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Como Realizar uma Pesquisa de Opinião?

1. Introdução.

Apresentamos neste capítulo um roteiro que visa nortear a


realização de uma pesquisa de opinião. O estudante deverá ter
em mente que as idéias aqui apresentadas foram
exemplificadas nos demais capítulos dessa apostila, cuja leitura
é obrigatória para sua compreensão. A aplicação prática do
roteiro não prescinde o entendimento correto da teoria
estatística: experimente o prezado leitor seguir alienadamente
uma receita de bolo e terá em mãos um bolo "solado" para lhe
provar que a compreensão do que se faz sempre deve preceder
o ato de fazer.

O estudante deverá ler e reler as idéias aqui apresentadas ao


longo do tempo em que estiver realizando a pesquisa. A medida
em que o trabalho prático vai avançando, os detalhes do roteiro
vão se explicitando e necessitando de atenção particular. Em
outras palavras, você não deverá ler o presente capítulo no
início do semestre e depois esquecê-lo, mas sim transformá-lo
em seu "livro de cabeceira" durante a realização da pesquisa.

Finalmente, o prezado leitor deverá sempre se lembrar que


uma pesquisa é feita para ser divulgada e que seu
professor não será o único leitor. Até porque a população que
garante a existência da Universidade, pagando em dia seus
impostos, deve ter como retribuição a possibilidade de acesso
às pesquisas desenvolvidas no âmbito desta. Assim, o Relatório
Final de Pesquisa deverá ser auto-explicativo e escrito em
linguagem acessível a um leigo no assunto. Todo o cuidado com
a linguagem é pouco, devendo ser evitados os "jargões" e
"palavras difíceis" tão presentes na linguagem academicista.

2. O que é Opinião Coletiva?

Como seu próprio nome deixa claro, uma pesquisa estatística


de opinião realiza o levantamento da opinião coletiva de uma
população acerca de determinado tema analisando uma
amostra de opiniões individuais obtidas através de
adequados instrumentos de coleta de dados.

O que é opinião coletiva? Se houver consenso da população em


torno de determinada tese, não há maiores dificuldades em
conhecê-la. Não havendo consenso, o levantamento da opinião
coletiva tona-se mais difícil e na grande maioria das vezes tal
consenso não existe. Poderá haver uma opinião majoritária, seja
contra, seja a favor ou mesmo indiferente a determinada tese.
Poderá ocorrer uma bipolarização da opinião em torno da tese e
de sua negação, de maneira a se formarem uma maioria e uma
minoria. Essa bipolarização poderá assumir diferentes graus, e
por aí se vai...

Resumindo, levantar a opinião coletiva não é apenas relatar a


opinião média, a opinião da pessoa mediana, a opinião da moda
ou o desvio padrão existente entre duas opiniões quaisquer,
mas sobretudo explicitar as principais idéias que a população
emitiu acerca de determinado tema, bem como as inter-
relações e contradições existentes entre essas idéias.

O levantamento da opinião coletiva se torna ainda mais


complicado quando se sabe que as pessoas individualmente
podem mentir nas entrevistas, procurando responder não o que
pensam sobre determinado tema, mas sim o consideram
"politicamente correto" aos olhos da sociedade em geral. Assim,
os instrumentos de coleta de dados devem levar tal situação
em conta, procurando desvendar o que há por detrás das
simples aparências.

Podemos estar interessados, contudo, apenas em aferir a


opinião média populacional. Podemos também estar
interessados em detectar se há alguma diferença de opinião
média entre dois segmentos populacionais. Nesse caso, sendo a
amostra representativa, os valores amostrais são trabalhados
pela estatística descritiva e podem ser calculados pela
estatística indutiva a margem de erro e o nível de confiança
da opinião média da população ou, no caso de se estar
comparando opiniões, o risco ou probabilidade de erro ao
se negar a hipótese (nula) de que não existiriam
diferenças entre as opiniões médias de duas populações
distintas.

3. Opinião Coletiva & Conclusões da Pesquisa.

A opinião coletiva pode ser diretamente o objeto de estudo de


uma pesquisa em ciências humanas, ou então estar com ele de
tal forma relacionada que o estudo desse objeto necessite de
seu levantamento através de uma pesquisa estatística. Nos dois
casos, o levantamento da opinião é uma parte subsidiária ao
estudo do objeto de pesquisa. A opinião estatisticamente obtida
não se constitui diretamente nas conclusões da pesquisa mas,
ao contrário deve ser analisada e criticada pelo pesquisador, a
partir dos objetivos da pesquisa, ou seja, daquilo que se quer
saber acerca do objeto. Os resultados dessa análise crítica é
que se constituirão nas conclusões finais da pesquisa.

O fato da opinião coletiva de uma população sobre determinado


tema não se constituir nas conclusões da pesquisa, mas em seu
objeto de estudo, não diminui a importância do pesquisador
saber como levantá-la estatisticamente. Ao contrário, mostra
porque esse conhecimento é básico para permitir o
aprofundamento de certos objetos de pesquisa.

4. Projeto de Pesquisa.

O primeiro passo para a realização de uma pesquisa é elaborar seu projeto. Esse tema é
vasto e existem vários livros e disciplinas específicas na área de ciências humanas que
discutem a elaboração de um Projeto de Pesquisa. Como estamos mais interessados na
pesquisa em si do que em seu projeto, apenas lembraremos que o Projeto de Pesquisa
deverá direcionar o trabalho da equipe durante um semestre inteiro, constituindo-se, por
assim dizer, no alicerce da pesquisa a ser realizada. Todo esforço despendido na fase de
projeto resultará em economia de trabalho nas fases subseqüentes de trabalho prático.

Os passos práticos que o prezado leitor deverá seguir são os


seguintes:

1. Escolha o tema a ser pesquisado. O tema escolhido deverá ter


um mínimo de relevância social. O prezado leitor deverá levar
em conta o que foi dito acerca da população trabalhadora
financiar a universidade através do pagamento de impostos e
da necessidade de devolvermos conhecimentos a essa mesma
população. Inclusive para criar uma nova funcionalidade social
para a Universidade, de forma a que esta sobreviva ao processo
de sucateamento e privatização levado a cabo pelo Governo
FHC.
2. Colete o maior número possível de informações sobre o tema
escolhido. Procure em livros, jornais, revistas, páginas da
internet etc. Com base em um estudo desse material, defina o
objeto de pesquisa, elaborando um estudo inicial que:

 Destaque sua importância;


 Problematize o contexto no qual está inserido;
 Analise suas principais características;
 Estabeleça quais fatores o influenciam;
 Discuta a inter-relação de tudo isso.

1. Delimite a população a ser pesquisada;


2. Elabore uma versão preliminar dos objetivos de pesquisa,
constando de perguntas que se quer responder acerca do
objeto de pesquisa;

3. Com base nesses objetivos preliminarmente elaborados, redija


um questionário com perguntas abertas versando sobre o
objeto de pesquisa;

4. Escolha uma amostra de no máximo dez pessoas para a


aplicação do questionário aberto. A amostragem deverá ser
intencional: o critério para a escolha dos entrevistados deve
ser a existência de uma opinião efetiva, seja qual ela for. De
nada adianta entrevistar quem não tenha opinião a dar... Os
entrevistados devem ser testemunhas de fatos relevante ou
deter alguma forma de conhecimento acumulado que ajude a
elucidar ou problematizar o objeto e os objetivos da pesquisa.
Atenção: Não realize as entrevistas abertas antes da finalização
do Projeto de Pesquisa.

5. Elabore um título para a pesquisa, expressando o conteúdo do


objeto pesquisado. Não são títulos adequados: "Trabalho de
Estatística" ou "Pesquisa Estatística".

6. Elabore um cronograma de trabalho para toda a pesquisa;

7. Redija o Projeto de Pesquisa. Os itens que este deverá conter


são:
 Capa com o Título da pesquisa, nomes dos Estudantes e do
Professor, etc.
 Apresentação: Breve relato que apresente aos futuros leitores
qual o trabalho que está sendo realizado, a motivação para sua
realização, quem o está realizando e em que circunstâncias
curriculares.
 Introdução: O contexto no qual o objeto de pesquisa se situa
deve relatado ao futuro leitor, de forma que este possa
compreender o que está sendo pesquisado.
 Objeto da pesquisa, bem como suas características, fatores
de influência, importância no contexto e inter-relações. Nesse
item deve ser colocado o resultado de todo o estudo
preliminarmente realizado através da bibliografia selecionada.
 Objetivos de pesquisa ou os aspectos particulares do objeto
de pesquisa que se quer conhecer, contextualizados,
normalmente na forma de perguntas concretas às quais se quer
obter respostas.
 Hipóteses de pesquisa, se as houver.
 População, delimitada em função do objeto e objetivos da
pesquisa;
 Amostra da Pesquisa Aberta: Os critérios para a escolha dos
entrevistados, o tamanho da amostra e a descrição do processo
de amostragem;
 Questionário Aberto: As questões abertas para nortear as
entrevistas de campo;
 Cronograma de trabalho para a pesquisa.

1. Pesquisa Aberta.

Após a revisão do Projeto de Pesquisa, segue-se a realização e tabulação da


pesquisa aberta, a qual visa levantar os aspectos do objeto de pesquisa que
passaram despercebidos quando da elaboração do Projeto de Pesquisa,
contribuindo tanto com novas informações sobre o objeto como para uma
definição mais precisa dos objetivos de pesquisa.

Pesquisa Aberta de Opinião é apresentado um exemplo que deverá ser lido e


compreendido pelo leitor antes da realização da pesquisa aberta.

A aplicação da pesquisa aberta demanda os passos seguintes:

1. Aplique o questionário aberto em campo. As perguntas abertas deverão ser


apresentadas por escrito aos entrevistados. As respostas deverão ser verbais
aos membros da equipe, que se encarregarão de anotá-las por escrito. A
utilização de um gravador é recomendável, mas não substitui as anotações
por escrito.
2. Durante a entrevista, os entrevistadores deverão questionar as respostas
detalhe por detalhe, visando torná-las as mais completas possíveis. Muitas
vezes o entrevistado "toma o controle" da entrevista e relata inúmeros
detalhes anteriormente insuspeitos ao investigador. Se tal situação ocorrer,
as perguntas abertas servirão para o pontapé inicial sobre os temas que se
quer discutir. O importante é saber ouvir, anotar e apreender o que está
sendo dito pelo entrevistado.

3. Tabule as respostas a cada pergunta na tabela espelho do questionário


aberto, "passando a limpo" suas anotações sobre o que o entrevistado
efetivamente respondeu;

4. Reorganize as respostas tendo por critério as idéias comuns que surgirem.


Para isso, proceda da forma seguinte:
o Leia atentamente a tabela espelho do questionário aberto e anote
cada idéia nova que surgir em uma fichas de papel (por exemplo,
uma folha de papel A4 dividida em 8 partes);
o Organize as fichas contendo idéias por temas em comum, para os
quais você deverá dar um nome adequado;
o Dentro de um mesmo tema, você poderá organizar as fichas das
idéias por sub-temas, os quais também deverão possuir nomes
apropriados.
o A partir da organização desse fichário, redija o quadro sinóptico das
respostas.

1. Uma vez reorganizadas as respostas em temas, sub-temas e idéias,


redija o resumo descritivo das respostas às questões abertas. O texto
descritivo deverá corresponder o mais fielmente possível à opinião
dos entrevistados, não sendo um produto da ideologia ou opinião
política dos membros da equipe.

2. Desde já fica um alerta à tentação de se produzir um documento


"politicamente correto". As entrevistas visam saber a opinião dos
entrevistados acerca do objeto e objetivos de pesquisa e não a
opinião da equipe sobre o que os entrevistados supostamente
deveriam ter como opinião...

3. Com base no acréscimo de informações que o resumo descritivo


representou em relação ao Projeto de Pesquisa, redefina o objeto de
pesquisa, enriquecendo o estudo inicialmente elaborado, bem como
os objetivos de pesquisa, desdobrando-os em perguntas mais
específicas acerca do objeto.
4. Redija o Relatório da Pesquisa Aberta, que deverá conter o seguinte:

o Capa contendo título, etc;


o Apresentação do que se trata o relatório;
o As perguntas abertas aplicadas;
o A tabela espelho do questionário aberto, contendo o resumo das respostas
de cada entrevistado;
o O quadro sinóptico das respostas organizadas por idéias afins;
o O resumo descritivo da opinião pesquisada;
o As novas definições e discussões acerca do objeto e
objetivos de pesquisa.

1. Projeto de Coleta de Dados.

A partir do Relatório da Pesquisa Aberta, deverá ser elaborado o


Projeto de Coleta de Dados. A seqüência de trabalho é a
seguinte:

2. Com base no objeto e nos objetivos de pesquisa, os quais


foram redefinidos à luz da pesquisa aberta, elabore um
questionário com perguntas fechadas, o qual será o
instrumento de coleta da opinião coletiva da amostra
acerca do tema em pauta, servindo também para a
obtenção do perfil ou estratificação dessa mesma
amostra. Lembre-se que as perguntas do questionário
fechado não são iguais às perguntas dos objetivos de
pesquisa, mas estão intrinsecamente relacionadas com
elas, de forma que a análise crítica das respostas às
questões fechadas permita o estabelecimento de
respostas aos objetivos da pesquisa.

3. Defina as variáveis aleatórias que representarão as


respostas às perguntas fechadas, tanto as perguntas que
estabelecerão a opinião amostral como as que definirão o
perfil da amostra.

4. As perguntas do questionário fechado e as variáveis


aleatórias que delas decorrem devem ser definidas à luz
do estabelecimento por escrito de um quadro
conceptual que explique o que se quer obter com cada
uma das variáveis aleatórias e como elas serão utilizados
para a obtenção da informação desejada.
5. Defina o tamanho da amostra. No mínimo 100 pessoas
deverão ser entrevistadas, para se obter uma amostra
suficientemente grande;

6. Defina o método de amostragem a ser utilizado:


 Aleatório: Os entrevistados serão escolhidos
através de alguma forma de sorteio.
 A esmo: Os entrevistados serão escolhidos ao
acaso, mas sem sorteio;
 Intencional: Os entrevistados serão escolhidos
intencionalmente, como representantes de
determinada situação ou opinião.
 Por preenchimento de cotas. Os entrevistados
serão escolhidos a esmo, mas de forma a completar
as cotas de uma Tabela de Definição da Amostra.
7. O método de amostragem por preenchimento de cotas é
muito utilizado e bastante confiável. A idéia do é fazer
com que o perfil da amostra, seja o mais semelhante
possível ao perfil populacional, em termos dos fatores que
podem influenciar o objeto de estudo. São as chamadas
variáveis de controle, obtidas a partir do quadro
conceptual que o leitor redigiu em seu Projeto de
Pesquisa. Exemplos de variáveis de controle são:
 Idade;
 Sexo;
 Situação sócio–econômica;
 Escolaridade;
 Local de moradia; ou outros...

1. O perfil populacional deverá ser obtido da


literatura ou do conhecimento prático obtida nas
entrevistas abertas. Para o caso particular do perfil
sócio-econômico, vide o Anexo 4 – Distribuição da
População Brasileira Segundo o Consumo.

2. O tamanho da amostra e seu perfil se


constituem nas informações básicas para a
elaboração da Tabela de Definição da Amostra,
a qual contem os cruzamentos das variáveis
definidoras do perfil da amostra e quantas
entrevistas deverão ser realizadas em cada um
desses cruzamentos. Cada célula dessa tabela
contém uma cota de entrevistas que deverá ser
cumprida, para a obtenção da amostra com o perfil
pretendido.

3. Uma vez definidos todos esses parâmetros da


pesquisa, redija a metodologia de pesquisa. A
partir da definição do quadro conceptual, essa é a
parte do relatório que explica em detalhes o que
será realizado posteriormente na pesquisa de
campo e na análise dos dados obtidos:

 Como o questionário fechado será aplicado;


 A forma como as variáveis aleatórias representarão
o perfil da amostra
 A forma como as variáveis aleatórias representarão
as respostas às perguntas relativas à opinião do
questionário fechado
 A maneira através da qual os valores amostrais
dessas variáveis serão trabalhados estatisticamente
 A maneira através da qual as estatísticas
descritivas calculadas serão interpretadas
qualitativamente para se gerar um quadro
descritivo da opinião pesquisada.

1. Depois de tudo isso, basta terminar o Projeto


de Coleta de Dados, contendo:

 Capa com título, etc.


 Apresentação do que se trata nesse relatório;
 Quadro conceptual que defina a situação
pesquisada
 Questionário fechado;
 Variáveis resposta às perguntas fechadas;
 Perfil da amostra, obtido do perfil da população que
se irá pesquisar;
 Tabela de definição da amostra
 Processo de amostragem escolhido;
 Metodologia da pesquisa.

1. Pesquisa Piloto.

Após a finalização do Projeto de Coleta de Dados vem a pesquisa


piloto. Embora possa parecer perda de tempo, sua realização é
essencial tanto para a correção de defeitos nas perguntas fechadas
(coisa muito mais comum do que se pode pensar inicialmente) como
também para o treinamento dos estudantes na realização da
pesquisa fechada.
Uma pesquisa piloto bem realizada e bem aproveitada pode
representar considerável redução do trabalho subsequente, tanto na
realização do trabalho de campo como principalmente na análise e
interpretação posterior dos dados coletados. Afinal, se você só se
perceber que algo saiu errado com a pergunta mais importante de
seu questionário após todo o trabalho de campo ter sido realizado,
como fará para consertar o defeito? Siga o procedimento abaixo
para economizar tempo e dinheiro:

2. Aplique os questionários fechados a uma amostra


piloto de no mínimo 10 pessoas;

3. Anote nos questionários os principais problemas que


ocorrerem com sua aplicação:
 Dificuldades de interpretação das questões pelos
entrevistados;
 Questões dúbias ou mal formuladas;
 Questões que levaram a um direcionamento das
respostas;
 Dificuldades do estudante em aplicar o questionário.

1. Analise esses problemas e revise o questionário


fechado;
2. Redija o Relatório da Pesquisa Piloto, contendo
os itens:

 Capa com título, etc.


 Apresentação do trabalho, etc.
 Questionário fechado;
 Tabela espelho do questionário fechado, com as
respostas da amostra piloto;
 Descritivo dos problemas, dificuldades de
interpretação, dubiedades, direcionamentos, etc,
encontrados durante a aplicação piloto;
 Questionário fechado revisado.

1. Trabalho de Campo.

O trabalho de campo se constitui na alma da


pesquisa de opinião é sua parte mais trabalhosa. Se
a pesquisa piloto tiver sido realizada com êxito, o
trabalho nessa fase será facilitado.

2. Aplique os questionários fechados à


amostra escolhida. Especial cuidado deve ser
tomado com o direcionamento das
entrevistas a partir da opinião preestabelecida
dos estudantes acerca do objeto de pesquisa.

3. Como amostra da pesquisa deverá ter


seu perfil pré-delimitado na tabela de
definição da amostra, especial cuidado deve
ser tomado no controle dos questionários já
aplicados, de forma a que a equipe, em
conjunto, consiga "fechar" essa tabela
preestabelecida de distribuição das
entrevistas pelos cortes do perfil da amostra;
4. A "tentação" de se forjar o perfil de
determinado entrevistado real, mudando-o de
forma a permitir o "fechamento" da tabela de
definição da amostra se constitui em
desonestidade intelectual e desvirtua a
confiabilidade da pesquisa estatística. Pior
ainda, a "tentação" de se forjar respostas e
inventar entrevistas fictícias para "acelerar" o
trabalho constitui-se em verdadeiro crime
intelectual;

5. Anote em diário de campo a descrição


do processo de amostragem:
 Data e hora de cada uma das
entrevistas;
 Locais de realização de cada uma das
entrevistas;
 Condições nas quais as entrevistas
foram realizadas

1. Anote em diário de campo


eventuais fatos relevantes para a
pesquisa:
 Declarações dos entrevistados;
 Recusa à resposta;
 Questionamentos que surgirem
acerca da pesquisa;
1. Analise esses fatos à luz do
objeto e objetivos da pesquisa,
bem como do perfil e da
representatividade da amostra;

2. Redija o Relatório de
Campo, contendo:

 A descrição detalhada do
processo de amostragem;
 Os fatos relevantes da coleta de
dados; e
 A análise de tais fatos

1. Elaboração do Relatório de
Pesquisa.

Terminado o trabalho de campo, vem a


elaboração do Relatório de Pesquisa.
Se tudo estiver em ordem, estarão
prontos os seguintes relatórios parciais.
Em conjunto, eles se constituirão na
base para a elaboração do Relatório de
Pesquisa.
2. Projeto de Pesquisa;
3. Relatório da Pesquisa Aberta;
4. Projeto de Coleta de Dados;
5. Relatório da Pesquisa Piloto;
6. Relatório de Campo.

Mantendo o cronograma dos relatórios parciais em


dia, uma equipe chegará a essa fase com o trabalho
praticamente pronto. Bastará, a seguir:
 Tabular os dados;
 Realizar a estatística descritiva das
variáveis de controle, que definem o perfil
da amostra, de forma a se certificar de sua
representatividade perante a população
 Realizar a estatística descritiva das
variáveis resposta, visando a obtenção de
informações para os objetivos da pesquisa.
 Realizar os cálculos de estatística
indutiva com as variáveis
resposta, visando a generalização
das informações obtidas na
amostra para toda a população
 Analisar qualitativamente as
estatísticas descritivas e as
probabilidades calculadas através
da estatística indutiva, visando
estabelecer um quadro descritivo
da opinião pesquisada.

1. Tabulação dos Dados.

A tabulação dos dados do questionário


fechado é o primeiro passo para a
redação do Relatório de Pesquisa. Com
os dados obtidos em campo, deverá ser
elaborada a tabela espelho do
questionário fechado contendo:
 Perfil da amostra;
 Respostas às perguntas fechadas.

Essa tabela deverá ser elaborada


imediatamente após o trabalho de
campo, para garantir que não ocorram
perdas acidentais de dados e deverá
fazer parte dos anexos do Relatório de
Pesquisa.

1. Estatística Descritiva do
Perfil da Amostra:
2. De acordo com a
metodologia estabelecida para a
pesquisa, cada uma das
perguntas do questionário
fechado que dizem respeito ao
perfil da amostra deu origem a
uma variável de controle. Após a
tabulação dos dados, temos os
valores amostrais de cada uma
dessas variáveis. Tais valores
serão utilizados pela estatística
descritiva para o cálculo do
seguinte:

 As distribuições de freqüências
das variáveis de controle;
 As estatísticas amostrais dessas
variáveis.
 Média;
 Mediana;
 Moda;
 Desvio padrão;
 Desvio padrão da média.

1. As distribuições de
freqüência e estatísticas
descritivas das variáveis de
controle devem ser dispostas em
tabelas apropriadas, uma para
cada variável. Os cálculos
estatísticos para a obtenção dos
valores não devem constar dessas
tabelas, mas apenas os valores
calculados. Os cálculos dever ficar
na "memória de cálculo" anexo ao
Relatório de Pesquisa.

2. Elabore os histogramas,
gráficos descritivos das
distribuições de freqüência do
perfil da amostra, um para cada
variável
3. Analise qualitativamente o
processo de amostragem e a
representatividade da amostra, a
partir das estatísticas e gráficos
descritivos do perfil da amostra,
das informações contidas no
Relatório de Campo e da
definição do objeto e objetivos de
pesquisa. Essa análise visa
determinar se a amostra pode ou
não pode ser considerada
representativa da população, no
tocante ao estudo do objeto e
consecução dos objetivos de
pesquisa. Em caso da amostra
poder ser considerada
representativa, é necessário
explicitar quais viesses podem
ocorrer quando da indução das
conclusões amostrais para
conclusões populacionais.
4. Redija a análise quantitativa
e qualitativa da estatística
descritiva do perfil da amostra, a
qual deverá ser parte do Relatório
de Pesquisa.
5. Estatística Descritiva e
Indutiva das Respostas ao
Questionário Fechado.
6. Também as perguntas do
questionário fechado que
almejavam à obtenção da opinião
amostral dão origem a conjuntos
de dados amostrais das
correspondentes variáveis
resposta. Para cada uma dessas
variáveis deverá ser calculado e
sumariado:

 A distribuição de freqüências;
 As estatísticas descritivas:
 Média;
 Mediana;
 Moda:
 Desvio padrão:
 Desvio padrão da média, se
não existir cortes no perfil
da amostra;
 Desvio padrão da diferença
entre médias, no caso da
existir cortes no perfil da
amostra.

1. Esse procedimento vale para


tanto a análise de todos os dados
amostrais em conjunto como para
o estudo de subconjuntos de
dados amostrais que tenham sido
estabelecidos em decorrência de
cortes no perfil da amostra.
2. De acordo com os objetivos
de pesquisa, as distribuições de
freqüências das variáveis resposta
a cada pergunta fechada deverão
ser obtidas de duas diferentes
maneiras:

 Agrupando todos as
respostas da amostra; e
 Sub-agrupando os respostas
em função de cortes no
perfil da amostra
determinados pelo objeto e
objetivos da pesquisa:
 Se o corte for por
idade, haverá pelo
menos dois
subconjuntos de
estatísticas
calculadas: os de
certa faixa etária
"versus" os de outra
faixa etária;
 Se o corte for por sexo
ou gênero, haverá
exatamente dois
subconjuntos:
estatísticas
masculinas "versus"
estatísticas femininas;
 Se o corte for por
situação sócio–
econômica poderá
haver dois
subconjuntos:
"pobres" (classes "E",
"D" e "C") "versus"
"ricos" (classes "B" e
"A");
 Se o corte for por
escolaridade deverá
haver pelo menos dois
subconjuntos: "mais
escolarizados"
"versus" "menos
escolarizados;
 Se o corte for por local
de moradia:
moradores de certa
região "versus"
moradores de outra
região.

1. Elabore os histogramas das


distribuições de freqüência das
variáveis resposta, de acordo com
os cortes da amostra e para todos
os dados de conjunto.

2. A partir das estatísticas


descritivas da amostra, realize os
cálculos da estatística indutiva
obtendo, no caso de não haver
cortes na amostra, as margens de
erro e nível de confiança de cada
conclusão populacional.
3. Se existirem cortes na
amostra isso implicará na
realização de testes de hipóteses
para a generalização dos
resultados amostrais a toda a
população. Por exemplo, no caso
de se estar comparando a opinião
de dois extratos da população
através do estudo de dois cortes
da amostra, calcule o risco ou a
probabilidade de erro ao se
rejeitar a hipótese (nula) de que
não existem diferenças
populacionais de opinião.
4. Sumarie os resultados das
estatísticas descritiva e indutiva
em tabelas apropriadas, deixando
a memória de cálculo para os
anexos.
5. Análise Qualitativa das
Respostas ao Questionário
Fechado:
6. Estude as estatísticas
calculadas e gráficos descritivos
das variáveis aleatórias
representantes das respostas a
cada pergunta. Leve em conta os
objetivos de pesquisa, os cortes
amostrais e a representativade da
amostra como um todo. Para cada
variável resposta, uma
interpretação clara em língua
portuguesa deve ser formulada
como resultado dessa análise
qualitativa dos dados
quantitativos.
7. Redija, para cada pergunta e
corte amostral, a interpretação
das respostas fornecidas, em
termos das estatísticas descritivas
e indutivas e dos gráficos
descritivos.

8. O número de interpretações
a ser elaborado é igual ao número
de perguntas, multiplicado pelo
número de cortes na amostra.
Assim, 15 perguntas com uma
amostra cortada em duas
resultará em 30 interpretações.
9. Conclusões do Relatório de
Pesquisa.

As conclusões são a própria razão de


ser da pesquisa. Essa etapa representa
um salto de qualidade no processo de
pesquisa. Durante as etapas anteriores
houve um crescente acúmulo na
quantidade de informações, sejam elas
de cunho quantitativo ou qualitativo. Na
fase das conclusões esse acumulo de
quantidade de variadas informações dá
origem a um salto de qualidade,
gerando as respostas a cada um dos
objetivos de estudo e as conclusões
populacionais sobre o objeto de
estudo.

Muito esforço cerebral deve ser


reservado à formulação das conclusões
da pesquisa. A todo custo deve-se evitar
"morrer na praia", produzindo uma
pesquisa de bom nível que no entanto,
padece do "pequeno defeito" de nada
concluir...

Tal esforço se mostra ainda mais


necessário quando se analisa a barreira
psicológica imposta ao raciocínio
estudantil pelo "pacto de
mediocridade" existente na
universidade brasileira. Nela, há
professores medíocres que só aprovam
os alunos que papagueiam nas provas
as palavras ditas por eles em aula. Só
vale ao estudante acatar acriticamente
a posição política-ideológica do
professor, e qualquer sinal de
independência intelectual é punido com
a nota baixa. Ao lado desses
professores, há estudantes não menos
medíocres que se comprazem em tomar
nota direitinho, "puxar o saco" de vez
em quando, "papagaiar" uma prova e....
fácil: aprovação garantida!

O "pacto de mediocridade" castra a


inteligência da juventude e é útil à
dominação das elites na medida em que
forma consciências comodistas e
conformadas. Não ao comodismo!
Não ao conformismo!
Independência intelectual! Em seu
trabalho de pesquisa os estudantes
devem concluir o que deve ser
concluído dos dados analisados, doa a
quem doer! Exijamos o impossível!
Os passos práticos para a elaboração
das conclusões da pesquisa são os
seguintes:

10. Analise qualitativamente, em


termos sociológicos, econômicos,
políticos, psicológicos, etc, as
interpretações das estatísticas
descritivas e indutivas das
variáveis resposta. Cada pergunta
irá gerar uma análise diferente,
que deverá trazer respostas aos
objetivos de pesquisa,
aumentando o conhecimento
sobre o objeto de estudo.

11. No caso de não haver cortes


no perfil da amostra, nessa
análise deve ser incluída a
margem de erro e o nível de
confiança das conclusões
populacionais.
12. No caso desses cortes
existirem, inclua na análise o risco
de erro ao se rejeitar a hipótese
de não existir diferença de origem
populacional;

13. A generalização para a


população das interpretações de
cada variável resposta deve partir
da análise das variáveis de
controle, a qual estabeleceu a
representatividade da amostra e
os possíveis viesses existentes.

14. As conclusões obtidas para


as diferentes variáveis resposta
devem ser comparadas entre si,
buscando-se estabelecer os nexos
e contradições existentes na
opinião pesquisada.

15. Se a pesquisa visava explicar


os porquês de determinada
opinião coletiva, será nessas
concordâncias e contradições
entre as diferentes respostas que
tais porquês serão encontrados.
16. Resumo da Pesquisa.

O Resumo é a síntese da pesquisa


elaborada, a segunda parte mais
importante do relatório de pesquisa,
depois das conclusões.
Deverá conter 25 linhas de bom
português, sem "jargões" e "palavras
difíceis" com uma explanação global do
contexto, do conteúdo e das conclusões
da pesquisa realizada.

Especial cuidado deve ser tomado com a


redação do resumo. Como ela se dá ao
final de todo o trabalho, quando o
prezado leitor já deverá estar cansado
de tanto escrever, muitas vezes trabalhos
excelentes são desperdiçados por
resumos feitos sobre a pressão dos
acontecimentos.

No caso de se pedir a publicação do


trabalho ou sua apresentação em um
congresso ou seminário, o resumo é a parte
que será lida pela banca selecionadora.
Além disso, na grande maioria dos
congressos e seminários, apenas o resumo
é publicado.

A importância do resumo é
permitir ao leigo entender o
significado mais amplo da
pesquisa realizada,
possibilitando que este se
decida a contatar o autor para
obter o relatório integral.

Ao final do resumo, o prezado


estudante deverá fazer constar
seu nome e endereço para
contatos por escrito, seja via
correios, via fax ou endereço
eletrônico e-mail
17. Partes Componentes do
Relatório de Pesquisa

O Relatório de Pesquisa deve ser


redigida a partir de todo o material
precedente. As principais partes
componentes do relatório não
necessitam cada uma ter um título
próprio. Para efeito didático, várias
partes podem estar englobadas sob um
título em comum, criando-se os devidos
"ganchos" entre as diversas partes do
trabalho. Segue-se uma proposta de
estrutura padrão para o Relatório de
Pesquisa:

Capa (contendo faculdade, disciplina, título, autores, professor


orientador, data)

Resumo;

Dedicatória (opcional);

Sumário;

1. Apresentação;
2. Introdução;
3. Objeto & Objetivos (incluindo as hipóteses de pesquisa, se as
houver);
4. População & Amostras (da pesquisa aberta e fechada);
5. Metodologia de Pesquisa (todo o processo de coleta de
dados, aberto e fechado);
6. Conclusões Finais;
7. Análise dos Dados:

1. Análise da Pesquisa Aberta


o Descritivo da amostra da pesquisa aberta;
o Questionário aberto;
o Tabela espelho do questionário aberto;
o Quadro sinóptico das respostas às perguntas abertas;
o Resumo descritivo das respostas às perguntas abertas;
2. Análise do Perfil e Representatividade da Amostra
Fechada

o Tabelas das estatísticas descritivas calculadas do perfil da


amostra;
o Gráficos do perfil da amostra da pesquisa fechada;
o Discussão qualitativa acerca da representatividade da
amostra;

1. Análise das Respostas ao Questionário Fechado


o Questionário fechado;
o Tabelas das estatísticas descritivas calculadas das
respostas da amostra;
o Tabelas das estatísticas indutivas calculadas;
o Gráficos descritivos de cada resposta;
o Interpretação qualitativa dos dados quantitativos de cada
resposta;
2. Anexos:
o Tabela espelho do questionário fechado;
o Memória de cálculo das estatísticas descritivas e
indutivas;

Deve-se prestar atenção ao itens "Conclusões" e "Resumo",


pois são nessas duas partes do Relatório de Pesquisa que se
concentram as informações dispersas nas demais partes, as
quais assumem um caráter qualitativamente superior.

Se as Conclusões se constituem na própria razão de ser da


pesquisa, o Resumo é que permitirá que tais conclusões não
permaneçam "secretas", expostas apenas "à crítica roedora das
traças", mas sejam divulgadas para o público mais amplo
possível.

1. Seminário de Pesquisa.

Via de regra, as informações obtidas por uma pesquisa devem


retornar a quem nela participou, fornecendo informações, ou
quem mais possa estar interessado em conhecer o objeto
pesquisado.

Se a pesquisa se deu em determinada unidade da universidade,


os estudantes, professores e funcionários dessa unidade
deverão ter o direito de vir a conhecer seus resultados. Se
foram dirigentes sindicais a prestar os depoimentos abertos
iniciais, toda a categoria deve ter o direito de saber as
conclusões finais. E assim por diante.

Em função dessa necessidade de demonstrarmos ao


contribuinte que nos financia qual a razão de ser da
Universidade Pública, ao final do semestre haverá espaço
reservado à apresentação, na forma de painéis. Um seminário
estudantil de pesquisa, com direito à certificado e –
principalmente – aberto a público mais amplo que a própria
turma de estatística. Para participar bastará fazer o seguinte:

2. Prepare a apresentação da pesquisa;


3. Apresenta-a em seminário aos colegas estudantes;
4. Discuta a pesquisa e as conclusões apresentadas com os
colegas (essa parte é a mais importante), incorpore ao
relatório de pesquisa os elementos trazidos à luz por essa
discussão e redija a versão "para publicação".
5. Formato do Relatório de Pesquisa.
6. Os relatórios parciais e o relatório final de pesquisa
devem ser digitados em Word. Os gráficos e tabelas
podem ser elaborados em planilhas Excel e importados
para o texto em Word. Deve-se dar preferência à versão
Word97.

7. A configuração de página deve ser para papel A4 com


margens laterais de 3,0 cm e margens superiores e
inferiores de 2,5 cm.
8. A fonte da letra deve ser "Times New Roman" e o
tamanho de corpo deve ser 12.

9. O texto deve ter uma única coluna. O espaço entre linhas


deve ser simples e entre parágrafos deve ser duplo. Não
deve haver avanço de parágrafo.

10. Os intertítulos devem ser numerados, centralizados,


em fonte Bookmam Old Style, corpo 13 em negrito.
11. O presente texto pode servir de modelo para a
formatação do relatório.

A entrega dos relatórios sempre deve ser feita em duas mídias:


Impresso em papel A4 e gravado em disquete de 3½
polegadas.

12. Pesquisas Realizadas na UFBA.

No sentido de contribuir para a escolha do tema de pesquisa


pelas equipes de trabalho, apresentamos a seguir o elenco de
pesquisas realizadas nos períodos 97.1, 97.2 e 98.1 das
disciplinas Estatística I-B e II-B:

As equipes podem escolher um tema já pesquisado para a


realização de nova pesquisa. Aliás, isso seria muito bom, pois
partiria de um trabalho já realizado, o qual poderia ser
continuado e aperfeiçoado, traçando bases para uma
comparação das metodologias praticadas.

Variações de Peso em Produtos Alimentícios


Comercializados em Salvador. Analisou a variabilidade dos pesos
de produtos alimentícios como feijão, ervilha, Biscoitos Cream Cracker,
Arroz, Leite e Macarrão, todos encontrados em supermercados e
mercearias de Salvador, procurando detectar o nível de diferença dos pesos
reais com os pesos nominais constantes nas embalagens.
Acidentes de Trânsito em Salvador. Analisou os números de acidentes de
trânsito mês a mês em Salvador, traçando o perfil das vítimas e dos tipos de
acidentes.

Quem é preso na Bahia? Realizou o levantamento do perfil sócio-


econômico, cultural e racional dos presidiários na Penitenciária Lemos de
Brito. Procurou verificar se há influência da raça na intensidade da pena
atribuída aos detentos, não encontrando evidência significativa ao nível de
5% de significância.

A Legalização da Maconha. Analisou a opinião dos moradores de Salvador


sobre o polêmico tema.

Estudos Preliminares Sobre o Consumo de Psicoativos em Villas do


Atlântico: Teve por objetivo pesquisar o consumo de psicoativos entre a
população jovem desse bairro de Lauro de Freitas, composta por indivíduos
de classe média "média", estabelecendo diferenças e semelhanças entre os
que consomem ou experimentam tais drogas e os que nunca fizeram uso
delas. Objetivou também estabelecer quais os psicoativos mais consumidos,
a evolução de seu consumo e a relação que a população consumidora
estabelece com tais substâncias

A Opinião sobre o Consumo de Psicoativos entre os Moradores de Villas do


Atlântico: um Estudo Preliminar. Objetivou suscitar questões de cunho
geral acerca do consumo de psicoativos, a partir das opiniões obtidas entre
moradores do referido bairro, procurando problematizar o tema em seu
contexto sociocultural, no intuito de expor os efeitos dos aparelhos
ideológicos do estado sobre a sociedade brasileira.

Evolução dos Casos de Aborto na Maternidade Tsylla Balbino - Período


1990 a 1997. A partir de um posicionamento crítico sobre o aborto, essa
pesquisa procurou traçar um perfil das mulheres que abortam e discutir os
números de abortos expontâneos e provocados que foram realizados nessa
maternidade durante o período de tempo delimitado, em comparação com
dados de atendimento global e de nascimentos no mesmo período.

A Legislação do Aborto: Questão Jurídica e Social. A partir do debate


gerado pela regulamentação da lei do aborto, procurou conhecer as opiniões
emitidas pelas estudantes de Ciências Sociais da UFBA.

Camisinha – Tem que Usar! Procurou constatar se a camisinha está


realmente sendo utilizada pelos jovens e qual a opinião destes sobre os
diversos aspectos de seu uso, fazendo uma comparação entre homens e
mulheres

O Comportamento Sexual da Juventude Soteropolitana. Levantou o perfil


da sexualidade de jovens de ambos os sexos de Salvador, em relação à
utilização da camisinha e diversos hábitos e tabus sexuais.

A Emancipação Sexual da Mulher. Objetivou conhecer o pensamento dos


homens das várias classes sociais acerca da emancipação sexual da mulher,
estabelecer os bloqueios e preconceitos que estes formulam com relação ao
assunto e analisar a visão machista que existe mesmo diante de tantas
conquistas femininas na virada do milênio.

A Terceira Ausência: A intenção da pesquisa, realizada no Hospital Santo


Antônio, foi averiguar a existência ou não de atividade sexual na terceira
idade, seu potencial qualificativo e suas orientações de gênero. Pretendeu
abordar a sexualidade na terceira idade como um processo de reconstrução
da identidade a partir da aceitação do outro em relação à presença de ações
dos diversos agentes.

Os Soteropolitanos são Acomodados e Preguiçosos? Através do


levantamento da opinião dos soteropolitanos sobre diversos temas,
procurou detectar se é verdade a lenda do acomodamento e da preguiça,
procurando também traçar o perfil dessas qualidades em função da idade
dos entrevistados. Concluiu que não há fundamento na lenda.

Bahia Morosa? Mesmo tema que a anterior, procurando traçar o perfil do


acomodamento e da preguiça de acordo com o sexo, concluindo também
que não há fundamento na lenda.

O Mito da Morosidade Baiana. Objetivou analisar o relacionamento


existente entre a concordância com esse mito e as classes sociais. Concluiu
que os baianos mais pobres possuem maior concordância com o mito,
considerando a si mesmos mais preguiçosos que os baianos mais ricos.
A Opinião do Público Feminino Sobre o Futebol. Objetivou analisar como a
mulher vê o futebol, enquanto prática esportiva e evento cultural capaz de
envolver a todos, homens e mulheres. Também foi pesquisada o quanto as
mulheres se deixariam envolver pela adesão ao futebol de seu companheiro
e das pessoas que lhe são próximas.

A Inserção do Menor no Mercado de Trabalho. Essa pesquisa foi realizada


junto ao "Centro do Menor João Paulo II" situado no bairro da Mata
Escura de Salvador, o qual tem a proposta de combater o fenômeno de
meninas e meninos de reuna, através de cursos profissionalizantes que são
dados pela própria instituição. Procurou investigar qual o número de
meninos e meninas de rua que por intermédio dos cursos profissionalizantes
conseguiram ingressar no mercado de trabalho, buscando assim um
alternativa para fugir do risco da prostituição e marginalidade.

O Perfil Sócio-Econômico de Estudantes Repetentes da 5a Série da Escola


Estadual Conceição Meneses: Procurou estudar as causas da repetência,
comparando o perfil sócio-econômico dos estudantes repetentes com o dos
não repetentes, avaliando também a situação geral do ensino de péssima
qualidade da rede pública.

O Perfil Sócio Econômico dos Turnos Vespertino e Noturno dos Estudantes


das 7a e 8a Séries da Escola Estadual David Mendes Pereira. Analisou a
situação geral dos alunos da escolas públicas e comparou os perfis dos
estudantes vespertinos e noturnos e procurando estudar a interferência dos
mesmos na aprendizagem dos alunos.

A importância do Ensino de Filosofia no 2o Grau: Procurou saber qual a


opinião dos estudantes secundaristas acerca da importância do ensino da
Filosofia nos colégios públicos e privados de 2o Grau de Salvador, frente à
sua realidade sócio-cultural.

A Expectativa Profissional do Estudante do 3o Colegial de uma Escola


Pública Soteropolitana. Objetivou analisar em que medida as expectativas
profissionais da juventude escolarizada soteropolitana se relacionam com o
contexto social e econômicos na qual tal juventude está inserida.
Quem São os Estudante da UFBA? A partir das constantes afirmações de
que os estudantes da UFBA são provenientes das classe mais altas,
estudaram em colégios particulares e não trabalham, essa pesquisa
procurou levantar quais instrumentos (natureza da escola de 2o Grau) os
estudantes mais pobres utilizaram para ingressar na UFBA.

A Satisfação dos Estudantes com o Curso de Farmácia da UFBA. Procurou


traçar o perfil sócio-econômico dos estudantes da Faculdade de Farmácia
da UFBA e verificar seu grau de satisfação com o curso que fazem.
Procurou também verificar se existiam diferenças significativas de opinião
entre os estudantes que ainda estão na primeira metade do curso e os que
estão cursando a segunda metade.

Nível de Ensino no Curso de Pedagogia da UFBA. Partindo do princípio de


que a qualidade de ensino é uma preocupação de todo estudante, pois é um
dos fatores que irá definir o perfil dos futuros profissionais, e que essa
preocupação deve ser ainda maior no curso de Pedagogia, o qual visa
formar profissionais que irão interferir no processo educativo, a pesquisa
procurou avaliar a opinião dos estudantes sobre a qualidade de ensino em
sua faculdade.

A Mudança Curricular na Faculdade de Psicologia: Procurou inferir a


opinião dos futuros psicólogos acerca da mudança curricular que se estava
processando na Faculdade de Psicologia. A pesquisa intentou estabelecer
quais foram as reações emocionais (medo, raiva, ansiedade, etc.) perante a
mudança, bem como as atitudes práticas tomadas pelo alunado após o início
do processo de mudança.

A Escolha do Curso de Língua Estrangeira como uma Oportunidade para o


aprendizado de Língua e Cultura Estrangeiras. Objetivou verificar a
importância dada a língua inglesa dentro da chamada globalização, como
um aspecto a mais no processo de qualificação profissional do estudantes.

A Opinião dos Estudantes de Engenharia Química sobre o Número


Reduzido do Sexo Feminino nesse Curso. Objetivou identificar os fatores que
influenciaram na opção pelo curso, comparar as diferentes opiniões de ambos os
sexos e detectar se existe algum tipo de preconceito em relação às mulheres
nessa profissão.

O que Pensam de Estatística os Estudantes de Humanas


na Ausência do Professor? Buscou fazer uma comparação com a
pesquisa realizada semestralmente pelo professor, a qual objetiva estudar a
relação de tais estudantes com esta disciplina, procurando estabelecer se há
diferenças no discurso dos estudantes pela frente e pelas costas do professor.
Concluiu que os estudantes possuem dois discursos e perante o professor
respondem a pesquisa visando em primeiro lugar preservar seus interesses.

A relação entre os Estudantes de Ciências Sociais e as Bibliotecas da UFBA.


Objetivou analisar os serviços prestados pelas bibliotecas e sua estrutura, o
preparo de seus funcionários, as atitudes, motivações e interesses dos
estudantes para com as bibliotecas. Concluiu que as bibliotecas da UFBA
estão cumprindo, em bom grau, o seu papel e que há interesse, consciência e
boas expectativas dos estudantes em relação a elas.

A Opinião dos Estudantes da UFBA sobre o Jubilamento. Buscou levantar a


opinião dos estudantes sobre essa norma punitiva, bem como avaliar se
havia ou não diferenças significativas entre as opiniões dos estudantes da
área de humanas e da área de exatas.

A Indução da Opinião na Pesquisa Eleitoral. Objetivou detectar até que


ponto uma pesquisa de opinião projetada para ser indutora poderá ou não
influenciar a escolha de determinado candidato pelo eleitor. Concluiu que
existe uma forte influência do tipo de questões utilizadas na escolha do
candidato pelo eleitor ao final da pesquisa.

Além das citados pesquisas realizadas, seguem mais algumas sugestões de


temas:

o Que motivos psicológicos e sociais levam a população a votar em


quem é seu carrasco?
o O que leva uma pessoa ser evangélico ou membro de outra religião
qualquer?
o O que os estudantes desejam da política?
o Que universidade os estudantes desejam?
o O soteropolitano é racista?
o A população negra é racista contra sua própria raça?

1. Bibliografia.

BARROS, Aidil de Jesus Paes de & LEHFELD, Neide Aparecida de Souza


– Projeto de Pesquisa: Propostas Metodológicas – Petrópolis, Editora Vozes,
1990.  Nos capítulos III em diante, esse livro discute a elaboração de um
projeto de pesquisa, a coleta e interpretação dos dados e a redação do
relatório final de pesquisa.

BOYD, Harper W.,Jr & WESTFALL, Ralf - Pesquisa Mercadológica, Texto


e Casos - FGV - Instituto de Documentação da Fundação Getúlio Vargas,
Rio de Janeiro, 1978.  Um livro antigo mas muito bem explicado, para
quem quiser aprofundar seus conhecimentos em pesquisa de mercado. Tem
na Biblioteca da Matemática.

GIL, Antônio Carlos – Métodos e Técnicas de Pesquisa Social – São Paulo,


Editora Atlas, 1991.  Nos Capítulos 4 em diante, esse livro discute em
detalhes a formulação do problema na pesquisa social, a construção de
hipóteses, o planejamento da pesquisa, a operacionalização das variáveis
aleatórias, a observação e a entrevista, a elaboração de questionários, a
construção de escalas sociais, os principais testes estatísticos, a análise e
interpretação de dados e a elaboração de um relatório de pesquisa.

GOLDENBERG, Míriam – A Arte da Pesquisa (Como Fazer Pesquisa


Qualitativa em Ciências Sociais) – 2a Ed., Rio de Janeiro, Ed. Record, 1998;
R$ 11,00  Um livro que discute a metodologia de pesquisa e
instrumentaliza o leitor para a realização de uma pesquisa qualitativa,
discutindo os principais aspectos desse tipo de pesquisa, sem no entanto cair
no preconceito contra a utilização de dados quantitativos e estatísticos.
Endereço da autora: RP Record, CXP 23052 CEP 20922-970, Rio de
Janeiro, RJ.

MATTAR, Frauze Nagib – Pesquisa de Marketing – Volume 1 (R$ 29,00):


Metodologia e Planejamento, Volume 2 (R$32,00): Execução e Análise;
Atlas, SP, 1995  Um livro para quem quiser se especializar em pesquisa de
mercado ou montar uma empresa de pesquisa.

SAMARA, Beatriz Santos & BARROS, José Carlos – Pesquisa de


Marketing – Conceitos e Metodologia – Makron Books, 2a Ed. SP, 1997
(R$29,00)  Outro livro para quiser se aprofundar em pesquisa de
mercado ou montar uma empresa de pesquisa

RUDIO, Frans Vitor – Introdução ao Projeto de Pesquisa Científica –


Petrópolis, Editora Vozes, 1990.  Nos capítulos II em diante, esse livro
discute a elaboração de um projeto de pesquisa, as diferenças entre
pesquisa descritiva e experimental, a formulação do problema da pesquisa,
o enunciado das hipóteses, a coleta, análise e interpretação dos dad

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