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5.2 Materiais..............................................................................................................................125
5.2.1 Propriedades dos Materiais .........................................................................................126
5.2.1.1 Relações tensões-extensões ...............................................................................126
5.2.1.2 Efeitos diferidos no tempo. Retracção e fluência.................................................126
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João Veludo/Paulo Fernandes
Betão Armado I: Cap V - Estados Limites de Utilização
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João Veludo/Paulo Fernandes
Betão Armado I: Cap V - Estados Limites de Utilização
5.1 Introdução
Todas as estruturas e em particular as de betão armado, além da segurança em relação
aos estados limites últimos, devem comportar-se adequadamente em condições de
serviço, devendo-se efectuar a verificação aos estados limites de serviço, também
designados por estados limites de utilização.
De acordo com o EC2 os estados limites de utilização mais comuns são os seguintes:
- Limitação de tensões;
- Controlo da fendilhação;
- Controlo da deformação.
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Betão Armado I: Cap V - Estados Limites de Utilização
m n
S = ∑ G +Q + ∑ Ψ Q (5.1)
raro im 1k 1 j jk
i =1 j=2
m n
S = ∑ G + Ψ1 ⋅ Q + ∑ Ψ Q (5.2)
freq im 1k 2 j jk
i =1 j=2
m n
S = ∑ G + ∑ Ψ Q (5.3)
qp im 2 j jk
i =1 j =1
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Betão Armado I: Cap V - Estados Limites de Utilização
5.2 Materiais
Para os estados limites de serviço as propriedades dos materiais que interessa considerar
são as seguintes:
- Resistência do betão à tracção;
- Módulos de elasticidade do aço e do betão;
- Coeficiente de fluência e extensão de retracção do betão.
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Betão Armado I: Cap V - Estados Limites de Utilização
Ec Es=200GPa
fctm
a) Betão b) Aço
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Betão Armado I: Cap V - Estados Limites de Utilização
5.2.1.2.1 Fluência
p p
εc(to)
ϕ ≅ 2,5 .
σ c (t 0 ) σ c (t0 )
ε c (t∞ , t 0 ) = ε c (t 0 ) + ε cc (t∞ , t 0 ) = ε c (t 0 ) + ϕ (t∞ , t 0 ) ⋅ ε c (t 0 ) = + ϕ (t ∞ , t0 ) ⋅ ⇔
Ec (t 0 ) Ec (t 0 )
σ c (t0 ) σc
⇔ ε c (t∞ , t0 ) = ⋅ (1 + ϕ ) ⇒ ε c (t ∞ , t 0 ) = ε c (t 0 ) ⋅ (1 + ϕ ) ⇒ ε c (t ∞ , t 0 ) =
Ec
, com Ec* =
Ec (t 0 ) E *
c 1+ϕ
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As
⎛1⎞ 1
δ = f ⎜ ⎟ e pelo Principio dos Trabalhos Virtuais (P.T.V) → δ = ∫ M ⋅ ⋅ dx
⎝r⎠ L
r
1 ε (t ) + ε cc (t , t 0 ) + ε s
= c 0 (5.6)
r (t , t 0 ) d
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Betão Armado I: Cap V - Estados Limites de Utilização
Nos casos em que não seja necessário grande precisão o coeficiente de fluência (ϕ) pode
ser obtido pelo quadro 5.1 (ver clausula 3.1.2.5.5 do EC2).
Quadro 5. 1 - Coeficiente de fluência ϕc(t∞,t0) para betão de peso normal
5.2.1.2.2 Retracção
L=100 m
Figura 5. 6 - Exemplo
ΔL
ε= ⇒ ΔL = ε ⋅ L → ΔL = −4 E − 4 ⋅ 100 = −0,04m
L
Uma ponte com um vão de 100 m diminui 4cm devido ao efeito da retracção.
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De acordo com o artigo 32 do REBAP pode considerar-se, nos casos correntes, para a
determinação de esforços actuantes, que os efeitos devidos à retracção são assimilados a
um abaixamento lento e uniforme da temperatura de 15º C.
α = 10 ⋅ 10 −6 /º C - coeficiente de dilatação térmica do betão
− 2E − 4 a − 4E − 4
ε Δt = α ⋅ ΔT → ΔTequivalente = ε cs / α ⇒ ΔTequivalente = = −20º C a − 40º C
10 E − 5
Se a retracção for impedida por restrições ao nível da secção ou da estrutura pode ocorrer
fendilhação.
As ε
Nos casos em que não seja necessário grande precisão a extensão de retracção podem
ser obtidos pelo quadro 5.2 (ver clausula 3.1.2.5.5 do EC2).
Quadro 5. 2 - Extensões finais de retracção εcs∞ (em %)
para betão de peso normal
Espessura equivalente
Localização do Humidade he=2Ac/u (mm)
elemento relativa (%)
150 600
Interior 50 -0,60 -0,50
exterior 80 -0,33 -0,28
Ac - área da secção transversal do betão; u - parte do perímetro da
secção transversal em contacto com o ambiente.
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garantindo que a tensão na fibra mais traccionada seja inferior à resistência característica
à tracção ou em certos casos à sua tensão média.
As tensões nas armaduras que, em condições de serviço, possam levar a deformações não
elásticas do aço (εs≤εsyd) devem ser evitadas para impedir o aparecimento de fendas
largas e permanentemente abertas.
De acordo com o EC 2, para impedir esta situação a tensão no aço deve ser limitada a:
σ s ≤ 0,8 ⋅ f ck (5.9)
As tensões são verificadas considerando que toda a secção está activa e que as extensões
no aço e no betão são lineares.
a
ε σ
As2 ε σ
x
h
d
a
As1 ε σ
b
ε σ
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Betão Armado I: Cap V - Estados Limites de Utilização
Secção homogeneizada:
⎧σ s = E s ⋅ ε s σ σ E
⎨ → εs = εc ⇔ s = c → σ s = s ⋅σ c → σ s = α ⋅σ c (5.10)
⎩σ c = Ec ⋅ ε c E s Ec Ec
em que:
α - coeficiente de homogeneização
Quando mais de 50% da tensão é provocada por acções quase permanentes poderá admitir-
-se um valor de α=15, caso contrário E s / Ecm ≤ α ≤ 15 (ver artigo 69º do REBAP).
⋅ (h − x ) ; σ s1 = α ⋅ σ c1 ⋅ (d − x )
M
σ c1 = (5.11) (5.12)
I ci
; σ s 2 = α ⋅ σ c 2 ⋅ (x − a )
M
σ c2 = ⋅x (5.13) (5.14)
I ci
⋅ (h − x ) (5.15) ; σ s1 = α ⋅ σ c1 ⋅ (d − x )
N M
σ c1 = +
Aci I ci
; σ s 2 = α ⋅ σ c 2 ⋅ (x − a )
N M
σ c2 = + ⋅x (5.16)
Aci I ci
em que:
M – momento flector correspondente à combinação em causa;
No caso de percentagens de armadura baixas e não ser exigido grande rigor poderá
considerar-se para o cálculo das tensões os valores de Ac e Ic (características geométricas
da secção só de betão).
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Betão Armado I: Cap V - Estados Limites de Utilização
Para o cálculo de tensões em secção fendilhada, σ c > f ctm , considera-se que o betão é
x
h
d
As1 ε σ
b
ε
Por simplicidade considere-se a situação de uma secção sujeita à flexão simples (N=0) e
com As2=0.
- Determinação da posição da linha neutra (x)
b ⋅ x2
= α ⋅ As1 ⋅ (d − x ) igualdade de momentos estáticos
2
⎧ε c2 ε s1 d−x
⎪ x = d − x → ε s1 = ε c 2 x
⎪
⎪ b ⋅ x2
⎨ c
F = F s → σ c2 ⋅ b ⋅ x / 2 = As1 ⋅ σ s → ε c2 ⋅ E c ⋅ b ⋅ x / 2 = As1 ⋅ E s ⋅ ε s1 → = α ⋅ As1 ⋅ (d − x )
⎪ 2
⎪ σs σc Es
⎪ε s = ε c → E = E → σ s = E ⋅ σ c → σ s = α ⋅ σ c
⎩ s c c
fazendo k = x / d ; α = E s / Ec ; ρ = As1 / (b ⋅ d ) ; ξ = z / d
ξ 2 + 2 ⋅α ⋅ ρ ⋅ξ − 2 ⋅α ⋅ ρ = 0 (5.17)
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2 Ms Ms
σ c2 = ⋅ = Cc ⋅ (5.18)
k ⋅ (1 − k / 3) b ⋅ d 2
b⋅d2
2 1− k Ms Ms
σ s1 = α ⋅ ⋅ = α ⋅ Cs ⋅ (5.19)
k ⋅ (1 − k / 3) k b ⋅ d 2
b⋅d2
a) Tabelas
Dados: β = As 2 / As1 ; a / d
⋅ ( x − 0,1d )
Ms Cc
σ s1 = α ⋅ C s ⋅ (5.19) ; σ s1 = α ⋅ (5.20)
b⋅d2 x
Ms Cc
σ c = −Cc ⋅ (5.21) ;x = ⋅d (5.22)
b⋅d2 Cc + C s
em que:
Cc e Cs são coeficientes que dependem de es/d e α.ρ [ ρ = As1 /(b ⋅ d ) ]
Notas:
es
- Flexão simples → N=0 ⇒ =∞
d
es M s / N
- Flexão composta → N≠0 ⇒ =
d d
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Betão Armado I: Cap V - Estados Limites de Utilização
O betão é um material com uma resistência à tracção muito baixa o que torna inevitável a
ocorrência de fissuras.
A fendilhação deve ser limitada a determinados valores para evitar a corrosão das
armaduras.
A largura das fissuras é normalmente referida à superfície do betão ou ao nível das
armaduras.
Figura 5. 10 - - Fendilhação
Sob o ponto de vista estético é aceitável admitir valores das fissuras da ordem dos 0,25 a
0,38 mm.
Sob o ponto de vista de corrosão das armaduras os valores dependem do tipo de
ambiente e da sensibilidade das armaduras à corrosão. De acordo com o REBAP esses
limites estão fixados entre os 0,1 e 0,3 mm.
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fendas
principais
fundação
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Betão Armado I: Estados Limites de Deformação
expansão devida
à ferrugem
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Betão Armado I: Estados Limites de Deformação
Considere-se a seguinte peça composta por um varão de secção As, envolvida por uma
área Ac de betão armado.
N N As
σ
Figura 5. 15 - Peça de betão armado sujeita à tracção
máxima tensão de tracção que o betão consegue suportar aparece a primeira fissura:
σs σc Es
εs = εc ⇒ = ⇔ σs = ⋅σ c ⇔ σ s = α ⋅σ c
Es Ec Ec
Após o aparecimento da primeira fenda todo o esforço passa a ser absorvido pelo aço. A
tensão no aço aumenta bruscamente. Por efeito de aderência entre o aço e o betão, na
região adjacente à fenda ocorre uma transferência de tensões. Por este mecanismo a
tensão do betão que é nula junto á fissura, vai aumentando com o afastamento desta e a
do aço vai diminuindo. Quando as tensões na secção atingem uma distribuição uniforme,
poderá ocorrer outra fissura a uma distância s da primeira. Esta segunda fenda formar-se-
-á em princípio a uma distância s ≥ s r .
Ac
σ c = f ct ⇒ f ct ⋅ Ac = As ⋅ Δσ s ⇔ Δσ s = ⋅ f ct
As
N N
1
⇒ Δσ s = ⋅ f ct aumento da tensão do aço
ρ
Figura 5. 16 -
N τ N N
σc = = f ct ⇔ N = f ct ⋅ Ac
Ac
s σ
Figura 5. 17 -
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Betão Armado I: Estados Limites de Deformação
Uma vez estabilizada a fendilhação, a distância média (srm) entre fendas terá um valor
entre sr e 2sr. Conhecida a distância média entre fendas, srm, a largura das fendas pode
ser determinada pela seguinte relação:
wm = srm ⋅ (ε sm − ε cm ) (5.23)
em que:
srm – distância média entre fendas;
A extensão média do betão é muito pequena comparada com a da armadura. Assim, para
o cálculo da largura média das fendas poderemos desprezar εcm. Por outro lado para
estarmos do lado da segurança deveremos utilizar o valor característico superior de w e
não o seu valor médio (wm) o que corresponde a utilizar-se um factor de segurança de
1,7. Assim para o cálculo de w deveremos utilizar a seguinte expressão:
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Betão Armado I: Estados Limites de Deformação
L
Lo
N N
srm
εs2
σ
εs1
σ
ε ;ε
ε
ε
ε
onde:
ΔL L − L0
ε sm = = – deformação média da armadura;
L0 L0
N N As ΔL w
εs = =
L s
s s s
Ac ⇒ w = s ⋅εs
w - abertura de fendas
s - distância entre fendas
σs N
s s s εs = e σs =
Es As
w w
Figura 5. 19 -
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Betão Armado I: Estados Limites de Deformação
De acordo com a figura 5.18 a distância entre fendas obtêm-se do seguinte modo:
f ct Ac
N serviço = N resistente ⇔ f ct ⋅ Ac = τ m ⋅ Acontacto ⇔ f ct ⋅ Ac = τ m ⋅ s ⋅ u ⇒ smin = ⋅ com
τm u
As A π ⋅φ 2 Ac π ⋅ φ 2 1 φ
ρ = ⇔ Ac = s = e u = π ⋅φ ⇒ = ⋅ =
Ac ρ 4⋅ρ u 4 ⋅ ρ π ⋅φ 4 ⋅ ρ
f ct φ
s min = ⋅ (5.25)
τ m 4ρ
No caso da flexão, a distribuição de tensões no betão não é constante (ver figura 5.17)
como nos problemas de tracção pura, mas sim triangular.
1 1 f φ
τ N serviço = ⋅ f ct ⋅ Ac → smin = ⋅ ct ⋅ (5.26)
2 2 τ m 4ρ
s f
Figura 5. 20 -
Por outro lado a transmissão de tensões do aço para o betão através de tensões de
aderência dá-se apenas numa zona localizada em torno da armadura como ilustra a figura
seguinte.
hr
d
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Betão Armado I: Estados Limites de Deformação
Se definirmos uma percentagem de armadura relativa à área de betão efectiva dada por:
As
ρr = (5.27)
Ac ,r
φ
s = 0,25 ⋅ η1 ⋅ η 2 ⋅ (5.28)
ρr
em que:
f ct
η1 = – coeficiente que tem em conta as propriedades de aderência dos varões;
τm
η2 – coeficiente que tem em conta a forma da distribuição das tensões de tracção na secção
(η2=1/4 para tracção pura e η2=1/8 no caso de flexão simples);
ε1 + ε 2
- η2 = no caso de tracção excêntrica
7,5 φ
2 ⋅ε2
c
Figura 5. 22 -
As
ρr =
Ac ,r
Nota: quando forem utilizados na mesma secção transversal, varões com diâmetros
diferentes, deve ser utilizado na expressão anterior um diâmetro equivalente dado por:
n1 ⋅ φ12 + n2 ⋅ φ 22
φeq =
n1 ⋅ φ1 + n2 ⋅ φ 2
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Betão Armado I: Estados Limites de Deformação
σ sm
ε sm = (5.29)
Es
em que:
σsm – valor médio da tensão na armadura;
De acordo com a figura 5.18 a tensão máxima na armadura verifica-se junto à fissura
diminuindo por efeito da contribuição do betão. A diferença entre a tensão média e a
tensão máxima na armadura depende da contribuição do betão entre fendas. Assim o
valor médio da extensão na armadura deve ser determinado por uma expressão do tipo:
σ sm
ε sm = ε s − ε c = − εc (5.30)
Es
N N
N<N
L L
ε ε ε
Figura 5. 23 - Deformações relativas da armadura
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Betão Armado I: Estados Limites de Deformação
σ sr
ε sm = ε s 2 − Δε s = ε s 2 − Δε s ,mx ⋅
σ s2
σ sr ⎛ ε σ ⎞ σ
= ε s 2 − (ε s 2 r − ε s1r ) ⋅ = ε s 2 ⋅ ⎜⎜1 − s 2 r ⋅ sr ⎟⎟ + ε s1r ⋅ sr
σ s2 ⎝ ε s2 σ s2 ⎠ σ s2
⎛ ⎛ σ ⎞2 ⎞ ⎛σ ⎞
2
= ε s 2 ⋅ ⎜1 − ⎜⎜ sr ⎟⎟ ⎟ + ε s1r ⋅ ⎜⎜ sr ⎟⎟ (5.33)
⎜ ⎝ σ s2 ⎠ ⎟ ⎝ σ s2 ⎠
⎝ ⎠
ς = 0 para σ s 2 < σ sr
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João Veludo/Paulo Fernandes
Betão Armado I: Estados Limites de Deformação
No caso da flexão as expressões são ainda válidas. A extensão média da armadura pode
ser definida de uma forma geral pela seguinte expressão:
ε sm = (1 − ζ ) ⋅ ε s1 + ζ ⋅ ε s 2 (5.36)
Para se ter em conta a aderência das armaduras e do tempo de duração e repetição das
cargas são introduzidos dois parâmetros na expressão 5.35 que define o coeficiente de
repartição ζ:
σ sr2
ς = 1 − β1 ⋅ β 2 ⋅ (5.37)
σ s22
ς = 0 para σ s 2 < σ sr
em que:
1
β1 = - coeficiente que tem em conta as características de aderência dos varões;
2,5η1
σ ε σ
ε ε
σ ε σ ε
σ σ
(1− ζ (ε − ε (1− ζ (ε
ε ε
Figura 5. 24 - a) extensão média da armadura; b) extensão relativa
média da armadura em relação ao betão adjacente
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Betão Armado I: Estados Limites de Deformação
wk ≤ w (5.39)
wk = 1,7 ⋅ wm (5.40)
wm = srm ⋅ ε sm (5.41)
em que:
wm - valor médio da largura de fendas;
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Betão Armado I: Estados Limites de Deformação
⎛ s ⎞ φ
srm = 2 ⋅ ⎜ c + ⎟ + η1 ⋅ η 2 ⋅ (5.42)
⎝ 10 ⎠ ρr
em que:
c - recobrimento da armadura;
ε1 + ε 2
η2 = 0,25 ⋅ (5.43)
2 ⋅ ε1
em que:
φ - diâmetro dos varões da armadura
ρr =As/Ac,r:
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Betão Armado I: Estados Limites de Deformação
σs ⎡ ⎛σ ⎞
2
⎤
ε sm = ⋅ ⎢1 − β1 ⋅ β 2 ⋅ ⎜⎜ sr ⎟⎟ ⎥ (5.44)
Es ⎢
⎣ ⎝ σs ⎠ ⎥⎦
em que:
σs - tensão de tracção na armadura (calculada em Estado II);
⎡ ⎛ σ sr ⎞⎤
⎢1 − β1 ⋅ β 2 ⋅ ⎜⎜ ⎟⎟⎥ ≥ 0,4
⎣ ⎝ σ s ⎠⎦
De acordo com o artigo 70.3 do REBAP nos casos correntes de vigas considera-se
satisfeita a verificação da segurança em relação aos estado limite de abertura de fendas,
quando se trate de armaduras ordinárias e de ambientes pouco ou moderadamente
agressivos, desde que sejam compridas as disposições do artigo 91º.
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Betão Armado I: Estados Limites de Deformação
Momentos devido
às cargas
permanentes
EI
EIII
EII
curvaturas
1/rm
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Betão Armado I: Estados Limites de Deformação
Por forma a ter em conta o efeito da fendilhação é necessário considerar uma curvatura
média para cada zona do elemento.
I II
⎛1⎞ M ε − ε cm
⎜⎜ ⎟⎟ = = sm (5.46)
⎝ rm ⎠ Ec ⋅ I m d
⎧ε sm = (1 − ζ ) ⋅ ε s1 + τ ⋅ ε s 2
⎨ (5.47)
⎩ε cm = (1 − ζ ) ⋅ ε c1 + τ ⋅ ε c 2
Conforme se pode observar do gráfico 5.27 a curvatura média pode ser obtida através de
uma média ponderada entre as curvaturas em Estado I e Estado II, considerando um
coeficiente de repartição. Substituindo 5.48 em 5.47 teremos a curvatura média:
⎛1⎞
⎜⎜ ⎟⎟ = (1 − ζ ) ⋅ I + ζ ⋅ II
1 1
(5.48)
⎝ rm ⎠ r r
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Betão Armado I: Estados Limites de Deformação
⎧ ⎛ M sr ⎞
2
⎪ζ = 1 − β1 ⋅ β 2 ⋅ ⎜ ⎟
⎨ ⎝ M ⎠ (5.49)
⎪ζ = 0 para M < M
⎩ r
⎛1⎞ 1 1 1 ⎛ ε ⎞
⎜ I ⎟= k s1 ⋅ + k s1 ⋅ kϕ 1 ⋅ ϕ ⋅ + = ⎜ k cs1 ⋅ cs ⎟ (5.50)
⎝r ⎠
c
r
r rcs1 ⎝
c
⎠
d
influência da armadura influência da fluência influência da retracção
influência da retracção
influência da armadura
influência da fluência
⎛ 1 ⎞ 1 1 1 ⎛ ε ⎞
⎜ II ⎟ = ks2 ⋅ + k s 2 ⋅ kϕ 2 ⋅ ϕ ⋅ + = ⎜ k cs1 ⋅ cs ⎟ (5.51)
⎝r ⎠ rc rc rcs 2 ⎝ d ⎠
em que:
ks1 e ks2 – coeficientes que têm em conta a influência das armaduras;
ϕ - coeficiente de fluência;
Os coeficientes ks1, ks2, kϕ1, kϕ2 traduzem a influência das armaduras e da fluência
respectivamente e permitem calcular as curvaturas em Estado I e Estado II a partir da
curvatura elástica obtida considerando o material homogéneo e elástico.
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João Veludo/Paulo Fernandes
Betão Armado I: Estados Limites de Deformação
A deformação a (flecha, rotação) de um elemento sujeito à flexão, pode ser calculada, por
integração das curvaturas médias aplicando o principio dos trabalhos virtuais.
1
l
a=∫ ⋅ M ⋅ dx (5.52)
or
m
em que:
a - flecha
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Betão Armado I: Estados Limites de Deformação
(1 − ζ (a − a
a=(1− ζ a + ζa a
ζ=1-M /M
Figura 5. 29 - Relação bilinear momento-curvatura
O método consiste em calcular os valores das flechas (a1) em Estado I e (a2) em Estado II
a partir da flecha de base (ac) (calculada em regime elástico com rigidez EIc considerando
só o betão e não fendilhado). O cálculo das flechas é efectuado considerando apenas as
características da secção determinante.
2
⎛M ⎞
ζ = 1 − β1 ⋅ β 2 ⋅ ⎜ sr ⎟ = ct (5.53)
⎝ M ⎠
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Betão Armado I: Estados Limites de Deformação
τ = τ vão
τ = τ apoio
2τ vão + τ apoio
τ=
3
c) Cálculo de flechas
l 1
a=∫ ⋅ M ⋅ dx
0 rm
l⎡ 1⎤
a = ∫ ⎢(1 − τ ) I + τ ⋅ II ⎥ ⋅ M ⋅ dx
1
(5.54)
0
⎣ r r ⎦
- M = M D ⋅ M cr
M cr2 M
τ = 1 − β1 ⋅ β 2 ⋅ = 1 − β1 ⋅ β 2 ⋅ cr = ct no vão
M D ⋅ M cr MD
a = (1 −τ D )∫
l 1 l 1
0 rI
⋅ M ⋅ dx + τ ⋅ ∫0 r II ⋅ M ⋅ dx
a = (1 − τ D ) ⋅ aI + τ D ⋅ aII (5.55)
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Betão Armado I: Estados Limites de Deformação
L⎡ ε ⎤
a II = ∫ ⎢k s 2 ⋅ (1 + kϕ 2 ⋅ ϕ ) ⋅ + k cs 2 ⋅ cs ⎥ ⋅ M ⋅ dx
1
(5.57)
0
⎣ rc d ⎦
L⎡ ε ⎤
a II = ∫ ⎢k s 2 ⋅ (1 + kϕ 2 ⋅ ϕ ) ⋅ + k cs 2 ⋅ cs ⎥ ⋅ M ⋅ dx = (k s 2 + k s 2 ⋅ kϕ 2 ⋅ ϕ ) ⋅ ac
1
(5.59)
0
⎣ rc d ⎦
[ ]
a = (1 − τ ) ⋅ k s1 ⋅ (1 + kϕ 1 ⋅ ϕ ) + τ ⋅ k s 2 ⋅ (1 + kϕ 2 ⋅ ϕ ) ⋅ ac
a = k ⋅ ac (5.61)
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Betão Armado I: Estados Limites de Deformação
ϕ = 0 → k0 = (1 − τ ) ⋅ ks1 + τ ⋅ ks 2 (5.62)
a = k0 ⋅ ac (5.63)
em que:
k0 – coeficiente global de correcção para flechas sob acções instantâneas, que tem em conta
o efeito das armaduras e da fendilhação (função de d / h ; α ⋅ ρ ; M cr / M D );
ac – flecha base.
a = η ⋅ kt ⋅ ac (5.64)
em que:
kt - coeficiente global de correcção para flechas sob acções de longa duração, que tem em
conta o nível de solicitação, o efeito das armaduras e da fluência (função de ϕ ; d / h ;
α ⋅ ρ ; M cr / M D );.
k = k vão ;
k = k apoio
2k vão + k apoio
k=
3
De uma maneira generalizada o coeficiente k pode ser obtido pela seguinte ponderação:
2 ⋅ kv + n ⋅k ap
k= (5.65
n+2
em que:
kv – coeficiente para a secção de meio vão;
1
Vigas e lajes a≤ ⋅l (casos correntes) (5.66)
400
a ≤ 1,5 (se a deformação afecta paredes divisórias) (5.67)
De acordo com o artigo 89º a altura de vigas de betão armado a menos de justificação
especial com base no estipulado nos artigos 72º e 73º, deve em geral satisfazer a
seguinte condição:
li
≤ 20 ⋅ η (5.68)
h
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Betão Armado I: Estados Limites de Deformação
em que:
h – altura da viga
li=α.l - vão equivalente da viga, sendo l vão teórico e α um coeficiente cujos valores são
dados no quadro XIII para condições de carregamento que não incluam cargas concentradas
de efeitos significativos;
A235 η=1,4
A400 η=1,0
A500 η=0,8
No caso de vigas cuja deformação afecte paredes divisórias, a menos que a fendilhação
dessas paredes seja contrariada por outras medidas adequadas, deve ser respeitada a
seguinte condição, além da indicada nos números anteriores:
li 120
≤ ⋅η (5.69)
h li
- 150 -
João Veludo/Paulo Fernandes