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1. TEMA.......................................................................................................................................2
2. PROBLEMA..................................................................................................................................2
3. PROBLEMATIZAÇÃO.................................................................................................................2
4. OBJECTIVOS................................................................................................................................3
4.1. Geral......................................................................................................................................3
4.2. Específicos.............................................................................................................................3
5. METODOLOGIA..............................................................................................................................3
INTRODUÇÃO.....................................................................................................................................4
1. EDUCAÇÃO FORMAL E EDUCAÇÃO TRADICIONAL: UMA COMPLEMENTARIDADE
OU OPOSIÇÃO?...................................................................................................................................5
2. O ESTADO/A SITUAÇÃO DA EDUCAÇÃO FORMAL EM MOÇAMBIQUE..........................9
3. VISÃO GERAL SOBRE A EDUCAÇÃO TRADICIONAL EM MOÇAMBIQUE.....................11
3. SOCIALIZAÇÃO E TRADIÇÃO CULTURAL: UM ENTENDIMENTO À LUZ DA
SOCIOLOGIA.....................................................................................................................................14
CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................................................17
BIBLIOGRAFIA..................................................................................................................................19
1. TEMA.
Educação tradicional e formal, cidadania democrática e desigualdades de género em
Moçambique.
2. PROBLEMA
As zonas rurais confrontam-se com o binómio educação formal escolar estatal e educação
tradicional quotidiana, o que tem levado a um dilema em relação à prioridade/prevalência de
uma sobre a outra. É nesta perspectiva que se pretende analisar o processo/a actividade
educacional nas zonas em referência, em Moçambique, a partir do seguinte questionamento: É
possível uma educação formal escolar para uma cidadania democrática nas zonas rurais, onde
a educação tradicional assenta-se sob a prevalência dos valores culturais em função dos quais
os costumes locais são preservados?
3. PROBLEMATIZAÇÃO
Na Classificação Internacional Modelo de Educação (EVANS, 1981: p.22), o termo
"educação" é definido como "comunicação organizada e sustentada, destinada a produzir
aprendizagem". É uma definição que dá pouca importância às formas de aprendizagem
espontâneas e informais ou, ainda, tradicionais.
Efectivamente, a política educativa está concebida como se a realidade das nações fosse
culturalmente uniforme e fosse possível educar os cidadãos à margem das idoneidades
distinguidas pela prevalência dos valores culturais tradicionais em função dos quais os
costumes locais são preservados. Esta constatação obriga-nos a analisar a educação numa
dupla perspectiva: a que se realiza sob a responsabilidade do Estado (educação formal), de
carácter universal e democratizada, fundada num currículo oficial único, e a que está presente
nas comunidades rurais e se reporta à sua cultura ancestral (educação tradicional).
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4. OBJECTIVOS
4.1. Geral
Analisar o papel da educação tradicional e educação formal para o indivíduo em contexto
rural e urbano em prol duma cidadania democrática nacional em Moçambique.
4.2. Específicos
Discutir a possível articulação entre a educação formal e a tradicional na luta contra práticas
nocivas que atentam contra os direitos fundamentais do Homem.
5. METODOLOGIA
Para a efectivação deste trabalho temos como método a pesquisa bibliográfica, que percorrerá
três vias: descritiva, interpretativa e explicativa. Assim, serão privilegiadas a hermenêutica e a
dedução. Todo o percurso será feito através da crítica analítica e comparativa para ressaltar os
aspectos dialécticos e os mais discutidos entre os autores principais de que nos servimos e
construir uma genealogia histórica sobre os elementos que sustentam este trabalho de
pesquisa. São privilegiadas fichas de leitura extraídas dos vários livros, revisões
bibliográficas, interpretação de artigos científicos, teses e dissertações de outros autores,
procurando uma compreensão minuciosa que dirija este trabalho ao encontro dos objectivos
planeados.
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INTRODUÇÃO
A educação em Moçambique tem sido geralmente abordada como um processo unitário e
abrangente e resumida à intervenção estatal através da escola formal oficializada. Mas, na
realidade concreta quotidiana, ela realiza-se na confluência entre a educação escolar formal,
providenciada pelo Estado, e a educação tradicional, da responsabilidade da comunidade, que
actua como factor de socialização, contrapondo-se, em muitos aspectos, à educação escolar
oficial.
A educação tradicional, confinada ao contexto comunitário, não tem sido valorizada no que se
refere ao seu contributo para a concepção de uma cidadania, remetendo-se para a educação
oficial a tarefa da criação do cidadão imbuído de consciência social. Ora, a compreensão da
realidade educativa em Moçambique obriga necessariamente a que se considere não apenas os
pressupostos do currículo escolar formal mas também que se recupere o papel da educação
tradicional e os seus valores essenciais.
Nesta base, analisar-se-ão as políticas educativas num país caracterizado pela diversidade
cultural marcada pela existência de vários grupos étnicos e por diferenças de desenvolvimento
entre o meio urbano e o meio rural, procurando responder à questão: como conciliar os
valores e princípios da educação formal e os valores da educação tradicional no meio rural
fundado em perspectivas culturais nem sempre compagináveis com a dignidade humana?
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1. EDUCAÇÃO FORMAL E EDUCAÇÃO TRADICIONAL: UMA
COMPLEMENTARIDADE OU OPOSIÇÃO?
O Homem é um ser pensante e social, assim, a educação deve ser vista como um processo
triplicado, que ao mesmo tempo permite a humanização, a socialização, e a singularização da
pessoa por meio da apropriação da herança cultural; elenco é um ser autómato que age sem
questionar, pelo que a sua educação não deve ser um mero processo de transmissão de
conhecimentos.
A educação não formal processa-se fora da esfera escolar e é veiculada pelos museus, meios
de comunicação e outras instituições que organizam eventos de diversa ordem, tais como
cursos livres, feiras e encontros, com o propósito de ensinar ciência a um público
heterogéneo. A aprendizagem não formal desenvolve-se, assim, de acordo com os desejos do
indivíduo, num clima especialmente concebido para se tornar agradável.
A educação informal ocorre de forma espontânea na vida do dia-a-dia através de conversas e
vivências com familiares, amigos, colegas e interlocutores ocasionais.
Educação tradicional: Quando refere-se ao processo, significa transmissão do conhecimento,
podendo falar-se de transmissão activa, em oposição à construção do saber pelo aluno.
Quando refere-se ao conteúdo, designa a utilização da tradição constituída (obras constitutivas
do património cultural) em oposição ao recurso aos materiais do mundo moderno. Quando
refere-se à origem, designa o recurso a métodos que são antigos e que os pedagogos de hoje
consideram que nada mudam do que existe em oposição aos que procedem da inovação
(http://hdl.handle.net/10174/8517).
No entanto, nas páginas subsequentes deste trabalho, aplica-se a referida “educação
tradicional” àquela inserção axiológica e cultural do indivíduo no seu meio comunitário
baseado essencialmente em inculcar valores através de práticas e rituais com os quais a
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comunidade molda o comportamento dos mais novos e os prepara para os futuros papéis
sociais” (MASANDI, 2004: p. 75).
A educação formal que decorre na escola não se articula com os processos educativos
comunitários pelo que a acção e o efeito da escola se restringem à transmissão de um
currículo ao qual nem sempre se reconhece a sua utilidade ou pertinência, menos ainda
quando prevalecem práticas educativas tradicionais, de sinal contrário, em função das quais as
novas gerações são socializadas. Ou seja, a construção da cidadania no meio rural pouco tem
beneficiado da escolarização e da educação formal, sendo guiada pelos cânones da tradição
baseados na diferenciação e na desigualdade entre os géneros, redundando em prejuízo do
estatuto da mulher.
Para entender esta relação contraditória é preciso regressar ao passado. Segundo Altuna
(1993), em África, o conhecimento era transmitido tradicionalmente às novas gerações através
dos ritos de iniciação e de outras formas de educação tradicional asseguradas pelos “mais
velhos”. Esta transmissão foi alterada pela colonização que, com as políticas de assimilação,
tratou de eliminar a cultura tradicional e impor aos africanos o modo de vida europeu.
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urbano, o que gera as condições para os desenraizar ou retirar da comunidade que representa
um sério factor de descaracterização do meio rural (ALTUNA, 1993: p. 27).
Partindo do princípio de que a educação é produto da cultura dum povo, como é que se
articulam as duas formas de educação (formal e tradicional) em destaque neste trabalho, na
História mais recente de Moçambique? Há complementaridade ou há oposição?
No período colonial, tempo em que o povo moçambicano não podia decidir nada sobre a sua
vida, o regime colonial português estruturou toda a educação para “civilizar o indígena”, este
considerado como atrasado culturalmente. Para concretizar esta pretensão de “civilizar o
negro” o regime ora desenvolveu um currículo ligado aos valores europeus, a “política de
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assimilado”. Tudo para que o moçambicano ficasse integrado na cultura europeia. Entretanto,
este fim não foi alcançado, pois poucos moçambicanos tiveram acesso ao ensino português.
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2. O ESTADO/A SITUAÇÃO DA EDUCAÇÃO FORMAL EM MOÇAMBIQUE
Para a grande maioria das pessoas, educação, desde os tempos antigos, significava aprender
por meio da imitação com a experiência dos mais velhos, de forma que a tradição foi por
muito tempo a principal fonte de aquisição de conhecimento. Mas, paralelamente, caminha a
educação formal que não apenas se tornou comum, mas também uma exigência, um direito
universal que, embora ainda não tenha sido assegurado para absolutamente todos, em
Moçambique caminha a passos largos nessa direcção.
A política educativa, por meio do Ministério que tutela a Educação, preconiza o acesso
universal à escola. Em conformidade com esse objectivo, tem-se desenvolvido esforços para
expandir a rede escolar, dado que, apesar disso, o meio rural tem ficado desfavorecido de
investimentos em infra-estruturas educativas, o que torna penosa a vida no campo onde se
regista percentagem elevada de pobreza extrema (PNUD, 2010: p.170).
Esta mudança surge pelo facto de se reconhecer hoje um desfasamento entre os valores da
sociedade ocidental – liberdade e igualdade – (da qual Moçambique herdou através da
educação formal) e os valores tradicionais da sociedade moçambicana – respeito aos mais
velhos, preservação da criança, veiculados pelos ritos de iniciação, histórias, etc. (GOLIAS,
1993, pp. 12-18).
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No entanto, várias dificuldades conjunturais têm fracturado a concretização deste lema, entre
as quais as dificuldades inerentes às situações bélicas internas e suas sequelas, a precariedade
das condições de vida, a pobreza e o meio de gestão no meio rural.
O sistema educativo formal no nosso País obedece geralmente um currículo nacional único,
aplicável em todo o território, independentemente das especificidades culturais locais. Esse
currículo maioritariamente é implementado por professores muitos dos quais impreparados
científica e pedagogicamente (FERREIRA, 2005: p. 110), e trabalhando isolados sem o
adequado apoio instrumental e institucional, porque as orientações oficiais do Ministério da
Educação, incluindo os programas, chegam tarde a muitas zonas rurais, pelo que ainda se
registam situações de aplicação de currículos desactualizados.
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3. VISÃO GERAL SOBRE A EDUCAÇÃO TRADICIONAL EM MOÇAMBIQUE
As estratégias educativas incluem o recurso à tradição oral, (contos, lendas, mitos, recitações,
fábulas, provérbios, adivinhas), aos acontecimentos da vida quotidiana, às canções, às danças,
aos ritos de iniciação, à simbologia (metáforas, amuletos, talismãs, invocações, bênçãos) e às
artes, através das quais os neófitos aprendem permanentemente com os adultos e os mestres.
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que gera os laços de solidariedade e pertença pelo que os não iniciados ou os transgressores
são banidos da comunidade.
Oliveira (2001, p. 38) considera que a responsabilidade pelo cuidado e educação das crianças
de ambos os sexos até os seis ou sete anos pertence à mãe, marco a partir do qual os rapazes
passam para a alçada do pai ou do tio materno e a rapariga para a da mãe. Inicia-se assim uma
educação diferenciada para a qual se incumbe aos adultos mais próximos da família da
criança.
Dando a significar isto, como diz Silva (1989: p. 240), “a criança não ensinada desde a
infância, em pequenez, quando crescida, não te obedece”. A educação das crianças é feita num
clima de indulgência e baseada no exemplo dos adultos, recorrendo-se por vezes, aos castigos
que, quando os há, não passam de admoestações.
Valente (1973, pp. 159-160) destaca a quase ausência de castigos que caracteriza a educação
da criança quando refere que “ a criança não se castiga; quando muito, chama-se-lhe a atenção
para uma falta, admoesta-se e educa-se por palavras”
Neto (1963, p. 55) é da mesma opinião, ao abordar a educação dos povos rurais referindo que
“as crianças integram-se desta maneira, no meio e a sua vida identifica-se facilmente com a
dos pais, por meio do exemplo e da persuasão. Raros são os castigos e os prémios”.
Daqui depreende-se que na era actual da globalização educativa pretendemos deixar de lado
os nossos rasgos formalísticos antropologicamente africanos para ruralizar o desenvolvimento
que se pregoa actualmente para mais tarde ruralizar a educação. No concreto, repete-se a
escolha de privilegiar mais uma vez as áreas urbanas em contraste com as rurais. A situação
da educação tradicional em nosso país é confusa, à medida que cresce o número de alunos que
saem das nossas escolas aumenta o número de improdutivos e de problemas sociais nas
nossas cidades. Desta maneira, os investimentos feitos na educação correm o risco de
aumentar o êxodo dos jovens do campo e serem um factor de “contra-desenvolvimento”.
Pelas características do currículo, pela falta de novos conteúdos e métodos de ensino e pela
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atitude dos professores em relação à produção – devida também ao tipo de formação que eles
próprios receberam – a cultura educativa tradicional (do trabalho) que o jovem leva consigo
da aldeia geralmente não encontra continuidade na escola e não é valorizada. O “falar bem” e
o “escrever bem” ainda são os principais critérios de sucesso, indepedentemente das acções.
Assim, a autoridade dos pais, uma autoridade tradicional baseada na vida e no trabalho, pode
ser esvaziada por uma autoridade de palavras, e a escola corre o risco de separar o jovem do
seu ambiente colocando-o num universo artificial que o aliena da comunidade e dos projectos
de desenvolvimento. Em casa aprende-se a ser produtor, na escola aprende-se a ser
consumidor. “ (o aluno) consome aquilo que há até acabar tudo, não se preocupa em substituir
fica à espera da comida do governo.
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4. SOCIALIZAÇÃO E TRADIÇÃO CULTURAL: UM ENTENDIMENTO À LUZ DA
SOCIOLOGIA
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congruentes com a tradição. Estes ritos visam “fixar os neófitos na tradição, mentaliza-los
para a guardar e defender contra qualquer investida inovadora” (ALTUNA, 1993: p. 295).
A comunidade rural impõe uma cultura, estabelecendo papéis e gerando hábitos e modos de
pensamento e acção, justificando-se os ritos de passagem e os mecanismos de controlo social,
a cargo dos “ mais velhos”. Qualquer espaço cultural torna-se um espaço de partilha simbólica
da cultura cujos códigos permitem conferir significado aos eventos da vida. Deste modo, a
cultura exerce uma função hegemónica sobre a vida social porque se impõe como quadro
referencial e porque recusa valores ou práticas não previstas ou estranhas.
De acordo com Gramsci (1996), a cultura é um meio persuasivo utilizado pelas elites
(aristocratas e os mais velhos) para promover os consentimentos. A educação funciona como
principal mecanismo de “conformação”, colocando-se ao serviço da preservação dos valores
tradicionais. Portanto, a educação das crianças neste meio processa-se segundo regras e
códigos estritos, esperando que elas respeitem as tradições e actuem como agentes da sua
preservação. A hegemonia cultural estabelece um complexo de sistema de relações, visando a
institucionalização da tradição.
Para Gramsci (1996: p. 25), a hegemonia é concebida como influência e domínio, actuando
sobre o modo de pensar e sobre a conduta social, para unificar padrões e conservar unido o
sistema social. Ela inclui uma distribuição específica de poder pressupondo coerção sobre os
opositores e violência simbólica para impor uma cultura, neutralizar a oposição e bloquear a
mudança (BOURDIEU, 1989: p. 76).
A tradição tem força de lei e os infractores ficam sujeitos a severas sanções. Além disso,
nessas comunidades, acredita-se que o desrespeito pelas tradições pode desencadear a ira dos
“espíritos dos antepassados” atraindo maldições pois, de acordo com Melo (2008: p. 182),
“crê-se que os espíritos também se zangam diante do incumprimento e do desleixo no
desempenho dos costumes tradicionais. Nesses casos, expressam o seu desagrado de
diferentes formas, enviando uma onda de peste (nas plantações), provocando mortes (no seio
familiar), introduzindo patologias ou induzindo situações adversas na família, (intrigas e
divórcios) ”.
O meio rural é pouco permeável a influências culturais de fora. Para se preservar gera formas
de operar que condicionam o pensamento e a acção das pessoas. Para isso contribuem os ritos
de passagem em função dos quais a comunidade garante a socialização conformista dos
membros mais novos, funcionando como uma “escola da vida”. A influenciada tradição
cultural neste meio é tão poderosa que impede que qualquer um lhe escape.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A educação formal que decorre na escola rural tem de ser complementada com outras formas
de intervenção educativa na comunidade, através de professores, mediadores, animadores e
agentes de desenvolvimento local. Desta forma minimizar-se-iam os efeitos do choque
cultural a que as crianças deste contexto são sujeitas. Perante este quadro, o Estado
moçambicano tem a obrigação moral de, em nome da igualdade de direitos, desenvolver
acções de educação para os direitos humanos e para a cidadania democrática, investindo na
melhoria das condições de vida no meio rural e combatendo a pobreza.
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Pela dignificação das pessoas, justifica-se uma estratégia educativa que articule os agentes
educativos e concilie os valores e processos educativos inerentes à educação formal e à
educação tradicional. Por isso, resgatar a educação tradicional em Moçambique ou em África
negra em geral, despedindo-a dos seus elementos retrógrados, torna-se um imperativo ético e
cívico em nome da construção de uma cidadania da qual ninguém seja excluído. A
socialização no interior da tradição cultural pode ser complementada/reforçada mediante a
adopção de políticas educativas e culturais tendentes à promoção de uma educação para a
cidadania democrática. Entre essas políticas educativas (em particular no meio rural), que por
sorte já vem sendo implementado a educação inter-multicultural e a educação dos líderes
comunitários nos valores da democracia, direitos humanos e, em particular, da desigualdade
de género.
Por sua vez, as políticas culturais justificam-se no sentido de valorizar a cultura local no
âmbito do currículo e dos processos educativos, promover a investigação e divulgação das
tradições culturais e alimentar o diálogo entre as diferentes culturas no sentido do reforço da
identidade nacional e da coesão nacional. Isto coloca desafios que devem ser encarados numa
perspectiva de promoção da consciência social e de construção da cidadania moçambicana
sob consideração dos valores da democracia e da identidade nacional. Esses desafios ligam-se
aos seguintes aspectos:
Isto pressupõe a adopção de uma nova concepção de educação, de pedagogia e de escola onde
se integrem as estratégias de diversificação do currículo e das metodologias, a
contextualização do currículo, a promoção dos valores éticos, cívicos e culturais, a utilização
da pedagogia cultural, a colocação da escola ao serviço da sociedade cultural
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BIBLIOGRAFIA
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FERREIRA, Maria João S. Mendes. (2005). Educação e Politica em Angola. Uma proposta
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NETO, José Pereira. (1963). O Baixo cunene. Estudo Ciências Politicas e Sociais, no 68.
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no 17/07/2019 as 14:12
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Lisboa.
VALENTE, José Francisco. (1973). Paisagem Africana (uma tribo angolana no seu
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