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I SEMINÁRIO KAOS-BRASIL

TEMA: GNOSIS – FOCO – NÃO PENSAMENTO

Por T Lone Wolf – t_lone_wolf@yahoo.com.br


p/ o I seminário da lista de discussão kaos-brasil
http://groups.yahoo.com.br/group/kaos-brasil

1 - O QUE É Gnosis, Foco, Não pensamento.


Os três termos, Não-pensamento, Gnosis e Foco, muitas das vezes são usados como
sinônimos, indistintamente. Contudo, cabe fazer inicialmente uma distinção entre os três
termos, para que seja possível traçar suas similaridades. Podemos dizer que o Não-
Pensamento é um dos caminhos para se atingir o estado de Gnosis e que, durante o estado
de Gnosis é que se estabelece um Foco.

Diz o dicionário Aurélio sobre a palavra ´pensamento´:

[De pensar + -mento.]


S. m.
1. Ato ou efeito de pensar, refletir, meditar; processo mental que se
concentra nas idéias:
2. Faculdade de pensar logicamente:
3. Poder de formular conceitos:
4. Aquilo que é pensado; o produto do pensamento; idéia:
5. Reflexão, meditação:
6. Mente, intelecto, espírito:
7. Fantasia, sonho, imaginação:
8. Lembrança, recordação, idéia:
9. Modo de pensar; ponto de vista; opinião:
10. Cuidado; solicitude, preocupação:
11. Esperança, expectativa, idéia:
12. Frase que encerra um conceito moral, ou tema que dá matéria para
reflexão:
13. A idéia, o tema, o núcleo de uma obra:
14. O produto intelectual de um determinado indivíduo, grupo, país, ou época:
15. Filos. Atividade psíquica que abarca os fenômenos cognitivos,
distinguindo-se do sentimento e da vontade.

O Não-pensamento, como é possível se apreender da etmologia das palavras, é a quietude


da mente, um período no qual a mente cessa seu diálogo interno, parando o pensamento.
Portanto, qualquer período, por menor que seja, em que a mente cesse de pensar, temos
presente o ´não-pensamento´.

Vejamos agora o que diz o dicionário Aurélio sobre a palavra Gnose.


[Do gr. ecles. gnôsis.]
S. f.
1. Conhecimento, sabedoria.
2. Hist. Filos. Conhecimento esotérico e perfeito da divindade, e que se
transmite por tradição e mediante ritos de iniciação.

Aqui o termo utilizado ´gnosis´ afasta-se um pouco do conceito vernacular de ´gnose´.


Gnosis como utilizado na magia do caos significa um estado alterado de consciência, no
qual é possível o agente trabalhar com a energia formadora e mutante do universo, ou
ainda o com o próprio universo em transformação, chamado pelos magistas desta área de
Caos. Este estado alterado de consciência pode ser descrito como um transe mágico, onde
as ondas cerebrais passaram de um estado de vigília desperta e pensante para um estado
ainda de vigília, mas em que a mente cessou seu diálogo interno. Poderíamos dizer que o
estado mental definido como Gnosis situa-se entre os estados mentais da vigília desperta
pensante e do subconsciente/inconsciente obtido no sonho/sono.

Eis que, uma das formas de obtenção deste de Gnosis, é justamente a manutenção do
estado de não-pensamento por períodos duradouros o suficiente para provocar o transe
mágico. Podemos então dizer que o não-pensamento é uma das formas de se chegar a
Gnosis. O período de não pensamento necessário para levar ao transe variará de pessoa
para pessoa e de momento para momento, mas, de uma forma geral, os treinamentos para
obtenção de Gnosis pelo não-pensamento sugerem que o praticante consiga manter sua
mente neste estado por quinze minutos, pelo menos.

Vejamos agora o conceito de ´foco´. Diz o dicionário Aurélio sobre esta palavra:

[Do lat. focu, por via erudita.]


S. m.
1. Ópt. Numa lente delgada, o ponto para onde converge, ou de onde diverge,
um feixe colimado de luz, depois de atravessá-la.
2. Ópt. Num espelho de pequena abertura, o ponto para onde converge, ou de
onde diverge, um feixe colimado, depois de ser por ele refletido.
3. Ópt. Foco primário.
4. Ópt. Foco secundário.
5. Fig. Ponto de convergência; centro, rede: &
6. Lugar donde saem emanações.
7. Facho, farol: 2

Dá-se aqui o conceito de foco ou ´focus´ ao ato de manter sua mente em estado de
concentração mágica sobre um objeto de observação, podendo este ser uma imagem, uma
cena, um som ou uma sensação corporal ou emocional. É importante lembrar que a mente
estará em gnosis, ou seja, terá cessado o pensamento, logo ao dizer que focus é o ato de
manter a mente em concentração mágica sobre um objeto, quer-se dizer que a mente estará
livre de pensamentos sobre aquele objeto, mas ainda assim, estará em sua totalidade
concentrada na existência do objeto, mantendo a atenção em tantas particularidades dele
quantas sejam possíveis, sem, no entanto, pensar sobre nenhuma delas.
Dos três conceitos, podemos ver que em comum, o não-pensamento, a gnosis e o foco têm
a vacuidade do diálogo da mente, o estado passivo em uma atitude positiva de não pensar.
Portanto, quando os termos forem usados indistintamente, é a esta vacuidade da mente a
que se remete. Se usado propriamente, não-pensamento ainda é esta vacuidade, gnosis é o
transe mágico provocado por esta vacuidade e foco é a atenção da mente sobre um objeto
em estado de vacuidade.

Tendo colocado estes conceitos pessoais sobre os termos, vejamos o que outros autores
disseram a respeito.

“A habilidade de ignorar a mente analítica e prestar atenção às mensagens


mandadas pelo subconsciente apresenta a qualidade que nós reconhecemos como
´genius´ “ – Ray Sharin - Book of Results, pag. 21.

“O nível da Gnosis é atingido quando a mente torna-se intensamente consciente de


qualquer coisa. Isto não é o mesmo que pensar intencionamente sobre algo, pois
neste estado de intensa atenção o pensamento cessa, o o objeto da consciência
detém completamente a atenção da mente. Terror, raiva, orgasmo e várias
meditações aquietadoras irão provocar esta condição”. – Peter J. Carroll – Liber
Null & Psichonaut, pag. 122.

“O nível gnóstico é a própria fonte dos poderes mágicos e estados místicos da


consciência. A despeito da onde de verborragia sem senso que a experiência
mística provoca no plano intelectual, é muito simples declarar o que é Gnosis e
como alcançá-la. Gnosis é a intensa consciência de algo, incluindo as idéias de
self e nada. Os maiores extremos de emocionalidade (e não só as emoções legais)
podem iniciá-lo, e então um ato profundo de concentração focada sobre algo. “–
Peter J. Carroll – Liber Null & Psichonaut, pag. 122.

2 – POR QUE é necessário o conhecimento e maestria sobre a


Gnosis, Foco e Não pensamento.
Durante os períodos de vigília, é no estado de gnosis que o magista está mais próximo de
programar seu subconciente e o próprio Caos, pois terá voluntariamente sobrepassado o
censor psíquico. É no estado de gnosis que a forma usual de encantamento da magia do
caos, os sigilos, são disparados nas diversas técnicas possíveis de sigilização. É no estado
de gnosis que o ´genius´ está ativo, sendo possível utilizar as demais funções psiquicas da
mente, como telepatia, pré-cognição clari-auditiva ou clari-vidente. É no estado de transe
mágico que as operações mágicas de evocação e invocação serão mais suscetíveis de
sucesso.

Podemos dizer que o transe ou estado de gnosis é a plataforma de trabalho da magia do


caos. Dela pode se estabelecer o foco em qualquer objeto de concentração que esteja
envolvido em uma operação mágica.
Vejamos o que os ´doutrinadores do Caos´ disseram a respeito do porque ser necessária a
gnosis dentro da magia:

“Parece que durante o estado de gnosis a mente em si mesma desliga o mecanismo


censor da mesma maneira que desliga as funções analíticas. O sigilo sobre o qual
alguém tem despendido tanto tempo e esforço pode então ser impresso na função
subconsciente (n.t. – da mente) juntamente com os demais dados sensoriais do rito
– cor, sons, cheiros, gostos, etc.” – Ray Sharin – Book of Results, pag. 38.

“Um dos métodos de passar sobre o mecanismo censor (n.t. – censor psíquico) é
gnosis, o estado parecido com o transe trazido tanto pela excitação ou inibição do
corpo.” – Ray Sharin – Book of Results, pag. 38.

“Estados alterados de consciência são a chave para os poderes mágicos. O estado


da mente requerido em particular tem um nome em todas as tradições: ´Não-
Mente´. ´Parando o diálogo interno´, ´passando pelo buraco da agulha´, ´ain ou
nada´, ´samadhi´, ou ´único ponto´. Neste livro isto será conhecido por Gnosis.
Isto é uma extenção do transe mágico por outros meios.” – Peter J. Carroll –
Liber Null & Psichonaut, pag. 31.

“ Gnosis é a chave para as habilidades mágicas, como Peter Carroll definiu. É a


realização de um intenso estado de consciência conhecida em várias tradições
como Não-Mente , Disfoco , ou Sartori. A Consciência é esvaziada de toda a
informação menos a objetiva subjetiva de concentração do resultado desejado.
Vários métodos de alcançar gnosis podem ser recorridos, de dançar
frenéticamente até a contemplação extasiada de uma idéia. Alcançar gnosis pode
resultar, para os religiosamente-orientados, em uma 'experiência místicas -
posseção de Deuses ou Demônios, ou revelação de verdades divinas.
Porém, para o mago esses conteúdos de tal experiência são bem menos
interessante do que o que pode ser feito com eles - é durante o momento de gnosis
que podem ser lançados sigilos. “ - Morbitus Vividus – Texto sobre Sigilização.

Para facilitar o entendimento de onde se situa a gnosis dentro das funções da mente, em
relação ao subconsciente, ao censor psíquico, ao estado desperto analítico respresentado
pelo diálogo interno, ao ego e a raiz da percepção e vontade individuais chamada Kia, é
apresentado aqui um diagrama baseado no modelo das 6 funções da mente, de Ray Sharin,
apresentado em sua obra ´Book of Results´.
Israel Regardie, em sua obra O Poder da Magia, traz a sua versão do censor psíquico, com
o nome de Barreira Endopsíquica. Diz ele sobre o tema:

A Barreira Endopsíquica

Por enquanto, e apenas para propósito desta discussão, admitamos a validade do


primeiro conceito do inconsciente, como sendo um titã capaz de responder a
sugestões. A teoria afirma, portanto, que, se diante de algum mal corporal ou
disfunção pudermos dizer literalmente ao inconsciente o que desejamos que seja
feito, esses resultados ocorrerão em resposta a nosso desejo concentrado.
Teoricamente, a teoria parece correta. Infelizmente, em primeiro lugar, ela não
leva em conta que no começo da vida uma barreira impenetrável é erguida dentro
da própria psique; uma barreira de inibição é construída entre o inconsciente e o
eu pensante consciente - uma barreira de preconceitos, falsos conceitos morais,
noções infantis, orgulho e egoísmo. Tão profunda é essa barreira blindadas, que
nossas tentativas de passar por cima dela, contorná-la, atravessá-la são
absolutamente impotentes. Ficamos separados de nossas raízes e não temos poder
nem capacidade de entrar em contato com o lado mais profundo, o lando
instintual, o lado mais potente de nossa natureza.
Todas as várias escolas de auto-sugestão e metafísica têm teorias e técnicas
diferentes sobre como vencer a barreira. Que algumas pessoas conseguem é
indiscutível. Encontramos quase todo dia um indivíduo aqui, outro acolá que são
capazes de "demonstrar" - para usar a terrível palavra que eles usam tão
facilmente. Esses poucos são capazes de impressionar sua mente inconsciente com
certas idéias que parecem cair em campo fértil, frutificar e dar resultados. A esses
não podemos desmentir - por mais que as vezes desejamos, tão ofensiva é a sua
presunção, sua atitude dogmática, sua desconsideração.

Mas a grande maioria dos seus sectários falha lamentavelmente. Não são,
obviamente, capazes de vencer as dificuldades pelo emprego das rotinas
habituais.

Estou certo de que os sábios e magos antigos conheciam esses problemas -


conheciam-nos muito bem. Estou também absolutamente certo de que percebiam
que a técnica por eles usada era, entre outras coisas, um processo de sugerir a si
próprios uma série de idéias criativas. Mas do que estou igualmente certo é isto:
eles aperfeiçoaram um método quase ideal, que se mostrava capaz de penetrar
essa barreira endopsíquica até agora impenetrável. Eram capazes de chegar até
esse titã aprisionado, fechado no coração de cada um de nós, e libertá-lo para que
pudesse trabalhar com eles e para eles. Assim tornaram-se quase líricos em suas
descrições do que podia ser realizado pelo indivíduo que empregasse as técnicas
com coragem e perseverança.

Como digo, eles conheciam a existência dessa armadura psíquica e conheciam-na


muito bem. Todos os seus métodos eram dirigidos no sentido de mobilizar as
forças do indivíduo, reforçar sua vontade e imaginação, a fim de que ele pudesse
chegar sozinho a perceber seu parentesco, sua identidade e sua unidade com o eu
inconsciente.

O que eram esses métodos, espero descrever com alguns pequenos detalhes nestas
páginas. Alguns deles podem parecer-nos irracionais. Certamente são irracionais.
Mas isso não é argumento para rejeitá-los sumariamente. Grande parte da própria
vida é irracional. Mas cabe a nós aceitar a vida em todos os seus aspectos
racionais tanto quanto irracionais. Uma das primeiras coisas que o paciente
psicanalítico aprende é este fato: que ele tem pelo menos dois lados, um racional e
outro irracional. Juntos formam um eu único e distinto - sua personalidade. Se
nega a existência de qualquer um deles, o paciente pratica violência contra si
próprio e deve sofrer as consequências. Ambos esses dois fatores devem ter a
permissão de existir lado a lado, cada um deles afetando o outro. Dessa maneira,
o indivíduo crescerá, intelectual, emocional e espiritualmente, e todos seus
caminhos prosperarão. Com negativa, nada poderá resultar senão complicação,
neurose e doença.

Esses processos irracionais que foram instituídos antigamente, como técnicas de


Magos, compreendem o uso de invocação ou prece, o emprego da imaginação
para formular imagens e símbolos, o emprego do senso religioso para despertar o
êxtase e intensidade de sentimentos, e o uso de ritmos de respiração que alteram
os costumeiros padrões neurofisiológicos e assim tornam mais permeável a
barreira dentro da própria mente. Tudo o que conduz à intensificação de
sentimento e imaginação, que leva à instigação de um êxtase irresistível é
encorajado, pois é nesse estado psicológico que as barreiras e fronteiras normais
da personalidade consciente podem ser atravessadas em um tempestuoso assalto
de concentração emocional.

Em uma entrevista, o cientista Oscar Ichazo relatou como chegou a um estado de


iluminação. Para o paradigma da magia do caos, é através do estado de gnosis que tais
iluminações ocorrem, pela anulação das funções do censor psíquico. Vejamos um trecho
da entrevista.

Entrevista com Oscar Ichazo

JM: Quando você voltou do Oriente, você passou alguns anos processando o que
você aprendeu. Você pode falar sobre isso?

OI: Quando eu voltei em 1960, eu recomeçei a ensinar em meu grupo de estudos.


Depois, em 1964, eu fui para a casa de meu pai na Bolívia, para passar um ano em
solidão. Eu tive lá uma experiência que me veio sem esforço de minha parte, e
realmente me surpreendeu. Eu achei que essa experiência era a coisa - que eu não
precisava aprender mais nada. Eu tinha atingido a Totalidade.

JM: Isso que você está descrevendo é o que você chamou de "coma divino"?

OI: É normalmente conhecido como coma, mas também foi um estado de êxtase.
Meu corpo estava num estado muito suave de sono, mas eu não estava dormindo -
eu estava completamente consciente. Todas as funções de meu corpo diminuíram
tão intensamente que, por alguns momentos eu perdi a realidade de que estava
vivo. Eu tive a experiência de estar vivendo não apenas esta realidade, mas
também outras realidades ao mesmo tempo. Eu tinha muitas visões, uma após
outra, que, enquanto eu estav naquele estado, faziam tremendo sentido, mas
quando eu saí dele eu começei a ter minhas dúvidas.

JM: Que espécie de visões você teve nessa experiência?

OI: Eu vi como as leis organizaram o próprio cosmos, leis que eu já tinha


compreendido racionalmente, mas que egora eu estava vendo. Eu tive experiências
cosmológicas, de como o mundo foi criado. Eu via as relações matemáticas entre
as coisas, que me levou na direção de um novo cálculo. Esse cálculo tratava com
problemas lógicos em si próprios, ao invés de traduzi-los para uma outra
linguagem, como estamos fazendo agora. Outro tipo de experiência foi ver o tipo
de tempo em que estamos agora e o que é preciso fazer para obter soluções para
este mundo cheio de problemas em que estamos vivendo. Durante essa época, o
início dos anos 60, poucas pessoas tinham consciência de que estávamos já tão
perto desses problemas. Pelo contrário, havia uma expectativa de que
continuaríamos avançando eternamente. Nas visões que eu tive, eu vi o planeta
inteiro acercando-se a um certo colapso, o tipo de colapso que um corpo físico tem
em decorrência de doenças, deterioração, contradições internas. Era realmente
estar vendo a humanidade morrendo.

JM: Você descreveria esta experiência como Iluminação?

OI: Oh, definitivamente. Mas, você sabe, a Iluminação é uma coisa que também
tem graus internos. Não é algo que você consegue tudo de uma vez. A primeira
Iluminação é estar completamente consciente que todo o jogo da vida é a
consciência. Isto é Kensho - quando você percebe que a consciência é a coisa a
focalizar, não a mente. Enquanto a mente se compõe de pensamentos, emoções,
sensações, a consciência não tem componente algum. Nossa consciência é a fonte
de nossa mente. Se nossa consciência não está clara ou está sofrendo, nossa mente
não vai estar clara e vai estar sofrendo. Nós não controlamos nossa mente até que
nossa consciência esteja clara.

3 – COMO obter o estado de Gnosis.


Os métodos para obtenção do estado de gnosis são divididos classicamente em dois tipos:
aqueles que são obtidos pela inibição das funções corporais, chamados métodos
inibitórios, e aqueles que são obtidos pela excitação das funções corporais, chamados
métodos excitatórios. Os métodos excitatórios são mais apropriados para as situações onde
a mente projeta-se para fora do corpo do magista, em uma atividade expansiva, enquanto
os métodos inibitórios são mais apropriados para as situações em que o magista busca agir
dentro de sua mente ou de seu subconsciente.

Peter Carroll classifica como métodos inibitórios a Postura da Morte, o transe mágico
obtido pelo não pensamento, a Concentração, a Insônia, o Jejum, a Exaustão, o olhar fixo,
o transe hipnótico e a deprivação sensorial; como métodos excitatórios, relaciona a
excitação sexual, o climax emocional (medo, raiva e horror), a dor, a flagelação, a dança, o
canto, o ´jeito certo de caminhar´, a hiperventilação e a sobrecarga sensorial.

Destes métodos, Carroll deixou um roteiro bem definido de como se chegar a gnosis pelo
transe mágico provocado pelo não pensamento prolongado, e através das formas de
concentração, em seu Liber MMM, publicado em sua obra Liber Null:

“Liber MMM

Este curso é um exercício nas disciplinas da


magia: transe, uma forma de controle da mente
semelhante à yoga, metamorfose pessoal e as
técnicas de magia básicas.

[...]
Um diário mágico é o mais essencial e
poderoso instrumento do mago. Devendo ser
amplo o suficiente para reservar uma página para
cada dia. Os estudantes devem registrar o tempo,
a duração e o grau de sucesso de cada prática
levada a cabo. Eles deverão tomar nota dos
fatores ambientais conducentes (ou de outra
forma) do trabalho.

[...]
Controle Mental

Para um trabalho mágico efetivo, a


habilidade para se concentrar e a atenção devem
se fortalecer, até que a mente possa entrar em estado de transe.
Isto é realizado nos seguintes estágios:
absoluta imobilidade do corpo, regulação da
respiração, cessação do pensamento, concentração
no som, concentração nos objetos e concentração
nas imagens mentais.

Imobilidade

Posicione o corpo de maneira confortável e


tente permanecer nesta posição por tanto tempo
quanto possível. Tente não piscar ou mexer a
língua, dedos ou qualquer outra parte do corpo em
absoluto. Não deixe a mente embarcar nos vagões
dos pensamentos, mas ao contrário, observe-se
passivamente. O que parecia ser uma posição
confortável passará a ser agonizante com o
tempo, mas persista. Coloque de lado algum
tempo todos os dias para esta prática e tire
vantagem de qualquer oportunidade de inatividade
que possa ocorrer. Registre os resultados em seu
diário mágico. Não se deve ficar satisfeito com
menos de cinco minutos. Quando tiver sido
atingido o patamar de 15 minutos, proceda então
a regularização da respiração.

Respiração

Fique tão imóvel quanto possível e comece


deliberadamente a fazer a respiração mais lenta e
mais profunda. O objetivo é utilizar a total
capacidade dos pulmões, mas sem qualquer
esforço muscular excessivo ou tensão. Os
pulmões devem ser mantidos vazios/cheios, entre
a inspiração/ expiração, para aumentar a duração
do ciclo. O importante é que a mente esteja
totalmente direcionada para o ciclo da respiração.
Quando isso puder ser feito com sucesso, por um
período de 30 min, proceda ao não pensamento.
Não-Pensamento

Os exercícios de imobilidade e respiração


podem melhorar a saúde, mas eles não têm outro
valor intrínseco, apenas servem como preparação
para o não-pensamento, que é o princípio e a
condição do transe para a magia. Enquanto
imóvel e respirando profundamente, comece a
retirar da mente quaisquer pensamentos que
possam ocorrer. A própria tentativa de fazer isso,
inevitavelmente, revela ser a mente um furor
tempestuoso de atividade. Só mesmo a maior
determinação pode vencer até mesmo uns poucos
segundos de silêncio mental, mas mesmo isso já é
um enorme triunfo. Mire na completa atenção a
pensamentos emergentes e tente prolongar os
períodos de total tranqüilidade.

Assim como a imobilidade física, esta


imobilidade mental deve ser praticada a horas
determinadas e também sempre que um período de
inatividade acontecer ( por exemplo, num ônibus
ou numa fila ). Os resultados devem ser
registrados no seu diário.

Os Transes Mágicos

Magia é a ciência e arte de provocar


mudança de ocorrência em conformidade com a
vontade. A vontade só pode se tornar
magicamente efetiva quando a mente é forçada a
não interferir com a vontade. A mente deve estar
disciplinada a focar sua atenção em algum
fenômeno insignificante. Se alguma tentativa é
levada a cabo para se focar em alguma forma de
desejo, ocorre um curto-circuito causado pelo
interesse de um resultado, investido de luxúria e
cobiça. Identificação egoísta, ou receio de
fracasso, e o desejo recíproco de não ter desejo,
emergentes da nossa natureza dual, destrõem o
resultado.

Portanto, quando selecionar tópicos para a


concentração, escolha assuntos que não possuam
significado espiritual, egóica ou de qualquer
ordem utilitária, escolha assuntos de pouca
significância.

Objeto de concentração
A lenda do olho-grande deriva da
capacidade dos feiticeiros e dos magos de darem
uma olhada fixa mortal. Esta habilidade pode ser
praticada em relação a qualquer objeto, uma
marca na parede, alguma coisa ao longe, uma
estrela no céu, qualquer coisa. Para manter um
objeto em mente com absoluta fixação, olhar
imperturbável, por mais do que alguns momentos
é extraordinariamente difícil, ainda assim, deve-se
insistir nesta prática por horas. Toda tentativa do
olho de distorcer o objeto, toda tentativa da mente
de procurar algo mais para pensar, deve ser
resistida. Eventualmente, é possível serem
desvendados segredos ocultos através desta
técnica, não obstante, faz-se mister que tal
habilidade seja desenvolvida, tomando-se objetos
de pouca significância.

Concentração do Som

A parte da mente na qual pensamentos


verbais emergem são postos sob domínio/controle
mágico pela concentração nos sons mentalmente
imaginados. Qualquer simples som ou sílaba é
selecionada, por exemplo, AUM ou OM,
ABRAHADABRA, YOD HE VAU HE, AUM
MANI PADME HUM, ZAZASZAZAS,
NASATANADA ZAZAS. O som escolhido é
repetido várias e várias vezes na mente para
bloquear todos os outros pensamentos. Não
importa quão inapropriada a escolha do som
pareça ser, você deve persistir nele.
Eventualmente, pode parecer estar se repetindo
automaticamente e pode, até, ocorrer em estado de
sono. Estes são sinais encorajadores. A
concentração no som é a chave para palavras de
poder e certas formas de encantamento e
desencantamento.

Concentração na imagem

A parte da mente na qual o pensamento


pictórico emerge é posto sob controle mágico pela
concentração numa imagem. Uma simples forma,
tal qual o formato de um triângulo, um círculo,
quadrado, cruz ou crescente é escolhida e
mentalizada, sem distorção, por tanto tempo
quanto possível. Somente os mais determinados
são capazes de manter a forma imaginada e
persistir indeterminadamente. No início, a imagem
deve ser buscada com os olhos fechados. Com a
prática, pode ser projetada contra qualquer
superfície branca. Esta técnica é a base para
expulsão de poderes ocultos e a criação de formas
de pensamento independentes.“

O método desenhado por Carroll em seu Liber MMM é uma forma mais direta e objetiva
de treinamento que a forma tradicional descrita por Aleister Crowley em Liber ABA, o
livro 4, parte I, chamado ´Mysticism´. Ainda assim é interessante a leitura da referida obra
de Crowley, para que o praticante possa ter uma visão mais ampliada dos sistemas de
controle da mente que derivaram da escola oriental, na forma descrita e narrada por um
ocidental.

Ray Sharin descreve uma maneira bastante prática de se atingir o estado de Gnosis em sua
obra ´Book of Results´. Ele descreve-o como uma combinação entre a escuta de percussão
ritmica, aliada a entonação de um mantra e o giro sobre o eixo vertical do corpo. O autor
orienta que o praticante grave previamente uma fita (ou hoje um CD), com a percussão
que será escutada, sugerindo que sejam deixados no início e no final da fita um ´branco´,
para que possam ser realizados a abertura e o fechamento do rito. Orienta ainda que o
ritmo da percussão deve ser compatível com o mantra a ser entonado, que deverá ser
resultado de uma sigilização da sentença de desejo original. Quanto ao mantra, o autor
sugere que o magista utilize-o vários dias antes do ritual, meditando na conexão entre o
som do mantra e sua intenção do desejo, obliterando totalmente da mente as palavras e a
sentença originais.

Quanto ao giro em torno de seu próprio eixo, Ray Sharin diz especificamente que esta é
uma técnica que requer alguma prática antes de ser realizada, dando-nos o seguinte
roteiro:

‘ É melhor começar vagarosamente e estabelecer um ritmo, gradualmente


crescendo em velocidade até que os braços se suspendam pelo fora gerada. Esta
velocidade deve ser mantida enquanto a atenção é focada no objeto do rito, de
olhos abertos. Praticantes experientes podem entoar um mantra ao mesmo tempo.´
- Book of Results, pag. 43.

Outra forma bastante prática de se obter gnosis é a postura da morte, método inibitório
que foi adaptado pelo Pássaro da Noite para a seguinte forma:

“Muito se falou em gnosis. A fórmula conhecida de Spare para obtenção


da vacuidade da mente é a postura da morte. A postura foi assim chamada
por forçar a 'morte' mente, pela 'privação' dos sentidos. O operador
cruza os braços atrás do corpo e os tensiona até o nível do desmaio.
Uma adição interessante feita a fórmula foi a sugestão de fazê-la
sobre uma superfície macia, de forma que a queda advinda do desmaio
não traga danos ao corpo do operador. Outra sugestão dizia que além
de macio, o operador deveria estar de joelhos.

Já neste nível, a discussão tomba pelo lado racional, sobre como


deve estar a mão, o cotovelo, a cabeça, se pode ou não pode soltar
peidos, se cai pra frente, se cai pra trás, enfim... é justamente
nos porquês, comos, quandos e ondes que a mente se perde.
Focalizem o objetivo principal da técnica: trazer o estado de vacuidade
da mente, trazer a gnose. Não importa se uma das falanges vai
estar inserida na boca ou pressionando o períneo, não importa
se o operador não cair para lado nenhum, não importa
se for diferente ou igual ao que o josé ou o mané fez...
O QUE IMPORTA É QUE O RESULTADO SEJA ALCANÇADO!

Sendo assim, permitamo-nos falar de POSTURAS DA MORTE, ao invés de


usar o termo no singular. Isto pois, não há uma 'postura ideal' ou
'verdadeira'. Para trazer a parada no fluxo de pensamento, será
mostrada aqui uma técnica da Feitiçaria do Caos, mas desde já
quem fizer está prática simples, o fará por sua própria conta e risco:

De joelhos sobre um colchão, coloque a lingua no céu da boca, na parte


dura. inspire profundamente, retenha enquanto estica um braço, primeiro à
frente, depois ao lado e finalmente atrás das costas. Faça com um e depois
com outro braço. Feche os olhos. Tensione os músculos de todo corpo,
em especial o do períneo. Prenda a respiração e contemple o vazio.”
– Pássaro da Noite, texto sobre Gnosis.

Peter J. Carroll definiu o método da postura da morte em sua obra Liber Null:

A Postura da Morte é uma simulação da morte para alcançar


uma negação do pensamento. Pode tomar muitas formas,
variando de um simples exercício de não pensamento até
complexos rituais. Um meio muito rápido e simples consiste
em bloquear as orelhas, nariz e boca, cobrindo os olhos
com as mãos. A respiração e pensamentos são forçosamente
apertados até que a quase inconsciência, quando quebras-se
a postura. Alternativamente, um pode arranjar a si mesmo
de frente a um espelho a distância menor de 1 metro e
fixamente olhar para seus olhos na imagem refletida, em
um olhar fixo e sem piscadelas. O esforço requerido para
manter uma imagem sem absolutamente sem distorções irá
silenciar a mente depois de um tempo.

Sequenciamente, o mesmo autor relata sobre o método excitatório sexual:

Excitação sexual pode ser obtida por qualquer método preferido.


Em todos os casos deverá ocorrer uma transferência do desejo
requerido ao inflamar da sexualidade para o objetivo do
trabalho mágico em si. A natureza do trabalho sexual leva
prontamente a criação de seres independentes - evocação.
Também em trabalhos de invocação quando o magista procura
união com um princípio (ou ser), o processo pode ser
refletido no plano físico; um dos praticantes é visualizado
como sendo uma encarnação da idea desejada ou deus.
Excitação sexual prolongada através de karezza, inibição
do orgasmo, ou repetidos colapsos orgásmicos pode levar
a estados de transe úteis para a adivinhação. Pode ser
necessário rever a sua própria sexualidade original no
meio da massa de fantasia e associação que geralmente
pode por o trabalho a perder. Isto é conseguido pelo
judicioso uso da abstenção e pelo surgimento do tesão
sem nenhuma forma mental lasciva ou fantasia. Este
exercício também é terapêudico. Seja sempre virgem para
o Kia.

Os praticantes de magia do caos invariavelmente acabam por criar suas próprias formas de
atingir a gnosis, uma vez que a magia do caos é predominantemente criativa e inovadora.
Dentre vários, citamos aqui um método que pode ser tentado pelo magista em sua casa:

Techno Gnosis
Uma simples e efetiva técnica de respiração
Por Ryan Thomas
Postado no Sábado, 31 de Julho de 2004.

fonte: http://www.chaosmagic.com/archives/gnosis/techno-gnosis.shtml
Traduzido por T Lone Wolf - t_lone_wolf@yahoo.com.br

Música Techno e drogas participam de uma larga parte em muitas técnicas


de transe. Esta técnica é como aquelas, mas sem submetendo a mente às
drogas. Não preocupe-se, não obstante, isto ainda irá parecer como se
houvesse fumado quatro cachimbos da paz.

Primeiro, comece se colocando de cabeça para baixo. Deixe o sangue fluir


para sua cabeça e adicione fazendo respirações profundas até que o
oxigênio se adicione a ela.

Coloque (n.t. antes de iniciar a técnica) alguma música techno de afetar


o humor para tocar e de uma vez exploda em uma pouco frenética dança
de pé deixando o fluxo sanguíneo voltar da cabeça para o corpo trazendo
aquele efeito nauseante que adoramos. Pessoalmente, eu fecho meus olhos
e começo a balançar minha cabeça delineando um pentagrama no ar. Foque
on seu pentagrama e deixe seu transe mental começar.

4 – QUANDO e ONDE utilizar da Gnosis.


O objetivo do uso das técnicas gnósticas é alcançar a plataforma operacional da magia do
caos, de onde encantamentos são lançados, invocações e evocações são realizadas,
iluminações obtidas, adivinhações pré-cognitivas são recebidas.

Ocorre que nem sempre a necessidade de realizar um ato mágico é programada, nem
sempre o magista pode planejar previamente o que fará e como fará em função do espaço
e do tempo que têm disponíveis. Por vezes, a necessidade de realizar o ato mágico salta à
frente do magista em locais e momentos em que ele não terá privacidade dou prazo para
atingir a gnosis de uma forma que faria se estivesse em seu templo e com o tempo ao seu
dispor.

Onde e quando a magia se fará necessária é onde e quando o magista deverá conseguir
alcançar a gnosis. Portanto o magista deverá dominar tantas formas quanto lhe for
possível, de alcançar o transe mágico. Uma vez que for obtida a maestria em uma técnica,
poderá o magista então perfazê-la quando esta mostrar-se necessária e adequada.

A variedade de técnicas a serem dominadas deve contemplar tantas situações de


necessidades hipotéticas que envolvam tanto a inibição quanto a excitação do corpo como
forma de obtenção da gnosis. Por vezes o onde e o quando trarão a impossibilidade de que
sejam executadas adequadamente técnicas eficazes como o orgasmo, o giro ao redor do
próprio eixo, e a postura da morte. Tais situações motram a importância de se dominar
técnicas que possam ser executadas discretamente na presença de pessoas estranhas, ou
ainda de forma imediata em locais imprevistos. São nestes casos que mostram sua
importância os meios gnósticos do climax emocional, da concentração em imagens e da
repetição de mantras. Com a prática, o magista acabará por desenvolver técnicas próprias
que consiga perfazer nas mais variadas situações.

Outro fator importante ao considerar onde e quando será mais apropriada uma ou outra
técnica gnóstica é se o ato mágico será executado isoladamente ou em grupo. Por vezes,
quando operando em grupos, o magista deverá executar uma técnica que esteja
previamente designada pelo ritual ou pelo grupo. Este é mais um motivo para que o
magista domine o maior número possível de técnicas. A maestria de um grande número de
técnicas invariavelmente leva a maestria no domínio de situações como a de lhe ser
proposto a execução de uma técnica previamente desconhecida, pois o improvisto passa a
ser uma arte do magista que é experimentado em muitas formas de obtenção de gnosis.

5 – QUEM estará envolvido no processo gnóstico.


Os métodos de obtenção de gnosis poderão ser executados pelo magista em quatro
situações básicas: Isoladamente sem auxílio de ninguém, isoladamente com auxílio de
alguém, em grupo e afastado dos demais componentes (via Internet, por exemplo), ou em
grupo na presença dos demais componentes.

Sobre a execução isoladamente, seja com ou sem auxílio de outrem, já foi suficientemente
dito nesta pesquisa. Cabe aqui algumas palavras adicionais sobre a execução de rituais em
grupo, sendo requerido dos participantes a obtenção do transe mágico.
Quando executado um ritual em grupo com as pessoas presentes, este poderá ser feito da
forma de dança em círculos, bem a moda indígena, ao redor de um foco central, que
poderá ser uma fogueira em locais abertos, ou um altar ou arranjo especial se em locais
fechados. Como música poderá ser empregada uma percussão ritmica acomapanhada da
entonação de um mantra especialmente sigilizado para o ritual. Para dar cadência e
organizar as fases de execução do ritual, haverá que existir um ou mais coordenadores que
farão a parte ´buracrática´ do trabalho, uma vez que os demais participantes estarão
buscando e usando o transe mágico. A atenção dos participantes deverá estar focada no
centro do círculo, para onde a energia dispendida deverá ser voluntariamente direcionada.
Várias formas excitatórias podem ser empregadas, como hiperventilação, estimulantes ou
auto-erotização.

Sobre este tema ensina-nos Peter J. Carroll em seu livro Psychonaut:

“A forma mais simples de orquestrar estes rituais para trabalho em grupo é


através da performance pelo oficial presidente da sequencia principal do ritual e
ter os participantes transmitindo suas visualizações, mantras, movimentos rituais e
invocações em certas sugestões pré-arranjadas. Para ser efetivo, o ritual deve
funcioar como um mecanismo automático no qual o poder possa manifestar sem
hesitação ou distração. “

A situação da execução de um ritual em grupo com pessoas ausentes é um pouco mais


complicada, pois envolve a necessidade de disciplina dos participantes, tanto no tocante ao
horário de estar presente, quanto no domínio prévio de uma técnica gnóstica apropriada. A
internet é um meio que possibilita o link etérico entre os participantes. Para que este link
esteja ativo, é necessário que todos os participantes estejam presentes em um mesmo
mecanismo de TCP/IP ´mirroring´, ao exemplo de servidores messager em reuniões em
que todos os membros do trupo estejam conectados, ou em salas ou canais de IRC. É
interessante mas não necessário, que o programa cliente usado pelo componente do grupo
dispare o programa PING ou ainda mensagens automáticas em curtos períodos de tempo,
de forma a usar o pacote PING como carrier ou portador.

Outros meios de interconexão podem ser utilizados, como um espelho negro, visualizações
da presença de outros componentes, ou até mesmo reuniões em sonhos, para grupos
praticantes mais avançados.

Para finalizar esta pesquisa sobre o tema Gnosis, é suficiente dizer que toda a teoria pré-
existente é insuficiente se o magista deixar de praticar e obter, de acordo com sua
individualidade, os resultados mais adequados às suas performances mágicas. Assim, o
objetivo de ser um magista do caos é estritamente dependente da prática. Pratique, pois.

6 – EXERCÍCIO PROPOSTO.
Aqui está um roteiro mínimo para orientar o praticante na pesquisa sobre as formas de
obter o estado de Gnosis.

1 - Dos métodos encontrados na leitura dos relatórios relacionados ao tema,


http://br.groups.yahoo.com/group/kaos-brasil/files/1oSeminario/Gnosis_Foco_Relatorios/

bem como nos arquivos relacionados

http://br.groups.yahoo.com/group/kaos-brasil/files/1oSeminario/Gnosis_Foco_Arquivos/

escolha 6 métodos para estudo, executando a pesquisa da seguinte forma:

1.a - Escolha 3 métodos chamados ´inibitórios´ e 3 métodos chamados


´excitatórios´.
1.b - Estude-os de forma a responder as seguintes questões sobre
cada método escolhido:
- O que é (definição, conceito)?
- Por que do método (causa e consequência, objetivo)?
- Como o método funciona (dinâmica, passo-a-passo)?
- Quem pode fazê-lo (é individual, em grupo? quais as características de conhecimento
deve ter o praticante? Existem restrições possíveis à prática? )
- Onde (ambiente onde pode ser aplicado e restrições)?
- Quando (momentos em que pode ser aplicado, e quando o método se encaixa em um
ritual em termos de cronologia do ritual)?

2 - Dos 6 método estudados, pratique 3 deles.


Anote a data, horário e condições psicológicas de cada tentativa.
Após a tentativa, anote sua impressão sobre o método e o resultado.
Em pelo menos um dos 3 métodos escolhidos, o pesquisador deve
conseguir obter o resultado de foco ou não pensamento. Caso não
consiga, deve substituir o método que achou menos eficaz dos 3 por
outro método entre os 6 estudados.

7 – BIBLIOGRAFIA
Sharin, Ray – The Book of Results – Revelations 23 Press
Carroll, Peter J. – Liber Null & Psychonaut – Samuel Wiser, Inc.
Wilson, Steve – Chaos Ritual – Neptune Press.
Crowley, Aleister - Liber ABA, o livro 4, parte I, ´Mysticism´ - www.sothis.com.br
Regardie, Israel – O Poder da Magia – www.supervirtual.com.br
Tart, Charles T. – State of Consciousness - www.psychedelic-library.org/soccont.htm
Vividus, Morbitus – Sigilização – www.supervirtual.com.br

Na Internet
http://br.groups.yahoo.com/group/kaos-brasil/files/1oSeminario/Gnosis_Foco_Arquivos/
http://br.groups.yahoo.com/group/kaos-brasil/links/1oSeminario_001099309321/
http://br.groups.yahoo.com/group/kaos-brasil/messages
http://www.chaosmagic.com/archives/gnosis/index.shtml
http://www.chaosmagic.com/archives/chaosmagicktheory/quick-guide-to-practical-.shtml

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