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RESUMO
Este trabalho pretende produzir um estudo sobre a Estação Ferroviária de Atalaia localizada
em Luís Correia / PI, com o objetivo de analisar os discursos de modernidade que permearam
sua construção, a percepção dos trabalhadores ferroviários acerca da Estação no período em
que se encontravam atuando na mesma e investigar a possibilidade da Estação enquanto
Patrimônio Cultural. Para a realização desse projeto será necessário estudo bibliográfico,
aliado a realização de entrevistas temáticas e pesquisa documental em acervos e arquivos.
Espera-se ao fim da pesquisa compreender os possíveis discursos relacionados a construção
da Estação, bem como se a mesma é percebida enquanto um espaço que fomenta a memória, a
identidade e a história.
CPF: 032.873.143-94
Teresina – Piauí
2016
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SUMÁRIO
Por fim, espera-se com este trabalho não apenas contribuir para a História da Ferrovia
do Brasil, consequentemente do próprio estado do Piauí, mas também ampliar a produção
historiográfica que discuta o litoral piauiense, particularmente, a cidade de Luís Correia.
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A cidade vive, rememora e discorre sobre si. Ela é um documento histórico e no seu
interior pode-se presenciar as mais diversas vivências e histórias sobre determinada
sociedade. Dessa forma, “É como se a cidade fosse um imenso alfabeto, com o qual se
montam e desmontam palavras e frases.” (ROLNIK, 1995, p.18). E ela, de fato, o é.
Conforme nos lembra, Rolnik (1995), a cidade assume várias facetas, uma delas sendo a
cidade-escrita, produtora de histórias e memórias. Além disso, compreende-se a mesma
enquanto um fenômeno social e histórico complexo, visto que a mesma assumiu diferentes
características e facetas ao longo do tempo e do espaço no qual estava inserida.
Contudo, é preciso lembrar que embora a cidade enquanto fenômeno histórico surja a
partir das primeiras organizações sociais na Antiguidade Oriental, ela, enquanto objeto de
estudo, análise e reflexão, passa a ser trabalhada dessa forma apenas a partir do século XIX.
Segundo Barros (2007) é a partir do período oitocentista que surge na sociedade
ocidental a necessidade de discutir e refletir sobre o fenômeno urbano representado pela
cidade. Não mais uma necessidade de se pensar a cidade pelo olhar do poeta, cronista, teólogo
ou mesmo o romancista, mas sim a partir da perspectiva de pensadores e estudiosos da
sociedade, como os historiadores, sociólogos e antropólogos. Tornava-se necessário
Dessa forma, a cidade, suas transformações ao longo do tempo, bem como as relações
de trabalho, os diferentes grupos sociais e as sociabilidades presentes na mesma torna-se um
dos possíveis objetos de estudo do historiador. Além disso, outro aspecto que provocou
grandes transformações durante o século XIX reflete sobre essa cidade a partir dos anos 1800
no Ocidente e termina por moldá-la: o projeto de modernidade ou seu discurso estabelecido
pela Europa e que a partir deste momento incide e influencia a cidade e as relações
estabelecidas presentes em seu interior.
Segundo Berman (1986, p.16)
sua sociedade “[...] vê-se, assim, imbuída da necessidade de implantar ferramentas que
pudessem ajudar na construção de um novo Piauí, modificando-se a infraestrutura básica do
estado na área de energia elétrica, abastecimento de água e transportes.” (NASCIMENTO,
2007, p.203).
Esse discurso torna-se facilmente percebido nos jornais da época e passa a ser
utilizado também no ideário de desenvolvimento econômico. O Jornal “Jornal do Piauí” ao
longo do ano de 1956 dedica diversos momentos para discutir sobre a questão econômica do
estado e na edição de 05 de julho de 1956 diz o seguinte:
Hoje em dia a edificação que antes fora uma estação e, posteriormente, casa de
veraneio da RFFSA encontra-se abandonada, conforme podemos ver na foto 2:
3. OBJETIVOS
3.1. Objetivo Geral: Analisar a Estação Ferroviária de Atalaia na cidade de Luís Correia - PI
enquanto Patrimônio Cultural.
Após a coleta destes documentos orais e considerando a perspectiva que aponta que “o
documento gerado não fala por si, mas precisa ser interpretado, analisado quanto à forma e ao
conteúdo, considerando-se a finalidade e a maneira como foi construído, tendo em vista os
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5. REFERÊNCIAS
ALBERTI, Verena. Manual de História Oral. 3. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2013.
ARAÚJO, Maria Mafalda Baldoíno de; NUNES, Maria Cecília Silva de Almeida. Memória e
História: pluralismo cultural na sociedade piauiense. In: PINHEIRO, Áurea da Paz;
NASCIMENTO, Francisco Alcides do. (Orgs.). Cidade, História e Memória. Teresina:
EDUFPI, 2004. p.175 – 190.
BERMAN, Marshall. Tudo que é sólido desmancha no ar: a aventura da modernidade. São
Paulo: Companhia das Letras, 1986.
CRUZ NETO, Otávio. O trabalho de campo como descoberta e criação. In: DESLANDES,
Suely Ferreira; CRUZ NETO, Otávio; GOMES, Romeu; MINAYO, Maria Cecília de Souza
(Orgs.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Rio de Janeiro: Vozes, 1994.
HOBSBAWM, Eric John Ernest. A Era das revoluções: Europa 1789 – 1848. 3. ed. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1981.
LANG, Alice Beatriz da Silva Gordo; CAMPOS, Maria Christina Siqueira de Souza;
DEMARTINI, Zeila de Brito Fabri. História Oral e Pesquisa Sociológica: a experiência do
ceru. São Paulo: Humanitas Publicações, 1998.
OLIVEIRA, Maria Marly de. Como fazer pesquisa qualitativa. 3. ed. Petrópolis: Vozes,
2010.