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Extensivo

Aula 33 e 34
Apostila 4; pág. 131
Variações Linguísticas
Variação Linguística

Uso da língua
Seleção vocabular e seleção das regras de combinação.

Variação linguística
Possibilidades de variantes dessa seleção.
Exemplo

Veio me visitar um amigo que eu morei na casa dele faz tempo.

Veio visitar-me um amigo em cuja casa eu morei há dez anos.


Exemplo

Veio me visitar um amigo que eu morei na casa dele faz tempo.

Veio visitar-me um amigo em cuja casa eu morei há dez anos.


Quem é bom falante?
Aquele que consegue por meio da variante empregada, atingir seus objetivos.

Poliglota dentro da mesma língua.


Dominar diversas variantes da língua para poder usá-las quando for conveniente.

Exemplos:
Amigo Adriano – Brilhante estudante de Letras, conhecedor de Latim, Persa e Sânscrito.

Enéas Ferreira Carneiro – Médico conceituado, candidato por um partido pequeno e


desconhecido à Presidência da República em 1990.
Tipos de Variações

Variação Histórica

Variação Geográfica

Variação Social

Variação de Situação
Manifestação das Variações
Plano fônico Alterações na pronúncia das palavras.

Plano morfológico Alterações na forma das palavras.

Plano sintático Alterações na correlação entre as palavras.

Plano lexical Alterações no escolha das palavras.


Variação Fônicas
Vossa Mercê está bem?

Vossemecê está bem?


Variação Histórica
Vosmecê está bem?

Você está bem?

Você está bem?


Ocê tá bom? Variação de Situação
Variação Geográfica
Cê tá bom?
Variação Fônicas
Exemplos:
Aluno de Alfabetização – Migrante nordestino de 16 anos.

Fóscu Variação
Geográfica
e Social
Fósforo
Variação Morfológicas

Por estar com muita dó dos amigo,


eu intervi na situação.
Variação Morfológicas

Por estar com muita dó dos amigo,


eu intervi na situação.

Por estar com muito dó dos amigos,


eu intervim na situação.
Palavras de Gênero Vacilante: “dó” é masculino.
Omissão do “s” como marca de número de substantivos e adjetivos.
Conjugação Verbal: o verbo “intervir” é derivado do verbo “vir” e se conjuga
como ele: intervim, intervieste, interveio...
Variação Sintáticas
Arco-íris – Alceu Valença

Quero um tempo; onde não haja tempo


sentimentos não são medidos
onde não faz sentido os sentidos
quando só o silêncio traduz
Variação Sintáticas
Arco-íris – Alceu Valença

Quero um tempo; onde não haja tempo


sentimentos não são medidos
onde não faz sentido os sentidos
quando só o silêncio traduz
Quero um tempo onde não haja tempo
sentimentos não são medidos
onde não fazem sentido os sentidos
quando só o silêncio traduz
Vírgula: não se separam orações adjetivas restritivas.

Concordância Verbal: o verbo deve concordar com o sujeito, ainda que


ele lhe esteja posposto.
Variação Léxicas
Exemplos:
Ex-exilado político de volta ao país após muitos anos:

Cara, essa semana choveu direto!


Variação Léxicas
Exemplos:
Ex-exilado político de volta ao país após muitos anos:

Cara, essa semana choveu direto!

Como ele conhecia a palavra antes de sair do país:


Direto = em linha reta.

O sentido novo que ele encontrou para ela:


Direto = constantemente.
Um Samba no Bexiga
Composição: Adoniran Barbosa / Execução: Demônios da Garoa

Domingo nóis fumus num samba no bexiga


Na rua major, na casa do Nicola
A mesa não deu conta
Saiu uma baita duma briga
Era só pizza que avuava junto com as brachola
Nóis era estranho no lugar
E não quisemo se metê
Não fumus lá pra briga, nóis fumus lá pra comê
Variação Social
Na hora "h" se enfiemo de baixo da mesa
Fiquemo ali, que beleza vendo o Nicola briga
Dali a pouco escuitemo a patruia chegá
E o sargento oliveira falá
Num tem portância
Tô chamano as embulância
Carma pessoal,
A situação aqui está muito cínica
Os mais pió vai pras Clínica
Exercícios
Exercício 1 – UNICAMP Adaptada
MASSA!
“Pô Erundina, massa! Agora que o maneiro Cazuza virou nome
num pedaço aqui na Sampa, quem sabe tu te anima e acha
aí um point prá botá um nome de Magdalena Tagliaferro,
Cláudio Santoro, Jacques Klein, Edoardo de Guarnieri,
Guiomar Novaes, João de Souza Lima, Armando Belardi e
Radamés Gnattali. Esses caras não foi cruner de banda a la
‘Trogloditas do Sucesso’, mas se a tua moçada não manjar
quem eles foi dá um look aí na Enciclopédia Britânica ou no
Groves Internacional e tu vai sacá que o astral do século 20
musical deve muito a eles.”

Júlio Medaglia, di-jei do Teatro Municipal do Rio de Janeiro / (São Paulo, SP)
(“Painel do Leitor”, Folha de S. Paulo, 4.10.90)
Exercício 1 – UNICAMP Adaptada

a) Que grupo social pode ser identificado por este estilo?


Transcreva as marcas lingüísticas características desse
grupo, presentes no texto.
Esse estilo identifica o grupo social de jovens urbanos,
ouvintes de rádio, usuários de um verdadeiro coquetel
linguístico, em que se misturam gírias (“pô, “massa”,
“maneiro”), solecismos (“Esses caras não foi”, “eles foi”) e
estrangeirismos (“point, “look”).
Exercício 1 – UNICAMP Adaptada

b) Em que campo da cultura deram contribuição importante os


nomes mencionados na carta e que passagem(ns) do texto
permite(m) afirmar isso?
Os nomes mencionados na carta deram contribuições no
campo da música erudita, o que pode ser atestado pelas
passagens “Esses caras não foi cruner de banda…” e “…e
tu vai sacá que o astral do século 20 musical deve muito a
eles.”
Exercício 2 –FUVEST Adaptada
A tua saudade corta
como aço de navaia…
O coração fica aflito
Bate uma, a outra faia…
E os óio se enche d’água
Que até a vista se atrapaia, ai, ai…
(Fragmento de “Cuitelinho”, canção folclórica)
Se a forma do verbo atrapalhar estivesse flexionada de acordo com a
norma-padrão, haveria prejuízo para o efeito de sonoridade explorado no
final do último verso? Por quê?

Se o verbo “atrapalhar” estivesse flexionado de acordo com a norma-


padrão, a sonoridade estaria comprometida, pois estaria desfeita a rima
com a palavra “faia”. Além disso, vale dizer que, com a modificação, o
efeito de sentido seria prejudicado, porque a troca implicaria uma
incoerência lingüística, uma vez que o restante do texto apresenta traços
da variante falada popular e informal da língua caipira.
Exercício – ENEM
Para falar e escrever bem, é preciso, além de conhecer o padrão formal da
Língua Portuguesa, saber adequar o uso da linguagem ao contexto
discursivo. Para exemplificar este fato, seu professor de Língua
Portuguesa convida-o a ler o texto “Aí, galera”, de Luís Fernando
Veríssimo. No texto, o autor brinca com situações de discurso oral que
fogem à expectativa do ouvinte.
Jogadores de futebol podem ser vítimas de estereotipação. Por exemplo, você
pode imaginar um jogador de futebol dizendo “estereotipação”? E, no entanto,
por que não?
— Aí, campeão. Uma palavrinha pra galera.
— Minha saudação aos aficionados do clube e aos demais esportistas, aqui
presentes ou no recesso dos seus lares.
— Como é?
— Aí, galera.
— Quais são as instruções do técnico?
— Nosso treinador vaticinou que, com um trabalho de contenção coordenada, com
energia otimizada, na zona de preparação, aumentam as probabilidades de,
recuperado o esférico, concatenarmos um contragolpe agudo com parcimônia de
meios e extrema objetividade, valendo-nos da desestruturação momentânea do
sistema oposto, surpreendido pela reversão inesperada do fluxo da ação.
— Ahn?
— É pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles sem calça.
Exercício – ENEM
— Certo. Você quer dizer mais alguma coisa?
— Posso dirigir uma mensagem de caráter sentimental, algo banal, talvez mesmo
previsível e piegas, a uma pessoa à qual sou ligado por razões, inclusive,
genéticas?
— Pode.
— Uma saudação para a minha progenitora.
— Como é?
— Alô, mamãe!
— Estou vendo que você é um, um…
— Um jogador que confunde o entrevistador, pois não corresponde à expectativa de
que o atleta seja um ser algo primitivo com dificuldade de expressão e assim
sabota a estereotipação?
— Estereoquê?
— Um chato?
— Isso.
(Luís Fernando Veríssimo. Correio Braziliense, 13 de maio, 1998.)
Exercício 3 – ENEM
A expressão “pegá eles sem calça” poderia ser substituída,
sem comprometimento de sentido, em língua culta, formal,
por:

a) pegá-los na mentira.

b) pegá-los desprevenidos.

c) pegá-los em flagrante.

d) pegá-los rapidamente.

e) pegá-los momentaneamente.
Exercício 3 – ENEM
A expressão “pegá eles sem calça” poderia ser substituída,
sem comprometimento de sentido, em língua culta, formal,
por:

a) pegá-los na mentira.

b) pegá-los desprevenidos.

c) pegá-los em flagrante.

d) pegá-los rapidamente.

e) pegá-los momentaneamente.
Exercício 4 – ENEM
O texto retrata duas situações relacionadas que fogem à expectativa do
público. São elas:

a) A saudação do jogador aos fãs do clube, no início da entrevista, e a


saudação final dirigida a sua mãe.

b) A linguagem muito formal do jogador, inadequada à situação da


entrevista, e um jogador que fala, com desenvoltura, de modo muito
rebuscado.

c) O uso da expressão “galera”, por parte do entrevistador, e da expressão


“progenitora”, por parte do jogador.

d) O desconhecimento, por parte do entrevistador, da palavra


“estereotipação” e a fala do jogador em “é pra dividir no meio e ir pra
cima pra pegá eles sem calça”.

e) O fato de os jogadores de futebol serem vítimas de estereotipação e o


jogador entrevistado não corresponder ao estereótipo.
Exercício 4 – ENEM
O texto retrata duas situações relacionadas que fogem à expectativa do
público. São elas:

a) A saudação do jogador aos fãs do clube, no início da entrevista, e a


saudação final dirigida a sua mãe.

b) A linguagem muito formal do jogador, inadequada à situação da


entrevista, e um jogador que fala, com desenvoltura, de modo muito
rebuscado.

c) O uso da expressão “galera”, por parte do entrevistador, e da expressão


“progenitora”, por parte do jogador.

d) O desconhecimento, por parte do entrevistador, da palavra


“estereotipação” e a fala do jogador em “é pra dividir no meio e ir pra
cima pra pegá eles sem calça”.

e) O fato de os jogadores de futebol serem vítimas de estereotipação e o


jogador entrevistado não corresponder ao estereótipo.
Exercício 5 – ENEM
O texto mostra uma situação em que a linguagem usada é inadequada ao
contexto. Considerando as diferenças entre língua oral e língua escrita,
assinale a opção que representa também uma inadequação da linguagem
usada ao contexto:

a) “O carro bateu e capotô, mas num deu pra vê direito.” — um pedestre


que assistiu ao acidente comenta com o outro que vai passando.

b) “E aí, ô meu! Como vai essa força?” — um jovem que fala para um amigo.

c) “Só um instante, por favor. Eu gostaria de fazer uma observação.” —


alguém comenta em uma reunião de trabalho.

d) “Venho manifestar meu interesse em candidatar-me ao cargo de


Secretária Executiva desta conceituada empresa.” — alguém que
escreve uma carta candidatando- se a um emprego.

e) “Porquê, se a gente não resolve as coisas como têm que ser, a gente
corre o risco de termos, num futuro próximo, muito pouca comida nos
lares brasileiros.” — um professor universitário em um congresso
internacional.
Exercício 5 – ENEM
O texto mostra uma situação em que a linguagem usada é inadequada ao
contexto. Considerando as diferenças entre língua oral e língua escrita,
assinale a opção que representa também uma inadequação da linguagem
usada ao contexto:

a) “O carro bateu e capotô, mas num deu pra vê direito.” — um pedestre


que assistiu ao acidente comenta com o outro que vai passando.

b) “E aí, ô meu! Como vai essa força?” — um jovem que fala para um amigo.

c) “Só um instante, por favor. Eu gostaria de fazer uma observação.” —


alguém comenta em uma reunião de trabalho.

d) “Venho manifestar meu interesse em candidatar-me ao cargo de


Secretária Executiva desta conceituada empresa.” — alguém que
escreve uma carta candidatando- se a um emprego.

e) “Porquê, se a gente não resolve as coisas como têm que ser, a gente
corre o risco de termos, num futuro próximo, muito pouca comida nos
lares brasileiros.” — um professor universitário em um congresso
internacional.
Extra 1 / ENEM 2006
01 - Depois de um bom jantar: feijão com carne-seca, orelha de porco e
couve com angu, arroz-mole engordurado, carne de vento assada no
espeto, torresmo enxuto de toicinho da barriga, viradinho de milho verde
e um prato de caldo de couve, jantar encerrado por um prato fundo de
canjica com torrões de açúcar, Nhô Tomé saboreou o café forte e se
estendeu na rede. A mão direita sob a cabeça, à guisa de travesseiro, o
indefectível cigarro de palha entre as pontas do indicador e do polegar,
envernizados pela fumaça, de unhas encanoadas e longas, ficou-se de
pança para o ar, modorrento, a olhar para as ripas do telhado. Quem
come e não deita, a comida não aproveita, pensava Nhô Tomé… E pôs-
se a cochilar. A sua modorra durou pouco: Tia Policena, ao passar pela
sala, bradou assombrada:
— Êêh! Sinhô! Vai drumi agora? Não! Num presta…Dá pisadêra
e póde morrê de ataque de cabeça! Depois do armoço num far-má…
mais despois da janta?!”
Extra 1 / ENEM 2006
Nesse trecho, extraído de texto publicado originalmente em 1921, o narrador

a) apresenta, sem explicitar juízos de valor, costume da época,


descrevendo os pratos servidos no jantar e a atitude de Nhô Tomé e
de Tia Policena.

b) desvaloriza a norma culta da língua porque incorpora à narrativa usos


próprios da linguagem regional das personagens.

c) condena os hábitos descritos, dando voz a Tia Policena, que tenta


impedir Nhô Tomé de deitar-se após as refeições.

d) utiliza a diversidade sociocultural e lingüística para demonstrar seu


desrespeito às populações das zonas rurais do início do século XX.

e) manifesta preconceito em relação a Tia Policena ao transcrever a fala


dela com os erros próprios da região.
Extra 1 / ENEM 2006
Nesse trecho, extraído de texto publicado originalmente em 1921, o narrador

a) apresenta, sem explicitar juízos de valor, costume da época,


descrevendo os pratos servidos no jantar e a atitude de Nhô Tomé e
de Tia Policena.

b) desvaloriza a norma culta da língua porque incorpora à narrativa usos


próprios da linguagem regional das personagens.

c) condena os hábitos descritos, dando voz a Tia Policena, que tenta


impedir Nhô Tomé de deitar-se após as refeições.

d) utiliza a diversidade sociocultural e lingüística para demonstrar seu


desrespeito às populações das zonas rurais do início do século XX.

e) manifesta preconceito em relação a Tia Policena ao transcrever a fala


dela com os erros próprios da região.
Extra 2 / ENEM 2001
07. Murilo Mendes, em um de seus poemas, dialoga com a carta de Pero
Vaz de Caminha:

"A terra é mui graciosa, Tem macaco até demais


Tão fértil eu nunca vi. Diamantes tem à vontade
A gente vai passear, Esmeralda é para os trouxas.
No chão espeta um caniço, Reforçai, Senhor, a arca,
No dia seguinte nasce Cruzados não faltarão,
Bengala de castão de oiro. Vossa perna encanareis,
Tem goiabas, melancias, Salvo o devido respeito.
Banana que nem chuchu. Ficarei muito saudoso
Quanto aos bichos, tem-nos muito, Se for embora daqui".
De plumagens mui vistosas.
Extra 2 / ENEM 2001
Arcaísmos e termos coloquiais misturam-se nesse poema,
criando um efeito de contraste, como ocorre em:

a) A terra é mui graciosa / Tem macaco até demais

b) Salvo o devido respeito / Reforçai, Senhor, a arca

c) A gente vai passear / Ficarei muito saudoso

d) De plumagens mui vistosas / Bengala de castão de oiro

e) No chão espeta um caniço / Diamantes tem à vontade


Extra 2 / ENEM 2001
Arcaísmos e termos coloquiais misturam-se nesse poema,
criando um efeito de contraste, como ocorre em:

a) A terra é mui graciosa / Tem macaco até demais

b) Salvo o devido respeito / Reforçai, Senhor, a arca

c) A gente vai passear / Ficarei muito saudoso

d) De plumagens mui vistosas / Bengala de castão de oiro

e) No chão espeta um caniço / Diamantes tem à vontade


Extra 2 / ENEM 2001
Arcaísmos e termos coloquiais misturam-se nesse poema,
criando um efeito de contraste, como ocorre em:

a) A terra é mui graciosa / Tem macaco até demais

b) Salvo o devido respeito / Reforçai, Senhor, a arca

c) A gente vai passear / Ficarei muito saudoso

d) De plumagens mui vistosas / Bengala de castão de oiro

e) No chão espeta um caniço / Diamantes tem à vontade

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