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PENSAMENTO E LINGUAGEM: PERCURSO PIAGETIANO DE INVESTIGAÇÃO

*
Adrián Oscar Dongo Montoya

RESUMO. O objetivo deste trabalho é mostrar o percurso da investigação de Piaget sobre as origens e as relações existentes
entre a linguagem e o pensamento. Para isso, analisaremos, num primeiro momento, os trabalhos iniciais desse autor sobre a
evolução e socialização do pensamento e da linguagem na criança, destacando a explicação exógena dos seus progressos.
Num segundo momento, analisaremos as pesquisas realizadas por ele nas décadas de trinta e quarenta do século XX sobre as
origens sensório-motoras do pensamento e da linguagem, destacando a explicação endógena dos seus progressos. Num
terceiro momento, analisaremos estudos psicolingüísticos junto a crianças normais e crianças portadoras de deficiências, os
quais confirmarão a pertinência da tese de Piaget sobre as origens do pensamento e da linguagem. Finalmente, salientaremos
algumas teses conclusivas desse autor, a propósito das críticas às teorias empiristas e positivistas contemporâneas, com vistas
a diferenciar a singularidade da sua formulação teórica.
Palavras-chave: pensamento e linguagem, percurso piagetiano, continuidade com reconstrução.

LANGUAGE AND THOUGHT: PIAGET'S COURSE OF INVESTIGATION

ABSTRACT. This study aims at discussing Piaget's course of investigation about the origins and the existent relationship between
language and thought. In order to meet our goals, firstly, we will analyze the author's initial works about the evolution and socialization
of children's thought and language, emphasizing the exogenous explanation of their progress. Secondly, we will investigate the
research studies carried out by Piaget, during the 30's and 40's decades, about the motor-sensory origins of thought and language,
focusing the endogenous explanation of their progress. Thirdly, we will analyze the psycholinguistic studies related to normal and
disabled children, which confirms Piaget's thesis relevance, concerning the origins of thought and language. Finally, we will point out
some of the author's conclusive theses, based on his theoretical framework, concerning the critiques to contemporary empirical and
positivist theories.
Key words: thought and language, Piaget's course, continuity with reconstruction.

As pesquisas de Piaget sobre as origens do comentadores afirmam (Banks-Leite, 1997; Bronckart,


pensamento e da linguagem são objeto de críticas, 2000), permanece lacunar? Quais as implicações
interrogações e leituras parciais que exigem maiores teóricas e epistemológicas das investigações feitas por
esclarecimentos. As questões que exigem maiores ele sobre a origem sensório-motora do pensamento e da
esclarecimentos, ao nosso ver, são as seguintes: existe função simbólica?
mudança de perspectiva entre as pesquisas feitas na É importante destacar que o debate atual - no qual
década de 1920 e aquelas feitas nas duas décadas é preciso situar o trabalho de Piaget - sobre a
seguintes? Se tal mudança existe, qual a razão e o explicação das origens da linguagem e do pensamento
significado dela? Essa mudança consistirá no não é aquele da falsa alternativa do determinismo
abandono da perspectiva da explicação social para social ou do determinismo biológico, nem aquele dos
abraçar a perspectiva da explicação individual ou reducionismos psicológicos e sociológicos. O
significará, pelo contrário, a possibilidade de problema fundamental a enfrentar é a questão de saber
integração de ambas as formas de explicação? A como as novas formas de ação humana se organizam a
explicação feita por Piaget sobre as condições e partir de formas anteriores (reflexos e esquemas
processos que possibilitam a aquisição da linguagem e sensório-motores) e como nesse processo participam
da função simbólica, como alguns dos seus críticos e fatores endógenos e exógenos. É nesse sentido que

* Mestre em Psicobiologia, Doutor em Neurociências e Comportamento, Professor Associado ao Departamento de Psicologia


Geral e Análise do Comportamento da Universidade Paulista Julio Mesquita Filho, Marília-SP. Pós-doutorando no
Departamento de Psicologia e Educação da Universidade de São Paulo.

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precisamos saber sobre as interações entre as estruturas hipótese da interação e solidariedade entre a linguagem
orgânicas, psicológicas e sociais, assim como as e o pensamento assume um sentido verdadeiramente
complementaridades entre as explicações biológicas, novo, pois supera as determinações unilaterais da ação
psicológicas e sociológicas. individual e da ação coletiva.
A nossa conjetura sobre o percurso da pesquisa de
Piaget em relação às origens e desenvolvimento da PESQUISAS INICIAIS DE PIAGET SOBRE O
linguagem e do pensamento é que existe uma evolução PENSAMENTO E A LINGUAGEM
do seu pensamento científico, não no sentido de simples
ruptura com o passado nem de simples prolongamento, Não há dúvida de que Piaget, desde o começo, teve
mas de superação no sentido hegeliano do termo: como objetivo maior resolver os grandes problemas
continuidade com reconstrução (“aufhebung”), pois as epistemológicos, isto é, explicar como o sujeito
conquistas da primeira fase serão incorporadas num conhece e fornece explicações cada vez mais objetivas
sistema maior, como conseqüência de reconstruções em e mais abrangentes sobre o mundo. Para isso teve que
função de novas descobertas. realizar pesquisas psicogenéticas sobre as origens e a
Numa primeira aproximação, podemos afirmar estruturação progressiva do conhecimento e, nesse
que, nas pesquisas iniciadas por Piaget na década do sentido, investigar o papel da lógica e da linguagem.
1920, as conquistas conceituais realizadas pela criança É nesse contexto de preocupação teórica que se
são explicadas por ele em função da socialização realizam os primeiros estudos sobre o desenvolvimento
lingüística e de interações sociais. Já nas pesquisas do pensamento e da linguagem da criança. A passagem
realizadas nas décadas de 1930 e 1940, em razão da do egocentrismo infantil para a objetividade e para o
descoberta de estruturas de conhecimento pré-verbais pensamento lógico encontra-se, segundo esse autor,
assim como de novos mecanismos internos de formação estreitamente relacionada à linguagem socializada, isto
(assimilação recíproca, coordenação de esquemas, é, à linguagem cujos termos e conceitos são
reação circular, etc), a explicação das origens da compartilhados por todos os membros do grupo, a qual
linguagem e do pensamento é buscada na interiorização possui uma estrutura lógica.
do esquematismo sensório-motor da criança; portanto, Muitos autores já salientaram a natureza desse
na atividade construtiva do sujeito. período de pesquisa, no sentido de que esses primeiros
É importante lembrar que as primeiras doutrinas de trabalhos enfatizaram questões de ordem “lógico-
formação dos mecanismos mentais e das condutas verbal” ou “lógico-conceitual”, para apreender o
individuais insistiram em reduzir ao aspecto social tudo progresso das características do pensamento infantil,
o que aquelas comportam de psiquismo superior do que é essencialmente egocêntrico.
indivíduo. Entretanto, à medida que a ciência
psicológica conseguiu dissociar melhor aquilo que é Pensamento egocêntrico pensamento lógico
comum e geral a todos os indivíduos - como é o caso (Pensamento socializado)
das estruturas mentais - e aquilo que cada indivíduo
pode inventar ou diferenciar no curso das suas Linguagem egocêntrica linguagem lógica
(Linguagem socializada)
especializações pessoais, os termos do problema têm-se
modificado profundamente. Assim, segundo as Na perspectiva da explicação do progresso, nessa
tendências atuais, a questão não é tanto estabelecer até fase, as pesquisas de Piaget (1923, 1924) mostram que
que ponto o indivíduo é socializado (pois ele o é desde os fatores sociais e culturais são aqueles que promovem
o seu nascimento e segundo modos bastante diversos), o desenvolvimento do pensamento. Assim, quando ele
mas discernir se, entre as estruturas orgânicas e as se refere à sucessão evolutiva do pensamento
estruturas sociais – mas não exclusivamente sociais –, “autístico” (individual e incomunicável) para o
existem estruturas “gerais” ou comuns a todos os pensamento “dirigido” (socializada, orientada pela
indivíduos membros da sociedade e explicar as adaptação progressiva dos indivíduos uns aos outros), o
interações entre as realidades - estruturas - biológicas, progresso é atribuído à ação do meio social e da
psicológicas e sociais. linguagem. Explica assim que a oposição entre as duas
Se a análise das relações entre a linguagem e o formas de pensamento
pensamento realiza-se levando em conta essas novas
perspectivas, o modo de explicação dos fatores
endógenos e exógenos torna-se mais integrativo e mais (...) obedece em grande parte ao fato de que a
diferenciado. Sobre essas novas bases, portanto, a inteligência, precisamente porque se socializa
progressivamente, procede cada vez mais por

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conceitos, em virtude da linguagem que liga pensamento autístico, que é não dirigido, isto
o pensamento às palavras, enquanto o é, flutua ao sabor dos caprichos (como no
autismo, precisamente porque permanece devaneio), e a inteligência dirigida. O
individual, continua ligado à representação egocentrismo obedece, ainda, ao bel-prazer
por imagens, à atividade orgânica e aos do eu, mais do que à sua lógica impessoal.
movimentos. O fato de contar seus Obstáculo indireto, igualmente, pois somente
pensamentos, de transmiti-los aos outros, ou os hábitos de discussão e de vida social
de calar ou falar somente consigo mesmo, levam à lógica, e o egocentrismo,
deve ter, portanto, uma importância precisamente, torna impossível esses hábitos
primordial na estrutura e funcionamento do (1999, p 275-6).
pensamento em geral, da lógica da criança
em particular. (1999, p.43) Nota-se que, apesar de Piaget procurar
fundamentar uma teoria interacionista da formação
Não de pode deixar de destacar que a explicação do pensamento e da linguagem, escapa-lhe a
da evolução se encontra fundamentalmente no processo explicação psicológica endógena da evolução do
de socialização do pensamento, o qual implica uso de pensamento, pois recorre simplesmente à interação
conceitos provenientes da linguagem verbal que liga o social como elemento explicativo. Noutras palavras,
pensamento às palavras. a aquisição da linguagem e a interação social (troca
Os argumentos mais taxativos da ação da interação e cooperação entre indivíduos) estariam explicando,
social sobre a evolução do pensamento se encontram na nessa época, a evolução do pensamento e da
análise do estágio da discussão verdadeira da criança: linguagem.
Nesse ponto, Vygotsky destaca a coincidência de
Como dissemos há pouco, se admitirmos que sua hipótese com a hipótese explicativa de Piaget
há uma correlação entre a atividade da
daquela época, pois para ele o desenvolvimento da
criança e o seu pensamento, é evidente que é
o hábito da discussão que produz a lógica na criança é uma função direta de sua fala
necessidade de elaborar a unidade, de socializada.
sistematizar as próprias opiniões. É o que
Janet e Tarde demostraram a propósito da Basicamente, o desenvolvimento da fala
psicologia da discussão em geral. Eles interior depende de fatores externos: o
mostraram-nos que toda reflexão é produto de desenvolvimento da lógica na criança, como
uma discussão interior, e de uma discussão os estudos de Piaget demonstram, é uma
que leva a uma conclusão, como se o função direta de sua fala socializada. O
indivíduo repetisse, diante de si próprio, a crescimento intelectual da criança depende de
atitude que adotara para com os outros. seu domínio dos meios sociais do
Nossas pesquisas confirmaram esta maneira pensamento, isto é, da linguagem (Vygotsky,
de ver (1999, p.117, grifo do autor). 1991 p.44).

Nessa mesma obra, quando constata que a pré- Nesse período, então, é clara a tese de Piaget sobre
causalidade na criança tende a desaparecer na mesma a importância decisiva e explicativa da linguagem na
idade em que desaparece o egocentrismo (sete a oito formação do pensamento lógico, ao passo que
anos), diz que em toda explicação causal há um esforço processos e mecanismos internos e mais profundos
de adaptação ao mundo exterior, um esforço de (“coordenação de esquemas de ação”, “reação
objetivação e de despersonalização do pensamento. circular”, “interiorização de esquemas”, “auto-
Quando constata que nos hábitos lógicos há um esforço regulação”, “equilibração”, etc.), que explicariam a
de coerência interna e de direção no pensamento, que construção de esquemas conceptuais, ainda não
não é inerente ao pensamento primitivo, mas uma estavam formulados. Nesse sentido, pode-se dizer que a
conquista progressiva da razão, o progresso é atribuído tese Piaget, nesse período, representa um reducionismo
ao papel decisivo dos hábitos de discussão. social.
Essa nossa conjetura sobre o pensamento inicial de
Ainda aqui o egocentrismo do pensamento é Piaget e a mudança posterior de perspectiva sobre as
um obstáculo real à aquisição dessa origens do pensamento e da linguagem encontra-se
necessidade de implicação ou de confirmada na passagem de um artigo, redigido por ele
sistematização lógica. Obstáculo direto, mesmo na década de sessenta (1969), a propósito do
porque todo pensamento egocêntrico é, por reducionismo social:
sua estrutura, intermediário entre o

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Tal modo de explicação se encontra prolongam nos primeiros esquemas e coordenações


atualmente em todos os campos da adquiridos (sucção do dedo, busca visual de um objeto
afetividade elementar (psicanálise chamada audível, preensão dos objetos vistos, etc.) através de
culturalista: E. Fromm, etc.) e das condutas assimilação recíproca.
em geral (R. Benedict; M. Mead, etc.) até as
reações cognitivas (desde M. Baldwin e P. Esq. Esq. Coord. de esque- Coord. interna
Janet, até os trabalhos de Vygotsky e Luria inatos adquiridos mas adquiridos de esquemas
sobre o papel da linguagem, passando por
nossas próprias obras iniciais) e as condutas Através de novas assimilações recíprocas e
propriamente sociais (sociometria, etc.) “reações circulares secundárias”, a criança, consegue
(Piaget, 1969, p.133, grifo do autor). dissociar e coordenar esquemas-fins e esquemas-meios
na solução de problemas que implicam obstáculos
O princípio utilizado pelas concepções interpostos aos seus interesses e desejos (terceira fase).
reducionistas, segundo Piaget (1969), é o mesmo: Como conseqüência disso se iniciam os primeiros atos
quando um comportamento novo vem enriquecer os intencionais e inteligentes.
precedentes, no decurso do desenvolvimento, isso seria A coordenação de esquemas-meios e esquemas-
devido menos a uma construção interna (endógena) do fins (quarta fase) carateriza uma atividade intencional e
que a um resultado das próprias interações da vida inteligente propriamente dita, pois a criança se coloca
social. Por exemplo, quando se explica o aparecimento antecipadamente um propósito a alcançar e em função
da reflexão, invocando a conduta social da deliberação disso utiliza um esquema conhecido como instrumento
- assim como da sua interiorização - sobre a forma de necessário. É importante salientar que a natureza dessa
discussão consigo mesmo, há uma construção de coordenação denuncia não uma ligação qualquer,
conduta nova, mas a partir do plano interindividual ou aleatória ou associativa, mas uma ligação implicativa
coletivo. A novidade de tal conduta – a reflexão – é isomorfa às futuras ligações lógicas, produto de uma
reduzida, portanto, ao mecanismo exterior, e não deriva assimilação recíproca dos esquemas em jogo,
de uma construção interna, a partir das condutas de significando, assim, a assimilação recíproca, a
níveis anteriores. integração de dois sistemas não apenas fundidos, como
Os processos e mecanismos internos de formação nas fases iniciais (segunda e terceira), mas
do pensamento serão analisados no item seguinte, diferenciados pelo sujeito.
quando da aquisição dos primeiros esquemas verbais e A quinta fase da inteligência sensório-motora
dos “pré-conceitos”, depois de serem esclarecidas as exprime um maior aprimoramento dessa coordenação,
suas raízes sensório-motoras (nas coordenações gerais na medida em que a criança se torna capaz de descobrir
da ação). e criar meios de solução por experimentação ativa.
Assim, a criança consegue variar, intencionalmente, os
PESQUISAS REALIZADAS POR PIAGET NAS meios a serem empregados em função dos fins a serem
DÉCADAS DO TRINTA E DO QUARENTA. alcançados. Entretanto, como poderá ser observado na
Origens do pensamento na inteligência pré-verbal fase seguinte, o objetivo a ser alcançado não se faz
ainda através de uma premeditação mental, mas,
As pesquisas que se desenvolveram nas décadas do somente por esquemas motores e perceptivos que atuam
sucessivamente.
trinta e quarenta tiveram como propósito mostrar a
A mobilidade e complexidade da coordenação de
origem do pensamento nas coordenações gerais das
esquemas sensório -motores alcançados até então
ações, e a aquisição da linguagem, no exercício da
abrem novas possibilidades para uma coordenação de
função simbólica.
esquemas já não mais sucessivos e atuantes
Os domínios nos quais são estudadas as origens do
diretamente sobre os objetos externos, mas, ao
pensamento e da representação mental são aqueles da
contrário daqueles, interiorizados e combinados
coordenação dos esquemas sensório-motores que se
mentalmente. Assim, na sexta fase da inteligência
prolongam em conceitos e dos mecanismos imitativos
sensório-motora, perante obstáculos infranqueáveis
que se prolongam em imagem mental.
pelos procedimentos anteriormente conhecidos, a
No que diz respeito às origens do pensamento na
criança inventa soluções através de manobras ou
coordenação das ações, a principal pesquisa realizada
operações simplesmente mentais. Desse modo, os
por Piaget sobre esse assunto encontra-se na obra “O
esquemas anteriores são evocados para agir sobre os
Nascimento da Inteligência na Criança” (1936). Nessa
objetos, e essa evocação (ação interior de esquemas) se
pesquisa, analisa o exercício dos primeiros esquemas
produz tendo como apoio símbolos ainda materiais
inatos (reflexos motores e perceptivos) que se

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(gestos imitativos) que se reportam a ações e objetos esquecer que esse objeto também está relacionado a um
particulares. esquema conceptual ou pré-conceptual. O símbolo
Desse modo, o acabamento evolutivo da lúdico implica também diferenciação de um
inteligência sensório-motora significa ao mesmo tempo significante (gesto ou objeto exterior) que representa
o começo de sua interiorização, de tal modo que o um significante (objeto ausente), o qual é reportado por
esquematismo sensório-motor, reconstruindo-se, se uma imagem. O desenho, enquanto figuração gráfica,
prolongará nas futuras estruturas conceituais. reporta-se a um objeto ausente, mediado pela imagem
Nessa última fase, pode-se constatar também a que o sujeito constitui desse objeto. A linguagem,
formação simultânea dos significantes simbólicos, na enquanto sistema de signos, implica significantes
forma dos gestos imitativos, os quais se prolongarão, (gestos ou palavras articuladas) que se reportam a
transformando-se nas futuras imagens mentais. objetos mediados por conceitos ou “pré-conceitos”, os
quais se apóiam, sobretudo nas fases inicias, nas
Origens da imagem mental na imitação sensório- imagens mentais.
motora A aquisição da linguagem encontra-se, portanto,
A investigação sobre as origens sensório-motoras atrelada à constituição da capacidade humana de
da imagem mental revela que ela resulta de um longo representar, isto é, de diferenciar significantes e
processo evolutivo da atividade imitativa, pólo de significados, e por isso, ao exercício da função
acomodação da inteligência. A pesquisa sobre a simbólica.
“Gênese da Imitação” (1935, 1945) mostra que essa Isso não significa que a linguagem, uma vez
atividade, desde os primeiros meses de vida da criança, adquirida, possa contribuir, decididamente, em troca,
evolui progressivamente na direção da imitação para a evolução da função simbólica em seu conjunto e
diferida, e esta, na direção da imagem mental. A função particularmente para a evolução do pensamento
da imitação é, desde o começo, reproduzir ou figurar os conceptual.
caracteres particulares dos objetos, cujo
desenvolvimento ocorre por influência do Transição da inteligência sensório-motora para a
inteligência conceitual
esquematismo sensório-motor e, a seguir, pelo
esquematismo conceptual. Na pesquisa sobre a transição dos esquemas
Como mostramos em trabalhos anteriores (Dongo sensório-motores para os esquemas conceptuais, Piaget
Montoya, 1998a, 1998b, 2005), o nascimento da (1945) mostra que os primeiros “esquemas verbais” da
imagem, para Piaget, está atrelado ao nascimento do criança refletem o uso da linguagem, a qual se reporta
pensamento enquanto coordenação interna de a objetos exteriores assimilados em função dos
esquemas, de tal maneira que até mesmo o esquemas sensório-motores em via de interiorização ou
desenvolvimento futuro de cada um desses dois de conceptualização. “A denominação, como já se
elementos depende das suas relações recíprocas e verificou pelas introduções precedentes, não é a
indissolúveis: o primeiro (o pensamento) é fonte de simples atribuição de um nome, mas o enunciado de
mobilidade e de transformação e, esta última (a uma ação possível: a palavra se limita quase a traduzir,
imagem) é fonte de figuração simbólica. Esse processo neste nível, a organização de esquemas sensório-
construtivo evidencia que não há nada de lacunar na motores que poderiam passar sem ela” (Piaget, 1978,
explicação da função simbólica, por parte de Piaget, p.285).
como alguns dos seus críticos insinuam; pelo contrário, Esquemas verbais pré-conceitos conceitos
os novos dados experimentais e a própria consistência Semi-signos signos verdadeiros
explicativa mostram que há transformações
progressivas, que envolvem reconstruções estruturais e Imagens estáticas Imagens dinamicas
continuidade funcional, no acabamento e no Continuidade com reconstrucão
subseqüente desenvolvimento dessa função.
É evidente que a linguagem, nesse nível inicial,
Assim, o duplo processo de interiorização da
participa no processo de socialização do pensamento,
coordenação dos esquemas sensório-motores e da
visto que permite trocar informações e colocar em
atividade imitativa é condição prévia para a
correspondência pontos de vista, e nesse sentido
constituição da função simbólica, isto é, da capacidade
possibilita o processo de conceptualização. Entretanto,
do sujeito de diferenciar significantes de significados.
esse processo não é de uma via somente, pois ele
A imagem mental se constitui como significante que se
possibilita, reciprocamente, o desenvolvimento da
reporta a uma situação ou a um objeto particular, sem

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competência lingüística. Sobre isso, Piaget assim se classificação e ordenamento de assimetrias não se
manifesta: retira dos objetos exteriores, nem mesmo da sintaxe da
linguagem, mas sim, das formas classificatórias e
Mas é claro que perdura o problema de ordenadoras próprias às coordenações cada vez mais
compreender como a linguagem permite a móveis e complexas dos esquemas sensório-motores.
construção dos conceitos, pois a relação é Nesse processo é evidente que a formação e
naturalmente recíproca e a possibilidade de
acabamento da função simbólica é fundamental.
construir representações conceptuais é uma
das condições necessárias para a aquisição da
Esse processo de evolução interna não se opõe à
linguagem (1978, p. 285). evolução das próprias interações sociais. As relações
interindividuais partem de relações centradas nas ações
Na passagem dos esquemas sensório-motores para particulares para coordenações descentradas, dos
os esquemas conceituais, Piaget não deixa de outorgar pontos de vista de relações unilaterais de coação
a importância devida à linguagem, sobretudo na intelectual e de coação moral para relações de
atividade de narrativa do sujeito; porém, a narrativa reciprocidade e de cooperação propriamente dita. A
não explica a própria novidade construtiva da estrutura evolução da ação do indivíduo depende da evolução
conceptual do pensamento, pois esta é produto da das relações nas quais este se encontra inserido, e isso
reorganização dos esquemas interiorizados (abstrações reciprocamente. Nessa evolução a idéia de socialização
reflexivas). A narrativa, embora seja um intermediário se encontra intimamente relacionada com a cooperação:
indispensável como meio de evocação e de socializar significa compartilhar noções e signos com
reconstituição, ela somente se inicia no limite superior uma comunidade de falantes e ao mesmo tempo
da produção dos primeiros esquemas verbais, quando distingui-los das próprias idiossincrasias e dos pontos
da produção dos primeiros “pré-conceitos” e de vista particulares.
transduções da criança. Da análise do movimento construtivo interno,
Se a estrutura do pensamento não deriva da realizada nas décadas de 1930 e 1940, não se pode
estrutura da linguagem, isso não leva a subestimar o deduzir que Piaget abandone a explicação social
papel da linguagem na construção de representações realizada na década de 1920, pelo contrário, ele a leva
propriamente ditas. Por isso, Piaget, ao questionar-se em consideração, mas num nível de integração e
sobre a passagem da linguagem ligada ao ato imediato diferenciação maior: solidariedade dos processos
e presente (primeiros esquemas verbais) para a internos e externos, enquanto aspectos indissociáveis e
construção de representações verbais propriamente irredutíveis da ação humana. Assim, é preciso
ditas (de juízos de constatação e não mais apenas de perguntar-nos se a atribuição a Piaget de um
juízos de ação), responde que a narrativa constitui um determinismo biológico e insensibilidade à ação social,
intermediário indispensável como meio de evocação e como insistem atualmente alguns dos seus críticos, não
de reconstituição. estará servindo somente para justificar a pertinência
atual do reducionismo social que ele mesmo se
Esquemas Esquemas encarregou de abandonar?
Pré-conceitos Conceitos
s.m. Verbais
Narrativa
ESTUDOS PIAGETIANOS APÓS A DÉCADA DO
Após essas pesquisas, a convicção de Piaget se TRINTA E QUARENTA
acentua na direção da irredutibilidade e
indissociabilidade entre explicação endógena e Uma vez descoberta a origem do pensamento e
exógena, o que se pode traduzir na fórmula seguinte: da função simbólica no esquematismo sensório-
motor, assim como o desenvolvimento posterior do
Coordenação intra-individual (explicação endógena)
pensamento e da linguagem na criança, Piaget
Coordenação inter-individual (explicação exógena) tratará de formular melhor essas descobertas através
O conceito e o juízo do indivíduo são produtos das de análises e estudos sobre as relações existentes
transformações ocorridas no processo de interiorização entre lógica, linguagem e pensamento. Com esse
dos esquemas e coordenação de esquemas de ação intuito tratará também de diferenciar a sua tese, o
(esquemas verbais, preconceitos, transduções), o que mais explicitamente possível, das hipóteses e
envolve necessariamente reorganizações por abstrações concepções epistemológicas concorrentes
reflexionantes. Como sabemos, a capacidade de (empiristas, positivistas e pré-formistas) e dos
reducionismos sociais.

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Pesquisas junto a portadores de deficiências linguagem verbal, quando adquirida, não é usada com
Recorrendo a pesquisas efetuadas por esse intuito, mas simplesmente como instrumento de
colaboradores junto a surdos, Piaget conclui que, instrução e treino das suas performances cognitivas e
apesar do atraso apresentado por esses sujeitos no que lingüísticas. Os trabalhos de reeducação realizados por
diz à formação das operações mentais, não se pode essa autora mostram a pertinência das hipóteses de
falar de carência da operação propriamente dita, pois partida, assim como possibilidades de uma educação
nesses sujeitos se encontram os mesmos estágios de ativa.
evolução, com um atraso de um ou dois anos em Por outro lado, trabalhos realizados por nós, na
relação às crianças normais. década de oitenta, junto a crianças de favela, mostram
Pesquisas com cegos de nascença mostram atrasos problema análogo em crianças surdas e, por isso
de até quatro anos. Isso significa que a coordenação mesmo, corroboram a validez da tese piagetiana no que
verbal não é suficiente para compensar o atraso da se refere ao prolongamento, com reconstrução, do
adaptação e coordenação dos esquemas sensório- esquematismo sensório-motor, na formação do
motores. Para esses sujeitos, certamente é necessária pensamento conceitual. Mostram também a
toda uma aprendizagem da ação sensório-motora para necessidade da troca simbólica, como meio de
alcançar a constituição das operações comparáveis aos reconstituição do vivido e interação de pontos de vista,
normais e até mesmo aos surdos-mudos. no processo de construção interna do indivíduo.
No Brasil, as pesquisas junto a crianças surdas, na
Pesquisas psicolingüísticas sobre aprendizagem da
perspectiva piagetiana, iniciam-se com os trabalhos de
sintaxe e a operação mental
Maria Alicia Ferrari de Zamorano (1983), orientada
pela professora Zélia Ramozzi Chiarotino, do Instituto Por outro lado, trabalhos de lingüistas,
de Psicologia da USP. A esses trabalhos se seguiram as colaboradores de Piaget, que comparam aprendizagem
pesquisas realizadas por Rosimar Bortolini Pocker de expressões sintáticas de crianças operatórias e pré-
(1995, 2000), do Departamento de Educação Especial operatórias, mostram que a utilização de expressões
da UNESP – Campus de Marília. lingüísticas não modifica, necessariamente, as suas
De acordo com Piaget, se as crianças, alcançadas a noções conceptuais, se estas não se encontram
representação e a função simbólica, não exercitarem a sensíveis a essa transformação.
evocação e reconstituição das ações vividas, através
das narrativas, não haverá possibilidade de que os Essas pesquisas, em especial aquelas
esquemas se interiorizem e se transformem em realizadas por H. Sinclar (1967) e E. Ferreiro
(1971), corroboram os resultados das
conceitos. Para isso é necessário que elas estejam
pesquisas realizadas no período anterior, no
inseridas em permanente troca simbólica (exprimir e sentido de que a linguagem não constitui a
trocar, com outras crianças e adultos, lembranças, fonte da organização lógica do pensamento, e
projetos, pensamentos e sentimentos). As crianças que, justamente, essa lógica deveria se buscar
surdas, embora consigam organizar o mundo no plano na coordenação geral das ações, a partir dos
sensório-motor, no plano simbólico ou semiótico, níveis sensório-motores.
devido a danos produzidos nos canais auditivos,
apresentam dificuldades ou limitações na continuidade No meio brasileiro, a pesquisa concluída por
da troca com o meio. Em função disso, o ritmo de Inaiara Rodrigues (2000) sobre o desenvolvimento da
formação do pensamento operatório fica prejudicado. noção temporal por meio da narrativa oral segundo a
Essas crianças conseguem constituir a forma de teoria piagetiana, e aquela em fase de conclusão (tese
pensamento operatório elementar, mas com atrasos de doutorado), analisam questões psicolingüísticas a
significativos em relação aos ouvintes. partir da relação entre narrativa e noção temporal em
As pesquisas de Pocker (1995, 2001), no contexto crianças normais e crianças com problemas de
escolar, junto a esse tipo de crianças, mostram aprendizagem.
problemas derivados do ensino da língua de sinais e da
linguagem verbal. Essa autora mostra que, embora a A PROPÓSITO DA CRÍTICA ÀS
linguagem de gestos seja o elemento natural para a CORRENTES EMPIRISTAS E POSITIVISTAS
comunicação dessas crianças, nem sempre é utilizada CONTEMPORÂNEAS: TESES CONCLUSIVAS
enquanto instrumento verdadeiro de troca simbólica,
pois a comunicação se reduz a sua mínima expressão É evidente que a conduta humana é social desde o
enquanto expressão do pensamento. A própria nascimento e que a pressão social cumpre uma

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influência decisiva no desenvolvimento e na motores – pois são estruturas completamente diferentes


socialização do pensamento humano; porém explicar no que diz respeito à mobilidade e amplitude de ação, e
esse desenvolvimento a partir da ação coletiva, sem mesmo de interação social –, isso não elimina a
levar em conta a atividade estruturante do indivíduo, é continuidade do funcionamento, pois a adaptação num
fazer opção por um dos pólos da relação (indivíduo – novo plano, o da representação e da socialização,
meio social), como o fazem o positivismo e o responde aos mesmos mecanismos do plano anterior
reducionismo sociológico. Com efeito, a partir de novos (sistemas de totalidade, adaptação enquanto
dados acumulados, Piaget faz a crítica a essas solidariedade entre assimilação e acomodação,
concepções. generalização construtiva, abstração reflexionante,
Segundo Piaget, para certas concepções, a lógica etc.). Por isso, para Piaget, a tese teórica maior para
inerente ao sistema da língua constitui não somente um explicar a evolução do comportamento humano,
fator essencial - ou mesmo único - de aprendizagem da incluídas a inteligência e a linguagem, é da
lógica pela criança ou por um indivíduo qualquer, mas continuidade com reconstrução das estruturas
ainda fonte de toda a lógica da humanidade inteira. anteriormente adquiridas. Entretanto, isso não
Assim, segundo o positivismo lógico, a lógica dos significa o abandono da necessária ação das relações
lógicos não é outra coisa que não uma síntaxe e uma sociais na formação do pensamento conceitual; pelo
semântica generalizadas. contrário, para ele, permanece a explicação da
Destarte, para o positivismo lógico, antes da evolução do pensamento em função das interações
aquisição da linguagem não existe uma organização sociais, como nas suas teses iniciais, mas na condição
lógica no pensamento do indivíduo. Essa forma de de permanecer garantida a atividade de processos
pensamento explica-se pela aquisição da sintaxe internos e a continuidade, com reconstrução, de
lingüística por parte da criança, a qual, ao interiorizar- conquistas anteriormente alcançadas. Isso conduz à
se, transforma o pensamento inicial da criança. Em formulação de uma tese de maior síntese integrativa
conseqüência, a explicação da novidade se encontra entre as dimensões sociais e individuais: a evolução
numa fonte exterior ao próprio processo evolutivo do não responde a uma determinação unilateral, mas a
pensamento pré-verbal. uma solidariedade radical entre as coordenações
Como se pôde observar nos itens anteriores, as interindividuais e as coordenações intra-individuais.
pesquisas de Piaget das décadas de 1930 e 1940 A possibilidade, então, de superar todas as formas
mostram, claramente, que as raízes do pensamento de reducionismo exige postular novos paradigmas que
encontram-se nos esquemas de ação, os quais já possibilitem a relativização dos determinismos e exija
prefiguram, no seu funcionamento e nas suas pensar a evolução enquanto dialética de continuidade e
estruturações mais complexas, formas isomorfas às descontinuidade nos diferentes planos da vida
futuras estruturas do pensamento infantil e do biológica, psicológica e social e da solidariedade entre
adulto. A defesa dessa tese não se reduz à análise as coordenações intra-individuais e as coordenações
dessa isomorfia, mas estende-se ao levantamento de interindividuais. É essa a direção que tomam os
dados novos e à explicação da formação da função esforços teóricos e experimentais de Piaget.
simbólica e do processo de transformação dos
primeiros esquemas verbais em conceitos
propriamente ditos. REFERÊNCIAS
Contrariamente ao empirismo e ao positivismo
lógico, observa-se, na formulação de Piaget, uma Banks-Leite, L. (1997). As questões lingüísticas na obra de
verdadeira construção endógena dos conceitos. É Piaget: apontamentos para uma reflexão crítica. Em
L.Banks-Leite (Org.). Percursos piagetianos (pp.207-223).
óbvio, pelo que foi dito anteriormente, que essa São Paulo: Cortez.
construção não se realiza de maneira solipsista, à
Bronckart, J. P. (2000). El problema de la consciência como
margem da interação com os outros indivíduos. Pelo “analizador” de las epistemologías de Vygotsky y de
contrário, essa interação é condição necessária, embora Piaget. Em E. Serrat, S. Aznar, (Org.). Piaget y Vigotski
não suficiente. Já observamos a ação imprescindível da ante el siglo XXI: referentes de actualidade (pp.15-41).
narrativa na passagem dos esquemas sensório-motores Girona: Horsori.
para os conceitos, assim como o avanço solidário da Dongo Montoya, A. O. (1998a, set./out.). L’image mental et la
organização lingüística e da organização conceitual. construction de la pensée chez l’enfant. Bulletin de
Se o estado alcançado pelo pensamento conceitual Psychologie, 51(5), 529-535.
não é da mesma natureza que a dos esquemas sensório- Dongo Montoya, A. O. (1998b). Representação imagética e
construção do conhecimento na criança. Tese (Livre

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Publicada. Programa de Pós-Graduação em Educação
Aceito em 06/08/2005
Especial, Universidade Estadual Paulista Júlio de
Mesquita Filho, Marília.

Endereço para correspondência: Adrián Oscar Dongo Montoya. Avenida Gonçalves Dias, 34, Apto. 404, CEP 17.501-030
Marília-SP. E-mail: adrian@wnet.com.br

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