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Os Seis Venenos
12/07/2018 | Yongey Mingyur Rinpotche

Quantas emoções negativas existem? Nós as chamamos de os seis venenos. Baseado nos seis venenos você pode ter
medo

e depressão, e também um sentimento de repugnância e


tristeza. Todos estes são chamados de emoções negativas. Como
elas surgem? Como foi explicado anteriormente, a pessoa
aferra-se muito ao apego e então cria uma grande
distinção entre ela e os outros. Baseado em tudo isso as
emoções negativas surgem. Portanto irei explicar a vocês como
elas surgem.

Primeiro temos raiva. Primeiro de tudo, a pessoa tem 'si mesma'


e então o 'outro' e pensa: " Eu sou boa e aquele pessoa não é tão
importante. Eu sou muito importante". Essa é uma barreira
entre vocês dois. É uma barreira bem forte e baseada nela vem a
raiva. " Aquela pessoa me prejudicou". Isso é raiva. " Eu tento
bater, matar o lutar com ela Digo várias coisas para deixá-la
confusa". De fato, qual é o objeto dessa raiva? O objeto é algo que não está agradando a mente. Chamamos isso de
um objeto ruim, mas quem produz o objeto ruim? O objeto ruim é feito a apenas na própria mente da pessoa.
Mesmo que você o chame de objeto ruim, ainda é produzido pela sua própria mente.

Essa foi a raiva, agora temos o orgulho: "Esta pessoa absolutamente não possui nenhuma qualidade. Ele não é nada.
Sou muito melhor que ela, tenho mais qualidades que ela, eu tenho mais dinheiro, sou mais famoso, posso meditar
melhor que ela. Aquela pessoa não é um bom meditador. Eu sou o melhor. Eu tenho uma ótima experiência, acredito
que mais ninguém tenha uma experiência assim". O orgulho surge ao pensar que o objeto é muito inferior a você.
Pensar que a pessoa (o objeto) não possui qualidades é criação de sua própria mente. Quem sabe se possuem
qualidades ou não. Uma pessoa não é capaz de perceber isso ou descobrir 100%. Aquela pessoa também tem a
natureza de Buddha. Aquela pessoa também quer a felicidade e ser livre do sofrimento, exatamente da mesma
maneira que você.

A terceira é o desejo. É baseado em um objeto agradável (bom). " Ó, isso é muito bom, é muito legal. Preciso disso. Eu
quero esse objeto. Eu o desejo". E então, sem nenhum controle, a pessoa corre atrás dele. A pessoa corre atrás do
objeto de desejo. Se você tem um desejo muito intenso, você não consegue comer sua refeição. À noite você não
consegue dormir. " Preciso disso, preciso daquilo". Se isso se torna pior e pior, você enlouquecerá. Portanto, isso é
chamado de objeto bom ou agradável. Caso pergunte: "O que é então um objeto agradável?" - Sua mente o cria.

A quarta é a inveja. Surge ao pensar que o objeto é igual a sim mesmo. " Eu e aquela pessoa somos iguais, mas talvez,
eventualmente, essa pessoa é melhor do que eu. Isso não é bom. Nós somos iguais, mas todo mundo gosta mais dele
do que de mim. Como posso fazer alguma coisa para ele: O que posso fazer para prevenir aquela pessoa de se dar
melhor do que eu? Para criar obstáculo para não se dar melhor do que eu, preciso fazer alguma coisa. Que tipo de
método posso usar? Talvez posso usar um método pacífico. "Você coloca uma pessoa contra a outra. " Ele diz que
você não presta". Você diz isso para outras pessoas, como uma fofoca. Com uma fala divisiva, você tenta romper o
elo entre duas pessoas e, as duas pessoas que eram amigáveis, se separam por causa de seu discurso divisivo. Então
você pensa que o poder da pessoa que você tem inveja diminui. " Eles estão se dando pior do que eu agora, que
bom". Caso não consiga qualquer resultado usando a forma pacífica, então você tem que usar o método irado. Você
de fato argumenta com eles, e luta contra eles. Mas não há muito benefício nisso. Você se prejudica no final. Se você
usar a fala divisiva, no fim você obterá um resultado ruim resultante disso. Portanto, não há sentido nisso porque a
pessoa não se beneficia disso. Na realidade, o inimigo da pessoa se intensificará. O primeiro objeto (a pessoa) não
gostará de você e então a segunda pessoa a qual você tentou usar a fala divisiva, também não gostará de você. Então
você tem dois inimigos agora.

Em seguida temos a mesquinhez. Se você não sabe o que realmente significa mesquinhez, te darei mais explicações!

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Por exemplo, se você fosse a uma cidade e encontrasse uma pessoa mendigando. " Me dá dinheiro", se você tem um
mente negativa, você pensa: " Esta pessoa está tentando me fazer desperdiçar meu dinheiro". Se você tem uma
mente positiva, você pensa: " Talvez eu dê alguma coisa" . Você olha dentro do seu bolso e tira alguma coisa. É uma
nota de cinquenta libras. " Isso é muito!" Você coloca de novo dentro do bolso. Novamente você encontra algo. Uma
nota de vinte libras. Isso também é muito. Você devolve. Mais uma vez você tira algo. Uma nota de dez libras. Isso é
um pouco demais. Eventualmente você pega uma moeda de uma libra. Ok. Você dá para o mendigo a moeda de uma
libra. Ao dar essa moeda você vai para casa. Em casa você pensa: " Eu dei uma libra. Isso não é realmente pouco. É
muito, eu podia ter comprado uma pasta de dente com aquela libra. Poderia ter comprado um lenço de papel. Agora
não posso. Isso não é bom. Desperdicei minha libra". Isso é mesquinhez.

Se a pessoa adquire o hábito de fazer isso várias vezes, não poderá nem mesmo comer a própria comida. Você come
uma pequena quantidade de comida. Não veste roupas boas, mesmo que tenha dinheiro. Mesmo que tenha milhões
e bilhões, você não irá gastá-los. Mesmo que dê uma libra, terá um sentimento muito mesquinho em relação a isso.
Você não pode comprar um bom carro. Você não consegue realmente usar sua riqueza. Quando morrer, poderá usá-
la então! Mesmo que fosse uma pessoa realmente rica, se possui muita mesquinhez, você não consegue se beneficiar
muito porque não consegue usá-la.

A sexta é a ignorância. Ignorância é na verdade a raiz de todas as outras, as cinco primeiras. É a raiz de todas elas,
porque a pessoa não compreende verdadeiramente o objeto sob o qual sua própria emoção negativa está
fundamentada. Uma vez que a pessoa não compreende o estado natural de todo o fenômeno, de todos os diferentes
objetos, brotam na pessoa as emoções negativas através dessa ignorância. Se você realmente compreender o estado
natural dos fenômenos e dos objetos, então você dá surgimento às emoções negativas. A ignorância é como a base
ou a raiz da qual todas as outras emoções negativas surgem. Baseada nessas seis emoções negativas ou seis
venenos mentais, todo o medo, depressão, solidão, todas essas coisas surgem daí. Se a pessoa não realiza seus
desejos e vontades, ela sente solidão e daí insatisfação. E então, se seus inimigos são capazes de te prejudicar, você
fica com medo.

Se a pessoa está realmente sob o poder dessas seis emoções conflituosas ou emoções negativas perturbadoras,
venenos mentais, sob o poder dessas seis emoções, a pessoa não é capaz de atingir paz mental. Na falta dessas seis
é bem difícil experimentar solidão ou medo. Não acontecerá, não surgirá. A razão pela qual essas coisas surgem em
primeiro lugar está baseado nos seis venenos mentais. Como surgem os seis venenos mentais? Eles aparecem
através de um equívoco. O que é que nós compreendemos errado? Uma coisa é, que você mesmo é limitado e
também pensar que você está aqui e alguém em algum outro lugar; eu e outro, criando então uma barreira entre
eles. E também achando que felicidade e sofrimento são baseados em objetos externos. A pessoa não alcança seus
próprios desejos por pensar que a felicidade e o sofrimento estão baseados em objetos externos. Caso não consiga o
que queira, no fim você pensa que o objeto externo é ruim, essa é a falha. Portanto, a pessoa pensa principalmente
nos objetos externos.

Se a pessoa possui inteligência – o que estou dizendo agora está relacionado ao primeiro nível de inteligência – a
coisa principal é a mente. Contudo, você pensa que o objeto externo pode ser a causa. Ajuda, mas não é razão
principal. Voltando ao exemplo do nariz, você precisa de um nariz em primeiro lugar, certo? Essa é a causa. Baseado
em ter-se um nariz, a condição ou a causa, a pessoa pode ter duas experiências, positiva ou negativa. Se você acha
que um nariz torto é ruim, você tem uma experiência negativa. Se pensa que um nariz torto é bom, então você
terá uma experiência positiva. Em que estas são baseadas? São baseadas no próprio nariz. Mas se o nariz torto irá te
trazer felicidade ou tristeza, não é nada definitivo. Você não pode dizer com certeza. E depende do que, então?
Definitivamente, depende da sua mente. Portanto, a coisa principal é a mente. Mas o nariz ajuda. Se você não tiver
um nariz, essas duas percepções não surgirão, por não ter a base para as percepções surgirem, não há nariz. Esse é o
primeiro nível de inteligência, é como uma base, mas se a pessoa vai mais fundo dentro desta base ela desaparece.
Isso libera os venenos mentais. Caso queira explicar, é a visão da vacuidade. Esse é um nível avançado de
inteligência.

Baseado nisso, o Buddha ensinou as duas verdades: a verdade relativa e a verdade absoluta. Se você entender o
estado da verdade relativa, é possível pacificar muito venenos mentais; a pessoa é capaz de pacificar muitos
sofrimentos. Por exemplo, se você tem uma percepção errônea a respeito do seu nariz, qual é a verdade relativa
disso? Na realidade seu nariz está legal o tempo inteiro. Você tem a percepção errada do seu nariz sendo grande,
torto, dessa forma ou de outra. Essa é a ilusão relativa. Relativamente não é assim. Falando relativamente, eu não
tenho nenhum chifre na minha cabeça. Isso é uma ilusão. Ilusão significa o aspecto relativo. Existem dois tipos de
verdade relativa, o relativo do relativo e o absoluto do relativo. Dentro desse relativo também temos também um
relativo para um relativo. Existem muitos assim. Mesmo que o nariz não seja torto, pensamos assim. Percebemos
assim.

Compreendendo o nível de inteligência, tornando-se mais desenvolvido mais e claro, compreendendo a vacuidade,
mesmo a base, o nariz não existe. Nesse ponto, no estado avançado, todas as emoções negativas da pessoa e todas
suas impurezas são completamente purificadas.

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* Ensinamento dado por Mingyur Rinpoche na Escócia, em março de 2004.


Este trecho foi traduzido e publicado aqui com a autorização da equipe Tergar Learning. Nossos agradecimentos!
Para texto na íntegra ( em inglês) :
https://learning.tergar.org/2011/11/24/working-with-emotions/

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