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APOSTILA

DE REDAÇÃO OFICIAL E
PROFISSIONAL

Flora Navarro

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Leitura e Construção do Sentido.
Temos inicialmente que entender que leitura – é quando alguém olha para um texto qualquer
e atribui sentido aos símbolos gráficos nele inseridos. É um processo ativo e dinâmico, pois o
texto tem um potencial de evocar significado, mas não tem significado em si mesmo.

É um processo dinâmico e social, resultado da interação da informação presente no texto e o


conhecimento prévio do leitor, possibilitando a construção do sentido. Em outras palavras – A
compreensão textual é a relação entre o leitor e o texto escrito e depende do conhecimento
do mundo. Para alguns estudiosos é uma questão de decodificação de uma série de símbolos
escritos, cabendo ao leitor a extração do significado e para outros é um processo
psicolinguístico que começa com uma representação linguística codificada pelo escritor e
termina com o significado construído pelo leitor. Para isso o leitor deverá fazer inferências.

Um texto não carrega sentido em si mesmo, ou seja, apenas fornece tipos de direções para
que o leitor construa o seu próprio sentido. Quando uma pessoa compreende um texto, na
realidade ela modificou o seu espaço mental para acomodar uma nova informação. Forma-se
a interação da informação nova com a antiga, que é responsável pela compreensão de um
texto.

Também é uma visão interacional não apenas do fluxo de informação, mas também do
discurso um ato comunicativo onde a construção de sentido é negociada entre autor e leitor.

O leitor deixa de ser um mero receptor de mensagens e assume o papel de coautor, pois a
construção de sentidos se efetiva quando o leitor estabelece relações entre o seu
conhecimento prévio e o conhecimento construído a partir da leitura então, você como leitor
tem seu processo cognitivo funcionando de forma correta.

Para analisar e interpretar textos é preciso saber ler. Se as pessoas não se dedicarem ao
exercício da leitura, debruçando-se sobre poemas, notícias e crônicas de jornal, romances,
ensaios e outros, jamais aprenderá a ler.

A verdadeira leitura pressupõe compreensão. Não basta passar os olhos sobre as palavras.
É preciso entender o significado delas - ou, pelo menos, aproximar--se do que o autor pretende
transmitir. E, depois, para realmente analisar o objeto da nossa leitura, devemos proceder à
identificação das características, dos atributos, das propriedades do texto.

Textos denotativos - um ensaio, uma dissertação, uma notícia ou reportagem - são escritos
em linguagem conceitual. Esse tipo de texto - racional, que se apoia em conceitos, leis,
princípios ou normas - pede do leitor uma postura objetiva.

Já os textos conotativos - a poesia e os gêneros de ficção, incluindo algumas crônicas - exigem


de nós uma postura subjetiva, pois são escritos em linguagem poética. Ou seja, são textos
que exploram aquele conjunto de alterações ou de ampliações que uma palavra pode agregar
ao seu sentido literal (ou denotativo).

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1. Cada novo texto é, também, um novo universo. Para apreender o que o autor pretende
transmitir, devemos estar abertos ao novo. Então, antes de iniciar a leitura, procure esquecer
o que lhe disseram sobre o autor - as críticas e os elogios - e aproxime-se do texto sem
preconceitos.

2. Se for um texto curto - artigo, notícia, crônica, conto ou outro, leia-o integralmente,
procurando captar o seu sentido geral, e só depois, reiniciando a leitura, proceda assim

a) procure, no dicionário, cada uma das palavras desconhecidas ou cujo sentido lhe pareça
estranho, duvidoso.
b) sublinhe ou circule, em cada parágrafo, a frase que expressa a ideia central daquele trecho.
c) faça anotações nas margens do texto, mas de maneira que elas expressem o seu
pensamento, as suas interrogações, as suas concordâncias ou discordâncias, relacionando o
texto às suas vivências pessoais e a outras leituras que você, porventura, tenha feito.

3. Se o texto for longo - romance, ensaio, tese, peça de teatro - siga os passos acima, mas
desde o primeiro momento da leitura.

4. Não tenha preguiça. A leitura exige, muitas vezes, que voltemos ao início do texto ou do
capítulo, que retrocedamos alguns parágrafos, a fim de retomar certa ideia ou rever o
comportamento, a fala de uma personagem.

5. À medida que você decodifica as palavras, procure relacioná-las com o todo. Ou seja,
compreenda as palavras dentro do contexto (o conjunto de frases, faz o encadeamento do
discurso).

6. Enquanto lê, estabeleça um duplo diálogo: com o autor e com você mesmo.

7. Quando o texto usar a linguagem conceitual, não faça uma leitura tímida: imagine-se
concordando e, também, discordando das ideias expostas. Coloque-se no papel de defensor
e de opositor. Depois, forme seu próprio julgamento.

8. Quando o texto utilizar a linguagem poética, imagine a cena, coloque-se no lugar das
personagens. Muitas vezes, poemas e textos de ficção tratam de realidades completamente
diferentes da nossa, o que exige uma leitura sem preconceitos.

9. Não seja um leitor crédulo, não acredite com facilidade em tudo que lê. Num texto
conceitual, seja implacável com a argumentação do autor: ele realmente convenceu você?
Quais as partes frágeis do texto? Quais as qualidades? Aja da mesma forma em relação ao
texto poético: o enredo convenceu você? A história é verossímil transmite a impressão de
verdade.

Produção de Texto
A palavra texto provém do latim textum, que significa tecido, entrelaçamento. Fica evidente,
assim, que já na origem da palavra encontramos a ideia de que texto resulta de um trabalho

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de tecer, de entrelaçar várias partes menores a fim de se obter um todo inter-relacionado. Daí
podemos falar de textura ou tessitura de um texto: e a rede de relações que garantem sua
coesão, sua unidade.

Há três modos básicos da organização de um texto: o NARRATIVO, o DESCRITIVO e o


DISSERTATIVO. Todo texto é apresentado por um “eu” que não tem existência real. Há uma
diferente entidade para cada modo de organização de texto, que são aqueles que “falam” no
texto.

QUEM FALA CONTEÚDO OBJETIVO


DESCRIÇÃO Observador Seres, objetos Identificar, localizar,
Cenas, processos qualificar

NARRAÇÃO Narrador Ações Relatar


acontecimentos
DISSERTAÇÃO Argumentador Opiniões e Discutir, informar e
argumento expor

Diversidade Textual
Tudo o que se escreve recebe o nome genético de redação (ou composição) DESCRIÇAÕ,
NARRAÇÃO E DISSERTAÇÃO. É importante que você consiga perceber a diferença entre
elas.

Descrição
É o tipo de redação na qual se apontam as características que compõem um determinado
objeto, pessoa ambiente e paisagem.

 Retrato de pessoas, ambientes, objetos;


 Predomínio de atributos;
 Uso de verbo de ligação
 Frequente emprego de metáforas, comparações e outras figuras de linguagem;
 Tem como resultado a imagem física ou psicológica.

Narração
É a modalidade de redação na qual contamos um ou mais fatos que ocorrem em determinado
tempo e lugar, envolvendo certos personagens, em local e tempos definidos. Em outras
palavras, é contar uma história real ou imaginaria.

 Relato de fatos;
 Presença de narrador, personagens, enredo, cenário, tempo;

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 Apresentação de um conflito;
 Uso de verbo de ação;
 Geralmente, e mesclado de descrições;
 O diálogo direto e o indireto são frequentes.

Os elementos básicos do texto narrativo são:


1) FATO (o que vai narrar)
2) TEMPO (quando o fato ocorreu)
3) LUGAR (onde o fato se deu)
4) PERSONAGENS (quem participou do ocorrido ou observou)
5) CAUSA (motivo que determinou a ocorrência)
6) MODO (como se deu o fato).

Dissertação
A dissertação caracteriza-se por ser um texto em prosa no qual o objetivo é expor, explicar,
defender, interpretar uma ideia, um conceito, ou, ainda, forma e influenciar a opinião do leitor.
Para produzir um texto dissertativo, pressupõem-se exame crítico de determinado assunto,
organização prévia de raciocínio, clareza, coerência e objetividade na exposição de ideias.

É o tipo de composição na qual expomos ideias gerais, seguidas da apresentação de


argumentos que as comprovem.

 Defesa de um argumento:
a) Apresentação de uma tese que será defendida;
b) Desenvolvimento ou argumentação
c) Fechamento

 Predomínio de dados
 Prevalece a denotação
 Texto em prosa
 Expositivo
 Ser argumentativo
 Predomínio de padrão culto formal da língua
 Os verbos estão predominantemente no presente do indicativo.

Estrutura da Dissertação
Partes convencionais da dissertação: INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO E
CONCLUSÃO.

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1. A Introdução (1º parágrafo) é o parágrafo de abertura, ideia ou ponto de vista.
2. O Desenvolvimento (parágrafos do meio) é a parte do texto que se desenvolve
o ponto de vista para tentar convencer o leitor.
3. A Conclusão (último parágrafo) é a parte final do texto, em que se dá um fecho
ao texto.

Níveis de Linguagem
Em Português temos vários níveis de linguagem, várias formas de dizer a mesma mensagem,
uma vez que não falamos sempre do mesmo jeito. Para nos comunicarmos melhor e
adequadamente, temos de levar em consideração alguns elementos que garantem a eficiência
da nossa linguagem.

Portanto, temos que usar níveis de linguagem diferenciados para cada destinatário de nossas
mensagens.
Para efeitos didáticos, vamos considerar apenas dois níveis de linguagem:

a) Informal, Popular ou coloquial, usado mais comumente em conversas entre amigos,


conhecidos mais íntimos; é a fala do dia a dia.

b) Formal ou culto usado em situações de maior cerimônia, quando devem ser observadas
as normas gramaticais.
c) Profissional ou Técnico, usada de forma específica de um grupo de profissionais.

Para comunicar usamos códigos: que é todo o conjunto organizado de sinais que utilizamos
na comunicação.

Linguagem – é todo sistema de sinais que serve como meio de comunicação entre os
indivíduos.
Fala – é a utilização individual da língua

Níveis de Comunicação
Os níveis de comunicação são três:

 Acima/ ascendente - seus superiores e profissionais de outra instituição.


 Ao lado/ horizontal - seus colegas, na mesma posição hierárquica.
 Abaixo/ descendente - profissionais que trabalham sob sua gerência/chefia.

Acima - Neste nível, o tratamento é por “tentativa”. Como você não tem certeza de que suas
ideias serão aceitas, o tratamento deve demonstrar respeito e consideração, para ganhar a
possibilidade de aceitação.

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Ao lado - Neste nível, o tratamento indicado é o direto, o positivo, que trata as ideias de frente,
sem mesuras ou vacilações. É um ―olho no olho‖ por escrito, formal, amistoso e educado;
porém franco, onde se diz o que deve ser dito. Na escolha das palavras, cuidado para não
desviar do tratamento positivo para impositivo.

Abaixo - Sua posição, aqui, é de autoridade. Por isso, o tratamento deve ser decisivo,
afirmativo ou impositivo (em certas ocasiões e sob certas circunstâncias). Este é o tratamento
adequado para formular decisões ou dar ordens. Cuidado para que as palavras de simpatia e
de educação não enfraqueçam suas ideias e deem a entender que você está fraco na sua
posição.

AS INTENÇÕES E O NÍVEL DE ADEQUAÇÃO

Intenção Nível

Solicita
Pede
Propõe Ascendente
Sugere
Informa
Afirma tentativamente

Comunica
Informa
Solicita
Dá parecer Horizontal
Aconselha
Afirma positivamente
Recomenda
Sugere

Autoriza
Adverte
Decide
Afirma decisivamente Descendente
Ordena
Proíbe

Solicita
Impõe(normas,procedimentos

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Qualidades Essenciais do Texto
De um texto técnico, espera-se brilho, elegância e originalidade. Nada impede, porém, que
textos administrativos também sejam brilhantes, elegantes e originais. Todavia, quando se há
de optar, devem prevalecer na redação técnica a clareza, a correção e a simplicidade.
Clareza, correção e simplicidade costumam andar juntas. Parece haver pouco sentido na
discussão se o mais importante é a comunicação ou a correção do texto porque texto incorreto,
em geral, peca também por falta de clareza e de sobriedade. Leva-se em consideração que o
importante é comunicar, mas essa postura deve decorrer do conhecimento da língua, deve-
se romper as dificuldades de manejar o idioma e jogar por terra a preguiça do redator.
Devemos ter a posição consciente de que redigimos para nos fazer entender. Tanto é
importante comunicar como comunicar bem. Na área federal, têm sido observados textos
legais e documentos normativos mal redigidos, os quais têm provocado perdas para a
comunicação entre as Organizações.

Preocupe-se com o estilo


Deve-se respeitar tanto as palavras como as normas da gramática. Se sons têm timbre,
palavras têm conotações. Cada palavra tem peso específico. Sinônimos perfeitos se existem,
são raros. É preciso buscar a palavra adequada a cada caso. Por exemplo: "Realizar" tem
conotação de concretude, de coisa real, de algo material. "Realizar um objetivo" não fica bem.
Objetivo é um ponto no futuro que, quando muito, se alcança. "Propiciar" tem conotação de
coisa boa, a favor - pró. Dizer que tal medida "propiciou prejuízos" não soa adequado.
"Departamento dotado de instalações obsoletas" parece sadismo, pois "dotado" vem de
"doar", "dote". Quem iria dotar um Departamento de coisas ruins?

Fuja das palavras inúteis


Economizar palavras confere vigor ao texto e melhora o estilo. É também respeito às palavras
evitar o uso de termos vazios de sentido, caídos no texto "por gravidade". "Existente" é um
deles. Não é raro encontrar em documentos textos como este: "Serão analisadas as
possibilidades existentes sobre o assunto". Ora, como não se pode analisar possibilidades
inexistentes, esse "existente" nada acrescenta ao texto, portanto deve ser eliminado.
Há muitas armadilhas tendentes a criar um texto esparramado e frouxo, em que alguns
redatores caem fácil. Escrever é economizar. Economize palavras e seja bem abundante nas
ideias.

 CLAREZA
Significa ser compreendido sem dificuldade.
Obtém-se a clareza ao:
 ordenar as ideias e as palavras;
 evitar os períodos longos e as intercalações excessivas;
 escolher adequadamente o vocabulário
 fugir da gíria e do coloquialismo;

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 utilizar os termos técnicos somente quando forem indispensáveis;
 evitar ambiguidades e cacofonia;
 pontuar adequadamente o texto;
 evitar acúmulo ou excesso de fatos, opiniões ou aspectos;
 ter cuidado especial com o uso do adjetivo e do advérbio;
 preferir períodos curtos, coordenados; fugir dos períodos subordinados longos e
vagos;
 desenvolver o texto em torno de ideias principais; evitar acúmulo de ideias
secundárias que enfraquecem as primeiras e dispersam o leitor.

 OBJETIVIDADE
Objetividade, clareza e concisão são aspectos do texto que caminham juntos. A falta de algum
deles pode prejudicar o percurso da leitura.
Ser objetivo é ir diretamente ao assunto que se deseja abordar, sem rodeios, sem
redundâncias. Para conseguir isso, é fundamental que o redator saiba de antemão qual é a
ideia principal da mensagem e quais as secundárias, pois aquela deve vir primeiro que estas.
Para se escrever bem, é preciso separar a ideia principal das secundárias. A mistura dessas
ideias causa a falta de eficácia de tantos textos administrativos.
A objetividade conduz o leitor ao contato mais direto com o assunto e as informações sem
subterfúgios, sem excessos de palavras e ideias. É errado supor que a objetividade suprime
a delicadeza de expressão, reduzindo o texto, ao máximo, tornando-o rude e grosseiro.

Técnicas para Escrever com Objetividade

Identificar a ideia principal.

Identificar as ideias secundárias.

Identificar quais as ideias que interessam ser expressas e quais as que devem ser
dispensadas.

 COERÊNCIA
A coerência seleciona as ideias, central e secundárias, escolhendo as mais importantes e
cimentando-as por meio de um ponto comum. A coerência organiza a sequência das ideias,
de modo que o leitor perceba facilmente ―como‖ elas são importantes para o
desenvolvimento do texto. Mesmo que todos os períodos do parágrafo estejam relacionados
entre si, ou deem suporte à ideia principal, se faltar a organização dessas ideias, o texto ficará
confuso e sem coerência.
Quando é que podemos dizer que um texto é coerente e apresenta unidade?
Basicamente, quando existe harmonia entre as palavras, isto é, quando elas apresentam
vínculos adequados de sentido, e quando a mensagem se organiza de forma sequenciada,
tendo um início, um meio e um fim, sem contradições ou mudanças bruscas do pensamento,
mantendo a unidade textual.

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Os problemas de incoerência entre as palavras são, muitas vezes, causados pela confusão
entre o que se diz e aquilo que realmente se quis dizer.

 CONCISÃO
Em respeito ao tempo do leitor, o escritor deve ser breve. Por isso, na apresentação das ideias,
deve se esforçar para economizar palavras e frases, cortando o que for desnecessário. Às
vezes, a eliminação de palavras ou frases leva o escritor a cortar períodos inteiros. Ótimo, o
leitor sai ganhando. Também ajuda na concisão do texto, a substituição de palavras e
expressões longas por outras mais breves. No final, o texto fica mais ágil e fácil de ler.
Se for possível usar todas as ideias com poucas palavras, o redator encontrou a fórmula ideal
para o seu texto. Economia de palavras, sim; de ideias, jamais.
O máximo de informações com o mínimo de palavras.

Exemplo: Esta tem o objetivo de comunicar = comunico.

A concisão está intimamente ligada à redução de um texto. E, na redução do texto profissional,


devem ser observados os seguintes critérios:

REDUÇÃO EXTENSIVA: trata-se da substituição de vocábulos e expressões por outros


equivalentes no sentido, porém mais curtos.

Exemplos:
O acordo foi assinado porque assim pediram todos ________a pedido de todos
Atos de guerra ______________________________________ bélicos
Pessoa sem discrição _________________________________ indiscreta
Fazer uma viagem ____________________________________ viajar
Pôr as ideias em ordem________________________________ ordenar

Principal problema: excesso de quês:

Um empecilho sintático, extremamente comum, à concisão é o excesso de quês. Ele é


ocasionado pela transposição, para a escrita, de um fluxo ininterrupto do pensamento, sem
que haja o devido cuidado com a estrutura frasal daquilo que é transmitido.
O excesso de quês pode ser facilmente corrigido com algumas substituições, de uso comum
na língua. Observe primeiramente os exemplos:

Exemplo: Espero que me respondas a fim de que se esclareçam as duvidas que dizem
respeito ao assunto que foi discutido.

Forma Reduzida Classe Gramatical


Que me responda Resposta Substantivo abstrato
Que se esclareçam Esclarecer Verbo no infinitivo
Que dizem respeito A respeito, sobre Locução prepositiva
Que foi discutido Discutido Particípio passado

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REDUÇÃO SELETIVA: neste caso são cortadas as informações consideradas não
relevantes.
Normalmente, eliminam-se introduções textuais não significativas, explicitação de termos
desnecessários, informações sem decorrência textual etc.

Exemplo ―Temos a satisfação de levar ao conhecimento de Vossa Senhoria que, nesta data,
pela Transportadora Transporte e, em atendimento ao seu prezado pedido n. 432/05, de 18
de janeiro de 2006, demos encaminhamento, pela Nota Fiscal nº 167, às mercadorias
solicitadas pelo Departamento de Compras de sua conceituada empresa.
Reescrevendo:
Informamos que as mercadorias constantes de seu pedido nº 432/05 foram encaminhadas em
18.1.2006, pela Transportadora Transporte, junto à nota fiscal nº 167.

REDUÇÃO ESTILÍSTICA: trata-se da eliminação de elementos vistos como antiquados ou


desnecessários, em geral, como redundâncias, circunlóquios, vocabulários sem significação
precisa etc.
Exemplo - Em resposta à sua solicitação feita através do Ofício 235 de 20 de fevereiro de
2014.

Em resposta ao Of. 235/2014.

 CONVICÇÃO
Se as palavras revelarem insegurança, incerteza, a posição do redator será enfraquecida,
uma vez que o leitor o estará julgando e avaliando pela firmeza da sua posição.
Ao escrever, mostre que você entende do seu problema, indicando que você sabe o que e por
que está escrevendo.
Tome posições claras e seguras, utilizando palavras simples, mas precisas e exatas, certo ou
errado, você só tem uma oportunidade para expressar suas ideias. Se você vacilar, não será
levado a sério.
Na construção de um tom de voz positivo, tome cuidado para não exagerar. Nunca apresente
informações que não possam ser provadas; não suponha nada, nunca utilize o ―ouvi dizer.
Tome cuidado com o ―achismo.
Não hesite, não vacile, não se mostre indeciso. Certas palavras ou termos podem sugerir que
você não está inteiramente certo das suas ideias, induzindo o leitor a não concordar com o
que você diz (e a não agir como você deseja).
Ruim - Se você acredita que minha reclamação procede, por favor, providencie a reunião com
a equipe.
Melhor - Por favor, providencie a reunião com a equipe.

 RELEVÂNCIA

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Expor apenas aquilo que tem importância dentro do contexto e que deve ser levado em
consideração. Não discorrer sobre informações que não resultem em conclusões ou não
levem a nada.

Por outro lado, esteja sempre certo de que incluiu, no texto, todas as informações pertinentes
sobre o seu problema. Você não pode deixar dúvidas na cabeça do leitor. Preste todas as
informações que forem necessárias.

ELEMENTOS DE COESÃO PALAVRAS EXPRESSÕES


TEXTUAL IDEIAS
Adição e, nem e não, não só...mas
também, tanto...como, não
apenas...como
Alternância Ou ou...ou, ora...ora,
quer...quer, seja...seja
Causa porque, pois, porquanto, devido a, graças a, por
que, dado, visto, por, como causa de, em vista de, em
face de, já que, visto que,
uma vez que, em razão de,
em virtude de, dado que
Comparação como, qual tal como, assim como, do
mesmo modo que, como se
Condição se, caso, sem, salvo, a menos que, contanto que,
mediante exceto se, a não ser que
Conformidade como, conforme, consoante, em conformidade com, de
segundo acordo com
Consequência imprevista tão, tal, tanto, tamanho...que de modo que, de forma que,
de sorte que, de maneira
que, tanto que
Consequência Assim, logo, pois, portanto por conseguinte, assim
Lógica sendo
Finalidade para, porque, que para que, a fim de que, a fim
de, com o fito de, com a
intenção de, com o propósito
de, com o intuito de
Oposição embora, conquanto muito embora, apesar de,
não obstante, a despeito de,
sem embargo de, mesmo
que, ainda que, em que
pese, posto que, se bem
que, por muito que, por mais
que
Oposição/ mas, porém, contudo, no entanto
adversidade todavia, entretanto

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Proporção à proporção que, à medida que
Restrição que (pronome relativo)
Tempo quando, enquanto, apenas, antes que, logo que, sempre
(frequência, ao, mal, então, enfim, que, assim que, depois que,
ordem, sempre, imediatamente, desde que, toda vez que,
duração, agora, anteriormente, afinal, cada vez que, logo depois,
sucessão, anterioridade, raramente, finalmente, logo após, a princípio, pouco
posterioridade) agora, hoje, nunca antes, pouco depois, às
vezes, por vezes, não raro,
ao mesmo tempo, nesse
ínterim, nesse meio tempo,
enquanto isso

 CORREÇÃO GRAMATICAL

Significa expressar-se segundo a língua padrão.


Como obter a correção:

 Dando especial atenção à morfologia, à sintaxe e à semântica.


 Obedecendo aos padrões ortográficos vigentes.
 Fugindo dos vícios de linguagem e da estereotipia.
 Revendo criteriosamente o texto.

 PRECISÃO

Significa empregar a forma ideal para expressar o pensamento de forma precisa.


Obtém-se a precisão:
 Procurando encontrar a palavra certa, consultando, frequentemente, o léxico da
língua.
 Evitando palavras desgastadas pelo uso e fórmulas feitas.
 Revendo criteriosamente o texto e, se necessário, reescrevendo-o.

 IMPESSOALIDADE

A finalidade da língua é comunicar-se, quer pela fala, quer pela escrita. Para que haja
comunicação, são necessários:
 Alguém que comunique.
 Algo a ser comunicado.
 Alguém que receba essa comunicação.

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No caso da redação oficial, quem comunica é sempre a Instituição; o que se comunica é
sempre algum assunto relativo às atribuições do Serviço Público; o destinatário ou é o público,
ou outro órgão público.
Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal dado aos assuntos que constam das
comunicações administrativas decorre:

 Da ausência de impressões individuais de quem comunica: embora se trate, por


exemplo, de um expediente assinado pelo Chefe de determinada Seção, é sempre em nome
da Empresa que é feita a comunicação.
 Da impessoalidade de quem recebe a comunicação, com duas possibilidades:
ela pode ser dirigida ao público, ou a outra empresa. Nos dois casos temos um destinatário
concebido de forma homogênea e impessoal.
 Do caráter impessoal do próprio assunto tratado: não cabe qualquer tom
particular ou pessoal.

Dessa forma, não há lugar na redação administrativa para impressões pessoais, como as que,
por exemplo, constam de uma carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jornal, ou
mesmo de um texto literário. A redação administrativa deve ser isenta da interferência de quem
a elabora.

 FORMALIDADE

As comunicações administrativas devem ser sempre formais, isto é, obedecer a certas regras
de forma, além das já mencionadas exigências de impessoalidade e o uso do padrão culto da
linguagem. É imperativa ainda, certa formalidade de tratamento. Não se trata somente do
correto emprego deste ou daquele pronome de tratamento para uma autoridade de certo nível;
mais do que isso, a formalidade diz respeito à civilidade ao próprio enfoque dado ao assunto
do qual trata a comunicação.

ESCRITA DE HORAS

Existe uma convenção internacional, da qual o Brasil é signatário que estipula o seguinte:
O símbolo de hora é ―h, o de minuto é ―min, o de segundo é ―s. E não ―hs ―hr ―hrs.
Além disso, não há ponto (.) depois de ―h, já que é um símbolo e não uma abreviatura.
A forma ―7:00, com dois pontos, faz parte do sistema inglês, não é utilizado na língua
portuguesa. O correto seria ―7h.
Para citar um período de duração, usa-se:
Das 8h30 às 12h30 ou de 8h30 a 12h30.
O símbolo ―min depois dos minutos é optativo, ele pode aparecer ou não. Será obrigatório
apenas quando forem citados os segundos, ―s.
Exemplo: 22h30min20 ou 22h30min20s
Os números e os símbolos aparecem juntos, sem espaço entre os números e os símbolos.
Exemplo de erro: 22h 30min ou 22 h 30 min 20 s

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USO DE SIGLAS

1. A primeira vez que a sigla for citada no texto, o nome correspondente deve ser escrito por
extenso.

2. Geralmente, o nome aparece primeiro por extenso, e, em seguida, a sigla entre parênteses
ou seguida de traço ou de dois traços.
Exemplo: Centrais Elétricas do Pará - CELPA
Ordem dos Advogados do Brasil – OAB

3. Entretanto, quando a sigla for mais conhecida que o nome, ou quando não houver mais
correspondência com o nome por extenso, esta poderá aparecer primeiro no texto, seguida
de traço ou de dois traços:

FMI – Fundo Monetário Internacional.


BB – Banco do Brasíl.
OAB – Ordem dos Advogados do Brasil.

4. Siglas que possuem até três letras devem ser escritas em maiúsculas, seguidas ou não de
ponto:

Exemplo: GDF, SGA, ONU ou G.D.F. etc.

5. Siglas que possuem mais de três letras e cada letra é pronunciada separadamente também
deverão ser escritas todas em maiúscula, seguidas ou não de ponto:

Exemplo: INSS, CPMF, BNDES ou I.N.S.S. etc.

6. Siglas que possuem mais de três letras e formam uma palavra deverão ser escritas apenas
com a primeira letra em maiúscula:
Ex.: Detran, Terracap, Codeplan, Caesb, Embrapa etc.

Parágrafo
 É uma divisão gráfica do texto.
 É a menor unidade de composição escrita.
 É a unidade de composição constituída por um ou mais períodos que apresenta uma
ideia-núcleo ou tópico frasal a qual se agregam ideias secundárias, intimamente
relacionadas entre si à ideia principal pelo sentido.

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As ideias secundárias podem esclarecer o sentido da principal, detalhá-la exemplifica-la; se a
ideia secundaria não acrescentam alguma informação ao texto, podem ser dispensadas.

Estrutura do Parágrafo:
O parágrafo é considerado um microtexto e como tal, precisa de delimitação do assunto e
fixação de objetivo.

Assim como sucede com o texto, o parágrafo deve conter introdução, desenvolvimento e
conclusão.

Detalhe importante: todo parágrafo deve ser coeso, isto é, deve-se perceber nele uma ideia
central – o seu tópico frasal.

Introdução – Idéia-núcleo: (tese, tópico frasal) representado por um ou dois períodos curtos,
iniciais, onde se expressa, sumária e sucintamente, a ideia-núcleo, isto é, lança a ideia a ser
desenvolvida.

Desenvolvimento – é a explanação dessa ideia-núcleo, formada por frases que desenvolvem


ou esclarecem a ideia da frase inicial.

Conclusão – é a retomada da ideia central, é rara nos parágrafos pequenos ou aqueles em


que a ideia central não apresenta maior complexidade.

Construindo o Parágrafo
Todo parágrafo bem construído deve ser desenvolvido a parti de uma ideia-núcleo,
observando-se alguns pontos fundamentais, tais como: ser completo; ter unidade; apresentar
organização; e ter coerência.

Para que um parágrafo seja completo, deve-se observar se as informações contidas na ideia
núcleo estão adequadamente desenvolvidas ao longo de sua construção; não podendo haver
falhas ou omissões nas informações transcritas.

Para manter a unidade, deve-se evitar a inserção de elementos que não estejam contidos na
ideia núcleo.

Quanto à organização, deve se manter as ordens textuais extremamente efetivas para


organizar-se o parágrafo: cronologia, espacial, do particular para o geral, pergunta/resposta,
efeito/causa.
O fator de maior importância é sem dúvida a coerência. Um parágrafo tem coerência quando
suas frases formam um todo ou se encaixam perfeitamente. Se um parágrafo é coerente, o
leitor passa de uma frase à outra sem vacilações, saltos ou lacunas.

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Ortografia

Não há em nossa língua nenhuma regra que determine escrever esta ou aquela palavra com
“x” ou “ch”, com “s”, “z”, “ss”, “ç”, etc. A melhor maneira de se buscar escrever corretamente
as palavras é recorrer à leitura (de livros, revistas, jornais e outros) e consequentemente
adquirir o hábito de escrever. Contudo, o estudo da língua oferece algumas orientações para
uma boa ortografia. Vejamos:

Uso do “porque”, “porquê”, “por que”, “por quê”


a) Porque: utilizado quando for conjugação coordenativa explicativa ou subordinativa causal.
Para facilitar seu uso, basta substituir pela palavra “pois”.
Exemplo: Não veio porque estava doente. (Não veio, “pois”, estava doente)

b) Porquê: usa-se quando for substantivo, isto é, esteja precedido por um artigo masculino
definido ou indefinido.
Exemplo: Eis o porquê de ela não ter vindo
Há um porquê atrás disso tudo.

c) Por que: utiliza-se no início de frases interrogativas. Também é usado quando se pode
substituí-lo pelas expressões “o motivo pelo qual” ou “pelo qual”.
Exemplo: Por que choraste, menina?
Todos queriam saber por que ela partiu.
(Todos queriam saber “o motivo pelo qual “ ela partiu)
Ali está o livro por que estudei para a prova.

d) Por quê: é utilizado no final da frase interrogativas, diretas ou não.


Exemplo: Não iremos viajar por quê?
O vento batia forte, mas ninguém sabia dizer por quê?

Uso do “MAL” E “MAU”.


a) MAL: usa-se quando for contrário do “bem”.
Exemplo: Você faz mal em não ir à escola.
(Você fez “bem” em não ir à escola)

b) MAU: utiliza-se quando for contrário de “bom“.


Exemplo: Você é um “mau” sujeito.
(Você é um “bom” sujeito)

MAS E MAIS.

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a) MAS: usa-se quando for conjugação coordenativa adversativa.
Exemplo: Queria o carro “MAS” não tinha dinheiro.

b) MAIS: usa-se quando for advérbio de intensidade.


Exemplo: Você está “MAIS” alegre que ontem.

HÁ CERCA, A CERCA, ACERCA:


a) HÁ CERCA: é usado quando indicar tempo decorrido.
Exemplo: HÁ CERCA de dez anos que não a vejo.

b) A CERCA: é usado quando indica medida, distância


Exemplo: O carro parou A CERCA de dois quilômetros daqui.

c) ACERCA: é a preposição usada quando se pode substituí-la pela expressão “a respeito de”.
Exemplo: Falamos ACERCA de política
(Falamos “ a respeito de “ política)

AONDE, ONDE, DONDE


a) AONDE: situação em movimento
Exemplo: AONDE tu vais?

b) ONDE: situação parada.


Exemplo: ONDE deixei cair minha chave.

c) DONDE: lugar de procedência


Exemplo: Lembrou-se da cidade DONDE viera ainda pequeno.

AFIM E A FIM.
a) AFIM: indica semelhança, afinidade.
Exemplo: Tenho um gosto AFIM ao seu.

b) A FIM: indica finalidade.


Exemplo: Estou A FIM de beber.

ACENTUAÇÃO GRÁFICA

Paroxítonas
Silaba tônica: na penúltima sílaba
Acentuam-se as paroxítonas terminadas em:
I Fácil
n Pólen
r cadáver
ps bíceps

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x tórax
us vírus
I, is Júri, lápis
Om, ons Lândom, íons
Um,uns Álbum, álbuns
Ã(s), ão(s) Órfã, órfãs, órfão, órfãos
Ditongo oral (seguido ou não de S) Jóquei,túneis

Observações:

1) As paroxítonas terminadas em “n” são acentuadas (hífen), mas as que terminam em


“ens”, não (hífens, jovens).
2) Não são acentuadas os prefixos terminados em “I” e “r”. (semi, super).
3) Acentuam-se as paroxítonas terminadas em ditongos crescentes: ea(s),ao(s),eo(s),
ua(s), ia(s), eu(s), ie(s), uo(so), io(s).

Exemplo: várzea, mágoa, óleo, régua, férias, tênue, cárie, ingênuo, início.

Oxítona
Sílaba tônica: Na última sílaba

Acentuam-se as oxítonas terminadas em:


a(s) sofá,sofás
e(s) jacaré, vocês
o(s) paletó, avós
em, ens ninguém, armazéns

Monossílabas:
1 – São acentuadas os monossílabos tônicos terminados em a(s), e(s), o(s).
Ex: pá, pés, pó
2 - recebe acento circunflexo a 3ª pessoa do plural dos verbo TER e VIR do presente do
indicativo.
Ex: Eles têm, elas vêm

Todas as palavras PROPAROXÍTONAS são acentuadas:


Ex: público, âmago, lógico

CRASE
É a fusão de a + a . Primeiro a é sempre uma preposição e o segundo é, geralmente, um
artigo feminino, razão pela qual diante de palavras masculinas não ocorre crase.
Ex: refiro-me à carta de 09.08.85...

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 O verbo referir-se exige a preposição a e a palavra carta é precedida de artigos feminino
a.
Obs: os demonstrativos aquele, aquela, aquilo(e seus plurais) devem receber acento grave,
indicativo da crase, sempre que a palavra anterior exigir preposição a .
Ex: Refiro-me àquela reunião em que se discutiu i problema de tarifas.
Refiro-me àquele ofício que CMTC nos enviou ontem.

CRASE OBRIGATÓRIA

- Diante de locuções femininas


Ex: À noite, à tarde, à paisana, às vezes, às claras, à medida que, às escuras, à proporção
que, à vista de.
- Exceto as de instrumento
Ex: Escrever a máquina; foi morto a bala; vendas à vista
- Alguns gramáticos admitem a crase
Ex: Escrever à máquina; vendas à vista
- Diante de horas
Ex: Os ônibus sairão às 15h30min
À meia noite haverá uma surpresa
- Diante de aquele/aquela/aquilo quando precedidos de verbos que exijam a preposição a .
Ex: Refiro-me àquele processo que foi arquivado ontem.
Quando àquela proposta, nada a opor

CRASES FACULTATIVAS
- Antes de possessivos femininos
Ex: Entreguei a proposta a sua secretária ou à sua secretária.
- Com a locução até a
Ex: A linha estende-se até a Praça da Sé ou à Praça da Sé.
- Antes de nomes femininos familiares
Ex: Escrevi a Lúcia ou à Lúcia.

CRASES PROIBIDAS
- Diante de palavras masculinas
Ex: Refiro-me a Carlos Gomes

- Diante de pronomes em geral, inclusive as formas de tratamento(exceto Sra., Srta., Dona)


Ex: Quanto a esta proposta, nada tenho a dizer.
Envio a V. Exa> as cópias do processo
- Diante de verbos
Ex: Ficou a discutir
- Diante de numerais(exceto horas)
Ex: Daqui a duas semanas
- Diante da palavra terra quando empregada em sentido geral (oposição a a bordo)
Ex: os marinheiros chegaram a terra.
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- Diante de nome célebres

Ex: Refiro-me a Joana D’Arc

ORTOGRAFIA

Quando alguém diz “obrigado”, qual é a forma certa para retribuir o agradecimento?
1 – Obrigado é particípio passado do verbo “obrigar”. Como tal concorda em número e grau
com o sujeito, como se fosse um adjetivo. Uma senhora diz: “Sou-lhe muito grata”; e dirá, nos
mesmos moldes ”Sou-lhe muito obrigada”. Duas moças, menos formais, dirão: “Puxa,
obrigadas”: tal como diriam “Estamos agradecidos”. Um grupo de diretores, todos do sexo
masculino, dirá: “Estamos agradecidos” e “muito obrigados”.

2 – Um dos significados do verbo obrigar é forçar, constranger, violentar. Outro é: atrair,


prender, cativar, encantar, seduzir. É nessa acepção que dizemos estar obrigados. Quem fica
obrigado, encantado, cativado, agradecido é quem recebe o favor, e não quem o presta. Por
isso, a concordância é com o sexo daquele que, fala e deseja expressar seu reconhecimento.

3 – A preposição usada com o particípio é “por”: “Obrigada por ter me ajudado” . A expressão
“de nada”, considerada influência espanhola, não é muito bem-vista em português. É
aconselhável a forma “por nada”.

Não cabe, também, responder apenas “nada”. Seria desacreditar ou contradizer a gratidão do
favorecido.

4 – Vale lembrar que tanto faz dizer “Sou eu que agradeço” ou “sou eu quem agradece”,
porque o verbo tanto pode concordar com o pronome quem”, permanecendo na terceira
pessoa do singular, como pode concordar com o pronome pessoal “eu” , sujeito da oração
anterior. Exemplo: “somo nós que agradecemos” ou “somos nós quem agradece”. Se, em
lugar de “quem”, o pronome for “que”, a concordância não é mais facultativa: só se admite o
verbo concordando com o sujeito da primeira oração.

A festa vai das 19h30min até a meia-noite e meia. Como posso traduzir essa expressão em
números?
O correto é informar que a festa termina à zero hora e trinta minutos. A crase, na verdade,
relaciona-se com o termo “hora”: antes de hora(s), precedida ou não de numeral, vai
preposição “a”. Poderíamos dizer “até a zero hora”, o que atesta a presença de preposição e
de artigo feminino.
Para usar algarismos, o registro é: “A festa vai das 19h30min à 0h30min”.
Considere-se que o dia tem 24 horas. A primeira hora vai da meia-noite até a uma hora da
madrugada. Quando se encerra a vigésima terceira hora de um dia, já começa o dia seguinte.
Não existe vigésima quarta hora.

21
Também não podemos grafar 12h30min, pois o nosso sistema não é como o americano, que
registra AM (antes do meio-dia) e PM (depois do meio-dia). Depois do meio-dia, vêm as 13h,
as 14h.... Ou seja: 12h marcam o meio do dia.

Acentuação Gráfica

Os sinais de pontuação têm as seguintes finalidades:


Assinalar as pausas na leitura;
Separar as palavras, expressões e orações que devem ser destacadas;
Esclarecer o sentido das frases.

São os seguintes os sinais de pontuação:


Vírgula: ,
Ponto: .
Ponto e Vírgula: ;
Dois pontos: :
Aspas: “ “
Ponto de interrogação: ?
Ponto de exclamação: !
Reticências: ...
Parênteses: ( )
Travessão -

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VÍRGULA

A vírgula é usada para:


1 - Separar palavras da mesma função sintática.
Ex: A linguagem, a personagem, o espaço, tudo é condensado no canto

2 - Separar expressões apelativas (vocativo)


Ex: Moço, lute por seu futuro.

3 - Separar expressões explicativas (aposto)


Ex: Jaime, irmão de Augusto, fará o concurso.

4 – Em datas, para separar o lugar.


Ex: Belém, 16 de janeiro de 1991

5 – Para separar locuções adverbiais:


Ex: Às vezes, vou ao cinema. Toda família orava, na hora do almoço.

6 – Para separar as conjunções: pois, contudo, porém, entretanto, ou expressões


explicativas como: isto é, a saber, ou melhor, por exemplo...
Ex: Posso trazer os livros, isto é, se você quiser.

7 – Para separar orações justapostas.


Ex: O diretor entrou, observou a classe, conversou com o professor e saiu.

8 – Para indicar supressão de um terno já citado na oração (Zeugma)


Ex: Uns dizem que ele morreu, outros, que ele viajou.

9 – Para indicar a falta de um termo facilmente identificado (Elipse)


Ex: Ele, o melhor aluno.
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10 - Para separar palavras repetidas ou quando houver polissíndeto.
Ex: Ora, ora, eu não vejo a hora.
“Trabalha, e teima, e lima, e sua!”

PONTO
O ponto é usado para indicar a conclusão de uma frase.
Es: Era dia claro. Sol a pino. Todos estavam na lavoura.

PONTO E VÍRGULA
Empregamos o ponto e vírgula para:
1- Separar orações longas que precisam permanecer no mesmo período para
manter a unidade da idéia.
Ex: antes os problema eram políticos; hoje, são políticos, financeiros e sociais.

2- Para separar os considerados de um decreto, petição, sentença, lei, e outros


Ex: Considerando:
O alto custo de material;
A exigência de pessoa qualificado;
A falta de salas adequadas;

Fica estabelecido...

DOIS PONTOS
Usamos dois pontos nos seguintes casos:
- Antes da citação
Ex: Bem dizia o ditado: “Quem tudo quer, tudo perde”.
- Antes de uma enumeração:
Ex: Tudo aconteceu ao pobre: doença, miséria, desastre.

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- Antes de uma explicação.
Ex: Quem fez isso foi: João, Maria, Carlos.....

PONTOS DE EXCLAMAÇÕES
Usado para indicar surpresa, susto, pavor, indignação, piedade, alegria...
Ex: Pobre homem! Que horror!

RETICÊNCIAS
Usamos reticências para:
Indicar interrupção do pensamento
Ex: Você não me falou sobre...
Indicar hesitação
Ex: Bem... poderia ser......mas....

ASPAS
Usamos aspas para
1.Indicar as palavras que são de outro autor
Ex: Dizia Rua Barbosa; “A pátria não é ninguém: são todos”.

2.Indica estrangeirismo e gírias.


Ex: Ele é “careta”. Foi concedido o “Hábeas Corpus”.

3. Destacar o valor significativo das palavras.


Ex: “Eu iria”, mas não vou.

25
PARÊNTESES

Usamos os parênteses para indicar:


1. Palavras, frases, orações explicativas.
Ex: Os convidados (dez casais) chegaram pontualmente ao evento.
2. Indica citações, obras literárias, editora, e outros...

TRAVESSÃO
Usamos para:
1. Indicar a fala do personagem:
Ex: - Chegamos cedo.
- Você achou?
2. Isolar num período, palavras ou frases.
Ex: Horas depois – ainda chovia – resolvemos partir.

Conceituação e Estrutura dos Principais


Documentos Oficiais e Empresariais

Aspectos Gerais de Relatórios e Pareceres

Relatório é a exposição escrita na qual se descrevem fatos verificados mediante


pesquisas ou história a execução de serviços ou experiências. É geralmente
acompanhado de documentos demonstrativos, tais como tabelas, gráficos,
estatísticas e outros.
Narração ou descrição ordenada e mais ou menos minuciosa daquilo que se viu,
ouviu ou observou.
Exposição dos principais fatos colhidos por comissão ou pessoa encarregada de
estudar determinado assunto.

Parecer:
Opinião fundamentada sobre determinado assunto, emitida por especialista.

Classificação de Relatórios
Os relatórios podem ser:

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 Informativos aborda um problema ou situação e oferece
informações.
 Reativos aborda um problema, examina as causas e as
consequências e oferece sugestões.
 Conclusivos aborda um problema ou situação e oferece
conclusões.

Prefira:
 o termo mais simples;
 o sinônimo mais curto;
 o singular ao plural;
 o presente ao futuro;
 o termo concreto ao abstrato;
 o particular ao genérico;
 o explícito ao implícito;
 o positivo ao negativo;

Evite:
 a verborragia - excesso de palavras;
 os enxertos desnecessários (use somente citações
indispensáveis);
 os rodeios de palavras (vá direto ao assunto);
 a tautologia - repetição de palavras com o mesmo sentido;
 os preciosismos

Busque:
 a concordância e a regência (nominais e verbais);
 o termo no seu sentido mais conhecido (o primeiro significado do
verbete no dicionário);
 o uso culto da língua;
 as informações precisas e exatas;
 a clareza de expressão;
 a palavra em seu sentido mais preciso.

Organização do Relatório

Os relatórios e os pareceres devem ser redigidos na 1º pessoa do plural ou no


impessoal têm a seguinte estrutura básica:

27
Introdução da abertura: Informa por que foi escrito, explica a finalidade do
documento e quem o solicitou.

Desenvolvimento do Corpo: Traz o desenvolvimento das ideias.

Conclusão do Fechamento: É a consequência lógica das ideias.

Os relatórios e os pareceres podem ser organizados por ordem de importância,


sequencialmente ou cronologicamente. Observe algumas sugestões para
melhor organizá-los:

a) Ordem de importância
1) Liste todas as ideias.
2) Decida a importância relativa de cada uma.
3) Disponha no texto, da mais para a menos importante.
b) Sequencial
1) Divida o assunto em ―passos‖
2) Descreva cada ―passo‖ (o que acontece, o que o leitor deve fazer)

c) Cronológica
1) Divida o assunto em acontecimentos, na sequência em que se
sucederam.
2) Descreva o que aconteceu em cada um.
3) Explique claramente os problemas ou fatos especiais surgidos em
cada acontecimento.

Tipos de Relatórios

Há muitos tipos de relatório. Falaremos dos técnico-científicos, de viagem, de


estágio e de visita, administrativos e para fins especiais.

Relatório Técnico-Científico: É o documento original pelo qual se faz a difusão


da informação corrente, sendo ainda o registro permanente das informações
obtidas. É elaborado principalmente para descrever experiências, investigações,
processos, métodos e análises.

Relatório de Viagem: É o documento por meio do qual são fornecidas


informações sobre viagem realizada, indicando data, destino, duração,
participantes, objetivos e atividades desenvolvidas.
Em relatórios de viagem, a introdução deve incluir a data, o destino e o objetivo
da viagem. No desenvolvimento são relacionados os participantes, as funções
ou atividades desempenhadas e os lugares visitados. Se o objetivo foi a
participação em cursos, congressos, seminários e similares, o programa deve
ser incluído. A conclusão consiste na avaliação crítica da viagem, caso queira.

28
Relatório de Estágio e de Visita: É o documento que visa descrever o local
onde foi realizado o estágio ou a visita, o período de duração, as atividades
desenvolvidas pelo estagiário, ou as observações feitas pelo visitante.

O texto dos relatórios de visita e de estágio é composto por:

 descrição geral do local da visita ou do estágio;


 descrição dos trabalhos executados;
 descrição dos processos técnicos ou de outras particularidades
técnicas observadas;
 conclusão que deve incluir referência ao aproveitamento obtido
com o estágio ou visita.

Relatório Administrativo: É a comunicação escrita submetida à apreciação de


uma autoridade superior, geralmente ao término de um exercício, relatando a
atuação administrativa. São geralmente submetidos à apreciação de uma
pessoa ou organização e devem ser acompanhados de um documento de
encaminhamento.
Exemplo: O Diretor do Departamento Tal, no cumprimento da lei Tal, expõe à
apreciação de Vossa Excelência o relatório do...

Estrutura de Relatórios

a) Cabeçalho:
Pode-se seguir o modelo de ofício, utilizando-se o brasão das armas da
República ou a logomarca da instituição, além da identificação do órgão,
departamento e setor que o expede, endereço, telefone, fax e e-mail.
Ou
Pode-se apenas identificar o documento (ver regras a seguir).

b) Identificação do documento:
Pode-se identificar o documento, como no ofício (número, ano e setor e
instituição que emite)
Exemplo: Parecer n. 30/2009/SG-PR
Pode-se adotar um título, com identificação do tipo de relatório/parecer,
geralmente centralizado, com iniciais maiúsculas em negrito ou todo em caixa
alta.
Exemplo: Relatório Anual de Gestão/2009
Exemplo: Parecer de Auditoria
Exemplo: RELATÓRIO ANALÍTICO E PARECER PRÉVIO SOBRE AS
CONTAS DA COMPANHIA DAS DOCAS DO PARÁ.

29
c) Data
Normalmente, no parecer, a data é registrada ao final, seguida da assinatura do
parecerista.
No relatório, o mais comum é a data seguir o padrão ofício e ser registrada no
início, abaixo da identificação do documento.

d) Assunto ou ementa
Em geral, o relatório tem assunto e o parecer tem ementa.
A ementa deve dar uma ideia geral do que trata o documento. Se bem elaborada,
facilita, para o emissor, localizar o documento; e, para o receptor, saber o tema
do documento antes mesmo de lê-lo.
O assunto e a ementa devem iniciar por um substantivo e não por um verbo.
O assunto deve conter de três a sete palavras.
Exemplo: de assunto correto: Solicitação de férias.
Exemplo: de assunto incorreto (uso de verbo): Solicitar férias.
Exemplo: de assunto correto: Aquisição de novos computadores.
Exemplo: de assunto incorreto (muito longo): Necessidade de aquisição de
novos computadores para o setor de Recursos Humanos do Tribunal de Contas
do Estado.
Ementa é uma síntese geral do parecer, identificando seus principais aspectos.
Pode trazer a conclusão de quem o emitiu. Geralmente é expressa por frases
curtas. Fica alinhada à direita do texto. Pode-se escrever a palavra ―ementa‖
ou não. Recomenda-se alinhar à direita (9cm).
Exemplo: Aposentadoria especial. Magistério. Proventos integrais. Tempo de
serviço fora de sala de aula. Parcela irregular. Insuficiência do requisito temporal
exigido para a modalidade em espécie. Ilegalidade.

Ementas
Exemplo: Tomada/prestação de contas anual. Contas julgadas regulares com
ressalva. Quitação aos responsáveis. Recomendação de providências
corretivas.
Exemplo: Análise de notas de empenho e de balancetes trimestrais dos órgãos
da Administração Direta do Governo Federal. Aprovação.

e) Destinatário e vocativo
Em geral, o parecer não tem nem destinatário nem vocativo. Este é um
documento que deverá compor um processo e, caso seja necessário enviá-lo
para alguém, isso deve ser feito por ofício ou memorando.
O relatório pode seguir o padrão do parecer, e não ter nem destinatário nem
vocativo. Mas também pode seguir o padrão de ofício ou memorando e ser
endereçado a quem o solicitou.

30
f) Numeração dos parágrafos e tópicos
Geralmente, numeram-se os parágrafos apenas de documentos mais curtos, de
até, aproximadamente, cinco, dez páginas.
O uso de tópicos é interessante no parecer e no relatório, principalmente se eles
forem mais longos. Os tópicos facilitam a organização dos assuntos no texto e a
leitura específica dos temas que o receptor busca. 32
Pode-se ainda adotar o uso de tópicos e a numeração de parágrafos. Entretanto,
deve-se buscar uma ordenação diferente, adotando-se, por exemplo, algarismos
romanos ou letras, para os tópicos, e algarismos arábicos, para os parágrafos, a
fim de que não haja confusão.

g) Fecho
Se o redator utilizar destinatário ou vocativo, deve adotar também o uso do fecho;
caso contrário, o fecho não deve ser utilizado.

h) Gráficos, tabelas, quadros e figuras


O uso de gráficos, tabelas, quadros e figuras é bastante recomendado em
documentos técnicos como relatórios e pareceres, porque eles facilitam a leitura
das informações. Observe o padrão recomendado pela ABNT, (no tópico de
elementos que podem compor a estrutura desses documentos)

Elementos que Podem Compor a Estrutura dos Relatórios


Os elementos pré-textuais (capa, folha de rosto, equipe técnica, sumário, listas
e resumo), textuais e pós-textuais (anexo, glossário, referências bibliográficas e
índice) que compõem a estrutura de um relatório seguem a ordem descrita.
Observação: Geralmente somente Relatórios e Pareceres mais
extensos têm essa estrutura.

I) Elementos Pré- textuais


Capa: é a cobertura externa de papel, cartolina, couro ou outro material,
abrangendo os cadernos que constituem o relatório. A capa deve conter os
seguintes elementos:

 Nome da organização responsável, com subordinação até o nível


de autoria.
 Título.
 Subtítulo se houver.
 Classificação de segurança, quando necessário.
 Local.
 Número de Volumes
 Ano de publicação, em algarismos arábicos.

Relatórios pouco extensos não necessitam de capa. A folha de rosto deve ser
usada para tal fim.

31
Lombada: (ou dorso) é a parte por onde as folhas são costuradas. Em relatórios
impressos, deve conter o nome da organização responsável e/ou autor, o título
do relatório, sempre que possível grafados horizontalmente ou, no caso de
lombadas finas, de cima para baixo. Deve também conter o número do volume,
caso o relatório tenha mais de um.

Folha de Rosto: é a fonte principal de identificação do relatório, devendo conter


os seguintes elementos:

 Nome da organização responsável, com subordinação até o nível


de autoria.
 Título.
 Subtítulo se houver.
 Nome do responsável pela elaboração do relatório.
 Local.
 Ano de publicação, com algarismos arábicos.

Assunto: É uma apresentação concisa e seletiva, que ressalta o objetivo, a


metodologia utilizada, os itens observados, as conclusões e as propostas de
encaminhamento mais importantes.
Não devem constar do assunto os nomes dos membros da equipe ou dos
responsáveis, nem os de terceiros que, de alguma maneira, tenham colaborado
na elaboração do relatório ou parecer.
O assunto, após apreciação pelo colegiado competente, pode ser adotado como
peça de divulgação a ser fornecida à imprensa, via Unidade responsável pela
comunicação social da Instituição.
Resumo em língua estrangeira: (se necessário) Versão do resumo em
português para outro idioma digitado em folha separada. Em inglês é
denominado Abstract, em francês Resumè. Deve ser seguido das palavras-
chave na língua.
Lista de Ilustrações: Relação sequencial das ilustrações apresentadas no
texto, com cada item designado por seu nome número específico acompanhado
do número da página.
Lista de abreviaturas e siglas: Relação das abreviaturas e siglas utilizadas no
texto apresentadas em ordem alfabética e seguidas das palavras ou expressões
correspondentes. Recomenda-se lista própria para cada tipo.
Lista de símbolos: Relação dos símbolos, na ordem em que aparecem no texto,
seguidos do respectivo significado.
Sumário: Exposição enumerada das principais divisões, seções e partes do
trabalho, feita na mesma ordem e forma em que aparecem no texto, com
indicação de paginação. Em caso de o relatório ou parecer ser constituído de
mais um volume, em cada um deve constar o sumário completo. Os elementos
pré-textuais não devem aparecer no sumário (ver NBR 6027/2003 da ABNT).

32
Errata: Listagem de itens com erros de grafia ou outros, indicando a sua
localização e a forma correta do texto.

Forma de apresentação dos elementos pré-textuais:

a) os elementos pré-textuais como epígrafe, resumos, listas de


ilustrações, listas de tabelas entre outros, não constam no sumário;
b) não se utiliza nenhum tipo de sinal (ponto, hífen, travessão) entre os
números indicativos de seção e seus títulos, nem após os títulos;
c) a palavra sumário é centralizada na folha e apresentada com os
mesmos recursos tipográficos utilizados para as seções primárias (fonte,
destaque, caixa alta e outros);
d) os indicativos das seções primárias e de suas subdivisões, bem como
seus títulos, devem aparecer no sumário da mesma forma que apareceram no
texto; com os mesmos recursos tipográficos (negrito, itálico, caixa alta, fonte e
outros).

Parecer Técnico
É a proposição em que se indica e se fundamenta uma solução para determinada
matéria que lhe serve de objeto.
Esse ato administrativo é a expressão de um juízo e contém pronunciamento ou
opinião sobre questão submetida a órgão consultivo, com o fim de esclarecer
dúvidas ou indagações, para servir a emanação do ato conclusivo vinculado ao
assunto.
Documento por meio do qual o redator é instado a emitir uma opinião, expressar
um julgamento de valor relativo à matéria em análise.
O Parecer atende às necessidades de um leitor que necessita tanto do apoio
técnico como do suporte de informações, que lhe permitam adquirir o necessário
embasamento para a tomada de decisões.

Portanto, um bom parecer deve:


 avaliar as alternativas possíveis, discutir os prós e os contras e
chegar à conclusão mais adequada, que vá efetivamente ao encontro das reais
necessidades de informação do leitor;
 deixar bem claro qual o melhor caminho a seguir, sem subterfúgios
nem meias palavras;
 fazer várias recomendações, sem que isso implique dizer que o
leitor tenha que, obrigatoriamente, acatá-las;
 manter um tom de neutralidade, deixando bem claro que as
ponderações e juízo de valor, eventualmente encontrados, atêm-se única e
exclusivamente a critérios técnicos.

33
O passo-a-passo do parecer:
 defina o objetivo do texto e o conteúdo a ser abordado. Procure
fazer um esboço. Essa prática permite avaliar se você não está subestimando
ou superestimando o conhecimento prévio do leitor;
 Organize e expanda as informações conforme o esquema abertura
corpo e conclusão.

Abertura
Comece com a identificação do solicitante, seguida de uma definição sucinta do
objetivo do trabalho e da exposição de motivos que determinam sua execução.
Você pode acrescentar ainda:

 antecedentes relevantes;
 metodologia empregada;
 existência ou não de auxílio de terceiros;
 tese central a ser defendida e síntese dos argumentos que serão
apresentados.

Corpo
Apresente fatos, dados, análises e argumentos, que justificarão a validade da
nova informação, já exposta na introdução.
Dependendo do que vai ser dito, há muitas maneiras de desenvolver o corpo do
texto. Uma sequência particularmente interessante é o desenvolvimento por
tópicos, respeitando-se a cronologia dos acontecimentos.

Fechamento
Se você percebe que o leitor está convencido da veracidade, basta apenas:
a) recapitular os principais argumentos descritos no corpo;
b) reafirmar a informação para enfatizá-la;
c) recomendar ao leitor as ações que devem/podem/convêm ser
adotadas e os procedimentos para solucionar a questão.

Lembretes importantes:
 O foco do texto deve ser dirigido às necessidades de informação
do leitor. É preferível deixar de lado aspectos secundários em prol da
apresentação correta dos principais resultados. O parecer deve conter o
necessário a ser introduzido, contextualizado, desenvolvido, justificado e
concluído.

34
 Normalmente, leitores de parecer não gostam de textos ―secos‖;
isto é, fracos em argumentos, esperam encontrar comentários, análises e
sugestões. Afirmações genéricas e sem fundamentação dificilmente têm
credibilidade. Lembre-se, contudo, de que o detalhamento excessivo pode
comprometer a eficácia da comunicação. É desnecessário provar que você
pesquisou o assunto com profundidade.
 Se houver muita informação a ser passada para o leitor, não
concentre tudo no texto principal. O que você julgar acessório pode aparecer em
anexos, notas de texto ou rodapé.

Estrutura mais usada:


1. Epígrafe - Título com numeração e referência ao órgão.
2. Local e data – Na mesma linha da epígrafe, à direita.
3. Número do protocolo e sigla do órgão que solicitou o parecer.
4. Assunto ou Ementa. Resumo claro, fiel e conciso do conteúdo do
texto.
5. Vocativo (indicar o cargo do destinatário, antecedido da forma
―Senhor (a)‖).
4. Corpo – Composto por parágrafos numerados por algarismos arábicos
seguidos de ponto. Eventuais desmembramentos seguem a hierarquia
estabelecida a partir do inciso (incisos, alíneas e números) ou a partir da alínea
(alíneas e números) dependendo do nível de desmembramento requerido.
Relatório (desenvolvimento): No qual se faz a exposição da matéria em exame.
O relatório deve ser bem argumentado e obedecer à ordem de importância dos
argumentos. Os dispositivos gerais devem preceder os especiais, os mais
relevantes devem preceder os menos importantes, e os permanentes
precederem os transitórios. Se necessário, historiar os trâmites (por quais
comissões passou a proposição, que pareceres recebeu e quais as emendas
que foram sugeridas). Por ser um texto expositivo, há a obrigatoriedade da
linguagem impessoal (terceira pessoa do singular).

Modelo de Parecer
Parecer 2034/Dejur/PGR
Pt. 103977
BANCO XXX – Sob intervenção -
Proposta de liquidação de dívida.
Senhor Diretor,
1. O interventor do Banco XPTO traz à análise proposta apresentada pela
empresa XPTO INDUSTRIAL, para liquidar a dívida contraída com aquele
Banco, mediante restituição em pagamento de uma área de terras de trezentos
e cinquenta alqueires, da fazenda Lagoinha, município de Ventania (PR). As

35
terras encontram-se em nome de terceiros, livres e sem nenhum ônus, avaliadas
pela própria empresa em R$ 720.000,00 (setecentos e vinte mil reais).

2. A dívida, da ordem de R$ 670.000,00 (seiscentos e setenta mil reais) em


12/11/2000, encontra-se em execução judicial desde setembro de 1999. Ela se
originou de um empréstimo em 24/11/1998 e foram dados como garantia 735
metros cúbicos de madeira branca

3. Revela-se que a situação da empresa é crítica, apresentando-se deficitária,


com as atividades reduzidas para vinte por cento de sua capacidade produtiva.
Os bens do patrimônio estão todos penhorados por dívidas trabalhistas, fiscais
e financeiras no sistema bancário. Essas dívidas, registradas em balanço,
importam em R$1.442.000,00 (um milhão, quatrocentos e quarenta e dois mil
reais), e o faturamento mensal gira em torno de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil
reais). 44

4. Mostra-se também favorável à aceitação da proposta, evitando custas judiciais


e recebimento provável de apenas parte da dívida atual.

5 A lei admite que o credor receba em pagamento do seu direito, qualquer bem
que possa cobrir o valor. O devedor, ao entregá-la com anuência do credor,
liberta-se da prestação a que se obrigara. Essa modalidade de pagamento, ou
de extinção de obrigação, conhecida no meio jurídico como dação em
pagamento, poderia ser aplicada ao caso.

6. Diante da situação da empresa, a ação judicial dificilmente surtirá algum efeito,


principalmente pelo fato de que a garantia da dívida é penhor de madeira. Se a
produção está reduzida, não existe estoque para ser penhorado. Os maquinários
e instalações encontram-se obsoletos e o mercado retraído para a utilização
desses produtos na indústria têxtil. As dívidas com outras empresas e bancos
poderão provocar a falência da XPTO

7. Compete ao Banco Central, por força da lei, autorizar a operação, analisando-


a quanto aos aspectos de conveniência e de oportunidade. A questão ganha em
importância, porque se trata de atribuição do interventor, recaindo-lhe os ônus
de uma responsabilização judicial futura.
8. Após análise desses dados, verifica-se que a situação da empresa é crítica.
Em consequência, dificilmente obteriam-se melhores resultados com a execução
judicial. A garantia da dívida, no caso, estoque de madeira branca inexistente, e
a situação quase falimentar da XPTO não oferecem segurança quanto ao
recebimento, no futuro, do empréstimo efetuado pela empresa.

9. A operação parece oportuna, desde que a avaliação das terras esteja com os
preços compatíveis com o mercado. Outro aspecto que merece atenção do

36
interventor é o fato de o terreno encontrar-se em nome de terceiros. Se não
houver nenhum impedimento para que ocorra a transferência das terras, a
operação poderá ser concretizada.

10. Recomenda-se a realização do negócio, desde que confirmada a avaliação


das terras a preço de mercado, e verificada a inexistência de impedimento para
transferência dos bens que se encontram em nome de terceiros.
Este é o nosso parecer,

A Revisão
A revisão não deve ser feita pelo redator.
O texto deve ser dado para mais alguém, que estará à vontade para apontar ou
corrigir eventuais problemas de lógica, consistência ou gramática.
O redator não terá condições psicológicas de fazê-lo com eficácia.
Utilize cada versão digitada, resultante das revisões, com total liberdade:
escreva em cima das palavras, das frases, risque, escreva nas margens, faça
sinais indicando inversões de palavras...
Enfim, faça um exame em profundidade no texto e coloque em condições de
receber uma nova versão.

Ata
É um registro resumido, porém claro e fiel, das ocorrências de uma reunião.
Tem apenas 2 parágrafos: No cabeçalho e no final do texto.
Números por extenso e, para facilidade na leitura, podem ser repetidos em
algarismos entre parêntesis.
Escrito com caneta, sem rasura. As ressalvas devem ser feitas com:
1) 'digo' - no momento da escrita (intensão, digo, intenção);
2) 'Em tempo' - quando o erro só for percebido na hora de lavrar a ata (Em
tempo: onde se lê "aquilo", leia-se "isso"), ou quando for necessário algum
acréscimo de informação (Em tempo: na relação dos presentes, acrescente-se
o nome do senhor José das Couves)
a) O livro: deve conter um termo de abertura e um termo de encerramento.
A ata: é iniciada por um cabeçalho seguido da abertura, da legalidade, relação
nominal, aprovação da ata anterior (se houver), desenvolvimento e fecho.
O fecho só acontece depois que todos os acontecimentos foram registrados.

Requerimento
É utilizado para solicitar a autoridade pública e privadas algo que se tenha direito
e ou supostamente, tenha amparo legal.

37
O texto deve ser bastante objetivo, redigido em 3ª pessoa e mencionando-se a
função para quem é dirigido.

A paragrafação pode seguir o estilo americano (sem entradas de parágrafo), ou


estilo tradicional. No caso de estilo americano, todo o texto, o fecho e a data
devem ser alinhados à margem esquerda. No estilo tradicional, o fecho e a data
devem ser alinhados à direita.

• Por conter muitas informações, é de bom tom que o texto não ultrapasse 6 ou
10 linhas, incluindo a identificação, exposição e justificativa.
• Caso seja necessário anexar algum documento, o(s) anexo(s) deve(m) ser
mencionado(s) no texto.
• Para um bom requerimento, basta esquematizá-lo, segundo os passos:

Declaração / Atestado
É utilizado para informar a ocorrência de um fato ou a existência de uma
situação.

• É fornecido somente se alguém pedir.


• Deve-se ter em mente que o destinatário precisará saber alguns detalhes
importantes, mas não se pode detalhá-los.
• A finalidade da declaração deve estar contida no texto. Se não se souber qual
a finalidade, diz-se apenas “para os devidos fins”.
• A paragrafação pode seguir o estilo americano (sem entradas de parágrafo),
ou estilo tradicional. No caso de estilo americano, todo o texto, a data e a
assinatura devem ser alinhados à margem esquerda. No estilo tradicional,
devem ser alinhados à direita.
Deve conter:
• identificação do emissor;
• o verbo atestar ou declarar no presente do indicativo, na terceira pessoa do
singular ou do plural (atesta / atestam / declara / declaram);
• finalidade do documento (para fins escolares / para fins previdenciários / para
os devidos fins);

Circular
É utilizada para transmitir avisos, ordens, pedidos ou instruções, dar ciênciade
leis, decretos, portarias, etc.
• Destina-se a uma ou mais de uma pessoa/órgão/empresa. No caso de mais de
um destinatário, todas as vias distribuídas devem ser iguais.
• A paragrafação pode seguir o estilo americano (sem entradas de parágrafo),
ou estilo tradicional. No caso de estilo americano, todo o texto, a data e a

38
assinatura devem ser alinhados à margem esquerda. No estilo tradicional,
devem ser centralizados.

Memorando e Correspondência Interna.


É utilizado para comunicação entre órgãos ou departamentos públicos e
privados. Diferencia-se do Ofício apenas por este ser mais restrito e rigoroso que
aquele quanto à forma e ao uso. Memorando (MEMO) é utilizado em instituições
públicas e a Correspondência Interna (CI) em instituições privadas DETALHES:
• Existem 2 tipos de memorando: interno (para o mesmo departamento), ou
externo (para outro departamento ou órgão/empresa).
• Não há rigor quando ao formato, mas os elementos necessários (código e
número, local e data, assunto, de / para, etc.) têm de ser mantidos em qualquer
memorando.
• Destina-se a uma ou mais de uma pessoa/órgão/departamento. No caso de
mais de um destinatário, todas as vias distribuídas devem ser iguais.
• A paragrafação pode seguir o estilo americano (sem entradas de parágrafo),
ou estilo tradicional. No caso de estilo americano, todo o texto, a data e a
assinatura devem ser alinhados à margem esquerda. No estilo tradicional,
devem ser centralizados.

Ofício / Carta Comercial


O Oficio é utilizado para comunicação entre órgãos do setor público e a Carta
Comercial para instituições privadas.
• Cada ofício deve conter um único assunto.
• A numeração dos ofícios recomeça a cada ano.
• A paragrafação pode seguir o estilo americano (sem entradas de parágrafo),
ou estilo tradicional. No caso de estilo americano, todo o texto, a data e a
assinatura devem ser alinhados à margem esquerda. No estilo tradicional,
podem ser centralizados.
Para o Ofício usa-se cordialmente ou respeitosamente e para Carta Comercial,
atenciosamente.

AVISO

O Aviso é um documento utilizado pelas empresas e instituições que transmitem


informações, ordens, convites, notificações a empregados ou a terceiros com
quem elas tenham interesse em comum.
Deve ser escrito em papel timbrado (com a marca da instituição);

39
Deve conter apenas o teor da comunicação. O conteúdo deve ser escrito em
linguagem e objetiva, para que não haja dúvidas quanto à interpretação;

Sua estrutura é bem simples:


a) Título, que é a palavra AVISO (em letras maiúsculas);
b) Indicação da pessoa a quem se destina o aviso;
c) Texto contendo a mensagem;
d) Fecho simples (dispensável conforme o caso);
e) Local e data;
f) Assinatura, nome e qualificação (cargo) ou identificação do responsável.

Autorização
Ação ou resultado de autorizar; conceder permissão para que alguém faça
alguma coisa; concessão;

Requerimento
É um documento utilizado para obter um bem, um direito, ou uma declaração de
uma autoridade pública. O requerimento é uma petição dirigida a uma entidade
oficial, organismo ou instituição através da qual se solicita a satisfação de uma
necessidade ou interesse.
Notadamente nos deparamos com algo que requer procedimentos específicos
para sua constituição e, para tal, discorreremos a seguir acerca de todos eles.
Esteticamente, assemelha-se à carta, como podemos conferir:
* Invocação ou vocativo: Refere-se à indicação do cargo pertencente à pessoa
para a qual é destinado o requerimento, acompanhada do pronome de
tratamento adequado, tal como: Vossa Excelência, Ilustríssimo Senhor, Vossa
Magnificência, entre outros.
* Corpo do requerimento: Constitui-se de um único parágrafo, contendo o
motivo do pedido baseado em uma fundamentação legal e demais aspectos
elementares, como:
Identidade do requerente: Nome completo, estado civil, nacionalidade e número
dos documentos pessoais, como RG e CPF.
* Fecho: Finaliza o documento, constando as seguintes informações: Nestes
termos, Pede deferimento.

Procuração
Procuração é um documento que serve de instrumento para que o interessado,
mandante ou outorgante, dê a terceiros, mandatário ou procurador, o direito de
praticar atos em seu nome.
Entre as opções de procuração, existem as procurações por instrumento
particular, em que o mandante a escreve, com base em modelo de procuração,

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e procede com o reconhecimento de firma, que atestará a veracidade da
assinatura e o real interesse em ser representado pelo mandatário.
Existem procurações por instrumento público, ou seja, o documento é registrado
em cartório.
Na procuração simples, o mandante confere poderes para negociações civis ou
comerciais, não valendo para representação judicial.
Na procuração de advogado, o mandante dá ao bacharel em Direito direitos para
agir por ele, como autor ou réu, em um tribunal.

Portaria
Portaria é, em Direito, um documento de ato jurídico vindo da presidência, que
contém ordens/instruções acerca da aplicação de leis ou regulamentos,
recomendações de caráter geral e normas sobre a execução de serviços, a fim
de esclarecer ou informar sobre atos ou eventos realizados internamente em
órgão público, tal como nomeações, demissões, medidas de ordem disciplinar,
pedidos de férias, licenças por luto, licenças para tratamento de saúde, licença
em razão de casamento de funcionários públicos, ou qualquer outra
determinação da sua competência.
Em todos os casos, portaria é um ato administrativo normativo que visa à correta
aplicação da lei no senado, expressando em minúcia o mandamento abstrato da
lei, com a mesma normatividade da regra legislativa, embora seja manifestação
tipicamente administrativa.

Resolução
As resoluções são atos administrativos normativos que partem de autoridade
superior, mas não do chefe do executivo, através das quais disciplinam matéria
de sua competência específica. As resoluções não podem contrariar os
regulamentos e os regimentos, mas explicá-los.

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