UEPG Licenciatura em História – História do Brasil II Aluno: Alexandre Witkowski
Fichamento O Conceito de Império
- Os sistemas políticos descritos neste livro distanciam-se uns dos outros pela história, a geografia, os deuses, as culturas, as crenças, as técnicas, a moral, os destinos. À primeira vista, eles têm apenas um elemento em comum para justificar sua comparação: a denominação. (p19, 20). - O título de imperator não designava toda a função imperial, mas apenas um de seus aspectos. Houve titulares de imperium muito antes de existir um imperador. (p20). -Não se pode transformar um modelo de uma área cultural para outra radicalmente diferente. Ao tentar definir com rigor o conceito de império o tornamos inutilizável. (p20). - Não há certeza de se chegar a um conceito claramente definido. A palavra evoca um objetivo longínquo, uma direção geral, mais que um objetivo passível de ser alcançado em um prazo razoável. O processo é mais importante que o projeto. (p21). - Não se propôs nenhuma definição do termo império durante a preparação dos colóquios, nem na abertura de seus debates. Ao longo do conjunto de apresentações e de discussões surgiram, pouco a pouco, vários critérios de império que não se sobrepõem, e que, às vezes, se contradizem. (p22). - Podemos abordar o conceito de império partindo da distinção feita em 1718 pelo linguista francês Gabriel Gérard, que denomina assim o “Estado vasto e composto de diversos povos”, em oposição ao reino, menos extenso e fundamentado sobre “a unidade da nação da qual ele é formado”. (p22). - Nenhum império corresponde exatamente a este esquema teórico. Alguns se aproximam dele. Outros permanecem muito distantes. (p24). - O conceito de império implica uma estabilidade que ultrapassa o âmbito de uma ocupação militar e, ao mesmo tempo, a substituição dos laços pessoais por um sistema de burocracia não hereditário, nomeado e revogado pelo soberano. (p27,28). - A elaboração de um conceito de Estado abstrato, independente do soberano que o dirige, corresponde a uma estrutura moderna, bastante avançada de laços feudais e pessoais. (p29). - Ninguém pode medir exatamente a parte de consenso e a parte de imposição na solidez dos impérios. Todos eles conheceram revoltas de províncias, sobretudo na periferia. Alguns foram fundados por uma dominação militar implacável. (p30). - Os imperadores chineses trazem uma ordem administrativa e legal no lugar da anarquia feudal que pesava sobre os camponeses. Eles limitam permanentemente os interesses privados dos ricos comerciantes, dos exércitos, das comunidades religiosas, mesmo se eles lhes favorecem de uma outra maneira. (p30). - O Império Romano se considera único, quer dizer, o único a sê-lo. Sua vontade de conquista é uma variação arcaica do isolacionismo. Considera inexistentes ou indignas as nações situadas fora de seu domínio. (p32). - Uns e outros misturam curiosamente a ideia de soberania universal e de fronteira. Essa visão cosmogônica está ligada a uma concepção religiosa. O pensamento muçulmano elaborou fortemente a teoria de um império universal vinculado à expansão de uma religião ecumênica. (p33). - O Sacro Império Romano Germânico retoma a tradição. Ele gostaria de englobar todo o mundo cristão defendendo-o contra seus inimigos exteriores e reduzindo-os progressivamente. (p34). - Impérios clássicos e impérios coloniais se parecem em um ponto essencial: o papel dos exércitos em sua formação e sua manutenção. Necessários para estabelecer impérios, os exércitos também o são para conservá-los. (p35). - Este quadro de impérios históricos sugere uma classificação dualista. Uns se vinculam ao modelo de Roma, com seus deuses e ramos genealógicos. Os outros têm apenas um elemento em comum: colocam-se fora da concepção romana de império. (p36). - Nenhum império clássico apresentou uma distorção tão grande em sua estrutura política. Os impérios coloniais se baseavam na mesma distinção da metrópole e dos territórios exteriores, mas a primeira controlava os segundos com seus próprios generais, ou então por meio de seus próprios soldados. (p38). Conclusão Neste capítulo o autor fala sobre o conceito de Império, ele fala desde sobre o titulo do imperador e quais suas funções até sobre os variados tipos de impérios focando mais no Império Romano. O autor fala também sobre o conceito de império citado pelo linguista francês Gabriel Gérard, mas comenta que nenhum império corresponde exatamente a este esquema teórico e alguns ficam muito distantes a ele. No final do capítulo o autor se pergunta se a era dos impérios não existem mais, e cita acontecimentos do século XX como a União Soviética e a Dominação dos Estados Unidos, e deixa essa pergunta sobre os conceitos de império, e que poderiam ser colocados em acontecimentos recentes.