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Professor: Gilson Lima

Mestre em Teologia

Especializado em Hermenêutica

Especializado em Hebraico e Grego

Especializado em Exegese Judaica

Licenciando em História Geral.


Lição 1
O SEGUNDO LIVRO DOS REIS

· Queda de Samaria – 722 a.C. ( 2 Rs 17)


Os últimos trinta sombrios anos de Israel
foram caracterizados por caos político, com cinco
dinastias e quatro assassínios. O último rei, Oséias,
foi aprisionado por Salmaneser dois anos antes do
colapso da cidade, em 722. Samaria tinha sido
construída por Onri, o que rei que introduziu
Jezabel no cenário judaico através de um pacto de
casamento, e naquela cidade ocorreu o fim do
reino. A queda do reino do norte foi uma
admoestação para Judá de que o Senhor não mais
iria suportar idolatria em sua terra (Ezequiel 23.11).

· Reforma de Ezequias em Judá (2 Rs 18-20 – 2


Cr 29-32)
O rei Ezequias foi responsável por uma das
maiores reformas em Judá. Todavia, a data do seu
reinado tem sido muito discutida pelos
cronologistas. Embora o período de 728-686 tenha
sido sempre considerado, a data mais aceita
atualmente é 715-686, incluindo co-regências no
começo e no final do período.

· Reformadores de Judá
Apesar de Israel do norte ter tido somente
reis maus, pelos padrões divinos, Judá teve nove
reis virtuosos, de um total de dezenove. Cinco

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empenharam-se em reformas: Asa, Josafá, Joás,
Ezequias e Josias. Dois dos reformadores, todavia,
apostataram no fim dos seus dias (Asa e Joás).

· Reforma grande, porém inútil (2 Rs 22-23; 2


Cr 34-35)
A última reforma de Judá foi talvez a maior
de todas, mas já era tarde demais. Não houve
dedicação maior do que a do jovem Josias, que
quase sozinho tirou a nação da idolatria e do caos
político para uma época de purificação e
prosperidade, como jamais a nação vira desde
Samuel. É certo que foi aconselhado por profetas,
tais como Jeremias e Sofonias, e pela profetisa
Hulda.

· Destruição de Jerusalém e do Templo (586


a.C.)
2 Rs 25; 2 Cr 36 – descrevem a queda de
Jerusalém e a destruição do templo. Sua queda em
9 de Agosto (Tisha B´ab), no ano 380 do templo, foi
lembrada por Jeremias em suas Lamentações, e é
recordada anualmente pelo povo judeu. Os três
desterros para a Babilônia tiveram lugar em 606
(Daniel 1.1). 597 (2 Rs 24.11-12) e 586 (2 Rs 25.8-
11). Essa ocorrência aboliu muitos rituais e
costumes que jamais foram restaurados
plenamente. Apesar de a cidade e o templo terem
sido reconstruídos diversas vezes e o novo Israel
ser então independente, nunca mais puderam

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usufruir desde aquela época dessas três coisas
concomitantemente (liberdade – cidade – templo).
Os motivos para a destruição e o cativeiro
podem ser resumidos em três pontos:
· Recusaram-se a guardar a Lei da Aliança e
recorreram a toda idolatria e abominações dos
gentios.
· Recusaram-se a aceitar as correções dos
profetas de Deus.
· Recusaram-se a guardar os sábados de Deus e
os anos sabáticos. Não guardavam o sábado nem
os anos de jubileu de descanso para a terra. Isso
significa que a terra pertence ao Senhor e os
israelitas seriam seus arrendatários na terra, caso
guardassem os preceitos da aliança.

Lição 2
OS LIVROS DAS CRÔNICAS
1. Título
· “Crônicas” é um nome cristão dado a estes livros
por Jerônimo no quarto século da era cristã. É um
título bem escolhido, pois sugere o propósito de
fazer um registro cronológico da história sagrada.
· Os dois livros, que forma um só volume no
cânon hebraico, têm o nome de “Atos dos Dias” ou
“Atos dos Tempos”. Foram colocados no final do
cânon, como uma retrospectiva analítica da conduta
divina para com a nação israelita.

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· Os tradutores gregos denominaram-nos
“Paraleipomena” (coisas esquecidas),
considerando-os um suplemento aos livros de
Samuel e Reis.

2. Autor
· Embora anônimos, esses livros são
evidentemente obra de Esdras, o sacerdote, de
acordo com a tradição hebraica.
· O autor é antes um compilador. Além de usar o
Pentateuco, os livros de Samuel e Reis, faz
referência a aproximadamente doze outros
documentos existentes naquela época (1 Cr 9.1;
29.29; 2 Cr 9.29; 12.15, etc.).

3. Período de Tempo
· Da criação de Adão até Ciro, da Pérsia (538
a.C.).
· O livro foi escrito evidentemente logo após a
volta do exílio, a fim de proporcionar um fundo
teocrático para as exortações de Esdras e Neemias.
O ano de 430 a.C., aproximadamente, seria uma
data provável do livro.

4. Cenário Político
· Quando os livros de Crônicas foram compilados,
Judá já não era uma monarquia, e sim apenas um
pequeno grupo de exilados que tinham voltado da
Babilônia sob vassalagem do império persa. Os
“tempos dos gentios” (Lucas 21.24) principalmente

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em 606 a.C., ocasião em que Israel começou a ser
governado por nações gentias.
· Mas os judeus não deixaram de exercer
influência sobre o império nessa época. Daniel
chegará à posição de primeiro-ministro, tanto no
Império Babilônico, de Nabucodonosor, como no
Império Persa de Ciro.
· Ester e Mordecai chegaram a ser,
respectivamente, rainha e primeiro-ministro do
Império Persa na época de Assuero, pai de
Artaxerxes I, que reinou na época de Esdras.

5. Cenário Religioso
· Apesar de os acontecimentos de 2 Crônicas
referirem-se à Era do Templo Salomônico, foram
escritos na Era do Templo de Zorobabel (536
aproximadamente).
· Esse novo templo tinha sido concluído mais ou
menos recentemente. Porém, nada mais de
relevante havia acontecido. A prometida era
messiânica não se tinha materializado e
estabelecia-se a estagnação religiosa. A volta às
áridas colinas lembrava aos judeus a sua
insignificância na grande área do império persa.
· A estagnação religiosa é evidente em todos os
seis livros pós-exílio (Esdras, Neemias, Ester, Ageu,
Zacarias e Malaquias). Eles estavam provavelmente
esperando que o Senhor instituísse rapidamente o
reino messiânico logo após o retorno deles à pátria.
Porém, parecia que o Senhor os tinha desapontado.

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· Com a falta de perseverança e letargia espiritual,
o povo precisava ser lembrado do programa e dos
objetivos para Israel do ponto de vista divino, e de
como Deus era soberano e fiel em toda a sua
conduta. Esdras então compilou os livros de
Crônicas coma finalidade de realçar a soberania de
Deus sobre a nação e o interesse do Senhor na
adoração adequada e na obediência para que as
bênçãos da aliança fossem recebidas (2 Cr 7.14).

6. Objetivo dos Livros


· Apresentar de maneira sucinta toda a história de
Israel sob a perspectiva divina. A ênfase é
concentrada mais nos levitas, na adoração dentro
do templo, nas bênçãos do arrependimento, na
soberania de Deus para restaurar o povo e cumprir
as suas promessas se este povo fosse obediente.
· Ao colocar Crônicas no fim deste cânon, Esdras
tinha como propósito mostrar que Deus não
desistirá de seu programa para com Israel.

7. Crônicas em contraste com Reis


· Crônicas apresenta o ponto de vista sacerdotal,
em vez do profético. Os ministérios proféticos(Elias
e Eliseu) quase não são mencionados.
· Em Crônicas, o enfoque nacional é mais em
Judá do que em Israel. Apensas a linhagem real de
Davi está registrada.

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· O enredo básico é mais eclesiástico do que
político ou militar. O autor está mais interessado
nas reformas do que em campanhas militares.
· O objetivo de Crônicas é encorajar mais do que
castigar, estimular lealdade mais do que indicar
culpa. O autor procurou impressionar os hebreus
que ainda restavam com a soberania de Deus e o
fato de que Ele ainda restauraria a grandeza da
nação, se eles correspondessem.
· Em Crônicas não foi enfatizada a idolatria, mas
sim a indiferença espiritual.

8. Crônicas um Alerta aos que Prosperam


· Os livros de Crônicas enfatizam o perigo de
deixar Deus de lado em época de prosperidade ou
poder. Observa-se tal coisa no declínio de Roboão
(2 Cr 12.1); Asa (16.1-2); Josafá (18.1), etc.,

Lição 3

OS LIVROS DE ESDRAS E DE NEEMIAS


1. Título
· Os livros de Esdras e de Neemias eram
considerados um só livro nos tempos antigos,
conforme registro do Talmude, de Josefo e de
Jerônimo.
· A septuaginta também os considerava um livro
único, isto é, “Esdras B”, que seguia o livro apócrifo
“Esdras A”.

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· A Bíblia evangélica e a hebraica moderna
dividem-nos em dois, denominando-os Esdras e
Neemias em homenagem às suas figuras humanas
principais.

2. Autor
· Esdras, o sacerdote, é geralmente considerado o
autor ou compilador dos quatro livros históricos
desse período: 1 e Crônicas, Esdras e Neemias.
Quanto a Neemias, é provável Esdras usasse as
memórias de Neemias, porquanto Neemias fala na
primeira pessoa de vez em quando.
· Supondo que Esdras seja o autor-compilador, o
seguinte material foi usado:
o As Memórias de Esdras:
o As Memórias de Neemias
o Outros materiais.
· As obrigações de Esdras para com os hebreus
que voltaram do exílio incluíam diversas tarefas
grandiosas:
· Reinstituir o devido culto no templo reconstruído
em 457 a.C.
· Escrever ou compilar 1 e 2 Crônicas, Esdras,
Neemias e Salmo 119.
· Presidir a “Grande Sinagoga” que
presumivelmente determinou e organizou o cânon
hebraico das Escrituras.
· Instituir sinagogas locais em Judá para o estudo
da Tora, semelhantes àquelas fundadas na
Babilônia (as quais se tornaram um lugar de reunião

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regular dos judeus dispersos conforme Ezequiel
20).

3. Data
· 430-425 a.C. aproximadamente.
· Como os ministérios de Esdras e de Neemias
tiveram lugar durante o reinado de Artaxerxes I
(465-424 a.C.), é provável que os livros tivessem
sido completados perto do fim do período, depois
de Malaquias, último profeta, ter pronunciado a
sentença do Senhor e feito o devido registro.

4. Período de Tempo
· Essa história cobre um período de mais de 100
anos, desde a volta de Zorobabel, construtor do
templo (537), até o último retorno de Neemias,
construtor dos muros (depois de 432).
· Na realidade foram quatro turmas que voltaram
do cativeiro: a de Zorababel em 537, a de Esdras
em 457, a de Neemias em 444 e a outra de
Neemias em 432.

5. Cenário Político
· Estes livros introduzem um novo período da
história de Israel tanto no âmbito nacional quanto no
internacional.
o Nacional à Foi o princípio da era pós-exílio com a
volta de Israel à sua terra. Os setenta anos de exílio
tinham terminado.

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o Internacional à Foi o princípio da era do império
persa com seu grande número de novas manobras
políticas, que afetaram Israel e o mundo.
· Para Israel o efeito mais importante dessa
política era a nova prática persa da volta do exílio.
Em vez de deportar e transportar o povo cativo,
como faziam a Assíria e a Babilônia, mandaram-nos
de volta para o solo nativo a fim de ajudarem a
promover relações pacíficas com o império. Não
somente libertavam-nos, como também com
freqüência subsidiavam a volta para ajudá-los a se
fixar e reinstituir o sistema religioso no torrão natal.
· Ao examinar a política da época, não se deve
esquecer que diversos judeus tinham alcançado
altos postos no governo persa e, com toda a
certeza, exerciam grande influência na corte.
Daniel, Ester e Mordecai ocuparam lugares de
suprema importância e de influência política durante
os períodos babilônicos.

6. Cenário Religioso
· Internacionalmente, um novo clima religioso foi
introduzido pelos persas. Os decretos de Ciro e
Dario surgiram parcialmente inspirados por sua fé
religiosa. Esta não passava de uma mistura da
visão tradicional de um panteão de deuses, e do
zoroastrismo desenvolvido recentemente, com suas
duas hierarquias do bem e do mal. Como resultado
dessa visão, eles fizeram o povo voltar à sua terra

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natal a fim de aplacar os deuses locais e promover
a paz no império.
· Para muitos em Israel, o exílio na Babilônia
produziu uma grande revolução espiritual. Embora
houvesse uma deserção quase total na época do
cativeiro, conforme registro de Jeremias e Ezequiel,
o grupo que retornou à pátria em 537 era composto,
em sua maioria, de piedosos judeus ansiosos por
retornar à terra da aliança. O estudo da Tora e dos
profetas, Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel, feito
nas sinagogas, exerceu sem dúvida uma grande
influência na inspiração dessa fé religiosa.

7. Objetivos dos livros


· Objetivo unificado – Historicamente, foram
escritos para completar a história de Israel,
registrada em Crônicas desde o começo até o
cativeiro de 586. A história da volta de Israel do
exílio era necessária para demonstrar ao povo que
a aliança estava sendo mantida pelo Senhor ao
cumprir-se a promessa da volta.
· Objetivo de Esdras – O objetivo específico do
livro de Esdras era documentar a volta do povo que
vinha reconstruir o templo na ocasião certa em que
o Senhor, por intermédio de Jeremias, havia dito
que aconteceria (Jr 29.10 e Esdras 1.1).
· Objetivo de Neemias – Documentar a
reconstrução do muro de Jerusalém, incluindo a
data exata do decreto do rei: “no mês de nisã, no
ano vigéssimo do rei Artaxerxes”.

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8. Contribuições singulares
· O Livro de Esdras e Neemais narram a volta do
cativeiro. Descrevem como a profecia de Jeremias
foi cumprida.
· Confirmam as palavras proféticas de Jeremias e
a fidelidade de Deus para com seu povo.
· Ensina que Deus pode usar uma pessoa leiga
(Neemias), mas interessada em Deus e em Sua
vontade.

Lição 4

O LIVRO DE ESTER
1. Título
· O título é devido à figura central do livro. “Ester”
(“estrela”) era o seu nome persa, e “Hadassah”
(“murta”) era o seu nome judeu.
· Este é um dos dois livros do Antigo Testamento
que levam o nome de uma mulher:
o Rute, gentia, que se casou com um rico judeu de
linhagem real da promessa, Boaz.
o Ester, judia que se casou com um rico gentio da
realeza, Assuero.

2. Autor
· Desde os tempo antigos, Mordecai tem sido
considerado o autor provável; entretanto, Esdras e
Neemias também têm sido sugeridos como
possíveis autores. O último capítulo parece

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desqualificar Mordecai, embora pudesse ter sido
escrito por um redator, como Esdras.
· Embora o autor seja desconhecido, é evidente
que ele, ou ela, conhecia bem os costumes e a
corte da Pérsia e tinha talento dramático. O
Talmude atribui a autoria de “Ester” à “Grande
Sinagoga”. Cujo provável presidente, Esdras,
poderia ter colaborado no livro.

3. Data
· 460 a.C. aproximadamente.
· Deve ter sido escrito logo após a morte de
Assuero (Xerxes), 465, quando os seus relatórios
foram completados no livro da história dos reis
(Ester 10.2).
· Foi escrito para encorajar os judeus dispersos no
império e àqueles que regressariam em 457 e 444
a.C.
· Período destes acontecimentos – 483-473 a.C.
Os acontecimentos deste livro se encaixam
cronologicamente entre os capítulos 6 e 7 de
Esdras.

4. Cenário Político
· Governador Persa – Sob o reinado de Assuero,
o império persa chegou ao auge do poder. Esse rei
foi o governador persa que promoveu a expedição
gigantesca contra a Grécia em 480, tentando
realizar o que seu pai Dario não conseguiu em 490,

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isto é, conquistar e anexar a península grega ao
império persa.
· Capitais – Susã era uma das três capitais
mantidas pela Pérsia. As outras eram Babilônia, na
Mesopotâmia, e Persépolis, na parte sudeste da
Pérsia.
· Judeus do império – Embora um grande
contingente de judeus tivesse regressado à
Palestina mais ou menos sessenta anos antes, com
Sesbazar (e Zorobabel), muitos ainda estavam
dispersos por todo o império. Sob o domínio persa,
receberam bom tratamento, aprenderam aramaico e
economia, e sofreram poucas restrições. O anti-
semitismo observado em Ester não foi persa, mas
agagita.
· Mudanças ocorridas no império persa – Várias
mudanças ocorreram entre os persas, durante a
transição do governo babilônico para o persa:
o Houve uma atitude mais compassiva para com os
povos conquistados. É interessante notar que nessa
época foi iniciado entre os persas um período de
paz relativa que durou aproximadamente 20 anos.
o O império tornou-se muito maior, estendendo-se
desde a Índia até a Europa.
o Um ariano (caucásio) passou a governar o mundo.
Foi o primeiro império desse tipo, pois os persas
eram de estirpe européia.
o Os persas escolheram o aramaico como idioma
oficial para o comércio e a política, pois já tinha se
tornado a língua franca.

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o Antigas fronteiras foram modificadas e houve nova
divisão de satrapias ou províncias a fim de dissolver
velhas alianças e permitir um governo local, embora
sob supervisão persa.

5. Cenário Religioso
· Religião de Israel – Quanto à situação de Israel
no período pós-exílio, basta ler a Introdução dos
livros de Esdras e de Neemias. Foi uma época de
pequeno progresso espiritual, de forte tendência de
amálgama com a cultura circundante e de
indiferença generalizada, embora estivessem
curados da idolatria dos deuses de pedra e
madeira.
· Religião dos judeus dispersos – Zoroastrismo
era a religião incentivada pelos governadores
persas, nome derivado de Zoroastro (“treinador de
camelos”) que a introduziu e à qual parece ter
convertido Histaspes, pai de Dario I. Era um religião
aparentemente dualista, tolerante para com os
deuses “beneficentes e verdadeiros”, mas não para
com os “maldosos e falsos”. Como os judeus do
império eram considerados adoradores de bons
espíritos, foram não apenas tolerados como
auxiliados e subsidiados na reconstrução da sua
instituição religiosa.

6. Objetivo do Livro
· O objetivo histórico deste livro foi evidentemente
encorajar os judeus dispersos por todo o império

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com a história do contínuo interesse e presença do
Senhor, mesmo que ele não fosse visto e os judeus
estivessem longe do templo de Deus em Jerusalém.
Apesar de o nome do Senhor não ser mencionado,
sua divina direção faz-se presente em todo o livro.
· O objetivo religioso era dar uma explicação
autêntica da origem da festa judaica do Purim, uma
festa especialmente cara aos judeus da dispersão.

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Lição 5

Livros Poéticos –
Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares de
Salomão. Estes cinco livros que ficam no meio dos
livros históricos e proféticos são muitos diferentes
do que aqueles que vem antes ou depois deles. Os
livros poéticos não são históricos. Os outros livros
são históricos: contam a história do povo de Israel.
Estes livros são experimentais. Os livros históricos
falam de uma nação como tal, da nação hebraica.
Os livors poéticos não tratam da nação de Israel,
mas tratam de assuntos individuais do coração. Os
livros poéticos falam de indivíduos como tais, do
coração humano. Os livros poéticos não são a única
poesia encontrada no Velho Testamento. Estes
livros são o grupo poético de livros. Os livros
poéticos falam das experiências da vida, da relação
do coração com Deus e da intimidade que o salvo
tem com Deus.

LIVRO DE JÓ

Introdução do livro.

Data do livro

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O livro de Gênesis é o primeiro livro da nossa
Bíblia, mas isso não quer dizer ele seja o primeiro
para ser escrito. Há várias razões para crer que o
livro de Jó seja de uma data anterior. Talvez o livro
de Jó seja o livro mais antigo do mundo. Vamos
observar algumas dessas razões.

1. A cabeça da família na época de Jó serviu


também como o sacerdote da família. 1:5. Foi assim
também na época de Abraão, Isaque e Jacó. Isso
indica que Jó viveu na época deles.

Autor do livro

Do jeito que o autor escreve sobre as conversas


entre Jó e seus amigos indica que o autor foi uma
testemunha ocular. Muitos acham que o autor foi
Moisés. Mas isso é improvável por causa da razão
falada acima. Faz mais sentido que Jó mesmo é o
autor do livro. Jó mesmo falou seu desejo que
passou na vida dele fosse escrito. Jó 19:23-24.

1. Capítulo 1:1-5. Jó e sua família.

Diz que era homem íntegro, reto, temente a Deus e


desviava-se do mal.Foi um bom pai e marido.
Ofereceu sacrifícios ao Senhor por se mesmo e
pela família fiel e continuamente. Jó teve sete filhos
e três filhas. Ele foi muito abençoado por Deus e
seus filhos também. Foi uma família unida e que

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viveu em paz.Jó era maior do que todos os homens
do oriente.

Deus fala: Intervenção Final. 38-41.

Jó não respondeu a Eliú. O Senhor Deus respondeu


em nome de Jó (38:1). De repente Deus falou de
um redemoinho. Neste momento os cincos homens
ficaram mudos e espantados enquanto a voz de
Deus desce sobre eles. Deus censurou Elifaz,
Bildade, Zofar e Eliú. Quando vamos esperando
encontrar alguns versículos que dê a Jó, finalmente
e de uma vez por todas, a solução divina para seu
problema, ficamos claramente desapontados. Não
encontramos nenhuma palavra de Deus de explicar
o sofrimento de Jó ou resolver a questão da
providência provocada por essa angústia. Deus é
soberano e faz com os homens da terra conforme a
sua vontade perfeita. Nós somos as suas criaturas
e temos que confiar na sua providência soberana e
perfeita.

Deus nem faz uma discussão das coisas que


aconteceram. Deus faz muitas perguntas a eles, e
por elas Deus está mostrando, com ironia, que Ele
é Deus e sabe que faz. Capítulos 38 e 39 são
quase todos as perguntas que Deus faz a estes
homens. A resposta é que o homem não sabe, mas
Deus sabe sim, então devemos deixar com Ele as
coisas encobertas aos homens.

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Então,quais são as lições da Palavra de Deus nos
capítulos 38-41. Primeiro; Jó não deveria conhecer
a razão de seus sofrimentos. Se conhecesse o
motivo do seu sofrimento, isso influenciaria a
reação dele para tornar-se artificial. Não haveria
teste verdadeiro de seu caráter. Não havia lugar
para o exercício e o aperfeiçoamento genuíno da
sua fé. Existem certas coisas sobre o sofrimento
humano que Deus não pode explicar sem destruir o
próprio objetivo que estão destinadas a cumprir.
Segundo; mostra o interesse divino pelas coisas de
Jó (também nós). Embora Deus não
condescendesse em dar uma explicação, Ele
evidenciou que estava observando, ouvindo e
cuidando. É bom demais saber disso. Terceiro, o
plano de Deus é levar Jó a apoiar-se no próprio
Deus, independentemente de explicações. Se Jó
pudesse ser levado para o ponto de confiar em
Deus como um ser absolutamente justo e
benevolente em oposição a todas as adversidades
misteriosas, então, a acusação de Satanás seria
revelada como sendo infundada e o diabo seria
derrotado. Funcionou, porque Jó venceu pela fé no
Seu bom Deus. Ter fé em Deus é confiar em Deus
apesar de todas as aparentes contradições e
mesmo não tendo nenhuma explicação no
momento. A vitória de fé é apoiar-se em Deus com
plena confiança (Jó 13:15). Então a fé foi
confirmada.

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Veja o que Jó falou quando ele ouviu o Senhor
Deus falar (40:3-5). Sempre é assim quando o
homem vê Deus em verdade.

Epílogo – Capítulo 42.

1. Jó – se julga, é vindicado e honrado por Deus .


42.

Veja o homem Jó sincero com Deus apesar de


tudo. Ele perdeu toda a sua riqueza. Também
perdeu todos os seus filhos. Depois disso, perdeu a
saúde. Além de tudo isso, perdeu a amizade da sua
esposa. Também perdeu a compaixão dos seus
três amigos. Ele perdeu até o seu sentimento de
dignidade. O resultado de tudo isso na vida de Jó é
uma poderosa percepção da infinita sabedoria,
autoridade, santidade e bondade de Deus (42:5-6).

Deus censurou os amigos de Jó e honrou Jó (v. 7).


Deus mandou os amigos de Jó oferecer ao Senhor
sete bezerros e sete carneiros. Porque Deus não
estava agradado por eles. E o Senhor virou o
cativeiro de Jó. Observe que Deus fez isso quando
orava pelos seus amigos. É uma boa lição para nós.
O Senhor abençoou o último estado de Jó, mais do
que o primeiro. Deus é bom e fiel para com o seu
povo. Devemos confiar nEle.

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Lição 6

LIVRO DOS SALMOS

Introdução do livro

Autores do livro

O livro dos Salmos não foi escrito de uma vez só


nem por um autor só. Observe os autores dos
Salmos.

Davi escreveu, 73.

Asafe escreveu, 12 (50, 73, 74, 75, 76, 77, 78, 79,
80, 81, 82, 83).

Os filhos de Core escreveram, 11 (42, 44, 45, 46,


47, 48, 49, 84, 85, 87, 88).

Salomão escreveu, 2 (72, 127).

Hemã escreveu, 1 (88).

Etã escreveu, 1 (89).

Moisés escreveu, 91 (90).

Anônimos, 49.

23
Asafe, Hemã e Jedutum eram os dirigentes sobre
os cantores da época de Davi. I Crônicas 25. Core,
neto de Cora, com seus filhos eram os guardas do
tabernáculo da época de Davi. Guarda é
carregador. I Crônicas 19:19. Etã era um músico da
época de Davi. I Crônicas 25:19.

Data do livro.

Os Salmos foram ajuntados durante mil anos. 1400-


444 a.C. Moisés a Esdras. Deve ser que foi Esdras
que fez a compilação e organização dos Salmos.

Apesar do fato que os Salmos foram escritos


durante mil anos, e por autores de culturas,
experiências e fundos diferentes, o livro tem uma
união e harmonia maravilhosas. Esta união e
harmonia somente podem ser explicadas pela
inspiração divina.

Nome do livro.

Salmo é uma palavra grega (provavelmente vem da


Septuaginta) que significa “Cânticos tocados nos
instrumentos de corda”. Saltério vem da mesma
palavra e é um tipo de harpa. O nome “Salmos” fala
da coleção toda de salmos que estão neste livro.
Em hebraico este livro é chamado o livro de
orações ou o livro de louvor.

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+Houve uma polêmica na idade média sobre a
música na igreja. A questão foi: a música da igreja
deve ser somente dos salmos? A outra música
serve também? Imagine como seria a sua reação
com a música que a maioria das igrejas tem agora
hoje em dia?

Devemos fazer uma observação sobre a música. A


música deve louvar o Senhor Deus e não o músico
nem o cantor. A música deve chamar a atenção
para o nosso Salvador e não a nós. A música deve
ser de acordo com a Palavra de Deus e não só ter
som bonito e agradável aos ouvintes. Muita música
cantada na igreja hoje em dia é mundana,
sentimental, emocional, errada e herética. Mas tem
som que agrada o mundo. Uma igreja deve deixar
alguém cantar nos cultos que não pode pregar no
púlpito? Salmo 47:7. É melhor louvar o Senhor que
nos tirou da sujeira do pecado com a verdade e
ordem da Palavra de Deus.

Esboço do livro.

1. Este livro é cinco livros em um livro. Note o


seguinte.

Primeiro - Salmos 1-41.

Segundo - Salmos 42-72.

25
Terceiro - Salmos 73-89.

Quarto - Salmos 90-106.

Quinto - Salmos 107-150.

Cada um dos livros tem introdução e doxologia,


quais são o primeiro e o último salmo de cada livro.

O livro todo também tem introdução e doxologia,


quais são Salmo 1 e Salmo 150.

Todos os Salmos têm títulos menos do que 38, e


estes são chamados os Salmos “órfãos”. Alias os
Salmos órfãos podem ser do salmo (ou salmos)
anterior.

2. O Pentateuco e os Salmos.

O Pentateuco são os cinco livros da lei de Deus. Os


Salmos são os cinco livros de réplicas do coração à
lei de Deus.

3. Classificações dos Salmos.

Os Salmos podem ser classificados em grupos de


Salmos que têm o mesmo assunto ou caráter. Veja
o seguinte.

Salmos da Natureza.

26
Salmos de Caráter.

Salmos de Arrependimento.

Salmos sobre a Palavra de Deus.

Salmos de Adoração.

Salmos sobre o Sofrimento.

Salmos de Segurança.

Salmos de Louvor.

Salmos Messiâncios.

OS SALMOS ESTUDADOS SEGUNDO AS SUAS


CLASSIFICAÇÕES.

1. Os Salmos dos Degraus. 120-134.

É um grupo de Salmos que tem este título; Salmos


de Degraus. Porque eles têm este nome? Há várias
opiniões.

A. Cânticos cantados numa tonalidade mais alta

B. Cânticos cantados na subida da Arca da Aliança


ao Monte Sião. I Crônicas 13.

27
C. Cânticos cantados no lugar mais alto do Templo.

D. Um deles foi cantado em cada degrau subindo


ao Templo para adorar Deus.

E. Fala da volta do relógio do sol nos dias de


Ezequias indicando que Deus deu mais 15 anos de
vida a ele.

F. Cânticos cantados pelos judeus nas suas


viagens ao Templo em Jerusalém. É esta que faz
mais sentido. Porque? Observe.

A cidade de Jerusalém ficou nas montanhas da


Judéia. Jerusalém por isso ficou mais alto do que a
terra ao seu redor. Êxodo 34:24. I Reis 12:27.
Observe também o Salmo 122 todo, mas em
particular o v. 4. Então, quando o povo de Israel
viajou a Jerusalém para observar as festas eles
cantaram estes salmos subindo ao templo em
Jerusalém.

2. Os Salmos Imprecatórios. 35, 58, 59, 69, 83, 109,


137.

Imprecatório significa; “imprecar, amaldiçoar,


desejar castigar alguém, rogar pela praga contra
alguém”.

28
Muitos têm problema com isso, até isso causa
muitas pessoas não aceitar a Bíblia como sendo a
Palavra inspirada de Deus. Observe alguns
versículos que falam deste jeito. 5:10, 6:10, 28:4,
55:15, 58:6, 140:9-10, 149:7-9. Observe também
alguns versículos no Novo Testamento. II Timóteo
4:14. Gálatas 1:8-9. Observe as objeções dadas
aos versículos imprecatórios.

A. É contrário aos sentimentos mais elevados da


natureza humana como compaixão e amor.

B. É contrário aos preceitos da religião como diz em


Mateus 5:45.

C. É contrário ao ensino do Novo Testamento que


diz amar ao inimigo e perdoar às suas injúrias.

D. São discordantes com a profissão dos salmistas


que dizem que têm confiança zelosa em Deus.

Explicação.

A. Não é o perverso pedindo mal contra o bom, cuja


bondade o condena.

B. Não é o homem ambicioso querendo eliminar o


competidor.

29
C. Não tem nada a ver com inveja, rancor nem
coisa semelhante.

D. Não é contra homens quaisquer, mas contra os


malfeitores.

E. Não é vingança pessoal, mas é o pedido a favor


da vingança e justiça divinas.

F. Além de tudo isso, há coisa que deve ser


castigada. Muita gente não quer admitir que o
mesmo Deus que ama também castiga, o mesmo
Deus que abençoa também amaldiçoa. Existe o
castigo de Deus porque Deus é justo e tem que
castigar o pecado e o pecador. Salmo 137:8-9.
Mateus 25:41, 26:24. Apocalipse 18:2 e 6, 20:10-15.

3. Os Salmos das Aleluias. 111-118, 146-150.

Na época do Velho Testamento os Salmos das


aleluias (111-118) foram cantados em duas vozes.
Os cânticos e a música fizeram uma parte muito
importante na adoração dessa época. Deve ser
para nós também.

Vamos pensar nos cinco últimos Salmos. 146-150.


Note que cada um deles começa com “Louvai ao
Senhor” e termina com “Louvai ao Senhor”.

30
Lição 7
O LIVRO DE PROVÉRBIOS

A Significação da palavra “Provérbios”.

Um provérbio é um dito breve em lugar de muitas


palavras. Provérbio – pro significa “em lugar de” e
verba significa “palavras”. Então é uma máxima
concisa – a inteligente concentração de uma
verdade ou conselho sagaz em uma fórmula
concisa e marcante falada de uma maneira que se
torna popular e é mais fácil lembrar do que
esquecer.

Autor dos Provérbios.

Não há dúvida que foi Salomão o Rei de Israel que


escreveu o livro de Provérbios. Leia 1:1, 10:1, 25:1.
Veja I Reis 4:32 para ver que Salomão escreveu
muitos provérbios.

Capítulo 1. O Temor do Senhor. O versículo chave


é v. 7.

Fala da reverência e submissão para a Sua pessoa


divina, natureza (atributos), presença (onipresença),
vontade e santidade.

31
1. O que o temor do Senhor faz. v. 1-9.

A. É o princípio do conhecimento. v. 7. É o tema do


capítulo. (v. 2-4).

B. Dá um apetite santo e bom para a verdade. v. 5-


6. (ignorância e preguiça?)

C. O temor do Senhor expulsa os temores que o


salvo tem. v. 7. (do homem, da morte, dos políticos,
de amanhã, de amar, de dar, de confiar, de falhar).
v. 5-6. Qual é o crente que não precisa desse
conselho? De memorizar? v. 7. Para a vida diária?
O temor do Senhor é o fundamento do
conhecimento divino. É isso que os perdidos faltam.

2. A prudência da sabedoria. v. 10-19.

A. A atração dos pecadores não deve ser aceita. v.


10.

B. A responsabilidade de rejeitar a mentira faz mal


com os pecadores. v. 11-16. Devemos desviar o
nosso pé do caminho errado deles. Deve ser uma
resistência imediata e um abandono total do seu
caminho.

C. A ruína deles. v. 17-19.

3. A exclamação da sabedoria. v. 20-23.

32
A sabedoria fala com o simples (ignorantes),
escarnecedores (zombadores) e insensatos (tolos).
A sabedoria bíblica dá a resposta certa para eles:
atentai para o conselho da sabedoria.

4. O julgamento daqueles que rejeitam a sabedoria.


v. 20-23.

A. Os rebeldes estão sem desculpa. v. 24-25.


Porque recusaram ouvir, não deram atenção,
rejeitaram o conselho e não quiseram a repreensão.

B. A sua condenação é justa. v. 26-32. Veja que


Deus diz. Deus rirá deles (v. 26). A destruição deles
será repentina (v. 27). Eles chamarão em vão (v.
28). É o resultado da sua própria escolha (v. 29).
Porque odiaram o conselho de Deus (v. 30).
Ceifarão o que semearam (v. 31-32).

C. A promessa aos ouvintes fiéis. v. 33.

Capítulo 4. Três coisas dignas de guardar.

Note a palavra “guardar” nos v. 4, 6, 13, 21, 23.


Também a frase “retenha o teu coração” no v. 4,
“ela te protegerá” no v. 6, “apega-te à instrução” no
v. 13, “não as deixes apartar-se” no v. 21 e “guarda
o teu coração” no v. 23. Tudo fala da necessidade
de guardar a sabedoria divina para nosso bem.

33
1. A herança da sã doutrina, v. 1-10. “Ele me
ensinava”, v. 4.

2. O caminho alto da justiça, v. 11-22. “No caminho


da sabedoria te ensinei”, v.11.

3. O coração, v. 23-27. “Guarda o teu coração


porque dele procedem as fontes da vida”, v.23.

Capítulo 5. A atração da mulher estranha.

1. A atração dela, v. 1-5. Seu beijo, lisonja,


fascinação, veneno e dor.

2. A admoestação da sabedoria, v. 6-8. “Longe dela


seja o teu caminho”, v. 8.

3. Os avisos e as conseqüências, v. 9-14. “Para que


não dês a outrem a tua honra”, v. 9.

4. Os conselhos da sabedoria, v. 15-20. ”Bebe água


da tua fonte”, v. 15.

5. O juízo de Deus para o adúltero, v. 21-23. “Ele


morrerá”, v 23.

Capítulo 6. Obrigações.

1. Obrigação de ser fiador. v. 1-5.

34
Alguém que assume ser fiador para outra pessoa
está assumindo a possibilidade de pagar a dívida
da pessoa se ela não a pagar. Por isso, deve
considerar o que faz cuidadosamente. Porque se for
necessário que o fiador pague essa dívida, não
pode dizer não, ou que não tem a condição. Porque
quando assumiu esta obrigação de ser fiador,
assumiu a obrigação de pagá-la se for necessário.
Se não tem a condição de pagar como fiador a
dívida da outra, não deve ser fiador dela. Ser fiador
não é uma brincadeira, é uma obrigação séria. Não
deve ser fiador só pela amizade. Deve pensar
seriamente com muita sabedoria e cuidado para ser
fiador de alguém.

2. A obrigação de trabalhar. v. 6-11.

É a obrigação do homem para ganhar seu pão


trabalhando fielmente. Veja que a Bíblia diz:
Gênesis 2:15, 3:19. II Tessalonicenses 3:10. Veja
as lições dadas pelas criaturas de Deus sobre
trabalhar. v. 5-8. Pode desprezar a obrigação de
trabalhar, mas não escapar da conseqüência. v. 11.

3. A obrigação às vítimas do enganador. v. 12-19.

O enganador se obriga para as suas vítimas. v. 12-


15. Esta verdade é óbvia, pelo fato que Deus cobra
caro o enganador, porque ele deve as vítimas do
seu engano. Veja sete coisas que o Senhor Deus

35
odeia. v. 16-19. O Senhor mesmo certifica se que
esta obrigação será cobrada, é a lei da Palavra de
Deus. Êxodo 22:1. Lucas 19:8. Deus vai cobrar o
enganador no juízo, no grande trono branco.
Apocalipse 20.

4. A obrigação do adúltero. v. 20-35.

Salomão dá admoestações para evitar a


prostituição. v. 20-29. O adúltero é comparado ao
ladrão. v. 30-33. O adúltero é obrigado ao marido. v.
34-35. É uma obrigação que não pode ser paga de
forma nenhuma.

Capítulo 12. O nosso caráter examinado e


estabelecido.

1. Nossa anatomia.

A língua sadia, v. 18-19.

As mãos ativas, v. 14, 24.

A boca útil, v. 6, 14.

O coração sossegado, v. 8, 20, 23, 25.

Os lábios verdadeiros, v. 13, 19, 20.

A mente reta, v. 5.

36
2. Nossos amores.

Amor pela instrução, v. 1.

Amor pela esposa, v. 4.

Amor pela honestidade, v. 9.

Amor pela misericórdia, v. 10.

Amor pelo cuidado da própria vida, v. 11.

Amor que dá fruto, v. 12.

3. Nossas repugnâncias.

Rejeitar repreensão é estúpido, v. 1, 16.

Rejeitar impiedade é sábio, v. 24, 17.

4. Nossa casa.

O alicerce certo, v. 7.

A proteção divina, v. 21. (Romanos 8:28).

5. Nossa vida.

Nossos direitos e vontade, ou o direito e vontade de


Deus para reina-la, v. 15.

37
Sem hipocrisia, v 17.

Nossa vizinhança, v. 26. I João 5:19.

O caminho da justiça, v. 28. João 14:6.

Capítulo 26. A lista internacional dos tolos de


vergonha.

1. O tolo ordinário de todo dia. Ele está achado em


todo lugar. v. 1-11.

Honra não combina com ele. v. 1.

Sua maldição não virá sem causa. v. 2.

O tolo tem que ser controlado. v. 3. Ele só entende


a força brutal.

Não seja como ele. v. 4.

Mostra a ele a sua tolice. v. 5.

Não confia nele de jeito nenhum. v. 6.

O tolo não tem entendimento. v. 7.

Ele é uma arma carregada. v. 8.

38
Dormência (não sente sua tolice) faz tudo sobre ele
pior. v. 9.

O tolo e o transgressor são iguais. v. 10.

O retrato verdadeiro do tolo. v. 11.

2. O tolo presunçoso, vaidoso e orgulhoso. v. 12.

3. O tolo preguiçoso. v. 13-16.

4. O tolo que mexe nas questões dos outros. v. 17.

5. O tolo engraçado e inútil. v. 18-19.

6. O tolo contencioso. v. 20-28.

Capítulo 31. A perpetuidade da mulher virtuosa.

1. O conselho da mulher virtuosa. v. 1.

2. Os votos da mulher virtuosa. v. 2.

3. Os conselhos prudentes da mulher virtuosa. v. 3-


7.

4. A compaixão da mulher virtuosa. v. 8-9.

5. A perpetuidade pelos ensinos da mulher virtuosa


à sua posteridade. v. 10-31.

39
Lição 8

O LIVRO DE ECLESIASTES

A Data do Livro.

Acerca do ano 1000 a.C. Foi escrito no fim da vida


de Salomão.

Autor do Livro.

Segundo 1:1, 12, 2:9, 12:9, Salomão é o autor do


livro de Eclesiastes. Alguns duvidam que Salomão
seja o autor deste livro por causa do versículo 1:12.
Porque este versículo fala no tempo passado. Mas,
há uma explicação adequada para isso. Salomão
era o rei de Israel até a morte dele. Salomão
escreveu este livro quando era homem já velho e
então falou sobre as suas experiências já passadas.

Título do Livro.

Eclesiastes ou “Pregador”. Este nome vem do grego


(Septuaginta). Em hebraico é KOHELETH, que
significa “aquele que faz uma assembléia”. Portanto
o nome pregador, porque o pregador prega para a
assembléia (grupo de pessoas reunidas).

1. Note as palavras: “vaidade de vaidades” - 1:2,


“Tudo é vaidade” – 1:2, “vaidade e aflição de

40
espírito” – 2:26, “debaixo do sol” – 1:3. Salomão
falou com estas palavras que é assim que ficam as
coisas aqui “na terra”. Esperávamos mais do que
isso do homem muito sábio e rico? Se entendermos
bem o que Salomão está dizendo, vamos também
chegar para esta conclusão. Esta é a conclusão do
homem que experimentou tudo, prazer, riqueza e
sabedoria, e diz “tudo é vaidade!” Esta é a
conclusão da vida “debaixo do sol”, se considerar a
vida terrestre sem Deus está nela. Pode ter tudo,
mas sem Deus, “é vaidade de vaidades”. Então, o
propósito do livro é descobrir o objetivo principal da
vida humana. Qual é? A conclusão de Salomão fica
no fim do livro, 12:13-14.

Análise do Livro.

Capítulos 1-2. A Experiência Pessoal.

1. Capítulo 1. Salomão procurou o significado


(sentido e propósito) da vida pela sabedoria natural.
Veja a conclusão dele nos versículos 12-18.

2. Capítulo 2. Salomão procurou o significado


(sentido e propósito) da vida pelo prazer. Veja a
conclusão dele nos versículos 1-11.

Capítulos 3-5. A Observação Geral.

41
1. Capítulo 3. O círculo trabalhoso e monótono da
vida. Veja os versículos 9, 15, 16, 18-22.

2. Capítulo 4. A opressão e iniqüidade do mundo.


Veja os versículos 1-3, 15-16.

3. Capítulo 5. A riqueza e pobreza. Veja os


versículos 10-16.

Capítulos 6-8. As Coisas da Vida.

1. Capítulo 6. As riquezas, bens e honra, são coisas


fúteis sem o poder para gozar nelas. Pode ter tudo
isso, mas a doença, depressão, angústia e
dificuldade podem deixar o homem sem o poder
para gozar nelas. Veja os versículos 2, 11-12.

2. Capítulo 7. O homem é incuravelmente mal. É


isso que destrói as coisas boas deste mundo. Veja
os versículos 1, 15, 20-22, 29.

3. Capítulo 8. A vida não faz sentido humanamente


falando. Se tentar entender o sentido da vida sem
considerar Deus e Sua Palavra, é impossível. Veja
os versículos 15-17.

Capítulos 9-11. A Procura do Sentido da Vida


Recapitulada. Veja os versículos 9:1-2.

42
1. Capítulo 9. Tudo sucede igualmente a todos os
homens. O mundo está cheio de maldade e
desvarios e no fim todos morrem. Veja versículo 3.
Nem o prazer (v. 3-12), nem a sabedoria humana
mudam isso (v. 13-18).

2. Capítulo 10. Uma observação muito triste, a obra


do tolo estraga tudo. Veja versículo 1. E o pior é
que o mundo está cheio de tolos.

3. Capítulo 11. Então, a melhor coisa para o homem


natural, humanamente falando, é gozar na vida que
tem. Veja versículos 8-10.

Capítulo 12. A única vida que faz sentido.

Temer a Deus e guardar os seus mandamentos da


mocidade até a morte. Veja os versículos 1, 13-14.
A vida em si não passa de vaidade, mas com Deus
é bem diferente!

O Livro de Eclesiastes é pessimismo ou ceticismo?


É a plena verdade sem Deus. É a única conclusão
que podemos chegar sem considerar Deus e Sua
Palavra. Só Deus mesmo pode dar sentido para a
vida dos homens. 12:13-14 é a conclusão do Livro
de Eclesiastes.

43
As Dez Vaidades do Livro de Eclesiastes.

1. A vaidade da sabedoria humana. Morre o sábio e


da mesma sorte o estulto. 2:15-16.

2. A vaidade do trabalho humano. O trabalhador


não é melhor do que o ocioso no final. 2:19-21.

3. A vaidade do propósito humano. Embora o


homem ponha, é Deus que dispõe. 2:26.

4. A vaidade da inveja humana. Muito sucesso


produz mais inveja que alegria. 4:4.

5. A vaidade da avareza humana. Quem tem muito


quer sempre mais, mas nunca se farta. 4:7.

6. A vaidade da glória humana. É breve, incerta e


logo esquecida. 4:16.

7. A vaidade da ambição humana. O dinheiro não


satisfaz. Quanto mais se ganha, quanto se almeja
ganhar. 5:10.

8. A vaidade da cobiça humana. Em geral, mesmo


querendo, não se pode gozar o que se ganha. 6:9.

9. A vaidade da frivolidade humana. Ela apenas


disfarça o fim triste e inevitável. 7:6.

44
10. A vaidade das recompensas humanas. Os maus
freqüentemente são honrados e os justos e
perversos recebem recompensas erradas. 8:10, 14.

Algumas Observações do Livro de Eclesiastes.

Salomão, pensando somente humanamente, pela


vista humana das coisas, chegou para algumas
conclusões humanas. Depois Salomão dá o
perspectivo divino e correto da vida.

1. Eclesiastes 2:4-4:25. “Por isso odiei esta vida”.


2:17-23. Por que o homem tem que trabalhar e
depois deixar tudo para o homem que vem depois
dele. A conclusão deste pensamento fica no
versículo 24a. Depois Salomão derruba o
pensamento humano vão. 2:24b-26. A. Porque tudo
que o homem tem, vem da mão de Deus. Deus dá e
retém, ou tira segundo a Sua vontade soberana e
sábia. B. Quem pode gozar nesta vida
verdadeiramente sem Deus? v.25. C. Deus dá
sabedoria, conhecimento e alegria aos justos. v. 26.
Estas são as pessoas que fazem e julgam
justamente pela Sua graça, e para estas Deus dá a
sabedoria, conhecimento e alegria verdadeiros. Mas
para aqueles que vivem no pecado Deus não dá a
sabedoria, conhecimento e alegria. As suas vidas
são uma verdadeira vaidade. Elas têm sabedoria,
conhecimento e alegria humanos, e vivem vidas

45
tristes e miseráveis sem o sentido verdadeiro das
suas vidas. Porque estão sem Deus.

2. Eclesiastes 3:1-15. As coisas da terra limitam o


homem. O homem está limitado pelo tempo, v. 1-8.
Ele tem um senso profundo da eternidade e do seu
destino. O homem está limitado pelo entendimento
da eternidade e do futuro e de tudo que Deus faz,
porque é desconhecido ao homem, v. 9-11. No v.
12 encontramos a conclusão humana, que é que
não há nada melhor para o homem do que se
alegrar e fazer bem agora nesta vida. Depois
Salomão, nos versículos 13-15, mostra que há
coisa melhor do que só isso. Deus tem tudo sob-
controle, tudo vai segundo ao seu plano eterna e
imutavelmente. É assim em todas as épocas,
passada, presente e futura. Todo injusto prestará
contas a Ele e somente resta para nós confiarmos
nEle e O deixar fazer o Seu plano com fé.

3. Eclesiastes 3:16-5:9. O homem morre como


qualquer animal. 3:18-21. O mundo está cheio de
injustiça, castigo incerto e recompensa desigual. E
no fim todos se acham do mesmo jeito, mortos. A
conclusão humana fica no v. 22. Mas, há o ponto de
vista correto sobre estas coisas no v. 17. Deus vai
julgar todos (ímpios e justos, castigo ou galardão)
no dia ordenado por Ele. Tudo será revelado e
ajeitado. Deus vai corrigir as injustiças e reconhecer
os justos.

46
4. Eclesiastes 5:10-6:12. A riqueza é insuficiente
para trazer felicidade. 5:10. A riqueza só dá prazer
ao olho (5:11). A riqueza tira o sono de
preocupação (5:12). A riqueza pode prejudicar o
dono (5:13). Pode perder a riqueza toda (5:14). Na
morte deixa a riqueza toda (5:15-16). A riqueza não
pode isentar o seu dono da dificuldade e da doença
(5:17). A conclusão humana fica no v. 5:18. Este
pensamento humano está derrubado nos v. 5:19-
20. Há mais do que só viver pelo prazer da vida e
acumular riqueza. A pessoa não deve ser dominada
pelas suas possessões. Tudo tem que estar no seu
próprio perspectivo certo. Em vez de ser o dono das
coisas materiais, muitas vezes as coisas materiais é
o dono da pessoa. Por isso a pessoa não pode
gozar nas bênçãos de Deus. Veja os versículos 6:1-
2. O gozo sensato das coisas que Deus nos dá, é
honroso e bom. Devemos usar as suas bênçãos
com alegria e gratidão.

5. Eclesiastes 7:1-8:17. A justiça da terra invertida e


inexplicável. 8:14-15. Não tem como explicar a
injustiça da terra. O homem finito não pode explicar
estas coisas, v. 16. Penetrar a providência de Deus
com o nosso entendimento é impossível. Este
pensamento humano está derrubado no v. 17. É
melhor deixar com Deus resolver conforme a Sua
vontade no Seu tempo determinado. Porque é só
Ele que sabe e que pode fazer isso perfeitamente.
Alguns “chamados sábios” tentem resolver estas

47
coisas que estão fora do seu controle, poder e
sabedoria. Os insensatos tentam resolver o que o
sábio deixa com Deus. É bom conselho para o
nosso tempo quando muitos acham que o homem
pode e tem que resolver “tudo” no mundo. Isso é
impossível para o homem. Há coisa que devemos
deixar com Deus. 9:1. Porque Deus é onipotente e
onisciente. Assim faz a nossa vida mais feliz,
tranqüila e satisfeita.

6. Eclesiastes 9:1-10:20. Os valores e padrões


errados do mundo. 9:4. 10:7. O mal e o bom se
acham do mesmo jeito, mortos. 9:2-3. O homem
que faz o bem morre como também aquele que faz
o mal. O homem que faz o bem sofre na vida e no
fim morre. Qual vantagem há em fazer bem então?
9:4-6. Por isso, quase todos os homens resolvem
fazer o mal, porque o fim de todos é o mesmo. 9:3-
6. Este pensamento está derrubado nos v. 9:7-10.
Devemos assumir a atitude do mundo em satisfazer
a carne? Não! “Vai, pois, come com alegria e bebe
com coração contente”, 9:7. Não devemos estar
desanimados e deprimidos nem desiludidos com a
situação das coisas do mundo, mas devemos viver
ao Senhor com muita alegria. Porque? 9:7. “Pois já
Deus se agrada das tuas obras”. Este
conhecimento deve ser um grande motivo para
gastar a nossa vida gozando nas Suas bênçãos e
no Seu serviço. 9:7-10. Vamos morrer, sim, mas a
nossa morte não vai ser igual aos ímpios. Então,

48
deve fazer o que? Vamos gozando nas bênçãos de
Deus e servindo ao Senhor de toda a nossa força.
Bom conselho para os crentes.

7. Eclesiastes 11-12. A Conclusão.

Capítulo 11. A Vida Melhor.

A. Lança o teu pão sobre as águas, v. 1-2. Porque


depois de muitos dias o voltará para nós. Está
falando a verdade que devemos investir a nossa
vida em fazer o bem no serviço de Deus e o fruto
disso virá depois.

B. Exortação para uma vida de labor, v. 3-6.


Devemos trabalhar na obra de Deus confiando em
Deus para dar a ceifa do nosso trabalho.

C. Exortação para os jovens, v. 7-10. Usar a força


da juventude para servir o Senhor.

Capítulo 12. Lembra-te também do teu Criador.

A. A juventude é boa, mas ela passa, v. 1-8. Sirva o


Senhor enquanto tem força e oportunidade.

B. Salomão fala de si mesmo, v. 9-12. Ele era sábio


e as palavras do sábio são aguilhões e pregos bem
fixos.

49
C. A conclusão, v. 13-14. Esta é a vida que vale e
que faz sentido. Esta não é a vida de vaidade.

Lição 9

CANTARES DE SALOMÃO

Autor do Livro.

Segundo o livro dos Cantares de Salomão o autor


livro é o rei de Israel, Salomão. 1:1.

Nome do Livro.

1:1 indica que é o melhor cântico dos cânticos.

Data do Livro.

1014 a.C. Salomão morreu mais ou menos no ano


992 a.C.

Interpretação do Livro.

1. Histórico e literal. Fala do amor entre homem e


mulher (esposo e esposa). Mostra que este assunto
merece um lugar na Bíblia porque é muito
importante.

2. Simbólico somente. Fala simbolicamente sobre o


relacionamento entre Jesus Cristo e o Seu povo, os

50
eleitos de Deus. Outros dizem que é Jesus Cristo e
a Sua igreja. Tudo isso depende da sua idéia da
noiva de Cristo.

3. Histórico e simbólico. É um evento histórico e


literal com um sentido simbólico. É isso que é a
verdade. Simbolicamente fala sobre Jesus Cristo e
a Sua noiva, a igreja dele.

Esboço do Livro.

1. O casamento real lembrado. 1:1-2:7.

2. O namoro da noiva lembrado. 2:9-3:5.

3. O noivado da noiva lembrado. 3:6-5:1.

4. O sonho perturbador da noiva. 5:2-6:3.

5. A meditação do rei sobre a noiva. 6:4-7:9.

6. O amor da noiva declarado. 7:10-8:4.

7. O amor verdadeiro dos dois. 8:5-8:14.

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