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Aula 03- Prof.

Rodrigo Rennó

Administração Pública Brasileira p/ ATA-MF


Professores: Rodrigo Rennó, Sérgio Mendes
Administração Pública Brasileira p/ ATA-MF
Teoria e exercícios comentados
Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 03

Aula 3: Organização da Administração Pública


Brasileira

Olá pessoal, tudo bem?


Nessa aula, iremos cobrir o seguinte tópico:
 Formação e Organização da Administração Pública Brasileira.
Concentração. Desconcentração e Descentralização. Decreto-
lei 200/1967.

Irei trabalhar com questões da Esaf, mas incluirei algumas questões


da FGV, da FCC ou do Cespe quando não tiver questões da Esaf do tema
trabalhado, ok? Espero que gostem da aula!

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Sumário
Administração Pública ............................................................................ 3
Poderes Executivo, Legislativo, Judiciário, Ministério Público e Tribunal de Contas ...... 4
Poder Executivo .............................................................................. 5
Poder Legislativo ............................................................................. 7
Poder Judiciário .............................................................................. 9
Ministério Público.......................................................................... 10
Administração Direta ......................................................................... 13
Administração Indireta ....................................................................... 16
Autarquias .................................................................................. 16
Fundação ................................................................................... 20
Empresa Pública............................................................................ 22
Sociedade de Economia Mista............................................................. 24
Mudanças Institucionais Recentes. ........................................................... 28
Organizações Sociais ......................................................................... 30
Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) ............................ 33
Conselhos ..................................................................................... 39
Entidades do Sistema S - Paraestatais ....................................................... 40
Agência Reguladora .......................................................................... 41
Agência Executiva ............................................................................ 45
Descentralização e Desconcentração ........................................................... 60
O Decreto Lei n° 200/67 ........................................................................ 64
Lista de Questões Trabalhadas na Aula. ........................................................ 78
Gabaritos. ........................................................................................ 94
Bibliografia ...................................................................................... 95

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Administração Pública

A Administração Pública pode ser definida de várias formas. De


acordo com a ciência da Administração, refere-se ao ramo da
Administração aplicado à gestão dos diversos entes públicos e da
administração direta e indireta.
De acordo com a ciência jurídica, trata-se do conjunto de funções e
órgãos instituídos para a consecução dos objetivos do governo. De acordo
com Meirelles, a Administração Pública:
“em sentido formal é o conjunto de órgãos
instituídos para consecução dos objetivos do
Governo. Em sentido material, é o conjunto das
funções necessárias para os serviços públicos em
geral...pratica atos de execução, vinculada à lei
ou à norma técnica, com maior ou menor
autonomia funcional, de acordo com a
competência do órgão ou agente.”
Assim, no sentido amplo, abrange os órgãos do governo, que
exercem a função política, mas também os órgãos e agentes que exercem
funções administrativas1.
Desta forma, a Administração Pública é um conjunto de órgãos e
agentes públicos que devem executar as políticas públicas e as funções
estatais. Poderíamos definir as funções políticas como as principais
diretrizes de um governo, suas principais políticas de atuação na
sociedade.
Já ao corpo técnico – a burocracia – cabe a função de executar
estas políticas definidas pelos agentes políticos. Assim sendo, estes
agentes têm a responsabilidade técnica – mas não política – de executar
as funções estatais.
Imagine que um governador decide ampliar o horário escolar em
todas as instituições de ensino de seu estado. Assim, ele acredita que
esta decisão ampliará os conhecimentos dos alunos e proporcionará um
melhor futuro aestes jovens.
Esta é, portanto, uma decisão política. Entretanto, para que se
torne realidade, dependerá de uma série de atos administrativos e de um
trabalho de gestão para que esta decisão possa ser executada de acordo
com os objetivos do governo.

1
(Alexandrino & Paulo, 2009)

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De acordo com Alexandrino e Paulo:
“O “como fazer”, o estabelecimento das
prioridades na execução, o detalhamento dos
programas de ação, tudo isso é atividade
administrativa em sentido amplo, vale dizer,
atividade política, para o exercício da qual o
Poder Público, embora subordinado à lei e ao
direito, dispõe de ampla discricionariedade.”

Poderes Executivo, Legislativo, Judiciário, Ministério Público e Tribunal de


Contas

Quando os Estados passaram a ficar mais complexos, ficou clara a


necessidade de que existisse uma divisão de funções. Antigamente, o
soberano detinha todas as funções em seu nome2.
Entretanto, quanto maior for o Estado, mais difícil se torna
administrá-lo através de uma só pessoa ou órgão supremo. De acordo
com Azambuja3:
“Nas sociedades primitivas, o chefe mantém a
ordem interna, julga os dissídios, impõe
penalidades, comanda os guerreiros e geralmente
desempenha funções religiosas, é feiticeiro, mago,
sacerdote. Tudo o que interessa à vida do grupo, e
que hoje denominamos direito, moral, religião,
administração, serviços públicos, governo etc., é
exercido por um órgão único, que pode ser um
homem ou uma assembléia, como acontecia, por
exemplo, nas democracias gregas.”
Assim, aos poucos, o soberano começou a delegar poderes aos
órgãos e agentes que passaram a assumir algumas destas funções por
ele. Foi, entretanto, somente com Montesquieu que as três funções
principais do Estado (executiva, legislativa e judiciária) foram
efetivamente vistas como necessariamente separadas.
Montesquieu acreditava que estes poderes deveriam estar
separados para que nenhum deles pudesse “abusar” do poder. Desta
maneira, uma limitação ao poder de cada um seria necessária. De acordo
com o autor4:

2
(Azambuja, 2008)
3
(Azambuja, 2008)
4
(Montesquieu) apud (Azambuja, 2008)

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“A liberdade política somente existe nos governos
moderados. Mas nem sempre ela existe nos
governos moderados. Só existe quando não se
abusa do poder, mas é uma experiência eterna
que todo homem que detém o poder é levado a
dele abusar: e vai até onde encontra limites.
Quem o diria? A própria virtude precisa de limites.
Para que não se abuse do poder é necessário
que pela disposição das coisas o poder limite
o poder.
Quando, na mesma pessoa ou no mesmo corpo de
magistrados, o Poder Legislativo está unido ao
Poder Executivo, não há liberdade, pois é de
esperar que o mesmo monarca ou assembléia faça
leis tirânicas e as execute tiranicamente. Não há
também liberdade, se o poder de julgar não está
separado do Poder Legislativo e do Executivo. Se
aquele estiver unido ao Poder Legislativo, o poder
sobre a vida e a liberdade dos cidadãos será
arbitrário, pois o juiz será também legislador. Se o
poder de julgar estiver unido ao Poder Executivo,
o juiz terá a força de um opressor. Tudo estará
perdido se o mesmo homem ou a mesma
assembléia de notáveis, ou de nobres ou do povo,
exerce os três poderes, o de fazer as leis, o de
executar as resoluções, e o de julgar os crimes ou
dissídios dos particulares.”
Além disso, Montesquieu acreditava que os poderes deveriam ser
harmônicos e contar com a mesma força relativa. Assim, trabalhar de
forma cooperativa. Seguindo esta ideia, o Executivo pode propor leis ao
Legislativo, que tem a função de legislar.
O mesmo ocorre com o judiciário, que analisa a constitucionalidade
das leis. E acontece também com a função executiva, que depende
muitas vezes de atos do Legislativo.
Portanto, no Brasil, cada poder, além de executar sua função
precípua (principal, essencial), também atua de maneira subsidiária nas
outras funções.

Poder Executivo

No Brasil, os chefes do Poder Executivo são: o Presidente da


República (União), os governadores (estados e DF) e os prefeitos

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(municípios). No caso do Presidente, ele ainda acumula as funções de
Chefe de Estado e de Chefe de Governo5.
Desta forma, o presidente tem como principais funções, entre
outras:

 Ser o comandante das forças armadas;


 Representar o país internacionalmente;
 Dirigir a Administração Pública Federal;
 Garantir o cumprimento das leis;
 Propor políticas públicas.
Para alcançar êxito nestas funções, ele pode propor, sancionar e
vetar leis junto ao Congresso Nacional, editar medidas provisórias e
administrar os recursos arrecadados perante à sociedade.
Tanto no caso da União quanto dos estados e municípios, o chefe do
Poder Executivo é eleito de forma direta e tem um mandato de quatro
anos, com direito a uma reeleição.
O Poder Executivo tem ganhado maior relevância desde que o
Estado de Bem-estar Social passou a existir. As diversas demandas
sociais, aliadas às necessidades de desenvolvimento econômico (dentro
de um contexto de competição entre os países decorrente da
globalização), levaram a uma importância relativa do Executivo – em
comparação aos outros Poderes - cada vez maior6.

Administração Direta

Pessoal, antes de qualquer coisa, aviso que darei uma pincelada


rápida nos conceitos de Administração Direta e Indireta. No entanto, mais
a frente, será dada uma ênfase maior nesses assuntos, ok? Então, vamos
lá.
Dentro do Estado, podemos classificar os órgãos e entidades entre a
Administração Direta e a Indireta. A Administração Direta concentra os
órgãos e setores sem personalidade jurídica própria.
Assim, a Administração Direta se relaciona com os órgãos e setores
dos três poderes (estados, União e municípios) pelos quais o Estado atua
diretamente. São os órgãos e poderes que estão englobados nas pessoas
jurídicas de Direito Público.

5
(Costin, 2010)
6
(Azambuja, 2008)

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Dentre estes órgãos, podemos citar (no caso da União): a
Presidência da República e seus ministérios, os órgãos do poder Judiciário
(STF, STJ, TST, TSE etc.) e do Legislativo (Senado e Câmara), o Tribunal
de Contas da União, a Advocacia Geral da União, o Ministério Público da
União, os conselhos etc.
De acordo com o entendimento da doutrina, os órgãos apenas
possuem competências (são centros de competências) sem possuir
capacidade jurídica e constituir pessoa jurídica7.

Administração Indireta

Já a Administração Indireta é composta por entidades que têm


personalidade jurídica, podendo ser de Direito Público ou Direito
Privado, que operam por delegação ou outorga do poder público ao qual
estão ligadas.
Dentre as entidades da Administração Indireta podemos citar: as
fundações, as autarquias, as empresas públicas, as sociedades de
economia mista e os consórcios públicos (instituídos como associação
pública)8.
Estas entidades normalmente são vinculadas aos ministérios (ou
secretarias) da área em que atuam. Assim, uma empresa pública federal
voltada para pesquisas na área de educação estará vinculada ao
ministério da educação. Entretanto, esta empresa terá autonomia em
relação ao ministério, sendo controlada apenas em relação à finalidade.

Poder Legislativo

O Poder Legislativo ou parlamento é quem tem a função de criar as


principais leis do país. O parlamento foi o Poder que, originalmente,
iniciou o “checks and balances” (freios e contrapesos) nos Estados, pois
passou a limitar o poder anteriormente ilimitado dos soberanos.
Apesar disso, em outros Estados atuais, o parlamento não se limita
à criação de leis. No sistema parlamentarista, é o parlamento que nomeia
e “derruba” o Poder Executivo, o Conselho de Ministros ou o Gabinete9.

7
(Paludo, 2010)
8
(Paludo, 2010)
9
(Azambuja, 2008)

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No âmbito da União, o Poder Legislativo se consiste do Congresso
Nacional. Ao contrário dos estados e municípios, na União, o Legislativo é
bicameral, ou seja, abrange duas casas: a Câmara dos Deputados, que
contém 513 deputados federais, e o Senado, que é integrado por 81
senadores.
A eleição dos deputados federais ocorre a cada quatro anos e todos
seus integrantes são renovados (se não forem reeleitos) em cada pleito.
Assim sendo, a reeleição de seus integrantes é permitida.
Já os senadores têm um mandato de oito anos. A cada eleição,
parte de seus integrantes (um terço em uma eleição e dois terços na
próxima) são renovados. Assim, existem eleições de quatro em quatro
anos, mas a casa mantém uma estabilidade de seus membros
normalmente maior do que na Câmara.
Os deputados são eleitos de forma proporcional, ou seja, de acordo
com a população de cada estado (em princípio). Mas, no sistema
brasileiro, esta proporcionalidade é relativa, pois existe um limite mínimo
por estado de oito deputados e um limite máximo de 70 deputados.
Assim sendo, o estado de São Paulo, por exemplo, é
proporcionalmente menos representado (em relação à sua população) do
que o estado de Rondônia. Desta forma, menos pessoas são necessárias
para eleger um deputado federal em Rondônia do que em São Paulo.
Já no caso dos senadores, a eleição é feita no sistema majoritário,
ou seja, a cada eleição, os estados elegem um senador (ou dois, nas
eleições em que o Senado tem dois terços de suas vagas em disputa). O
candidato mais votado ganha a vaga.
Em teoria, uma das vantagens do bicameralismo é evitar um
excesso e um abuso de poder por uma câmara única. Assim, enquanto os
deputados seriam mais ligados à opinião pública do momento (sendo
assim mais impulsivos e voláteis), os senadores seriam mais moderados,
pois esta casa conteria indivíduos mais maduros e experimentados (além
de terem mandatos mais longos, ou seja, serem mais estáveis no cargo).
Desta forma, o Senado teria uma função de moderar o ímpeto da
Câmara. No caso de um Estado federalista, mais importante ainda se faz
o Senado. Isto ocorre porque no Senado existe uma paridade na
representação dos estados dentro da federação. Com isto, evita-se uma
predominância excessiva de poucos estados perante os demais.
De acordo com Azambuja10:
“Em suma, na chamada câmara popular,
representa-se a nação como entidade política, tem
voz o povo de todo o país, a representação

10
(Azambuja, 2008)

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proporcionalmente à população de cada Estado.
Os Estados populosos enviam maior número de
deputados e assim fica assegurada uma
representação na medida do número de cidadãos
ativos que conta cada circunscrição. Na outra, no
Senado, representam-se os Estados, como órgãos
formadores da União Federal. Grandes e pequenos
Estados têm todos o mesmo número de
representantes, e assegura-se assim a igual e
exata participação das unidades federadas na
formação da vontade do todo, na organização do
governo federal.”
Nos estados e nos municípios, não existe o bicameralismo. Nos
estados, o parlamento é exercido nas Assembléias Legislativas (no caso
do Distrito Federal, por meio da Câmara Distrital – que absorve as
funções legislativas de estado e município). Nos municípios, o parlamento
é exercido nas Câmaras Municipais.

Poder Judiciário

Cabe ao Poder Judiciário a função de aplicar a lei e dirimir as


disputas e conflitos entre os indivíduos, entidades e o Estado. Um
Judiciário independente, como já vimos, é imprescindível para que um
Estado Moderno possa cumprir suas funções sem oprimir os indivíduos.
Desta forma, seus membros devem gozar de diversas prerrogativas
que os permitam agirem sem interferência externa, ou seja, somente de
acordo com suas consciências.
Dentre estas prerrogativas, as principais são:

 Vitaliciedade – assim não podem ser demitidos sem uma


sentença definitiva do próprio Judiciário;
 Inamovibilidade – desta maneira, não podem ser
transferidos para outra jurisdição sem a sua concordância.
Isto evita que magistrados sejam afastados, pelo Executivo,
de questões em que “causem problemas” ao governo ou a
outros interesses;
 Irredutibilidade dos vencimentos – por motivos óbvios,
esta prerrogativa evita que sejam prejudicados
financeiramente em razão de decisões judiciais não
apreciadas pelos governantes.
O órgão máximo do Poder Judiciário é o Supremo Tribunal Federal.
Este tem o papel de resguardar e interpretar a Constituição Federal e
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julgar ações contra o Presidente da República e ministros de Estado, além
de servir como última instância do Poder Judiciário em diversas matérias.
Seus membros (onze juízes) são indicados pelo Presidente e
aprovados pelo Senado Federal. Estes devem ter reputação ilibada e
notável saber jurídico.
Além disso, o Judiciário conta com o Conselho Nacional de Justiça
que tem como função o controle da atuação administrativa e financeira do
Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes 11.
O CNJ também visa, mediante ações de planejamento, à
coordenação, ao controle administrativo e ao aperfeiçoamento do serviço
público na prestação da Justiça12.
Assim, de certa forma, o CNJ efetua um controle interno13 do
Poder Judiciário.
Além destes órgãos, o Poder Judiciário conta com: o Superior
Tribunal de Justiça - STJ, os tribunais Regionais Federais e os órgãos
especializados, como: A Justiça do Trabalho, a Justiça Militar e a Justiça
Eleitoral.
Nos estados e no DF, o Poder Judiciário é exercido pelo Tribunal de
Justiça, com competência residual aos dos demais órgãos. Já os
municípios não contam, pela Constituição Federal, com o Poder Judiciário.

Ministério Público

O Ministério Público é uma instituição dinâmica de garantia e


efetivação de direitos, pois não precisa ser provocado para atual em prol
de sua concretização14.
Esta atuação é ainda mais percebida pela sociedade no caso dos
direitos que necessitam da atuação do Estado, por meio de políticas
públicas, para sua efetivação.
No caso brasileiro, o Ministério Público ascendeu a uma posição de
destaque, pois a Constituição Federal posicionou o MP fora da estrutura
de qualquer dos poderes. Assim, não está subordinado a nenhum dos
Poderes.

11
(Costin, 2010)
12
Fonte: www.cnj.jus.br
13
(Paludo, 2010)
14
(Costin, 2010)

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Dessa forma, o Ministério Público tem autonomia funcional e
administrativa asseguradas pela CF/88, e não está subordinado ao
Executivo Legislativo ou Judiciário15.
Entretanto, a CF destinou ao MP diversas garantias semelhantes aos
do Poder Judiciário. Dentre os direitos e interesses que o MP defende,
entre outros, estão16:

 Os direitos humanos;
 A democracia, os direitos políticos, a nacionalidade e o devido
processo eleitoral;
 O respeito às diferenças de etnia, sexo, crença e de condição
psicofísica;
 A correta aplicação das verbas em educação saúde e
segurança;
 O respeito à ordem econômica e aos direitos do consumidor;
 O acesso a serviços públicos de qualidade;
Além disso, o Ministério Público exerce, de certa forma, um
controle externo da Administração Pública, pois ele atua em
denúncias de improbidade administrativa (conduta antiética que fere ou
se distancia dos padrões morais admitidos17) de seus agentes, nas
denúncias de crimes cometidos por autoridades e na defesa de direitos
difusos e coletivos18.
Dentre seus instrumentos, podemos citar: o inquérito civil, a ação
de improbidade administrativa e a ação civil pública. O Ministério Público
brasileiro é formado pelos ministérios públicos estaduais, pelo Ministério
Público da União (MPU).
No Ministério Público da União, a chefia é exercida pelo Procurador-
Geral da República. Este é indicado pelo Presidente da República dentre
os integrantes da carreira de Procurador da República e deve ser
aprovado pelo Senado Federal para um mandato de dois anos, sendo a
recondução permitida19.
O Ministério Público abrange20:
I - o Ministério Público da União, que compreende:

15
Fonte: www.pgr.mpf.gov.br
16
Fonte: www.pgr.mpf.gov.br
17
(Matias-Pereira, 2009)
18
(Paludo, 2010)
19
(Costin, 2010)
20
Fonte: Constituição Federal, art. n°128

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a) o Ministério Público Federal;
b) o Ministério Público do Trabalho;
c) o Ministério Público Militar;
d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
II - os Ministérios Públicos dos Estados.
Pessoal, existe também o Ministério Público Eleitoral (MPE). O
Ministério Público pode e deve intervir no processo eleitoral em qualquer
momento, como: na inscrição dos eleitores, nas convenções partidárias,
no registro de candidaturas, nas campanhas, na propaganda eleitoral, na
votação, na diplomação dos eleitos.
O MPE não possui estrutura própria, mas uma composição mista:
membros do Ministério Público Federal e do Ministério Público Estadual.
Continuando, a intervenção do MP também ocorre em todas as
instâncias do Judiciário, em qualquer época (havendo ou não eleição), e
pode ser como parte (propondo ações) ou fiscal da lei (oferecendo
parecer)21.
São funções institucionais do Ministério Público22:
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de
relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição,
promovendo as medidas necessárias a sua garantia;
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção
do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros
interesses difusos e coletivos;
IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para
fins de intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta
Constituição;
V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações
indígenas;
VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua
competência, requisitando informações e documentos para instruí-los, na
forma da lei complementar respectiva;
VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei
complementar mencionada no artigo anterior;

21
Fonte: http://www.eleitoral.mpf.mp.br/eleitoral_new/institucional/sobre-o-mpe/
22
Fonte: Constituição Federal, art. n°129

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VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito
policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações
processuais;
IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que
compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação
judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas.

Administração Direta

Já vimos em tópico anterior que a Administração Pública se divide


em Administração Direta e Administração Indireta, não é verdade?
Agora, veremos um pouco da diferença entre esses dois tipos de
Administração.
Quando um grupo de pessoas políticas possuir competências para
realizar trabalhos administrativos, centralizadamente, estaremos
diante da Administração Pública Direta.
Nesse tipo de Administração, observa-se a desconcentração
administrativa e o conjunto de pessoas trabalha naquilo que chamamos
de órgãos públicos.
Os órgãos públicos não possuem personalidade jurídica própria, isto
é, compõem a estrutura da pessoa jurídica da qual se formou.
Diferentemente, na Administração Pública Indireta, esse grupo de
pessoas realizará os trabalhos administrativos de forma descentralizada
e, nessa descentralização administrativa, o conjunto de pessoas jurídicas
denomina-se de entidades.
O Decreto-Lei 200, de 1967, tido como referencial na organização
administrativa do setor público federal do Poder Executivo, no Brasil, em
seu artigo 4o, dispõe sobre a divisão da Administração Direta e Indireta,
senão vejamos:
“Art. 4° A Administração Federal compreende:
I - A Administração Direta, que se
constitui dos serviços integrados na estrutura
administrativa da Presidência da República e dos
Ministérios.
II - A Administração Indireta, que
compreende as seguintes categorias de entidades,
dotadas de personalidade jurídica própria:
a) Autarquias;
b) Empresas Públicas;

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c) Sociedades de Economia Mista.
d) Fundações públicas. (Incluído pela Lei nº
7.596, de 1987)
Parágrafo único. As entidades compreendidas
na Administração Indireta vinculam-se ao
Ministério em cuja área de competência estiver
enquadrada sua principal atividade.”
Mais tarde, a Constituição Federal, de 1988, no caput do artigo 37,
dispõe sobre a existência da Administração Direta e Indireta em todos os
Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) de qualquer esfera política
(União, estados, DF e municípios), conforme nota-se abaixo:
“Art. 37. A administração pública direta e indireta
de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência(...)”
Para finalizar esse tópico, quero apenas reforçar o conceito de
Administração Pública Direta que nada mais é do que pessoas jurídicas de
direito público com autonomia político-administrativa os quais sofreram
desconcentração das atividades administrativas. Como exemplo, temos:
os Ministérios e as Secretarias.
Vejamos umas questões sobre o tema:
1 - (FCC - TRF - 5ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2008) Os
órgãos públicos são:
a) centros de competência dotados de personalidade jurídica.
b) os agentes públicos que desempenham as funções da
Administração Pública.
c) centros de competência instituídos para o desempenho de
funções estatais.
d) unicamente os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
e) as pessoas, os sujeitos de direitos e obrigações, dentro da
Administração Pública.

Pessoal, questão tranquila, uma vez que conhecemos o conceito de


órgão público, não é verdade? Sabemos que órgão público faz parte da
estrutura da Administração Pública Direta, logo, não possuem
personalidade jurídica própria.
Os órgãos públicos não possuem personalidade jurídica própria.
Como eles são parte de uma estrutura maior, a vontade do órgão é a

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mesma do ente o qual ele faz parte. Dessa forma, os órgãos públicos não
possuem vontade própria, com atenção à obediência hierárquica e à
subordinação.
O item A está errado, pois não possuem personalidade jurídica
própria. O item B está errado, pois os órgãos não são “agentes públicos”.
Estes os compõem e realizam atividades com a finalidade de um bom
andamento das funções estatais.
O item D está errado, uma vez que os órgãos públicos integrantes
da Administração Direta estão presentes nos Poderes Executivo,
Legislativo, incluindo as Cortes de Contas, e Judiciário e no Ministério
Público. O item E está errado, pois as pessoas não integram a
Administração Pública Direta. Gabarito, portanto, letra C.

2 – (FCC - TRF - 4ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2010) No


que se refere aos órgãos públicos, é INCORRETO afirmar ser
característica destes (algumas não presentes em todos), dentre
outras, o fato de que:
a) não possuem patrimônio próprio, mas integram a estrutura da
pessoa jurídica.
b) têm capacidade para representar em juízo a pessoa jurídica
que integram.
c) não possuem personalidade jurídica e são resultado da
desconcentração.
d) podem firmar, por meio de seus administradores, contratos de
gestão com outros órgãos.
e) alguns possuem autonomia gerencial, orçamentária e
financeira.

A questão pede para marcar o item que estiver errado, então,


vamos a ele. No item B, um órgão não possui capacidade para
representar em juízo a pessoa jurídica que integre, pois ele não possui
personalidade jurídica.
Entretanto, é bom vocês ficarem atentos que há dispositivos na
doutrina que atribuem capacidade processual para que os órgãos
defendam as suas prerrogativas funcionais, por meio de mandado de
segurança, assim como há órgãos independentes e autônomos (TCU,
MPU, etc), e os que defendem os interesses de consumidores, previsto no
Código de Defesa do Consumidor.
Todos os outros itens são tranquilos e são corretos. Logo, o gabarito
é letra B.

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Administração Indireta

O conceito de Administração Indireta nada mais é do que entidades


com personalidade jurídica própria, criadas por meio de lei específica,
pelo Poder Público, por descentralização administrativa para
desempenharem atividades da Administração.
São entidades da Administração Indireta:

 Autarquia;
 Fundação;
 Empresa Pública;
 Sociedade de Economia Mista.
Conforme o inciso XIX do artigo 37 da CF/88, as autarquias serão
criadas de forma direta por meio de lei específica. Já as demais
entidades terão suas criações autorizadas por lei específica, mas a
criação em si acontecerá quando o poder público vier a inscrever os atos
constitutivos delas em um registro público com competência para tal.

Autarquias

Vamos falar um pouco sobre cada entidade da Administração


Indireta. As autarquias são pessoas jurídicas de direito público, criadas e
extintas por meio de lei específica para desempenhar funções típicas de
Estado. A criação, no âmbito da União, será de competência privativa do
Presidente da República.
O professor Marçal Justen Filho23 define autarquia da seguinte
forma:
“Autarquia é uma pessoa jurídica de direito
público, instituída para desempenhar atividades
administrativas sob regime de direito público,
criada por lei que determina o grau de autonomia
em face da Administração direta.”
Quando o autor, em sua definição, dispõe que a autarquia se trata
de uma pessoa jurídica de direito público, ele está associando às
competências privativas de Estado, em desigualdade com o particular.
Já quando ele fala que o regime é de direito público, ele afirma que a
autarquia não atuará em atividades econômicas propriamente ditas, e
realizará atividade típica da Administração Pública.

23
(Justen Filho, 2012)

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Essa entidade administrativa possui autonomia gerencial,
orçamentária e patrimonial. Além disso, ela detém capacidade
conferida pelo ente que a criou para uma área específica de atuação.
Como pertencem à administração indireta, de modo a serem vinculadas
apenas administrativamente ao ente que o criou, não existe controle
hierárquico entre o ente e as autarquias, apenas um controle finalístico.
Como as autarquias possuem personalidade de direito público, seus
agentes praticam atos considerados atos administrativos, com
observância de todos os requisitos obrigatórios de um ato dessa
natureza, como o sujeito, a forma, o motivo, o objeto e a finalidade.
Da mesma forma, as autarquias devem obediência aos atributos
dos atos administrativos, que são: supremacia do interesse público,
presunção de legitimidade, autoexecutoriedade, imperatividade.
Vale salientar que as contratações de bens e serviços feitos pelas
autarquias seguem os procedimentos públicos para tais, isto é, observam
a Lei das Licitações, a de no 8.666, de 1993, assim como a Lei 10.520, de
2002, que rege a modalidade pregão de licitação para a aquisição de bens
e serviços comuns.
Observem uma coisa: assim como as autarquias devem seguir ao
rito da Lei 8.666/93 para suas contratações, elas também recebem
privilégios fornecidos por essa Lei à Administração Pública.
Dentre eles, temos a prerrogativa de poder modificar ou rescindir
um contrato de forma unilateral, devidamente motivado e atendendo ao
interesse público. Outra prerrogativa seria o Poder Público ter que
fiscalizar o contrato, impondo, no que couberem, as penalidades devidas.
Segundo o artigo 36, §6° da CF/88, as pessoas jurídicas de direito
público (e as autarquias se enquadram aí), possuem responsabilidades
pelos danos causados a terceiros por seus agentes.
A nossa Carta Magna, inclusive, assegurou que tal responsabilidade
também pode recair sobre aquele que tiver dado causa quando houver
dolo ou culpa.
Vale saber que os bens das autarquias, assim como de qualquer
pessoa jurídica de direito público, são inalienáveis, impenhoráveis,
não podem ser objeto de direitos reais de garantia (penhor,
hipoteca, por exemplo), nem tão pouco, sujeitos a usucapião.
Por fim, tem-se a Justiça Federal como foro responsável pelo
julgamento de causas de interesse das autarquias, conforme artigo 109,
inciso I e VIII da CF/88, transcrito abaixo:
“Art. 109. Aos juízes federais compete processar e
julgar:
I - as causas em que a União, entidade autárquica
ou empresa pública federal forem interessadas na

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condição de autoras, rés, assistentes ou
oponentes, exceto as de falência, as de acidentes
de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à
Justiça do Trabalho;
(...)
VIII - os mandados de segurança e os "habeas-
data" contra ato de autoridade federal, excetuados
os casos de competência dos tribunais
federais.”
Como exemplos de autarquias, vamos citar o que a professora
Fernanda Marinela24 dispõe sobre o enquadramento dessas entidades
conforme os objetivos delas:
 “Autarquias Assistenciais: INCRA – Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária;
 Autarquias Previdenciárias: INSS – Instituto Nacional de
Seguro Social;
 Autarquias Culturais: UFLA – Universidade Federal de
Alagoas; UFBA – Universidade Federal da Bahia, além de outras
universidades federais;
 Autarquias Profissionais: incumbidas da inscrição de certos
profissionais e fiscalização de suas atividades, como, por
exemplo, o Conselho de Medicina, o Conselho de Odontologia, o
Conselho de Administração e outros;
 Autarquias Administrativas: categoria residual, isto é,
entidades que se destinam às diversas atividades
administrativas, como: INMETRO – Instituto Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial; BACEN – Banco
Central; IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis;
 Autarquias de Controle: são as agências reguladoras(...).”
Pessoal, há um entendimento da doutrina de que existem
autarquias de regime especial, que seriam tipos de autarquias que
gozariam de maior autonomia administrativa. Dentre estes casos, têm-se
as agências reguladoras, que estudaremos um pouco mais a frente, ok?
Vejamos uma questão sobre as autarquias:
3 - (FCC - TRT - 7ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2009)
Aplicam-se às autarquias, dentre outras regras e princípios, o
seguinte:
a) Por gozarem de autonomia, seus contratos não estão sujeitos
a licitação.

24
(Marinela, 2012)

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b) Não têm direito a ação regressiva contra seus servidores
culpados por danos a terceiros.
c) Agem por delegação do Poder que a instituiu.
d) Gozam de imunidade de impostos sobre seu patrimônio, renda
e serviços vinculados às suas finalidades essenciais ou delas
decorrentes.
e) Subordinam-se hierarquicamente à entidade estatal a que
pertencem.

Pessoal, a letra A está errada e pode-se confirmar o erro com a


leitura do parágrafo 1º da Lei das Licitações (Lei nº 8.666/93), senão
vejamos:
“Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre
licitações e contratos administrativos
pertinentes a obras, serviços, inclusive de
publicidade, compras, alienações e locações no
âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios.
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime
desta Lei, além dos órgãos da administração
direta, os fundos especiais, as autarquias, as
fundações públicas, as empresas públicas, as
sociedades de economia mista e demais entidades
controladas direta ou indiretamente pela União,
Estados, Distrito Federal e Municípios”.

Dessa forma, as autarquias subordinam-se, sim, às licitações. A


letra B também está errada, uma vez que o parágrafo 6º do artigo 37 da
Carta Magna dispõe que as pessoas jurídicas de direito público, como as
autarquias, e as de direito privado prestadoras de serviços
públicos, responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o
responsável nos casos de dolo ou culpa.
A letra C está errada, pois a descentralização de serviços para uma
autarquia se dá por meio de outorga e não por delegação. A letra E está
errada, pois já sabemos que não existe subordinação entre uma autarquia
e a entidade a qual se criou; o que há é uma vinculação com um controle
finalístico.
Dessa forma, sobrou apenas a letra D, que está correta, pois essa
prerrogativa de imunidade está prevista no §4º do artigo 150 da CF/88. O
gabarito, portanto, é letra D.

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Fundação

As fundações foram instituídas pelo Decreto Lei n° 200/67, e


gozavam de grande autonomia administrativa. Entretanto, com a
Constituição Federal de 1988 estas prerrogativas foram retiradas.
Segundo os professores Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo 25, a
definição para Fundações Públicas é a seguinte:
“Entidade da Administração Indireta instituída pelo
poder público mediante a personificação de um
patrimônio que, dependendo da forma da criação,
adquire personalidade jurídica de direito público ou
personalidade jurídica de direito privado, à qual a
lei atribui competências administrativas
específicas, regra geral, em atividades de
interesse social (a serem definidas em lei
complementar).”
As fundações públicas são pessoas jurídicas, criadas por lei
específica e/ou registro de ato constitutivo no Registro Civil de
Pessoa Jurídica (após autorização em lei específica), mediante a
transferência de um determinado acervo patrimonial pelo ente instituidor.
Pessoal, aqui cabe um parênteses. Vocês devem estar se
perguntando: professor, as fundações são de direito público ou privado?
E, ainda mais: elas são criadas por lei específica ou só autorizadas a sua
criação mediante lei?
Acontece que há muita divergência doutrinária. Vamos seguir, em
nossa aula, o que a doutrina majoritária e o STF consideram. Para eles, o
Poder Público poderá instituir fundações com personalidade jurídica de
direito público e de direito privado.
Caso o Poder Público edite uma lei específica criando uma fundação,
para a maioria dos autores, ele estará criando uma fundação pública,
igualmente a uma autarquia, com personalidade jurídica de direito
público. Estaria, portando, criando entidades com as mesmas
prerrogativas de uma autarquia, sendo denominadas, também, de
“autarquias fundacionais” ou “fundações autárquicas”.
Entretanto, se for seguir o dispositivo constitucional, previsto no
inciso XIX do artigo 37 da CF/88, estará autorizando a criação de uma
fundação com personalidade de direito privado, como as empresas
públicas e as sociedades de economia mista.

25
(Alexandrino & Paulo, 2009)

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“Art. 37. A administração pública direta e indireta
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte:
(...)
XIX – somente por lei específica poderá ser criada
autarquia e autorizada a instituição de empresa
pública, de sociedade de economia mista e de
fundação, cabendo à lei complementar, neste
último caso, definir as áreas de sua atuação”.
Dessa forma, vocês devem levar para a prova esse detalhe sobre as
fundações, pois as bancas adoram fazer pegadinhas sobre esse assunto,
ok?
Vejam, abaixo, um quadro com as principais diferenças entre
fundações de direito público e de direito privado:

Fundações com personalidade jurídica de direito público


Criação por meio de Lei específica;
Possuem a titularidade de podere públicos, assim com as autarquias.
Origem dos recursos provenientes do orçamento público;
Possuem natureza jurídica de direito público;

Fundações com personalidade jurídica de direito privado


Criação autorizada por lei e após a inscrição de seus atos constitutivos no
Registro Civil das Pessoas Jurídicas;
Não detém a tituaridade de poderes público, apenas o exercício deles;
A origem de recursos se dá como de uma fundação privada: renda de
doações e de serviços prestados;
Possuem natureza jurídica de direito privado.

Figura 1. Principais diferenças entre fundações de direito público e de direito privado.

Pessoal, vamos detalhar só mais um pouco as fundações públicas,


ok? A área de atuação delas cabe a uma lei complementar. Esta lei
definirá o campo de atividades da entidade. Dentre as áreas de atuação
de uma fundação, têm-se: educação e ensino, assistência social, médica e
hospitalar, pesquisa e atividades culturais.

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Assim como as autarquias, as fundações públicas possuem foro na
Justiça Federal, e também são detentoras de prerrogativas como: os atos
administrativos apresentam requisitos, atributos, e outras características
como uma autarquia. Seus bens não estão penhoráveis, nem alienáveis,
nem sujeitos a usucapião.
Vale salientar, inclusive, que os recursos repassados para as
fundações estão previstos no orçamento do ente federal. E, ainda mais,
as fundações públicas, ao prestarem serviços públicos, responderão pelos
danos causados a terceiros pelos seus agentes. No entanto, é plenamente
cabível, em caso de dolo ou culpa, o regresso da ação contra os
responsáveis.

Empresa Pública

As empresas públicas são entidades de Direito Privado, criadas


após autorização legislativa, mediante lei específica. Depois dessa
autorização, o Poder Executivo registra os atos constitutivos em um
estabelecimento público responsável para tal. Aí sim, que se cria a
entidade, isto é, concluído o registro dos atos constitutivos.
O que caracteriza esse tipo de empresa ser uma entidade pública,
dentre outras coisas, é o fato de a totalidade de seu capital estar em
nome do poder público (não necessariamente do mesmo ente, pois
podem ser sócios a União e algum estado, por exemplo). Logo, todo o
capital da empresa deve ser de recurso público.
Além disso, elas podem escolher o regime organizacional, ou
seja, podem ser constituídas por qualquer forma jurídica como sociedades
limitadas, sociedades anônimas (S.A.), entre outras.
Estas empresas têm a finalidade de explorar atividades
econômicas (como atividades industriais e comerciais) e prestar
serviços públicos.
Apesar de formalmente serem entidades de Direito Privado,
obedecem também a certas regras e princípios do Direito Público. Isto é
observável de acordo com a finalidade dessa entidade da Administração
Indireta. Se explorar atividade econômica for o seu fim, o regime jurídico
será o de direito privado.
No entanto, se for prestar serviço público, o regime jurídico adotado
será o de direito público. Desta forma, muitos doutrinadores consideram
seu regime jurídico como híbrido, ou seja, majoritariamente privado, mas
com alguns aspectos derivados do Direito Público.
Elas submetem-se a um controle administrativo, mesmo que não
tenham que se subordinar a uma hierarquia. Isto significa que essas
empresas públicas devem se sujeitar a um controle finalístico do ente que

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as criou. Dessa forma, não cabe, nessa relação, uma subordinação, e sim,
uma vinculação.
Vale lembrar que as empresas públicas possuem autonomia
gerencial, orçamentária e financeira para realizar suas atividades. O
que se ressalta é que, com a autorização legislativa para sua criação, o
ente público estará transferindo a titularidade do serviço público por meio
de descentralização, o que se denomina de outorga legal.
Quanto à responsabilidade civil por danos causados a terceiros, vale
lembrar que as entidades que exploram atividades econômicas não
seguem as mesmas regras das que prestam serviços públicos.
Isto é, as primeiras não se submetem às regras de responsabilidade
civil objetiva, logo não respondem diretamente pelos danos que seus
agentes venham causar a terceiros. Elas, portanto, seguem as regras
previstas pelos códigos: civil e criminal. Já aquelas que prestam serviços
públicos respondem pelos prejuízos que suas agentes causarem a
terceiros quando agirem dentro de suas funções.
O regime de pessoal tanto para as empresas públicas quanto para
as sociedades de economia mista será o de emprego público. Nesse
regime, o agente ingressa no emprego por meio de seleção de provas ou
provas e títulos, isto é, por concurso público e devem observância ao teto
remuneratório do servidor público.
No entanto, eles são disciplinados, após ingressarem, pelo regime
da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. Isto significa que não
possuem estabilidade no serviço público, seus entraves trabalhistas são
analisados pela Justiça do Trabalho e se submetem ao regime geral de
previdência social.
Por fim, deve-se frisar que a Constituição Federal, de 1988, no
parágrafo segundo do artigo 173 dispõe o seguinte:
“Art. 173. § 2º As empresas públicas e as
sociedades de economia mista não poderão gozar
de privilégios fiscais não extensivos às do setor
privado.”
O constituinte quis informar, com esse parágrafo, que fica proibido
que as empresas públicas e as sociedades de economia mista, que
explorem atividades econômicas, recebam privilégios fiscais que
também não sejam concedidos às empresas privadas. Isso não inclui
àquelas prestadoras de serviços públicos. Lembrem-se disso na hora da
prova, ok?
Dentre algumas empresas públicas conhecidas temos: Caixa
Econômica Federal, Empresa de Correios e Telégrafos e a Infraero,
Serviço Federal de Processamento de Dados.

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Sociedade de Economia Mista

Como as empresas públicas, as sociedades de economia mista são


entidades de Direito Privado. Elas também não são criadas por lei. A lei
deve apenas autorizar sua criação, na forma de um Decreto de iniciativa
do chefe do Poder Executivo. Após autorização legislativa, sua criação
também se dará pelo registro dos atos constitutivos.
Ao contrário das empresas públicas, as sociedades de economia
mista devem ser constituídas exclusivamente na forma de sociedades
anônimas. Entretanto, estas não têm a proibição de contar com capital
privado (como acontece com as empresas públicas). A única exigência é
que o Estado tenha 51% das ações com direito a voto.
Desta forma, muitas vezes, o Estado pode ter apenas 17% do
capital total de uma sociedade de economia mista, mas manter seu
controle sobre a mesma. Isto ocorre porque a nossa legislação das S.A.
permite que existam até 50% do total das ações de uma empresa de
capital aberto sem direito a voto (chamadas ações preferenciais).
Ou seja, o Estado deve ter a maioria do capital relativo às ações
com direito a voto (ações ordinárias), não a maioria do capital (ações
ordinárias mais as ações preferenciais), conforme inciso III, artigo 5º do
Decreto Lei nº 200, de 1967:
"Art. 5.
(...)
III - Sociedade de Economia Mista - a entidade
dotada de personalidade jurídica de direito
privado, criada por lei para a exploração de
atividade econômica, sob a forma de sociedade
anônima, cujas ações com direito a voto
pertençam em sua maioria à União ou a
entidade da Administração Indireta".
Estas empresas são criadas com o propósito de explorar a atividade
econômica, apesar de, eventualmente, poderem prestar serviços públicos.
Dentre os exemplos de sociedade de economia mista, temos: Banco
do Brasil, Petrobrás, etc.
Pessoal, a maioria das características de uma sociedade de
economia mista se iguala às de uma empresa pública, conforme vimos no
tópico em que falamos sobre esta última.
Veremos agora um gráfico que relacionará as principais
diferenças entre essas duas entidades:

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Instituída sob qualquer forma: Sociedade Anônima, LTDA, etc;


Inscrição no registro de empresas mercantis ou registro civil de
pessoas jurídicas;
Empresas Capital exclusivamente público;
Públicas Foro processual: Justiça Federal.

Instituída sob forma de Sociedade Anônima (S/A);


Inscrição no registro público de empresas mercantis;
Capital público mais o privado, com maioris das açoes co direito a
Sociedade de voto pertencente à União ou entidade da Administração Indireta;
Economia Mista Foro processual: Justiç a Estadual.

Figura 2. Diferenças entre EP e SEM

Agora vejamos as principais características em comum entre


elas:

Pessoas Jurídicas de Direito Privado;


Criação por meio de autorização de lei específica e registro dos
atos constitutivos em seguida;
Objeto : exploração de atividades econômicas e prestação de
serviços públicos;
Ingresso por concurso público;
EP e SEM Empregados públicos regidos pela CLT;

Figura 3. Características em comum de EP e SEM

Vamos ver mais algumas questões?


4 - (ESAF – RFB - ANALISTA – 2012) Quanto às autarquias no
modelo da organização administrativa brasileira, é incorreto
afirmar que:
a) possuem personalidade jurídica.

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b) são subordinadas hierarquicamente ao seu órgão supervisor.
c) são criadas por lei.
d) compõem a administração pública indireta.
e) podem ser federais, estaduais, distritais e municipais.

O único item errado é o B. As autarquias não são subordinadas


hierarquicamente ao seu órgão supervisor. A relação existente entre uma
autarquia e o ente que a criou é de vinculação administrativa, com
controle finalístico.
Desse modo, o gabarito é letra B.

5 - (ESAF – RFB - ANALISTA – 2012) Não compõe a Administração


Pública Federal Direta:
a) a Secretaria da Receita Federal do Brasil.
b) a Presidência da República.
c) o Tribunal Regional Eleitoral.
d) o Ministério dos Esportes
e) a Caixa Econômica Federal.

O único item que não é representante da Administração Pública


Federal Direta é o E.
A Caixa Econômica Federal faz parte da Administração Indireta,
como uma Empresa Pública. Gabarito, portanto, letra E.

6 - (FUNDATEC - AGENTE PROFISSIONAL – PROCURADOR – 2010)


No que tange à organização administrativa, avalie as assertivas
baixo, assinalando C, se correta, ou I, se incorreta.
( ) As empresas públicas e as sociedades de economia mista são
pessoas jurídicas de direito privado.
( ) A participação da sociedade de economia mista na empresa
privada dispensa a autorização legislativa.
( ) A área de atuação de fundações deve ser objeto de lei
complementar.
( ) Qualquer tipo de lei pode criar autarquia, a qualquer tempo.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para
baixo, é:
A) C – C – C – C.

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B) C – C – C – I.
C) C – I – C – C.
D) C – I – C – I.
E) I – I – I – I.

O primeiro item está correto. A personalidade jurídica das empresas


públicas e das sociedades de economia mista é de Direito Privado e a
criação delas se dá com a inscrição de seus atos constitutivos no Registro
Civil das Pessoas Jurídicas após autorização por lei específica.
Os demais itens foram tirados dos incisos XIX e XX do artigo 37 da
CF/88, senão vejamos:
“Art. 37. A administração pública direta e indireta
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte:
(...)
XIX – somente por lei específica poderá ser
criada autarquia e autorizada a instituição de
empresa pública, de sociedade de economia mista
e de fundação, cabendo à lei complementar, neste
último caso, definir as áreas de sua atuação.
XX - depende de autorização legislativa, em
cada caso, a criação de subsidiárias das entidades
mencionadas no inciso anterior, assim como a
participação de qualquer delas em empresa
privada.”
Dessa forma, a participação de qualquer uma das entidades em
empresa privada depende de autorização legislativa, o que torna o
segundo item incorreto.
No final do inciso XIX, o legislador impôs que as áreas de atuação
de fundações devem ser objeto de lei complementar, o que torna o
terceiro item correto.
Por último, o quarto item está errado, pois não é qualquer lei que
cria autarquia; somente lei específica. Isto é para evitar que coloquem a
criação de uma autarquia em um projeto de lei qualquer, como um
projeto de lei que criaria uma “bolsa farda estudantil”.
Gabarito, dessa forma, é item D.

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7 - (FCC - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2013)
Distinguem-se as autarquias das sociedades de economia mista
que exploram atividade econômica, dentre outras características,
em função de:
a) não serem dotadas de autonomia e personalidade jurídica
própria, embora submetidas ao regime jurídico de direito privado.
b) seu regime jurídico de direito público, exceto quanto ao
processo de execução ao qual se submetem, típico do direito
privado.
c) sua criação ser autorizada por lei, bem como por se
submeterem tanto ao regime jurídico público, quanto ao regime
jurídico privado.
d) serem criadas por lei, bem como em função de seu regime
jurídico de direito público.
e) se submeterem a processo especial de execução, que excetua o
regime dos precatórios, embora não afaste a prescritibilidade de
seus bens.

As letras A e B estão erradas, pois ambas, as autarquias e as


sociedades de economia mista, possuem autonomia administrativa e
personalidade jurídica própria. As autarquias possuem personalidade
jurídica de direito público, já as sociedades de economia mista possuem
personalidade jurídica de direito privado.
A letra C está errada, pois a criação de uma autarquia se dá com a
edição de lei, no entanto, uma lei autoriza a criação de uma sociedade de
economia mista, porém ela só é criada com o registro dos atos
constitutivos em um cartório competente.
A letra E está errada, pois essas entidades não se submetem ao
regime de precatórios e os bens das autarquias são impenhoráveis e
imprescritíveis, já os de uma sociedade de economia mista são
penhoráveis e executáveis.
Por fim, só sobrou a letra D, que é o gabarito da questão. As
autarquias são realmente criadas com a lei e possuem personalidade
jurídica de direito público. Ambas são diferenciais das sociedades de
economia mista.

Mudanças Institucionais Recentes.

Dentro de um contexto de esgotamento do modelo burocrático de


tipo weberiano e de uma crise fiscal que inviabilizou, na década de 90, o
Estado interventor e desenvolvimentista, diversas inovações foram
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buscadas que possibilitassem ao Estado melhor atuar em conjunto com a
sociedade e o mercado.
No Brasil, este movimento se acentuou com a introdução de
práticas e instrumentos ligados ao movimento da Nova Gestão Pública –
NGP – como o controle por resultados, uma maior preocupação com a
accountability, a busca pela avaliação de desempenho, a gestão por
competências, a publicização e a contratualização de resultados.
Na Reforma de 1995, movida por Bresser Pereira no comando do
MARE, existia um diagnóstico de que o Estado tinha sido “engessado” por
uma decisão política contida na Constituição Federal de 1988 que, na
opinião destes atores, tinha trazido um “retrocesso burocrático”. De
acordo com o PDRAE26,
“A conjunção desses dois fatores leva, na
Constituição de 1988, a um retrocesso burocrático
sem precedentes. Sem que houvesse maior
debate público, o Congresso Constituinte
promoveu um surpreendente engessamento do
aparelho estatal ao estender para os serviços do
Estado e para as próprias empresas estatais
praticamente as mesmas regras burocráticas
rígidas adotadas no núcleo estratégico do Estado.
A nova constituição determinou a perda da
autonomia do Poder Executivo para tratar da
estruturação dos órgãos públicos, instituiu a
obrigatoriedade de regime jurídico único para os
servidores civis da União, dos Estados-membros e
dos Municípios, e retirou da administração indireta
a sua flexibilidade operacional ao atribuir às
fundações e autarquias públicas normas de
funcionamento idênticas às que regem a
administração direta.”
Bresser buscou inserir o Estado brasileiro dentro de uma visão mais
gerencial, com uma preocupação em redirecionar os esforços do Estado e
fornecer ferramentas de gestão mais adequadas aos novos desafios.
Assim, foram pensados diversos novos modelos de interação do
Estado com novos atores na prestação de serviços, o chamado terceiro
setor e novas relações do Estado com o mercado, com a criação das
agências reguladoras, por exemplo.
Com a contratualização de resultados, o Estado poderia passar a
controlar a oferta de serviços públicos sem ter de necessariamente prover
o serviço. A publicização foi, portanto, este movimento de descentralizar

26
(Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, 1995)

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a execução destes serviços para organizações privadas sem fins
lucrativos.
Vamos ver algumas questões agora?
8 - (CESPE - TRT 10ª REGIÃO – ANALISTA – 2013) As autarquias
federais detêm autonomia administrativa relativa, estando
subordinadas aos respectivos ministérios de sua área de atuação.

As autarquias não se subordinam às entidades que as criaram, elas


se vinculam. Com isso, elas possuem, sim, autonomia administrativa,
mas devem, às suas instituidoras, um controle finalístico.
Desse modo, o gabarito é questão errada, pois as autarquias estão
vinculadas e não subordinadas ao Ministério que a criou.

9 - (CESPE - TRT 10ª REGIÃO – ANALISTA – 2013) As empresas


públicas devem ser constituídas obrigatoriamente sob a forma de
sociedade anônima.

Essa questão traz uma característica de outra entidade da


Administração Indireta: as sociedades de economia mista. As empresas
públicas podem adquirir qualquer forma de organização admitida no
Direito, contanto que o capital seja exclusivamente público.
Assim sendo, o gabarito é questão errada.

Organizações Sociais

As Organizações Sociais foram pensadas dentro desta lógica da


Administração Gerencial que buscava a descentralização da atuação do
Estado. Dentro do PDRAE, existia um objetivo de fortalecer o Núcleo
Estratégico do Estado e transferir atividades ou serviços não exclusivos do
Estado para organizações privadas sem fins lucrativos, ou seja, uma
transferência do setor estatal para o não estatal.
Desta maneira, estes serviços poderiam ser executados com maior
eficiência devido à maior capilaridade destas organizações e uma maior
flexibilidade. Para controlar o desempenho destas entidades e assegurar o
bom uso dos recursos públicos empregados, seriam utilizados os
contratos de gestão entre a Administração Pública e as Organizações
Sociais – OS.

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Através deste contrato de gestão, o Estado definiria os objetivos e
indicadores de desempenho a serem seguidos e garantiria os recursos
necessários para a execução dos serviços27.
De certo modo, o contrato de gestão foi utilizado antes mesmo do
PDRAE. Este modelo foi introduzido no Brasil pelo governo Collor, com a
experiência da Rede Sarah de Hospitais28. Este instituto foi criado pela Lei
n° 8.246/91, que instituiu o Serviço Social Autônomo Associação das
Pioneiras Sociais, que assinou contrato com o Ministério da Saúde naquele
mesmo ano.
Portanto, a primeira experiência do contrato de gestão precedeu a
chamada reforma do Estado. Esta experiência da contratualização
buscava, assim, um maior desempenho através da utilização de
instrumentos e modelos mais flexíveis de gestão.
De acordo com o PDRAE, as Organizações Sociais eram definidas
como:
“O Projeto das Organizações Sociais tem como
objetivo permitir a descentralização de
atividades no setor de prestação de serviços não-
exclusivos, nos quais não existe o exercício do
poder de Estado, a partir do pressuposto que
esses serviços serão mais eficientemente
realizados se, mantendo o financiamento do
Estado, forem realizados pelo setor público não-
estatal.
Entende-se por “organizações sociais” as
entidades de direito privado que, por iniciativa do
Poder Executivo, obtêm autorização legislativa
para celebrar contrato de gestão com esse
poder, e assim ter direito à dotação orçamentária.
As organizações sociais terão autonomia
financeira e administrativa, respeitadas
condições descritas em lei específica como, por
exemplo, a forma de composição de seus
conselhos de administração, prevenindo-se, deste
modo, a privatização ou a feudalização dessas
entidades. Elas receberão recursos orçamentários,
podendo obter outros ingressos através da
prestação de serviços, doações, legados,
financiamentos, etc.”

27
(Violin, 2006)
28
(Torres, 2007)

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Dentre as atividades que seriam englobadas por estas
organizações, temos: o ensino, a pesquisa científica, o
desenvolvimento tecnológico, a proteção e preservação do meio
ambiente, a cultura e a saúde29.
Estes serviços são típicos de Estado, mas não são consideradas
atividades exclusivas de Estado. Assim, como são atividades de interesse
público que estarão sendo executadas pelas OSs, não podemos considera-
las como concessionárias ou permissionárias30.
O termo Organização Social na verdade é uma qualificação, mas
estas organizações podem assumir forma de associação ou de fundação.
Após a criação formal de uma instituição destas, ela poderia solicitar ao
Ministério ou secretaria a qualificação como entidade não estatal, a
absorção de atividades com o contrato de gestão e a denominação como
entidade: Organização Social.
Entretanto, cabe lembrar que esta qualificação pelo Ministério
é um ato discricionário, ou seja, depende da avaliação de conveniência
e oportunidade. Assim, este órgão não é obrigado a aceitar o pedido de
qualificação pela organização.
A Lei que introduziu este novo modelo de instituição foi a n°
9.637/98. Nesta lei está prevista a transferência de recursos
orçamentários e bens públicos necessários ao funcionamento da OS.
Além disso, o setor público pode até ceder servidores para a OS
(com ônus para a origem, ou seja, para o Estado). Assim, ocorreria uma
situação “polêmica” de um servidor custeado pelo Estado prestar serviços
para uma organização privada.
Estas organizações não precisariam seguir precisamente a Lei
8666/93 – Lei de Licitações e Contratos – mas deveriam estabelecer
algum regulamento próprio para a compra de serviços, produtos e
contratação de obras com a utilização de recursos públicos.
Na verdade, há obrigatoriedade em licitar quando as OS’s
contratarem bens e serviços utilizando recursos repassados pela União,
desde que estes bens e serviços NÃO estiverem previstos no contrato de
gestão. Agora, se houver previsão do objeto no contrato de gestão,
a licitação é dispensável.
Quando foi dito "regulamento" anteriormente, a ideia é de que a OS
não poderá, a bel prazer, sair gastando os recursos repassados pela
União. Ela deverá estabelecer algumas regras a serem seguidas.
Resumindo: as OS devem seguir a Lei de Licitações e Contratos
quando, por meio de recursos repassados pela União, adquirirem bens e

29
(Paludo, 2010)
30
(Mazza, 2011)

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serviços que não estiverem previstos no contrato de gestão. Se houver
essa previsão, a licitação é dispensada e a OS se valerá de regras
estabelecidas para efetivar a compra de produtos, serviços e a
contratação de obras, ok?
Um ponto muitas vezes cobrado em concursos é exatamente a
flexibilidade das Organizações Sociais frente à Administração Direta.
Evidentemente, as OSs são mais flexíveis do que a Administração Pública.
Entretanto, estas organizações “perdem” flexibilidade ao se
tornarem Organizações Sociais, pois devem se enquadrar em
determinadas condições (como os regulamentos de compras acima
citados) e prestar contas dos recursos públicos aos órgãos de controle.
Assim, estas organizações reduzem sua autonomia e flexibilidade
ao se tornarem OSs.
Entretanto, a OS não conseguiu escapar do “contingenciamento”
dos recursos orçamentários – como “sofrem” os órgãos da Administração
Direta – pois na lei está estabelecido:
“São assegurados às OSs os créditos previstos no
orçamento e as respectivas liberações financeiras,
de acordo com o cronograma de desembolso
previsto no contrato de gestão.”
Desta forma, este fato, somado ao questionamento do modelo pela
oposição no STF, acabou dificultando a abertura de muitas Organizações
Sociais no plano federal. As OSCIPs, que veremos a seguir, acabaram
tomando o lugar anteriormente imaginado para as OSs.
Só mais um detalhe: contingenciar não significa "cortar" gastos
literalmente. Contingenciar significa submeter a OS aos limites
orçamentários para o empenho de despesas, assim como aos limites
financeiros. Dessa forma, esses limites são uma forma de programação
orçamentária e financeira que visa ampliar o controle de uso do erário
público frente às receitas

Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP)

As OSCIPs – Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público –


não estavam previstas no PDRAE. Estas foram depois introduzidas pela
Lei n° 9.790/99 dentro de um contexto de busca de uma atuação do
Estado em rede e em parcerias com a sociedade.
Estas devem desempenhar atividades de interesse público com
auxílio do Estado dentro de áreas como:

 Assistência social;
 Promoção da Cultura, do Patrimônio Histórico e Artístico;

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 Educação gratuita;
 Promoção gratuita da saúde;
 Segurança alimentar;
 Meio ambiente;
 Trabalho voluntário;
 Combate à pobreza etc.
De acordo com Di Pietro31, a diferença principal entre as OSs e as
OSCIPs é que as primeiras recebem delegação para prestar serviços
públicos enquanto as OSCIPs exercem atividade privada com a ajuda do
Estado. De acordo com a autora32:
“Trata-se, no caso, de real atividade de fomento,
ou seja, de incentivo à iniciativa privada de
interesse público. O Estado não está abrindo mão
do serviço público (tal como ocorre na organização
social) para transferi-lo à iniciativa privada, mas
fazendo parceria, ajudando, cooperando com
entidades privadas que, observados os requisitos
legais, se disponham a exercer as atividades
indicadas no artigo 3°, por se tratar de atividades
que, mesmo sem a natureza de serviços públicos,
atendem necessidades coletivas.”
Ao contrário das Organizações Sociais, que formalizam um contrato
de gestão do o Estado, as OSCIPs firmam um termo de parceria. De
acordo com a Lei 9.790/99:
“o termo de parceria é o instrumento passível de
ser firmado entro o Poder Público e as entidades
qualificadas como Organizações da Sociedade Civil
de Interesse Público, destinado à formação de
vínculo de cooperação entre as partes, para o
fomento e a execução das atividades de interesse
público previstas em lei.”
Este termo de parceria deve conter os objetivos a serem
alcançados, as metas e prazos relativos a estes objetivos, os critérios
para a avaliação, a previsão de receitas e despesas e as obrigações das
OSCIPs33.
Para se qualificar como OSCIP, uma instituição deve ser qualificada
como Pessoa Jurídica sem fins lucrativos, ou seja, não pode distribuir
lucros, rendas ou dividendos entre seus sócios ou associados.

31
(Di Pietro, 2007) apud (Paludo, 2010)
32
(Di Pietro, 2005) apud (Torres, 2007)
33
(Paludo, 2010)

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A qualificação como OSCIP é concedida pelo Ministério daJustiça
(e não o Ministério da área em que a OSCIP atua, como o Ministério da
Educação, por exemplo) como ato vinculado. Assim, preenchendo os
requisitos necessários a qualificação é devida, não devendo ser feita
análise de oportunidade e conveniência pela Administração.
Entretanto, ainda que a qualificação como OSCIP seja um ato
vinculado, a assinatura do termo de parceria com o Ministério da
área fim é um ato discricionário!
A princípio, a assinatura deste termo de parceria deve ser precedida
de uma consulta aos Conselhos de Políticas Públicas das áreas
correspondentes de atuação existentes, nos respectivos níveis de
governo.
Cabe aqui lembrar que uma ONG – Organização Não Governamental
– não é o mesmo que uma OSCIP. Uma OSCIP pode ser considerada uma
ONG, pois não é parte do Estado, mas nem toda ONG é qualificada como
OSCIP. Existem muitas ONGs (como o MST, por exemplo) que nem têm
uma existência formal, ou seja, não existem oficialmente – não são
registradas em cartório etc.
Assim como ocorreu no caso das organizações sociais, o marco legal
das OSCIPs não criou uma nova categoria de pessoa jurídica, mas gerou
uma possibilidade de organizações do setor privado se qualifiquem como
organizações da sociedade civil de interesse público, desde que certos
requisitos sejam cumpridos34.
Uma grande diferença entre as OSs e as OSCIPS se enquadra na
forma de financiamento pelo Estado. Ao contrário das OSs, que dispõem
de recursos inseridos no Orçamento da União, as OSCIPs recebem
recursos de forma mais esporádica, através dos termos de parceria35.
Além disso, o modelo institucional e legal das OSCIPs não foi
questionado legalmente como foi o das Organizações Sociais. Assim,
estas têm sido muito mais ativas, com milhares de casos em
funcionamento no país atualmente.
Outro aspecto importante é a possibilidade de uma OSCIP
remunerar os dirigentes da entidade, desde que esta remuneração seja
realmente uma contraprestação aos serviços efetivamente efetuados e
que estejam de acordo com os valores praticados no mercado de trabalho
da região.
Da mesma forma que uma OS, as OSCIPs devem constituir, em um
prazo de 30 dias após a qualificação, um regulamento próprio contendo

34
(Alexandrino & Paulo, 2009)
35
(Torres, 2007)

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os procedimentos para compras de obras, bens e serviços com os
recursos públicos obtidos com a parceria.
Além disso, após o Decreto n° 5.504/2005, tanto OSs como OSCIPs
foram obrigadas a utilizar a modalidade do pregão em suas compras de
bens e serviços comuns.
Por fim, as OSCIPs podem receber recursos orçamentários e bens
públicos sob o regime de concessão, assim como as OS. Entretanto, a
elas não é permitido a cessão de servidores públicos, o que pode ocorrer
com as OSs, ok?
Abaixo, podemos ver algumas características das Organizações
Sociais – OS – e das Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público
– OSCIP:

OS OSCIP
Foram idealizadas para substituir órgãos
Não foram idealizadas para substituir os
do Estado, que seriam extintos e as
órgãos existentes do Estado.
atividades "absorvidas" pela OS.

Firma um contrato de gestão Firma um termo de parceria

Qualificação é um ato discricionário Qualificação é um ato vinculado

Deve conter em seu conselho de Não existe uma exigência de


administração membros do Poder participação de membros do Poder
Público Público

Figura 4 - Diferenças entre OS e OSCIP

Vamos ver algumas questões agora?


10 - (FUNDATEC – UFCSPA – ADMINISTRADOR – 2010) A
Administração Pública no Brasil pode ser apresentada como o
resultado da soma da Administração Direta e Indireta. A
Constituição Federal, em seu artigo 37, inicia revelando a
existência de uma Administração Direta e Indireta no âmbito dos

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Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios.
A Administração Indireta é formada por entidades, pessoas
jurídicas de Direito Público e de Direito Privado, nos termos do
artigo 37, inciso XIX, e do artigo 241 da mesma Constituição. São
integrantes da Administração Indireta, EXCETO:
A) as fundações públicas.
B) as empresas públicas.
C) as autarquias.
D) os serviços sociais autônomos.
E) as sociedades de economia mista.

Questão bem simples, não é verdade? Dentre as opções, a única


que está errada, isto é, aquele que não integra a Administração Indireta é
a letra D. Os serviços sociais autônomos conhecidos pelo sistema S
(SESC, SENAI, etc).
Estas organizações, sem fins lucrativos, realizam atividades de
interesse e utilidade pública, mas não são estritamente serviços públicos.
O gabarito, portanto, é letra D.

11- (CESPE - ANATEL / ANALISTA - 2006) Segundo o plano diretor


da reforma do aparelho do Estado, o terceiro setor é entendido
como aquele de atuação simultânea do Estado e da sociedade civil
na execução de atividades de interesse público ou social não-
exclusivas do Estado. São entidades do terceiro setor, por
exemplo, as autarquias qualificadas como agências executivas,
por meio de contrato de gestão, após o qual estão autorizadas a
executar atividades mais eficientes de interesse público.

Entidades do terceiro setor são aquelas que nem são enquadradas


como parte do Estado nem podem ser consideradas como parte do
“mercado”. Estas podem ser as Organizações Sociais ou as Organizações
da Sociedade Civil de Interesse Público.
Uma agência executiva é apenas uma autarquia ou fundação que
firmou um contrato de gestão (como objetivos pactuados em troca de
maior autonomia). Ou seja, continua fazendo “parte” do Estado, não
deixa de ser um ente estatal.
Desta maneira, o gabarito é questão errada.

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12 - (CESPE – TRE-BA / ANALISTA – 2010) Os contratos de gestão
são instrumentos modernos que possibilitam maior autonomia em
algumas agências do governo.

Beleza. A busca pela contratualização se insere mesmo nesta troca


de maior autonomia aos gestores por maior desempenho.
A questão fala sobre as autarquias ou fundações públicas
qualificadas como agências executivas que firmaram contrato de gestão e
se responsabilizaram por serviços e atividades não exclusivos do Estado.
Atenção só para um detalhe: as OS firmam contratos de gestão com
o Poder Público para fomento e execução de serviços não exclusivos do
Estado relativos às áreas relacionadas ao ensino, à pesquisa científica, ao
desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio
ambiente, à cultura e à saúde.
Desta forma, as OS não são agências do governo, pois estas só
seriam as autarquias e fundações públicas que firmam contrato de
gestão. O gabarito é questão correta.

13 - (CESPE - TCU / ACE - 2008) A qualificação como organização


da sociedade civil de interesse público (OSCIP), atribuível às
pessoas jurídicas de direito privado, requer que tais organizações
não tenham fins lucrativos ou que, tendo-os, elas não distribuam
os resultados aos seus dirigentes e os apliquem preferencialmente
na consecução do respectivo objeto social.

Negativo. Para que uma entidade seja qualificada como uma OSCIP,
deve sim ser caracterizada como uma entidade privada sem fins
lucrativos. Assim, não podem transferir lucros e dividendos aos seus
dirigentes.
Evidentemente, se as receitas superarem as despesas, o excesso
deve ser investido da mesma atividade, não configurando lucro.
Portanto, uma OSCIP não pode ter fim lucrativo de forma alguma.
Na questão, o examinador afirma que caso tenha lucro, a organização
deve aplicar preferencialmente na consecução do respectivo objeto social.
O que não é verdade, pois, repito, não pode haver lucro, ok? O gabarito é
questão errada.

14 - (CESPE – TJ-DF / ANALISTA - 2008) O uso indiscriminado da


expressão terceiro setor acabou por tornar o conceito
demasiadamente abrangente, fazendo que nele se possam
enquadrar todos os modelos de entidades que não se incluam no

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conceito do primeiro setor, o Estado, e do segundo setor, o
mercado.

O conceito de terceiro setor é o que os especialistas chamam de


conceito “guarda-chuva”, ou seja, acaba englobando diversos
significados. Tudo o que não se pode enquadrar como mercado ou Estado
acaba sendo qualificado como terceiro setor.
Portanto, tanto as ONGs quanto as Organizações Sociais são
classificadas, por exemplo, como entidades do terceiro setor. O gabarito é
questão correta.

Conselhos

Os conselhos estão inseridos neste contexto de busca por uma


maior participação popular nas decisões do Estado. De certa forma, é um
esforço de se sair de uma democracia estritamente representativa, em
que só temos um “momento” de participação nos temas públicos (a
eleição) para outro modelo de uma democracia mais “direta”.
Este movimento de criação de “arenas” em que a participação da
sociedade seja mais levada em consideração também serve para
aumentar a accountability, no caso do tipo societal.
Esta accountability societal refere-se ao controle exercido pela
sociedade civil, muitas vezes representada por ONGs, sindicatos e
associações. Estas instituições, em busca de denunciar abusos e
desmandos dos agentes públicos, além de propor mudanças em
determinadas políticas públicas, exercem uma pressão legítima sobre a
Administração Pública.
Além disso, estas instituições buscam, com este tipo de pressão e
de denúncia, alertar os “canais normais” de controle, como o Ministério
Público e o Tribunal de Contas da União, por exemplo.
De acordo com Smulovitz e Peruzzotti36:
“um mecanismo de controle não-eleitoral, que
emprega ferramentas institucionais e não
institucionais (ações legais, participação em
instâncias de monitoramento, denúncias na mídia,
etc.) e que se baseia na ação de múltiplas
associações de cidadãos, movimentos, ou mídia,
objetivando expor erros e falhas do governo,

36
(Smulovitz e Peruzzotti, 2000) apud (Carneiro, 2006)

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trazer novas questões para a agenda pública ou
influenciar decisões políticas a serem
implementadas pelos órgãos públicos.”
De acordo com Carneiro37, os Conselhos de Políticas Públicas, em
que o Estado e a sociedade participam de forma paritária, são exemplos
desta accountability societal, pois possibilitam a participação popular na
condução das políticas públicas e, portanto, no funcionamento do Estado.
De acordo com a autora:
“os conselhos apontam para uma nova forma de
atuação de instrumentos de accountability
societal, pela capacidade de colocar tópicos na
agenda pública, de controlar seu desenvolvimento
e de monitorar processos de implementação de
políticas e direitos, através de uma
institucionalidade híbrida, composta de
representantes do governo e da sociedade civil.”
Desta maneira, estes conselhos agem como contraponto às práticas
clientelistas e patrimonialistas arraigadas em diversas regiões de nosso
país. De acordo com Raichelis38:
“Pela sua composição paritária entre
representantes da sociedade civil e do governo,
pela natureza deliberativa de suas funções e como
mecanismo de controle social sobre as ações
estatais, pode-se considerar que os Conselhos
aparecem como um constructo institucional que se
opõe à histórica tendência clientelista,
patrimonialista e autoritária do Estado brasileiro”
Estes conselhos podem atuar nas áreas de: saúde, assistência
social, meio ambiente, cultura etc.

Entidades do Sistema S - Paraestatais

Apesar de existir uma confusão tremenda na definição do que


abrangeria exatamente o termo paraestatal, as bancas de concurso têm
aceitado que as paraestatais são restritas aos serviços sociais autônomos,
ou o que se chama: organizações do sistema S.

37
(Carneiro, 2006)
38
(Raichelis , 2000)

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Atenção: isso significa que a maioria das questões das principais
bancas quando tratam do assunto paraestatais, questionam sobre o
Sistema S, e não que no Sistema S só existam as Paraestatais, ok?
Estas organizações são entidades privadas, que são criadas através
de autorização legislativa. Como alguns exemplos destas entidades,
podemos citar:

 Serviço Social da Indústria – SESI;


 Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – SENAC;
 Serviço Social do Comércio – SESC;
 Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI;
 Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas –
SEBRAE;
 Serviço Social do Transporte;
 Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte – SENAT.
Estas paraestatais são financiadas através de contribuições
compulsórias pagas por trabalhadores sindicalizados, o que é um exemplo
de parafiscalidade tributária. Como são focadas em um setor específico
(transporte, por exemplo) acabam produzindo benefícios para estes
grupos ou categorias profissionais.
Estas organizações executam serviços de interesse e utilidade
pública, mas não são estritamente serviços públicos. Obviamente, são
entidades sem fins lucrativos. Assim sendo, os recursos que “sobrarem”
(superávit) devem ser reinvestidos nas atividades finalísticas das
entidades.
De acordo com decisões do TCU, as entidades do sistema S podem
definir ritos simplificados próprios de licitação, desde que não contrariem
as regras gerais estabelecidas na Lei 8666/93. Desta forma, necessitam
sim ter um regulamento estabelecendo as regras formais e procedimentos
necessários para as compras de produtos e serviços.
Além disso, não são obrigadas por lei a realizar concurso público
para contratar pessoal39.

Agência Reguladora

A crise do petróleo (anos 70) e o baixo crescimento econômico da


década de 80 trouxeram dificuldades crescentes para que os Estado
pudessem manter os gastos relativos aos serviços públicos que a

39
(Mazza, 2011)

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população demandava e, ao mesmo tempo, induzir o crescimento da
economia através de empresas estatais cada vez mais deficitárias.
Com esse cenário, muitos Estados iniciaram um conjunto de
reformas pró-mercado. Estas reformas buscaram transferir para o
mercado diversos setores antes administrados pelo Estado, objetivando
um aumento de eficiência destes mercados e uma recuperação da
situação fiscal destes governos.
No caso brasileiro, o Estado tinha criado centenas de empresas
estatais e estas tinham uma participação muito grande na economia
nacional. Desde siderúrgicas até empresas têxteis, o Estado estava
presente em diversos ramos e atuava diretamente na dinâmica de
crescimento.
Entretanto, o governo brasileiro não detinha mais uma capacidade
de investir nestas empresas. Com isso, estas foram se deteriorando e não
“agregavam mais valor”.
Além disso, o Estado era visto como ineficiente e a gestão pública
seria, naquela época, um empecilho a estas empresas se desenvolverem
e serem competitivas com as instituições privadas, seja no Brasil, seja no
mundo.
Assim, ocorreu um processo formal de privatização destas empresas
estatais. Empresas como a Embraer, a CSN e a Vale do Rio Doce foram
transferidas para o setor privado. Entretanto, muitas empresas atuavam
em áreas em que o Estado era anteriormente monopolista ou que
prestavam serviços públicos, como o caso das empresas fornecedoras de
telefonia e eletricidade.
Se estas empresas ficassem “livres” para atuar da maneira que
quisessem, poderiam deixar de ofertar estes serviços em regiões pobres,
cobrar valores abusivos, deixar a qualidade do serviço cair, além de não
investir o que seria necessário para a universalização dos serviços.
De acordo com Sundfeld40:
“se o Estado abdicasse totalmente do poder de
interferir na prestação de serviços públicos
privatizados e na correspondente estrutura
empresarial, correria o risco de assistir,
passivamente, ao colapso de setores essenciais
para o país, como o setor elétrico e o de
telecomunicações. O Estado necessita, ainda,
impedir práticas anticoncorrenciais, o que não
pode, de forma nenhuma, ser deixado ao encargo
da “mão invisível” do mercado. Existe, também, a

40
(Sundfeld, 2000) apud (Gonçalves, 2000)

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necessidade de proteção dos interesses dos
usuários e de assegurar a universalização dos
serviços públicos, possibilitando que eles sejam
prestados aos milhões de excluídos existentes no
Brasil.”
Para que estes problemas não viessem a ocorrer, estes novos
operadores privados deveriam ser regulados de alguma forma. Outro
aspecto importante se relaciona com a atração de investimentos privados
de longo prazo.
Muitos destes ramos econômicos (eletricidade, por exemplo)
dependem de investimentos intensivos em capital (volume grande de
dinheiro em um momento inicial) e só são “pagos” no longo prazo.
Portanto, deve existir uma forte segurança jurídica e uma confiança
destes empresários e investidores na manutenção da “regra do jogo”, ou
seja, no marco regulatório do setor.
Para que exista uma confiança maior na capacidade da agência
reguladora de manter as regras do jogo e atuar com imparcialidade nas
disputas entre o Estado, os consumidores e os investidores, buscou-se
um modelo que desse maior autonomia para estas agências.
Estas buscaram equilibrar os interesses privados (respeito aos
contratos, estabilidade de regras, lucratividade etc.) com os interesses
públicos (universalização do serviço, preços adequados, aumento dos
investimentos etc.), de modo que a sociedade como um todo fosse
beneficiada.
Desta forma, o Estado deixou de ser o Estado provedor ou produtor
para entrar em outro modelo: o Estado regulador. Se a Administração
Pública não iria mais executar o trabalho diretamente, deveria
acompanhar o trabalho destes novos operadores privados, para que a
qualidade do serviço efetivamente melhorasse e que as margens de lucro
fossem mantidas em níveis razoáveis.
Para isto, foram criadas as Agências Reguladoras. Estas
organizações foram criadas como autarquias de regime especial. Entre
suas principais características, pode-se citar41:

 Independência administrativa;
 Autonomia financeira;
 Ausência de subordinação hierárquica;
 Dirigentes que servem por mandatos fixos com prazo
determinado;

41
(Torres, 2007)

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 Obedecendo ao princípio da especialidade, seus atos não
podem ser revistos ou alterados pelo Poder Executivo, apenas
pelo Judiciário.
Quanto a essa última característica, vale um comentário rápido: há
dúvidas se cabe, ou não, recurso do Executivo para as Agências
Reguladoras, o chamado hierárquico impróprio, indo de encontro ao
princípio da especialidade citado.
Um parecer da AGU, de 2006, prevê a aceitação do recurso
hierárquico impróprio. No entanto, este só cabe quando uma autarquia de
regime especial praticar um ato administrativo que invada a competência
de um Ministro de Estado. Dessa forma, só cabe o recurso em matérias
de caráter político, e não em matérias especificamente técnicas, ok?
Não se preocupem muito com o recurso hierárquico impróprio, ok?
Só citei aqui por ser motivo de algumas dúvidas de alunos.
Continuando, ao contrário das demais autarquias e fundações, em
que seus dirigentes podem ser exonerados livremente pelo chefe do Poder
Executivo, os dirigentes das autarquias estão “blindados” contra
exonerações sem motivo justificado (esta só pode ocorrer com um
processo judicial transitado em julgado).
Além disso, estes dirigentes já sabem que ficarão no cargo por um
tempo determinado (que varia de três anos no caso da ANVISA a cinco
anos no caso da ANATEL)42.
Seus dirigentes são escolhidos pelo Presidente da República e
devem ser aprovados em sabatina no Senado Federal. Quando seus
mandatos são encerrados, os ex-dirigentes devem cumprir uma
quarentena antes de poder atuar no mesmo ramo em que a agência de
regulação funciona.
As primeiras agências reguladoras a serem criadas foram: a ANEEL
(energia elétrica) em 1996, a ANATEL (telecomunicações) em 1997 e a
ANP (setor do Petróleo) também em 1997.
Entretanto, não existe ainda uma “lei geral” das agências
reguladoras, pois cada uma tem certas peculiaridades. Apesar disso,
existem certas características comuns, como uma alta capacidade técnica
de especialização, serem instituídas como autarquias sob regime especial
e regularem um setor de atividade econômica ou um serviço público
específico.
Cabe aqui lembrar que, apesar das agências reguladoras serem
identificadas com o processo de privatização, a regulação não existe
apenas nas áreas em que existiu a desestatização.

42
(Mazza, 2011)

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Existem setores que não foram transferidos para a iniciativa privada
(como a área de Petróleo, por exemplo) que é regulada. Da mesma
forma, existem setores que nunca foram operados pelo Estado que
sofrem regulação (como o setor de “planos de saúde”) por estarem em
áreas sensíveis.
Além disso, existem setores da economia que são regulados por
entidades não enquadradas neste “modelo” de agências reguladoras,
como o mercado de capitais – regulado pela Comissão de Valores
Mobiliários – CVM.
Outro exemplo é o do Banco Central, que é o órgão regulador do
sistema financeiro nacional, bem como do CADE – Conselho
Administrativo de Defesa Econômica, que tem a função de orientar,
fiscalizar, prevenir e apurar abusos de poder econômico.

Agência Executiva

As agências executivas foram uma inovação trazida também pela


reforma gerencial de 1995. A ideia seria a de, através da celebração de
um contrato de gestão, fornecer maior autonomia e flexibilidade de
gestão para autarquias e fundações desde que se comprometessem com
determinadas metas e objetivos pactuados.
De acordo com a Lei 9.649/98, em seu artigo n°51:
“O Poder Executivo poderá qualificar como Agência
Executiva a autarquia ou fundação que tenha
cumprido os seguintes requisitos:
I – ter um plano estratégico de reestruturação e
de desenvolvimento institucional em andamento;
II – ter celebrado Contrato de Gestão com o
respectivo Ministério supervisor.”
Portanto, uma agência executiva é apenas uma qualificação
concedida à uma autarquia ou fundação já existente, que firme um
contrato de gestão possibilitando o aumento de sua autonomia gerencial,
orçamentária e financeira43.
Entre as vantagens concedidas a estas agências, poderiam utilizar a
dispensa de licitação para compras de até 20% do valor máximo admitido
para a modalidade convite, ao invés de 10% para o resto da
Administração Pública.

43
(Alexandrino & Paulo, 2009)

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Infelizmente, este modelo não evoluiu muito, pois como os
benefícios aos órgãos não ficaram muito claros e a falta de clareza dos
objetivos a serem atingidos não favoreceu sua disseminação na
Administração Pública.
Dentre os casos de agências executivas, temos o INMETRO –
Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial.
Veja abaixo uma comparação entre as agências reguladoras e as agências
executivas:

Agências Executivas Agências Reguladoras

Visam operar atividades públicas Visam o controle e fiscalização de


através da descentralização; setores privados;

Existem somente no âmbito Existem em todas as esferas:


federal; União, estados e municípios;

São órgãos e entes públicos São autarquias com regime


qualificados como agências. especial.

Figura 5 - Diferenças entre agências executivas e reguladoras. Fonte: (Mazza, 2011)

Cabe lembrar que o artigo n°37 da Constituição Federal abre a


possibilidade de um órgão da própria Administração Pública assinar um
contrato de gestão e ser qualificado como agência executiva.
De certa forma, seria uma situação “esquisita”, pois o Poder Público
estaria assinando um “contrato” com si mesmo.
Vamos ver mais questões agora?
15 - (ESAF - DNIT - TÉCNICO – 2013) A respeito das agências
reguladoras e das agências executivas, analise as assertivas
abaixo, classificando-as como Verdadeiras (V) ou Falsas (F). Ao
final, assinale a opção que contenha a sequência correta.
( ) A agência executiva é uma nova espécie de entidade integrante
da Administração Pública Indireta.
( ) O grau de autonomia da agência reguladora depende dos
instrumentos específicos que a respectiva lei instituidora
estabeleça.

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( ) Ao contrário das agências reguladoras, as agências executivas
não têm área específica de atuação.
( ) As agências executivas podem ser autarquias ou fundações
públicas.
a) V, F, V, V
b) F, V, V, V
c) F, F, V, V
d) V, V, V, F
e) F, F, F, V

A agência executiva não é nova espécie de entidade integrante da


Administração Pública Indireta. Ela é apenas uma qualificação dada às
autarquias e fundações públicas após a celebração de contrato de gestão
com o poder público, com aumento da autonomia gerencial, financeira e
orçamentária. Primeiro item, portanto, falso.
Vale lembrar de que não há uma lei geral das agências reguladoras.
Cada agência reguladora será criada por lei específica que lhe dará o grau
de autonomia, conforme suas funções técnicas. Segundo item, portanto,
correto.
Enquanto que as agências reguladoras são criadas para atuarem em
certos setores da atividade econômica, as agências executivas são apenas
qualificações dadas a certas entidades pelo poder público. Terceiro item,
verdadeiro.
O último item é verdadeiro, pois, vimos que as agências executivas
são qualificações dadas pelo poder público às autarquias e fundações
públicas após celebração de contrato de gestão. O gabarito, dessa forma,
é letra B.

16 - (ESAF – MTE – AFT - 2010) Tendo por base a organização


administrativa brasileira, classifique as descrições abaixo como
sendo fenômenos: (1) de descentralização; ou (2) de
desconcentração. Após, assinale a opção correta.
( ) Criação da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística(IBGE), para prestar serviços oficiais de estatística,
geologia e cartografia de âmbito nacional;
( ) Criação de delegacia regional do trabalho a ser instalada em
municipalidade recém emancipada e em franco desenvolvimento
industrial e no setor de serviços;
( ) Concessão de serviço público para a exploração do serviço de
manutenção e conservação de estradas;

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( ) Criação de novo território federal.
a) 2 / 1 / 2 / 1
b) 1/ 2 / 2 / 1
c) 2/ 2 / 1 / 1
d) 1/ 2 / 1 / 1
e) 1/ 2 / 1 / 2

A criação do IBGE é um caso claro de descentralização, pois o poder


público criou outra entidade para executar estes serviços. O IGBE é uma
autarquia. Já a criação de uma delegacia regional do trabalho não
configura uma descentralização, pois esta delegacia é um mero órgão do
Ministério do Trabalho e Emprego.
No caso da concessão de um serviço público, isto seria um caso de
descentralização por delegação. Finalmente, o novo território federal seria
também um caso de descentralização, pois estes territórios são
considerados autarquias territoriais e possuem personalidade jurídica.
Deste modo, o gabarito é a letra D.

17 - (ESAF - DNIT - ANALISTA – 2013) A respeito do terceiro


setor, analise as afirmativas abaixo, classificando-as como
verdadeiras ou falsas. Ao final, assinale a opção que contenha a
sequência correta.
( ) Integram o terceiro setor as pessoas jurídicas de direito
privado, sem fins lucrativos, que exercem atividades de interesse
público, não exclusivas de Estado, recebendo fomento do Poder
Público.
( ) As entidades do terceiro setor integram a Administração
Pública em sentido formal.
( ) O terceiro setor coexiste com o primeiro setor, que é o próprio
Estado e com o segundo setor, que é o mercado.
( ) Integram o terceiro setor as organizações sociais de interesse
público e as organizações sociais.
a) V, V, F, V
b) V, F, V, V
c) F, F, V, V
d) V, F, F, V
e) V, V, V, F

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O terceiro setor pode ser definido como44: aquele composto por
entidades privadas da sociedade civil, que prestam atividades de
interesse social, por iniciativa privada, sem fins lucrativos.
O primeiro item refere-se às entidades paraestatais, integrantes do
terceiro setor, que são exclusivamente privadas, sem fins lucrativos, que
exercem atividades de interesse público, mas não exclusivas de Estado,
recebendo fomento do Poder Público45. Primeiro item, portanto, é
verdadeiro.
Como o terceiro setor é formado por entidades privadas da
sociedade civil, ele não integra a Administração Pública no sentido formal.
Segundo item, falso.
Terceiro item está correto. Têm-se, portanto, o primeiro setor – o
Estado, o segundo setor – o mercado, e o terceiro setor.
O quarto item está correto. Assim como as OSs e as OSCIPs,
integram o terceiro setor os serviços sociais autônomos e as entidades de
apoio. Gabarito, portanto, letra B.

18 - (FCC - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) – JUIZ DO TRABALHO – 2012) A


respeito das agências reguladoras e agências executivas, é
correto afirmar que:
a) as agências reguladoras adquirem autonomia a partir de
qualificação obtida em face de contrato de gestão celebrado com o
respectivo Ministério supervisor.
b) as agências executivas caracterizam-se como autarquias de
regime especial, criadas por lei, com autonomia administrativa,
orçamentária e financeira.
c) ambas possuem regime especial, estabelecido na lei
instituidora, atuando as agências executivas na regulação de
atividade econômica e as agências reguladoras no controle e
fiscalização de serviço público.
d) as agências executivas são empresas públicas ou fundações,
com autonomia ampliada a partir de decreto governamental, em
face da apresentação de plano para melhoria de eficiência e
redução de custos.
e) as agências reguladoras possuem regime jurídico especial,
fixado na lei instituidora, garantindo maior grau de autonomia
administrativa e orçamentária que o conferido às demais
autarquias.

44
(Alexandrino & Paulo, 2009)
45
(Alexandrino & Paulo, 2009)

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Pessoal, as Agências Reguladoras são autarquias em regime


especial, cuja finalidade é a fiscalização e a regulação das atividades de
serviços públicos. Desse modo, a sua criação se dá por meio de lei, como
qualquer outra autarquia. A letra A, portanto, está incorreta.
A letra B está descrevendo as Agências Reguladoras e não das
Agências Executivas, logo, a letra B também está errada. Na verdade, o
que a banca fez foi trocar os conceitos dos itens A e B, ok?
Só lembrando-se de um detalhe: tanto autarquias, quanto
fundações integrantes da Administração Pública Federal poderão ser
qualificadas como Agências Executivas, conforme Decreto n° 2.487, de
1998, ok?
A letra C está errada, pois somente as Agências Reguladoras
possuem regime especial. As Agências Executivas possuem regime
comum.
A letra D está errada, pois, conforme já vimos, as Agências
Executivas podem ser tanto autarquias, quanto fundações integrantes da
Administração Pública Federal. O restante do item está correto. Por fim, a
letra E está correta e é o nosso gabarito.

19 - (FCC - 2008 - TRT - 19ª RREGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO –


2007) As agências reguladoras, criadas para regular e fiscalizar os
serviços prestados por empresas privadas que atuam na prestação
de serviços, que em suas essências seriam públicos, têm natureza
jurídica de:
a) autarquias sob regime especial.
b) órgãos da Administração direta.
c) empresas públicas.
d) órgãos do Tribunal de Contas da União.
e) entidades privadas.

Questão tranquila, não é verdade? Já vimos, diversas vezes, esse


conceito em nossa aula. A banca, no enunciado, está se referindo a
autarquias sob regime especial. O gabarito, desse modo, é letra A.

20 - (FCC - DPE-AM – DEFENSOR PÚBLICO – 2013) Mediante


iniciativa do Governador, o Estado do Amazonas aprova lei, cujos
artigos iniciais estão assim redigidos:
“Artigo 1º - Fica o Poder Executivo autorizado a instituir, por
escritura pública, sob a denominação de (...), uma (...) que se
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regerá por esta lei, pelas normas civis, por seu estatuto e com as
finalidades discriminadas no artigo 2o .
§ 1º - A .... será uma entidade civil, sem fins lucrativos, com prazo
de duração indeterminado e adquirirá personalidade jurídica a
partir da inscrição, no Registro competente, do seu ato
constitutivo, com o qual serão apresentados o Estatuto e o
respectivo decreto de aprovação”.
Diante do texto legislativo acima, pode-se concluir que a entidade
a ser criada será uma:
a) empresa pública.
b) autarquia.
c) fundação de direito privado.
d) sociedade de economia mista.
e) associação pública.

As características da entidade disposta na letra da Lei de iniciativa


do governador do estado de Amazonas dão ideia de Fundação, como: sem
fins lucrativos, personalidade jurídica adquirida somente após a inscrição
do ato constitutivo no Registro competente, prazo de duração
indeterminado.
Entretanto, ao falar que será regido pelas normas civis, nos remete
a concluir que se trata de Fundação de Direito Privado, conforme o artigo
62 do Código Civil. O gabarito, portanto, é letra C

21 - (FCC - TCE-AM – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – 2012)


As autarquias :
a) são pessoas jurídicas de direito público, com capacidade de
auto-administração, nos limites estabelecidos pela lei, não
dotadas de capacidade política.
b) sujeitam-se ao mesmo regime jurídico das pessoas públicas
políticas (União, Estados e Municípios), com capacidade de auto-
administração e criação do próprio direito.
c) são pessoas jurídicas de direito privado, dotadas de autonomia
administrativa e orçamentária em face do princípio da
especialidade.
d) sujeitam-se ao regime privado, com especialização
institucional e autonomia administrativa, submetidas à tutela do
ente instituidor.

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e) sujeitam-se ao regime público, não se submetendo ao controle
tutelar do ente instituidor em face do princípio da especialidade e
da autonomia administrativa.

A letra A está toda correta e é o gabarito da questão. O erro na


letra B está ao afirmar que as autarquias criam seu próprio direito, o que
não é verdade. Elas possuem capacidade administrativa, mas não,
política.
Os erros nas letras C e D estão em afirmar que são pessoas
jurídicas de direito privado. As autarquias possuem personalidade jurídica
de direito público.
Por fim, na letra E, as autarquias se submetem à tutela do ente
instituidor, sim. Vimos que eles se submetem ao controle finalístico do
ente instituidor. O gabarito, portanto, é a letra A.

22 - (FCC - TST – ANALISTA JUDICIÁRIO- 2012) Uma pessoa


jurídica que se enquadre no conceito de autarquia:
a) é essencialmente considerada um serviço autônomo.
b) deve necessariamente possuir um regime jurídico especial.
c) terá garantia de estabilidade de seus dirigentes.
d) subordina-se hierarquicamente a algum Ministério, ou órgão
equivalente no plano dos demais entes federativos.
e) não integra a Administração Indireta.

Na leitura do conceito de autarquias disposto no inciso I do artigo


5º do Decreto-Lei nº 200, de 1967, que dispõe sobre a organização da
Administração Federal, observamos que essa entidade da Administração
Indireta é considerada:
“Um serviço autônomo, criado por lei, com
personalidade jurídica, patrimônio e receita
próprios, para executar atividades típicas da
Administração Pública, que requeiram, para seu
melhor funcionamento, gestão administrativa e
financeira descentralizada”46.
Dessa forma, a letra A está correta e é o gabarito da questão.
A letra B está errada, pois não há necessidade de possuir um
regime jurídico especial para ser uma autarquia.

46
Fonte: Decreto-lei 200, de 1967

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Na letra C, o cargo de dirigente de uma autarquia não é estável,
uma vez que a nomeação e a exoneração são feitas livremente pelo chefe
do Executivo. Não confundam com as autarquias de regime especial, em
que seus dirigentes possuem estabilidade, já que são nomeados por um
prazo fixo em lei.
A letra D está errada, pois não há subordinação hierárquica, há
apenas um controle finalístico. E, finalmente, a letra E está errada, pois
as autarquias integram, sim, a Administração Indireta. O gabarito, dessa
forma, é mesmo a letra A.

23 - (FCC - TRT - 20ª REGIÃO (SE) – JUIZ DO TRABALHO – 2012)


De acordo com a normatização federal que disciplina a matéria,
agência executiva é:
a) fundação pública, constituída por lei sob regime especial que
lhe confere autonomia administrativa, orçamentária e financeira.
b) entidade criada por lei, com autonomia administrativa,
orçamentária e financeira, para exercer poder de polícia.
c) autarquia de regime especial, estabelecido na lei instituidora,
com competência institucional para regular atividade econômica
ou serviço público prestado sob regime de concessão ou
permissão.
d) a qualificação conferida, por decreto governamental, a
empresas públicas ou fundações governamentais, para ampliação
da autonomia administrativa, orçamentária e financeira.
e) a qualificação dada à autarquia ou fundação que celebre
contrato de gestão com o respectivo Ministério supervisor e que
tenha plano estratégico de reestruturação e desenvolvimento
institucional para melhoria da qualidade de gestão e redução de
custos.

Pessoal, podemos resolver essa questão apenas com a leitura do


artigo primeiro do Decreto nº 2.487, de 1998, que dispõe sobre a
qualificação de autarquias e fundações como Agências Executivas e
estabelece critérios e procedimentos para a elaboração, acompanhamento
e avaliação dos contratos de gestão, senão vejamos:
Art. 1º As autarquias e as fundações
integrantes da Administração Pública Federal
poderão, observadas as diretrizes do Plano Diretor
da Reforma do Aparelho do Estado, ser
qualificadas como Agências Executivas.
§ 1º A qualificação de autarquia ou fundação
como Agência Executiva poderá ser conferida

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mediante iniciativa do Ministério supervisor, com
anuência do Ministério da Administração Federal e
Reforma do Estado, que verificará o cumprimento,
pela entidade candidata à qualificação, dos
seguintes requisitos:
a) ter celebrado contrato de gestão com o
respectivo Ministério supervisor;
b) ter plano estratégico de reestruturação e
de desenvolvimento institucional, voltado para
a melhoria da qualidade da gestão e para a
redução de custos, já concluído ou em andamento.
Dessa forma, o gabarito é a letra E.

24 - (FCC - TRF - 2ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2012) A


administração indireta compreende, além de outras entidades, as
empresas públicas e sociedades de economia mista, as quais têm
personalidade jurídica de direito:
a) público e privado, respectivamente, criadas por lei de iniciativa
do Poder Executivo.
b) privado, instituídas mediante autorização de lei específica.
c) público e independem de lei complementar para suas
instituições.
d) privado e público, respectivamente, sendo instituídas mediante
lei específica.
e) público, criadas por ato específico e privativo do chefe do
Poder Executivo.

Questão super tranquila, não é verdade? Já vimos várias questões


parecidas, logo, podemos concluir que a banca repete os enunciados.
As empresas públicas e as sociedades de economia mista possuem
personalidade jurídica de direito privado e são criadas mediante registro
dos atos constitutivos em local competente, após autorização em lei
específica. Dessa forma, o gabarito é letra B.

25 - (FCC - TRT - 11ª REGIÃO(AM) – ANALISTA JUDICIÁRIO –


2012) Segundo a Constituição Federal, a instituição de fundação
pública deve ser autorizada por:
a) ato administrativo emanado pelo Poder Público federal que,
inclusive, definirá suas áreas de atuação.

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b) ato administrativo emanado pelo Poder Público municipal, do
Município onde estiver localizada sua sede que, inclusive, definirá
suas áreas de atuação.
c) ato administrativo emanado pelo Poder Público estadual que,
inclusive, definirá suas áreas de atuação.
d) lei específica, cabendo à lei complementar definir suas áreas
de atuação.
e) decreto municipal, emitido pelo Prefeito do Município onde
estiver localizada sua sede que, inclusive, definirá suas áreas de
atuação.

Pessoal, já vimos que a instituição de fundação pública está


disposta no inciso IXI do artigo 37 da CF/88, senão vejamos:
“Art.37. A administração pública direta e indireta
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte:
(...)
XIX - somente por lei específica poderá ser
criada autarquia e autorizada a instituição de
empresa pública, de sociedade de economia mista
e de fundação, cabendo à lei complementar,
neste último caso, definir as áreas de sua
atuação”.
Diante disso, concluímos que o gabarito é letra D.

26 - (FCC - TCE-PR – ANALISTA - 2011) Inserem-se entre as


entidades integrantes da Administração pública indireta, além das
empresas públicas, as:
a) sociedades de economia mista, as fundações públicas e as
Organizações Sociais ligadas à Administração por contrato de
gestão.
b) autarquias, fundações e sociedades de economia mista, que
são pessoas jurídicas de direito público.
c) sociedades de economia mista exploradoras de atividade
econômica, que se submetem ao mesmo regime jurídico das
empresas privadas e aos princípios aplicáveis à Administração
Pública.

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d) fundações e autarquias, excluídas as sociedades de economia
mista.
e) sociedades de economia mista, exceto as que operam no
domínio econômico em regime de competição com as empresas
privadas.

Questão tranquila demais, pessoal. Vejam o nível que a banca


cobrou nesta questão. Todos já estão cansados de saber que os
integrantes da Administração Pública Indireta são:

 Autarquia;
 Fundações Públicas;
 Empresas Públicas;
 Sociedade de economia mista.
Dentre as alternativas, só duas que poderiam trazer dúvidas, que
são a letras B e C.
No entanto, na letra B, vemos que a banca considerou que as
sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de direito público, o
que não é verdade. Dessa forma, o gabarito só pode ser mesmo a letra C.

27 - (FCC - TST – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2012) Compõe a


Administração pública direta da União:
a) o Departamento de Polícia Federal.
b) o Banco Central do Brasil.
c) a Agência Nacional de Aviação Civil.
d) a Caixa Econômica Federal.
e) a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.

Vejamos item por item. A letra A é um órgão subordinado ao


Ministério da Justiça, logo faz parte da Administração Direta e é o nosso
gabarito.
Na letra B, o BACEN é uma autarquia, logo compõe a Administração
Indireta. Na letra C, a ANAC é uma agência reguladora, isto é, uma
autarquia sujeita a regime especial, sendo, portanto, da Administração
Indireta.
Nas letras D e E, temos exemplos de empresas públicas. Dessa
forma, o gabarito é mesmo a letra A.

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28 - (CESPE – ANAC – ANALISTA – 2012) A desconcentração
pressupõe, obrigatoriamente, a existência de uma só pessoa
jurídica.

Perfeito. Se estamos falando de apenas uma pessoa jurídica, ou


entidade, estamos dizendo que ocorreu uma transferência de
competências de modo interno, não é mesmo? Não existe outra entidade
que possa ter recebido estas competências. Desta maneira, o gabarito da
banca é questão correta.

29 - (FCC - TRT - 19ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2008)


Quando celebram termo de parceria com a Administração Pública,
as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, OSCIPs,
como entidades do terceiro setor:
a) passam a integrar a Administração Direta.
b) exercem atividade privada de interesse público.
c) transformam-se em empresas estatais.
d) exercem atividade de direito público.
e) não estão sujeitas a fiscalização por parte do Tribunal de
Contas.

De acordo com a Lei 9.790, de 1999, que dispõe sobre as


Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), o Termo
de Parceria seria o instrumento firmado entre o Poder Público e as
pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos. Dessa forma,
notamos que as OSCIP´s realizam atividades de interesse público como:
I - promoção da assistência social;
II - promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e
artístico;
III - promoção gratuita da educação, observando-se a forma
complementar de participação das organizações de que trata esta Lei;
IV - promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar
de participação das organizações de que trata esta Lei;
V - promoção da segurança alimentar e nutricional;
VI - defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do
desenvolvimento sustentável;
VII - promoção do voluntariado;
VIII - promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à
pobreza etc.

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Dessa forma, o gabarito da questão é a letra B. Vejamos que os
outros itens são absurdos, pois com o Termo de Parceria, uma pessoa
jurídica de direito privado não passa a integrar a Administração Direta,
que esta só possui personalidade jurídica de direito público. Também não
se transforma em empresa estatal, pois, para isso, precisaria de uma lei
autorizando a criação e o consequente registro do contrato social na Junta
Comercial.
Na letra D, quiseram fazer uma pegadinha com a troca de palavras.
Uma OSCIP exerce atividade de interesse público e não de direito público.
Por fim, a letra E está errada, pois uma OSCIP deve prestar contas ao
órgão que lhe transferiu a verba pública. Cabe a esse órgão o dever de
prestar contas com o TCU, que fiscalizará, o repasse que o órgão tenha
feito à OSCIP. O gabarito é mesmo a letra B.

30 - (FCC - TRT - 7ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2009)


Sobre as entidades do Terceiro Setor é correto afirmar:
a) para que entidades privadas se habilitem como Organização
Social têm que ter previsão no seu ato constitutivo, dentre outros
requisitos, de participação, no órgão colegiado de deliberação
superior, de representantes do Poder Público e de membros da
comunidade, de notória capacidade profissional e idoneidade
moral.
b) as organizações sociais são definidas como pessoa jurídica de
direito público.
c) as organizações da sociedade civil de interesse público só
podem distribuir dividendos após cinco anos da sua criação.
d) as entidades qualificadas como organizações sociais não estão
obrigadas a realizar licitação para obras, compras, serviços e
alienações, relativamente aos recursos por ela administrados,
oriundos de repasses da União.
e) classificam-se como terceiro setor, dentre outras, as
autarquias, as organizações sociais e as empresas públicas.

A letra A está correta e é o nosso gabarito. Vejamos, portanto, os


erros nos outros itens. Na letra B, as Organizações Socias possuem
personalidade jurídica de direito privado e não devem ter finalidade
lucrativa.
O erro da letra C está em afirmar que as OSCIP´s poderiam
distribuir dividendos após cinco anos de criação. Ora, pessoal, se isso
fosse verdade, elas deixariam de ser consideradas “sem fins lucrativos”.
Logo, jamais poderão distribuir dividendos, nem bonificações, nem
eventuais excedentes, etc.

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A letra D está errada, pois há, sim, obrigatoriedade em realizar
licitação para compras, obras, serviços e alienações com os recursos
repassados pela União. E, ainda, se for adquirir bens e serviços comuns,
deverá utilizar a modalidade pregão, conforme dispõe o Decreto nº 5.504,
de 2005.
Só atenção para um detalhe: a licitação será dispensável quando a
Administração Pública quiser contratar o objeto descrito no contrato de
gestão celebrado com a OS, conforme inciso XXIV, do artigo 24, da Lei
8.666/93, senão, vejamos.
“Art. 24. É dispensável a licitação:
(...)
XXIV - para a celebração de contratos de
prestação de serviços com as organizações sociais,
qualificadas no âmbito das respectivas esferas de
governo, para atividades contempladas no
contrato de gestão”.
Por fim, o erro na letra E está em qualificar as autarquias e as
empresas públicas como terceiro setor. O gabarito, portanto, é letra A.

31 - (FUNIVERSA - MC – TÉCNICO EM CONTABILIDADE – 2013) De


acordo com a doutrina, o terceiro setor é marcado pela presença
de entidades que exercem atividades de interesse social e coletivo
e que, por esse motivo, recebem incentivos do Estado dentro de
uma atividade de fomento, sendo conhecidas como entes de
cooperação. A respeito desse assunto, assinale a alternativa
correta.

a) Essas entidades são de natureza pública, sem fins lucrativos.

b) As entidades do terceiro setor integram a administração


pública indireta.

c) As organizações sociais, também chamadas de OS, são criadas


para execução de serviços públicos exclusivos do Estado.

d) Essas entidades sujeitam-se a controle pela administração


pública e pelo Tribunal de Contas.

e) As instituições religiosas poderão receber a qualificação de


organizações da sociedade civil de interesse público.

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A letra A está errada, pois essas entidades são de natureza privada,
sem fins lucrativos, e não de natureza pública.
A letra B também está errada, pois as entidades do terceiro setor
não integram a administração pública, nem a direta, nem a indireta.
Segundo o artigo primeiro da Lei 9.637/98, que dispõe sobre a
qualificação de entidades como organizações sociais, o Poder Executivo
poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito
privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à
pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e
preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde, atendidos aos
requisitos previstos nesta Lei.
Percebam que essas atividades não se enquadram como serviços
públicos exclusivos, como: serviço postal e energia elétrica. Dessa forma,
a letra C também está errada.
A letra D está totalmente correta e é o nosso gabarito. Não se
esqueçam de que qualquer pessoa, física ou jurídica, pública ou privada,
que use/administre dinheiro, bens ou valores públicos prestará contas ao
Estado.
Conforme o inciso III do artigo segundo da Lei 9.790/99, que dispõe
sobre as OSCIP, as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação
de credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais, não são
passíveis de se qualificarem como OSCIP. Logo, a letra é está errada.
O gabarito, portanto, é mesmo a letra D.

Descentralização e Desconcentração

Antes de tudo, uma explicação: estes conceitos são derivados da


doutrina do Direito Administrativo e não do que chamamos de ciência da
Administração.
De acordo com os teóricos da Administração, não existe o conceito
de desconcentração, apenas o conceito de descentralização. Para eles,
qualquer transferência ou delegação de poder da cúpula da organização
para algum departamento ou para alguma empresa coligada seria um
caso de descentralização.
Entretanto, no nosso concurso, a banca deixou especificado
que a cobrança seria do conceito derivado do Direito. Assim, vamos
a eles?
A desconcentração ocorre quando a Administração Pública decide
criar órgãos internos, de modo a melhor utilizar os recursos e atender
aos cidadãos. Deste modo, o “produto” de uma desconcentração é

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um órgão sem personalidade jurídica. A delegação de competências
ocorre de maneira interna.
Desta maneira, se o órgão está inserido no que chamamos de
Administração Direta, é produto de uma desconcentração.
Já a descentralização ocorre quando o Estado transfere suas
atividades para outras entidades ou cria novas entidades.
Esta descentralização por ocorrer por delegação ou outorga. A
descentralização por outorga ocorre quando o Estado cria outra
entidade para executar as atividades que lhe cabem. Essas organizações,
integrantes da Administração Indireta, possuem personalidade jurídica.
Já a descentralização por delegação acontece quando o poder
público atribui os serviços a entidades ou pessoas que não fazem parte da
Administração. Este processo demanda uma licitação prévia e é feita
mediante um contrato de concessão ou permissão.
Vamos ver como estes temas já foram cobrados?

32 - (ESAF - CVM - ANALISTA – 2010) São características comuns


às empresas públicas e às sociedades de economia mista, exceto:
a) estão sujeitas ao controle finalístico do ente da administração
direta que as instituiu.
b) podem ser exploradoras de atividades econômicas ou
prestadoras de serviços públicos.
c) criação autorizada por lei específica.
d) na composição do capital social, exige-se a participação
majoritária do poder público.
e) embora possuam personalidade jurídica de direito privado, o
regime de direito privado a elas aplicável é parcialmente
modificado por normas de direito público.

Todas as letras, exceto a D, contêm características comuns entre as


empresas públicas e as SEM.
Na letra D, a empresa pública possui a exigência de ter capital
100% público. A SEM é que deve ter capital público e privado, entretanto,
a maioria das ações com direito a voto devem pertencer ao ente
público. O gabarito, portanto, é letra D.

33 - (ESAF - SUSEP – ANALISTA - 2010) Em nossos dias, embora


sequer sejam citadas(os) pelo Decreto-Lei n. 200/1967, também
integram a administração indireta as(os):

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a) Organizações Sociais de Interesse Público.
b) Organizações Não-Governamentais sem fins lucrativos.
c) Organizações Sociais.
d) Consórcios Públicos com personalidade jurídica de direito
público.
e) Parceiros Público-Privados sem fins lucrativos.

Essa questão pode ser respondida com a leitura do artigo 6o da Lei


11.107/2005, que dispõe sobre normas gerais de contratação de
consórcios públicos, senão vejamos:
“Art.6o. O consórcio público adquirirá
personalidade jurídica:
I – de direito público, no caso de constituir
associação pública, mediante a vigência das leis de
ratificação do protocolo de intenções;
II – de direito privado, mediante o atendimento
dos requisitos da legislação civil.
§ 1o O consórcio público com personalidade
jurídica de direito público integra a
administração indireta de todos os entes da
Federação consorciados”.
Dessa forma, o gabarito é letra D.

34 - (ESAF - MF – ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO –


2012) Analise os casos concretos narrados a seguir e classifique-
os como sendo resultado de um dos fenômenos listados de acordo
com o seguinte código:
C = centralização
D = descentralização
DCON = desconcentração.
Após a análise, assinale a opção que contenha a sequência
correta.
1.1. Serviço de verificação da regularidade fiscal perante o fisco
federal e fornecimento da respectiva certidão negativa de débitos,
prestado pela Receita Federal do Brasil.( )
1.2. Extinção de unidades de atendimento descentralizadas de
determinado órgão público federal para que o atendimento passe
a ser feito exclusivamente na unidade central. ( )

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1.3. Serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e
cartografia, prestados em âmbito nacional pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística – IBGE.( )
a) D / C / DCON
b) C / DCON / D
c) DCON / D / C
d) D / DCON / C
e) DCON / C / D

Na centralização, o Estado executa de forma direta a função


administrativa. Na descentralização, o Estado exerce a função
administrativa por intermédio de outras pessoas jurídicas (por delegação
ou por outorga).
Na desconcentração, o que se observa é uma distribuição de
competências dentro de uma mesma entidade.
O serviço de verificação da regularidade fiscal perante o fisco
federal e fornecimento da respectiva certidão negativa de débitos,
prestado pela Receita Federal do Brasil - RFB são exemplos de
desconcentração administrativa. A RFB é subordinada ao Ministério da
Fazenda, cujas atividades referidas são realizadas pela Secretaria por
meio de desconcentração.
A extinção de unidades de atendimento descentralizadas de
determinado órgão público federal para que o atendimento passe a ser
feito exclusivamente na unidade central é uma forma de centralização,
pois houve o fim do atendimento pelas unidades descentralizadas que
passou a ser desempenhado pela unidade central.
Os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia,
prestados em âmbito nacional pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística – IBGE é uma forma de descentralização. O IBGE é uma
fundação, integrante, portanto, da Administração Indireta. O gabarito,
dessa forma, é letra E.

35 - (FCC - PGE-RJ – TÉCNICO SUPERIOR - 2009) A criação de


entidades da Administração indireta e a transferência, a estas, de
atividades e competências originalmente atribuídas a órgãos da
administração direta são decorrência de políticas administrativas
tendentes à:
a) desconcentração.
b) descentralização.
c) privatização.

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d) regulamentação.
e) subsidiariedade.

Pessoal, essa questão é bem tranquila, não acha? A FCC, assim


como as outras bancas, repetem muito as questões. O conceito descrito
no comando da questão refere-se à descentralização administrativa. O
gabarito, portanto, é letra B.

O Decreto Lei n° 200/67

No início da década de 60, a administração pública brasileira se


mostrava cada vez menos adequada aos desafios de um país em
desenvolvimento acelerado. Assim, ficou evidente a necessidade de
reformas em no modelo burocrático em voga naquele momento.
Ainda no governo de João Goulart, formou-se a Comissão Amaral
Peixoto, com o objetivo de coordenar estudos para uma reforma do
modelo administrativo no Brasil. O golpe militar de 1964 abortou essa
iniciativa. Todavia, algumas ideias foram aproveitadas na reforma de
1967, através do Decreto-Lei nº200 do mesmo ano47.
Antes de iniciar uma análise mais profunda da reforma em si, temos
de entender o contexto que existia na época. O governo militar assumiu
com uma proposta modernizadora do Estado. A economia estava
desequilibrada e a inflação estava aumentando.
Existia uma análise de que a inflação era causada pelos aumentos
salariais acima do aumento da produtividade e por gastos excessivos do
governo48. Além disso, acreditava-se que o governo tinha uma excessiva
concentração de atribuições nos órgãos de cúpula e que isso gerava uma
demora na tomada de decisão e um distanciamento entre os gestores
públicos e os problemas a serem resolvidos.
Desta forma, uma série de iniciativas modernizadoras foram
implementadas buscando criar um ambiente mais propício ao crescimento
econômico e a uma administração pública mais moderna e eficiente.
A reforma de 67 apareceu, portanto, como uma resposta às
dificuldades que a máquina pública tinha com o modelo

47
(Junior, 1998)
48
(Resende, 1990)

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burocrático que vinha desde os anos 30. De acordo com Andrews e
Bariani49:
“A reforma de 1967 introduziu na administração
pública procedimentos gerenciais típicos do setor
privado, abriu espaço para a participação do
capital privado em sociedades de economia mista
e esvaziou um dos emblemas do Estado populista,
o Departamento Administrativo do Serviço Público
(DASP).”
Desta forma, os proponentes da reforma se baseavam em uma
noção de que haveria uma defasagem cada vez maior entre as
demandas de um país em desenvolvimento e as capacidades da
máquina pública. A excessiva centralização do governo e a falta de
planejamento tornavam a administração pública ineficaz, ineficiente e
irresponsável50.
O planejamento passou a ser encarado como uma condição
imprescindível para que a Administração Pública alcançasse uma
maior racionalidade em seus programas e ações. Assim, o
diagnóstico era de que as ações do Estado não eram planejadas.
Dentre os “gargalos” que tinham de ser solucionados para que este
planejamento pudesse ocorrer, podemos incluir: a falta de profissionais
capacitados no governo, um sistema de controle insuficiente e a falta de
supervisão das atividades do governo.
Desta maneira, buscou-se uma maior descentralização das
ações governamentais. Os órgãos centrais teriam de ser liberados da
execução das tarefas para poderem planejar, controlar e coordenar as
ações e programas governamentais.
Esta descentralização foi feita com a transferência de
responsabilidades dos órgãos centrais para a administração indireta. Além
da descentralização, buscou-se flexibilizar para a administração indireta
certos procedimentos burocráticos que existiam na administração direta.
De acordo com o DL200, a descentralização ocorreria em três
planos principais:
“a) dentro dos quadros da Administração Federal,
distinguindo-se claramente o nível de direção do
de execução;

49
(Andrews & Bariani, 2010)
50
(Andrews & Bariani, 2010)

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b) da Administração Federal para a das unidades
federadas, quando estejam devidamente
aparelhadas e mediante convênio;
c) da Administração Federal para a órbita privada,
mediante contratos ou concessões.”
Portanto, a descentralização envolveria a transferência de
atribuições “dentro” da própria administração direta (mediante a
delegação de poderes e responsabilidades para os níveis inferiores – nível
operacional), a transferência de atividades para os estados e municípios e
até mesmo da Administração Pública para a iniciativa privada (através de
concessões e contratos).
Dentre algumas mudanças incluídas na reforma, foi permitido que
os órgãos da Administração Indireta contratassem por meio da CLT.
Portanto, não existiria mais a estabilidade no emprego para os
empregados das empresas e órgãos da administração indireta,
possibilitando assim uma maior flexibilidade na contratação temporária e
na gestão de pessoal.
Outro aspecto importante foi a inclusão da descentralização e do
planejamento como princípios da Administração Pública. De acordo com
o Decreto Lei n° 20051:
“Art. 6º As atividades da Administração Federal
obedecerão aos seguintes princípios fundamentais:
I - Planejamento.
II - Coordenação.
III - Descentralização.
IV - Delegação de Competência.
V - Contrôle.”
Além disso, o próprio DASP foi extinto. O Decreto n°200 criou
em seu lugar o Departamento Administrativo do Pessoal Civil (com a
mesma sigla – DASP). Desta forma, a reforma “cortou” muitas das
atribuições do antigo DASP, tornando-o um mero “setor de pessoal”. As
funções de planejamento, por exemplo, passaram a ser desempenhadas
pelo Ministério do Planejamento e Coordenação Geral52.
Portanto, esta reforma foi uma tentativa de se superar a
rigidez do modelo burocrático e é considerada por algumas bancas
como a primeira iniciativa da administração gerencial no Brasil. Foi sem
dúvida uma reforma pioneira, que trazia aspectos ligados à
descentralização administrativa (apesar da forte centralização política

51
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/Decreto-Lei/Del0200.htm
52
(Andrews & Bariani, 2010)

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que ocorreu), ao planejamento e à autonomia, buscando mais
agilidade e eficiência da máquina pública.

o aspecto mais cobrado

Aviso: desta reforma em concursos


é a descentralização para a
Administração Indireta!

De acordo com o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado -


PDRAE53:
“A reforma operada em 1967 pelo Decreto-Lei
200, entretanto, constitui um marco na
tentativa de superação da rigidez
burocrática, podendo ser considerada como
um primeiro momento da administração
gerencial no Brasil. Mediante o referido decreto-
lei, realizou-se a transferência de atividades para
autarquias, fundações, empresas públicas e
sociedades de economia mista, a fim de obter-se
maior dinamismo operacional por meio da
descentralização funcional. Instituíram-se como
princípios de racionalidade administrativa o
planejamento e o orçamento, o
descongestionamento das chefias executivas
superiores (desconcentração/descentralização), a
tentativa de reunir competência e informação no
processo decisório, a sistematização, a
coordenação e o controle.”

para o PDRAE, a reforma de 67

Aviso: foi a primeira tentativa de


implantar o modelo gerencial
no Brasil!

Desta forma, neste período a administração indireta ganhou


uma grande autonomia, podendo contratar sem concursos públicos,

53
(Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, 1995)

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tendo facilidades em sua gestão que não existiam na administração
direta.
Entretanto, a reforma não alterou os procedimentos básicos
da administração direta, criando cada vez mais um fosso que separou
a administração indireta – mais capacitada, mais ágil e flexível - da
administração direta, que continuava com práticas clientelistas aliadas a
um modelo rígido da burocracia que se somava a baixos salários.
Esta realidade levou a um enfraquecimento do núcleo
estratégico do Estado e a uma constante tensão entre os órgãos
centrais e as empresas e autarquias da administração indireta.
Isto ocorria porque a administração direta pagava menos e oferecia
menos oportunidades aos seus servidores. Logo, acabava gerando uma
situação de conflito com os empregados das autarquias e fundações, que
estavam ligados a estes mesmos órgãos públicos (onde eram mal pagos e
tinham diversas “amarras” em sua gestão).
Vamos ver agora algumas questões?
36 - (FCC – TRT 23°/MT – TÉCNICO – 2011) O Decreto-Lei no
200/1967 baseou-se no diagnóstico de que a administração
federal, na época, caracterizava-se
(A) por excessiva concentração de atribuições nos órgãos de
cúpula.
(B) pela informalidade na tramitação dos processos
governamentais.
(C) pelo excesso de nepotismo nos níveis operacionais.
(D) por excesso de focalização nas atividades-fim.
(E) por funcionar de modo excessivamente autoritário.

Um dos principais diagnósticos presentes na época da criação do


Decreto 200 era o de que a Administração Pública estava muito
centralizada. Ou seja, de que o acúmulo de atribuições nos órgãos
centrais “emperrava” a máquina pública e causava atrasos e decisões
imperfeitas. Assim, uma das principais medidas foi a da descentralização.
O gabarito é mesmo a letra A.

37 - (FCC – TRT 23°/MT – ANALISTA – 2011) O Decreto-Lei no


200/1967 estabelece como principal medida
(A) a desconcentração administrativa, distinguindo as atividades
de direção das de execução.

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(B) o aumento da formalização na tramitação dos processos
governamentais, visando a maior impessoalidade na
administração pública federal.
(C) a indicação de profissionais do mercado para melhorar o
padrão gerencial da administração pública estadual.
(D) a redução dos níveis hierárquicos, visando transferir o poder
para os escalões inferiores da administração pública federal.
(E) a descentralização das atividades-meio, objetivando reduzir o
viés autoritário da administração pública federal.

Esta questão é um pouco capciosa, pois a desconcentração não está


explícita no texto legal do Decreto 200. De acordo com o DL200, a
descentralização ocorreria em três planos principais:
“a) dentro dos quadros da Administração
Federal, distinguindo-se claramente o nível
de direção do de execução;

b) da Administração Federal para a das unidades


federadas, quando estejam devidamente
aparelhadas e mediante convênio;
c) da Administração Federal para a órbita privada,
mediante contratos ou concessões.”
Como sabemos, o caso citado na letra “A” é, na verdade, uma
desconcentração. Portanto, o gabarito é a mesmo a letra A.

38 - (CESPE – AGU- AGENTE ADM. – 2010) As reformas realizadas


por meio do Decreto-lei n.o 200/1967 não desencadearam
mudanças no âmbito da administração burocrática central, o que
possibilitou a coexistência de núcleos de eficiência e de
competência na administração indireta e formas arcaicas e
ineficientes no plano da administração direta ou central.

A questão está certa. A reforma foi focada principalmente na


administração indireta, pois os militares (a exemplo do governo JK) não
queriam se “indispor” com o corpo burocrático existente, preferindo criar
novas estruturas com outro modelo mais flexível. Isso levou a uma
crescente diferenciação entre a administração direta e a indireta.
O gabarito é frase correta.
Esta autonomia dada à administração indireta levou a uma grande
expansão da intervenção do Estado na economia, com a criação de
diversas empresas públicas, sociedades de economia mista e autarquias.

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Infelizmente a reforma não atingiu seus objetivos e levou a
consequências desagradáveis. A maior autonomia dada à administração
indireta tornou mais fácil a continuação de práticas clientelistas e
patrimonialistas.
De acordo com Andrews e Bariani54:
“a diferenciação entre administração direta e
indireta flexibilizou os controles burocráticos, mas,
apesar de buscar a maior eficiência da
administração pública, criou novas oportunidades
para a captura do Estado por interesses privados.”
Em certo momento, os governos militares perderam o controle da
máquina pública. A administração indireta cresceu excessivamente até o
fim da década de 70, com a criação de inúmeras subsidiárias das
empresas públicas e a atuação do Estado em áreas que não deveriam ser
prioritárias. Segundo Bresser55:
“A reforma administrativa embutida no
Decreto-Lei 200 ficou pela metade e
fracassou. A crise política do regime militar, que
se inicia já em meados dos anos 70, agrava ainda
mais a situação da administração pública, na
medida que a burocracia estatal é identificada com
o sistema autoritário em pleno processo de
degeneração”
As crises do Petróleo, em 1973 e 1979, acabaram inviabilizando a
administração para o desenvolvimento, que já vinha desde os anos 50. O
processo de endividamento público, que “empurrava” os investimentos
públicos na economia passou a ser insustentável. Os juros internacionais
subiram muito nesta época e a liquidez do mercado financeiro
internacional caiu muito. Com isso, tomar dinheiro emprestado ficou
muito difícil.
Desta forma, o Estado, em grave crise fiscal e administrativa, teria
cada vez menos condições de ser o indutor do crescimento nacional.

39 - (ESAF – CGU – AFC - 2008) Apesar da heterogeneidade de


situações que caracterizam a administração pública brasileira nos
diferentes níveis de governo, a União tem promovido reformas em
sua estrutura para fazer face aos processos de industrialização e à
crise fiscal do Estado. A modernização da administração pública
por meio do uso de instrumentos próprios da gestão de empresas

54
(Andrews & Bariani, 2010)
55
(Bresser, 1996) apud (Costa, 2008)

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privadas, a criação de uma administração indireta com
procedimentos próprios de contratação e gestão de funcionários e
de processos de compras públicas são características presentes
........
Selecione a opção que completa corretamente a frase acima.
a) na criação do DASP.
b) na criação de Agências Reguladoras.
c) na formação do Estado brasileiro.
d) nas ações implementadas a partir do Decreto-Lei 200.
e) no alinhamento ao Estado mínimo.

Esta questão é bastante interessante. A ESAF cobrou aqui o


entendimento, bastante difundido entre os principais autores da área, de
que o modelo gerencial teve seu início na reforma de 1967 (que foi
institucionalizada pelo Decreto-Lei n°200).
Nesta reforma, a Administração Indireta ganhou instrumentos bem
diferenciados dos da Administração Direta, sendo mais próximos dos
instrumentos da gestão privada.
Desta maneira, teve maior flexibilidade e agilidade, com processos
de contratação de pessoal e materiais próprios. O gabarito é, portanto, a
letra D.

40 - (ESAF – CGU / AFC – 2008) No âmbito da Reforma do


Aparelho do Estado de 1995, foram previstas instituições
privadas, sem fins lucrativos com finalidade pública. A
qualificação de uma organização por meio de Termo de Parceria,
por sua iniciativa, visando ao fortalecimento da esfera pública não
estatal e o aumento do estoque de capital social são
características inerentes a ............
Escolha a opção correta.
a) Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público.
b) Organizações não-Governamentais.
c) Organizações Sociais.
d) Organizações Sociais de Classe.
e) Organizações a Serviço do Interesse Público.

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As entidades do terceiro setor que firmam Termos de Parceria com
a Administração Pública são as Organizações da Sociedade Civil de
Interesse Público – OSCIPs.
Estas entidades atuam em parceira com o Poder Público em
atividades não exclusivas do Estado. Desta maneira, o gabarito é a letra
A.

41 - (FCC – ISS-SP – AFTM – 2007) O Decreto-Lei no 200, que


embasou a reforma administrativa de 1967, é considerado um
avanço na busca de superação da rigidez burocrática e é tido
como um marco na introdução da administração gerencial no
Brasil. O referido diploma legal
A) estabeleceu mecanismos de controle de resultados e avaliação
de desempenho dos entes descentralizados.
B) desencadeou um movimento de centralização progressiva das
decisões no executivo Federal.
C) introduziu uma política desenvolvimentista, fundada em
parcerias com o setor privado.
D) promoveu a multiplicação de órgãos de planejamento junto às
Administrações Públicas federal, estadual e municipal, com o
objetivo de formularem planos regionalizados de fomento à
indústria.
E) possibilitou a transferência de atividades para autarquias,
fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista,
visando a alcançar descentralização funcional.

A primeira frase não está correta, pois a reforma não trouxe a


avaliação de desempenho como um dos seus aspectos. A segunda
alternativa também está incorreta, pois houve uma descentralização
administrativa, e não o contrário.
A terceira frase está incorreta, pois a reforma não introduziu uma
política desenvolvimentista. A reforma foi sim uma tentativa de adaptar a
máquina pública a esta política desenvolvimentista.
Já a letra D está errada, pois o Decreto lei 200 teve abrangência
somente no plano Federal, não nas esferas dos estados e municípios,
tampouco buscou formular planos regionalizados de fomento à indústria.
A alternativa E está correta e é nosso gabarito.

42 - (FCC – MP/SE – ADMINISTRADOR – 2009) A Reforma


Administrativa de 1967, implementada pelo Decreto-lei federal no
200,

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(A) cerceou a autonomia das entidades integrantes da
Administração indireta, submetendo-as às mesmas regras
previstas para a Administração direta, como licitações e concurso
público.
(B) retomou o processo de centralização da atuação
administrativa.
(C) introduziu mecanismos de parceria com instituições privadas
sem fins lucrativos.
(D) desencadeou um movimento de descentralização da atuação
estatal, com a transferência de atividades a autarquias,
fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista.
(E) priorizou a atuação do Estado no fomento e regulamentação
dos setores produtivos e a sua retirada como prestador direto de
serviços públicos.

A primeira alternativa está errada, pois o Decreto 200/67 fez


exatamente o contrário, ou seja, ampliou a autonomia destas entidades
integrantes da Administração Indireta. Pelo mesmo motivo, a alternativa
B está incorreta. O que ocorreu foi uma descentralização e não uma
centralização.
A letra C não constitui um dos aspectos da reforma de 67, portanto
está incorreta. A parceria que ocorreu foi com a iniciativa privada com fins
lucrativos, através das sociedades de economia mista (que contém capital
público e privado).
A letra D está correta. Já a alternativa E está equivocada, pois o
Estado não se retirou da prestação direta de serviços públicos. O que
ocorreu foi uma descentralização administrativa. Nosso gabarito é,
portanto, a alternativa D.

43 - (ESAF – SMF-RJ / FISCAL DE RENDAS - 2011) Sobre a


organização da administração pública brasileira, é correto afirmar
que:
a) por serem qualificadas como autarquias de natureza especial,
as agências reguladoras integram a administração direta.
b) ao contrário do que ocorre em relação às autarquias, a lei não
cria empresas públicas, apenas autoriza sua instituição.
c) agências reguladoras e agências executivas são categorias de
entidades pertencentes à administração indireta.
d) a Constituição Federal veda, aos municípios, a criação de
autarquias.

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e) no âmbito federal, as empresas públicas subordinam-se,
hierarquicamente, aos ministérios a que se vinculem.

A alternativa está errada, pois as agências reguladoras pertencem à


Administração Indireta e não à Direta. Já a letra B está perfeita e é o
gabarito. Já a letra C tem uma pegadinha! Tanto as agências reguladoras
quanto as agências executivas são espécies e não categorias de entidades
da Administração Indireta.
Na letra D, não existe esta vedação na CF/88. A letra E também
está errada, pois as empresas públicas não estão hierarquicamente
subordinadas aos ministérios, somente vinculadas. O gabarito é mesmo a
letra B.

44 - (ESAF – MTE / AUDITOR - 2010) Um consórcio público, com


personalidade jurídica de direito público, composto por alguns
municípios, pelos respectivos governos estaduais e pela União,
integra:
a) nos municípios e nos estados, a administração direta; na União,
a administração indireta.
b) nos municípios, nos estados e na União, a administração
indireta.
c) nos municípios, a administração direta; nos estados e na União,
a administração indireta.
d) nos municípios, nos estados e na União, a administração direta.
e) nos municípios e nos estados, a administração indireta; na
União, a administração direta.

Atualmente, os consórcios públicos são classificados como


pertencentes à Administração Indireta, em qualquer ente federativo.
Assim, o gabarito é a letra B.

45 - (ESAF – RFB / AUDITOR – 2009) Sobre a organização do


Estado brasileiro, é correto afirmar que:
a) administrativamente, os municípios se submetem aos estados,
e estes, por sua vez, submetem-se à União.
b) quando instituídas, as regiões metropolitanas podem gozar de
prerrogativas políticas, administrativas e financeiras diferenciadas
em relação aos demais municípios do estado.

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c) quando existentes, os territórios federais gozam da mesma
autonomia político-administrativa que os estados e o Distrito
Federal.
d) o Distrito Federal é a capital federal.
e) embora, por princípio, todos os entes federados sejam
autônomos, em determinados casos, os estados podem intervir
em seus municípios.

A letra A está errada, pois os entes federativos são autônomos, ou


seja, não existe hierarquia entre eles. A letra B está também errada, pois
as regiões metropolitanas não gozam destas prerrogativas. O mesmo
ocorre com a letra C, pois os territórios não contam com esta autonomia.
A letra D é uma “pegadinha” conhecida. A capital federal é Brasília e
não o Distrito Federal. Já a letra E está perfeita e é o nosso gabarito.

46 - (ESAF - CGU / AFC - 2008) Segundo o Plano Diretor de


Reforma do Aparelho do Estado de 1995, instituiu-se novos
modelos organizacionais visando à modernização da gestão da
administração pública: agências executivas e agências
reguladoras. Selecione, do ponto de vista conceitual, a opção
correta.
a) Agências reguladoras são criadas por determinação do
Presidente da República.
b) As atividades das agências executivas são definidas por Lei
pelo Congresso Nacional.
c) Agências reguladoras estão sujeitas à mudança de governo.
d) A finalidade das agências executivas é prestar serviços públicos
exclusivos do Estado.
e) Os dirigentes das agências reguladoras são de livre nomeação e
exoneração do Presidente da República.

A letra A está errada, pois estas são criadas através de Lei. No caso
da letra B, a qualificação das agências executivas ocorre com a assinatura
do contrato de gestão.
A letra C está equivocada, pois seus dirigentes servem por prazo
fixo e não podem ser exonerados sem uma justificativa. Este processo de
exoneração deve ser transitado em julgado.
O Gabarito é a letra D. De acordo com o PDRAE:
“Objetivos para as Atividades Exclusivas:

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- Transformar as autarquias e fundações que
possuem poder de Estado em agências
autônomas, administradas segundo um contrato
de gestão; o dirigente escolhido pelo Ministro
segundo critérios rigorosamente profissionais, mas
não necessariamente de dentro do Estado, terá
ampla liberdade para administrar os recursos
humanos, materiais e financeiros colocados à sua
disposição, desde que atinja os objetivos
qualitativos e quantitativos (indicadores de
desempenho) previamente acordados;
- Para isto, substituir a administração pública
burocrática, rígida, voltada para o controle a priori
dos processos, pela administração pública
gerencial, baseada no controle a posteriori dos
resultados e na competição administrada.
- Fortalecer práticas de adoção de mecanismos
que privilegiem a participação popular tanto na
formulação quanto na avaliação de políticas
públicas, viabilizando o controle social das
mesmas.”
Finalmente, a letra E está errada, pois como vimos os dirigentes
não podem ser exonerados livremente e a nomeação destes deve passar
por uma sabatina no Senado Federal. O gabarito da questão é mesmo a
letra D.

47 - (ESAF - CGU / AFC - 2008) No âmbito da Reforma do Aparelho


do Estado de 1995, foram previstas instituições privadas, sem fins
lucrativos com finalidade pública. A qualificação de uma
organização por meio de Termo de Parceria, por sua iniciativa,
visando ao fortalecimento da esfera pública não estatal e o
aumento do estoque de capital social são características inerentes
a...................Escolha a opção correta.
a) Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público.
b) Organizações não-Governamentais.
c) Organizações Sociais.
d) Organizações Sociais de Classe.
e) Organizações a Serviço do Interesse Público.

As entidades do terceiro setor que firmam Termos de Parceria com


a Administração Pública são as Organizações da Sociedade Civil de
Interesse Público – OSCIPs.

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Estas entidades atuam em parceira com o Poder Público em
atividades não exclusivas do Estado. Desta maneira, o gabarito é a letra
A.

48 - (ESAF - CGU / AFC - 2006) O Plano Diretor da Reforma do


Aparelho do Estado de 1995, introduz novos entes na
administração pública brasileira. À luz deste Plano, indique a
opção correta.
a) As Agências Executivas visam estabelecer regras de controle
para o mercado dos serviços terceirizados.
b) As Agências Reguladoras se destinam a executar atividades
típicas de Estado, por meio de entes públicos não-estatais.
c) A finalidade da Organização Social de Interesse Público
(OSCIP) é produzir bens e serviços para o mercado consumidor.
d) Os conselhos são órgãos do Ministério Público, constituídos de
autoridade hierárquica e poder deliberativo junto ao Congresso.
e) A finalidade das Organizações Sociais (OS) é exercer serviços
não-exclusivos do Estado por meio de contratos de gestão.

A banca inverteu os dois primeiros conceitos, pois quem deve


regular os setores privatizados são as agências reguladoras, ao passo que
as agências executivas, de acordo com o PDRAE, devem executar
atividades exclusivas do Estado.
A letra C também está errada, pois as OSCIPs não podem exercer
atividade com fins lucrativos voltados para o mercado. Estas devem
exercer atividades de interesse público.
Os conselhos são organizações que se prestam a participação
popular, e não são órgãos do Ministério Público. Entretanto, a letra E está
perfeita e é o nosso gabarito.

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Lista de Questões Trabalhadas na Aula.

1 - (FCC - TRF - 5ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2008) Os órgãos


públicos são:
a) centros de competência dotados de personalidade jurídica.
b) os agentes públicos que desempenham as funções da Administração
Pública.
c) centros de competência instituídos para o desempenho de funções
estatais.
d) unicamente os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
e) as pessoas, os sujeitos de direitos e obrigações, dentro da
Administração Pública.

2 – (FCC - TRF - 4ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2010) No que se


refere aos órgãos públicos, é INCORRETO afirmar ser característica destes
(algumas não presentes em todos), dentre outras, o fato de que:
a) não possuem patrimônio próprio, mas integram a estrutura da pessoa
jurídica.
b) têm capacidade para representar em juízo a pessoa jurídica que
integram.
c) não possuem personalidade jurídica e são resultado da
desconcentração.
d) podem firmar, por meio de seus administradores, contratos de gestão
com outros órgãos.
e) alguns possuem autonomia gerencial, orçamentária e financeira.

3 - (FCC - TRT - 7ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2009) Aplicam-se


às autarquias, dentre outras regras e princípios, o seguinte:
a) Por gozarem de autonomia, seus contratos não estão sujeitos a
licitação.
b) Não têm direito a ação regressiva contra seus servidores culpados por
danos a terceiros.
c) Agem por delegação do Poder que a instituiu.
d) Gozam de imunidade de impostos sobre seu patrimônio, renda e
serviços vinculados às suas finalidades essenciais ou delas decorrentes.
e) Subordinam-se hierarquicamente à entidade estatal a que pertencem.

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4 - (ESAF – RFB - ANALISTA – 2012) Quanto às autarquias no modelo da
organização administrativa brasileira, é incorreto afirmar que:
a) possuem personalidade jurídica.
b) são subordinadas hierarquicamente ao seu órgão supervisor.
c) são criadas por lei.
d) compõem a administração pública indireta.
e) podem ser federais, estaduais, distritais e municipais.

5 - (ESAF – RFB - ANALISTA – 2012) Não compõe a Administração Pública


Federal Direta:
a) a Secretaria da Receita Federal do Brasil.
b) a Presidência da República.
c) o Tribunal Regional Eleitoral.
d) o Ministério dos Esportes
e) a Caixa Econômica Federal.

6 - (FUNDATEC - AGENTE PROFISSIONAL – PROCURADOR – 2010) No


que tange à organização administrativa, avalie as assertivas baixo,
assinalando C, se correta, ou I, se incorreta.
( ) As empresas públicas e as sociedades de economia mista são pessoas
jurídicas de direito privado.
( ) A participação da sociedade de economia mista na empresa privada
dispensa a autorização legislativa.
( ) A área de atuação de fundações deve ser objeto de lei complementar.
( ) Qualquer tipo de lei pode criar autarquia, a qualquer tempo.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo,
é:
A) C – C – C – C.
B) C – C – C – I.
C) C – I – C – C.
D) C – I – C – I.
E) I – I – I – I.

7 - (FCC - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2013)


Distinguem-se as autarquias das sociedades de economia mista que

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exploram atividade econômica, dentre outras características, em função
de:
a) não serem dotadas de autonomia e personalidade jurídica própria,
embora submetidas ao regime jurídico de direito privado.
b) seu regime jurídico de direito público, exceto quanto ao processo de
execução ao qual se submetem, típico do direito privado.
c) sua criação ser autorizada por lei, bem como por se submeterem tanto
ao regime jurídico público, quanto ao regime jurídico privado.
d) serem criadas por lei, bem como em função de seu regime jurídico de
direito público.
e) se submeterem a processo especial de execução, que excetua o regime
dos precatórios, embora não afaste a prescritibilidade de seus bens.

8 - (CESPE - TRT 10ª REGIÃO – ANALISTA – 2013) As autarquias federais


detêm autonomia administrativa relativa, estando subordinadas aos
respectivos ministérios de sua área de atuação.

9 - (CESPE - TRT 10ª REGIÃO – ANALISTA – 2013) As empresas públicas


devem ser constituídas obrigatoriamente sob a forma de sociedade
anônima.

10 - (FUNDATEC – UFCSPA – ADMINISTRADOR – 2010) A Administração


Pública no Brasil pode ser apresentada como o resultado da soma da
Administração Direta e Indireta. A Constituição Federal, em seu artigo 37,
inicia revelando a existência de uma Administração Direta e Indireta no
âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios.
A Administração Indireta é formada por entidades, pessoas jurídicas
de Direito Público e de Direito Privado, nos termos do artigo 37, inciso
XIX, e do artigo 241 da mesma Constituição. São integrantes da
Administração Indireta, EXCETO:
A) as fundações públicas.
B) as empresas públicas.
C) as autarquias.
D) os serviços sociais autônomos.
E) as sociedades de economia mista.

11- (CESPE - ANATEL / ANALISTA - 2006) Segundo o plano diretor da


reforma do aparelho do Estado, o terceiro setor é entendido como aquele

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de atuação simultânea do Estado e da sociedade civil na execução de
atividades de interesse público ou social não-exclusivas do Estado. São
entidades do terceiro setor, por exemplo, as autarquias qualificadas como
agências executivas, por meio de contrato de gestão, após o qual estão
autorizadas a executar atividades mais eficientes de interesse público.

12 - (CESPE – TRE-BA / ANALISTA – 2010) Os contratos de gestão são


instrumentos modernos que possibilitam maior autonomia em algumas
agências do governo.

13 - (CESPE - TCU / ACE - 2008) A qualificação como organização da


sociedade civil de interesse público (OSCIP), atribuível às pessoas
jurídicas de direito privado, requer que tais organizações não tenham fins
lucrativos ou que, tendo-os, elas não distribuam os resultados aos seus
dirigentes e os apliquem preferencialmente na consecução do respectivo
objeto social.

14 - (CESPE – TJ-DF / ANALISTA - 2008) O uso indiscriminado da


expressão terceiro setor acabou por tornar o conceito demasiadamente
abrangente, fazendo que nele se possam enquadrar todos os modelos de
entidades que não se incluam no conceito do primeiro setor, o Estado, e
do segundo setor, o mercado.

15 - (ESAF - DNIT - TÉCNICO – 2013) A respeito das agências


reguladoras e das agências executivas, analise as assertivas abaixo,
classificando-as como Verdadeiras (V) ou Falsas (F). Ao final, assinale a
opção que contenha a sequência correta.
( ) A agência executiva é uma nova espécie de entidade integrante da
Administração Pública Indireta.
( ) O grau de autonomia da agência reguladora depende dos instrumentos
específicos que a respectiva lei instituidora estabeleça.
( ) Ao contrário das agências reguladoras, as agências executivas não
têm área específica de atuação.
( ) As agências executivas podem ser autarquias ou fundações públicas.
a) V, F, V, V
b) F, V, V, V
c) F, F, V, V
d) V, V, V, F
e) F, F, F, V

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16 - (ESAF – MTE – AFT - 2010) Tendo por base a organização


administrativa brasileira, classifique as descrições abaixo como sendo
fenômenos: (1) de descentralização; ou (2) de desconcentração. Após,
assinale a opção correta.
( ) Criação da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística(IBGE), para prestar serviços oficiais de estatística, geologia e
cartografia de âmbito nacional;
( ) Criação de delegacia regional do trabalho a ser instalada em
municipalidade recém emancipada e em franco desenvolvimento industrial
e no setor de serviços;
( ) Concessão de serviço público para a exploração do serviço de
manutenção e conservação de estradas;
( ) Criação de novo território federal.
a) 2 / 1 / 2 / 1
b) 1/ 2 / 2 / 1
c) 2/ 2 / 1 / 1
d) 1/ 2 / 1 / 1
e) 1/ 2 / 1 / 2

17 - (ESAF - DNIT - ANALISTA – 2013) A respeito do terceiro setor,


analise as afirmativas abaixo, classificando-as como verdadeiras ou
falsas. Ao final, assinale a opção que contenha a sequência correta.
( ) Integram o terceiro setor as pessoas jurídicas de direito privado, sem
fins lucrativos, que exercem atividades de interesse público, não
exclusivas de Estado, recebendo fomento do Poder Público.
( ) As entidades do terceiro setor integram a Administração Pública em
sentido formal.
( ) O terceiro setor coexiste com o primeiro setor, que é o próprio Estado
e com o segundo setor, que é o mercado.
( ) Integram o terceiro setor as organizações sociais de interesse público
e as organizações sociais.
a) V, V, F, V
b) V, F, V, V
c) F, F, V, V
d) V, F, F, V
e) V, V, V, F

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18 - (FCC - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) – JUIZ DO TRABALHO – 2012) A
respeito das agências reguladoras e agências executivas, é correto
afirmar que:
a) as agências reguladoras adquirem autonomia a partir de qualificação
obtida em face de contrato de gestão celebrado com o respectivo
Ministério supervisor.
b) as agências executivas caracterizam-se como autarquias de regime
especial, criadas por lei, com autonomia administrativa, orçamentária e
financeira.
c) ambas possuem regime especial, estabelecido na lei instituidora,
atuando as agências executivas na regulação de atividade econômica e as
agências reguladoras no controle e fiscalização de serviço público.
d) as agências executivas são empresas públicas ou fundações, com
autonomia ampliada a partir de decreto governamental, em face da
apresentação de plano para melhoria de eficiência e redução de custos.
e) as agências reguladoras possuem regime jurídico especial, fixado na
lei instituidora, garantindo maior grau de autonomia administrativa e
orçamentária que o conferido às demais autarquias.

19 - (FCC - 2008 - TRT - 19ª RREGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2007)


As agências reguladoras, criadas para regular e fiscalizar os serviços
prestados por empresas privadas que atuam na prestação de serviços,
que em suas essências seriam públicos, têm natureza jurídica de:
a) autarquias sob regime especial.
b) órgãos da Administração direta.
c) empresas públicas.
d) órgãos do Tribunal de Contas da União.
e) entidades privadas.

20 - (FCC - DPE-AM – DEFENSOR PÚBLICO – 2013) Mediante iniciativa do


Governador, o Estado do Amazonas aprova lei, cujos artigos iniciais estão
assim redigidos:
“Artigo 1º - Fica o Poder Executivo autorizado a instituir, por escritura
pública, sob a denominação de (...), uma (...) que se regerá por esta lei,
pelas normas civis, por seu estatuto e com as finalidades discriminadas
no artigo 2o .
§ 1º - A .... será uma entidade civil, sem fins lucrativos, com prazo de
duração indeterminado e adquirirá personalidade jurídica a partir da
inscrição, no Registro competente, do seu ato constitutivo, com o qual
serão apresentados o Estatuto e o respectivo decreto de aprovação”.

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Diante do texto legislativo acima, pode-se concluir que a entidade a ser
criada será uma:
a) empresa pública.
b) autarquia.
c) fundação de direito privado.
d) sociedade de economia mista.
e) associação pública.

21 - (FCC - TCE-AM – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – 2012) As


autarquias :
a) são pessoas jurídicas de direito público, com capacidade de auto-
administração, nos limites estabelecidos pela lei, não dotadas de
capacidade política.
b) sujeitam-se ao mesmo regime jurídico das pessoas públicas políticas
(União, Estados e Municípios), com capacidade de auto-administração e
criação do próprio direito.
c) são pessoas jurídicas de direito privado, dotadas de autonomia
administrativa e orçamentária em face do princípio da especialidade.
d) sujeitam-se ao regime privado, com especialização institucional e
autonomia administrativa, submetidas à tutela do ente instituidor.
e) sujeitam-se ao regime público, não se submetendo ao controle tutelar
do ente instituidor em face do princípio da especialidade e da autonomia
administrativa.

22 - (FCC - TST – ANALISTA JUDICIÁRIO- 2012) Uma pessoa jurídica que


se enquadre no conceito de autarquia:
a) é essencialmente considerada um serviço autônomo.
b) deve necessariamente possuir um regime jurídico especial.
c) terá garantia de estabilidade de seus dirigentes.
d) subordina-se hierarquicamente a algum Ministério, ou órgão
equivalente no plano dos demais entes federativos.
e) não integra a Administração Indireta.

23 - (FCC - TRT - 20ª REGIÃO (SE) – JUIZ DO TRABALHO – 2012) De


acordo com a normatização federal que disciplina a matéria, agência
executiva é:
a) fundação pública, constituída por lei sob regime especial que lhe
confere autonomia administrativa, orçamentária e financeira.
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b) entidade criada por lei, com autonomia administrativa, orçamentária e
financeira, para exercer poder de polícia.
c) autarquia de regime especial, estabelecido na lei instituidora, com
competência institucional para regular atividade econômica ou serviço
público prestado sob regime de concessão ou permissão.
d) a qualificação conferida, por decreto governamental, a empresas
públicas ou fundações governamentais, para ampliação da autonomia
administrativa, orçamentária e financeira.
e) a qualificação dada à autarquia ou fundação que celebre contrato de
gestão com o respectivo Ministério supervisor e que tenha plano
estratégico de reestruturação e desenvolvimento institucional para
melhoria da qualidade de gestão e redução de custos.

24 - (FCC - TRF - 2ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2012) A


administração indireta compreende, além de outras entidades, as
empresas públicas e sociedades de economia mista, as quais têm
personalidade jurídica de direito:
a) público e privado, respectivamente, criadas por lei de iniciativa do
Poder Executivo.
b) privado, instituídas mediante autorização de lei específica.
c) público e independem de lei complementar para suas instituições.
d) privado e público, respectivamente, sendo instituídas mediante lei
específica.
e) público, criadas por ato específico e privativo do chefe do Poder
Executivo.

25 - (FCC - TRT - 11ª REGIÃO(AM) – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2012)


Segundo a Constituição Federal, a instituição de fundação pública deve
ser autorizada por:
a) ato administrativo emanado pelo Poder Público federal que, inclusive,
definirá suas áreas de atuação.
b) ato administrativo emanado pelo Poder Público municipal, do Município
onde estiver localizada sua sede que, inclusive, definirá suas áreas de
atuação.
c) ato administrativo emanado pelo Poder Público estadual que, inclusive,
definirá suas áreas de atuação.
d) lei específica, cabendo à lei complementar definir suas áreas de
atuação.

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e) decreto municipal, emitido pelo Prefeito do Município onde estiver
localizada sua sede que, inclusive, definirá suas áreas de atuação.

26 - (FCC - TCE-PR – ANALISTA - 2011) Inserem-se entre as entidades


integrantes da Administração pública indireta, além das empresas
públicas, as:
a) sociedades de economia mista, as fundações públicas e as
Organizações Sociais ligadas à Administração por contrato de gestão.
b) autarquias, fundações e sociedades de economia mista, que são
pessoas jurídicas de direito público.
c) sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica,
que se submetem ao mesmo regime jurídico das empresas privadas e aos
princípios aplicáveis à Administração Pública.
d) fundações e autarquias, excluídas as sociedades de economia mista.
e) sociedades de economia mista, exceto as que operam no domínio
econômico em regime de competição com as empresas privadas.

27 - (FCC - TST – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2012) Compõe a Administração


pública direta da União:
a) o Departamento de Polícia Federal.
b) o Banco Central do Brasil.
c) a Agência Nacional de Aviação Civil.
d) a Caixa Econômica Federal.
e) a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.

28 - (CESPE – ANAC – ANALISTA – 2012) A desconcentração pressupõe,


obrigatoriamente, a existência de uma só pessoa jurídica.

29 - (FCC - TRT - 19ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2008) Quando


celebram termo de parceria com a Administração Pública, as
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, OSCIPs, como
entidades do terceiro setor:
a) passam a integrar a Administração Direta.
b) exercem atividade privada de interesse público.
c) transformam-se em empresas estatais.
d) exercem atividade de direito público.
e) não estão sujeitas a fiscalização por parte do Tribunal de Contas.

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30 - (FCC - TRT - 7ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2009) Sobre as


entidades do Terceiro Setor é correto afirmar:
a) para que entidades privadas se habilitem como Organização Social
têm que ter previsão no seu ato constitutivo, dentre outros requisitos, de
participação, no órgão colegiado de deliberação superior, de
representantes do Poder Público e de membros da comunidade, de
notória capacidade profissional e idoneidade moral.
b) as organizações sociais são definidas como pessoa jurídica de direito
público.
c) as organizações da sociedade civil de interesse público só podem
distribuir dividendos após cinco anos da sua criação.
d) as entidades qualificadas como organizações sociais não estão
obrigadas a realizar licitação para obras, compras, serviços e alienações,
relativamente aos recursos por ela administrados, oriundos de repasses
da União.
e) classificam-se como terceiro setor, dentre outras, as autarquias, as
organizações sociais e as empresas públicas.

31 - (FUNIVERSA - MC – TÉCNICO EM CONTABILIDADE – 2013) De


acordo com a doutrina, o terceiro setor é marcado pela presença de
entidades que exercem atividades de interesse social e coletivo e que, por
esse motivo, recebem incentivos do Estado dentro de uma atividade de
fomento, sendo conhecidas como entes de cooperação. A respeito desse
assunto, assinale a alternativa correta.

a) Essas entidades são de natureza pública, sem fins lucrativos.

b) As entidades do terceiro setor integram a administração pública


indireta.

c) As organizações sociais, também chamadas de OS, são criadas para


execução de serviços públicos exclusivos do Estado.

d) Essas entidades sujeitam-se a controle pela administração pública e


pelo Tribunal de Contas.

e) As instituições religiosas poderão receber a qualificação de


organizações da sociedade civil de interesse público.

32 - (ESAF - CVM - ANALISTA – 2010) São características comuns às


empresas públicas e às sociedades de economia mista, exceto:
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a) estão sujeitas ao controle finalístico do ente da administração direta
que as instituiu.
b) podem ser exploradoras de atividades econômicas ou prestadoras de
serviços públicos.
c) criação autorizada por lei específica.
d) na composição do capital social, exige-se a participação majoritária do
poder público.
e) embora possuam personalidade jurídica de direito privado, o regime de
direito privado a elas aplicável é parcialmente modificado por normas de
direito público.

33 - (ESAF - SUSEP – ANALISTA - 2010) Em nossos dias, embora sequer


sejam citadas(os) pelo Decreto-Lei n. 200/1967, também integram a
administração indireta as(os):
a) Organizações Sociais de Interesse Público.
b) Organizações Não-Governamentais sem fins lucrativos.
c) Organizações Sociais.
d) Consórcios Públicos com personalidade jurídica de direito público.
e) Parceiros Público-Privados sem fins lucrativos.

34 - (ESAF - MF – ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO – 2012)


Analise os casos concretos narrados a seguir e classifique- os como sendo
resultado de um dos fenômenos listados de acordo com o seguinte
código:
C = centralização
D = descentralização
DCON = desconcentração.
Após a análise, assinale a opção que contenha a sequência correta.
1.1. Serviço de verificação da regularidade fiscal perante o fisco federal e
fornecimento da respectiva certidão negativa de débitos, prestado pela
Receita Federal do Brasil.( )
1.2. Extinção de unidades de atendimento descentralizadas de
determinado órgão público federal para que o atendimento passe a ser
feito exclusivamente na unidade central. ( )
1.3. Serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia,
prestados em âmbito nacional pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística – IBGE.( )
a) D / C / DCON

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b) C / DCON / D
c) DCON / D / C
d) D / DCON / C
e) DCON / C / D

35 - (FCC - PGE-RJ – TÉCNICO SUPERIOR - 2009) A criação de entidades


da Administração indireta e a transferência, a estas, de atividades e
competências originalmente atribuídas a órgãos da administração direta
são decorrência de políticas administrativas tendentes à:
a) desconcentração.
b) descentralização.
c) privatização.
d) regulamentação.
e) subsidiariedade.

36 - (FCC – TRT 23°/MT – TÉCNICO – 2011) O Decreto-Lei no 200/1967


baseou-se no diagnóstico de que a administração federal, na época,
caracterizava-se
(A) por excessiva concentração de atribuições nos órgãos de cúpula.
(B) pela informalidade na tramitação dos processos governamentais.
(C) pelo excesso de nepotismo nos níveis operacionais.
(D) por excesso de focalização nas atividades-fim.
(E) por funcionar de modo excessivamente autoritário.

37 - (FCC – TRT 23°/MT – ANALISTA – 2011) O Decreto-Lei no 200/1967


estabelece como principal medida
(A) a desconcentração administrativa, distinguindo as atividades de
direção das de execução.
(B) o aumento da formalização na tramitação dos processos
governamentais, visando a maior impessoalidade na administração
pública federal.
(C) a indicação de profissionais do mercado para melhorar o padrão
gerencial da administração pública estadual.
(D) a redução dos níveis hierárquicos, visando transferir o poder para os
escalões inferiores da administração pública federal.
(E) a descentralização das atividades-meio, objetivando reduzir o viés
autoritário da administração pública federal.

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38 - (CESPE – AGU- AGENTE ADM. – 2010) As reformas realizadas por


meio do Decreto-lei n.o 200/1967 não desencadearam mudanças no
âmbito da administração burocrática central, o que possibilitou a
coexistência de núcleos de eficiência e de competência na administração
indireta e formas arcaicas e ineficientes no plano da administração direta
ou central.

39 - (ESAF – CGU – AFC - 2008) Apesar da heterogeneidade de situações


que caracterizam a administração pública brasileira nos diferentes níveis
de governo, a União tem promovido reformas em sua estrutura para fazer
face aos processos de industrialização e à crise fiscal do Estado. A
modernização da administração pública por meio do uso de instrumentos
próprios da gestão de empresas privadas, a criação de uma administração
indireta com procedimentos próprios de contratação e gestão de
funcionários e de processos de compras públicas são características
presentes ........
Selecione a opção que completa corretamente a frase acima.
a) na criação do DASP.
b) na criação de Agências Reguladoras.
c) na formação do Estado brasileiro.
d) nas ações implementadas a partir do Decreto-Lei 200.
e) no alinhamento ao Estado mínimo.

40 - (ESAF – CGU / AFC – 2008) No âmbito da Reforma do Aparelho do


Estado de 1995, foram previstas instituições privadas, sem fins lucrativos
com finalidade pública. A qualificação de uma organização por meio de
Termo de Parceria, por sua iniciativa, visando ao fortalecimento da esfera
pública não estatal e o aumento do estoque de capital social são
características inerentes a ............
Escolha a opção correta.
a) Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público.
b) Organizações não-Governamentais.
c) Organizações Sociais.
d) Organizações Sociais de Classe.
e) Organizações a Serviço do Interesse Público.

41 - (FCC – ISS-SP – AFTM – 2007) O Decreto-Lei no 200, que embasou


a reforma administrativa de 1967, é considerado um avanço na busca de

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superação da rigidez burocrática e é tido como um marco na introdução
da administração gerencial no Brasil. O referido diploma legal
A) estabeleceu mecanismos de controle de resultados e avaliação de
desempenho dos entes descentralizados.
B) desencadeou um movimento de centralização progressiva das decisões
no executivo Federal.
C) introduziu uma política desenvolvimentista, fundada em parcerias com
o setor privado.
D) promoveu a multiplicação de órgãos de planejamento junto às
Administrações Públicas federal, estadual e municipal, com o objetivo de
formularem planos regionalizados de fomento à indústria.
E) possibilitou a transferência de atividades para autarquias, fundações,
empresas públicas e sociedades de economia mista, visando a alcançar
descentralização funcional.

42 - (FCC – MP/SE – ADMINISTRADOR – 2009) A Reforma Administrativa


de 1967, implementada pelo Decreto-lei federal no 200,
(A) cerceou a autonomia das entidades integrantes da Administração
indireta, submetendo-as às mesmas regras previstas para a
Administração direta, como licitações e concurso público.
(B) retomou o processo de centralização da atuação administrativa.
(C) introduziu mecanismos de parceria com instituições privadas sem fins
lucrativos.
(D) desencadeou um movimento de descentralização da atuação estatal,
com a transferência de atividades a autarquias, fundações, empresas
públicas e sociedades de economia mista.
(E) priorizou a atuação do Estado no fomento e regulamentação dos
setores produtivos e a sua retirada como prestador direto de serviços
públicos.

43 - (ESAF – SMF-RJ / FISCAL DE RENDAS - 2011) Sobre a organização


da administração pública brasileira, é correto afirmar que:
a) por serem qualificadas como autarquias de natureza especial, as
agências reguladoras integram a administração direta.
b) ao contrário do que ocorre em relação às autarquias, a lei não cria
empresas públicas, apenas autoriza sua instituição.
c) agências reguladoras e agências executivas são categorias de
entidades pertencentes à administração indireta.
d) a Constituição Federal veda, aos municípios, a criação de autarquias.

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e) no âmbito federal, as empresas públicas subordinam-se,
hierarquicamente, aos ministérios a que se vinculem.

44 - (ESAF – MTE / AUDITOR - 2010) Um consórcio público, com


personalidade jurídica de direito público, composto por alguns municípios,
pelos respectivos governos estaduais e pela União, integra:
a) nos municípios e nos estados, a administração direta; na União, a
administração indireta.
b) nos municípios, nos estados e na União, a administração indireta.
c) nos municípios, a administração direta; nos estados e na União, a
administração indireta.
d) nos municípios, nos estados e na União, a administração direta.
e) nos municípios e nos estados, a administração indireta; na União, a
administração direta.

45 - (ESAF – RFB / AUDITOR – 2009) Sobre a organização do Estado


brasileiro, é correto afirmar que:
a) administrativamente, os municípios se submetem aos estados, e estes,
por sua vez, submetem-se à União.
b) quando instituídas, as regiões metropolitanas podem gozar de
prerrogativas políticas, administrativas e financeiras diferenciadas em
relação aos demais municípios do estado.
c) quando existentes, os territórios federais gozam da mesma autonomia
político-administrativa que os estados e o Distrito Federal.
d) o Distrito Federal é a capital federal.
e) embora, por princípio, todos os entes federados sejam autônomos, em
determinados casos, os estados podem intervir em seus municípios.

46 - (ESAF - CGU / AFC - 2008) Segundo o Plano Diretor de Reforma do


Aparelho do Estado de 1995, instituiu-se novos modelos organizacionais
visando à modernização da gestão da administração pública: agências
executivas e agências reguladoras. Selecione, do ponto de vista
conceitual, a opção correta.
a) Agências reguladoras são criadas por determinação do Presidente da
República.
b) As atividades das agências executivas são definidas por Lei pelo
Congresso Nacional.
c) Agências reguladoras estão sujeitas à mudança de governo.

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d) A finalidade das agências executivas é prestar serviços públicos
exclusivos do Estado.
e) Os dirigentes das agências reguladoras são de livre nomeação e
exoneração do Presidente da República.

47 - (ESAF - CGU / AFC - 2008) No âmbito da Reforma do Aparelho do


Estado de 1995, foram previstas instituições privadas, sem fins lucrativos
com finalidade pública. A qualificação de uma organização por meio de
Termo de Parceria, por sua iniciativa, visando ao fortalecimento da esfera
pública não estatal e o aumento do estoque de capital social são
características inerentes a...................Escolha a opção correta.
a) Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público.
b) Organizações não-Governamentais.
c) Organizações Sociais.
d) Organizações Sociais de Classe.
e) Organizações a Serviço do Interesse Público.

48 - (ESAF - CGU / AFC - 2006) O Plano Diretor da Reforma do Aparelho


do Estado de 1995, introduz novos entes na administração pública
brasileira. À luz deste Plano, indique a opção correta.
a) As Agências Executivas visam estabelecer regras de controle para o
mercado dos serviços terceirizados.
b) As Agências Reguladoras se destinam a executar atividades típicas de
Estado, por meio de entes públicos não-estatais.
c) A finalidade da Organização Social de Interesse Público (OSCIP) é
produzir bens e serviços para o mercado consumidor.
d) Os conselhos são órgãos do Ministério Público, constituídos de
autoridade hierárquica e poder deliberativo junto ao Congresso.
e) A finalidade das Organizações Sociais (OS) é exercer serviços não-
exclusivos do Estado por meio de contratos de gestão.

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Gabaritos.
1. C 17. B 33. D
2. B 18. E 34. E
3. D 19. A 35. B
4. B 20. C 36. A
5. E 21. A 37. A
6. D 22. A 38. C
7. D 23. E 39. D
8. E 24. B 40. A
9. E 25. D 41. E
10. D 26. C 42. D
11. E 27. A 43. B
12. C 28. C 44. B
13. E 29. B 45. E
14. C 30. A 46. D
15. B 31. D 47. A
16. D 32. D 48. E

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Bibliografia
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Marinela, F. (2012). Direito Administrativo. Niterói: Ímpetus.
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Resende, A. L. (1990). Estabilização e Reforma: 1964 - 1967. In: M. d.
Abreu, A Ordem do Progresso: cem anos de política econômica
republicana (pp. 213-232). Rio de Janeiro: Campus.
Torres, M. d. (2007). Agências, contratos e Oscips: a experiência pública
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Violin, T. C. (2006). Terceiro setor e as parcerias com a Administração
Pública: uma análise crítica. Belo Horizonte: Fórum.

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