Você está na página 1de 24

GUIA PRÁTICO

DA Semestralidade
Subsecretaria de
Educação Básica - SUBEB

Ensino mÉDIO
GUIA PRÁTICO
DA Semestralidade
Subsecretaria de
Educação Básica - SUBEB
Governador do Distrito Federal
Rodrigo Rollemberg

Vice-Governador do Distrito Federal


Renato Santana da Silva

Secretário de Estado de Educação


Júlio Gregório Filho

Secretário Adjunto de Estado de Educação


Clovis Lucio da Fonseca Sabino

Subsecretário de Educação Básica


Daniel Damasceno Crepaldi

Coordenadora de Políticas Educacionais para Juventude e Adultos


Viviane Pereira Castro

Diretor de Ensino Médio


Fernando Wirthmann Ferreira
Equipe Técnica
Eric Carneiro dos Santos
George Amilton Melo Simões
Hugo Gonçalves do Nascimento
Luciano Dartora
Luís Paulo Aguiar de Deus
Murilo Malnati Ismael

Colaboradores
Andyára da Gama Wolney
Carlos Eduardo de Paula
Erisevelton Silva Lima
Leonardo Barbosa Cavalli
Lilian Cristina da Ponte e Sousa Sena
Lúcia Cristina da Silva Pinho

Revisão
Estêvão Campos de Paiva
Kelly Cristina de Almeida Moreira
Lígia Carolina Santana Catunda Sardinha
Patrícia de Carvalho Galieta

Diagramação
Frank Alves

Capa
Laiana Dias
Sumário

Apresentação.................................................................................................................. 7
O que é a Semestralidade?.............................................................................................. 8
Perguntas e Respostas..................................................................................................... 9
Todas as unidades escolares de Ensino Médio vão aderir à Semestralidade?...............9
Como é feita a distribuição das turmas nos blocos de componentes curriculares?....10
Como funciona a Semestralidade em unidades escolares com número ímpar de
turmas?........................................................................................................................10
Quais foram os critérios adotados para distribuir os componentes curriculares nos
dois blocos? É possível modificar essa estrutura?.......................................................10
Por que existem alguns componentes curriculares que permanecem anuais, e outros
não?.............................................................................................................................12
Já que a organização pedagógica é semestral, por que o regime de matrícula
permanece anual?.......................................................................................................12
Como avaliar para as aprendizagens na Semestralidade?...........................................13
Como funciona a Recuperação Contínua (RC)?...........................................................13
O que muda no planejamento das aulas com a Semestralidade?...............................14
E quanto aos projetos interventivos?..........................................................................14
O estudante pode ser reprovado na metade do ano?.................................................15
Como é o planejamento por unidades didáticas?.......................................................16
O que é reagrupamento?............................................................................................17
O Diário está adequado para a Semestralidade?.........................................................19
Como se dará o registro da Recuperação Contínua (RC) ao longo dos bimestres?....19
Como e onde registrar o trabalho de Recuperação Contínua (RC) realizado ao longo
do semestre subsequente?..........................................................................................19
O Sistema de Gestão i-Educar está adaptado à “Organização na Semestralidade”? ..20
Como é realizada a transferência do estudante que sai de uma unidade escolar com
a organização pedagógica anual para uma de organização pedagógica semestral?...20
A Semestralidade compromete o sucesso do estudante no vestibular?.....................21
Qual é o papel das coordenações pedagógicas na Semestralidade? ..........................21
Qual é o papel do conselho de classe na Semestralidade?.........................................22

6 G UI A P RÁTI CO DA SEM EST R AL I DAD E


Apresentação

Prezados estudantes, familiares e professores,

Este guia foi elaborado para esclarecer os principais questionamentos referentes à


Semestralidade no Ensino Médio da Rede Pública de Ensino do Distrito Federal.
Essa forma de organização pedagógica relativa à última etapa da Educação Bási-
ca, desde 2012, vem sendo paulatinamente implantada nas unidades escolares que
ofertam Ensino Médio e encontra-se coadunada com o disposto na Estratégia 3.3,
Meta 3, do Plano Distrital de Educação (PDE) 2015 – 2024, que propõe “adotar, após
amplo debate democrático com a comunidade escolar, até o terceiro ano de vigên-
cia desse Plano, modelo de organização escolar em Semestralidade, em substituição
ao regime seriado, de modo a enfrentar os índices de reprovação e de percursos
diferenciados de escolarização”.
Nessa perspectiva, nos últimos anos, vêm sendo envidados esforços no sentido
de, por meio da Semestralidade, proporcionar a ressignificação dos espaços-tem-
pos escolares, associada às aprendizagens significativas e ao respeito dos tempos
de aprendizagem dos estudantes; a redução dos elevados índices de reprovação e
abandono escolar; e, sobretudo, a consolidação de uma educação emancipatória,
por meio de uma sólida formação crítica.
Ao longo desse período, diversos espaços de debate e formação sobre o fun-
cionamento da Semestralidade foram amplamente desenvolvidos com estudantes,
professores, gestores escolares, coordenadores pedagógicos e demais membros da
comunidade escolar das unidades escolares que ofertam Ensino Médio na Rede Pú-
blica de Ensino do Distrito Federal.
Dentre as unidades escolares que aderiram à organização pedagógica em Semes-
tralidade no Ensino Médio, foram atestados maior envolvimento e motivação dos estu-
dantes, aumento da taxa de aprovação e redução do abandono escolar.
Aproveite este material para elucidar suas possíveis dúvidas sobre o funciona-
mento da Semestralidade no Ensino Médio, e não deixe de consultar as Diretrizes
para a Organização do Trabalho Pedagógico na Semestralidade, documento oficial
sobre esse formato de organização pedagógica, disponível no site da Secretaria de
Estado de Educação do Distrito Federal.

Daniel Crepaldi
Subsecretário de Educação Básica
O que é a Semestralidade?

A Semestralidade é uma proposta pedagógica de reorganização


dos tempos historicamente organizados em séries anuais. Tem como
pressupostos básicos a formação integral dos estudantes, o respeito
à sua condição subjetiva, às suas experiências e aos seus saberes1.
Para os estudantes, a reorganização semestral reduz à metade
o número de componentes curriculares, possibilitando-lhes maior
tempo dedicado às aprendizagens previstas para aquele período.
Além disso, amplia-se o contato semanal entre estudantes e pro-
fessores, com vistas ao fortalecimento da relação pedagógica.
Para os professores, a divisão das turmas em dois períodos
modifica seu trabalho com os estudantes, uma vez que é possível
diversificar as estratégias de ensino-aprendizagem e de avaliação.

1 Consoante as Diretrizes para a Organização do Trabalho Pedagógico na Semestralida-


de: Ensino Médio, disponível em http://www.se.df.gov.br/sobre-a-secretaria/publicacoes-
-da-sedf/diretrizes.html. Acesso em 24 de outubro de 2017.

Foto: Tiago Oliveira

8 G UI A P RÁTI CO DA SEM EST R AL I DAD E


Perguntas e Respostas

Foto: Ana Patrícia Soares

Todas as unidades escolares de Ensino Médio vão


aderir à Semestralidade?

Sim. A Lei nº 5.499, de 14 de julho de 2015, aprova o Plano Distri-


tal de Educação (PDE) e torna seu cumprimento obrigatório.
A Meta 3, Estratégia 3.3, informa que todas as unidades escola-
res da Rede Pública de Ensino do Distrito Federal que ofertem Ensi-
no Médio devem estar organizadas pedagogicamente na Semestra-
lidade.

G UI A P RÁTI CO DA SEM EST R ALI DADE 9


Como é feita a distribuição das turmas nos blocos
de componentes curriculares?

Deve-se distribuir as turmas da escola entre os blocos do modo


mais equitativo possível. Assim, no primeiro semestre do ano letivo,
uma parcela das turmas estudará os componentes alocados no bloco I
e a outra, os do bloco II. No segundo semestre, as turmas que cursaram
o bloco I no primeiro período do ano, cursarão o bloco II e vice-versa.

Como funciona a Semestralidade em unidades


escolares com número ímpar de turmas?

Da mesma forma que funciona em unidades escolares com núme-


ros pares, porém um dos blocos fica com número par de turmas e o
outro com quantidade ímpar. No período seguinte haverá a inversão.

Quais foram os critérios adotados para distribuir


os componentes curriculares nos dois blocos? É
possível modificar essa estrutura?

Tal distribuição foi planejada com intuito de favorecer o estudo


das quatro áreas dentro do mesmo bloco e promover a interdiscipli-
naridade entre os componentes.
Dessa forma o estudante estará, durante todo o semestre, em
contato com todas as áreas do conhecimento. A interdisciplinaridade
entre os componentes, sejam eles do mesmo bloco ou entre blocos
distintos, enriquece a prática do ensino na unidade escolar e o apro-
xima da realidade: nenhum componente curricular é independente e
isolado dos demais.
A distribuição dos componentes, em cada bloco, deve ser da
seguinte forma:

10 G UI A P RÁTI CO DA SEM EST R AL I DAD E


Essa estrutura não pode ser modificada pela unidade escolar, pois
isso prejudica os estudantes transferidos e a modulação dos professo-
res na SEEDF, e também interfere nos registros de escrituração esco-
lar, parametrizados pelo Sistema de Gestão i-Educar.
_____________
2 Nos blocos I e II, caso não haja opção por Ensino Religioso, essa carga horária será
destinada à Parte Diversificada, sendo PDs distintos, um em cada bloco.
3 Caso não haja opção por Ensino Religioso, a aula será incorporada à carga horária de
Filosofia.

G UI A P RÁTI CO DA SEM EST R ALI DADE 11


Por que existem alguns componentes curriculares
que permanecem anuais, e outros não?

Esse é o caso apenas de Língua Portuguesa, Matemática e Educa-


ção Física (exceto para o noturno), que perpassam todo o ano letivo.
Todos os demais, inclusive os projetos interdisciplinares da Parte Di-
versificada (PD), devem ser ofertados semestralmente.
No caso de Língua Portuguesa e Matemática, isso ocorre porque
a carga horária desses componentes já é maior do que a dos demais.
Pedagogicamente, então, não seria oportuno dobrar as aulas sema-
nais para cada um deles. Além disso, a divisão desses componentes
nos dois blocos ensejaria fragmentação do currículo, já que não há a
previsão de pré-requisitos no currículo do DF.
No caso de Educação Física, a oferta anual considera o desen-
volvimento da corporeidade do estudante. No noturno, entretan-
to, em virtude da carga horária menor, esse componente é oferta-
do apenas no bloco II.

Já que a organização pedagógica é semestral, por


que o regime de matrícula permanece anual?

Inicialmente, cabe esclarecer que Seriação e Semestralidade


são formas de organização pedagógica, ao passo que regime anu-
al e regime semestral referem-se ao(s) momento(s) de matrícula
dentro de um determinado período letivo.
A opção por manter o regime anual de matrícula deve-se ao fato
de que toda a estrutura de registro da SEEDF está voltada ainda para
essa forma de oferta e, por atender plenamente às necessidades da
organização pedagógica em semestres, ambas as estruturas podem
coexistir dentro do mesmo sistema educacional. Assim, é possível
manter o regime de matrículas anual e aproveitar as vantagens da or-
ganização pedagógica na Semestralidade sem alterar a carga horária
dos componentes curriculares e o Currículo da Educação Básica do DF.

12 G UI A P RÁTI CO DA SEM EST R AL I DAD E


Como avaliar para as aprendizagens na Semestralidade?

A concepção de avaliação na Semestralidade segue a mesma defi-


nida nas Diretrizes de Avaliação Educacional da SEEDF: avaliação forma-
tiva contínua e processual, privilegiando a formação humana, buscan-
do garantir as aprendizagens e levando em conta, principalmente, os
elementos qualitativos dos resultados e não somente os resultados de
provas com caráter exclusivamente classificatório.
Em razão do maior tempo de trabalho pedagógico disponível
graças à Semestralidade, os professores devem acompanhar os di-
ferentes ritmos de aprendizagem e, ao fazê-lo, intervir por meio de
estratégias de Recuperação Contínua dos estudantes.
Para que ocorra esta função da avaliação, se faz necessário que
os docentes definam os indicadores e critérios que serão adotados
para cada componente curricular e/ou área, possibilitando o feedback
(retorno) ou devolutiva para os estudantes e, com isso, fortalecendo a
autoavaliação do discente, permitindo que seja partícipe no monito-
ramento das próprias aprendizagens.

Como funciona a Recuperação Contínua (RC)?

A RC deve ser inserida no processo pedagógico tão logo os pro-


fessores percebam que algum estudante precisa de mais apoio
para atingir as aprendizagens previstas. Ou seja, os docentes não
devem esperar uma semana, um bimestre ou um semestre para
implementá-la. A RC deve durar o tempo necessário para que o
estudante seja capaz de alcançar tantas aprendizagens quantas
forem necessárias para que ele conquiste o papel ativo na cons-
trução de seu próprio conhecimento. Há de se observar que esse
prazo não pode exceder o ano letivo.
Para tanto, a atuação dos professores deve ser planejada e orien-
tada para que as necessidades de aprendizagem sejam supridas, le-
vando em consideração o ser integral do estudante, suas caracterís-
ticas cognitivas e suas possibilidades de acesso aos conteúdos.

G UI A P RÁTI CO DA SEM EST R ALI DADE 13


As estratégias de ensino-aprendizagem devem ser diversifica-
das e voltadas à consolidação das aprendizagens significativas, não
sendo, portanto, mero instrumento de recuperação de notas. Den-
tre elas, pode-se destacar:

a) aulas de revisão e aulas adicionais, por meio de projetos de


acompanhamento pedagógico;
b) atividades, pesquisas, exercícios e trabalhos extras;
c) revisões por meio de exercícios que retomam conteúdos
importantes que foram abordados anteriormente;
d) incentivo, reconhecimento e motivação à participação dos es-
tudantes;
e) envolvimento dos familiares na vida escolar dos filhos;
f) ensino de técnicas de estudo, como anotações, leituras, or-
ganização acadêmica, mapas conceituais, entre outras.

O que muda no planejamento das aulas com a


Semestralidade?

Com a Semestralidade, existe a possibilidade de organização de


aulas duplas para os componentes curriculares dispostos no mes-
mo bloco. Isso demanda um novo planejamento das aulas, com
intuito de aproveitar o maior contato entre o professor e o estu-
dante. É fundamental que se adotem metodologias participativas
diversificadas que promovam o protagonismo estudantil tanto nas
estratégias de ensino-aprendizagem quanto na avaliação.

E quanto aos projetos interventivos?

São propostas de intervenção complementar destinadas a grupos


de estudantes com dificuldades específicas de aprendizagem, sendo
sua oferta permanente e o atendimento aos estudantes provisório e
dinâmico. O professor identifica os estudantes com dificuldades e in-

14 G UI A P RÁTI CO DA SEM EST R AL I DAD E


dica seu ingresso no projeto interventivo durante o semestre letivo. Da
mesma forma, é possível a saída do estudante quando tiverem sido
atingidos os objetivos de aprendizagem planejados para ele.
Assim, é possível trabalhar as dificuldades de aprendizagem do es-
tudante de maneira individualizada por meio de estratégias diversifica-
das. Elas podem ainda ser desenvolvidas por área do conhecimento.

O estudante pode ser reprovado na metade do ano?

Não. A aprovação ou reprovação só ocorre após o encerra-


mento do ano letivo. O estudante que não lograr êxito ao longo
do primeiro semestre letivo do ano permanecerá em Recupera-
ção Contínua (RC) durante o período letivo seguinte. O Diário de
Classe deverá ficar “em aberto”, e os professores responsáveis por
esse processo deverão registrar, no campo “informações comple-
mentares”, que o estudante encontra-se em processo de RC. Nesse
campo, deverão ser descritas as atividades desenvolvidas durante
a recuperação, bem como o desenvolvimento do estudante.

Atenção!
◊ Embora a organização seja semestral, o regime é anual;
◊ o estudante do Ensino Médio com aproveitamento insuficiente
em mais de 3 (três) Componentes Curriculares pode ser encaminha-
do à recuperação final, a critério do Conselho de Classe, mediante
análise circunstanciada de cada caso, o que somente será possível
afirmar ao final do ano, com deliberação também do Conselho de
Classe;
◊ o estudante é promovido quando, após os estudos de recupe-
ração final, obtiver em cada componente curricular nota igual ou
superior a 5,0 pontos;
◊ a nota da recuperação final substitui o resultado anterior, ex-
presso pela média final, se maior;
◊ a nota da recuperação final é registrada no Diário de Classe, em
Ata própria e na Ficha Individual do Aluno, sendo comunicada ao
estudante por meio de instrumento próprio.

G UI A P RÁTI CO DA SEM EST R ALI DADE 15


Foto: Tiago Oliveira

Como é o planejamento por unidades didáticas?

A proposta de organização curricular em unidades didáticas é


formada por uma série ordenada e articulada de atividades que
favoreçam a construção do conhecimento em situações de aula,
com vistas ao alcance dos objetivos de aprendizagem.
É interessante que, nesse tipo de planejamento, ocorra a melhor
integração possível entre os diferentes componentes curriculares.
A unidade didática pode ocorrer a partir de um tema, problema
ou questão do contexto social no qual os estudantes estão inseridos.

Exemplo de proposta de organização curricular em unidades


didáticas:

16 G UI A P RÁTI CO DA SEM EST R AL I DAD E


Unidade escolar: CEM 123
Ensino Médio/Bloco/Ano: 3ª série do Ensino Médio (Blocos I e II)
Área(s) de conhecimento/componente(s) curricular(es): com-
ponentes curriculares da área de Ciências Humanas (Geografia,
História, Filosofia e Sociologia)
Dimensões do multiletramento: utilização de mídias digitais
que atinjam os estudantes com uma linguagem apropriada para
a sua faixa etária
Professor(es): João, Maria, Pedro, Bruna

Unidade didática: A tensão entre a Coreia do Norte e o


Japão no extremo oriente

O que é reagrupamento?

É um conjunto de estratégias pedagógicas que permitem agru-


par os estudantes de acordo com suas dificuldades e potencialida-
des de aprendizagem, a fim de promover o seu avanço contínuo.

G UI A P RÁTI CO DA SEM EST R ALI DADE 17


Deve ser uma estratégia intencional e planejada durante a coorde-
nação pedagógica.

Reagrupamento interclasse: é uma atividade diversificada com


o reagrupamento dos estudantes de outras turmas para vivencia-
rem atividades pedagógicas comuns, a partir da avaliação diagnós-
tica. Durante essa ação, cada professor, inclusive aqueles que não
estão em sala no momento, devem atuar conforme a sua área,
propondo alguma modalidade de intervenção para o atendimen-
to às dificuldades específicas de aprendizagem. Nesse contexto, é
possível compartilhar recursos e experiências exitosas que já ocor-
rem durante as aulas de cada professor com os seus respectivos
componentes curriculares.

Reagrupamento intraclasse: com o diagnóstico feito, o docente


realizará a estratégia pedagógica dentro de uma única turma. Con-
soante os graus de dificuldades de aprendizagem ou suas potencia-
lidades para a realização de atividades diversificadas, os reagrupa-
mentos intraclasse ocorrem com equipes fixas ou flexíveis.

Equipes fixas: o docente dividirá a turma em grupos fixos du-


rante um certo período de tempo (dia, semana, mês, bimestre). Os
estudantes desempenharão funções no grupo (secretário, coorde-
nador, redator, relator), alternando-as para que todos exerçam pa-
péis diferentes durante o ano letivo. Essa prática colabora para o
trabalho coletivo em sala de aula.

Equipes flexíveis: O objetivo, nesse caso, é constituir grupos


de dois ou mais componentes para desenvolver determinada ati-
vidade. Os dados da avaliação diagnóstica podem indicar a com-
posição desses grupos. Sugere-se que estudantes que apresentem
diferentes níveis de aprendizagem estejam no mesmo grupo, para
se ajudarem mutuamente.

18 G UI A P RÁTI CO DA SEM EST R AL I DAD E


O Diário está adequado para a Semestralidade?

Sim. Tanto o Diário Web quanto a versão em papel estão ade-


quados para atender às especificidades da Semestralidade.

Como se dará o registro da Recuperação Contínua


(RC) ao longo dos bimestres?

A nota obtida pelo estudante na RC deve ser registrada no cam-


po “Avaliação” do Diário de Classe. No Campo “Estratégias/Inter-
vencões Didático-Pedagógicas” deve, necessariamente, ser regis-
trado o instrumento/procedimento avaliativo utilizado.

Atenção!
a) As atividades de Recuperação Contínua (RC) e processual devem
ser realizadas durante todo o processo pedagógico, ocorrendo, pre-
ferencialmente, imediatamente após a identificação das dificulda-
des de aprendizagem do estudante.

b) A nota bimestral será composta pelo somatório das notas das


atividades desenvolvidas e/ou de Recuperação Contínua, prevale-
cendo as maiores notas obtidas ao longo do processo.

Como e onde registrar o trabalho de Recuperação


Contínua (RC) realizado ao longo do semestre
subsequente?

Considerando que a RC é um procedimento pedagógico ga-


rantido ao estudante, conforme estabelecido nas Diretrizes para
a Organização do Trabalho Pedagógico na Semestralidade: Ensino
Médio, o registro deve ser feito no Diário de Classe nos campos
“Informações Complementares” e “Resumo Final” (Coluna D).

G UI A P RÁTI CO DA SEM EST R ALI DADE 19


O Diário de Classe deverá ficar “em aberto” e, ao final do 1º
semestre letivo, o professor deve registrar no campo “Informações
Complementares” o seguinte texto: “os estudantes, abaixo relacio-
nados, encontram-se em processo de Recuperação Contínua”.

Ao longo do 2º semestre letivo, o professor deve registrar no


campo “Informações Complementares” as atividades de RC ofer-
tadas aos estudantes.

Ao final do ano, o professor deve registrar no campo “Resumo


Final”, coluna “D”, os resultados obtidos pelos estudantes na RC.

O Sistema de Gestão i-Educar está adaptado à


“Organização na Semestralidade”?

Sim, o Sistema i-Educar está parametrizado para a utilização


dos diferentes modos de cálculo das notas (componentes curricu-
lares de tratamento semestral e anual).

Como é realizada a transferência do estudante que sai


de uma unidade escolar com a organização pedagógica
anual para uma de organização pedagógica semestral?

Nesses casos, a equipe gestora da unidade escolar deve avaliar


o histórico escolar e outras informações disponíveis para matricu-
lar o estudante em uma turma do bloco que melhor atenda às suas
necessidades. Também é conveniente realizar uma avaliação diag-
nóstica para subsidiar essa decisão. Além disso, o estudante reali-
zará Atividades Complementares Compensatórias (ACC), as quais
contemplarão as aprendizagens que o estudante não tenha par-
ticipado durante o 1° semestre do ano letivo na unidade escolar.

20 G UI A P RÁTI CO DA SEM EST R AL I DAD E


As ACC deverão incluir estratégias pedagógicas diversificadas,
como trabalhos interdisciplinares, reagrupamentos, encontros no
turno oposto, entre outras.
Para avaliação, o professor poderá adotar os mesmos instrumen-
tos/procedimentos constantes nas Diretrizes de Avaliação Educacional,
de maneira que a prova não seja o único instrumento avaliativo.
As ACC deverão ser registradas no Diário de Classe, no campo “In-
formações Complementares”.

A Semestralidade compromete o sucesso do


estudante no vestibular?

Muitos se preocupam com o esquecimento dos conteúdos tra-


balhados de um semestre para outro, o que poderia prejudicar os
estudantes que querem prestar vestibular. Também na Seriação
anual o estudante está sujeito a esquecer o que foi trabalhado nos
primeiros bimestres, se não tiver de fato aprendido. A Semestralida-
de incentiva um maior diálogo entre professor e estudantes, avalia-
ção formativa e autonomia acadêmica, contribuindo assim para as
aprendizagens significativas. Dessa forma, o conhecimento amadu-
rece e basta uma rápida retomada para que ele volte à memória.
O próprio estudante interessado pode buscar essa revisão nos
pontos que achar necessário. Ou ainda, a unidade escolar pode re-
alizar encontros preparatórios para o exame, como já ocorre em vá-
rias localidades no DF. Portanto, se o ensino for além da simples me-
morização e repercutir em aprendizagens significativas, não haverá
prejuízos nesse sentido.

Qual é o papel das coordenações pedagógicas na


Semestralidade?

A coordenação pedagógica é o espaço-tempo de interação con-


junta para formação profissional, planejamento interdisciplinar –
ainda que entre componentes curriculares de blocos distintos –,

G UI A P RÁTI CO DA SEM EST R ALI DADE 21


reflexão, compartilhamento de experiências, avaliação e autoava-
liação. Na Semestralidade, a unidade escolar necessitará ressignifi-
car as ações pedagógicas nos diferentes momentos conquistados:
1) coordenação por blocos, que deve ocorrer às segundas-feiras;
2) coordenação coletiva, às quartas-feiras; e 3) coordenações por
área do conhecimento, no dia correspondente a cada área.

Qual é o papel do conselho de classe na Semestralidade?

O conselho de classe deverá ser um momento de avaliação e


de articulação. Os componentes de ambos os blocos devem reali-
zar o diagnóstico conjunto das condições de aprendizagem dos es-
tudantes, bem como a proposição de intervenções que favoreçam
seu progresso. Os seus resultados também devem ser analisados
por todos de forma integrada à avaliação formativa. A temática
do conselho de classe deve contemplar objetivamente estratégias
de ensino que desenvolvam o processo de Recuperação Contínua
(RC), evitando, assim, a reprovação do estudante por métodos tra-
dicionais de avaliação como provas.

Foto: Tiago Oliveira

Você também pode gostar