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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS

ESCOLA DE ENGENHARIA
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

LEONARDO FELIPE BUENO CARDOSO

GESTÃO DE ESTOQUE EM UMA EMPRESA DE MÁQUINAS E


IMPLEMNTOS AGRÍCOLAS EM RONDONÓPOLIS – MT POR MEIO
DA APLICAÇÃO DE INDICADORES DE DESEMPENHO

GOIÂNIA
2019
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS
ESCOLA DE ENGENHARIA
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

LEONARDO FELIPE BUENO CARDOSO

GESTÃO DE ESTOQUE EM UMA EMPRESA DE MÁQUINAS E


IMPLEMNTOS AGRÍCOLAS EM RONDONÓPOLIS – MT POR MEIO
DA APLICAÇÃO DE INDICADORES DE DESEMPENHO

ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: GESTÃO LOGÍSTICA

Trabalho apresentado à Coordenação do Curso de Graduação em


Engenharia de Produção, da Pontifícia Universidade Católica de
Goiás, como requisito parcial para aprovação na disciplina Projeto
Final de Curso I.
Orientador: Prof. Marlucia de Lourdes Alves

GOIÂNIA
2019
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CP Custo de pedido
D Demanda
ES Estoque de Segurança
I Taxa de Oportunidade
IP Intervalo entre Pedidos
K Fator de Segurança
LEC Lote Econômico de Compra
LT Lead Time
MCT Ministério de Ciência e Tecnologia
MIA Máquinas e Implementos Agrícolas
P Preço Unitário
PDP Processo de Desenvolvimento de Produto
PP Ponto de Pedido
TA Tempo de atendimento
TR Tempo de Ressuprimento
SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO ........................................................................................... 5

1.1 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA ......................................................................... 5


1.2 OBJETIVOS ...................................................................................................................... 6

1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................................... 6


1.2.2 Objetivos Específicos ........................................................................................................ 6

1.3 JUSTIFICATIVA .............................................................................................................. 6


1.4 RESULTADOS ESPERADOS ......................................................................................... 7

CAPÍTULO 2 - REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................... 8

2.1 SETOR DE MÁQUINAS E IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS ......................................... 8


2.2 LOGÍSTICA ...................................................................................................................... 9
2.3 GESTÃO DE ESTOQUE ................................................................................................ 11

2.3.1 Utilização da Curva ABC na Gestão de Estoque ............................................................ 11


2.3.2 Tipos de Estoque ............................................................................................................. 13

2.4 MODELOS DE ESTOQUE ............................................................................................ 14

2.4.1 Modelo de Reposição Contínua ...................................................................................... 14


2.4.2 Modelo de Reposição Periódica ...................................................................................... 15
O cálculo para intervalo de tempo entre pedidos (IP) é representado pela Equação 2: ........... 15
Sendo: ....................................................................................................................................... 15

2.5 PARÂMETROS DE CONTROLE LOGÍSTICO .......................................................... 17

2.5.1 Giro de Estoque ............................................................................................................... 17


2.5.2 Estoque de Cobertura ...................................................................................................... 17
2.5.3 Nível de Serviço .............................................................................................................. 18

2.6 LOTE ECONÔMICO DE COMPRA (LEC) .................................................................. 18


2.7 ESTOQUE DE SEGURANÇA ....................................................................................... 18
2.8 LOTE DE SUPRIMENTO .............................................................................................. 19
2.9 ESTOQUE MÁXIMO ..................................................................................................... 20
2.10 TRABALHOS CORRELATOS ..................................................................................... 20

2.10.1 Gestão de Estoque em Empresa de Materiais de Construção Localizada em


Mineiros-GO por Meio da Aplicação dos Modelos de Revisão Contínua e Periódica. ........... 20
2.10.2 Classificação dos Estoques Aplicada ao Serviço de Abastecimento de Água e
Esgotamento Sanitário .............................................................................................................. 21
2.10.3 Análise de Gestão de Estoque de Reposição em uma Empresa de Médio Porte em
Nonoai - RS .............................................................................................................................. 22

CAPÍTULO 3 - METODOLOGIA DE PESQUISA .......................................................... 23

3.1 DESCRIÇÃO DA EMPRESA ........................................................................................ 23

3.1.1 Missão, Visão e Valores .................................................................................................. 23

3.2 ETAPAS DE PESQUISA................................................................................................ 24

3.2.1 Coletar dados sobre os processos de estocagem da empresa .......................................... 24


3.2.2 Levantar o modelo atual de estoque na empresa ............................................................. 24
3.2.3 Avaliar o estoque por outros modelos de gestão ............................................................. 24
3.2.4 Comparar e definir o melhor modelo .............................................................................. 25

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 26
5

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO

1.1 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA

O atual mercado empresarial exige uma melhoria contínua e o bem-estar do cliente,


por isso é de suma importância o cuidado das empresas com a qualidade do produto
oferecido, onde a concorrência e as exigências são cada vez maiores. Sendo assim, a
satisfação do cliente e qualidade do produto se tornam obstáculos a serem vencidos
diariamente nas corporações que buscam se destacar num mercado extremamente competitivo
e globalizado.
Com o aumento internacional do setor de máquinas e implementos agrícolas e a
ascensão da exportação do segmento, houve a necessidade de melhorar a eficiência da
logística, principalmente no controle de estoque, no qual a precisão é fundamental na previsão
da demanda de produtos. Caso contrário, erros na gestão podem resultar em custos e/ou gastos
desnecessários, sendo capaz de prejudicar as empresas.
Localizada em Rondonópolis, no estado do Mato Grosso, a empresa estudada
trabalha no segmento de máquinas e implementos agrícolas. Recentemente, os gestores
buscam profissionalizar mais a gestão em diversos setores.
A empresa em questão apresenta problemas de estoque, efetuando compras
esporádicas e sem um planejamento adequado. Com isso a reposição é feita pelo gestor,
utilizando seus conhecimentos empíricos e na sazonalidade nas vendas. Portanto, há excesso
alguns produtos em estoque, produtos obsoletos, custos com perdas e até indisponibilidade
dos produtos na empresa.
Nesse contexto, observou-se a necessidade de uma mudança nas práticas da empresa,
e questiona-se: qual o modelo mais adequado de gestão de estoque a ser desenvolvido para a
empresa de máquinas e implementos agrícolas em estudo.
6

1.2 OBJETIVOS

1.2.1Objetivo Geral

O objetivo do trabalho busca analisar modelos de reposição de estoque em uma


empresa de máquinas e implementos agrícolas e propor adequações dos mesmos.

1.2.2Objetivos Específicos

 Identificar os produtos de maior representatividade financeira via curva ABC;


 Levantar o modelo atual de estoque na empresa;
 Avaliar o estoque por outros modelos de gestão;
 Comparar e definir o melhor modelo.

1.3 JUSTIFICATIVA

O processo de globalização e abertura econômica facilitaram o acesso de


informações do consumidor, ou seja, isso aliado ao aumento da concorrência entre as
empresas, as forçam buscarem melhorias constantes no produto para não perderem relevância
no mercado. Independente do setor das indústrias e empresas, necessitam oferecer um
diferencial ao cliente, que se tornou altamente exigente, questionador, menos fiel ás empresas
e com maior opção de negociação.
Para Fonseca (1990), o setor de máquinas e implementos no Brasil se iniciou após a
Segunda Guerra Mundial, tendo um aumentos significativo na década de 1970. Passando por
uma crise na metade da década de 1980, resultando no fechamento de várias empresas
nacionais. Já na década de 1990, através do governo Collor e a política adotada, o setor sofreu
com altos juros para financiar a safra e problemas estruturais, que dificultaram o escoamento
da safra, resultando em uma forte concorrência do mercado externo (PASQUAL, 2005).
Contudo, com boas safras e a melhora do preço nos principais produtos agrícolas no
começo do século XXI, houve um aumento na produção e a competitividade com o mercado
externo voltou. Com isso, aspectos como processos de produção, posicionamento logístico e
vantagens competitivas se tornaram extremamente importante para as indústrias se
destacarem no mercado (PASQUAL, 2005).
Para Wheelwright (1984) e Wanke (2002), estratégias agregadas de logísticas e
produção percorrem pelas dimensões de qualidade, desempenho nas entregas, custos
7

,inovação e flexibilidades, assim como organização de fluxo de produto e articulação, base


para a produção de produtos, politica de transporte, atribuição de estoque e dimensionamento
da rede.
Portanto, o estudo se justifica por propiciar a correlação das ferramentas da logística,
assim como, verificar as informações de uma empresa de pequeno porte, através propor um
modelo mais adequado para gerir o estoque.

1.4 RESULTADOS ESPERADOS

Através de um modelo de gestão de estoque mais eficiente sendo utilizado na


empresa, espera-se que haja uma redução nos custos com a diminuição da perda dos produtos
resultante da má administração do estoque. Espera-se também que com os resultados
positivos, a empresa veja a importância do planejamento coreto pode trazer, levando tal
metodologia para os demais setores da empresa.
8

CAPÍTULO 2 - REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 SETOR DE MÁQUINAS E IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS

Para Amato Neto (1984), BNDES (BRASIL,1995) e Romano (2003), o setor de


máquinas e implementos agrícolas do Brasil, desde o seu surgimento, sempre foi muito
heterogêneo. As indústrias nacionais apresentam diversas características que as diferenciam
entre si, como, distribuição e suprimentos, complexidade do produto, tamanho das suas
instalações, diversificação de produto e escopo de mercado, segundo aponta o Ministério da
Ciência e Tecnologia – MCT (BRASIL, 1993).
De acordo com Romano (2003), os aspectos que mais se destacam na empresas
brasileiras são:

 Empresas familiares ou a caminho de tornarem-se mais profissional.


 Buscam variar e inovar seus produtos;
 Comparada á indústria de carro, seus produtos não apresentam alto volume de
fabricação por tipo de equipamento;
 Sofrem com a sazonalidade da demanda;
 Precisam atender diversos requisitos, como, tipo solo, lavoura, condições
climáticas, topografia e mão-de-obra rural do Brasil.

No cenário atual, tais equipamentos agrícolas estão presentes em todos os setores


da agropecuária, desde a organização do solo ao armazenamento e movimentação dos
produtos, utilizando diversas técnicas, sendo ferramentas manuais ou de alta tecnologia para
automação e mecanização, tendo em vista produtores de pequeno, médio e grande porte
(BRASIL, 2006).
Apesar do desenvolvimento tecnológico do setor de máquinas e implementos
agrícolas (MIAs) e do crescimento econômico no país, Romano (2003), destaca diversas
deficiências que influenciam na performance nos mercados internos e externos. As principais
sendo:

 A falta de documentos que definem as tarefas do processo de


desenvolvimento de produto (PDP) em empresas de pequeno e médio porte,
onde este processo é feito de forma informal e linear, de acordo com o
9

conhecimento dos responsáveis;


 Em empresas de grande porte o PDP é feito de modo formal e linear, podendo
também, em alguns casos, ser realizado de modo simultâneo;
 Muitas das empresas assumem uma organização funcional (departamentos);
 Foco no crescimento de projetos derivativos e adaptativos.

Tais carências são mais comuns em empresas de pequeno e médio porte, pois, na
maioria das vezes, lidam com limitações técnicas, de mão-de-obra e monetárias, que
impactam na gestão e estruturação do PDP (processo de desenvolvimento de produto) .
Portanto, justifica-se compreender o PDP e sua administração nas pequenas e médias
empresas nacionais do segmento de máquinas e implementos agrícolas, assim observar as
limitações gerenciais que prejudicam uma melhor e maior qualificação para desenvolver
novos produtos.

2.2 LOGÍSTICA

Para Ballou (1993), as atividade de armazenagem e movimentação estão ligadas a


logística empresarial, que favorecem o fluxo de informações e produtos do ponto de ganho da
matéria-prima até entrega do produto final, facilitando níveis de serviço apropriado a um
custo satisfatório aos clientes.
Segundo Lambert (1998), a definição de logística é o processo de planejamento,
realização e controle do fluxo e estocagem efetiva e econômico de matérias-primas, produtos
semiacabados e produtos finalizados, que atendem todas as exigências dos clientes, desde o
pedido feito até a entrega do produto. Já para Slack et al. (2002), define logística como uma
ciência que representa o controle da distribuição física ao decorrer da cadeia até o cliente
final.
Uelze (1974), diz que a finalidade da logística é potencializar o valor dos materiais
ou produtos, utilizando ferramentas e metodologias de gestão.
Percebe-se que todos os conceitos mencionados anteriormente, destaca a importância
do consumidor final e sua lealdade, agregando valor ao serviço ou produto apresentado
através do uso da logística, destacando também a sustentabilidade. Portanto, a logística
utiliza-a como uma vantagem competitiva no mercado.
De acordo com Christopher (1997), todo responsável pela gestão de uma empresa se
10

preocupa com a sustentabilidade. Pois, sabe da vantagem competitiva que representa no


mercado atual, seja ela no campo da vantagem de valor ou dos custos para o cliente.
Considerando que só produtos bons ou sucesso momentâneo não garante liderança vitalícia no
segmento.
A vantagem competitiva da logística se baseia em um controle composta da mesma,
trabalhando sistematicamente, ou seja, se preocupando alcançar um objetivo comum, através
de um conjunto de tarefas interligadas que trabalham de forma ordenada.
Já Daugherty et al. (1996), resume o texto acima como logística integrada, e ainda
adiciona controle dos recursos financeiros, distribuição física e suprimentos, alocação,
colaboradores engajados, como parte fundamental da metodologia.
Para Bowersox e Closs (2001), as corporações que dominam a eficiência logística em
escala mundial proporcionam um serviço superior ao cliente, além da vantagem no mercado.
Demonstrando resultados acima da média considerando a disponibilidade de estoque,
consistência de entrega e velocidade. As empresas que alcançam um nível de excelência na
logística são consideradas parceiros e fornecedores ideias.
Ching (2001) divide as principais atividades atribuídas à logística da seguinte forma:

 Atividade-chave ou primária: são atividades compostas pelo transporte,


manutenção de estoque, troca de informação e processamentos de pedido.
Esses aspectos impactam direto no custo logístico total e são de suma
importância para as operações logísticas.
 Atividades de suporte ou secundárias: são compostas pela armazenagem,
manuseio de materiais, embalagem de proteção/transporte, obtenção,
programação de produtos e manutenção de informação. Auxiliam as
atividades-chave alcançar o nível de exigência de bens e serviços do cliente.

Quando os gerentes confirmam que a logística impacta grande parte dos custos da
companhia e que tomadas de decisões acertadas sobre a cadeia de suprimentos resultam em
diferentes níveis de serviços ao consumidor, eles estão em condições de usá-la de forma
estratégica e maximizar sua presença no mercado para aumentar os lucros.
11

2.3 GESTÃO DE ESTOQUE

Levando em consideração o atual cenário comercial, o principal ativo da empresa


que requer maior cuidado é o estoque, tendo em vista as atividades comerciais. Para Cittadin
(2013), o estoque simboliza o dinheiro investido na empresa, portando, é de extrema
importância o controle do mesmo, uma vez que a sua má gestão pode causar gastos de
manutenção, prejudicando os lucros da empresa.
O termo estoque é utilizado para descrever fisicamente e de forma monetária as
matérias primas, produto não acabado, acabado e outros. Moura (2012) afirma que é preciso
classificar o estoque, utilizando um estudo que defina seu objetivo adequadamente.
Martins e Alt (2009) ressaltam que o estudo e a importância do estoque é tão antigo
quanto o surgimento da administração. O controle de estoque, quando feito de forma correta,
garante uma vantagem competitiva no mercado em relação aos concorrentes. Pois, possibilita
atender os clientes imediatamente, na qualidade e no tempo requerido.
Para Vendrame (2008) o conceito de estoque é um conjunto de ações que possibilita
o gestor a controlar o estoque corretamente, considerando a localização, manipulação e
gerência do mesmo. Corresponde ao manejo dos recursos ociosos que agregam valor
econômico e que suprem as necessidades futura de uma empresa.
Ronchi et al. (2016) sustenta que um estoque organizado é de extrema importância
para empresas do setor comercial. Pois, um produto à pronta-entrega garante a satisfação do
cliente, resultando em uma vantagem competitiva. Como o estoque representa um valor
monetário, é recomendado que se mantenha sempre uma quantidade de segurança, para que
não haja faltas ou excesso de produtos.
Empresas que possuem grande quantidade de mercadorias em estoque, tem como
prioridade a sua gestão, pois, representa o seu maior ativo. Tal gerenciamento deve ser feito
de forma periódica e contínua. Para garantir a boa gestão de estoque, o gerente deve estar
familiarizado com o produto e o processo produtivo da empresa, e os relatórios que são
utilizados para análises (BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2008).

2.3.1 Utilização da Curva ABC na Gestão de Estoque

Para Oliveira (2011), a ferramenta que melhor contribui na gestão de estoque é a


curva ABC, pois facilita no controle de fluxo dos produtos de maior e menor saída. É
12

empregada, principalmente, no planejamento da distribuição, estratégias de vendas, plano da


produção e soluciona vários problemas que surgem nas empresas, sendo elas, prestadoras de
serviço, comerciais ou industriais.
Princípio de Pareto ou Curva 80-20 são outras termologias que descrevem a curva
ABC, que é a organização dos produtos em ordem decrescente conforme o volume de vendas,
sendo os produtos de alta rotativa em primeiro lugar, seguidos dos de baixa rotatividade
(BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2008).
Martins e Alt (2009) afirmam que, a partir do uso quantitativo ou monetário dos
produtos em estoque em um determinado espaço de tempo, a curva ABC é capaz de realizar a
sua análise. Verificando os produtos de maior relevância, produtos classe A, os intermediários
de classe B e de menor relevância de classe C.
A análise que resulta da aplicação da curva ABC auxilia no planejamento da politica
de vendas e gestão de estoques. A composição da curva ABC é constituída de três fases: a
elaboração da tabela mestra, a construção do gráfico, seguida por sua interpretação
(VIANNA, 2006).
Martins e Alt (2009) dizem que não há uma forma padrão que define a porcentagem
total dos produtos pertencentes ás suas classes. A classe A pode variar entre 35% e 70% da
movimentação dos estoques, a classe B entre 10% e 45%, e o restante é classificado pela
classe C.
Para Carvalho (2002), na constituição do gráfico, o eixo das ordenadas é destinado
ao percentual de valores, e o eixo das abscissas ao percentual de quantidade. Posteriormente,
os pontos percentuais obtidos na tabela mestra devem ser transferidos para o gráfico no eixo
das ordenadas e, por último, deve ser traçada a curva, conectando os pontos marcados. A
representação gráfica de uma curva ABC é exemplifica pela Figura 1.
13

Figura 1 – Exemplo de Curva ABC

Fonte: Martins e Alt (2009)

Os produtos da classe A devem ter maior atenção, pois aplicando melhorias de


estoque e segurança pode gerar redução de custos importantes para a empresa. Já os produtos
da classe B e C não precisam de acompanhamento muito efetivo (SLACK; CHAMBERS;
JOHNSTON, 2008).

2.3.2 Tipos de Estoque

Bowersox e Closs (2011) separam nas seguintes categorias os tipos de estoques:

 Estoque de Antecipação: aplicado quando há flutuações relevantes na demanda, no


entanto previsíveis, podendo a empresa se proteger do aumento do preço.
 Estoque no Atacado: grande quantidade de compras dos fabricantes, ocorrendo menos
riscos, mas com maior tempo de duração
 Estoque no Varejo: indica a comprar grande variedade de produtos, apresentando um
risco considerável no processo de comercialização.
14

2.4 MODELOS DE ESTOQUE

De acordo com Martins e Alt (2009), toda empresa necessidade estabelecer como
gerir seu estoque, não apenas pelos benefícios agregados que um estoque bem organizado
resulta, mas também pela requisição da aplicação de um sistema informatizado, que é
fundamental para as empresas atualmente. Então são estipuladas determinações que
estabelecem a estrutura dos modelos de estoque, que buscam atender quanto e quando realizar
a compra.

2.4.1 Modelo de Reposição Contínua

Um dos modelos utilizado é o de reposição contínua ou modelo de lote padrão,


modelo de ponto de reposição ou até estoque mínimo. A metodologia resume-se em emitir um
pedido de compras, com o mesmo valor do lote econômico, a todo momento que o nível de
estoque alcançar o ponto de pedido (MARTINS & ALT, 2009). É usado para realizar o
cálculo do ponto de pedido a Equação 1:

𝑃𝑃 = (𝐷 × 𝑇𝑅) + 𝐸𝑆
(1)

Sendo:
PP = Ponto de Pedido, em unidades;
D = Demanda por unidade de tempo;
TR = Tempo de ressuprimento;
ES = Estoque de segurança

Martins e Alt (2009) ainda ressaltam algumas considerações importantes:

 Se houver variação na demanda, deve-se aplicar a demanda média na Equação 6;


 Da mesma forma, causo o tempo de ressuprimento variar, aplicar-se o tempo de
atendimento médio;
 O estoque de segurança é atribuído em função das variações na demanda, no nível de
serviço e no tempo de atendimento.
15

2.4.2 Modelo de Reposição Periódica

O modelo de reposição periódica, também conhecido por modelo do estoque máximo


ou modelo do intervalo padrão, que se baseia em levar os pedidos de compras em lotes em
intervalos de tempo fixos (MARTINS & ALT, 2009).
Para Slack, Chambers e Johnston (2008), consiste em um modelo mais simples, não
utilizando quantidade de pedidos fixos, pois recomenda-se pedidos com intervalos fixos e
regulares de tempos. Portanto, no final de cada período, pode-se conferir o nível do estoque,
sendo assim, uma requisição de reposição de pedido possibilitará ser colocado para subir o
estoque até um nível pré-estabelecido.
Segundo Dias (2010) adiciona que uma frequência baixa entre revisões pode causar
um alto estoque médio, ou seja, o custo de estoque pode aumentar. No entanto, uma
frequência alta pode causar um baixo estoque médio, ou seja em um aumento do custo de
pedido e risco de ruptura.

O cálculo para intervalo de tempo entre pedidos (IP) é representado pela Equação 2:

𝐿𝐸𝐶×𝑡
𝐼𝑃 = (2)
𝐷

Sendo:

IP = Intervalo entre pedidos, em dias, semanas ou meses;


LEC = Lote econômico de compra, em unidades;
D = Demanda, em unidades;
t = número de dias no período.

Como, geralmente, a demanda é variável, recomenda-se utilizar a demanda média.


Martins e Alt (2009) afirmam que, assim como, o tempo de atendimento (TA) também pode
variar, aconselha-se usar o tempo de atendimento médio, como pode ser observado na Figura
2, que representa o modelo de reposição periódica.
16

Figura 2 – Modelo de Reposição Periódica

Fonte: Martins e Alt (2009)

Para Dias (2010), o estoque também varia entre mínimos e máximo, sendo afetado
pela capacidade de armazenagem, considerando o seu dimensionamento. Ou seja, o nível
máximo de estoque deve ser calculado pela soma do estoque de segurança e o lote econômico.
17

2.5 PARÂMETROS DE CONTROLE LOGÍSTICO

Para Martins e Alt (2009), é fundamental toda empresa estipular alvos de melhoria
sensatas e meios de atingi-los, variando dependendo da área de atuação na empresa. Ações
confiáveis são de extrema relevância para alcançar o sistema ideal e começar uma melhoria na
empresa, e para que a cadeia logística chegue em tal nível de excelência é necessário a
utilização de ferramentas de controle adequadas. Giro de estoque, estoque cobertura e nível
de serviço são alguns indicadores mais utilizados.

2.5.1 Giro de Estoque

Segundo Pozo (2007), giro de estoque avalia o capital de investimento no estoque,


equiparando o custo das vendas do ano ou da quantidade média de materiais em estoque
dividido pelo custo anual de vendas. O montante investido no estoque ou na quantidade de
itens servirá um certo período de tempo, assim, demonstrará a sua rotatividade.
Segundo Martins e Alt (2009), o giro de estoque tem como objetivo mensurar
quantas vezes, por medida de tempo, o estoque se modificou. O giro de estoque é calculado
com Equação 3:

𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜


𝐺𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 = (3)
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑜 𝑒𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 𝑚é𝑑𝑖𝑜 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜

2.5.2 Estoque de Cobertura

Para Viana (2006), estoque de cobertura é a vinculação entre estoque e consumo,


apontada por quanto tempo o estoque sustenta o consumo sem ter a necessidade de reposição.
Martins e Alt (2009) diz que a cobertura indica a quantidade de unidades de tempo
que a média do estoque será capaz de cobrir a demanda média. A Equação 4 demonstra
forma para calcular o estoque de cobertura:

𝑃𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑒𝑚 𝑒𝑠𝑡𝑢𝑑𝑜
𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑏𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑎 = (4)
𝐺𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒
18

2.5.3 Nível de Serviço

Segundo Martins e Alt (2009) diz que nível de serviço é o indicativo para demonstrar
a eficaz do estoque em suprir a necessidade do cliente. Portanto, quanto maior a demanda for
atendida, maior o nível de serviço. Ele é mensurado usando a Equação 5:

𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑞𝑢𝑖𝑠𝑖çõ𝑒𝑠 𝑎𝑡𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑎𝑠


𝑁í𝑣𝑒𝑙 𝑑𝑒 𝑠𝑒𝑟𝑣𝑖ç𝑜 = (5)
𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑞𝑢𝑖𝑠𝑖çõ𝑒𝑠 𝑒𝑓𝑒𝑡𝑢𝑎𝑑𝑎𝑠

2.6 LOTE ECONÔMICO DE COMPRA (LEC)

Gonçalves (2013) diz que lote econômico é definido pela quantidade de materiais a
ser angariada pela empresa na hora do reabastecimento do estoque e seu principal objetivo é
diminuir os custo totais de aquisição.
É possível calcular o lote econômico com a Equação 6:

√2×𝐶𝑃×𝐷
𝐿𝐸𝐶 = (6)
𝑖×𝑃
Sendo :
CP = Custo de pedido, em Reais;
D = Demanda, em unidades;
i = Taxa de oportunidade anual, em decimal (incluindo custos de manutenção);
P = Preço unitário, em Reais.

2.7 ESTOQUE DE SEGURANÇA

Para Bowersox e Closs (2011), o estoque de segurança procura alocar o impacto de


incertezas. Ele se fundamenta em destinar uma parte do estoque médio para suprir variáveis
de curto prazo de demanda e de tempo de ressuprimento.
Viana (2006) afirma que o estoque de segurança possibilita a identificação do
produto quando se encontra em um nível crítico, e quais devem ser a ações tomadas para que
o estoque não atinja o nível de zero. O cálculo do estoque de segurança é realizado pela
Equação 7:
19

𝐸𝑆 = 𝐾 × 𝜎 × √𝐿𝑇
(7)

Sendo:
K = Fator de segurança associado ao nível de serviço desejado;
 = Desvio padrão da demanda;
LT = Lead Time;

Viana (2006), também diz que o fator de segurança é a variável relevante para
reparar distorções ocorridas por variações de demanda e tempo de entrega de pedido. A tabela
1 mostra os níveis de serviço desejados, obtidos de uma tabela de distribuição normal.
Tabela 1 - Tabela de Distribuição Normal
Nível de Serviço Fator de Segurança
80% 0,84%
85% 1,03%
90% 1,28%
95% 1,64%
99% 2,33%
99,99% 3,09%
Fonte: Adaptado de Martins e Alt (2009)

2.8 LOTE DE SUPRIMENTO

Segundo Bowersox e Closs (2011), o lote de suprimento, LS, pode ser definido então
como aquele em que a quantidade a ser adquirida seja igual ao estoque máximo descontado e
o estoque de segurança, somando ao estoque no ponto de pedido e colocado a disposição da
fabricação no tempo igual ao nível do ponto de pedido como mostrado na Equação 8

𝐿𝑆 = 𝐸𝑀 − (𝐸𝑆 + 𝑁𝑃𝑃) (8)


Sendo:
LS: Lote de suprimento;
EM: Estoque máximo;
ES: Estoque segurança;
20

NPP: Número do ponto de pedido.

2.9 ESTOQUE MÁXIMO

Para Bowersox e Closs (2011), o estoque máximo é igual à soma do estoque de


segurança mais o lote de suprimento, seja o lote econômico ou não. Sofram limitações de
ordem física, manuseio, custos, inventários e riscos. Como os componentes desse tipo de
estoque são o suprimento e o estoque mínimo variará todas as vezes que um ou outro ou
ambos variarem como mostra a Equação 9:

𝐸𝑀 = 𝐸𝑆 + 𝐿𝑜𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑆𝑢𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 (9)


Sendo:
EM: Estoque Máximo;
ES: Estoque de Segurança;
Lote de Suprimento.

2.10 TRABALHOS CORRELATOS

Este tópico apresenta a síntese de trabalho publicados que se relacionam com o tema
deste estudo.

2.10.1 Gestão de Estoque em Empresa de Materiais de Construção Localizada


em Mineiros-GO por Meio da Aplicação dos Modelos de Revisão Contínua
e Periódica.

Em seu trabalho, Diniz et al. (2018) busca organizar o estoque de uma empresa de
materiais de construção. O autor percebeu a necessidade de reduzir os custos de
armazenagem, para ter maior competitividade no mercado, uma vez que eu estoque mal
organizado pode levar a perda de produtos e, consequentemente, perda financeira.
Para solucionar este problema, inicialmente foi construída uma curva ABC, para
identificar os produtos de maior representatividade, considerando os dados históricos da
empresa.
21

A partir da análise das informações coletadas sobre a relevâncias dos produtos e onde
pertencem na classificação da curva ABC, foi possível determinar quais são os produtos de
maior impacto na empresa e quais foram as medidas para melhorar a gestão de estoque.
Após os cálculos de custos e a classificação da curva ABC, foi possível identificar,
que devido a limitação do estudo, foram considerados apena 5 itens que presentam maior
relevância nos seus respectivos grupos.
Por fim, o autor calculou estoque de segurança para os principais itens e elaborou
uma gestão mais adequada para eles. O Modelo de revisão periódica sugere que os pedidos
sejam realizados em intervalos de tempo fixos e regulares, então após intervalo de 3 dias, o
estoque será checado, e, se necessário, será feita a compra do produto para que o número de
produtos em estoque volte ao estoque máximo calculado.

2.10.2 Classificação dos Estoques Aplicada ao Serviço de Abastecimento de


Água e Esgotamento Sanitário

Neste trabalho, Aquino, Neves, Mariz e Fernandes et al. (2018) teve por objetivo
analisar a gestão de estoques aplicada ao serviço de abastecimento de água e esgotamento no
município de São Gonçalo do Amarante, cuja disponibilidade precisa ser garantida com ações
de planejamento e controle. Neste sentido, para a realização da pesquisa, concretizada por
meio de um estudo de caso, foi possível aplicar a classificação ABC em uma organização que
presta esse serviço frente ao exposto na literatura.
Para a realização da pesquisa, foi necessário uma sequência de etapas metodológicas.
A primeira correspondeu à revisão bibliográfica, por meio de artigos e livros relacionados à
gestão de estoques e suas classificações existentes. Após isso, estruturou-se um roteiro para a
realização de entrevistas com os gestores, no intuito de coletar dados referentes à organização
e ao controle do estoque. Por fim, organizou-se e tabulou-se tais dados, tornando possível
classificar os itens com mais saídas na empresa, bem como sua criticidade. A análise permitiu
ainda a discussão dos resultados e a proposição de melhorias na gestão dos materiais.
Neste contexto, analisando que a empresa não aplica nenhuma das classes na
realização do controle dos materiais, as políticas de classificação de estoques propostas
possibilitará uma visão abrangente dos itens mantidos em seu estoque, ao proporcionar o
reconhecimento dos materiais que geram maiores gastos. Tais ações, promoverão um
gerenciamento eficaz quanto aos produtos que são vitais, impedindo que a operação principal
22

desta organização não seja prejudicada.

2.10.3 Análise de Gestão de Estoque de Reposição em uma Empresa de Médio


Porte em Nonoai - RS

O estudo realizado por Grando, Bueno, Wandscheert e Anchau et al. (2018)


apresenta resultados de uma pesquisa quantitativa que teve a finalidade de analisar o sistema
de gestão de estoque de materiais para manutenção, reparo e operações (MRO), para auxiliar
a empresa nas tomadas de decisões referentes as aquisições. Foram analisados os dados
pertinentes ao inventário da empresa através da utilização da curva ABC e matriz GUT. Como
resultados foi proposto uma nova técnica para análise de materiais que devem ser adquiridas
e/ou mantidas no estoque pela empresa.
O primeiro passa para o estudo de campo foi identificar através da posição do
inventário da empresa a situação atual. Por conseguinte, foi realizado uma análise através da
utilização da matriz GUT e elencado os itens que necessitam de atenção devido ao tempo
médio de falha e se ocasiona lucro cessante ou não. O tratamento dos dados se deu de forma
estatística, calculando o resultado de todas as análises de se obter o resultado final.
Os resultados deste estudo demonstram os impactos ocasionados pela falta de uma
metodologia de priorização sobre a aquisição de itens de MRO. Assim, sendo, a metodologia
aplicada visa minimizar o dispêndio de recursos físicos e financeiros por falta de análise
criteriosa destes itens, também auxiliar e fundamentar a decisão da gestão estratégica do
negócio.
23

CAPÍTULO 3 - METODOLOGIA DE PESQUISA

3.1 DESCRIÇÃO DA EMPRESA

Localizada na cidade de Rondonópolis-MT, a empresa X em estudo trabalha no


segmento de máquinas e implementos agrícolas, vendendo embolsadoras, plataformas e peças
de reposição. Tendo o início de suas atividades em 1996, o consumidor alvo da empresa
refere-se aqueles que buscam a necessidade de um sistema alternativo e de baixo custo para a
armazenagem de grãos.
Atualmente, a empresa dispõe da mais alta tecnologia em termos de máquinas e
aparelhos utilizados na fabricação de seus produtos, além de ter uma equipe de colaboradores
de alto nível à disposição, garantindo a qualidade dos produtos desenvolvidos. Hoje, a fábrica
conta com uma área de aproximadamente 4.000 m² composta por barracões, escritórios,
estacionamento e um amplo pátio.

3.1.1 Missão, Visão e Valores

A missão da empresa é fornecer soluções inovadoras ao agronegócio, atender a


necessidade do cliente com produtos competitivos, focando na melhoria contínua e qualidade
para garantir a excelência dos produtos.
A visão da empresa é ser reconhecida como uma fábrica moderna dentro e fora do
estado de Mato Grosso.
A empresa de como valores:

 Valorizar quem faz nossa empresa;


 Conservar a parceria de representantes e fornecedores;
 Honestidade e seriedade acima de tudo;
 Inovação constante de nossos produtos;
 Sustentabilidade do negócio;
 Comprometimento e confiança.
24

3.2 ETAPAS DE PESQUISA

3.2.1 Coletar dados sobre os processos de estocagem da empresa

Primeiramente, será utilizado uma curva ABC para identificar os produtos de maior
representatividade, considerando os dados históricos da empresa do ano de 2018. Ordenando
os produtos conforme o grau de relevância, usando uma planilha eletrônica.
As informações de vendas serão coletadas por meio do sistema de informação usado
no local em questão, referentes ao preço de compra e quantidade comprada de cada item,
posteriormente os dados serão compilados em uma planilha classificada em ordem
decrescente do custo total e os percentuais acumulados. Com isso, é possível, demostrar a
compilação dos dados por meio do gráfico da curva ABC relativo ao custo total de cada
produto, desta forma, pode-se identificar quais são os itens de tem maior representação,
através dos estudos de classificação dissertada por Martins e Alt (2009).

3.2.2 Levantar o modelo atual de estoque na empresa

Para avaliar o modelo de gestão de estoque usado na empresa, serão realizadas


entrevistas com o com gestor atual, levantando dados relevantes sobre o estoque e , em
seguida, serão calculados o giro de estoque, estoque de cobertura, nível de serviço, lote
econômico de compra, estoque de segurança, lote suprimento e estoque máximo, baseados nas
Equações 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9.
Com estas informações, será possível avaliar a situação atual da empresa e obter
dados concretos que auxiliarão no desenvolvimento dos diferentes modelos que serão
tratados.

3.2.3 Avaliar o estoque por outros modelos de gestão

O estoque da empresa será avaliado por dois modelos: revisão contínua e revisão
periódica. Para isso, serão calculados o ponto de pedido e intervalo de tempo entre os pedidos
apresentados nas Equações 1 e 2.
Estes dados permitirão a elaboração dos dois modelos em planilha eletrônica e, após
sua aplicação, seus parâmetros serão calculados novamente: giro de estoque, estoque de
cobertura, nível de serviço, lote econômicos, lote econômico de compra, estoque de
segurança, lote de suprimento e estoque máximo, conforme as Equações 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9.
25

3.2.4 Comparar e definir o melhor modelo

Serão comparados todos os parâmetros: giro de estoque, estoque de cobertura, nível


de serviço, lote econômicos, lote econômico de compra, estoque de segurança, lote de
suprimento e estoque máximo de todos os modelos apresentados (modelo atual, ponto de
pedido e revisão periódica).
Busca-se o modelo que apresente resultados, como o menor estoque médio, maior
giro de estoque, menor cobertura. E comparar qual modelo de gestão se encaixa melhor no
estudo, se é o de reposição contínua ou o modelo de reposição periódica.
26

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