma
mensagem ( ‘warning’ ) . Neste exemplo, o cálculo do determinante mostra que a matriz
inversa de F não existe.
− 3 0 0 0
0 −3 0 0
5. H =
0 0 −3 0
0 0 0 − 3
2 − 1 0 0 0
1 2 − 1 0 0
6. A =
0 1 2 −1 0
0 0 1 2 − 1
0 0 0 1 2
492
b) Na forma vetorial, a resposta é 528
465
13
CAPÍTULO 2. RESOLUÇÃO DE SISTEMAS LINEARES
Um sistema de equações pode ser resolvido diretamente no Matlab. Para tanto, usamos
a representação matricial de um sistema na forma Ax = b, onde devemos armazenar os
coeficientes do sistema na variável A e os valores do lado direito das equações na
variável b. A matriz A é a matriz dos coeficientes do sistema e b é o vetor independente.
Feito isto, o comando A\b resolve diretamente o sistema. Como exemplo, resolvemos
o sistema abaixo:
2 x 1 + 3x 2 = 5
Exemplo 1. . Neste caso A = [ 2,3 ;5,8] e b = [5;9.4]
5x 1 + 8x 2 = 9.4
11.8
Solução: no Matlab, basta executar x=A\b . A resposta é x = .
− 6 .2
11.8
Notação usual: a solução é x = .
− 6 .2
x1 + 2x 3 = 25.4
Exemplo 2. 3x1 − 2x 2 + 7.2x 3 = 102.72 . Neste caso, A=[1,0,2;3,–2,7.2;8,4.2,–6] e b=
8x + 4.2 x − 6 x = −39.5
1 2 3
25.4
102.72 . Executamos o comando x = A \ b ( ‘A contra-barra b’ ) :
− 39.5
>> x=A\b
x=
6.2000
–7.5000
9.6000
14
A verificação mostra que esta é a solução do sistema. Em notação usual, a solução é x
6 .2
= − 7 .5 .
9.6
3x 1 − x 2 = 5 3 − 1 5
5x + 3x = 27 5 3 27
1 2 e b= .
Exemplo 3. . Neste caso, A =
7 x 1 − 5x 2 = 1 7 − 5 1
9 x 1 + 7 x 2 = 55
9 7 55
2x1 + 3x2 = 5 2 3 M 5
Exemplo. A matriz ampliada do sistema é a matriz .
5x1 +8x2 = 9.4 5 8 M 9 .4
x 1 + 2x 3 = 25.4
Exemplo. A matriz ampliada do sistema 3x 1 − 2x 2 + 7.2x 3 = 102.72 é a matriz
8x + 4.2x − 6x = −39.5
1 2 3
1 0 2 M 25.4
3 − 2 7.2 M 102.72 .
8 4.2 − 6 M − 39.5
2 x 1 + x 2 + 7 x 3 = 16 x 1 + 2 x 2 + 3x 3 = 1
1. x 1 + 3x 2 + 2x 3 = −5 2. 4x 1 + 5x 2 + 6x 3 = 5
5x + 3x + 4 x = 11 7 x + 8x + 9 x = 11
1 2 3 1 2 3
15
4 x 1 − x2 = 50
2 x + 4x 2 − x3 = 10 2x 1 + 3x 2 − 5x 3 = 50.8
4. 1 5.
+ 4x 3 − x4 = 47
2x 2
3.4x 1 − 5x 2 + 9.2x 3 = −74.14
2x 3 + + 4 x 4 − x 5 = 39
2x 4 + 4x 5 = 87
Sejam x,y e z o número de medidas que a pessoa consome dos alimentos 1,2 e 3,
respectivamente, em sua refeição principal. Encontre um sistema linear em x,y e z cuja
solução diz quantas medidas de cada alimento deve ser consumida pela pessoa para
atender à dieta.
7. Encontre três números reais cuja soma é igual a 12, tais que a soma do dobro do
primeiro com o segundo e o dobro do terceiro é 5 e tais que o terceiro número é um a
mais do que o primeiro. Encontre um sistema linear cujas equações descrevem este
problema e resolva-o.
a) N2O5 → NO2 + O2
x6= – 44.3192;x7=13.2430.
16
4. x1=12.4299; x2= –0.2803; x3=13.7386; x4=7.3939 ; x5=18.0530.
2x + 3y + z = 7
2x + y + 3z = 9
4x + 2y + 5z = 16
x + y + z = 12
2x + y + 2z = 5
–x + z =1
8. a) 2N2O5 → 4NO2 + O2
17
CAPÍTULO 3. TEORIA DOS SISTEMAS LINEARES
Possíveis
( tem solução) Deter min ado(Solução Única )
In det er min ado(Infinitas Soluções)
Sistemas :
Im possíveis
(não tem solução)
x1 + x 2 + x 3 = 1
2x 1 + 2x 2 + 2 x 3 = 2
3x + 3x + 3x = 4
1 2 3
Este sistema não tem solução, pois se x1 + x2 + x3 = 1, então 3x1+3x2+3x3 deve ser igual
a 3, e não 4. Se usarmos a regra de Cramer, vamos obter todos os determinantes iguais
a zero, não sendo conclusiva a aplicação da regra, neste caso. Por outro lado, como
veremos mais adiante na próxima seção, usando a eliminação gaussiana, mostraremos
um exemplo de um sistema 3x3, em que todos os determinantes são iguais a zero,
porém, o sistema é indeterminado. Ou seja, para diferenciar um caso do outro, no caso
de sistemas nxn, com n ≥ 3, o mais indicado é a aplicação do método de eliminação
18
gaussiana, ou escalonamento, ver a seção 3.2. Uma vez escalonada a matriz ampliada
do sistema, podemos concluir se o sistema é indeterminado ou impossível.
2x 1 + 3x 2 = 5
Exemplo 1.
5x 1 + 8x 2 = 9.4
2 3
1º ) ∆ = = 16 – 15 =1 ≠ 0. O sistema é possível e determinado (
5 8
solução única )
5 3
2º ) ∆x1 = = 40 – 28,2 = 11,8
9 ,4 8
2 5
∆x2 = = 18,8 – 25 = – 6,2
5 9,4
∆x 1 11.8 ∆x 2 - 6.2
3º ) x1 = = = 11,8 e x2 = = = –
∆ 1 ∆ 1
6,2
2x1 − 3x 2 + x 3 = 1
Exemplo 2 x1 + 2x 2 − 3x 3 = 4
- x + x + 2x = 1
1 2 3
2 −3 1
1º ) ∆ = 1 2 −3 = 14 Portanto, este sistema tem solução
−1 1 2
única.
19
2 −3 1 2 −3
Obs: ∆ = 1 2 −3 1 2 = 8 – 9 + 1 – ( – 2 – 6 – 6 ) = 0 – ( – 14 ) =
−1 1 2 −1 1
14.
1 −3 1
2º ) ∆x1 = 4 2 −3 = 42
1 1 2
2 1 1
∆x2 = 1 4 −3 = 28 e ∆x3 =
−1 1 2
2 −3 1
1 2 4 = 14
−1 1 1
∆x 1 42 ∆x 2 28 ∆x 3 14
3º ) x1 = = = 3 ; x2 = = = 2; x3 = = =1
∆ 14 ∆ 14 ∆ 14
x 1 + 2x 2 + 3x 3 = 1
Exemplo 3. 4x1 + 5x 2 + 6x 3 = 5
7x + 8x + 9x = 11
1 2 3
1 2 3
∆ = 4 5 6 = 0. O sistema é impossível ou indeterminado.
7 8 9
1 2 3
∆x1 = 5 5 6 = –6
11 8 9
2x 1 + 3x 2 = 6
Exemplo 4.
4x 1 + 6x 2 = 12
20
2 3
∆= = 12 – 12 = 0 ;
4 6
6 3
∆x1 = = 36 – 36 = 0 ;
12 6
2 6
∆x2 = = 24 – 24 = 0.
4 12
Conclusão: como todos os ∆’s são nulos, o sistema é indeterminado, isto é, admite
infinitas soluções. Tal conclusão é válida para sistemas 2x2, pois as duas equações,
sendo proporcionais, representam uma única reta no plano, e o sistema admite infinitas
soluções. Neste caso, a solução é x1 = – 3x2/2 + 3. Assim, se x2 = 0, então x1= 3; se x2
= 2, então x1 = 0, se x2 = 6, então x1 = –6, e assim por diante. Como existem infinitas
escolhas para x1, existem infinitas soluções deste sistema. Podemos escrever que
algumas destas soluções são os pares: ( 3 , 0) , ( 0, 2 ) , ( –6, 6) .
x1 =-3/2*x2+3
x2 =x2
Podemos concluir que um sistema só tem uma solução, ou tem infinitas soluções ou é
impossível mediante a aplicação do método de eliminação de Gauss. O método de
Gauss ou escalonamento é o mais eficiente dos métodos usados na resolução de
sistemas de equações lineares, por exigir um menor número de operações aritméticas
na sua implementação, em comparação com outros métodos diretos, como o Método de
Cramer, e com métodos iterativos, como o método de Gauss-Seidel. Em geral, para
resolver um sistema nxn pelo método de Gauss, a quantidade de operações elementares
(multiplicações, divisões, adições e subtrações ) é proporcional a n3 , conforme vemos
em Barden ( 2003 ). Para ilustrar o método, vamos mostrar alguns exemplos. No caso
2x1 − 3x 2 + x 3 = 1
do sistema x1 + 2x 2 − 3x 3 = 4 , dizemos que as matrizes
- x + x + 2x = 1
1 2 3
21
2 − 3 1 2 − 3 1 1
1 2 − 3 e 1 2 3 4 são, respectivamente, a matriz do sistema e a
− 1 1 2 − 1 1 2 1
matriz aumentada do sistema.
x + x 2 = 2
Exemplo 1. O sistema 1 admite solução única, pois somando as duas
x 1 − x 2 = 0
x 1 + x 2 = 2
linhas, chegamos ao sistema . Logo, x1 = 1 e x2 = 1. Já o sistema
2x 1 = 2
x 1 + x 2 = 2 x + x2 = 2
claramente é impossível, pois 1 ≠ 2. Já o sistema 1 admite
x1 + x 2 = 1 2 x 1 + 2 x 2 = 4
infinitas soluções. De fato, multiplicando a primeira linha por 2 e subtraindo da segunda
x + x 2 = 2
linha, resulta : 1 . Logo, x2 = 2 – x1. Assim, se x1= 0, x2 = 2; se x1= 1, então
0=0
x2 = 1, e assim por diante. A mesma lógica aplica-se a sistemas com m equações e n
incógnitas. Após a eliminação e o escalonamento do sistema, a análise das equações
restante permite classificar o sistema quanto a existência e ao número de soluções.
x 1 + 2 x 2 − 5x 3 = 2
2x 1 − 3x 2 + 4 x 3 = 4
4x + x − 6x = 8
1 2 3
1 2 −5 2 2 −5
∆ = 2 − 3 4 = 0 , pois L2 = L3 – 2L1. Para i =1, resulta ∆x1 = 4 − 3 4 = 0;.
4 1 −6 8 1 −6
1 2 −5 1 2 2
analogamente, temos ∆x2 = 2 4 4 = 0 e ∆x3 = 2 − 3 4 = 0, pois temos a mesma
4 8 −6 4 1 8
combinação entre as linhas. Pela observação feita na seção anterior, a regra de Cramer
é inconclusiva, neste caso. Devemos então usar a eliminação gaussiana. A matriz
1 2 − 5 2
aumentada do sistema é 2 − 3 4 4
4 1 − 6 8
22
Subtraindo a segunda linha da primeira linha multiplicada por 2 e armazenando o
resultado na segunda linha; subtraindo a terceira linha da primeira linha multiplicada
por 4 e armazenando o resultado na terceira linha, resulta:
1 2 − 5 2
0 − 7 14 0 .
0 − 7 14 0
1 2 − 5 2
0 − 7 14 0
0 0 0 0
1 2 − 5 2
0 1 − 2 0
0 0 0 0
x + 2 x 2 − 5x 3 = 2
Conclusão: o sistema resultante é 1 . Logo, a solução é x2 = 2x3 , x1=
x 2 − 2x 3 = 0
2 + x3 . Como x3 é um número real qualquer, podemos escrever que a solução é :
x 1 2 1
x1= 2 + k , x2 = 2k e x3 = k., ou : x 2 = 0 + k 2 .
x 3 0 1
x 1 + 2 x 2 − 5x 3 = 2
Portanto, o sistema 2x 1 − 3x 2 + 4 x 3 = 4 é indeterminado, isto é, admite uma
4x + x − 6x = 8
1 2 3
x1 2
infinidade de soluções. Por exemplo, se k = 0, uma solução é x 2 = 0 . Se k=1,
x 3 0
x 1 2 1 3
outra solução é x 2 = 0 + 2 = 2 , e assim por diante.
x 3 0 1 1
x1 + x 2 + x 3 = 1
Exemplo 3. O sistema 2x1 + 2x 2 + 2x 3 = 2 , resolvido pela regra de Cramer, nos dá:
3x + 3x + 3x = 4
1 2 3
23
1 1 1 1 1 1
∆ = 2 2 2 = 0, pois L3 = L1 + L2. Para i = 1, resulta ∆x1 = 2 2 2 =0, pois C2 = C3
3 3 3 4 3 3
( a segunda coluna é igual a terceira ). Analogamente, os determinantes ∆x2 e ∆x3 são
nulos. Conforme observado na seção anterior, este sistema é impossível. Assim, os
exemplos 2 e 3 mostram que, se aplicarmos a regra de Cramer, e todos os determinantes
envolvidos forem nulos, a regra é inconclusiva: o sistema pode ser impossível ou
indeterminado. O exemplo 3 é claramente um sistema impossível, pela observação feita
na seção anterior.
x 1 + 2 x 2 − 5x 3 = 2
Exemplo 4. O sistema 2x 1 − 3x 2 + 4x 3 = 4 é impossível. A notação L2–2L1 → L2
4x + x − 6x = 0
1 2 3
significa que a linha 2 será substituída pela diferença entre a linha dois e o dobro da
linha 1. Fazendo as operações L2 – 2L1 → L2 e L3 – 4L1 → L3, obtemos :
1 2 − 5 2 1 2 − 5 2
0 − 7 14 0 . Agora, fazemos L – L → L , obtendo: 0 − 7 14 0 . A
3 2 3
0 − 7 14 − 8 0 0 0 − 8
última equação é 0x1 + 0x2 + 0x3 = –8, que é impossível.
1 2 −5 2 2 −5
∆ = 2 −3 4 = 0, ∆x1 = 4 − 3 4 = 56, ou seja, o sistema é impossível.
4 1 −6 0 1 −6
x 1 − x 2 + 2 x 3 − x 4 = −8
2 x − 2x + 3x − 3x = −20
1 2 3 4
x 1 + x 2 + x 3 = − 2
x1 − x 2 + 4 x 3 + 3x 4 = 4
1 − 1 2 −1 M − 8
2 − 2 3 − 3 M − 20
1 1 1 0 M −2
1 − 1 4 3 M 4
24
1 − 1 2 − 1 M − 8
0 0 − 1 − 1 M − 4
0 2 − 1 1 M 6
0 0 2 4 M 12
1 − 1 2 − 1 M − 8
0 2 − 1 1 M 6
0 0 − 1 − 1 M − 4
0 0 2 4 M 12
1 − 1 2 − 1 M − 8
0 2 − 1 1 M 6
0 0 − 1 − 1 M − 4
0 0 0 2 M 4
x1 − x 2 + 2x 3 − x 4 = −8
− x3 + x4 = 6
2x 2
O sistema resultante é :
− x3 − x 4 = −4
2x 4 = 4
25
2x 1 + x 2 + 7x 3 = 16
1. Classificar e resolver o sistema x 1 + 3x 2 + 2x 3 = −5 .
3x + 4x + 9x = 11
1 2 3
4. Calcular a equação da reta que passa pelos pontos (–1,1) e (2,5), usando sistemas
lineares.
5. Seja y = ax2 + bx +c. Calcule os valores de a, b e c , sabendo que esta curva passa
pelos pontos (–2; –5,36) , ( 1,2 ; 1,68) e (3,2; 8,68), usando sistemas lineares e o cálculo
da solução pelo método de Gauss.
2 x − 5 y + 2 z = 0
x+y+z =0 tenha uma solução diferente da trivial.
2x + kz = 0
3 4
7. Calcule o valor de m para que a matriz A = tenha matriz inversa. Calcule
1 m
A–1, se m = 2.
1 3 0
8. Calcule a primeira coluna da matriz inversa de A = 2 5 − 2 .
5 − 1 4
x − y + 2 z − w = −1
9. Resolva o sistema 2 x + y − 2z − 2 w = −2 pelo método de eliminação de Gauss.
− x + 2 y − 4 z + w = 1
3x − 3w = −3
26
10. Resolva os seguintes sistemas homogêneos de equações lineares pelo método de
eliminação de Gauss.
2x + y + 3z = 0
3x1 + x 2 + x 3 + x 4 = 0
a) x + 2 y =0 . b)
y+z =0 5x 1 − x 2 + x 3 − x 4 = 0
27
Respostas dos exercícios:
2 1 7 16
1. A= 1 3 2 ; b = − 5 ;
3 4 9 11
2 1 7 16 1 7 2 16 7 2 1 16
∆ = 1 3 2 =0; ∆ x = − 5 3 2 =0; ∆ x2= 1 − 5 2 =0; ∆ x3= 1 3 − 5 =0.
3 4 9 11 4 9 3 11 9 3 4 11
2x 1 + x 2 + 7x 3 = 16
Conclusão: x 1 + 3x 2 + 2x 3 = −5 a regra de Cramer é inconclusiva. Aplicando a
3x + 4x + 9x = 11
1 2 3
19 67
eliminação gaussiana, obtemos a solução é x1=– x2 − , x2 ∈ R e x 3 =
3 3
5 26
x2 + , ou seja, este sistema é indeterminado.
3 3
3 0 0 0 1 3x 1 =1
4 6 0 0 3 4x 1 + 6x 2 =3
2. A= ;b= . Notação usual:
0 9 9 0 5 9x 2 + 9x 3 =5
0 0 16 12 7 16 x 3 + 12 x 4 = 7
3 0 0 0 1 0 0 0 3 1 0 0
4 6 0 0 3 6 0 0 4 3 0 0
∆ = = 1944 ; ∆ x = =648 ; ∆ x2 =
0 9 9 0 5 9 9 0 0 5 9 0
0 0 16 12 7 0 16 12 0 7 16 12
= 540
3 0 1 0 3 0 0 1
4 6 3 0 4 6 0 3
∆ x3 = =540 ; ∆ x4 = = 414
0 9 5 0 0 9 9 5
0 0 7 12 0 0 16 7
∆x i
Usando a fórmula xi = , para i=1,2,3 e 4, concluímos que a solução do sistema é
∆
x1=0.3333, x2=0.2778, x3= 0.2778, x4= 0.2130. Em forma vetorial, a solução é
0.3333
0.2778
x=
0.2778
0.2130
28
0 .5 8 0 0 0 0
0 0.25 12 0 0 9
3. A = 0 0 0.1667 16 0 ;b= 24 .
0 0 0 0.125 20 45
0 0 0 0 0.1 72
8.467033536 8467033536
− 0.529189596 − 529189596
A solução é x = 10^9 * 0.011024784 = 11024784 .
− 0.000114840 − 114840
0.000000720 720
4x + 7
4. y =
3
3 4
7. Se m ≠ 4/3 , a matriz A tem matriz inversa. Para m = 2, temos A = e a matriz
1 2
1 − 2
inversa de A é A–1= .
− 0,5 1,5
− 0,5
8. A primeira coluna de A é o vetor 0,5 .
–1
0,75
9. x=w–1; y=2z, w e z ∈ R.
2 x 3 + 8x 4
10. a) x=y=z=0 ( A única solução é a solução trivial ); b) x1= – x3/4 ; x2= –
8
, x3 e x4 ∈ R
29
CAPÍTULO 4. COMBINAÇÃO LINEAR
Neste capítulo, são estudados os conceitos de vetor, combinações lineares entre vetores,
conjuntos linearmente independentes e linearmente dependentes de vetores. É feita uma
aplicação destes conceitos na definição de conjuntos ortogonais, bases ortogonais e
ortonormais.
Exemplos:
1. v = ( 2, 3) é um vetor do R2.
2 x
2. u = ( 2, 3, 4 ) é um vetor do R3.
30
z
4
3 y
Adição de Vetores
Se u = ( x1 , y1 ) e v = ( x2 , y2 ), então u + v = ( x1 + x2, y1 + y2 ).
y
u+v
31
Igualdade de Vetores
Exemplos.
3. u = ( 2 , 3) e v = (4 , 1 )
4. u = ( 2 , 5, 0 ) e v = ( 1 , 0 , 3 )
u – v = ( 2 – 1, 5 – 0 , 0 – 3 ) = ( 1 , 5 , – 3) e
5. u = ( 2 , 5 ) e v = ( x + 1, y + 7)
Se u = v , então : x + 1 = 2 e y + 7 = 5 , logo x = 1 e y = – 2.
Exemplos.
32
8. O vetor v = ( 8,–2 ) é combinação linear dos vetores u1 = (1,1 ) e u2= ( 1,–1) ?
a+b =8
a − b = −2
a +4b +7c = 1
2a + 5b + 8c = 4
3a + 6b + 9c = 10
10. O vetor v = (48,57, 66) é combinação linear dos vetores u1=(1,2,3 ) e u2= ( 4,5,6)
e u3=(7,8,9) ? Se for, então :
a +4b +7c = 48
Igualando as coordenadas, resulta o sistema: 2a + 5b + 8c = 57
3a + 6b + 9c = 66
Para eliminar a incógnita a da segunda equação, multiplicando a primeira equação por
2 e subtraímos da segunda equação. Ao mesmo tempo, multiplicamos a primeira
33
equação por 3 e subtraímos da terceira equação, resultando o sistema
a +4b +7c = 48
− 3b − 6c = −39
− 6b − 12c = −78
11. O vetor v=( 10, 15 , 8 , 3) é uma combinação linear dos vetores u1=(2,5, 0, 1) e
u2=(1, 0, 2, 0 ) ?
(10, 15 , 8, 3 ) = (2a + b , 5a , 2b , a )
2a + b = 10
5a = 15
Igualando as coordenadas correspondentes, resulta:
2b = 8
a = 3
34
+ a2u2 + ... + anun = 0 admitir alguma solução não-trivial, então o conjunto de vetores {
u1 , u2 , ... , un } é LD.
Exemplos.
11. O conjunto { ( 1,2 ) , (2,4) } é LD, pois ( 2,4) = 2*(1,2) . Equivale a escrever
2(1,2) – 1(2,4) = (0,0). Ou seja, se u1=(1,2) , u2=(2,4) e 0=(0,0), temos a solução a1=2
e a2= –1, de modo que a1u1 + a2u2 = 0.
12. O conjunto { ( 1,0) , (0,1) } é LI, pois ( 1,0) ≠ k*(0,1) , para qualquer valor de k. A
única solução da combinação a1(1,0) + a2(0,1) = (0,0) é a solução trivial, isto é, a1=0 e
a2=0.
13. O conjunto { (0,0) , ( 3,4) } é LD, pois (0,0) = 0*(3,4). Neste caso, temos a
combinação a1(0,0) + 0(3,4) = (0,0), para qualquer a1 ≠ 0.
14. O conjunto { (1,0,0) , (0,1,0), (3,4,0) } é LD, pois (3,4,0) = 3*(1,0,0) + 4*(0,1,0).
Observação: a multiplicação 3*(1,0,0) será escrita daqui por diante como 3(1,0,0), por
simplicidade.
35
particular de dois vetores, um conjunto { u1, u2 } é LD se e somente se existe uma
constante k tal que u1 = ku2. Porém, para um conjunto de m vetores do Rn, com m
diferente de n, este critério prático não funciona, e devemos usar a definição.
Exemplos.
1 −1
Solução: = 2 , logo, o conjunto {(1,1), (–1,1)} é LI. Isto significa que os dois
1 1
vetores não são colineares. Nenhum dos dois vetores é múltiplo do outro.
16. { (1,2,3),(4,5,6),(7,8,9)} é LI ou LD ?
1 4 7
Solução: 2 5 8 = 0 , logo, o conjunto { (1,2,3),(4,5,6),(7,8,9) } é LD. Neste caso,
3 6 9
isto significa que os três vetores são coplanares. Existe um vetor que é combinação
linear dos demais, por exemplo, (7,8,9) = 2(4,5,6) – (1,2,3).
a + 5b + 9c = 0
2a + 6b + 10c = 0
3a + 7 b + 11c = 0
4a + 8b + 12c = 0
36
Exercícios. Nos exercícios de 1 até 8, verifique se os conjuntos são LI ou LD. Caso o
conjunto seja LD, tente identificar uma combinação linear entre os vetores, como no
exemplo 16.
1. { ( 1, 1 ) , ( 5,5 ) }
2. { ( 2, 3 ) , (–1, 4) }
3. { ( 0,0 ) , ( 2, 5) }
6. { (3,1,–1),(1,–2,1),(11,–7,–1) }
8. {( 1,1) , (–2,–2) }
9. Determinar o valor de m para que o conjunto de vetores {(1,2), ( 3, m)} seja LI.
2a − b = 0 2 −1
, cuja solução única é a= 0 e b=0, pois ≠ 0 . Logo, o
3a + 4b = 0 3 4
conjunto { ( 2, 3 ) , (–1, 4) } é LI( Linearmente Independente ).
1 1 1
4. { ( 1,1,1) , (1,1,0) , (1,0,0) } é LI, pois 1 1 0 = – 1. Analogamente ao exercício
1 0 0
2, se fizermos a combinação linear
37
(a + b + c, a + b , a) = ( 0,0,0) , ou seja , o sistema
a + b + c = 0
a+b=0 .
a=0
a + 5b − 18c = 0
a + 6b − 22c = 0
4a + 8b − 24c = 0
6a + 9b − 24c = 0
3 1 11
6. { (3,1,–1),(1,–2,1),(11,–7,–1) } é LI, pois 1 − 2 − 7 = 24.
−1 1 −1
38
1 3
9. O conjunto de vetores {(1,2), ( 3, m)} é LI se e somente se ∆= for diferente
2 m
de zero. Calculando: ∆ = m – 6, resulta que o conjunto de vetores {(1,2), (3,m)} é LI se
e somente se m ≠ 6.
39
CAPÍTULO 5. ESPAÇOS VETORIAIS
Neste capítulo, é dada uma noção intuitiva de espaço vetorial, sem a formalização usual.
São vistos exemplos de subespaços vetoriais do R2 e do R3, que são mais simples e
podem ser representados geometricamente. O conceito de base é introduzido, com
exemplos de representação com o uso da base canônica e de outras bases do R2 e R3.
Exemplo 2. V = R3
B = { (1,0,0) , (0,1,0) }
40
O conjunto de todos os vetores que são combinações lineares dos vetores (1,0,0) e
(0,1,0) é um plano contido no R3, em que cada vetor tem a terceira coordenada nula.
Este plano é um subespaço vetorial do R3, de dimensão 2.
Exemplo 3. V = R2.
1 0
De fato: B = { (1,0), (0,1) } é LI , pois = 1 ≠ 0 e B gera o R2, pois qualquer vetor
0 1
(x,y) é combinação linear dos vetores (1,0) e (0,1): (x,y) = x(1,0) + y(0,1).
Exemplo 4. V = R2.
41
1 −1
De fato, B= { (1,1), (–1,1) } é LI , pois = 2 e todo vetor (x,y) é combinação
1 1
linear dos vetores de B. Por exemplo, expressar o vetor u=(1,5) nesta base.
(1,5) = (a–b, a + b)
a − b = 1
Resulta o sistema : . Somando as duas linhas do sistema, resulta: 2a = 6 ,
a + b = 5
logo a = 3 . Da segunda equação, vem : b = 5 – 3 = 2.
y u=3u1+2u2
3u1
2u2
Analogia: na base 10, o número doze é escrito como 12 ( 1 dezena mais duas unidades
); na base 2, o número 12 é representado pelos símbolos 1100.
Exemplo 5. V = R3
42
1 0 0
De fato, B é um conjunto LI, pois 0 1 0 = 1 e todo vetor (x,y,z) do R3 é uma
0 0 1
combinação linear dos vetores do conjunto B: (x,y,z) = x(1,0,0) + y(0,1,0) + z(0,0,1)
Exemplo 6. V = R3
0 3 −4
De fato, B é um conjunto LI, pois 2 0 0 = – 48. Todo vetor do R3 é uma
0 3 4
combinação linear destes três vetores.
3b − 4c = 3
Equivale ao sistema : 2a = 4
3b + 4c = 5
Logo: a = 2 , b = 4/3 e c= ¼
4 1
(3,4,5) = 2(0,2,0) + (3,0,3) + (– 4, 0 , 4) .
3 4
Solução: u ⋅ v = 1⋅ 3 + 2 ⋅ 5 = 3 + 10 = 13.
Solução: u ⋅ v = 1⋅ 0 + 2 ⋅ 3 + (−1) ⋅ 5 = 0 + 6 – 5 = 1.
43
Vetores Ortogonais. Dois vetores u e v são ortogonais se u ⋅ v = 0.
Exemplo 10. Os vetores u = (1, 2 , 3) e v = ( 1,1,0) não são ortogonais, pois u ⋅ v = 1*1
+ 2*1 + 3*0 = 3 . Como o produto escalar entre u e v não é igual a zero, os vetores não
são ortogonais.
Módulo de u : | u | = 32 + 4 2 = 25 = 5.
| u | = 5.
u (3,4)
Versor de u : v= = (3/5 , 4/5 ) . Observe que | v | = 1.
|u| 5
O vetor v = ( 3/5, 4/5), chamado de versor de u, é um vetor unitário que tem a mesma
direção de u.
Exemplo 13. B = { (1,1) , (–1,1) } é uma base ortogonal, mas não é ortonormal, pois
cada vetor da base B tem módulo igual a 2 ; a base B’ = { ( 1/ 2 , 1/ 2 ) , ( – 1/ 2
, 1/ 2 ) } é uma base ortonormal do R2. No Matlab, obtemos | (1,1) | = | (–1,1) | =
1.4142. Logo, a base ortonormal é B’ = { (0.7071, 0.7071) , (–0.7071, 0.7071)} .
Exemplo 14. O conjunto {(–1,2,3), (2,–2,2)} é LI. Acrescentar um terceiro vetor a este
conjunto para que ele se transforme numa base ortogonal do R3. Obter uma base
ortonormal do R3.
44
Solução: procuramos um vetor v = (a,b,c) do R3 tal que
(a , b, c) ⋅ (−1,2,3) = 0
(a , b, c) ⋅ (2,−2,2) = 0
Equivale ao sistema : –a + 2b + 3c = 0
2a – 2b + 2c = 0
a + 5c = 0, logo, a = –5c.
Para obter uma base ortonormal do R3, basta dividir cada vetor de B pelo seu módulo.
Assim, uma base ortonormal do R3 é o conjunto
B’={(-0.2673,0.5345,0.8018),(0.5774,–0.5774,0.5774),(–0.7715,–0.6172,0.1543)}
Cada vetor do conjunto B’ é unitário e os vetores são ortogonais dois a dois. Na parte
final deste capítulo, vamos mostrar duas aplicações do produto escalar.
45
APLICAÇÕES DO PRODUTO ESCALAR
Quando a máquina leitora não consegue “ler” o código de barras, o operador de caixa
digita os números manualmente. Ele não poderia cometer um erro e nós acabarmos
pagando por um produto diferente daquele que realmente queremos comprar? Como é
possível reconhecer se foi cometido um erro?
Agora, o dígito de verificação x se escolhe de forma que a soma acima seja múltiplo de
10. O número 3 foi escolhido por ser o menor número diferente de 1 tal que mdc(3,10)
= 1.
Solução: u = ( 7, 8, 9 , 6 , 6 , 4 , 0 , 4 , 5 , 0 , 8 , 3 , x )
u.w= 7*1 + 8*3 + 9*1 + 6*3 + 6*1 + 4*3 + 0*1 + 4*3 + 5*1 + 0*3 + 8*1 + 3*3 + x=
Solução: u = ( 7, 8, 9 , 7 , 4 , 2, 4 , 0 , 0 , 9 , 1 , 1 , x )
u.w = 7*1 + 8*3 + 9*1 + 7*3 + 4*1 + 2*3 + 4*1 + 0*3 + 0*1 + 9*3 + 1*1 + 1*3 + x=
46
u.w = 7 + 24 + 9 + 21 + 4 + 6 + 4 + 0 + 0 + 27 + 1 + 3 + x = 106 + x
Os livros editados recentemente são identificados por um código, chamado ISBN, que
que tem dez dígitos, representados por a1a2...a9a10. Os primeiros nove dígitos
identificam o país de origem, a editora, e outras informações sobre o livro. O décimo
dígito, chamado de dígito de verificação é calculado usando também o produto escalar,
análogo ao do código de barras, da seguinte forma:
Agora, divide-se este resultado pelo número 11. O resto da divisão é o décimo
dígito. Caso o resto seja igual a dez, o dígito é x.
Solução: u = (8, 5, 3, 6, 3, 0, 6, 1, 5 )
u.w = 8*1 + 5*2 + 3*3 + 6*4 + 3*5 + 0*6 + 6*7 + 1*8 + 5*9 = 161.
Exemplo 4. O livro STEWART, Cálculo, Volume 1, tem ISBN igual a 852 110484 0.
Verificar se está correto.
Solução: u = (8, 5, 2, 1, 1, 0, 4, 8, 4 )
u.w = 8*1 + 5*2 + 2*3 + 1*4 + 1*5 + 0*6 + 4*7 + 8*8 + 4*9 = 165
Como 165 é um múltiplo de 11, o último dígito é igual a 0. Portanto, o ISBN dado está
correto.
Solução: u = (8, 5, 2, 1, 6, 0, 3, 5, 5 )
u.w = 8*1 + 5*2 + 2*3 + 1*4 + 6*5 + 0*6 + 3*7 + 5*8 + 5*9 = 164
47
Divide-se 164 por 11. O resultado é igual a 14, com resto igual a 10. Logo, o
dígito de verificação é X.
Exercícios.
2. Dado o vetor vB = (2, –2, –1) na base B={(1,1,1),(1,1,0),(1,0,0)} expressar este vetor
na base canônica do R3 .
a – 2b =3
2a + b = 5
48
5. Se o conjunto for LD, então deve haver uma combinação linear entre os vetores, por,
exemplo : (0,0,1, – 4) = a(1,0,5,9) + b(1,0,9,4)
a +b = 0 5a +9b =1 9a+4b = – 4
Como este sistema não tem solução, significa que o conjunto de vetores é LI
(Linearmente Independente).
6. Suponhamos que o terceiro vetor seja o vetor ( a, b, c ) . Para que o conjunto seja
ortogonal, o produto escalar deve ser igual a zero, entre cada par de vetores diferentes.
Assim: (1,1,1)(a,b,c) = 0 e (–1,1,0)(a,b,c) = 0. Desenvolvendo o produto escalar,
resulta: a + b + c = 0 e –a + b = 0 . O sistema acima tem a solução b = a , c = – 2a,
onde a ∈ R. Escolhendo a = 1, resulta b = 1 e c = –2. Assim, o conjunto resultante é B’
= {(1,1,1),(–1,1,0),(1,1,–2)}.
7. Basta dividir cada vetor pelo seu módulo. O conjunto fica B’={ (0.4472, 0.8944)
, (–0.8944, 0.4472)}.
vB
4u1
2u2
49
CAPÍTULO 6. TRANSFORMAÇÕES LINEARES E
REPRESENTAÇÃO MATRICIAL
Para mostrar que esta transformação não é linear, basta mostrar um par de
vetores de R para os quais T(x+y) ≠ T(x)+T(y).Por exemplo, x = 2 e y = 4;
T(2 + 4) = T(6) = 15 e T(2)+T(4) = 7+11= 18.
Notação: A ou [T].
50
x + y 1 1
x
x − y = 1 − 1 . Assim, a matriz que representa esta transformação é A=
2 0
2x y
1 1 1 1
1 − 1 ou [T]= 1 − 1
2 0 3 x 2 2 0 3 x 2
1 3 1 1 + 3 4
Por exemplo, T(1,1) = ( 1+3, 4+2) = (4,6) ou = =
4 2 1 4 + 2 6
1 1 1
Na base canônica do R , a matriz de T é A = 1 1 2 . Nesta notação, a
3
1 − 1 0
x
transformação é interpretada como a multiplicação de A por v = y .
z
1 0 4 1 29
Solução : w = T(1,4,7); w = − 1 2 − 3 4 = − 14
0 2 4 7 36
51
29
Logo, T(1,4,7) = (29, –14, 36) ou como vetor-coluna, w = − 14
36
T(x,y)=T(x(1,0) + y(0,1))=xT(1,0)+yT(0,1)=x(2,5)+y(–4,1)
2 − 4
A matriz de T é a matriz A = . Observe que as colunas da matriz A são as
5 1
imagens dos vetores da base canônica. Esta propriedade vale em geral.
1 3
Solução: A matriz de T é A = .
4 2
4185853 4184829
Calculando A10, resulta A10= . Logo, a lei da transformação é
5579772 5580796
L(x,y)=(4185853x+4184829y, 5579772x+5580796y) .
52
Exemplo 7. A transformação T que efetua uma rotação do plano por um ângulo θ ( em
cos(θ ) − sin(θ )
radianos2 ) é representada pela matriz T= . Por exemplo, a
sin(θ ) cos(θ )
cos(pi/4) − sin(pi/4)
rotação do plano de um ângulo de 45º é dada pela matriz . Se
sin(pi/4) cos(pi/4)
cos(π / 4) − 0 2 / 2
u=(1,0), então a imagem de u é o vetor v=T*u == = .,
sin(π / 4) + 0 2 / 2
representados graficamente na figura abaixo.
y
u x
xπ
2 π radianos equivale a 1800 . Portanto, x graus equivale a y = radianos.
180
53
6.1. TRANSFORMAÇÕES LINEARES PLANAS
1 0
1. Reflexão em relação ao eixo x T(x,y) = (x,–y ). A matriz é T= .
0 − 1
Para visualizar a reflexão no plano, fazemos no Matlab o polígono com vértices nos
pontos (0,1), (2,1), (2,2), (1,2) , (1,4), (0,4) e (0,1). Cada vértice corresponde a um vetor
do plano. Para tanto, são criados dois vetores: o vetor x contando as abscissas e o vetor
y contendo a ordenada de cada ponto. Os pontos (0,0) e (4,0) são também esboçados na
figura para deslocar a origem do sistema. Para aplicar a transformação T no polígono,
definimos a matriz T, criamos a matriz M=[x;y], calculamos o produto N=T*M, que
equivale a calcular a transformação em cada vetor. Após, é selecionada a primeira linha
de N, que define x1, e a segunda linha de N, que define y1. As posições correspondentes
de x1 e y1 são os vértices do polígono resultante da transformação linear.
>> x=[0,2,2,1,1,0,0];
>> y=[1,1,2,2,4,4,1];
>>x2=[0,4];y2=[0,0];
>> plot(x,y,x2,y2)
>> M=[x;y];
>>N=T*M
>>x1=N(1,:);y1=N(2,:);
>> plot(x,y,x1,y1,x2,y2)
54
Para visualizar somente o polígono transformado, executar o comando >>plot(x1,y1).
2 0
Por exemplo, com a = 2, T(x,y) = (2x, 2y). A matriz é T = .
0 2
Neste exemplo, vamos calcular a imagem do quadrado unitario por esta transformação
linear, com a seguinte sequencia de comandos no Matlab:
>> x=[0,1,1,0,0];
>> y=[0,0,1,1,0];
>> M=[x;y]
55
>>N=T*M
>>x1=N(1,:);y1=N(2,:);
>> x2=[0,2];y2=[0,0];
>> plot(x,y,x1,y1,x2,y2)
− 1 0
3. Reflexão na origem T(x,y) = ( –x, –y ). A matriz é T= .
0 − 1
>>x=[0,1,1,0,0];x2=x+2;
>> y=[0,0,1,1,0];y2=y+2;
>> M=[x2;y2];
>>N=T*M;
>> x1=N(1,:);y1=N(2,:);
>> fill(x2,y2,’b’,x1,y1,’r’)
56
4. Rotação de um ângulo θ ( no sentido antihorario )
cos(θ ) − sin (θ )
A matriz de T é T= . Um caso particular é a rotação de π/4
sin (θ ) cos(θ )
rad, no sentido antihorario. Um quadrado, de cor azul, com vértices nos pontos
(0,0),(1,0),(1,1),(0,1) e (0,0) é transformado no quadrado de cor vermelha.
>>x=[0,1,1,0,0];
>> y=[0,0,1,1,0];
>> M=[x;y];
>>N=T*M;
>> x1=N(1,:);y1=N(2,:);
57
A rotação de um segmento que une dois pontos é mostrada no seguinte exemplo. Seja
o segmento que une os pontos (1,1) e (4,4), que sofre uma rotação de 90o. Temos:
>>x=[1,4];y=[1,4];
>> M=[x;y];
>>N=T*M;
>>x2=N(1,:);y2=N(2,:);
>> plot(x,y,x2,y2)
58
5. Cisalhamento horizontal de fator α: T(x,y) = ( x+αy , y)
1 2
Por exemplo, com α=2, T(x,y) = ( x + 2y , y ). A matriz é T= . Será
0 1
mostrado o efeito do cisalhamento horizontal, semelhante ao traçado de uma
letra, em formato itálico:
>>x=[1,1,3,3,–3,–3,–1,–1,1];
>> y=[0,4,4,6,6,4,4,0,0];
>> M=[x;y];
>> N=T*M;
>> x1=N(1,:);y1=N(2,:);
2 0
T2= matriz da dilatação de fator 2
0 2
59
Na figura da esquerda, o quadrado unitário, com vértice nos pontos
(0,0),(1,0),(1,1)(0,1) e (0,0). A direita, o quadrado resultante, após uma rotação de
45o e uma dilatação de fator 2.
5. A transformação que efetua uma rotação de um ângulo θ ( no Matlab, deve ser dado
cos(θ) − sin(θ)
em radianos3 ) no R2 é representada pela matriz A = . Calcule a
sin(θ) cos(θ)
imagem do vetor u=(3/5, 4/5) por uma rotação de 600 do plano. Representa
geometricamente. Compara o módulo de u com o módulo de T(u).
xπ
3 π radianos equivale a 1800 . Portanto, x graus equivale a y = radianos.
180
cos(θ) − sin(θ) 0
6. A matriz A = sin(θ) cos(θ) 0 é uma transformação linear do R3 no R3 que
0 0 1
representa uma rotação em torno do eixo z por um ângulo θ.
3/ 7 2 / 7 6 / 7
7. Seja T: R → R dada pela matriz A= − 6 / 7 3 / 7 2 / 7 . Calcule w=T(1,2,3)
3 3
2 / 7 6 / 7 − 3 / 7
e compare | (1,2,3) | e | T(1,2,3) |. O que observa?
7. Polígono com vértices nos pontos (1,0), (1,4), (3,4), (3,5), (–3,5) , (–3,4),
(–1,4), (–1,0) e (1,0). Obtenha a imagem deste polígono pela aplicação de um
cisalhamento horizontal de fator α=1.
61
8. Polígono com vértices nos pontos (0,0),(2,0),(2,1),(1,1),(1,3),(0,3),(0,0).
Obtenha a imagem deste polígono pela aplicação de uma rotação antihoraria
de 60o.
(–0.39 , 0.9)
(0.6 , 0.8)
62
z
z
(1,0,1)
(0,2,4)
(2,0,4) (0.7, 0.7, 1)
y
y
x
x
3/ 7 2 / 7 6 / 7
7. . Seja T: R → R dada pela matriz A= − 6 / 7 3 / 7 2 / 7 . Calcule
3 3
2 / 7 6 / 7 − 3 / 7
w=T(1,2,3) = ( 3.5714 , 0.8571 ; 0.7143 ) . Vemos que | u | = 3.74 e | T(u) | = 3.74.
2 1 − 1
8. A matriz de T é a matriz [T]= 3 − 1 2 e T(3,4,5)=( 5 , 15 , 20).
4 2 0
63
CAPÍTULO 7. AUTOVALORES E AUTOVETORES
2 2 1
Solução: a matriz de T é A = . Multiplicando por v = , obtemos:
− 1 5 1
2 2 1 2 + 2 4 1
− 1 5 = = = 4 .
1 − 1 + 5 4 1
y y
T(v)=4v
x
x
2 2 4 2 2
Solução: a matriz de T é A = . Multiplicando por v= , obtemos:
− 1 5 2 − 1 5
4 8 + 4 12 4
= = = 3 .
2 − 4 + 10 6 2
64
Resumindo: T(v) = 3v, onde v=(4,2), ou equivalentemente, Av=3v.
y y
T(v)
v
v
x x
65
7.1. CÁLCULO DOS AUTOVALORES E AUTOVETORES
Para que tal ocorra, a matriz A – λI deve ser singular ( det(A– λI )=0 ), isto é, os
autovalores da matriz A são as raízes da equação det(A- λΙ) =0, chamada de equação
característica de A. Os autovetores associados ao autovalor λ formam o espaço-
solução ou auto-espaço de A associado a λ.
1 0 2 2
Solução: neste caso n = 2, logo I = ; A= . A equação característica é
0 1 − 1 5
2−λ 2
det(A–λI) = 0, ou seja, = 0. Resulta: (2– λ)(5–λ)+2=0, ou seja,
−1 5 − λ
2 2
Resultados do Matlab para o exemplo acima: T =
− 1 5
poly(T) = 1 – 7 12
roots(poly(T)) = 4 3
2x + 2y = 4x
–x + 5y = 4y
2x + 2y = 3x
–x + 5y = 3y
CÁLCULO NO MATLAB
P=
–0.8944 –0.7071
–0.4472 –0.7071
D=
3 0
0 4
Esta é a forma normalizada, usada pelo Matlab, onde os autovetores são unitários.
67
Exemplo 5. Diagonalização
2 2
No exemplo 4, vimos que tem autovalor λ = 3 associado ao autovetor v1=(–
− 1 5
0.8944,–0.4472) e autovalor λ=4 associado ao autovetor v2=(–0.7071,–0.7071).
Defina a matriz P cujas colunas são os autovetores: e calcule P–1*T*P. O resultado
é chamado de diagonalização da transformação. Significa que se tomarmos como base
do R2 o conjunto B={v1,v2} a transformação é representada pela matriz diagonal D=
3 0
0 4 . No Matlab, a matriz P é obtida diretamente com o comando [P,D]=eig(A).
Exercícios.
1. Calcule TEORICAMENTE e no Matlab os autovalores e autovetores da
transformação linear T : R2 → R2 dada por T(x,y) = ( –14x + 12y, –20x + 17y) .
Calcule o polinômio característico de T, os autovetores na forma normalizada,
associados a cada autovalor. Depois, escreva identificando a proporção entre as
coordenadas, como na tradução ( exemplo acima ).
− 1 0 0 2 0
0 1 0 1 0
4. Verifica se v = é autovetor da matriz A= . Em caso
1 0 1 −2 0
0 0 0 0 1
afirmativo, identifica o autovalor λ correspondente.
68
6. Calcule o polinômio característico, os autovalores e autovetores da transformação
1 0 0 0 0
2 4 0 − 1 0
linear representada pela matriz 1 3 5 0 0 .
0 4 5 7 9
0 0 2 5 9
λ1 = 2 associado ao autovetor v2 = ( 3 , 4 ).
1 0
. O polinômio característico de T é p(λ) = λ – 3λ + 2.
2
3. A matriz de T é T =
1 2
Os autovalores são λ1 = 1 associado ao autovetor v1 = ( 0 , 1 ) , e λ2 = 2, associado ao
autovetor v2= ( 0.7071 , – 0.7071 ) . Na forma usual, temos :
λ1 = 2 associado ao autovetor v1 = ( 0 , 1) e
λ1 = 1 associado ao autovetor v2 = ( 1 , –1 ).
Autovalor Autovetor
69
λ2 = 1.6248 v2= (0 , –0.32, 0.29 , –0.77 , 0.44)
0 .2 0 .6
Solução. A matriz que representa o “comportamento” dos clientes é: T = .
0.8 0.4
De fato, a11=0.2, pois 20% dos clientes de A são fiéis a padaria A, enquanto os demais
80% migram para B, o que justifica a21=0.8. O vetor que representa a distribuição inicial
0 .5
é u0 = . Assim, a solução deste problema consiste em verificar se existe ou não
0 .5
um vetor de equilíbrio nas iteradas da transformação T.
0 .5
Dado o vetor u0 = , calculamos as iteradas da transformação representada pela
0 .5
0 .2 0 .6
matriz T = , aplicando sucessivamente esta transformação.
0.8 0.4
0 .2 0 .6 0 .5 0 .4
u1 = T*u0 = * =
0.8 0.4 0.5 0 .6
70
0 .2 0 .6 0 .4 0.44
u2 = T*u1 = * =
0.8 0.4 0 .6 0.56
0 .2 0 .4 0.44 0.424
u3 = T*u2 = * =
0.8 0.6 0.56 0.576
0 .2 0 .4 0.424 0.4304
u4 = T*u3 = * ==
0.8 0.6 0.576 0.5696
0 .2 0 .4 0.4304 0.4278
u5 = T*u4 = * =
0.8 0.6 0.5696 0.5722
Tais resultados podem ser obtidos diretamente no Matlab com o seguinte laço, usando
o for ( os resultados vão ser omitidos aqui no texto ):
>> u0=[0.5;0.5] ;
>> T=[0.2,0.6;0.8,0.4] ;
T^i*u0
end
0.4286
Resumindo, vemos que o as iteradas tendem ao vetor de equilíbrio . Para
0.5714
justificar tal resultado, calculamos os autovalores e autovetores da transformação T no
Matlab:
>>T=[0.2,0.6;0.8,0.4];
>>[m,n]=eig(T)
m=
–0.7071 –0.6000
0.7071 –0.8000
n=
–0.4000 0
0 1.0000
71
Tomando a base B ={ (–0.7071, 0.7071) , (–0.6,–0.8) } como base do R2, o vetor inicial
u0= ( 0.5 ; 0.5 ) pode ser escrito como a seguinte combinação linear dos vetores de B:
(0.5 ; 0.5 ) = – 0.1010(–0.7071, 0.7071) – 0.7143(–0.6 , –0.8).
Exemplo2. Três leiterias X,Y e Z disputam o mercado numa certa cidade. Suponhamos
que inicialmente, 20% do mercado é cliente de X, 30% é cliente de Y e 50% cliente de
Z. Num dado momento, dos clientes de X, 80% são fiéis a X, enquanto 10 % tendem a
migrar para Y e os demais 10 % para Z. Dos clientes de Y, 70% são fiéis a Y, enquanto
20% tendem a migrar para X, e os demais para Z. Dos clientes de Z, 60% são fiéis a Z,
enquanto 10% tendem a migrar para X, e os demais para Y. Determinar a distribuição
de equilíbrio, caso exista e explicar o porquê.
Vemos que u17=u16, isto é, após um período suficientemente longo, o mercado estabiliza
com uma distribuição de 45%, 35% e 20% de clientes de X, Y e Z, respectivamente. Os
autovalores de T são :λ1 = 1, associado ao autovetor v1=(0.7448; 0.5793; 0.3310),
λ2=0.6, associado ao autovetor v2=(–1,1,0) e o autovalor λ3=0.5, associado ao autovetor
v3=(1; –2;1). Considerando a base do R3 igual a B={v1,v2,v3}, vemos que u0= –
0,6042v1+0,7778v2+0,7348v3. Pela aplicação sucessiva de T, a sequencia converge
para o vetor v= –0,6042v1 = ( 0,45 ; 0,35 ; 0,20 ) . Ou seja, o mercado terá um equilíbrio
em que 45 % são clientes de X, 35% são clientes de Y e 20 % são clientes de Z.
− 0 .4 2 2
1. T = , u0 =
0 0 . 6 3
0.8 0.1 0 .5
2. T = , u0 =
0 .2 0 .9 0 .5
72
0.5 0.4 0.6 0
3. T = 0.2 0.2 0.3 , u0 = 1
0.3 0.4 0.1 0
3 0 0 1
4. T = - 2 7 0 , u0 = 1
4 8 1 3
λ1 = – 0,4 v1 = ( 1 , 0 )
λ2 = 0,6 v2 = ( 2 , 1 )
a + 2b = 2
b=3
u0 u1 u2 u3 u4 u5 u6 u7 u8
73
0.8 0.1 0 .5
2. T = , u0 =
0 .2 0 .9 0 .5
λ1 = 0,7 v1 = (–1 , 1 )
λ2 = 1 v2 = ( 1 , 2 )
a + 2b = 0,5
1 1 1 1
A solução é : a = – e b = . Então : ( 0,5 ; 0,5) = – *( –1, 1 ) + * ( 1,2 )
6 3 6 3
74
4. A aplicação sucessiva desta transformação não converge a um vetor de equilíbrio,
pois os autovalores de T são 1, 7 e 3. O autovetor associado ao autovalor λ1=1 é o
autovetor v1= (0,0,1) . Assim, escolhendo um vetor inicial que não seja múltiplo de v1,
a aplicação das iteradas de T deve divergir.
75
CAPÍTULO 8. DIAGONALIZAÇÃO DE UMA MATRIZ
Vimos que toda transformação linear T:Rn → Rn tem uma matriz canônica que a
representa. Portanto, podemos associar a cada matriz nxn uma transformação linear do
Rn no Rn. Por exemplo, a matriz
cos(π / 4) − sin(π / 4) 0
T1= sin(π / 4) cos(π / 4) 0
0 0 1
0.8 0.1
T2 =
0 .2 0 .9
pode ser interpretada como uma matriz de probabilidade que pode ser usada para
descrever o comportamento de uma população de indivíduos divididos em duas classes(
por exemplo, fumantes e não-fumantes). No caso da matriz T2, vimos que seus
autovalores e autovetores são respectivamente: autovalor λ1= 0.7, associado com o
autovetor v1 = (–1, 1) e autovalor λ2 = 1, associado com o autovetor v2 = ( 1 , 2 ). Isto
significa que T2(v1) = 0.7*v1 e T2(v2)=1*v2. Dizemos que a matriz T2 tem uma base de
autovetores, pois os autovetores v1=(–1,1) e v2=(1,2) são linearmente independentes,
logo o conjunto {(–1,1) , (1,2)} é uma base do R2. Relacionado com esta propriedade,
está o conceito importante de diagonalização de uma matriz. Antes de vermos como
diagonalizar uma matriz, vamos ver dois exemplos de cálculo de autovalores e suas
multiplicidades algébrica e geométrica.
2 0 0
A = 1 3 0
− 3 5 3
>> A = [ 2 0 0 ; 1 3 0 ; – 3 5 3];
>> poly(A)
ans =
1 –8 21 –18
76
Portanto, p(λ) = λ3 – 8λ2 + 21λ – 18. As raízes deste polinômio são os autovalores da
matriz A, obtidas pelo comando abaixo:
>> roots(poly(A))
ans =
3.0000 + 0.0000i
3.0000 - 0.0000i
2.0000
m=
0 0 0.1231
0 0.0000 -0.1231
n=
3 0 0
0 3 0
0 0 2
Interpretação :
0 0 − 2
A = 1 2 1
1 0 3
77
>> A=[ 0 0 -2;1 2 1;1 0 3]
A=
0 0 -2
1 2 1
1 0 3
>> poly(A)
ans =
1 -5 8 -4
>> roots(poly(A))
ans =
2.0000
2.0000
1.0000
>> [m,n]=eig(A)
m=
0 -0.8165 0.7071
1.0000 0.4082 0
0 0.4082 –0.7071
n=
2 0 0
0 1 0
0 0 2
78
Isto é, o sub-espaço associado ao autovalor λ = 1 é uma reta pela origem do R3, que tem
dimensão 1; o sub-espaço associado ao autovalor λ = 2 é um plano pela origem do R3,
que tem dimensão 2.
0 0 − 2
Exemplo 3. Diagonalização da matriz A = 1 2 1
1 0 3
− 0.8165 0 0.7071
Logo:P=[v1,v2,v3]= 0.4082 1 0 é uma matriz que diagonaliza a matriz A.
0.4082 0 − 0.7071
No Matlab :
>>[P,D]=eig(A)
P=
0 –0.8165 0.7071
1.0000 0.4082 0
0 0.4082 –0.7071
D=
2 0 0
0 1 0
0 0 2
79
Observação: as colunas de P estão trocadas em relação ao resultado acima, pois os
autovalores estão em correspondência. Para efeito da diagonalização, não há problema
nisto.
>> inv(P)
ans =
-2.4495 0 -2.4495
-1.4142 0 -2.8284
>> inv(P)*A*P
ans =
2.0000 0 0
0 1.0000 0
0 -0.0000 2.0000
2 0 0
A matriz 1 3 0 tem autovalores λ = 2 e λ2 = 3 e os autovetores associados
− 3 5 3
são v1= [ 1; – 1; 8 ] e v2 = [ 0; 0 ; 1 ] . Estes autovetores são linearmente independentes,
pois estão associados a autovalores diferentes. Porém, é impossível determinar um
terceiro autovetor LI. Portanto, esta matriz não é diagonalizável.
Teorema.
80
Teorema. Uma matriz Anxn com n autovalores distintos é diagonalizável.
− 14 12
1. A =
− 20 17
1 0
2. A =
6 − 1
1 0 0
3. A = 0 1 1
0 1 1
2 0 − 2
4. A = 0 3 0
0 0 3
− 2 0 0 0
0 −2 0 0
5. A=
0 0 3 0
0 0 1 3
− 2 0 0 0
0 −2 5 − 5
6. A=
0 0 3 0
0 0 0 3
>> clear A
>> [P,D]=eig(A)
P=
–0.6247 –0.6000
81
–0.7809 –0.8000
D=
1.0000 0
0 2.0000
>> inv(P)
ans =
–25.6125 19.2094
25.0000 –20.0000
>> inv(P)*A*P
ans =
1.0000 0.0000
–0.0000 2.0000
− 0.6247 − 0.6000
A matriz P = é uma matriz que diagonaliza a matriz A. As
− 0.7809 − 0.8000
colunas de P são os autovetores da matriz A. A matriz P–1*A*P é uma matriz diagonal,
cujos elementos são os autovalores da matriz A: P–1*A*P = D.
P–1 A P = D
>>D=inv(P)*A*P
D=
1.0000 0.0000
–0.0000 2.0000
>>P*D*inv(P)
ans =
-14.0000 12.0000
82
-20.0000 17.0000
1 0
2. A =
6 − 1
A=
1 0
6 –1
>> [P,D]=eig(A)
P=
0 0.3162
1.0000 0.9487
D=
–1 0
0 1
P1 =
–3.0000 1.0000
3.1623 0
>> clear D;
ans =
–1.0000 -0.0000
0 1.0000
83
1 0
Conclusão : a matriz A = é diagonalizável e uma matriz que diagonaliza A
6 − 1
0 0.3162 − 3.0000 1.0000
é P = . A inversa de P é P–1= .
1 0.9487 3.1623 0.0000
P D P–1 = A
1 0 0
3. A = 0 1 1
0 1 1
>> [P,D]=eig(A)
P=
0 1.0000 0
–0.7071 0 0.7071
0.7071 0 0.7071
D=
0 0 0
0 1 0
0 0 2
P1 =
0 –0.7071 0.7071
1.0000 0 0
0 0.7071 0.7071
84
>> P1*A*P
ans =
0 0 0
0 1 0
0 0 2
1 0 0
Conclusão: a matriz A = 0 1 1 é diagonalizável e uma matriz que diagonaliza A
0 1 1
0 1 0
é a matriz P= − 0.7071 0 0.7071 . A inversa de P é a matriz P–1=
0.7071 0 0.7071
0 − 0.7071 0.7071 0 0 0
1 0 0 =P1. Na forma diagonal,a matriz fica D= 0 1 0 , pois os
0 0.7071 0.7071 0 0 2
autovalores de A são λ1 = 0 , λ2 = 1 e λ3 = 2. Então:
P–1 * A * P = D
0 − 0.7071 0.7071 1 0 0 0 1 0 0 0 0
1 0 0 0 1 1 − 0.7071 0 0.7071 = 0 1 0
0 0.7071 0.7071 0 1 1 0.7071 0 0.7071 0 0 2
1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 − 0.7071 0.7071
0 1 1 = − 0.7071 0 0.7071 0 1 0 1 0 0
0 1 1 0.7071 0 0.7071 0 0 2 0 0.7071 0.7071
2 0 − 2
4. A = 0 3 0
0 0 3
>> clear A;clear P;clear D;clear P1; A=[2 0 -2;0 3 0;0 0 3];
>> [P,D]=eig(A)
P=
1.0000 0 -0.8944
85
0 1.0000 0
0 0 0.4472
D=
2 0 0
0 3 0
0 0 3
P1 =
1.0000 0 2.0000
0 1.0000 0
0 0 2.2361
2 0 − 2
Conclusão: a matriz A = 0 3 0 é diagonalizável e uma matriz que
0 0 3
1 0 − 0.8944
diagonaliza A é a matriz P= 0 1 0 . A inversa de P é a
matriz P1=
0 0 0.4472
1 0 2.0000 2 0 0
0 1 0 = P–1 . Na forma diagonal, a matriz fica D= 0 3 0 , pois os
0 0 2.2361 0 0 3
autovalores de A são λ1 = 2 , λ2 = 3 e λ3 = 3. Então : P–1* A*P =D
1 0 2.0000 2 0 − 2 1 0 − 0.8944 2 0 0
0 1 0 * 0 3 0 * 0 1 0 = 0 3 0
0 0 2.2361 0 0 3 0 0 0.4472 0 0 3
2 0 − 2 1 0 − 0.8944 2 0 0 1 0 2.0000
0 3 0 = 0 1 0 * 0 3 0 * 0 1 0
0 0 3 0 0 0.4472 0 0 3 0 0 2.2361
− 2 0 0 0
0 −2 0 0
5. A=
0 0 3 0
0 0 1 3
86
>> clear A; clear P;clear D;clear P1;A=[–2 0 0 0;0 -2 0 0 ;0 0 3 0 ; 0 0 1 3];
>> [P,D]=eig(A)
P=
1.0000 0 0 0
0 1.0000 0 0
0 0 0 0.0000
0 0 1.0000 -1.0000
D=
-2 0 0 0
0 -2 0 0
0 0 3 0
0 0 0 3
− 2 0 0 0
0 −2 5 − 5
6. A=
0 0 3 0
0 0 0 3
>> [P,D]=eig(A)
P=
1.0000 0 0 0
87
0 0 0.7071 0
0 0 0 0.7071
D=
-2 0 0 0
0 -2 0 0
0 0 3 0
0 0 0 3
Resumindo:
Multiplicidade algébrica: número de vezes que um autovalor aparece como raiz de p(λ)
= 0.
Exemplo.
0 0 − 2
A = 1 2 1
1 0 3
>> [P,D]=eig(A)
P=
0 -0.8165 0.7071
88
1.0000 0.4082 0
0 0.4082 -0.7071
D=
2 0 0
0 1 0
0 0 2
Interpretação:
89
CAPÍTULO 9. POTÊNCIAS DE UMA MATRIZ
DIAGONALIZÁVEL
A = PDP–1 (2)
A2=PD2P–1 (3)
Ak=PDkP–1 (4)
Esta equação, que é válida para uma matriz A diagonalizável, expressa a k-ésima
potência de A em termos das k-ésimas potências de D, portanto, sendo mais fácil de
calcular, pois sendo D uma matriz diagonal, então Dk= diag( λ 1k , λ k2 ,..., λ kn ). Por
1 0 0 14 0 0
exemplo, se D= 0 2 0 , então D4 = 0 2 4
0 .
0 0 2 0 0 2 4
Exemplo 1. Usar a fórmula (4) para calcular a potência A13 da matriz diagonalizável
0 0 − 2
A = 1 2 1 .
1 0 3
− 2 − 1 0
Solução: como vimos, uma matriz que diagonaliza a matriz A é P = 1 0 1 . A
1 1 0
− 1 0 − 1 1 0 0
inversa de P é P = 1 0 2 e D = P AP= 0 2 0 . Assim:
–1 –1
1 1 1 0 0 2
90
− 2 − 1 0 1
13
0 0 − 1 0 − 1 − 8190 0 − 16382
A =PD P = 1 0 1 0 9191 8192 8191
13 13 –1
213 0 1 0 2 =
1 1 0 0 0 213 1 1 1 8191 0 16383
91
CAPÍTULO 10. FATORAÇÃO LU
Passo 2. Definir uma nova incógnita y por Ux = y; o sistema Ax=b fica igual a Ly=b.
2 6 2 2 0 0 1 3 1
− 3 − 8 0 = − 3 1 0 0 1 3
4 9 2 4 − 3 7 0 0 1
A = L U
2 6 2 x 1 2
e usar este resultado para resolver o sistema − 3 − 8 0 x 2 = 2
4 9 2 x 3 3
A x = b
2 0 0 1 3 1
Solução : definimos L = − 3 1 0 e U = 0 1 3 . Multiplicando estas
4 − 3 7 0 0 1
matrizes, obtemos :
92
2 0 0 1 3 1 2 ⋅1 + 0 ⋅ 0 + 0 ⋅ 0 2 ⋅ 3 + 0 ⋅1 + 0 ⋅ 0 2 ⋅1 + 0 ⋅ 3 + 0 ⋅1
LU= − 3 0 1 3 = − 3 ⋅1 + 1⋅ 0 + 0 ⋅ 0 − 3 ⋅ 1 + 1 ⋅ 3 + 0 ⋅ 1
1 0 − 3 ⋅ 3 + 1⋅1 + 0 ⋅ 0
4 − 3 7 0 0 1 4 ⋅ 1 + (−3) ⋅ 0 + 7 ⋅ 0 4 ⋅ 3 + (−3) ⋅ 1 + 7 ⋅ 0 4 ⋅ 1 + ( −3) ⋅ 3 + 7 ⋅ 1
2 6 2
= − 3 − 8 0 = A
4 9 2
2 6 2 2 0 0 1 3 1
Isto é, A = LU, ou − 3 − 8 0 = − 3 1 0 0 1 3
4 9 2 4 − 3 7 0 0 1
A = L U
2 0 0 1 3 1 x 1 2
Temos, então: − 3 1 0 0 1 3 x = 2
2
4 − 3 7 0 0 1 x 3 3
L U x = b
1 3 1 x 1 y1
Definimos o sistema do passo 2: 0 1 3 x = y
2 2
0 0 1 x 3 y 3
U x = y
onde
2 0 0 y1 2
− 3 1 0 y = 2
2
4 − 3 7 y 3 3
L y = b
ou equivalentemente : 2y1 = 2
–3y1 + y2 = 2
cuja solução é y1 = 1 ; y2 = 5 ; y3 = 2.
93
1 3 1 x 1 1
Resolvemos agora U x = y , isto é: 0 1 3 x 2 = 5
0 0 1 x 3 2
ou : x1 + 3x2 + x3 = 1
x2 + 3x3 = 5
x3 = 2
x3 = 2 , x2 = – 1, x1 = 2 .
2 6 2 x 1 2
Conclusão: a solução do sistema − 3 − 8 0 x 2 = 2 é x3 = 2, x2 = – 1, x1 = 2.
4 9 2 x 3 3
Em notação usual, o sistema dado é
–3x1 – 8x2 =2
–3*2 – 8*(–1) = –6 + 8 = 2
4*2 + 9*(–1)+2*2 = 8 – 9 + 4 = 3
2
Em notação matricial, a solução é x = − 1 .
2
2 8 x 1 − 2 2 8
Exemplo 2. Resolução do sistema − 1 − 1 x = − 2 . Temos A= − 1 − 1
2
− 2 2 x + 8 x 2 = −2
e b= . Note que este sistema equivale a 1 .
− 2 − x 1 − x 2 = −2
2 8
Solução no Matlab: definimos a matriz A = no Matlab e depois fazemos:
− 1 − 1
94
>> [L,U]=lu(A)
L=
1.0000 0
–0.5000 1.0000
U=
2 8
0 3
2 8 1 0 2 8
Então : A= = − 0.5 1 0 3
− 1 − 1
A = L U
Resolvemos o sistema Ly = b
1 0 y1 − 2
− 0 .5 1 y = − 2
2
y1 − 2
No Matlab, usando o comando y = L\b, resulta y = = .
y 2 − 3
2 8 x 1 − 2
0 3 x = − 3
2
x 3
x= 1 =
x 2 −1
2 8 x1 − 2 x 1 3
Conclusão: a solução do sistema x = − 2 é x = −1 .
− 1 − 1 2 2
2 8 3 2 ⋅ 3 + 8 ⋅ (−1) − 2
Verificação : − 1 − 1 −1 = (−1) ⋅ 3 + (−1) ⋅ (−1) = − 2
O comando lu tem duas opções no Matlab. A opção [l,u]=lu(A) apresenta uma matriz
L que sofre permutações e não tem, em geral, o formato triangular inferior. A opção
[l,u,p]=lu(A) apresenta a matriz L como matriz triangular inferior, a matriz U como
triangular superior e a matriz de permutação P tal que A = P–1LU, ou seja, PA = LU.
95
Deste modo, se usarmos a opção [l,u,p] do comando, para resolver o sistema Ax=b,
devemos multiplicar o vetor b por P. Em alguns casos, a matriz P é a matriz identidade,
o que não altera o vetor b. Para resolver o sistema Ax = b, usando o comando
[L,U,P]=lu(A), devemos seguir os seguintes passos:
4) Calcular y = L\b1 .
5) Calcular x = U\y.
96
Exercícios. Resolver os sistemas abaixo, usando a fatoração LU da matriz dos
coeficientes do sistema. Apresentar as matrizes L,U,P, os vetores y e x. Na solução
apresentada abaixo, foi usada a opção [l,u,p] do comando lu.
3x 1 − 6x 2 = 0
1.
− 2 x 1 + 5 x 2 = 1
x 1 − 3x 2 =1
2. x 2 + 3x 3 = 5
2x − 10x + 2x = −7
1 2 3
− x1 + x3 =5
2 x + 3x − 2 x + 6 x = − 1
3. 1
2 3 4
− x 2 + 2x 3 =3
x 3 + 5x 4 = 7
A = L U
0 2
y = L\b = ; x = U\y = é a solução do sistema. De fato:
1 1
3*2 – 6*1 = 0
–2*2 + 5*1 = 1
1 − 3 0 1 0 0 2 − 10 2
2. Fatoração LU 0 1 3 = 0.5 1 0 0
2 − 1 ;
2 − 10 2 0 0.5 1 0 0 3.5
A = L U
0 0 1 1 − 7
P = 1 0 0 ; b= 5 ; b1 = P*b= 1
0 1 0 − 7 5
97
−7 8.9286
y = L\b1 = 4.5 ; x = U\y = 2.6429 . Verificação: a cargo do leitor.
2.75 0.7857
3. Fatoração LU
− 1 0 1 0 1 0 0 0 2 3 − 2 6
2 3 −2
6 − 0 .5 1 0 0 0 1 .5 0 3
= ;
0 −1 2 0 0 − 0.6667 1 0 0 0 2 2
0 0 1 5 0 0 0 .5 1 0 0 0 4
A = L U
0 1 0 0
1 0 0 0
P= ( Esta matriz permuta as linhas 1 e 2 , mantendo as linhas 3 e 4)
0 0 1 0
0 0 0 1
5 − 1 − 1 − 3
− 1 5 4. 5 1
b= ; b1 = P*b = ; y = L\b1 = ; x = U\y = . Verificação: a
3 3 6 2
7 7 4 1
cargo do leitor.
98
CAPÍTULO 11. DECOMPOSIÇÃO EM VALORES
SINGULARES
1
d) ui = Av i , i=1,2,...,k
σi
3 2
Exemplo 2. Encontre a decomposição em valores singulares da matriz A =
0 3
.
3 0
Solução: o primeiro passo é encontrar os autovalores da matriz ATA=
2 3
3 2 3 2 3
= .
0 3 2 3 7
No Matlab:
99
ans =
1.7321 0
2 1.7321
>>aux =
3.0000 3.4641
3.4641 7.0000
ans =
1 –10 9
>> [m,n]=eig(aux)
m=
– 0.8660 0.5000
0.5000 0.8660
n= 1 0
0 9
− 0.8660 0.5000
v1 = e v2 =
0.5000 0.8660
>>sigma=sqrt(diag(n))
sigma =
100
3
1 1 3 2 − 0.8660 − 0.5000
u1 = Av1 = = ,
σ1 10 3 0.5000 0.8660
1 1 3 2 0.5000 0.8660
u2 = Av 2 = 0.8660 = 0.5000
σ2 30 3
No Matlab:
>> U=[u1,u2]
U=
– 0.5000 0.8660
0.8660 0.5000
>> V=[v1,v2]
V=
–0.8660 0.5000
0.5000 0.8660
e portanto:
σ1 0
A matriz S é uma matriz diagonal dada pelos valores singulares: S= .
0 σ2
S(i,i)=sigma(i);
end
>>S
S =
1 0
101
0 3
A = U S VT
Exercícios.
4 2 2
1. Efetuar a decomposição em autovalores A = PDP –1
para a matriz A = 2 4 2
2 2 4
.
2 0 − 2
3. Seja M = 0 3 0 . Use a diagonalização de M para calcular M6.
0 0 3
1 2
4. Efetuar a decomposição em valores singulares da matriz .
2 − 2
4 6
5. Efetuar a decomposição em valores singulares da matriz A= . Verifique no
0 4
Matlab a igualdade A= USVT.
1 2 0
6. Efetuar a decomposição em valores singulares da matriz A= 2 1 0 . Verifique
0 0 3
no Matlab a igualdade A= USVT.
102
0.4082 0.4082 − 0.8165 4 2 2 0.4082 0.7071 0.5774 2 0 0
0.7071 − 0.7071 2 4 2 = 0 2 0
0 0.4082 − 0.7071 0.5774
0.5774 0.5774 0.5774 2 2 4 − 0.8165 0 0.5774 0 0 8
P–1 A P = D
2 0 0
Isto é, P–1AP = D, onde D = 0 2 0 .
0 0 8
2 0 − 2
3. M= 0 3 0 . A diagonalização de M é
0 0 3
2 0 − 2 1 0 − 0.8944 2 0 0 1 0 2.0000
0 3 0 = 0 1 0 0 3 0 0 1 0 =PDP–1. Logo,
0 0 3 0 0 0.4472 0 0 3 0 0 2.2361
M = P D P–1
103
1 2
4. A decomposição em valores singulares da matriz é
2 − 2
4 6
5. A decomposição em valores singulares da matriz A= é
0 4
1 2 0
6. A decomposição em valores singulares da matriz A= 2 1 0 é
0 0 3
1 2 0 0 − 0.7071 − 0.7071 3 0 0 0 0 1
2 1 0 = 0 − 0.7071 0.7071 0 3 0 − 0.7071 − 0.7071 0
0 0 3 1 0 0 0 0 1 0.7071 − 0.7071 0
A = U S VT
104
Referências:
1. Noble, Ben. Álgebra Linear Aplicada. Rio de Janeiro, Prentice Hall do Brasil, 1986.
3. Claudio, Dalcidio Moraes. Cálculo numérico computacional. São Paulo: Atlas, 2000.
4. Lima, Elon et al. A matemática do ensino médio. Rio de Janeiro, SBM, 1999.
5. Barroso, Leônidas et. al. Cálculo numérico. São Paulo: Harbra, c. 1987.
6. Anton, Howard. Álgebra linear: com aplicações. Porto Alegre, Bookman, 2001.
Nos links abaixo, você encontra programas que “simulam” o Matlab e são programas
livres :
http://freemat.sourceforge.net/download.html
http://www.scilab.org/
http://www.mat.ufmg.br/~regi/topicos/intmatl.html
http://www.del.ufms.br/tutoriais/matlab/apresentacao.htm
105