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Ao falar sobre a queda de pastores não me refiro aos “pecados corriqueiros”, pois
ninguém espera que um pastor seja imune ao pecado. Todavia, o que dizer dos “pecados
escandalosos”, que roubam a irrepreensibilidade do ministro diante do seu rebanho e da
sociedade (cf. 1Tm 3.2)? O que dizer do adultério, da desonestidade na administração,
das dívidas descontroladas, das atitudes violentas, do abuso doméstico, etc? Certamente,
é possível descrever uma enorme lista que acaba caracterizando o desvio, a queda e a
ruína de muitos pastores na igreja de Cristo.
Deus criou a igreja para ser muitas coisas, incluindo uma comunidade onde as pessoas se
ajudam mutuamente a lutar contra o pecado e a amar melhor o Redentor. Deus nos chama
a relacionamentos nos quais podemos falar a verdade uns aos outros (Efésios 4.15, 25),
confessarmos nossos pecados uns aos outros (Tiago 5:16) e a amar o suficiente àquele
que se desvia (cf. Mateus 18.10-20; Gálatas 6.1-2; Tiago 5: 19-20). Em outras palavras,
a igreja é uma comunidade onde podemos prestar contas uns aos outros e isso é uma
bênção na nossa caminhada com Cristo.
Por isso, pergunto: quem, de fato, é seu amigo? A quem você regularmente presta contas
e compartilha os segredos e angústias da alma? Quem não só tem permissão, mas
atualmente está agindo com essa permissão, para lhe fazer perguntas diretas e penetrantes
sobre o seu andar com Cristo? Em outras palavras, quanto mais você se isolar, mas
vulnerável se torna aos ataques de Satanás e mais tempo pode permanecer cativo das
trevas do prazer pecaminoso.
Quando alguém cai em pecado, isso é uma prova de que aquela pessoa não guardava o
seu coração (Provérbios 4.23). No caso de líderes, eles também não guardavam o coração
das pessoas que deveriam proteger. Em vez disso, eles se tornaram cegos pelo engano do
pecado (Efésios 4.22; Hebreus 3.13) e foram levados para o fosso da destruição (Mateus
15.14).
Por isso, pergunto: De que maneira você está flertando com o pecado? Que provisões
você está fazendo para a carne em relação à luxúria (Romanos 13.14)? Que detalhes você
está escondendo? Quais os e-mails que você está excluindo? Quais históricos de busca na
Internet você está apagando?
É possível que o pecado esteja agachado em sua porta (Gênesis 4.7) e o tentador
procurando uma oportunidade para atacar (1Pedro 5. 8). Dessa forma, fuja do pecado;
não flerte com ele (Gênesis 39.6-12; Provérbios 5-7, Romanos 6.12-13; 2 Timóteo 2.22
e 1 Pedro 2:11).
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Por isso, insisto: não permita que seu coração fique gelado em relação ao Senhor. Busque-
o diariamente, momento após momento, sabendo que ele é melhor do que qualquer prazer
fugaz que possa atrair seu coração. Não busque o Senhor apenas em dias de desespero,
mas diariamente e sistematicamente. Não despreze sua devocional individual, sua leitura
bíblica, seus momentos de derramar o coração diante do Senhor. Lembre-se de que
comunhão é algo a ser cultivado e o mesmo acontece em nosso relacionamento com o
Redentor.
Finalmente, é importante saber que o padrão de queda acima exposto não se aplica
somente a pastores, mas também aos presbíteros, diáconos, pedreiros, encanadores, mães,
jovens e assim por diante. Na verdade, o pecado não faz acepção de pessoas e se o inimigo
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percebe que uma estratégia foi bem-sucedida com alguém, ele logo tentará estender o seu
experimento a outros. Por isso, embora esse artigo se dirija a pastores, os princípios aqui
deveriam ser observados por todos os crentes em Cristo.