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IMPUGNAÇÃO DE LANÇAMENTO DE IPVA SF

2016.000002139727-36. TATE 00.258/16-4.


IMPUGNANTE: ELIANE FERREIRA DA SILVA
NASCIMENTO. CPF: 416.580.864-49. ACÓRDÃO 5ª TJ
Nº 0032/2016(01) RELATORA: JULGADORA SÔNIA
MARIA CORREIA BEZERRA DE MATOS. EMENTA:
IMPUGNAÇÃO DO LANÇAMENTO DO IPVA. DECISÃO
JUDICIAL. 1 - A matéria já foi decidida na esfera Judicial
que tem preponderância sobre a via Administrativa, que
deve se subjugar à mesma. Não conhecida a impugnação
do Lançamento do IPVA, devendo a Administração cumprir
a decisão judicial, se ainda não o fez. . A 5ª Turma
Julgadora, no exame e julgamento do processo acima
identificado, ACORDA, por unanimidade de votos, em
não conhecer da impugnação, tendo em vista que a
matéria foi decidida no Judiciário.

TRIBUNAL ADMINISTRATIVO-TRIBUTÁRIO DO ESTADO

IMPUGNAÇÃO DE LANÇAMENTO DE IPVA

SF: 2016.000002139727-16 (TATE 00.258/16-4)

IMPUGNANTE: ELIANE FERREIRA DA SILVA NASCIMENTO

C.P.F (MF): 416.580.864-49

RELATÓRIO

Em 03/02/16 foi interposta a presente impugnação de


lançamento do IPVA, pedindo o cancelamento do lançamento deste
imposto sobre a propriedade do veículo placa 3805,
(RENAVAN/CHASSI 9BFZZZFHAVB122268I), onde consta a requerente
como proprietária, sob o fundamento de que, em 05/2002, portanto,
há quase 14 anos, devolveu amigavelmente o veículo para a empresa
GM, inscrita no sob o nº CNPJ 59.275.792/0001-50, porém esta
financeira não vem atendendo o despacho judicial que determinou que
substituísse, no DETRAN/PE, o nome do proprietário do veículo.

Diz que a transferência de propriedade de bem móvel se opera


com a tradição nos termos do art. 1267 do Cod. Civil, assim a falta de
transferência e/ou comunicação da alienação, simples
descumprimento de exigência burocrática não permite desconsiderar a
efetiva relação de propriedade, não podendo ser tratada como
contribuinte do IPVA.

E, que o proprietário e responsável pelo veículo – Banco GM está


sendo multado, pelo I Juizado Especial Cível de Limoeiro/PE, pelo não
cumprimento do despacho que determinou que a instituição financeira
alterasse a titularidade do veículo.

Afirma, ainda que o Poder Executivo pode dispensar o


pagamento do imposto incidente sobre a propriedade do veículo, a
partir do exercício seguinte ao da data do evento nas hipóteses por
outros motivos que descaracterizem o domínio ou a posse, nos termos
do art. 14, §2º, da Lei 13.260/08.

Pede que a) seja retirado o nome da requerente do SERASA


definitivamente; b) seja determinada a expedição de ofício ao
DETRAN e à Secretaria da Fazenda de Pernambuco, informando os
dados da adquirente do veículo em questão, qual seja o Banco GM, a
fim de que o mesmo conste como responsável pelo bem e pelos
débitos do IPVA; c) seja deferida a produção de todos os meios de
prova em direito admitidos pelo I Juizado Especial Cível de
Limoeiro/PE, para afloramento da verdade.

Com o pedido vieram: cópia do documento de devolução do


veículo para a GM – General Motrs S/A (fls. 09); comunicado da
SERASA, de 12/02/2016, onde consta como credora a Secretaria da
Fazenda – SEFAZ/PE, cobrando a quantia de R$ 1.057,52 (fls. 10);
cópia da petição do BANCO GMAC S/A, dirigida ao I Juizado Especial
Cível de Limoeiro/PE.

Recife, 29 de agosto de 2016.

Julgador Tributário do Estado

a) Sônia Matos.
SF: 2016.000002139727-16
(TATE 00.258/16-4)

IMPUGNANTE: ELIANE
FERREIRA DA SILVA
NASCIMENTO

VOTO

Verifica-se que a impugnante recebeu da SERASA, em


12/01/2016, comunicado da abertura de cadastro, acusando um
débito de R$ 1.057,52, sendo credora a SEFAZ/PE, referente a
débito de IPVA, incidente sobre a propriedade do veículo placa
KHL 3805 ano 1997, marca FORD, Modelo FIESTA que, desde
2002, devolveu à instituição financeira -BANCO GM.

E, que a impugnante propôs uma ação judicial na I Juizado


Especial Cível de Limoeiro/PE, proc. Nº 93.2008.8.17.8027,
contra o - BANCO GMAC S/A.- tendo como objeto a alteração do
nome do proprietário do supramencionado veículo para esta
instituição financeira .

Consta, ainda, do referido processo judicial, que o


Banco GMAC S/A expos, ao DETRAN que o veículo foi leiloado,
há mais de 09 anos, e arrematado como sucata pelo SR. Márcio
Kleber Fernandes Queiroz, que deveria, mas não providenciou a
baixa do registro do mesmo. Assim, para cumprimento de
determinação judicial, fez a solicitação da baixa tendo sido
informado por aquele órgão “que o recorte do chassi do carro
seria condição sine qua non para a transferência almejada”, o
que lhe impossibilitou de procedê-la.

A referia ação foi julgada procedente (06/11/2009),


condenando a instituição financeira demandada a tomar as
providências necessárias, junto ao DETRAN, para retirar a
titularidade do veículo em tela do nome da autora, passando
para o BANCO GEMAC S/A. E determinou expedição de ofício ao
DETRAN, informando o teor da sentença, que já transitou em
julgado.
Em, 29/03/2016, o MM Juiz proferiu despacho
determinando, dentre outras providências, que se oficiasse o
DETRAN dando-lhe ciência da sentença, e que a
responsabilidade do bem passou a ser do Banco GM, devendo
lhe ser atribuídos todos os débitos provenientes do veículo em
questão (IPVA, taxas, Licenciamento, Bombeiros, DPVAT,
Multas, etc.), isentando-se a demandante do pagamento do
referidos débitos.

Embora este Tribunal Administrativo-Tributário seja o


competente para apreciar a impugnação de lançamento dos
impostos estaduais, no caso, a matéria já foi decidida na esfera
Judicial que tem preponderância sobre a via Administrativa, que
deve se subjugar à mesma. Note-se que, o objeto da lide e a
discussão administrativa tem origem em uma mesma relação
jurídica de direito material.

Ora, a discussão judicial da Dívida Ativa da Fazenda


Pública implica em renúncia dos recursos na esfera
administrativa, nos termos do art. 38 par. único da Lei
6.830/80, e, tendo, no caso, a discussão se iniciado perante o
Judiciário, logicamente, a impugnação proposta perante este
Tribunal Administrativo-Tributário não pode ser analisada.

Assim, não conheço da presente impugnação do


Lançamento do IPVA, devendo a Administração cumprir a
decisão judicial, se ainda não o fez.

Recife, 06 de setembro de 2016.

Julgador Tributário do Estado

a) Sônia Matos.

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