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AISI 420 Parte 1 PDF
AISI 420 Parte 1 PDF
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2o Encontro da Cadeia de Ferramentas, Moldes e Matrizes - ABM, 21 a 23 de
Setembro, São Paulo/SP.
2
Membro da ABM. Engenheiro Metalurgista. Mestre em Engenharia Metalúrgica e Doutor em
Ciências. Diretor Técnico da Heat Tech - Tecnologia em Tratamento Térmico e Engenharia de
Superfície.
281
1. INTRODUÇÃO
Elemento C Si Cr Mo V
Tipo VP 420 [4] 0,40 0,80 13,5 ------- 0,25
Tipo AISI 420 0,15 mín. 1,00 12,0 - 14,0 0,60 máx. -------
Regular [5] máx. (opcional)
282
A Figura 1 apresenta o diagrama pseudobinário do sistema Fe-C-Cr para a
composição fixa de 13,0% de 1600
cromo [7]. As principais AISI 420
13% Cr
transformações de fase que 1500
ocorrem na composição base Fe- L +α
α+γ L
0,4%C-13%Cr, podem ser 1400
L +α +γ
Temperatura, oC
observadas pela linha tracejada
marcada no diagrama para o teor 1300 L + M7C3
de 0,4% em massa de carbono. No α γ
aço AISI 420 a solidificação se 1200
inicia pela formação de ferrita. No L + γ + M7C3
estado sólido, a característica mais 1100
γ + M7C3
importante é a presença do campo γ + M23C6 γ+
monofásico de estabilidade da 1000 M23C6 +
γ + M23C6 + M7C3
austenita, bifásico de α M3C
900
austenita/carboneto M23C6 e 0 1 2 3 4
trifásico de austenita/M23C6/M7C3,
α + γ + M23C6 Teor de Cromo (% em massa)
em uma ampla faixa de
temperatura, que permite a
Figura 1 – Diagrama pseudobinário do sistema
têmpera do aço. Na temperatura Fe-C-Cr [7].
ambiente, a microestrutura é
composta de uma matriz ferrítica com carbonetos tipo M23C6. É importante salientar
que apesar do diagrama pseudobinário informar os campos de estabilidade de fases
e os pontos de transformações, não é possível obter a fração das fases em equilíbrio
ou sua composição, sendo para isto necessária a utilização de seções isotérmicas
[8].
Deve ser desconsiderado que, nos aços de alta liga, o nível de austenita
retida após a têmpera é elevado. Quando o revenimento é realizado em
temperaturas superiores a do endurecimento secundário é necessário levar em
conta que esta austenita retida será desestabilizada e se transformará em
martensita virgem no resfriamento após o revenimento. Desta forma, é necessário
realizar mais de um revenimento para transformar a maior quantidade de austenita
retida em martensita virgem e promover o revenimento da martensita virgem
formada.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
2.1 Material
Neste trabalho foi utilizado o aço inoxidável martensítico similar ao Tipo AISI
420, procedente de lote industrial, recebido na forma de uma barra redonda,
recozida, com 200 mm de diâmetro. O material procede de lingote ESR, “electro-
slag-remelting”, refundido a partir de eletrodos procedentes de corrida de forno a
arco e posterior tratamento por metalurgia de panela. O lingote ESR foi previamente
homogeneizado antes do processo de forjamento. A barra forjada foi recozida em
tratamento de esferoidização. A composição química das barras foi determinada por
métodos instrumentais e fornecida pelo fabricante. Este material foi inicialmente
caracterizado com relação à microestrutura e dureza. A dureza do material foi
avaliada por medidas em escala Brinell, sendo os resultados apresentados
referentes à média de cinco determinações.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
25 µm
285
A Figura 4 mostra a variação da dureza da martensita em função da
temperatura de austenitização. Verifica-se um aumento da dureza entre 900oC e
1050oC, decorrente da dissolução de carbonetos de cromo que elevam tanto o teor
tanto de cromo quanto de
carbono dissolvidos na 60
matriz, aumentando o grau
de supersaturação da
55
martensita pelo carbono
Dureza, HRC
o
[12,13]. Acima de 1050 C a
fração de austenita retida é 50
suficientemente elevada
para resultar em uma
diminuição na dureza do 45
aço. É importante salientar
que o aumento de dureza é
40
provocado pela distorção
850 900 950 1000 1050 1100 1150
da rede cristalina da
o
martensita enquanto que a Temperatura de Austenitização, C
austenita possui reticulado
livre de tensões e o Figura 4 - Curva de têmpera para diferentes
aumento de sua fração temperaturas de austenitização.
volumétrica na estrutura se
reflete em uma diminuição na dureza global [6,13].
25 µm
286
Como de mostrado no equilíbrio pseudobinário da Figura 1, na temperatura
de 1025oC nos carbonetos secundários presentes na microestrutura não são
totalmente solubilizados. A Figura 6 apresenta a variação na fração de carbonetos
existente entre a estrutura no estado recozido e após austenitização a 1025oC. Os
valores medidos mostram que a fração de carbonetos diminui de 17,8 % no estado
recozido para 10,1 % após a austenitização e têmpera.
25 µm 25 µm
25 µm
de carbonetos de 200
cromo, mostra que para
temperaturas de 150
austenitização, entre
900 e 1025oC, a 100
resistência à corrosão
aumenta, por um efeito 50
benéfico provocado
pelo enriquecimento de
0
cromo na matriz. Em Rec 900 950 1000 1025 1050 1075 1100
temperaturas o
Temperatura de Austenitização, C
superiores verifica-se
um aumento na taxa de Figura 9 – Variação da perda de massa com a temperatura
corrosão. de austenitização para a têmpera.
288
Como o teor de carbono na matriz aumenta com um aumento da temperatura
de austenitização, seria de se esperar um aumento crescente da resistência á
corrosão com o aumento da temperatura de austenitização por conseqüência do
aumento do teor de cromo em solução sólida na matriz [15]. De acordo com a
literatura, a resistência à corrosão destes aços estaria relacionada à intensidade de
precipitação de carbonetos de cromo no revenimento [16,17] e com a conseqüente
retirada de cromo da matriz, diminuindo a resistência à corrosão. Entretanto, acima
de 1025oC a resistência à corrosão diminui. Nestas condições, o mecanismo deve
ser creditado a dependência da resistência à corrosão do nível de tensão presente
na microestrutura do material [18]. O nível de tensão interna do reticulado da
martensita provocado pelo aumento no grau de supersaturação em carbono com o
aumento na temperatura de austenitização [6,13] é o responsável pela diminuição na
resistência à corrosão acima de 1025oC. A diminuição na perda de massa para a
temperatura de austenitização de 1100oC deve ser decorrente da presença de
austenita retida após a têmpera. A fração volumétrica desta fase, livre de tensões
internas, é suficiente para compensar a perda de resistência à corrosão atribuída a
martensita virgem, sustentando a hipótese de que a tensão interna é um parâmetro
fundamental na resistência à corrosão deste aço.
180
160
-3
140
Perda de Massa, 10
120
100
80
60
40
20
0
Recozido TP = 1100oC Revenido Revenido Revenido
200oC/48h 200oC/2h 500oC/(2X2h)
Tratamento Térmico
289
4. CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
291
HEAT AND SURFACE TREATMENT FOR THE
MARTENSITIC STAINLESS STEEL TYPE AISI 420
USED ON PLASTIC MOULDING
PART I: HEAT TREATMENT
Martensitic stainless steel AISI 420 is widely used for plastic and
glass mould. This steels is suitable to heat treatment to increase hardness and
corrosion resistance. The base chemical composition is Fe-0.4%C-13.5%Cr,
with Mo and/or V additions to increase the tempering response. On quenching
the hardness increases up to the austenitizing temperature of 1050oC. The
secondary hardening on tempering is near 500oC reaching 48 to 50 HRC. The
corrosion resistance varies with the austenitizing and tempering temperatures.
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