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O MEDITERRÂNEO PÓS-

MICÊNICO E A FORMAÇÃO DAS


CIDADES-ESTADO
Marcus Pierre de Carvalho Baptista (UFPI)
QUE TRANSFORMAÇÃO PERCEBEMOS NO
TERRITÓRIO QUE VEIO A SE TORNAR A
GRÉCIA ENTRE O SÉCULO VIII A.C. E V
A.C.?
As pólis tornam-
se o modelo
social
dominante nos
séculos
seguintes ao
longo do
Mediterrâneo

Século VIII a.C. –


formação de
comunidades
As Modificação de
uma sociedade
camponesa e
organizadas por
meio de centros
urbanos –
Cidades- guerreira para
uma civilização
surgimento da
pólis
Estados com foco em
centros urbanos

Ampliação do
comércio no
Mediterrâneo
Quem não faz parte deste cenário torna-se o
Outsider, o Outro, o estrangeiro, não
possuindo direitos e nem proteção
Havia um
conselho que
administrava a
justiça

A
administração
da cidade

Cidade Estes sujeitos


comandada detinham
pelos chefes dos cavalos,
clãs – Grandes equipamentos de
latifundiários guerra e servos
Trabalhadores
agrícolas livres e
pequenos
proprietários

A
cidade
Escravizados e
Artesãos
servos
Este processo se estende da Magna Grécia
(Sul da atual Itália e Sicília) até o sudeste da
Gália e Espanha
Revoltas sociais – Reinvindicação
por reformas e maior participação
popular nas decisões políticas
Tiranos –
Reduziram o
poder da
nobreza que
governava a
cidade

A
A consequência
destas revoltas? Se
Em algumas apresentavam
cidades alguns como
sujeitos foram
encarregados
de redigir as leis tirania defensores dos
direitos do povo

Ampliação dos
direitos políticos
dos cidadãos
Em outras
cidades
permanecia o
governo dos
nobres ou da
aristocracia

Modificações
que sugeriam
uma É impossível
democracia As pensar em um
ocorrem modelo de
principalmente particularidades cidade “grega”
em cidades neste contexto
marítimas e
comerciais

O que
prevalecia era a
heterogeneidad
e
Percebe-se
aspectos
sociais,
econômicos e
culturais no
culto a estes
deuses

Elemento de

A
Culto mais
coesão –
importante a
templos para
um ou outra
todos cultuarem

religião
divindade de
e construídos
acordo com a
em localidades
conjuntura local
distintas

A construção
dos templos
denota o
trabalho de
indivíduos em
prol de uma
comunidade
Criação da
Ágora e do
Fórum – Espaços
de reunião do
povo

Arquitetura Os Tratava-se de

espaços
influenciada uma invenção
pelo Oriente – dos povos que
Construções viviam nesta

públicos
monumentais Grécia Antiga?

Ou refere-se a
uma
circularidade
cultural por
meio do diálogo
com o
Mediterrâneo?
A novidade
aqui refere-se
ao domínio
destes espaços
nas cidades

Não foi uma


Os A pólis tornou-se
um modo de se
invenção da
pólis, já existindo
no Oriente
espaços organizar, isto é,
a coesão
comunitária dos
públicos indivíduos

O acesso ao
ferro, o
armamento de
populações
menos
abastadas e a
defesa da pólis
Governos
variavam entre
a aristocracia, a
tirania e a
democracia –
Dependendo
do contexto

O que Em todas havia


um espaço

tinham
A maioria das público –
pólis tinham Conselho de
dimensões e anciões,
populações
reduzidas em assembleia,
tribunais de

comum?
eleitos ou
nomeados

Não se tem
certeza sobre
como este
modelo surgiu
Identificava
quem era o
cidadão e
quem era o
estrangeiro

O que Agricultura,
Extensão do
direito à tinham Casamento,
Comércios –

em
propriedade Modos de
privada mobilidade
social
comum?

Conflitos entre
mais e menos
abastados em
função desta
propriedade
Especialmente
pelas decisões
tomadas em
caráter coletivo

O que
tinham
Tratou-se de um É por meio
modo de desta coesão
reorganizar as que o conceito
relações entre
os sujeitos em de cidadania
toma forma

comum?

Três questões a
se especificar:
as moedas, a
escravidão e a
dominação
cultural
A cunhagem de
moedas não
remetia apenas a
uma questão
econômica

A utilização da Era um modo


prata torna-se também de
mais comum ao identificação, de
longo do propaganda das
mediterrâneo pólis e do civismo

As
moedas

Foi gerando ainda


novos meios de Implicava ainda
acumulação de as relações de
riquezas e de
comercialização –
poder
Empréstimos, troca estabelecida
por qualquer bem, entre as pólis
etc.
Relação do Eu e
do Outro – O
cidadão não
podia submeter
outro cidadão a
condição de
submissão

Sua expansão Cidades


também portuárias –
relacionou-se desenvolvimento
com o de um comércio
desenvolvimento de pessoas
da pólis escravizadas

A
escravidão

Afetou de modos
distintos o
Mediterrâneo –
Mais impacto na
mineração, Quem eram os
serviços escravizados?
domésticos,
artesanato e
comércio
marítimo
Era a
comunidade da
Pólis que garantia
a manutenção
da escravidão,
ainda que se
tratasse de uma
relação privada

A
escravidão
Nem todo
estrangeiro foi
Em localidades
escravizado –
mais afastadas
Dependendo da
do mediterrâneo
cidade podiam
não teve tanto
atuar de formas
impacto
distintas na vida
social
A pólis e o
surgimento da
identidade
política

Uma Existiram outros


helenidade? O modos de se
contato do Eu identificarem
com o Outro (etnicidade)
Algumas
questões
culturais

Século VI a.C. –
definições mais
claras – A
A importância da questão da
educação neste língua e
processo educação –
Criação de obras
com este idioma
e sua circulação
A importância
da produção
escrita e da
Arqueologia

Localizada na
Como temos Ática – Solo

Atenas
conhecimento pouco fértil –
sobre a vida Desenvolviment
social neste o da mineração
contexto? e do comércio
marítimo

Dominou boa
parte da região
da Ática
Conselho
aplicava a
justiça e
administrava a
cidade

Transformações

Atenas
Regime ao longo do
aristocrático – tempo – Maior
Eupátridas poder de outros
grupos sociais

A atuação dos
tiranos
Clístenes e as
revoltas
populares –
Século VI a.C. –
Implementação
da democracia
ateniense

Mesmo na
Criação do
tirania os

Atenas
ostracismo –
poderes da
Votava-se em
aristocracia
cacos de
permanecia
cerâmica
ampliado

Hegemonia
Ateniense e
consolidação
desta
democracia no
século V a.C.
Região de terras
férteis para
plantio e
pastagem –
Região
favorável à
mineração

Em função dos
Localizava-se
desfiladeiros
na região da

Esparta
pouco favorável
Lacônia –
ao comércio
Sudeste da
marítimo –
península do
Isolamento
peloponeso
geográfico

Conquistaram a
Lacônia e a
região vizinha
da Messênia –
Populações
(hilotas)
tornaram-se
servos
Espartanos eram
“iguais” – Não
podiam
trabalhar –
Dedicavam-se
aos assuntos
citadinos

Região
Espartanos – marcada por
Proprietários de conflitos –
lotes de terras
cultivados por
hilotas (não
Esparta Esparta chegou
a dominar um
terço do
eram escravos) Peloponeso
(Século VII a.C.)

Esparta
“fechada” aos
estrangeiros –
Adotavam
costumes e
disciplinas
rígidas para
manutenção da
ordem
Gerúsia,
conjunto de
velhos,
organizada
pelos dois reis
de Esparta e 28
anciões

Senadores eram
nobres de
Gerúsia
nascimento –

Esparta
(Conselho) e
Eleitos pelos
Tribunal
homens adultos
supremo
de Esparta –
(Senado)
Importância da
documentação

A palavra final
cabia a esta
aristocracia
Batalhas feitas a
pé por meio das
falanges – Muro
de escudos que
movimentava
lanças

População
espartana era
formada por
Crianças

Esparta
guerreiros –
criadas desde
Proibidos de
cedo para a
exercer
guerra
atividades
conflitantes
com isto

Jovens
deveriam
obedecer os
mais velhos
Sete anos –
Abandonavam
as mães e eram
reunidos em
unidades
(Definição do
comandante)

Aprendiam a ler
e escrever
Nascimento – somente o
Avaliação pelos necessário –
anciões A Formação
marcada por
formação provações

dos
homens
espartanos

Mobilização
20 anos – Direitos
militar constante
políticos; 30 anos
em detrimento
– Poderia casar;
ao pouco
60 anos – Estaria
desenvolvimento
livre de suas
da arte e
obrigações
indústria
Referências:

AUSTIN, Michel; VIDAL-NAQUET, Pierre. O mundo homérico. In:______. Economia


e sociedade na Grécia Antiga. Lisboa: Edições 70, 1972. p. 45-57.

GUARINELLO, Norberto Luiz. Cidades-Estados. In:_______. História Antiga. São


Paulo: Contexto, 2018, p. 78-96.

FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2002.
OBRIGADO

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