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DE REDAÇÃO OFICIAL E
PROFISSIONAL
Flora Navarro
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Leitura e Construção do Sentido.
Temos inicialmente que entender que leitura – é quando alguém olha para um texto qualquer
e atribui sentido aos símbolos gráficos nele inseridos. É um processo ativo e dinâmico, pois o
texto tem um potencial de evocar significado, mas não tem significado em si mesmo.
Um texto não carrega sentido em si mesmo, ou seja, apenas fornece tipos de direções para
que o leitor construa o seu próprio sentido. Quando uma pessoa compreende um texto, na
realidade ela modificou o seu espaço mental para acomodar uma nova informação. Forma-se
a interação da informação nova com a antiga, que é responsável pela compreensão de um
texto.
Também é uma visão interacional não apenas do fluxo de informação, mas também do
discurso um ato comunicativo onde a construção de sentido é negociada entre autor e leitor.
O leitor deixa de ser um mero receptor de mensagens e assume o papel de coautor, pois a
construção de sentidos se efetiva quando o leitor estabelece relações entre o seu
conhecimento prévio e o conhecimento construído a partir da leitura então, você como leitor
tem seu processo cognitivo funcionando de forma correta.
Para analisar e interpretar textos é preciso saber ler. Se as pessoas não se dedicarem ao
exercício da leitura, debruçando-se sobre poemas, notícias e crônicas de jornal, romances,
ensaios e outros, jamais aprenderá a ler.
A verdadeira leitura pressupõe compreensão. Não basta passar os olhos sobre as palavras.
É preciso entender o significado delas - ou, pelo menos, aproximar--se do que o autor pretende
transmitir. E, depois, para realmente analisar o objeto da nossa leitura, devemos proceder à
identificação das características, dos atributos, das propriedades do texto.
Textos denotativos - um ensaio, uma dissertação, uma notícia ou reportagem - são escritos
em linguagem conceitual. Esse tipo de texto - racional, que se apoia em conceitos, leis,
princípios ou normas - pede do leitor uma postura objetiva.
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1. Cada novo texto é, também, um novo universo. Para apreender o que o autor pretende
transmitir, devemos estar abertos ao novo. Então, antes de iniciar a leitura, procure esquecer
o que lhe disseram sobre o autor - as críticas e os elogios - e aproxime-se do texto sem
preconceitos.
2. Se for um texto curto - artigo, notícia, crônica, conto ou outro, leia-o integralmente,
procurando captar o seu sentido geral, e só depois, reiniciando a leitura, proceda assim
a) procure, no dicionário, cada uma das palavras desconhecidas ou cujo sentido lhe pareça
estranho, duvidoso.
b) sublinhe ou circule, em cada parágrafo, a frase que expressa a ideia central daquele trecho.
c) faça anotações nas margens do texto, mas de maneira que elas expressem o seu
pensamento, as suas interrogações, as suas concordâncias ou discordâncias, relacionando o
texto às suas vivências pessoais e a outras leituras que você, porventura, tenha feito.
3. Se o texto for longo - romance, ensaio, tese, peça de teatro - siga os passos acima, mas
desde o primeiro momento da leitura.
4. Não tenha preguiça. A leitura exige, muitas vezes, que voltemos ao início do texto ou do
capítulo, que retrocedamos alguns parágrafos, a fim de retomar certa ideia ou rever o
comportamento, a fala de uma personagem.
5. À medida que você decodifica as palavras, procure relacioná-las com o todo. Ou seja,
compreenda as palavras dentro do contexto (o conjunto de frases, faz o encadeamento do
discurso).
6. Enquanto lê, estabeleça um duplo diálogo: com o autor e com você mesmo.
7. Quando o texto usar a linguagem conceitual, não faça uma leitura tímida: imagine-se
concordando e, também, discordando das ideias expostas. Coloque-se no papel de defensor
e de opositor. Depois, forme seu próprio julgamento.
8. Quando o texto utilizar a linguagem poética, imagine a cena, coloque-se no lugar das
personagens. Muitas vezes, poemas e textos de ficção tratam de realidades completamente
diferentes da nossa, o que exige uma leitura sem preconceitos.
9. Não seja um leitor crédulo, não acredite com facilidade em tudo que lê. Num texto
conceitual, seja implacável com a argumentação do autor: ele realmente convenceu você?
Quais as partes frágeis do texto? Quais as qualidades? Aja da mesma forma em relação ao
texto poético: o enredo convenceu você? A história é verossímil transmite a impressão de
verdade.
Produção de Texto
A palavra texto provém do latim textum, que significa tecido, entrelaçamento. Fica evidente,
assim, que já na origem da palavra encontramos a ideia de que texto resulta de um trabalho
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de tecer, de entrelaçar várias partes menores a fim de se obter um todo inter-relacionado. Daí
podemos falar de textura ou tessitura de um texto: e a rede de relações que garantem sua
coesão, sua unidade.
Diversidade Textual
Tudo o que se escreve recebe o nome genético de redação (ou composição) DESCRIÇAÕ,
NARRAÇÃO E DISSERTAÇÃO. É importante que você consiga perceber a diferença entre
elas.
Descrição
É o tipo de redação na qual se apontam as características que compõem um determinado
objeto, pessoa ambiente e paisagem.
Narração
É a modalidade de redação na qual contamos um ou mais fatos que ocorrem em determinado
tempo e lugar, envolvendo certos personagens, em local e tempos definidos. Em outras
palavras, é contar uma história real ou imaginaria.
Relato de fatos;
Presença de narrador, personagens, enredo, cenário, tempo;
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Apresentação de um conflito;
Uso de verbo de ação;
Geralmente, e mesclado de descrições;
O diálogo direto e o indireto são frequentes.
Dissertação
A dissertação caracteriza-se por ser um texto em prosa no qual o objetivo é expor, explicar,
defender, interpretar uma ideia, um conceito, ou, ainda, forma e influenciar a opinião do leitor.
Para produzir um texto dissertativo, pressupõem-se exame crítico de determinado assunto,
organização prévia de raciocínio, clareza, coerência e objetividade na exposição de ideias.
Defesa de um argumento:
a) Apresentação de uma tese que será defendida;
b) Desenvolvimento ou argumentação
c) Fechamento
Predomínio de dados
Prevalece a denotação
Texto em prosa
Expositivo
Ser argumentativo
Predomínio de padrão culto formal da língua
Os verbos estão predominantemente no presente do indicativo.
Estrutura da Dissertação
Partes convencionais da dissertação: INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO E
CONCLUSÃO.
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1. A Introdução (1º parágrafo) é o parágrafo de abertura, ideia ou ponto de vista.
2. O Desenvolvimento (parágrafos do meio) é a parte do texto que se desenvolve
o ponto de vista para tentar convencer o leitor.
3. A Conclusão (último parágrafo) é a parte final do texto, em que se dá um fecho
ao texto.
Níveis de Linguagem
Em Português temos vários níveis de linguagem, várias formas de dizer a mesma mensagem,
uma vez que não falamos sempre do mesmo jeito. Para nos comunicarmos melhor e
adequadamente, temos de levar em consideração alguns elementos que garantem a eficiência
da nossa linguagem.
Portanto, temos que usar níveis de linguagem diferenciados para cada destinatário de nossas
mensagens.
Para efeitos didáticos, vamos considerar apenas dois níveis de linguagem:
b) Formal ou culto usado em situações de maior cerimônia, quando devem ser observadas
as normas gramaticais.
c) Profissional ou Técnico, usada de forma específica de um grupo de profissionais.
Para comunicar usamos códigos: que é todo o conjunto organizado de sinais que utilizamos
na comunicação.
Linguagem – é todo sistema de sinais que serve como meio de comunicação entre os
indivíduos.
Fala – é a utilização individual da língua
Níveis de Comunicação
Os níveis de comunicação são três:
Acima - Neste nível, o tratamento é por “tentativa”. Como você não tem certeza de que suas
ideias serão aceitas, o tratamento deve demonstrar respeito e consideração, para ganhar a
possibilidade de aceitação.
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Ao lado - Neste nível, o tratamento indicado é o direto, o positivo, que trata as ideias de frente,
sem mesuras ou vacilações. É um ―olho no olho‖ por escrito, formal, amistoso e educado;
porém franco, onde se diz o que deve ser dito. Na escolha das palavras, cuidado para não
desviar do tratamento positivo para impositivo.
Abaixo - Sua posição, aqui, é de autoridade. Por isso, o tratamento deve ser decisivo,
afirmativo ou impositivo (em certas ocasiões e sob certas circunstâncias). Este é o tratamento
adequado para formular decisões ou dar ordens. Cuidado para que as palavras de simpatia e
de educação não enfraqueçam suas ideias e deem a entender que você está fraco na sua
posição.
Intenção Nível
Solicita
Pede
Propõe Ascendente
Sugere
Informa
Afirma tentativamente
Comunica
Informa
Solicita
Dá parecer Horizontal
Aconselha
Afirma positivamente
Recomenda
Sugere
Autoriza
Adverte
Decide
Afirma decisivamente Descendente
Ordena
Proíbe
Solicita
Impõe(normas,procedimentos
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Qualidades Essenciais do Texto
De um texto técnico, espera-se brilho, elegância e originalidade. Nada impede, porém, que
textos administrativos também sejam brilhantes, elegantes e originais. Todavia, quando se há
de optar, devem prevalecer na redação técnica a clareza, a correção e a simplicidade.
Clareza, correção e simplicidade costumam andar juntas. Parece haver pouco sentido na
discussão se o mais importante é a comunicação ou a correção do texto porque texto incorreto,
em geral, peca também por falta de clareza e de sobriedade. Leva-se em consideração que o
importante é comunicar, mas essa postura deve decorrer do conhecimento da língua, deve-
se romper as dificuldades de manejar o idioma e jogar por terra a preguiça do redator.
Devemos ter a posição consciente de que redigimos para nos fazer entender. Tanto é
importante comunicar como comunicar bem. Na área federal, têm sido observados textos
legais e documentos normativos mal redigidos, os quais têm provocado perdas para a
comunicação entre as Organizações.
CLAREZA
Significa ser compreendido sem dificuldade.
Obtém-se a clareza ao:
ordenar as ideias e as palavras;
evitar os períodos longos e as intercalações excessivas;
escolher adequadamente o vocabulário
fugir da gíria e do coloquialismo;
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utilizar os termos técnicos somente quando forem indispensáveis;
evitar ambiguidades e cacofonia;
pontuar adequadamente o texto;
evitar acúmulo ou excesso de fatos, opiniões ou aspectos;
ter cuidado especial com o uso do adjetivo e do advérbio;
preferir períodos curtos, coordenados; fugir dos períodos subordinados longos e
vagos;
desenvolver o texto em torno de ideias principais; evitar acúmulo de ideias
secundárias que enfraquecem as primeiras e dispersam o leitor.
OBJETIVIDADE
Objetividade, clareza e concisão são aspectos do texto que caminham juntos. A falta de algum
deles pode prejudicar o percurso da leitura.
Ser objetivo é ir diretamente ao assunto que se deseja abordar, sem rodeios, sem
redundâncias. Para conseguir isso, é fundamental que o redator saiba de antemão qual é a
ideia principal da mensagem e quais as secundárias, pois aquela deve vir primeiro que estas.
Para se escrever bem, é preciso separar a ideia principal das secundárias. A mistura dessas
ideias causa a falta de eficácia de tantos textos administrativos.
A objetividade conduz o leitor ao contato mais direto com o assunto e as informações sem
subterfúgios, sem excessos de palavras e ideias. É errado supor que a objetividade suprime
a delicadeza de expressão, reduzindo o texto, ao máximo, tornando-o rude e grosseiro.
Identificar quais as ideias que interessam ser expressas e quais as que devem ser
dispensadas.
COERÊNCIA
A coerência seleciona as ideias, central e secundárias, escolhendo as mais importantes e
cimentando-as por meio de um ponto comum. A coerência organiza a sequência das ideias,
de modo que o leitor perceba facilmente ―como‖ elas são importantes para o
desenvolvimento do texto. Mesmo que todos os períodos do parágrafo estejam relacionados
entre si, ou deem suporte à ideia principal, se faltar a organização dessas ideias, o texto ficará
confuso e sem coerência.
Quando é que podemos dizer que um texto é coerente e apresenta unidade?
Basicamente, quando existe harmonia entre as palavras, isto é, quando elas apresentam
vínculos adequados de sentido, e quando a mensagem se organiza de forma sequenciada,
tendo um início, um meio e um fim, sem contradições ou mudanças bruscas do pensamento,
mantendo a unidade textual.
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Os problemas de incoerência entre as palavras são, muitas vezes, causados pela confusão
entre o que se diz e aquilo que realmente se quis dizer.
CONCISÃO
Em respeito ao tempo do leitor, o escritor deve ser breve. Por isso, na apresentação das ideias,
deve se esforçar para economizar palavras e frases, cortando o que for desnecessário. Às
vezes, a eliminação de palavras ou frases leva o escritor a cortar períodos inteiros. Ótimo, o
leitor sai ganhando. Também ajuda na concisão do texto, a substituição de palavras e
expressões longas por outras mais breves. No final, o texto fica mais ágil e fácil de ler.
Se for possível usar todas as ideias com poucas palavras, o redator encontrou a fórmula ideal
para o seu texto. Economia de palavras, sim; de ideias, jamais.
O máximo de informações com o mínimo de palavras.
Exemplos:
O acordo foi assinado porque assim pediram todos ________a pedido de todos
Atos de guerra ______________________________________ bélicos
Pessoa sem discrição _________________________________ indiscreta
Fazer uma viagem ____________________________________ viajar
Pôr as ideias em ordem________________________________ ordenar
Exemplo: Espero que me respondas a fim de que se esclareçam as duvidas que dizem
respeito ao assunto que foi discutido.
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REDUÇÃO SELETIVA: neste caso são cortadas as informações consideradas não
relevantes.
Normalmente, eliminam-se introduções textuais não significativas, explicitação de termos
desnecessários, informações sem decorrência textual etc.
Exemplo ―Temos a satisfação de levar ao conhecimento de Vossa Senhoria que, nesta data,
pela Transportadora Transporte e, em atendimento ao seu prezado pedido n. 432/05, de 18
de janeiro de 2006, demos encaminhamento, pela Nota Fiscal nº 167, às mercadorias
solicitadas pelo Departamento de Compras de sua conceituada empresa.
Reescrevendo:
Informamos que as mercadorias constantes de seu pedido nº 432/05 foram encaminhadas em
18.1.2006, pela Transportadora Transporte, junto à nota fiscal nº 167.
CONVICÇÃO
Se as palavras revelarem insegurança, incerteza, a posição do redator será enfraquecida,
uma vez que o leitor o estará julgando e avaliando pela firmeza da sua posição.
Ao escrever, mostre que você entende do seu problema, indicando que você sabe o que e por
que está escrevendo.
Tome posições claras e seguras, utilizando palavras simples, mas precisas e exatas, certo ou
errado, você só tem uma oportunidade para expressar suas ideias. Se você vacilar, não será
levado a sério.
Na construção de um tom de voz positivo, tome cuidado para não exagerar. Nunca apresente
informações que não possam ser provadas; não suponha nada, nunca utilize o ―ouvi dizer.
Tome cuidado com o ―achismo.
Não hesite, não vacile, não se mostre indeciso. Certas palavras ou termos podem sugerir que
você não está inteiramente certo das suas ideias, induzindo o leitor a não concordar com o
que você diz (e a não agir como você deseja).
Ruim - Se você acredita que minha reclamação procede, por favor, providencie a reunião com
a equipe.
Melhor - Por favor, providencie a reunião com a equipe.
RELEVÂNCIA
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Expor apenas aquilo que tem importância dentro do contexto e que deve ser levado em
consideração. Não discorrer sobre informações que não resultem em conclusões ou não
levem a nada.
Por outro lado, esteja sempre certo de que incluiu, no texto, todas as informações pertinentes
sobre o seu problema. Você não pode deixar dúvidas na cabeça do leitor. Preste todas as
informações que forem necessárias.
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Proporção à proporção que, à medida que
Restrição que (pronome relativo)
Tempo quando, enquanto, apenas, antes que, logo que, sempre
(frequência, ao, mal, então, enfim, que, assim que, depois que,
ordem, sempre, imediatamente, desde que, toda vez que,
duração, agora, anteriormente, afinal, cada vez que, logo depois,
sucessão, anterioridade, raramente, finalmente, logo após, a princípio, pouco
posterioridade) agora, hoje, nunca antes, pouco depois, às
vezes, por vezes, não raro,
ao mesmo tempo, nesse
ínterim, nesse meio tempo,
enquanto isso
CORREÇÃO GRAMATICAL
PRECISÃO
IMPESSOALIDADE
A finalidade da língua é comunicar-se, quer pela fala, quer pela escrita. Para que haja
comunicação, são necessários:
Alguém que comunique.
Algo a ser comunicado.
Alguém que receba essa comunicação.
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No caso da redação oficial, quem comunica é sempre a Instituição; o que se comunica é
sempre algum assunto relativo às atribuições do Serviço Público; o destinatário ou é o público,
ou outro órgão público.
Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal dado aos assuntos que constam das
comunicações administrativas decorre:
Dessa forma, não há lugar na redação administrativa para impressões pessoais, como as que,
por exemplo, constam de uma carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jornal, ou
mesmo de um texto literário. A redação administrativa deve ser isenta da interferência de quem
a elabora.
FORMALIDADE
As comunicações administrativas devem ser sempre formais, isto é, obedecer a certas regras
de forma, além das já mencionadas exigências de impessoalidade e o uso do padrão culto da
linguagem. É imperativa ainda, certa formalidade de tratamento. Não se trata somente do
correto emprego deste ou daquele pronome de tratamento para uma autoridade de certo nível;
mais do que isso, a formalidade diz respeito à civilidade ao próprio enfoque dado ao assunto
do qual trata a comunicação.
ESCRITA DE HORAS
Existe uma convenção internacional, da qual o Brasil é signatário que estipula o seguinte:
O símbolo de hora é ―h, o de minuto é ―min, o de segundo é ―s. E não ―hs ―hr ―hrs.
Além disso, não há ponto (.) depois de ―h, já que é um símbolo e não uma abreviatura.
A forma ―7:00, com dois pontos, faz parte do sistema inglês, não é utilizado na língua
portuguesa. O correto seria ―7h.
Para citar um período de duração, usa-se:
Das 8h30 às 12h30 ou de 8h30 a 12h30.
O símbolo ―min depois dos minutos é optativo, ele pode aparecer ou não. Será obrigatório
apenas quando forem citados os segundos, ―s.
Exemplo: 22h30min20 ou 22h30min20s
Os números e os símbolos aparecem juntos, sem espaço entre os números e os símbolos.
Exemplo de erro: 22h 30min ou 22 h 30 min 20 s
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USO DE SIGLAS
1. A primeira vez que a sigla for citada no texto, o nome correspondente deve ser escrito por
extenso.
2. Geralmente, o nome aparece primeiro por extenso, e, em seguida, a sigla entre parênteses
ou seguida de traço ou de dois traços.
Exemplo: Centrais Elétricas do Pará - CELPA
Ordem dos Advogados do Brasil – OAB
3. Entretanto, quando a sigla for mais conhecida que o nome, ou quando não houver mais
correspondência com o nome por extenso, esta poderá aparecer primeiro no texto, seguida
de traço ou de dois traços:
4. Siglas que possuem até três letras devem ser escritas em maiúsculas, seguidas ou não de
ponto:
5. Siglas que possuem mais de três letras e cada letra é pronunciada separadamente também
deverão ser escritas todas em maiúscula, seguidas ou não de ponto:
6. Siglas que possuem mais de três letras e formam uma palavra deverão ser escritas apenas
com a primeira letra em maiúscula:
Ex.: Detran, Terracap, Codeplan, Caesb, Embrapa etc.
Parágrafo
É uma divisão gráfica do texto.
É a menor unidade de composição escrita.
É a unidade de composição constituída por um ou mais períodos que apresenta uma
ideia-núcleo ou tópico frasal a qual se agregam ideias secundárias, intimamente
relacionadas entre si à ideia principal pelo sentido.
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As ideias secundárias podem esclarecer o sentido da principal, detalhá-la exemplifica-la; se a
ideia secundaria não acrescentam alguma informação ao texto, podem ser dispensadas.
Estrutura do Parágrafo:
O parágrafo é considerado um microtexto e como tal, precisa de delimitação do assunto e
fixação de objetivo.
Assim como sucede com o texto, o parágrafo deve conter introdução, desenvolvimento e
conclusão.
Detalhe importante: todo parágrafo deve ser coeso, isto é, deve-se perceber nele uma ideia
central – o seu tópico frasal.
Introdução – Idéia-núcleo: (tese, tópico frasal) representado por um ou dois períodos curtos,
iniciais, onde se expressa, sumária e sucintamente, a ideia-núcleo, isto é, lança a ideia a ser
desenvolvida.
Construindo o Parágrafo
Todo parágrafo bem construído deve ser desenvolvido a parti de uma ideia-núcleo,
observando-se alguns pontos fundamentais, tais como: ser completo; ter unidade; apresentar
organização; e ter coerência.
Para que um parágrafo seja completo, deve-se observar se as informações contidas na ideia
núcleo estão adequadamente desenvolvidas ao longo de sua construção; não podendo haver
falhas ou omissões nas informações transcritas.
Para manter a unidade, deve-se evitar a inserção de elementos que não estejam contidos na
ideia núcleo.
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Ortografia
Não há em nossa língua nenhuma regra que determine escrever esta ou aquela palavra com
“x” ou “ch”, com “s”, “z”, “ss”, “ç”, etc. A melhor maneira de se buscar escrever corretamente
as palavras é recorrer à leitura (de livros, revistas, jornais e outros) e consequentemente
adquirir o hábito de escrever. Contudo, o estudo da língua oferece algumas orientações para
uma boa ortografia. Vejamos:
b) Porquê: usa-se quando for substantivo, isto é, esteja precedido por um artigo masculino
definido ou indefinido.
Exemplo: Eis o porquê de ela não ter vindo
Há um porquê atrás disso tudo.
c) Por que: utiliza-se no início de frases interrogativas. Também é usado quando se pode
substituí-lo pelas expressões “o motivo pelo qual” ou “pelo qual”.
Exemplo: Por que choraste, menina?
Todos queriam saber por que ela partiu.
(Todos queriam saber “o motivo pelo qual “ ela partiu)
Ali está o livro por que estudei para a prova.
MAS E MAIS.
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a) MAS: usa-se quando for conjugação coordenativa adversativa.
Exemplo: Queria o carro “MAS” não tinha dinheiro.
c) ACERCA: é a preposição usada quando se pode substituí-la pela expressão “a respeito de”.
Exemplo: Falamos ACERCA de política
(Falamos “ a respeito de “ política)
AFIM E A FIM.
a) AFIM: indica semelhança, afinidade.
Exemplo: Tenho um gosto AFIM ao seu.
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
Paroxítonas
Silaba tônica: na penúltima sílaba
Acentuam-se as paroxítonas terminadas em:
I Fácil
n Pólen
r cadáver
ps bíceps
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x tórax
us vírus
I, is Júri, lápis
Om, ons Lândom, íons
Um,uns Álbum, álbuns
Ã(s), ão(s) Órfã, órfãs, órfão, órfãos
Ditongo oral (seguido ou não de S) Jóquei,túneis
Observações:
Exemplo: várzea, mágoa, óleo, régua, férias, tênue, cárie, ingênuo, início.
Oxítona
Sílaba tônica: Na última sílaba
Monossílabas:
1 – São acentuadas os monossílabos tônicos terminados em a(s), e(s), o(s).
Ex: pá, pés, pó
2 - recebe acento circunflexo a 3ª pessoa do plural dos verbo TER e VIR do presente do
indicativo.
Ex: Eles têm, elas vêm
CRASE
É a fusão de a + a . Primeiro a é sempre uma preposição e o segundo é, geralmente, um
artigo feminino, razão pela qual diante de palavras masculinas não ocorre crase.
Ex: refiro-me à carta de 09.08.85...
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O verbo referir-se exige a preposição a e a palavra carta é precedida de artigos feminino
a.
Obs: os demonstrativos aquele, aquela, aquilo(e seus plurais) devem receber acento grave,
indicativo da crase, sempre que a palavra anterior exigir preposição a .
Ex: Refiro-me àquela reunião em que se discutiu i problema de tarifas.
Refiro-me àquele ofício que CMTC nos enviou ontem.
CRASE OBRIGATÓRIA
CRASES FACULTATIVAS
- Antes de possessivos femininos
Ex: Entreguei a proposta a sua secretária ou à sua secretária.
- Com a locução até a
Ex: A linha estende-se até a Praça da Sé ou à Praça da Sé.
- Antes de nomes femininos familiares
Ex: Escrevi a Lúcia ou à Lúcia.
CRASES PROIBIDAS
- Diante de palavras masculinas
Ex: Refiro-me a Carlos Gomes
ORTOGRAFIA
Quando alguém diz “obrigado”, qual é a forma certa para retribuir o agradecimento?
1 – Obrigado é particípio passado do verbo “obrigar”. Como tal concorda em número e grau
com o sujeito, como se fosse um adjetivo. Uma senhora diz: “Sou-lhe muito grata”; e dirá, nos
mesmos moldes ”Sou-lhe muito obrigada”. Duas moças, menos formais, dirão: “Puxa,
obrigadas”: tal como diriam “Estamos agradecidos”. Um grupo de diretores, todos do sexo
masculino, dirá: “Estamos agradecidos” e “muito obrigados”.
3 – A preposição usada com o particípio é “por”: “Obrigada por ter me ajudado” . A expressão
“de nada”, considerada influência espanhola, não é muito bem-vista em português. É
aconselhável a forma “por nada”.
Não cabe, também, responder apenas “nada”. Seria desacreditar ou contradizer a gratidão do
favorecido.
4 – Vale lembrar que tanto faz dizer “Sou eu que agradeço” ou “sou eu quem agradece”,
porque o verbo tanto pode concordar com o pronome quem”, permanecendo na terceira
pessoa do singular, como pode concordar com o pronome pessoal “eu” , sujeito da oração
anterior. Exemplo: “somo nós que agradecemos” ou “somos nós quem agradece”. Se, em
lugar de “quem”, o pronome for “que”, a concordância não é mais facultativa: só se admite o
verbo concordando com o sujeito da primeira oração.
A festa vai das 19h30min até a meia-noite e meia. Como posso traduzir essa expressão em
números?
O correto é informar que a festa termina à zero hora e trinta minutos. A crase, na verdade,
relaciona-se com o termo “hora”: antes de hora(s), precedida ou não de numeral, vai
preposição “a”. Poderíamos dizer “até a zero hora”, o que atesta a presença de preposição e
de artigo feminino.
Para usar algarismos, o registro é: “A festa vai das 19h30min à 0h30min”.
Considere-se que o dia tem 24 horas. A primeira hora vai da meia-noite até a uma hora da
madrugada. Quando se encerra a vigésima terceira hora de um dia, já começa o dia seguinte.
Não existe vigésima quarta hora.
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Também não podemos grafar 12h30min, pois o nosso sistema não é como o americano, que
registra AM (antes do meio-dia) e PM (depois do meio-dia). Depois do meio-dia, vêm as 13h,
as 14h.... Ou seja: 12h marcam o meio do dia.
Acentuação Gráfica
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VÍRGULA
PONTO
O ponto é usado para indicar a conclusão de uma frase.
Es: Era dia claro. Sol a pino. Todos estavam na lavoura.
PONTO E VÍRGULA
Empregamos o ponto e vírgula para:
1- Separar orações longas que precisam permanecer no mesmo período para
manter a unidade da idéia.
Ex: antes os problema eram políticos; hoje, são políticos, financeiros e sociais.
Fica estabelecido...
DOIS PONTOS
Usamos dois pontos nos seguintes casos:
- Antes da citação
Ex: Bem dizia o ditado: “Quem tudo quer, tudo perde”.
- Antes de uma enumeração:
Ex: Tudo aconteceu ao pobre: doença, miséria, desastre.
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- Antes de uma explicação.
Ex: Quem fez isso foi: João, Maria, Carlos.....
PONTOS DE EXCLAMAÇÕES
Usado para indicar surpresa, susto, pavor, indignação, piedade, alegria...
Ex: Pobre homem! Que horror!
RETICÊNCIAS
Usamos reticências para:
Indicar interrupção do pensamento
Ex: Você não me falou sobre...
Indicar hesitação
Ex: Bem... poderia ser......mas....
ASPAS
Usamos aspas para
1.Indicar as palavras que são de outro autor
Ex: Dizia Rua Barbosa; “A pátria não é ninguém: são todos”.
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PARÊNTESES
TRAVESSÃO
Usamos para:
1. Indicar a fala do personagem:
Ex: - Chegamos cedo.
- Você achou?
2. Isolar num período, palavras ou frases.
Ex: Horas depois – ainda chovia – resolvemos partir.
Parecer:
Opinião fundamentada sobre determinado assunto, emitida por especialista.
Classificação de Relatórios
Os relatórios podem ser:
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Informativos aborda um problema ou situação e oferece
informações.
Reativos aborda um problema, examina as causas e as
consequências e oferece sugestões.
Conclusivos aborda um problema ou situação e oferece
conclusões.
Prefira:
o termo mais simples;
o sinônimo mais curto;
o singular ao plural;
o presente ao futuro;
o termo concreto ao abstrato;
o particular ao genérico;
o explícito ao implícito;
o positivo ao negativo;
Evite:
a verborragia - excesso de palavras;
os enxertos desnecessários (use somente citações
indispensáveis);
os rodeios de palavras (vá direto ao assunto);
a tautologia - repetição de palavras com o mesmo sentido;
os preciosismos
Busque:
a concordância e a regência (nominais e verbais);
o termo no seu sentido mais conhecido (o primeiro significado do
verbete no dicionário);
o uso culto da língua;
as informações precisas e exatas;
a clareza de expressão;
a palavra em seu sentido mais preciso.
Organização do Relatório
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Introdução da abertura: Informa por que foi escrito, explica a finalidade do
documento e quem o solicitou.
a) Ordem de importância
1) Liste todas as ideias.
2) Decida a importância relativa de cada uma.
3) Disponha no texto, da mais para a menos importante.
b) Sequencial
1) Divida o assunto em ―passos‖
2) Descreva cada ―passo‖ (o que acontece, o que o leitor deve fazer)
c) Cronológica
1) Divida o assunto em acontecimentos, na sequência em que se
sucederam.
2) Descreva o que aconteceu em cada um.
3) Explique claramente os problemas ou fatos especiais surgidos em
cada acontecimento.
Tipos de Relatórios
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Relatório de Estágio e de Visita: É o documento que visa descrever o local
onde foi realizado o estágio ou a visita, o período de duração, as atividades
desenvolvidas pelo estagiário, ou as observações feitas pelo visitante.
Estrutura de Relatórios
a) Cabeçalho:
Pode-se seguir o modelo de ofício, utilizando-se o brasão das armas da
República ou a logomarca da instituição, além da identificação do órgão,
departamento e setor que o expede, endereço, telefone, fax e e-mail.
Ou
Pode-se apenas identificar o documento (ver regras a seguir).
b) Identificação do documento:
Pode-se identificar o documento, como no ofício (número, ano e setor e
instituição que emite)
Exemplo: Parecer n. 30/2009/SG-PR
Pode-se adotar um título, com identificação do tipo de relatório/parecer,
geralmente centralizado, com iniciais maiúsculas em negrito ou todo em caixa
alta.
Exemplo: Relatório Anual de Gestão/2009
Exemplo: Parecer de Auditoria
Exemplo: RELATÓRIO ANALÍTICO E PARECER PRÉVIO SOBRE AS
CONTAS DA COMPANHIA DAS DOCAS DO PARÁ.
29
c) Data
Normalmente, no parecer, a data é registrada ao final, seguida da assinatura do
parecerista.
No relatório, o mais comum é a data seguir o padrão ofício e ser registrada no
início, abaixo da identificação do documento.
d) Assunto ou ementa
Em geral, o relatório tem assunto e o parecer tem ementa.
A ementa deve dar uma ideia geral do que trata o documento. Se bem elaborada,
facilita, para o emissor, localizar o documento; e, para o receptor, saber o tema
do documento antes mesmo de lê-lo.
O assunto e a ementa devem iniciar por um substantivo e não por um verbo.
O assunto deve conter de três a sete palavras.
Exemplo: de assunto correto: Solicitação de férias.
Exemplo: de assunto incorreto (uso de verbo): Solicitar férias.
Exemplo: de assunto correto: Aquisição de novos computadores.
Exemplo: de assunto incorreto (muito longo): Necessidade de aquisição de
novos computadores para o setor de Recursos Humanos do Tribunal de Contas
do Estado.
Ementa é uma síntese geral do parecer, identificando seus principais aspectos.
Pode trazer a conclusão de quem o emitiu. Geralmente é expressa por frases
curtas. Fica alinhada à direita do texto. Pode-se escrever a palavra ―ementa‖
ou não. Recomenda-se alinhar à direita (9cm).
Exemplo: Aposentadoria especial. Magistério. Proventos integrais. Tempo de
serviço fora de sala de aula. Parcela irregular. Insuficiência do requisito temporal
exigido para a modalidade em espécie. Ilegalidade.
Ementas
Exemplo: Tomada/prestação de contas anual. Contas julgadas regulares com
ressalva. Quitação aos responsáveis. Recomendação de providências
corretivas.
Exemplo: Análise de notas de empenho e de balancetes trimestrais dos órgãos
da Administração Direta do Governo Federal. Aprovação.
e) Destinatário e vocativo
Em geral, o parecer não tem nem destinatário nem vocativo. Este é um
documento que deverá compor um processo e, caso seja necessário enviá-lo
para alguém, isso deve ser feito por ofício ou memorando.
O relatório pode seguir o padrão do parecer, e não ter nem destinatário nem
vocativo. Mas também pode seguir o padrão de ofício ou memorando e ser
endereçado a quem o solicitou.
30
f) Numeração dos parágrafos e tópicos
Geralmente, numeram-se os parágrafos apenas de documentos mais curtos, de
até, aproximadamente, cinco, dez páginas.
O uso de tópicos é interessante no parecer e no relatório, principalmente se eles
forem mais longos. Os tópicos facilitam a organização dos assuntos no texto e a
leitura específica dos temas que o receptor busca. 32
Pode-se ainda adotar o uso de tópicos e a numeração de parágrafos. Entretanto,
deve-se buscar uma ordenação diferente, adotando-se, por exemplo, algarismos
romanos ou letras, para os tópicos, e algarismos arábicos, para os parágrafos, a
fim de que não haja confusão.
g) Fecho
Se o redator utilizar destinatário ou vocativo, deve adotar também o uso do fecho;
caso contrário, o fecho não deve ser utilizado.
Relatórios pouco extensos não necessitam de capa. A folha de rosto deve ser
usada para tal fim.
31
Lombada: (ou dorso) é a parte por onde as folhas são costuradas. Em relatórios
impressos, deve conter o nome da organização responsável e/ou autor, o título
do relatório, sempre que possível grafados horizontalmente ou, no caso de
lombadas finas, de cima para baixo. Deve também conter o número do volume,
caso o relatório tenha mais de um.
32
Errata: Listagem de itens com erros de grafia ou outros, indicando a sua
localização e a forma correta do texto.
Parecer Técnico
É a proposição em que se indica e se fundamenta uma solução para determinada
matéria que lhe serve de objeto.
Esse ato administrativo é a expressão de um juízo e contém pronunciamento ou
opinião sobre questão submetida a órgão consultivo, com o fim de esclarecer
dúvidas ou indagações, para servir a emanação do ato conclusivo vinculado ao
assunto.
Documento por meio do qual o redator é instado a emitir uma opinião, expressar
um julgamento de valor relativo à matéria em análise.
O Parecer atende às necessidades de um leitor que necessita tanto do apoio
técnico como do suporte de informações, que lhe permitam adquirir o necessário
embasamento para a tomada de decisões.
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O passo-a-passo do parecer:
defina o objetivo do texto e o conteúdo a ser abordado. Procure
fazer um esboço. Essa prática permite avaliar se você não está subestimando
ou superestimando o conhecimento prévio do leitor;
Organize e expanda as informações conforme o esquema abertura
corpo e conclusão.
Abertura
Comece com a identificação do solicitante, seguida de uma definição sucinta do
objetivo do trabalho e da exposição de motivos que determinam sua execução.
Você pode acrescentar ainda:
antecedentes relevantes;
metodologia empregada;
existência ou não de auxílio de terceiros;
tese central a ser defendida e síntese dos argumentos que serão
apresentados.
Corpo
Apresente fatos, dados, análises e argumentos, que justificarão a validade da
nova informação, já exposta na introdução.
Dependendo do que vai ser dito, há muitas maneiras de desenvolver o corpo do
texto. Uma sequência particularmente interessante é o desenvolvimento por
tópicos, respeitando-se a cronologia dos acontecimentos.
Fechamento
Se você percebe que o leitor está convencido da veracidade, basta apenas:
a) recapitular os principais argumentos descritos no corpo;
b) reafirmar a informação para enfatizá-la;
c) recomendar ao leitor as ações que devem/podem/convêm ser
adotadas e os procedimentos para solucionar a questão.
Lembretes importantes:
O foco do texto deve ser dirigido às necessidades de informação
do leitor. É preferível deixar de lado aspectos secundários em prol da
apresentação correta dos principais resultados. O parecer deve conter o
necessário a ser introduzido, contextualizado, desenvolvido, justificado e
concluído.
34
Normalmente, leitores de parecer não gostam de textos ―secos‖;
isto é, fracos em argumentos, esperam encontrar comentários, análises e
sugestões. Afirmações genéricas e sem fundamentação dificilmente têm
credibilidade. Lembre-se, contudo, de que o detalhamento excessivo pode
comprometer a eficácia da comunicação. É desnecessário provar que você
pesquisou o assunto com profundidade.
Se houver muita informação a ser passada para o leitor, não
concentre tudo no texto principal. O que você julgar acessório pode aparecer em
anexos, notas de texto ou rodapé.
Modelo de Parecer
Parecer 2034/Dejur/PGR
Pt. 103977
BANCO XXX – Sob intervenção -
Proposta de liquidação de dívida.
Senhor Diretor,
1. O interventor do Banco XPTO traz à análise proposta apresentada pela
empresa XPTO INDUSTRIAL, para liquidar a dívida contraída com aquele
Banco, mediante restituição em pagamento de uma área de terras de trezentos
e cinquenta alqueires, da fazenda Lagoinha, município de Ventania (PR). As
35
terras encontram-se em nome de terceiros, livres e sem nenhum ônus, avaliadas
pela própria empresa em R$ 720.000,00 (setecentos e vinte mil reais).
5 A lei admite que o credor receba em pagamento do seu direito, qualquer bem
que possa cobrir o valor. O devedor, ao entregá-la com anuência do credor,
liberta-se da prestação a que se obrigara. Essa modalidade de pagamento, ou
de extinção de obrigação, conhecida no meio jurídico como dação em
pagamento, poderia ser aplicada ao caso.
9. A operação parece oportuna, desde que a avaliação das terras esteja com os
preços compatíveis com o mercado. Outro aspecto que merece atenção do
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interventor é o fato de o terreno encontrar-se em nome de terceiros. Se não
houver nenhum impedimento para que ocorra a transferência das terras, a
operação poderá ser concretizada.
A Revisão
A revisão não deve ser feita pelo redator.
O texto deve ser dado para mais alguém, que estará à vontade para apontar ou
corrigir eventuais problemas de lógica, consistência ou gramática.
O redator não terá condições psicológicas de fazê-lo com eficácia.
Utilize cada versão digitada, resultante das revisões, com total liberdade:
escreva em cima das palavras, das frases, risque, escreva nas margens, faça
sinais indicando inversões de palavras...
Enfim, faça um exame em profundidade no texto e coloque em condições de
receber uma nova versão.
Ata
É um registro resumido, porém claro e fiel, das ocorrências de uma reunião.
Tem apenas 2 parágrafos: No cabeçalho e no final do texto.
Números por extenso e, para facilidade na leitura, podem ser repetidos em
algarismos entre parêntesis.
Escrito com caneta, sem rasura. As ressalvas devem ser feitas com:
1) 'digo' - no momento da escrita (intensão, digo, intenção);
2) 'Em tempo' - quando o erro só for percebido na hora de lavrar a ata (Em
tempo: onde se lê "aquilo", leia-se "isso"), ou quando for necessário algum
acréscimo de informação (Em tempo: na relação dos presentes, acrescente-se
o nome do senhor José das Couves)
a) O livro: deve conter um termo de abertura e um termo de encerramento.
A ata: é iniciada por um cabeçalho seguido da abertura, da legalidade, relação
nominal, aprovação da ata anterior (se houver), desenvolvimento e fecho.
O fecho só acontece depois que todos os acontecimentos foram registrados.
Requerimento
É utilizado para solicitar a autoridade pública e privadas algo que se tenha direito
e ou supostamente, tenha amparo legal.
37
O texto deve ser bastante objetivo, redigido em 3ª pessoa e mencionando-se a
função para quem é dirigido.
• Por conter muitas informações, é de bom tom que o texto não ultrapasse 6 ou
10 linhas, incluindo a identificação, exposição e justificativa.
• Caso seja necessário anexar algum documento, o(s) anexo(s) deve(m) ser
mencionado(s) no texto.
• Para um bom requerimento, basta esquematizá-lo, segundo os passos:
Declaração / Atestado
É utilizado para informar a ocorrência de um fato ou a existência de uma
situação.
Circular
É utilizada para transmitir avisos, ordens, pedidos ou instruções, dar ciênciade
leis, decretos, portarias, etc.
• Destina-se a uma ou mais de uma pessoa/órgão/empresa. No caso de mais de
um destinatário, todas as vias distribuídas devem ser iguais.
• A paragrafação pode seguir o estilo americano (sem entradas de parágrafo),
ou estilo tradicional. No caso de estilo americano, todo o texto, a data e a
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assinatura devem ser alinhados à margem esquerda. No estilo tradicional,
devem ser centralizados.
AVISO
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Deve conter apenas o teor da comunicação. O conteúdo deve ser escrito em
linguagem e objetiva, para que não haja dúvidas quanto à interpretação;
Autorização
Ação ou resultado de autorizar; conceder permissão para que alguém faça
alguma coisa; concessão;
Requerimento
É um documento utilizado para obter um bem, um direito, ou uma declaração de
uma autoridade pública. O requerimento é uma petição dirigida a uma entidade
oficial, organismo ou instituição através da qual se solicita a satisfação de uma
necessidade ou interesse.
Notadamente nos deparamos com algo que requer procedimentos específicos
para sua constituição e, para tal, discorreremos a seguir acerca de todos eles.
Esteticamente, assemelha-se à carta, como podemos conferir:
* Invocação ou vocativo: Refere-se à indicação do cargo pertencente à pessoa
para a qual é destinado o requerimento, acompanhada do pronome de
tratamento adequado, tal como: Vossa Excelência, Ilustríssimo Senhor, Vossa
Magnificência, entre outros.
* Corpo do requerimento: Constitui-se de um único parágrafo, contendo o
motivo do pedido baseado em uma fundamentação legal e demais aspectos
elementares, como:
Identidade do requerente: Nome completo, estado civil, nacionalidade e número
dos documentos pessoais, como RG e CPF.
* Fecho: Finaliza o documento, constando as seguintes informações: Nestes
termos, Pede deferimento.
Procuração
Procuração é um documento que serve de instrumento para que o interessado,
mandante ou outorgante, dê a terceiros, mandatário ou procurador, o direito de
praticar atos em seu nome.
Entre as opções de procuração, existem as procurações por instrumento
particular, em que o mandante a escreve, com base em modelo de procuração,
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e procede com o reconhecimento de firma, que atestará a veracidade da
assinatura e o real interesse em ser representado pelo mandatário.
Existem procurações por instrumento público, ou seja, o documento é registrado
em cartório.
Na procuração simples, o mandante confere poderes para negociações civis ou
comerciais, não valendo para representação judicial.
Na procuração de advogado, o mandante dá ao bacharel em Direito direitos para
agir por ele, como autor ou réu, em um tribunal.
Portaria
Portaria é, em Direito, um documento de ato jurídico vindo da presidência, que
contém ordens/instruções acerca da aplicação de leis ou regulamentos,
recomendações de caráter geral e normas sobre a execução de serviços, a fim
de esclarecer ou informar sobre atos ou eventos realizados internamente em
órgão público, tal como nomeações, demissões, medidas de ordem disciplinar,
pedidos de férias, licenças por luto, licenças para tratamento de saúde, licença
em razão de casamento de funcionários públicos, ou qualquer outra
determinação da sua competência.
Em todos os casos, portaria é um ato administrativo normativo que visa à correta
aplicação da lei no senado, expressando em minúcia o mandamento abstrato da
lei, com a mesma normatividade da regra legislativa, embora seja manifestação
tipicamente administrativa.
Resolução
As resoluções são atos administrativos normativos que partem de autoridade
superior, mas não do chefe do executivo, através das quais disciplinam matéria
de sua competência específica. As resoluções não podem contrariar os
regulamentos e os regimentos, mas explicá-los.
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