LITERATURA • 3ª Série • Ensino Médio

1. Pré-Modernismo – época, características literárias,

autores e obras. Vocabulário
Revisar as anotações da apostila estudo dirigido, as Análogo: semelhante, parecido.
avaliações do 1º período (teste, prova e simulado) e os Epigênese: desenvolvimento do embrião.
exercícios do livro de Literatura (Geração Digital –
Espreitar: espiar, observar.
unidade 10).
Hipocondríaco: indivíduo que reconhece a presença de
sinais e sintomas das mais variadas patologias no seu
2. Vanguardas europeias – objetivo e tendências próprio corpo, entrando por vezes em estados de pânico.
(Dadaísmo, Futurismo, Cubismo, Surrealismo e Rutilância: grande brilho.
Expressionismo).
Revisar as anotações da apostila estudo dirigido, as
avaliações do 2º período (teste, prova e simulado) e os a) A poesia de Augusto dos Anjos manifesta aspectos da
exercícios do livro de Literatura (Geração Digital – literatura que precedeu o movimento modernista.
Quais características literárias revelam, no texto, o
unidade 11).
traço conservador dessa arte, considerada uma fase
de transição no Brasil?
3. Semana de Arte Moderna – antecedentes, o evento,
b) A concepção de vida expressa nas duas primeiras
repercussões na imprensa, importância histórica.
estrofes se intensifica ou se ameniza nas duas últimas
Revisar as anotações da apostila estudo dirigido, as estrofes? Justifique sua resposta.
avaliações do 2º período (prova e simulado) e os
2.
exercícios do livro de Literatura (Geração Digital –
unidade 11). Urupês
Jeca Tatu é um piraquara do Paraíba, maravilhoso epítome
de carne onde se resumem todas as características da espécie. [...]
4. Revistas modernistas. Ei-lo que vem falar ao patrão. Entrou, saudou. Seu primeiro
movimento após prender entre os lábios a palha de milho, sacar o
Revisar as anotações da apostila estudo dirigido, a
rolete de fumo e disparar a cusparada d'esguicho, é sentar-se
avaliação discursiva do 2º período e os exercícios do livro
jeitosamente sobre os calcanhares. Só então destrava a língua e a
de Literatura (Geração Digital – unidade 12). inteligência.
– "Não vê que...
De pé ou sentado as ideias se lhe entramam, a língua
EXERCÍCIOS emperra e não há de dizer coisa com coisa.
1. No Brasil, escritores do início do século XX De noite, na choça de palha, acocora-se em frente ao fogo
para "aquentá-lo", imitado da mulher e da prole.
anteciparam elementos da modernidade. A leitura dos
Para comer, negociar uma barganha, ingerir um café, tostar
versos a seguir comprova a singularidade da
um cabo de foice, fazê-lo noutra posição será desastre infalível. Há
linguagem e da criação estética do poeta paraibano de ser de cócoras. [...]
que se sobressaiu com textos de grande originalidade. Pobre Jeca Tatu! Como és bonito no romance e feio na
Psicologia de um vencido realidade! [...]
Eu, filho do carbono e do amoníaco, Na mansão de Jeca a parede dos fundos bojou para fora
Monstro de escuridão e rutilância, um ventre empanzinado, ameaçando ruir; os barrotes, cortados
Sofro, desde a epigênesis da infância, pela umidade, oscilam na podriqueira do baldrame. A fim de
A influência má dos signos do zodíaco. neutralizar o desaprumo e prevenir suas consequências, ele grudou
na parede uma Nossa Senhora enquadrada em moldurinha
Profundissimamente hipocondríaco, amarela – santo de mascate.
Este ambiente me causa repugnância... – "Por que não remenda essa parede, homem de Deus?
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia – "Ela não tem coragem de cair. Não vê a escora?
Que se escapa da boca de um cardíaco. No meio da natureza brasílica, tão rica de formas e cores,
onde os ipês floridos derramam feitiços no ambiente [...]; onde há
Já o verme — este operário das ruínas — abelhas de sol, [...] o caboclo é o sombrio urupê de pau podre a
Que o sangue podre das carnificinas modorrar silencioso no recesso das grotas.
Come, e à vida em geral declara guerra, Só ele não fala, não canta, não ri, não ama.
Só ele, no meio de tanta vida, não vive...
Monteiro Lobato.
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos
Na frialdade inorgânica da terra!
Augusto dos Anjos.

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Vocabulário
Baldrame: viga horizontal de madeira que corre ao longe
dos alicerces.
Barrote: peça de madeira na qual se pregam as tábuas
dos assoalhos, forros, etc.
Bojar: fazer sobressair, formando o bojo (a vela cheia e
esticada pelo vento).
Brasílico: brasileiro.
Empanzinado: empanturrado.
Entramar: confundir-se, mesclar-se.
Escora: peça que apoia, que dá sustentação.
Foice: instrumento composto de lâmina curta presa a um
cabo.
Modorrar: cair em sonolência.
Piraquara: pessoa que vive no campo ou na roça, caipira.
Podriqueira: podridão.
Urupê: cogumelo de família das poliporáceas, orelha de
pau.
a) Nessa narrativa, Monteiro Lobato caracteriza Jeca
Tatu como um “Piraquara do Paraíba” (primeiro
parágrafo). Já para Euclides da Cunha, em Os sertões,
“O sertanejo é, antes de tudo, um forte”. Esses retratos
do homem brasileiro expressam qual característica
literária do Pré-Modernismo? Justifique sua resposta.
b) Transcreva e interprete a metáfora que transforma o
caboclo em “coisa”.
3. O trecho a seguir é parte de um depoimento de Mário de
Andrade, escritor do Modernismo brasileiro, exposto em
seu “Prefácio interessantíssimo” da obra Pauliceia
desvairada.
Quando sinto a impulsão lírica escrevo sem pensar tudo o
que meu inconsciente grita. (...) Acredito que o lirismo, nascido no
subconsciente, acrisolado num pensamento claro ou confuso, cria
frases que são versos inteiros, sem prejuízo e medir tantas sílabas,
com acentuação determinada.
Esse fragmento revela-se afinado ou harmonizado com
qual movimento europeu de vanguarda? Justifique sua
resposta.
Texto III
Escapulário
No Pão de Açúcar
De Cada Dia
Dai-nos Senhor
A Poesia
De Cada Dia
a) Identifique o poema em que Oswald de Andrade
incorpora à poesia mitos e lendas do Brasil Colônia,
relacionados às culturas africanas.
b) O texto I, cujo tema é uma típica cena popular,
apresenta princípios de qual vanguarda europeia?
Justifique sua resposta.
5. O fragmento a seguir descreve e analisa a característica
marcante da cultura que vai impregnar a arte produzida
pelas vanguardas europeias, nas duas primeiras décadas
do século XX, influenciando também a arte brasileira.
“Aos quatorze anos, em Paris, onde eu havia nascido, eu já
tinha visto o nascimento do telefone, do aeroplano, do automóvel,
da eletricidade doméstica, do fonógrafo, do cinema, do rádio, dos
elevadores, dos refrigeradores, dos raios X, da radiografia e, não
menos importante, da moderna anestesia”. (Raymond Loewy)
[...] O automóvel, aparecido como extravagância no final
do século XIX, tornou-se produto de luxo no começo do XX e
recebeu suas primeiras versões populares no contexto da Guerra,
tornando-se imediatamente uma necessidade. O problema geral
das imaginações era menos o de conceber o novo mundo do que
livrar-se do antigo. A Guerra se encarregaria disso em grande
parte. Seu rescaldo, porém, seria o culto da ação coletiva e da
violência, que ela decantara em estado puro em suas várias
manifestações.
As modernas formas de comunicação de massa, a
fotografia, o cinema e os cartazes reiteravam essa ênfase
tecnológica sobre a ação e a velocidade, ressaltando ademais o
papel privilegiado concedido nessa nova ordem cultura à imagem,
à luz e à visualidade.
Nicolau Sevcenko. Orfeu extático na metrópole — São Paulo, sociedade e cultura nos
frementes anos 20. S.P., Companhia das Letras, 1992, p. 162-3.
a) Qual vanguarda europeia defendeu a ideia expressa
nesse fragmento?
b) Quais palavras do último parágrafo sintetizam o
assunto central do texto e a proposta da vanguarda
europeia apontada no item anterior?

4. Todos os textos a seguir são de Oswald de Andrade, que 6. No poema a seguir, o autor cria a imagem da manhã que
ficou conhecido, na Literatura Brasileira, por seu espírito surge, num primeiro nível, a partir das palavras “galo” e
irreverente e combativo. “grito”.
Texto I Tecendo a manhã
O capoeira Um galo sozinho não tece uma manhã:
— Qué apanhá sordado? ele precisará sempre de outros galos.
— O quê? De um que apanhe esse grito que ele
— Qué apanhá? e o lance a outro; de um outro galo
Pernas e cabeças na calçada. que apanhe o grito de um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
Texto II os fios de sol de seus gritos de galo,
Caso para que a manhã, desde uma teia tênue,
A mulatinha morreu se vá tecendo, entre todos os galos.
E apareceu
Berrando no moinho E se encorpando em tela, entre todos,
Socando pilão se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo

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 (a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.
João Cabral de Melo Neto.
Vocabulário
Tênue: frágil, fino.
a) Considerando que o tema desse poema também
apresenta uma abordagem metalinguística,
identifique os significados da palavra “galo” no
contexto e, a seguir, explique a alternância
singular/plural empregada pelo autor.
b) Esse texto apresenta marcas acentuadas de qual
vanguarda europeia? Justifique sua resposta.
7. Considerando os acontecimentos e objetivos da Semana
de 22, assim como as produções que surgiram após esse
evento, estão corretas as afirmações a seguir? Justifique
sua resposta.
I. Desde o início, os artistas ligados à Semana de Arte
Moderna encontraram, a despeito de resistências
pontuais, forte apoio de nomes importantes das
gerações precedentes, como foi o caso de Monteiro
Lobato.
II. Dentre os nomes que tiveram papel de destaque na
Semana de Arte Moderna, Carlos Drummond de
Andrade é um dos mais importantes, pois seu poema
“No meio do caminho”, declamado no primeiro Sarau
da Semana, tornou-se um dos símbolos do evento e
provocou escândalo.
8. Na Europa e no Brasil, as primeiras manifestações
modernistas começaram a surgir antes da Primeira Guerra
Mundial (1914-18). Considerando os acontecimentos e
objetivos das vanguardas europeias e da Semana de 22, a
vanguarda brasileira, estão corretas as afirmações a
seguir? Justifique sua resposta.
a) As reações negativas do público à Semana de Arte
Moderna refletem a possibilidade do futuro fracasso
do Modernismo como movimento estético literário.
b) Os versos de Murilo Mendes “Mamãe vestida de
rendas / Tocava piano no caos / Uma noite abriu as
asas / Cansada de tanto som, / Equilibrou-se no azul,
/ De tonta não mais olhou / Para mim, para ninguém!
/ Cai no álbum de retratos.” constituem um exemplo
de influência da técnica cubista na poesia modernista
brasileira.
9. A Semana de Arte Moderna teve como principal
propósito renovar, transformar o contexto artístico e
cultural urbano, tanto na literatura, quanto nas artes
plásticas, na arquitetura e na música. Mudar, subverter
uma produção artística, criar uma arte essencialmente
brasileira, embora em sintonia com as novas tendências
europeias, essa foi, basicamente, a intenção dos
modernistas.
Considerando os acontecimentos e objetivos da Semana
de 22, assim como as produções que surgiram após esse
evento, estão corretas as afirmações a seguir? Justifique
sua resposta.
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I. A Revista Festa, além da preocupação com a busca da
identidade nacional, restaurou os valores morais
perdidos na praticidade dos dias modernos.
II. O poema “Os sapos” foi declamado, no segundo sarau
da Semana de Arte Moderna, por Manuel Bandeira, que,
por meio dessa obra, criticou os exageros sentimentais
dos poetas românticos, tanto no tema quanto na forma.
10. Considerando a efervescência cultural da Semana de
22 que desencadeou a publicação de revistas e manifestos,
julgue as afirmações a seguir e justifique sua resposta.
I. A Semana de 22 foi a origem do primeiro momento do
Modernismo no Brasil, em que era necessário o choque
de ideias, já que o País apresentara pouco contato com
as revoluções realizadas pelas vanguardas europeias.
II. As revistas modernistas apresentaram valor comercial,
daí a publicação de anúncios publicitários de produtos
da época.
GABARITO
1.
a) Esse texto apresenta influência do Naturalismo, devido à
linguagem científica (ou devido ao cientificismo); influência
do Parnasianismo, devido à escrita rígida do poema (é um
soneto) e influência do Simbolismo devido ao pessimismo
existencial.
(Nessa resposta, basta apontar duas características literárias.)
b) A concepção de vida (materialismo e pessimismo) se
intensifica nas duas últimas estrofes, porque a morte é
considerada algo inevitável e o corpo será destruído pelos
vermes.
(Na justificativa dessa resposta, é indispensável apresentar as duas ideias
expressas nas últimas estrofes do poema: a morte é inevitável e o corpo será
destruído pelos vermes.)
2.
a) Expressam o aspecto inovador do Pré-Modernismo, porque
Lobato denuncia a triste realidade do homem do interior de
São Paulo e Euclides da Cunha, a luta do sertanejo em
Canudos.
b) A metáfora “o caboclo é sombrio urupê de pau podre a
modorrar silencioso no recesso das grotas” caracteriza o
caboclo como uma pessoa de pouca importância para a
sociedade, como um parasita.
3. Esse trecho revela-se afinado com o Surrealismo, pois destaca
as ideias extraídas do subconsciente e do inconsciente.
4.
a) É o poema “caso”.
b) O poema “o capoeira” apresenta princípios do Cubismo, pois
as ideias são apresentadas de forma fragmentada.
5.
a) Trata-se do Futurismo.
b) As palavras “ação” e “velocidade” expressam essas ideias.
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6.
a) A palavra “galo”, nesse contexto, significa a própria ave que
canta anunciando o início do dia e o homem/o poeta, no seu
processo de produção. A alternância singular/plural
expressa que o trabalho individual só se realiza,
plenamente, pelo trabalho coletivo.
b) Esse texto apresenta fortes marcas do Surrealismo, porque
o poeta, de forma vaga e fantasiosa, caracteriza o
nascimento da manhã; as imagens remetem ao mundo dos
sonhos, nada real, fantasioso.

7. A primeira afirmação está errada, pois Monteiro Lobato foi

modernista apenas enquanto cidadão, pois lutou pelo
desenvolvimento e progresso do Brasil. Nas artes plásticas,
revelou-se um opositor ao Modernismo.
A segunda afirmação também está errada, pois Carlos
Drummond de Andrade não participou da Semana de 22 e o
poema que foi declamado no segundo sarau da exposição foi “Os
sapos”, causando muita confusão.

8.
a) Afirmação errada, pois essas reações negativas indicam a
preferência do público da época pela arte tradicional,
especialmente a parnasiana.
b) Afirmação errada. Esses versos constituem um exemplo de
influência do Surrealismo na poesia modernista brasileira,
pois apresentam ideias muito fantasiosas, oníricas, beirando
o absurdo.

9.
I. A afirmação está correta, porque a Revista Festa (RJ),
como todas as outras revistas modernistas, preocupou-se
com a busca da identidade nacional, mas também
restaurou os valores morais perdidos na praticidade dos
dias modernos ao revalorizar a linha espiritualista de
tradição católica.
II. A afirmação está errada: o poema “Os sapos”, de Manuel
Bandeira, foi declamado por Ronald de Carvalho, no
segundo Sarau da Semana de Arte Moderna. Esse texto
apresenta uma clara crítica à rigidez literária dos poetas
parnasianos.

10. A afirmação I está correta, pois até a exposição da Semana de

Arte Moderna se cultuavam os poetas parnasianos como
símbolos máximos da cultura literária brasileira.
A afirmação II está errada, pois as revistas modernistas tinham
por objetivo divulgar as ideias modernistas no Brasil, sem
qualquer caráter comercial e até com imensas dificuldades
financeiras, mesmo com os anúncios publicitários de produtos
da época.

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