Você está na página 1de 38

Índice

I. AGRADECIMENTOS ............................................................................................................. i

II. METODOLOGIAS .............................................................................................................. ii

III. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. iii

Objetivos .................................................................................................................................... iii

Objetivos geral ........................................................................................................................ iii

Objetivos específicos .............................................................................................................. iii

1. Historial da escavação de túneis e galerias com o uso de explosivos.................................. 1

2. Túnel na engenharia civil ..................................................................................................... 1

3. Finalidades das vias subterrâneas ........................................................................................ 2

4. Ciclo da escavação da rocha ................................................................................................ 2

5. Diâmetro da perfuração da rocha ......................................................................................... 3

6. Técnicas de desmonte .......................................................................................................... 3

7. Sistemas de avanço mais comuns ........................................................................................ 5

7.1. Seção Plena ................................................................................................................... 5

7.2. Galeria Superior e Bancada .......................................................................................... 5

7.3. Galeria Lateral .............................................................................................................. 6

8. Pilões .................................................................................................................................... 6

8.1. Pilão em Pirâmide......................................................................................................... 7

8.2. Pilão em V ou em Cunha .............................................................................................. 7

8.3. Pilão Norueguês ............................................................................................................ 8

8.4. Pilão Coromant ............................................................................................................. 8

8.5. Pilão em Cratera ........................................................................................................... 9

8.6. Pilão Queimado (Burn Cut) .......................................................................................... 9

9. Plano de fogo subterrâneo .............................................................................................. 10


10. Cálculo dos elementos do plano de fogo ........................................................................ 12

Pilão ....................................................................................................................................... 12

Profundidade de perfuração (H) e Avanço (X) ..................................................................... 12

CÁLCULO DO 1° QUADRADO ......................................................................................... 13

CÁLCULO DO 2° QUADRADO ......................................................................................... 14

CÁLCULO DO 3° QUADRADO ......................................................................................... 15

CÁLCULO DO 4° QUADRADO ......................................................................................... 15

CÁLCULO DOS DEMAIS FUROS DA SEÇÃO .................................................................... 16

FUROS DO PISO (Levante, Sapateira, Rebaixe) ................................................................. 16

FUROS DA PAREDE ........................................................................................................... 17

CÁLCULO DOS FUROS DO TETO ................................................................................... 18

CÁLCULO DOS FUROS INTERMEDIÁRIOS LATERAIS AO PILÃO........................... 18

TEMPOS DE INICIAÇÃO DA SEÇÃO DO TÚNEL ............................................................. 20

Vantagens dos retardos de tempos curtos: ............................................................................. 21

Vantagens dos retardos de tempos longos: ............................................................................ 21

11. Exemplo pratico .................................................................................................................. 22

IV. CONCLUSÃO .................................................................................................................... iv

V. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... v


I. AGRADECIMENTOS

Agradecemos a Deus e as pessoas que directa ou indirectamente contribuíram para a realização


deste trabalho. A todos o nosso muito obrigado!

i
II. METODOLOGIAS
A realização do presente trabalho que aborda a técnica de desmonte de tuneis e suas foi preciso
um grande empenho relativamente identificação de obras cientificas que retratam do tema.
Os métodos usados foram pesquisas bibliográficas realizadas pelo grupo na biblioteca da
instituição, em muitas bibliotecas virtuais e consultas em alguns trabalhos realizados pelos colegas
do curso nos anos passados.

ii
III. INTRODUÇÃO
Olhando para a história do percurso da humanidade identifica-se que a mineração é uma das
atividades primordiais que foram desenvolvidas por esta civilização, pois através desta atividade
o homem podia obter matéria prima para a confeição de utensílios uteis para a sua sobrevivência.
Então desde a pré-história até aos tempos modernos esta atividade passou de ser somente uma
fonte de matéria prima para uma atividade que contribui para a economia regiões que possuem
estes recursos. Daí surge a necessidade de desenvolvimento de métodos de extrair estes recursos
de uma forma econômica e segura de acordo com as características apresentadas pelo recurso a ser
extraído, e como consequência disto, foram desenvolvidas ao longo dos anos várias técnicas e
métodos de extração destes recursos.
No presente trabalho de pesquisa abordar-se-á a mineração pelo método de desmonte de tuneis e
operações subsequentes. O trabalho está organizado em títulos e subtítulos.

Objetivos
Objetivos geral
Apresentar os métodos de execução do desmonte de tuneis com explosivos;

Objetivos específicos
Identificar o ciclo de perfuração neste tipo de desmonte;
Identificar os métodos de avanço que podem ser empregados;
Interpretar um caso prático de desmonte de um túnel.

iii
1. Historial da escavação de túneis e galerias com o uso de explosivos
É possível que as primeiras aberturas de túneis foram elaboradas pelo homem (mulher) pré-
histórico (a), objetivando ampliar suas cavernas, primeiras moradas naturais. Todas as civilizações
da antiguidade desenvolveram métodos de abertura de túneis. Na Babilônia, os túneis eram usados
extensivamente para irrigação e uma passagem para pedestres, revestido por alvenaria de tijolos
com comprimento de 500 m, foi construído por volta de 2180-2160 A.C. sobre o rio Eufrates, e
que ligava o palácio real com o templo. A construção foi procedida por desvio do rio, ou construção
de uma ensecadeira, na estação seca.
Os egípcios desenvolveram técnicas para o corte de rochas macias, com serras de cobre, e
perfuratrizes de canos ocos, ambas circundadas com abrasivos, uma técnica possivelmente
primordial usada para a lavra de rochas ornamentais.
Tanto os gregos como romanos fizeram extensivo uso de túneis para retificar cursos d’água por
drenagem para obtenção de água por aquedutos; como exemplo, temos o túnel d’água grego na
ilha de Samos, aberto em calcário por uma extensão de 1 km, com seção transversal de 2 m2.
O maior túnel da antiguidade foi rodoviário (o túnel de Pausilippo) de 1500 m de comprimento
com largura de 8 metros e 9 m de altura, entre Nápoles e Pozzuoli, executado em 36 A.C.
Para evitar a necessidade de revestimento, a maioria dos túneis foi localizada em rochas sólidas
que eram fragmentadas (lascadas) pelo chamado fogo resfriado, um método envolvendo o
aquecimento da rocha com fogo, seguido de seu súbito resfriamento por lançamento de água fria.
Os métodos de ventilação eram primitivos, frequentemente se limitavam à agitação de leques nas
bocas dos poços, e a maioria dos túneis custou a vida de centenas ou mesmo milhares de vidas de
escravos pois as técnicas eram inseguras e o trabalho era forçado.

2. Túnel na engenharia civil


A abertura em túneis é uma obra muito comum nos projetos de engenharia civil.
Os comprimentos dos túneis podem variar de alguns metros, em túneis ferroviários, até alguns
quilômetros em projetos hidrelétricos.
Em muitos casos, os túneis na engenharia civil não apresentam nenhum valor até os mesmos
serem completados, então, uma rápida taxa de avanço é usualmente uma meta.
Outros fatores de preocupação incluem o uso final (requerendo um acabamento na parede), tipos
de suporte, tipos de revestimentos, tipos de rochas encontradas, perfuração, carregamento e

1
equipamentos de carregamento, ventilação, habilidade e experiência dos trabalhadores e outras
restrições tais como a proximidade de estruturas e a presença de água.

3. Finalidades das vias subterrâneas


Quanto à finalidade a que a via subterrânea se destina podemos distinguir as seguintes categorias:
a) túneis hidroviários ou de canal;
b) túneis ferroviários;
c) túneis rodoviários;
d) sistemas metropolitanos;
e) sistemas para suprimento d’água;
f) sistema de disposição de esgotos;
g) condutos forçados de usinas hidrelétricas;
h) vias e câmaras subterrâneas estratégicas (armazenamento de resíduos atômico, testes
nucleares etc.);
i) vias de mineração.

4. Ciclo da escavação da rocha


O objetivo da escavação com o uso de explosivos é de desenvolver um ciclo de operações
compatível com os recursos e as condições de trabalho para que se atinja uma taxa de avanço
máximo. Isso inclui a combinação do tempo de perfuração (número e comprimento dos furos) com
o tempo de limpeza (tipo de carregadeiras e/ou escavadeiras e equipamentos de transporte) e as
necessidades de reforço da rocha (tempo de instalação e o comprimento do túnel a ser reforçado).
Nos últimos anos, várias tentativas para eliminar o ciclo natural da perfuração e detonação vêm
sendo tentadas, porém com limitado sucesso.
O ciclo básico das escavações dos túneis é composto das seguintes operações:
• marcação da posição dos furos
• perfuração dos furos;
• carregamento dos furos;
• conexão dos acessórios e disparo do desmonte;
• espera até que a ventilação retire a poeira e os fumos;
• verificação de possíveis falhas dos explosivos e acessórios

2
• batimento de choco;
• carregamento e transporte do material desmontado;
• reforço da rocha (se necessário);
• levantamento topográfico;
• preparação do novo desmonte.

5. Diâmetro da perfuração da rocha


Pequenos diâmetros de perfuração, frequentemente, necessitam de um ciclo de perfuração,
detonação e carregamento a ser completado em uma ou mais vezes por turno.
Em túneis perfurados com grande diâmetro, o ciclo de perfuração, de detonação, de carregamento
e de reforço da rocha será influenciado não somente pelo tempo para executar a tarefa, mas também
pelos seguintes fatores:
• as necessidades de reforço que limitam o avanço da face;
• a preocupação com os níveis de vibração que restringem a massa e a profundidade da carga;
• a logística da movimentação necessária dos equipamentos para execução de uma
determinada tarefa, mantendo fora do circuito outras atividades que poderiam ser feitas
simultaneamente.

6. Técnicas de desmonte
Tunelagem nas rochas é actualmente realizado principalmente por detonações, como este método
só é capaz de fornecer suficientemente elevada eficácia e economia na construção do túnel em
rochas duras.
Ao contrário de banco de detonação, túnel tem apenas uma face livre e furos são perfurados
normalmente na superfície da face livre. Em tal situação, a carga de explosivos vai soprar o pilão
de forma imediata. Mas se o furo é perfurado com um certo ângulo para a face livre, o resultado
será melhor, como a maior parte dos gases irá quebrar a rocha na direção da face livre. Em
alternativa, se o diâmetro dos furos vazios paralelas para os furos de rebentamento for maior, o
desempenho é quebra melhor como o grande diâmetro buracos do pilão irá fornecer uma superfície
livre adicional.
Em outras palavras, a principal diferença entre a detonação dum túnel e banco é que detonação do
túnel é feito no sentido de uma superfície livre, enquanto o banco de detonação é feito no sentido

3
de duas ou mais superfícies livres. A rocha é, portanto, mais constringida no caso de
encapsulamento, e uma segunda face livre tem de ser criado no sentido de que a rocha pode quebrar
e ser atirado para fora da superfície. Esta segunda face é produzida por um corte na face do túnel,
que pode ser um furo de corte paralelo, num pilão em V-corte por exemplo.
A forma final da secção transversal é dada pelos furos de contorno com um espaçamento mais
próximo e carga comparativamente menor.
Sequência de escavação de diferentes estruturas subterrâneas dependendo da área de secção
transversal da escavação é dada na figura abaixo. Face de desmonte parcial às vezes é mais prático,
ou pode ser condicionada pelo tipo solo ou limitações dos equipamentos. Assim, os métodos de
execução do túnel podem ser classificados em:
a) método de desmonte da face completa,
b) Top título e método de banco,
c) bancadas com furo de explosão horizontal,
d) bancadas com furos para baixo.

Fig. 1: sequência de escavação de várias aberturas subterrâneas

4
7. Sistemas de avanço mais comuns
Em rochas competentes os túneis com seções inferiores a 100 m 2 podem ser escavados com
perfuração e desmonte à seção plena. As escavações por fase são utilizadas na abertura de grandes
túneis onde a seção é demasiada grande para ser coberta pelo equipamento de perfuração ou
quando as características geomecânicas das rochas não permitem a escavação à plena seção.
As cinco formas de ataque mais comuns são:
• Seção Plena;
• Galeria Superior e Bancada;
• Galeria Lateral;
• Abertura Integral da Galeria Superior e Bancada;
• Galerias múltiplas.

7.1.Seção Plena
Sempre que possível o sistema conhecido por sistema inglês ou da seção plena avanço integral da
seção é escolhido para realizar um determinado avanço de uma só vez. As principais vantagens da
abertura de túneis por seção plena constituem que esse tipo de avanço permite a aplicação de
equipamento de alta capacidade, e consequentemente é o procedimento que atinge as maiores
velocidades de avanço nas frentes.
Existem sérias restrições quando as seções são maiores principalmente em áreas de grande tensão
tectônica, quando a descompressão da rocha pode causar sérios problemas de explosão da rocha.

7.2.Galeria Superior e Bancada


A área total é retirada em duas seções, sendo a superior uma galeria de seção em forma de arco
(parte da pata de cavalo) sempre em primeiro lugar, ficando sempre à frente da bancada inferior.
As principais vantagens desta forma de ataque estão na redução de armações, pois sempre há
bancadas para trabalhar em cima.
O avanço da bancada inferior fica condicionado ao avanço da abertura da galeria superior, assim
algum problema que ocorra na parte superior se reflete no avanço inferior.

5
7.3.Galeria Lateral
O sistema de ataque que abre a metade da área da seção do túnel, porém subdividindo o mesmo
em duas galerias que são detonadas em separado, é também conhecido pelo nome de sistema belga.
Na escolha da forma de ataque ou método de escavação deve-se levar em conta o sistema de
suporte a ser empregado. Esta seleção de método sempre consiste num compromisso de entre uma
tentativa de acelerar ao máximo a operação de abertura e a necessidade de suportar a rocha antes
que esta caia no túnel originando problemas de segurança ou estabilidade.
Por isso o método de ataque depende do comportamento e da dimensão e forma da seção
transversal do túnel, e principalmente do tipo e natureza e comportamento mecânico estrutural da
rocha.

Fig 2: tipos de sistemas de avanço na escavação de tuneis e galerias

8. Pilões
Para um desmonte ser econômico, e necessário que a rocha a ser desmontada tenha face livre. Em
algumas aplicações de desmontes essas faces livres inexistem. É o caso do desenvolvimento de
túneis, poços (shafts), e outras aberturas subterrâneas, onde se torna necessário criar faces livres
artificialmente. Isto é feito preliminarmente no desmonte principal, através da perfuração e
detonação de uma abertura na face da perfuração. Essa abertura é denominada “pilão” (cut).

6
A seleção do pilão depende não somente das características da rocha e da presença de juntas e
planos de fraqueza, mas também da habilidade do operador, do equipamento utilizado, do tamanho
da frente e da profundidade do desmonte. Os principais tipos de pilão são:
• Pilão em centro ou em pirâmide (Center Cut)
• Pilão em V (Wedge Cut)
• Pilão Norueguês (The Draw Cut)
• Pilão Coromant
• Pilão queimado ou estraçalhante (The Burn Cut)
• Pilão em Cratera
• Pilão Circular ou Pilão de Furos Grandes

8.1.Pilão em Pirâmide
O pilão em pirâmide, também conhecido por pilão alemão, caracteriza-se por ter os 3 ou 4 furos
centrais convergentes a um ponto. Usa-se principalmente em poços e chaminés. Em trechos
horizontais este pilão não tem sido muito utilizado devido aos furos desviados para baixo.

Fig 3: pilão em pirâmide

8.2.Pilão em V ou em Cunha
Não mais são necessários os furos descarregados de diâmetro grande, pois o alívio da rocha, dado
o ângulo do furo em relação à face livre, faz-se não mais em direção a um furo descarregado, mas
em direção à própria face livre.

7
Fig : Pilão em cunha

8.3.Pilão Norueguês
O pilão norueguês consta de uma combinação do pilão em V com o pilão em leque. Apresenta-se
simétrico em relação ao eixo vertical do túnel e tem sido utilizado com sucesso em rochas com
fissuramento horizontal.

Fig. 4: Pilão Norueguês

8.4.Pilão Coromant
Consiste na perfuração de dois furos secantes de igual diâmetro, que constituem a face livre em
forma de 8 para as primeiras cargas

8
Fig. 5: Pilão Coromant

8.5.Pilão em Cratera
Esse tipo de pilão desenvolvido originalmente por Hino no Japão, aproveitando o efeito cratera
que as cargas de explosivo concentradas no fundo dos furos produzem sobre a superfície livre mais
próxima.
Esta metodologia se aplica mas nas escavações de chaminés do que em túneis.

8.6.Pilão Queimado (Burn Cut)


O pilão queimado é o mais utilizado na abertura de túneis e galerias. É assim chamado porque
consta de uma série de furos, dos quais um ou mais não são carregados. A detonação da carga se
faz por fogos sucessivos, servindo os furos não carregados como pontos de concentração de
tensões. As figuras abaixo mostram o esquema de um pilão queimado.

Fig. 6: pilão queimado (burn cut)

9
9. Plano de fogo subterrâneo
Chama-se “plano de fogo” o plano que engloba o conjunto dos elementos que permitem uma
perfuração e detonação correta de um túnel, galeria, poço etc., através do equipamento previsto
para este serviço e dos tempos necessários ao cumprimento do cronograma. A primeira parte de
um plano de fogo refere-se à determinação do explosivo e sua forma de detonação. Seguem-se a
verificação do projeto e o estudo do tempo. As figuras 28 e 29 mostram as zonas de um
desmonte de um túnel ou galeria.

Fig. 7: Zonas de uma secção de uma galeria de um túnel

10
Fig. 8: elementos da face de um túnel

A operação unitária de perfuração e desmonte por explosivos usada em túneis realiza-se


perfurando-se a rocha na frente de avanço do túnel ou galeria com uma série de furos de mina nos
quais se coloca o explosivo juntamente com linha silenciosa para túnel (Brinel, Exel etc.), cordel
detonante (Manticord, Britacord etc.) e estopim espoletado (Britapim, Mantopim, Espoletim etc.).
Os furos de mina e a sua sequência de iniciação são dispostos segundo um plano previamente
estabelecido que vai determinar como a rocha vai se romper, em geral denominado como plano de
fogo. Os primeiros furos de mina a detonarem devem criar um vazio para o qual se lança
sucessivamente o resto da rocha. Esta abertura, o pilão, que em geral ocupa 1m2 da frente de avanço
é a chave que abre a rocha até uma profundidade que depende da forma e sucesso conseguido no
mesmo.
As fases seguintes do desmonte, repartidas no espaço remanescente, devem ser projetadas para se
obter o contorno desejado com um menor dano possível da rocha remanescente. A maior parte da
rocha de um desmonte por explosivos em um túnel deve romper, contra uma face mais ou menos
livre, o que significa com um ângulo inferior a 90°.

11
10. Cálculo dos elementos do plano de fogo
Pilão
O pilão é composto de um ou mais furos de diâmetro grande e descarregados os quais são rodeados
por furos com diâmetros menores e carregados. Os furos do pilão são dispostos em quadrados
(seções) em torno da abertura inicial (furos de alívio).
O pilão de três seções tem sido aplicado para equipamento de perfuração leve, manual e com um
furo central vazio de 75 mm. Por outro lado, o pilão de quatro seções por proporciona avanço
satisfatório tornou-se o tipo de pilão mais atualizado na atualidade, devido, especialmente, a
elevada mecanização e automação, principalmente com o emprego de jumbos.
No projeto do pilão, os seguintes parâmetros são muito importantes para a obtenção de um bom
resultado:
• diâmetro do furo alargado;
• afastamento;
• concentração da carga;
• precisão da perfuração.

Profundidade de perfuração (H) e Avanço (X)


No pilão de quatro seções a profundidade do furo pode ser estimada com a seguinte expressão:
= . + . − .

Sendo: D2 = diâmetro do furo alargado (vazio), em metro.


Quando se utiliza mais de um furo vazio o valor de D2 pode ser calculado através da expressão:

onde: D’2 = diâmetro do furo alargado (m)


n = número de furos vazios

O avanço dos desmontes está limitado pelo diâmetro do furo de expansão (alargado) e pelos
desvios dos furos carregados. Sempre que está última se mantenha abaixo dos 2%, os avanços
médios “X” podem chegar a 95% da profundidade dos furos “H”, de acordo com a expressão:
= . ×

12
Um bom avanço nos desmontes de rochas, bem como uma boa fragmentação da rocha, são
extremamente dependentes da precisão do esquema de perfuração. A qualidade da perfuração da
rocha é afetada pelos três tipos de erros:
a) erros de embocadura (emboque dos furos);
b) erros de alinhamento dos furos;
c) erros de desvios adicionais no interior da rocha decorrentes da presença de
descontinuidades (falhas e juntas) e mudanças litológicas, bem como pelo peso da coluna
de perfuração.
Cada centímetro perdido no avanço tem que ser novamente perfurado, recarregado e
desmontado. A qualidade do desmonte possui grande impacto na segurança e nas necessidades
de suporte. É muito importante que os furos do pilão sejam perfurados o mais paralelo possível,
respeitando a distância calculada no plano de fogo. Quando possível, o pilão de ser perfurado no
mínimo 150 mm a mais do que os demais furos para aumentar o desempenho do pilão, a região
mais crítica da face.

CÁLCULO DO 1° QUADRADO
Distância “a” entre os furos de carga do 1º Quadrado e o furo alargado para se obter a quebra e a
expulsão do material fragmentado (desmonte limpo) deve ser calculada pela expressão:
= 1.5 ×

a. Cálculo do Tampão (T1):


=

b. Cálculo da Razão Linear (RL)


×
= ×

onde: de = diâmetro do explosivo (mm);


ρ = densidade do explosivo (g/cm 3).

13
c. Carga explosiva por furo do 1 ° Quadrado (Q1)
=( − )×

d. Número de cartuchos por furo do 1 ° quadrado (NC1)


( − )
=

e. Distância entre os furos do 1 ° Quadrado ou Superfície Livre (W1)


= ×√

CÁLCULO DO 2° QUADRADO
a. Cálculo da distância entre o centro do furo alargado e o centro do furo do 2°
Quadrado (dcc2):
= . ×

b. Cálculo do lado do 2° Quadrado (W2)


= ×√

c. Cálculo do Tampão (T2)


= . ×

d. Carga explosiva por furo do 2° Quadrado (Q2)


=( − )×

e. Número de cartuchos por furo (NC2)


( − )
=

14
CÁLCULO DO 3° QUADRADO
a. Cálculo da distância entre o centro do furo alargado e o centro do furo do 3°
Quadrado (dcc3):
= . ×

b. Cálculo do lado do 3° Quadrado (W3)


= ×√

c. Cálculo do Tampão (T3)


= . ×

d. Carga explosiva por furo do 3° Quadrado (Q3)


=( − )×

e. Número de cartuchos por furo (NC3)


( − )
=

CÁLCULO DO 4° QUADRADO
a. Cálculo da distância entre o centro do furo alargado e o centro do furo do 4°
Quadrado (dcc4):
=( . + )×

sendo ar o afastamento recomendado Pela tabela abaixo:

Diâmetro de perfuração Afastamento recomendado – ar (m)


25mm = 1” 0.75
29mm = 1 1/8” 0.80
32mm = 1¼” 0.84

15
38mm = 1 ½” 1.00
51mm = 2” 1.18
Tabela : Valores do afastamento para vários diâmetros de perfuração

b. Cálculo do lado do 4° Quadrado (W4)


= ×√

c. Cálculo do tampão (T4)


= . ×

d. Carga explosiva por furo do 4° Quadrado (Q4)


=( − )×

e. Número de cartuchos por furo (NC4)


( − )
=

CÁLCULO DOS DEMAIS FUROS DA SEÇÃO


FUROS DO PISO (Levante, Sapateira, Rebaixe)

a. Cálculo do Espaçamento do levante (El)


= . ×

Sendo: (ar) = afastamento recomendado do último quadrado

b. Número de furos do piso (NFl)

= +

16
c. O tampão dos furos de levante é calculado através da seguinte expressão:
= . ×

d. Carga explosiva de cada furo do levante (Ql)


=( − )×

e. Número de cartuchos por furo (NCl)


( − )
=

FUROS DA PAREDE
Neste caso teremos que executar a técnica de “Detonação Amortecida”, utilizando a tabela
abaixo:

Tabela: Valores a serem aplicados na técnica de detonação amortecida


Diâmetro RL Diâmetro do Afastamento Espaçamento
da perfuração (mm) (kg/m) cartucho (mm) (ap), em metros (Ep), em metros
25 – 32 0,11 11 0,3 – 0,5 0.25 – 0,35
25 – 48 0,23 17 0,7 – 0,9 0,50 – 0,70
51 - 64 0,42 22 1,0 – 1,1 0,80 – 0,90
76 0,50 38 1,4 1,16

a. Cálculo do tampão dos furos da parede (Tp)


= . ×

b. Cálculo da carga dos furos da parede (Qp)


=( − )×

17
c. Cálculo do número de cartuchos dos furos da parede (NCp)

=

d. Cálculo do número de na parede (NFp)



= + ×

CÁLCULO DOS FUROS DO TETO


Os furos do teto apresentam os mesmos dados que os furos da parede:

a. Número de furos do teto (NFt)

= −

Sendo: R = altura da abóbada.

b. Número de furos do contorno (teto + parede) (NFc)

= −

onde:
=( − )+

CÁLCULO DOS FUROS INTERMEDIÁRIOS LATERAIS AO PILÃO


a. Número de linhas verticais (NLV)
( )
= +

sendo:
= . ×

18
= − −

b. Número de linhas horizontais (NLH)


( )
= +

Sendo:
= −

c. Número de furos intermediários laterais ao pilão (NFil)


= ×

d. Cálculo do Tampão (Til)


= . ×

e. Cálculo da carga por furo (Qil)


=( − )×

f. Cálculo do número de cartuchos por furo (NCil)


( − )
=

CÁLCULO DOS FUROS INTERMEDIÁRIOS ACIMA DO PILÃO (REALCE)


a. Espaçamento
= . ×

b. Número de arcos e linhas (Nal)


= −

19
c. Número de furos do 1° arco superior (NF1)

d. Número de furos do 2° arco superior (NF2)

e. Número de furos do 3° arco superior (NF3)

f. Número de furos na horizontal (NFh)

onde: Eh = espaço disponível na horizontal.

g. Cálculo do tampão dos furos intermediários acima do pilão (Tiap)


= . ×

h. Cálculo da carga dos furos intermediários acima do pilão (Qiap)


=( − )×

i. Cálculo do número de cartuchos por furo (NCiap)



=[ ]

TEMPOS DE INICIAÇÃO DA SEÇÃO DO TÚNEL


Existem poucas regras para a determinação dos tempos de retardo na escavação por explosivos de
um túnel. Os tempos de retardo serão influenciados pelas condições específicas das faces,
incluindo:

20
• tipo de rocha a ser detonada: resistência, estrutura, elasticidade etc.;
• o lançamento necessário dos fragmentos;
• a fragmentação exigida.
Tempos curtos versus tempos longos A África do Sul é um dos poucos países no mundo em que a
iniciação dos furos na escavação do túnel é feita utilizando-se retardos de períodos longos (LPD),
incluindo o uso do estopim de segurança. Na maioria dos túneis na Europa e na América do Norte
e em outras partes do mundo é utilizado retardo de tempos curtos (SPD).

Vantagens dos retardos de tempos curtos:


• fragmentação mais fina;
• pilha mais solta (mais fácil de escavar);
• reduzida probabilidade de cortes devido a movimentação do maciço rochoso causado pela
detonação dos primeiros furos.

Vantagens dos retardos de tempos longos:


• menor sobrepressão atmosférica, permitindo que as tubulações de água e ar permaneçam
próximas à face;
• menor lançamento do material.

É importante na detonação do túnel, termos um intervalo de tempo suficiente. Para furos com
profundidade de 4m são indicados normalmente os seguintes tempos:
- Pilão: 75 a 100ms, devendo usar tempos diferentes para cada furo.
- Nos demais furos: usar intervalo de 100 a 500 ms.

21
11. Exemplo pratico
Na mina Witwatersrand na África do Sul, os engenheiros de plano pretendem realizar a abertura
de um túnel de exploração de 500m de modo a alcançar o novo deposito no seu campo de mina.
O túnel tem como dimensões as seguintes:

 6m de largura;
 2,8m de altura de parede;
 3m de altura da abobada.

Dados adicionais do dimensionamento da escavação:

 A área é de 14,28m2
 Diâmetro de perfuração (D1) = 32mm
 Diâmetros do furo vazio do pilão – alargado = 102mm
 Ângulo de saída de furos de contorno = 3°
 Os explosivos utilizados são emulsão com as seguintes dimensões: 25mm x 560mm com
1,2g/cm3 e explosivo petecas com as seguintes dimensões 18mm x 420mm

Resolução

Calculo de profundidade e avanço Calculo do 1º Quadrado

= 0.15 + 34.1 − 39.4 = 1.5 ×

= 0.15 + 34.1 × 0.102 − 39.4 = 1.5 ×0.102m


× 0.102
= 0.15
= 3.1

=
= 0.95 ×
= 0.15
= 0.95 × 3.1

= 2.95

22
× ( − )
= × =
4000 ℎ

3.14 × 102 (3.1 − 0.15 )


= × 1.2 / =
4000 0.56

= 0.589 =5 ℎ

=( − )×
= × √2
= (3.1 − 0.15 ) × 0.584 /
= 0.15 × √2
= 1.738
= 0.21

Calculo do 2º Quadrado = 0.5 ×

= 1.5 × = 0.5 × 0.21

= 1.5 × 0.21 = 0.11

= 0.32

=( − )×

= (3.1 − 0.11 ) × 0.584 /

= 0.761
23
( − ) = × √2
=

= 0.32 × √2
(3.1 − 0.11 )
=
0.56 = 0.45
=5 ℎ

Calculo do 3º Quadrado =( − )×

= 1.5 × = (3.1 − 0.23 ) × 0.584 /

= 1.5 × 0.45 = 1.69

= 0.675

( − )
=

= 0.5 ×
(3.1 − 0.23 )
=
= 0.5 × 0.45 m 0.56

= 0.23 =5 ℎ

24
= × √2

= 0.675 × √2

= 0.95

Calculo do 4º Quadrado

O afastamento recomendado é extraído da tabela de acordo com o diâmetro de perfuração


Diâmetro de perfuração Afastamento recomendado – ar (m)
25mm = 1” 0.75
29mm = 1 1/8” 0.80
32mm = 1¼” 0.84
38mm = 1 ½” 1.00
51mm = 2” 1.18

= (0.5 + )×

= (0.5 + 0.75 ) × 0.95

= 1.19

25
= 0.5 ×

= 0.5 × 0.75 ( − )
=

= 0.38
(3.1 − 0.38 )
=
0.56

=( − )× =5 ℎ

= (3.1 − 0.38 ) × 0.584 /

= 1.602 = × √2

= 1.19 × √2

= 1.68

26
Calculo dos demais furos de secção

Furos de piso ou levante

= 1.1 ×

= 1.1 × 0.75
=( − )×
= 0.83
= (3.1 − 0.15 ) × 0.584 /

= 1.758
= 0.2 ×

= 0.2 × 0.75
( − )
= 0.15 =

(3.1 − 0.15 )
=
0.56
= +2
=5 ℎ
6
= +2
0.83
=9

Furos de parede (detonação amortecida)

Tabela: Valores a serem aplicados na técnica de detonação amortecida


Diâmetro RL Diâmetro do Afastamento Espaçamento
da perfuração (mm) (kg/m) cartucho (mm) (ap), em metros (Ep), em metros
25 – 32 0,11 11 0,3 – 0,5 0.25 – 0,35
25 – 48 0,23 17 0,7 – 0,9 0,50 – 0,70
51 - 64 0,42 22 1,0 – 1,1 0,80 – 0,90
76 0,50 38 1,4 1,16

Dados da tabela: RL = 0.11 kg/m ap = 0.4 Ep = 0.3

27
= 0.5 × −
=

= 0.5 × 0.48
(3.1 − 0.24 )
=
= 0.24 0.42

=7 ℎ

=( − )×

= (3.1 − 0.24 ) × 0.11 / −


= +1 ×2

= 0.345 2.8 − 0.75


= +1 ×2
0.3
= 16

Cálculo dos furos de tecto (mesmos dados usados nos furos de parede – detonação
amortecida)
= = = =

=( − )+
= −1
= (2.8 − 0.75 ) + 3.14 × 3
3.14 × 3
= −1 = 13.52

= 31
= −1

13.52
= −1
0.3
= 44

28
Calculo de furos intermediários laterais ao pilão
= 1.1 × = − −2

= 1.1 × 0.75 =6 − 1.68 − 2 × 0.48

= 0.83 = 3.36

= −

= 2.8 − 0.75

= 2.05

ℎ ( )
= +1

3.36
= +1
0.83
=5

( )
= +1

2.05
= +1
0.75
= 3.5

= ×
= 5 × 3.5 =( − )×
= 16 furos
= (3.1 − 0.38 ) × 0.584 /

= 0.5 × = 1.602

= 0.5 × 0.75

= 0.38
29
( − )
=

(3.1 − 0.15 )
=
0.56

=5 ℎ

Furos intermediários acima do pilão


= 1.1 ×
= 0.5 ×
= 1.1 × 0.75
= 0.5 × 0.75
= 0.83
= 0.38

= −
=( − )×
= 3 − 0.48
= (3.1 − 0.38 ) × 0.584 /
= 1.79 ≈ 2
= 1.602

3.14 × (3 − 0.48 )
=
0.83
( − )
= 9.5 ≈ 10 =

(3.1 − 0.15 )
= =
0.56
3.14(3 − 0.48 − 0.75 ) =5 ℎ
=
0.83
= 6.69 ≈ 7

30
Resumo
 Número de furos: 132 mm
 Diâmetro de furos carregados: 25 mm
 Diâmetro de furo vazio alargado: 102 mm
 Profundidade de perfuração: 3,1 m
 Avanço médio: 0.95 x 3.1 m = 2.95 m
 Número de detonações: 500 m / 2.95 = 170 detonações

Sistemática de carregamento de fogo


Dimensão de
Região N º de furos Carga por furo Total - kg
explosivos
1º Quadrado 4 25mm x 560mm 1.738 6.952
2º Quadrado 4 25mm x 560mm 1.766 7.069
3º Quadrado 4 25mm x 560mm 1.690 6.760
4º Quadrado 4 25mm x 560mm 1.602 6.408
Piso 9 25mm x 560mm 1.738 15.642
Paredes 16 15mm x 420mm 1.315 5.040
Teto 31 15mm x 420mm 0.315 9.765
Intermediários
16 25mm x 560mm 1.602 24.03
laterais ao pilão
Intermediários
44 25mm x 560mm 1.602 74.488
acima do pilão
Consumo Total: 152.519

31
IV. CONCLUSÃO
A escavação de rochas com o objetivo de abrir salas subterrâneas é uma atividade que exige pessoal
altamente especializado, pois requere um tipo especial de explosivos, habilidades de perfuração e
técnicas de desmonte especializadas. Nos dias atuais por causa da ênfase dada ao desenvolvimento
das infraestruturas subterrâneas, o seu desenvolvimento tornou-se uma atividade de grande
importância nas empresas mineiras. Entretanto a execução desse tipo de projetos com prazo
estipulado e de uma forma econômica tornou-se o objetivo essencial. Mas também, todos possíveis
passos devem ser seguidos para minimizar efeitos negativos provocados pelas escavações, como
vibrações no terreno que podem afetar infraestruturas próximas a escavação, também subsidências,
etc. Para enfrentar os desafios encontrados pelos engenheiros para projetos de mineração como
estes, eles devem possuir um conhecimento extensivo em explosivos, malhas de perfuração,
percepção sobre a variação geotecnia da região a ser desmontada, normas ambientais locais entre
outros fatores.

iv
V. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Persson, P.A., Holmberg R. and Lee, J. (1994). Rock Blasting and Explosives Engineering. CRC
Press, Inc., Boca Raton, Florida, pp. 217.

Dick, R.A., Fletcher, L.R., and D’Andrea, D.V. (1982). Explosives and Blasting Procedures
Manual. US Department of the Interior, Bureau of Mines. Washington D.C., pp.46-47.

Langefors, U. and Kihlström, B. (1963). The Modern Technique of Rock Blasting, John

Wiley & Sons, Inc., New York, USA, pp. 230-257.

Valdir, Costa (2012). Operações mineiras. Departamento de minas, Escola de minas UFOP, pp.
86-130.

Você também pode gostar