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DGTD Aplicado a Problemas com Múltiplas

Escalas em Nanofotônica

Fidel Souza
UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais
PPGEE - Programa de Pós-graduação em Engenharia Elétrica

17/02/2017

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Sumário
1 Introdução
Cristais Fotônicos
Guias Planares
Multiescala
2 Objetivos
3 Estado da Arte
4 Modelagem Numérica DGTD
Equações de Maxwell - Lei de Conservação
Discretização do Domı́nio
Forma Forte com Fluxo Numérico
Forma Semi-discreta
Integração do Tempo
5 Proposta de Contribuições Originais
6 Cronograma
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1 - Introdução

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Introdução

Método LTS-DGTD proposto:

• Passo de tempo local - Multi-camadas

• Integração do tempo - SSPRK

• Ordem p diferentes - Camadas

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1.1 - Cristais Fotônicos

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Cristais Fotônicos

Os cristais fotônicos apresentam periodicidade em seu ı́ndice de


refração.

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Cristais Fotônicos
Essa periodicidade é responsável pelo aparecimento das bandas
proibidas (photonic band gaps).

Os projetos de dispositivos passam primeiro pela


determinação de seu diagrama de bandas.
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1.2 - Guias Planares

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Guias Planares

Guias planares baseados em 2D-PhC.

Figura: Fonte: Baba et. al. 2008.[1]

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Guias Planares

Estudo teórico:

• Fenômenos fı́sicos.
• Projeto de dispositivos.

Métodos - categorias:

• Domı́nio da frequência.
• Domı́nio do tempo.

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1.3 - Multiescala

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Multiescala

Multiescala em um guia a base de cristais fotônicos.

Elementos com tamanhos muito diferentes.

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2 - Objetivos

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Objetivos
O Objetivo geral deste trabalho é desenvolver um método DGTD
com passo de tempo local para aplicação em problemas de
propagação em nanofotônica. Os objetivos especı́ficos passam por:
• Desenvolver um método de passo de tempo local multi-camadas
com base no SSPRK (Strong Stability Preserving Runge Kutta).
• Desenvolver uma discretização espacial que permita o uso de
funções de base com graus diferentes para elementos
pertencentes a camadas distintas.
• Estudar a eficiência e a precisão deste método na simulação da
propagação em um guia planar baseado em um cristal fotônico
2D.
• Promover um estudo dos erros de dispersão e dissipação
numérica associados ao método proposto.

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3 - Estado da Arte

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Estado da Arte

A simulação no tempo de problemas de multiescala traz um


grande custo computacional.

Métodos mais usados:


• FDTD (Finite Diference Time Domain)
• FETD (Finite Element Time Domain)
• DGTD (Discontinuous Galerkin Time Domain)

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Estado da Arte

FDTD Clássico

Pontos fortes:
• Simples
• Fácil implementação

Pontos fracos:
• Staircase
• ∆x ≤ λ/20 - ∆t da mesma ordem
• Leapfrog

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Estado da Arte

FETD

Pontos fortes:
• Malha não estruturada
• Alta ordem p
• Precisão

Pontos fracos:
• Integração implı́cita
• Alto custo computacional
• Implementação mais complexa que o FDTD

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Estado da Arte
DGTD

Pontos fortes:
• Malha não estruturada
• Elementos descontı́nuos
- Sistemas locais - matrizes pequenas
- Paralelismo
• Polinômios ortogonais
• Integração do tempo paralela.
• Métodos implı́citos, explı́citos ou hı́brido (implicit-explicit -
IMEX).
• Alta ordem p

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Estado da Arte

DGTD

Pontos fracos:
• Fluxo - dissipação, dispersão
• Mais complexo
• Implementação mais difı́cil

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Estado da Arte

Integração do tempo

Métodos implı́citos:
• Incondicionalmente estáveis
• Mais complexos que os explı́citos
• Implementação mais difı́cil
• Resolve sistema de equações em cada instante de tempo.
• Problemas de condicionamento.

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Estado da Arte

Integração do tempo

Métodos explı́citos:
• Simples e diretos.
• Sem inversão de matrizes.
• Mais eficientes
• Condicionalmente estáveis
- ∆t sujeito a uma condição CFL

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Estado da Arte

Para superar as limitações:

• Usar métodos hı́bridos, IMEX.


• Usar métodos explı́citos com passos de tempo locais (local time
stepping - LTS).

As estratégias LTS são mais utilizadas devido à sua relativa


simplicidade de implementação e eficiência.

Na sequência serão descritas as principais estratégias LTS


encontradas na literatura.

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Estado da Arte
LTS-DGTD

Aqui abordaremos 4 métodos distintos:


• Método 2-classes.
• Método Multi-classes.
• Leapfrog recursivo.
• Método CPLTS (Causal Path Local Time Stepping).

Aspectos importantes a serem observados são:


• Método de integração do tempo usado como base.
• A forma que é satisfeito o fluxo numérico.

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Estado da Arte
LTS-DGTD

Método 2-classes:

Caracterı́sticas:

• Proposto Cohen et. al. 2006 [2].


• Baseado no Leapfrog.
• Domı́nio computacional dividido em duas classes.
- Primeira: elementos atualizados com passo ∆t.
- Segunda: elementos atualizados com passo múltiplo de ∆t.
• Fluxo numérico - interpolações.

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Estado da Arte
LTS-DGTD

Método 2-classes

Limitações:

• Leapfrog
- ∆t muito restritivo
- Baixa ordem
• Ineficiente - mais de duas classes
• Interpolação - custo computacional - dissipação

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Estado da Arte
LTS-DGTD

Método Multi-classes

Caracterı́sticas:
• Proposto por Piperno et. al. em 2006 [3].
• Baseado no esquema de Verlet
• Fluxo numérico - valores calculados no instante anterior.
• Domı́nio dividido em N classes
• Passo global - ∆t
- Classe κ - ∆t κ = ∆t/2N−κ

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Estado da Arte
LTS-DGTD

Método Multi-classes:

Limitações:
• Verlet - Leapfrog
• Fluxo - Imprecisão

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Estado da Arte
LTS-DGTD

Método Leapfrog recursivo:

Caracterı́sticas:
• Desenvolvido por Montseny et. al. em 2008 [4].
• Similar - Multi-classes
• Baseado o LF2.
• Menor passo de tempo ∆t
- Classe κ - ∆t κ = (2m + 1)N−κ ∆t - m ∈ N∗ .

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Estado da Arte
LTS-DGTD

Método Leapfrog recursivo:

Limitações:
• Leapfrog
• Fluxo - Imprecisão
• ∆t recursivo ≈ 0, 8∆t classico

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Estado da Arte
LTS-DGTD

Diaz et. al., 2009 [5] LF-LTS:

• LTS introduz dispersão numérica.


• Pode produzir instabilidades.
• Aumento da estabilidade - aumento da região com menor passo
tempo.

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Estado da Arte
LTS-DGTD

Método CPLTS:

Caracterı́sticas:
• Proposto por Angulo et. al. 2014 [6]
• Baseado no Runge-Kutta (LSERK4-CPLTS) ou no LF
(LF2-CPLTS)
• Domı́nio em camadas
• Elementos vizinhos - mesma camada - adjacente
• Fluxo numérico - estágios intermediários
- LF2 - elementos vizinhos - camada superior
- LSERK, - elementos adjacentes aos da fronteira
• Passos locais - maior liberdade
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Estado da Arte
LTS-DGTD

Método CPLTS:

Limitações:
• O LF2-CPLTS não admite fluxo central
• LSERK4-CPLTS - fluxo - custo maior.

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Estado da Arte
LTS-DGTD

Métodos LTS e Multiescala

• LTS - maior eficiência - multiescala

• Métodos não exploram


- potencial da discretização DG
- potencial integração do tempo

• Passos de tempo menos restritivos são desejáveis.

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5 - Modelagem Numérica DGTD

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Modelagem Numérica DGTD

Etapas da modelagem DGTD:

• Equações de Maxwell - lei de conservação

• Discretização do Domı́nio

• Forma forte com fluxo numérico

• Forma semi-discreta.

• Discretização do tempo - esquema totalmente discreto.

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5.1 - Equações de Maxwell - Lei de Conservação

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Equações de Maxwell - Lei de Conservação

Equações rotacionais de Maxwell:


∂B
∇×E=− (1)
∂t
∂D
∇×H= +J (2)
∂t

Relações constitutivas:

D = ε0 εr E (3)
B = µ0 µr H. (4)

Meio dielétrico - µr = 1 - J = 0.

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Equações de Maxwell - Lei de Conservação

A substituição de (3) e (4) em (1) e (2) leva a:


∂H
∇ × E = −µ0 (5)
∂t
∂E
∇×H=ε (6)
∂t

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Equações de Maxwell - Lei de Conservação

Forma de lei de conservação:

Q∂t q + ∇ · F(q) = 0 (7)

sendo q = [E, H]T . Temos ainda:

! !
ε 0 ∇×E
Q= ; ∇ · F(q) =
0 µ0 −∇ × H

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5.2 - Discretização do Domı́nio

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Discretização do Domı́nio

Discretização:

• Elementos triangulares descontı́nuos


• Malha conforme
• não são sobrepostos e cobrem todo o domı́nio
computacional

• Ωh = ∪Nk=1
e
Ωk

• Cada elemento Ωk tem sua fronteira dada por ΓΩk .

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5.3 - Forma Forte com Fluxo Numérico

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Forma Forte com Fluxo Numérico

O resı́duo no elemento local k é dado por:

Res = Q k ∂t qk + ∇ · F(qk ) (8)

Aplicando o método dos resı́duos ponderados e introduzindo o fluxo


numérico:

Z Z
(Q k ∂t qk + ∇ · F(qk ))Lkj dΩ = n̂ · (F(qk ) − F∗ (q− , q+ ))Lkj dΓ.
Ωk ΓΩk
(9)

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Forma Forte com Fluxo Numérico

Existem vários tipos de fluxos numéricos, mas os mais usados são o


central, o upwind, ou um hı́brido.

central upwind
• Não dissipativo. • Dissipativo.
• Muito dispersivo. • Pouco dispersivo.

Um fluxo estável e convergente é dado por [7]:

 
1/Z̄ (α[∆E − n̂(n̂ · ∆E)] + Z + n̂ × ∆H)
n̂ · (F(q) − F∗ (q− , q+ )) = (10)
1/Ȳ (α[∆H − n̂(n̂ · ∆H)] − Y + n̂ × ∆E)

onde ∆E = E+ − E− e ∆H = H+ − H− .

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Forma Forte com Fluxo Numérico

As condições de fronteira podem ser impostas através do fluxo


numérico:

Tabela: Condições de fronteira


Tipo de fronteira ∆E ∆H
PEC −2E− 0
PMC 0 −2H−
Silver Müller (primeira ordem) −2E− −2H−

Se pretendemos excitar a entrada do guia com um campo elétrico


E(t) e um campo magnético H(t), basta fazermos com que:
E+ = E(t) e H+ = H(t).

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5.4 - Forma Semi-discreta

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Forma Semi-discreta

Semi-discreta - método de Galerkin.

• Polinômios de Lagrange de grau p

• Elemento de referência.

• Mapeamento sub-paramétrico

• Polinômios ortogonais

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Forma Semi-discreta

Forma semi-discreta:

Qk Mk ∂t qkt + Kk qkt = F∆qt (11)

Sistema global:

∂t qt = H(qt ) + S fonte (t) (12)

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5.5 - Integração do Tempo

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Integração do Tempo

Diversos métodos podem ser usados.

Alta ordem - alta convergência do esquema.

Alta ordem - ∆t menos restritivos.

Os métodos mais usados são:


• O Runge-Kutta de quarta ordem com baixos requisitos de
armazenamento, LSRK4.
• O Leapfrog de segunda ordem, LF2.

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Integração do Tempo

Considerando que (12) pode ser reescrita como:

∂t qt = F(qt , t) (13)
Diversos métodos para a solução de EDO’s podem ser aplicados.

Em seguida é apresentado um estudo experimental sobre da


estabilidade de 3 métodos:
• Método Adams-Bashforth-Moulton de quarta ordem.
• Método Runge-Kutta clássico de quarta ordem e quatro estágios.
• Método Runge-Kutta de estabilidade forte de quarta ordem e
cinco estágios (Strong Stability Preserving Runge Kutta -
SSPRK4).

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Integração do Tempo

c∆t
Figura: Passo de tempo normalizado ∆x versus o grau do polinômio de
Lagrange p.

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Integração do Tempo

• A medida que se aumenta a ordem da aproximação espacial, o


passo de tempo se torna menor.
• É visto que o método de Adams-Bashforth-Moulton necessita de
um passo de tempo menor quando comparado aos outros dois.
• O método SSPRK4 apresenta o passo de tempo menos restritivo.

Quando tratamos de problemas com multiescala é importante


o uso de estratégias LTS para que a integração no tempo seja
eficiente.

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6 - Contribuições Originais

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Proposta de Contribuições Originais

As contribuições originais que resultarão deste trabalho podem ser


divididas em duas partes:

• Desenvolver um método LTS multi-camadas com base no


SSPRK de alta ordem.

• Usar funções de base de diferentes ordens em elementos


pertencentes a camadas distintas.

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Proposta de Contribuições Originais
LTS-SSPRK

Método multi-camadas LTS-SSPRK:

• Elementos separados em camadas


- Passo de tempo κ - ∆t κ
- ∆t’s maiores - κ = 1
- Vizinhos - mesma camada ou adjacente

• Número adicional de estágios Nsκ+1


- ∆t κ+1 = ∆t κ /Nsκ+1
- Nsκ+1 = ∆t κ /∆t κ+1

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Proposta de Contribuições Originais
LTS-SSPRK

Método LTS-SSPRK com 3 camadas:

Ns2 = 3, Ns3 = 2.
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Proposta de Contribuições Originais
LTS-SSPRK

Método multi-camadas LTS-SSPRK:

• Fluxo numérico - subcamadas

- Camada - 2 subcamadas

- Subcamada κ1 - elementos não vizinhos de κ + 1


• campos atualizados com ∆t κ

- Subcamada κ2 - elementos vizinhos de κ + 1


• Campos atualizados com ∆t κ e ∆t κ+1

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Proposta de Contribuições Originais
LTS-SSPRK

Ordem p diferente em camadas diferentes:

• Fluxo numérico - número diferente de nós na interface

- ∆q = q+ − q−
PN +
- Interpolações: qi+ = j=1 qj+ Lj (r)

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7 - Cronograma

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Cronograma

Etapas do trabalho:

• Implementação DGTD-2D
• Realizar fluxo numérico

• Desenvolvimento LTS-SSPRK

• Desenvolvimento p-Local DGTD com LTS

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Cronograma

Cronograma:

Atividades que serão realizadas entre 17/02/2017 e


31/03/2017
- Implementar versão clássica DGTD-2D

Atividades que serão realizadas entre 01/04/2017 e


31/10/2017
- Desenvolver e implementar o LTS-SSPRK
- Escrever artigo contemplando contribuições originais

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Cronograma
Cronograma:

Atividades que serão realizadas entre 01/11/2017 e


31/04/2018
- Desesnvolver e implementar p-Local DGTD-2D
- Escrever artigo com contribuições

Atividades que serão realizadas entre 01/01/2018 e


31/08/2018
- Escrever artigo com contribuições
- Escrever texto da tese
- Defesa da tese

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Bibliografia I

T. Baba, “Slow light in photonic crystals,” Nature photonics,


vol. 2, no. 8, pp. 465–473, 2008.
G. Cohen, X. Ferrieres, and S. Pernet, “A spatial high-order
hexahedral discontinuous galerkin method to solve maxwell’s
equations in time domain,” Journal of Computational Physics,
vol. 217, no. 2, pp. 340–363, 2006.
S. Piperno, “Symplectic local time-stepping in non-dissipative
dgtd methods applied to wave propagation problems,” ESAIM:
Mathematical Modelling and Numerical Analysis, vol. 40, no. 5,
pp. 815–841, 2006.

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Bibliografia II

E. Montseny, S. Pernet, X. Ferrières, and G. Cohen, “Dissipative


terms and local time-stepping improvements in a spatial high
order discontinuous galerkin scheme for the time-domain
maxwell’s equations,” Journal of Computational Physics, vol.
227, no. 14, pp. 6795–6820, 2008.
J. Diaz and M. J. Grote, “Energy conserving explicit local time
stepping for second-order wave equations,” SIAM Journal on
Scientific Computing, vol. 31, no. 3, pp. 1985–2014, 2009.
L. Angulo, J. Alvarez, F. Teixeira, M. Pantoja, and S. Garcia,
“Causal-path local time-stepping in the discontinuous galerkin
method for maxwell’s equations,” Journal of Computational
Physics, vol. 256, pp. 678–695, 2014.

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Bibliografia III

J. S. Hesthaven and T. Warburton, “Nodal high-order methods


on unstructured grids: I. time-domain solution of maxwell’s
equations,” Journal of Computational Physics, vol. 181, no. 1,
pp. 186–221, 2002.

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