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Projeto

PERGUNIE
E
RESPONDEREMOS
ON-LlNE

Apostolado Veritatis Splendor


com autorização de
Dom Estêvão Tavares Bettencourt, osb
(in mamariam)
APRESENTAÇÃO
DA EDiÇÃO ON-LlNE
Diz São Pedro que devemos
estar preparados para dar a razão da
nossa esperança a todo aquele que no-Ia
pedir (1 Pedro 3,15).
Esta necessidade de darmos
conta da nossa esperança e da nossa fé
hoje é mais premente do que outrora,
. .-.
'.
-
'.
visto Que somos bombardeados por
numerosas correntes fUosóficas e
religiosas contrárias à fé católica. Somos
assim Incitados a procurar consolidar
nossa crença católica mediante um
aprolundamen1o do nosso ostudo.
Eis o que neste slte Pergunte e
Responderemos propõe aos seus leitores:
aborda questões da atualidade
controvertidas. elucidando·as do pomo de
vista cristão a 11m de Que as dúvidas se
. .' dissipem e a vivência católica se fortaleça
_ I ... no Brasil e no mundo. Queira Deus
abençoar 8ste trabalho assim como a
equipe de Veritatis Splendor que se
encarrega do respectivo 008,
Alo de Janeiro, 30 de julho de 2003.
Pe. &tevílo Settencourt, OSB

NOTA DO APOSTOLADO VERITATtS SPLENDOR

Celebramos convênio com d. Estevão Benencourl a


passamos a disponibilizar nesta área, o excelente e sempre alual
conteúdo da ravlsta teológico - filosófica MPergunte e
Aesponderemos~. que conta com mais de 40 anos de publicação.

A d. Estêvão Betlencourt agradecemos a oonfiaça


depositada em nosso trabalho, bem como pela generosidade e
zelo pastoral assim demonstrados.
~'I ·. "'! ' I'"
.~2-9C.id..1 - -
Indice
_P-A __ .__
"r·
LM ·
MAIS UM NATAL I
Cllnclq naturaJe • Rlo.ofla: '"
ACASO OU INTEL.IG~NCIA CRIADORA" ....... . ............... . 4&3
AOS NOSSOS ÀSSINANTES ., . . • . ... ... , . ..................... 470
Gllnda SluI :
VIRGINDADE DE MARIA. : C.OMO? POR QU~? ................. 471
Ex..... bi'lfea :
JESUS TEVE IRMlQS? ........ . .. . . .. . . ..... ........ .. ....... 481
AP~NDICE: CAATA DE J . WESL.EV A UM CATOLlCO ROMANO . . 491
falta 'ltlZo no ctnama :
"O EXORCISTA" •............. . .......... . .•........ . .. . ..•.. 493
ESTANTE DE L.IVROS .. . . . ...... . .... .. . .. . .... . . . ........... 507

COM APROVAÇAO ECLESIA8nCA (


!
• • •
NO PROXIMO NOMERO,
Teologia da libertcrcão. - Tredicão e progresso na Igreja .
- c O sétimo selo ~ (filmei . - Que é parapsicologia?

x --
« PERGUNTE E RESPONDEREMOS .
Assll'latul'fIl ... nual . . ........ . Cr$ 50.00
N(lmero avulso de qualquer me. ..... . .. . ...... .. ....... Cr$ 5.00
Volumes eneadernados de 1958 e 1959 (pre(O unltlrlol ." Cr$ 35,00
Ind1~ ~ral de 1957 • 19G4 ....... ....... . ... .. .......... CrS 10.00

EDITORA LAUDES S. A.
REDACJ,.O DE PR ADMINlSTBAÇAO
calD ro.taI 2.M8 Rua 810 Batael, aI. zc-ot
ZC<IO zoooo; RIo de Janalro (08'
20.000 Rio da ianalro (GBl
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Na. GB, à Rua Real Gl'Uldeza 108, a. Ir. MarIa. Rosa Porto
!em um aepMIro de PR • recebo pec\ld.. de assinatura da
..viola. Tel.: 226·1822.
, .
MAIS UM NATAL!
Ma15 um NaW! . . . Voltarão em breve as mesmas I~gens
que todos OS anos costumam omamentar nossas Igrejas,' nossos·
lares, nossas lojas, nossas ruas . . . V«lltarlo 85 clássicas me-
lodJu .. • Voltar.ã~ os presentes de Natal!
Mu, apesar da identidade dos quadros vistveIs, o Natal de
1m nio poderá ser, para o crIstão, o mesmo Que em anos ante-
riores. Pois este ano deve encontrar o d1sc~puJo de Cristo mais
adulto, mais crescido na fé, para penetrar mais a tunda a rea·
Udade do Natal.
E que é Natal proprIamente?
- l!: a entrada de Deus dentro da Hnhagem e da história
dos homens. Ele quis nascer de mãe humana para compartilhar
tudo o que é «comum:. entre os homens e assim dar sentido
novo ou valor divino às coisas mais corrlquE:iras da vida hu-
mana. Em Cristo, Deus se faz homem humilde para Que o ho-
mem se torne tUho de Deu!, herdeiro da Glória . . . A Escrltura
se compraz em apontar esse paradoxo e esse lntercArnblo, ex·
planando-os sob vérias facetas. Por que, pois, não reproduzir
aqui algo dessa linguagem biblica, sempre rica e significativa?
Aas1m, par exemplo, diz São Pau10 80S CorIntlos :
"Conheceis a. graça de nosso Senhor Jesus CrIsto, que,
"ndo rico. 8e fez pobre por vosso amor, 8 fim de que voa
IDrn81setl rlcoa por sua pobreza" (2 Cor 8.9).
Ou ainda:
"Aquele que "aO conhec ia ti pecado. Deus o fez pecado
por nós, para que nele nos tornêssemos Justiça de Deus"
(2 Cor 5.21).
Conscientes disto, os crirtios olham para o Cristo com
olhar mala atento, tentando descobrir através da pequenez hu-
mana do" Senhor Jesus a grandem imensa do próprio Deus. A
S. Escritura aguça esse olhar, chamando a atenr;ião para os
pa.racloxos ou as antlteses do Senhor Jesus :
O Senhor começou o seu minIstério público com tome
(Mt 4.2) e o terminou com sede (Jo 19,28).
Como homem. q Senhor Jesus teve fome (Mt 4.2). Corno
Ceus. Ele deu pão és multidões (Mt 14,198); tornou-se
mesmo o Pio da vide (Jo 6.35).
Como homem, teve sede (Jo 19,28). Como Deus. disse:
"Se alguém tem sede, venha 8 mim e beba" (Jo 7,37).
Como homem, experimentou cansaço (Jo 4,6). Como
Deus, oferece descanso 80S que estão ,Gansados e sobrecar-
regados (Mt 11 ,28).
Como homem, orava (Me 1,35: Lc 3,21i 9,29), passando
mesmo a noite em oração (Lc 6,12). Como Deus, ouve es
orações dos homens (Jo 15,7).
Como homem, chorou (Jo 11,35). Como Deus, enxuga
815 lágrimas dos homens (115 25,8 j Ap 21,4).
Como homem, pagou o tributo do templo, apesar de-.
ser Rei (Mt 17,27 ; Jo 19,37). Foi vendfdo por trinta moedas
de prata eMt 26,15). Mas foi Ele quem pagou o preço da
redenç~o do mundo (1 Pd 1,16s j 1 Cor 6,20 j 7.23).
. Como Cordeiro. foi levado 80 matadouro (19 53,7; Jo 1,36:
19,36). Mas é Ele o grande Pastor das ovelhas (Jo 10,11 i
Hobr 13,20).
Como ovelha, não abriu 8 boca perante aquales que o
tosquiavam (Is 53,7; Mt 26,63). Todavia Ele era e é a Palavra
que se fez carne (Jo 1,14).
Esta linguagem das Dlcrituras. mesmo com o que possa
ter de figurado. conbibul validamente para avivar no er1stio
a consciência do paradoxo ou do mistério de Cristo.
Tal é a realidade da Encarnação no sentido crIstão; nio
slgnlCica apenas que um homem se tenha tornado tão unJdo
a Deus Que se podia dizer que o DIvino transparecia através do
seu comportamento humano. Também não quer dizer apenas
que Deus se tenha servido de atitudes momentAneas da ·al.a-
tora para exprimir uma mensagem divina. Mas ImpUca que
Deus se tenha esvaziado de todos os sinais da Divindade para
se velar e revelar permanentemente através do ser e do agir
do Filho de Maria Virgem.
:t: esta a grande verdade que Natal lembra a todo cristão,
despertando nele gratidão e louvor ao Senhor Deus. Ao mes~
mo tempo, Natal IncIta o d1sclpulo de Cristo a tomar conscIên-
cia da sua vocação de ser, do seu modo, um outro Jesus, ou
seja, um continuador desse mistérIo de Deus que se vela e re-"
vela na carne humana: cJá não sou eu que vIvo, mas é Cristo
que vive em mlm~ (Gál 2,20).
RevIgorados peln pajaDÇa d..ta. venhd... desejam.. a
todOJ os amigos o nuús feliz Natnl, penhor de eopiOsaa graças
para 19151
E.B.
ePER<iUNTE E RESPONDEREMOS»
Ano XV - N' 180 - Dezembro d, 197.(

tl'nela. r.attJral, • Filosofia:

acaso ou inteligência criadora 1


Em .inl_: Um anlgo de R. de la Tallla , A. Humbert-Droz publi-
cado peta revista "Scle rtce OI VI,", n' 683, em agosto 197", pp. 26-39,
apresenta eoncluslSes a que ehegou reeentemente I Escol. de F/slco. de
Bruxelas. Este,. epllcando-ee ao estudo da lermodln4mlct. Julgam poder
proJatar nova luz•• sobre a quest80 da orIgem da vida. A harmonia
expressa nM fen&menos da biologia li da bloqulmlca e. d. modo .spaclal,
a, formas geométrIcas que caracterizem OI corpos (1l1nlo OS Inel'1as como
OI VIYOI), desde as espirai. e hélices do ADN at6 a. das 111"<:1.., .10
testem unho. da Inteligência C/ladora. Assim a tes8 da que a vida .,
deva ao acaso aparace maIs a mal!l como hipótese IIrlttJlta a'4I masmo
anue OI çl,nU8tas. .
A. pAginas que se 88guem nlo apresentam as minúcias do artIgo
c;Uado, poIs estas se destll'\llm a ulJ(sclallslas, mas reprOduzem as linhas
liIeralll do mesmo, Tral....e. $Im dCNlda, da aMigo que tem enorme Im-
porllnc:la nlo 86 no campo das ciências como no da FlJosoflL

• • •
Comentárlo: .As questões relacionadas com a origem 'do
mundo e do homem estão sempre, ou cada vez mais, em foco,
não somente entre os cientistas, mas em todo homem, na me--
dlda mesma em que é homem e procura os pontos cardeais
para se orientar durante a sua existência na terra. Mesmo
o mundo dOs artistas, cujo tunCão é muitas vezes cartif1ciab,
lanoa oportunamente ao publico tais questões, como se de-
preende das palavras que o ator e musico italiano Dario Fo
repetiu recentemente em entrevista à imprensa; cse não sa·
hemos de onde viemos, mal poderemos saber para onde va·
mos~. i

1 "O Globo". 10/ 10/74, p, 27, Tal allrmaçlo nlo é senlo eco de
~"l.e,l~!,nl~d ,?~!8ry~~~ f,'.I,ta pel~ ~8S!r~ Gramsc:I, ~agu ndo . • noUcla do
Joma cta o.
4 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS~ 1!K)/1974

Até o sécu10 passado, tais interroga(;ÕeS eram soluciona.-


das geralmente mediante o recuno a Deus, Criador SâbIo e
Providente do mundo e do homem (verdade é que a respeito
se atribulam àS . Escritura minuciosas noticias, que ho'e se
verlflca nAo pertencerem à mensagem da Biblla). A partir
de Ch. Darwin (1809-1882). as antigas concepcóes foram sen-
do postas em xêque. dando lugar a teses não raro mater1a1J.s.
tas, que pretendiam lanear a ciência esclarecida contra até.
Nos últimos anos, porém, parece que a própria clêncla por
51 mesma aponta cada vez mais os vestiglos da sabedoria de
Deus no grande universo como também na micro-matéria.
Tenham-se em vista os depoimentos de fé proferidos por ~
nautas, que, percorrendo os espaços e chegando à Lua, se sen-
tiram incitados a glorificar o Criador.
Interessa-nos aqui registrar, como um dos mais recentes
testemunhos e este propósito, o conteúdo do artigo eLe Hasard
n'existe pas;, CO acaso não existe) da autoria de Annle Hum-
bert-Droz: e Renaud de la Tame;-pubUcado na revista «Sc1ence
et Vle:t, n· 683, agosto 1974, pp. 26-39. Este estudo refere OS
resultados de pesquisas a que chegaram ultimamente os f:ai-
cos da Escola de Bruxelas Dya PrigogineJ, Glansdorlf ... j ciM-
. de-se em duas partes: 1) conclusões da termodinâmica; 2)
observações sobre a arquitetura de viventes e não viventes.
O artigo é enca~ado pela seguinte observação, que bem lndi·
ca o seu teor:
"A perfelta espirai de uma concha de caramujo traz tal·
vez "a re.sposta a uma questDo clBntUlca e filosófica de enorme
alcance: 8 vida originou-se realmente do puro 8C8S0, çomo
se tem acreditado até os últimos tempos? Os 1Islc08 da
Escola de Bruxelas, baseando-s8 na termodl"âmlca, demons-
tram, ao contrário, que a vida, embora seja um equlllbrlo
Instável, obedece a leis. Doutr.o lado. o estudo da "arquitetura
das formas vivas 8 das Inanimadas •.• Indica que existem
esquemas geométricos dominantes, desde o cristal "816 8
flor e 8 célula viva. Radiantes, esféricos ou em hélice. 8SHI
esquem85 também parecem confIrmar que 'Oeus não ' Joga
com dados', segundo a célebre fórmula de Elnsteln" (p. 26).

Percorreremos os dois tópicos "do mencionado artigo em


eswo surnãrio, interess.ando-nos mais pelas suas Unhas gerail
1 Eate lam"'m , diretor do Otnlro tennodlnAmJoo da Universidade ~.
AUllIn {Toxa. u.$.A.l.

-464 -
ACASO OU INTELIGtNClA CRIADORA? 5
(Que tem grande Importãnda filosófica) do que por suas ml·
núcias destinadas a especiallstas.

1. Termodin&mica e vida
1. A tennodinAmJca é a ciência das relaCOes entre fenô-
menos ténntcos1 e mecânicos. Há 150 anos, o fislco francês
Se.cll<:arnot publice.va os seus trabalhos a respeito do fundo-
namento da máquina a vapor, dando assim inicio às suas teses
até hoje válidas. Em 1974, cientistas do mundo inteiro, reu·
nldos na Escola Politécnica de Paris, celebraram o l50t aniver.
Bário da termodJnàrn.ica. Esta se e.presenta fecunda não s6 em
eonclwáes de indoIe flsica, mas também no setor da filosotia,
como acllante se verá.: permite prever algo sobre o futuro do
universo, como também parece fornecer e chave das leis de se.
leção e evolução da vida.
Principalmente os f'lSlcos da Escola de Bruxelas nos últl·
mos anos· vêm~se interessando pelos fenômenos da vida à luz
da termodinimJca. Dya Prigogine, por exemplo, obserVa:
"O ser vivo n40 é o Improvável ganhador de Imensa lo-
teria i a vida li nao aparece çomo um milagre precário, uma
luta contra um universo que a recusa. Com a generalização
da termodlnêmlca, chegamos a compreender que em certas
condições particulares a vida é a regra ll. O rrgldo dualismo
do acaso e da necessIdade está ultrapassado".
Esta observação contradiz, com válido fundamento, à tese
de Jacques Monod no Uvro cO acaso e a necessldadelo (Petró-
paUs 1970), segundo o qual «tudo o que existe. no wUverso é
o fruto do acaso e da necessJdaee. (Dem6crito).
2. Pergunta-se: como procede a Escola de Bruxelas pa-
ra. demonstrar a sua tese?
- Em poucos palavras. lembremo-nos de que dois são . os
grandes principias da tennodlnlmica:
1) O primeiro afirma que a energIa total je wn sistema
observável (macroscópiCO) se conserva através das suas trans--

l Fenbmanos cuja nola caraclerlltlca • o calor ou a temperalura


alta ou baixa},
:J No aenUdo da "6 o termo regular do proceaso da avoluçlo" (N.
Cio tradutor).

-465-
6 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS~ 180/1914

tonnacõe5 físlco-químícas. Por exemplo, a energia quI mica


consumida na combustão da gasolina transforma-se el trans-
formada, enoontra-se integralmente no trabalho de propulsão
do ve:culo e no calor emitido pelo radiador.

2) O segundo principio define OS linútes das transforma-


cóes, afinnando: pocIe-se transformar energia motriz em tér-
mica (calor), mas não se consegue o contrâl'io. Com outras
palavras : o calar Que resulta de uma transformação de ener-
gia qUÍmica em energia. motriz, propulsora, jé. não se trans.
fonna em outro tipo dé energia; o processo é lrreverslvel; o
passado fica sendo passado uma vez por todas. Isto quer dizer
que o UIÚverso tende a wn estado em que jã não 'haverá ma-.
vimento, mas inércia, e igual temperatura em tol1a parte. A
evolução do universo ê unldirec!onal . A tendência ao equllIbrlo
da temperatura e · à inércia é chamada entropia; esta vai-se
acentuando no decórrer dos tempos, de modo que se pode pre-
ver chegue, em época remotà, ao seu grau mãximo.
A entropIa equivale a desordem molecular; a lei de au-
mento 1rrevers:vel da entropia ê lei de desorganização pro-
gressiva. Todo sistema isolado do mundo exterior ,evolui irre-
. medlavelmente para a desordem mãxima, ou seja, para o es-
tado de entropia máxima. Destas premissas se poderia con-
cluir que a vida. - cujas estruturas supõem, por excelência,
ordem - não teria chance de se realizar se considerássemos
apenas as leis da termodinlmica. Foi, tle fato, a esta condu·
são que a matoria dos blólDgos chegou. nos últimos anos.
Todavia a Escola de Bruxelas aplicou-se ao estudo ma.1s
exato desta proposição, conseguindo demonstrar o contrárlo,
ou seja, a tese de que não existe incompatibilidade entre o
aparecimento da vida (caracterizada pela ordem) e o seeundo
principio da termodinAmica. apUca.do aos sistemas isolados
(prJnc1plo Que slgnHica desordem). Essa Escola chegou. sim,
à conclusão de que em sistemas não isolados - isto é, que
permutem energia ou energia e matéria com o mundo exte-
rior - o estado final de equllibrlo tennodlnAmlco náo é ne·
cessarIamente o estado desordenado.
o ftlêlhor êXêmplo dê êVolução em demanda de um estado
de equU:brlo ordenado (em um sistema não Isolado) é o
cristal; neste os átomos estão perfeitamente ordenados segun·
do diversos planos. Contudo, do ponto de vista da tennod!-
nâmlca, os seres vivos não são comparáveis a cristais. Com

-466 -
ACASO OU lNTEIJCeNCIA CRIADORA? .,

efeito, o cristal apresenta estrutura de equllibrlo: wna vez


formado, ele não exige a ação da energia no seu ambiente para
se manter; ele está em equillbrlo com o m1.Dldo exterioOf. Ora
tal não é o caso dos organismos vivos, pois as células, para
permanecerem vives, permutam constantemente energia e ma-
téria com o seu ambiente. Ar. estruturas biológicas, portanto.
São estados espeeificos de Dio-equllibriO; exigem dissipação
constante de energia e matéria; donde o ~Ome que Dya Pri-
goglne e em geral os cientistas hodiernos lhes dão: estruturas
d1ssIpatlvas. Em conseqüêncla, vé-se que a diferenea existente.
entre um pissaro e a escultura desse pássaro consiste em
que o pássaro precisa de permutar energia e matéria com
o ambiente para guardar a sua forma, ao passo que a escul·
tura não preclsa disto. Por conseguinte, a fim de explicar a
vida.. a Escola de Bruxelas ampUou o quadro da tennodinA-
mica (limitado ao estudo dos estados de equlliôrio), fazendo-o
abranger também os estados ele não-equlllbrio. Um estado de
nl~ulllbrlo é provocado pelas pressões que o ambiente exer-
ce sobre o sistema. Essas pressões que consistem em afluxo
continuo de energia ou de certas espécies qUimlcas (alimenta-
ção) têm por efeito tornar lmpossivel o estado de equilibrio
tennodinlmlco . Se o sistema estudado está longe do equlllbrio.
o aparecimento de estruturas dIsslpativas ordenado toma-se
ent.ioO posslvel, e essas estruturas só se conservam se as preg..
sões continuam.
A seguir, a exposição de Anrue Humbert·Droz enuncia
experiências realizadas nos setores da bIologia e da bioquiml·
ca, apresenta hipóteses, dai decorrentes, sobre as etapas de
origem da vIda, e termIna com a seguinte renexáo :
"Em conclusãO. os modelos termodlnAmlcos de estruturas
dlsslpallvas estabelecidos pelos estudiosos da Escola de Bru·
xelas (Prlgogine, Glansdorfr ... ) provocaram numerosas pes.-
quisas no universo destinadas a confrontar esses modelos
teóricos com fatos experimentais: foi verificada a exatidão
de tais modelos. Parece comprovado, no momento atual, que
esses modeios correspondem perfeitamente à realidade dos
fen6menos biológi cos. E que o acaso Jê nâo é . em biologia,
o deus cego que se admitia" (p. 39).
Na outra parte do artigo, Renaud de la Tallle, baseandO--S8
em ulteriores observaÇÕe$ da natureza, chega à conclusão de
que realmente, em lugar do acaso, é a ação de uma. Intellgen·
cia Criadora e sãbla que Se desvenda ao observador. Eis.
brevemente, as suas averiguações.

-467 -
8 cPERQUNTE E RESPONDEREMOS> 180/l.V14

2. A geometria da natureur
}'; contrtuio a toda expectativa, por exetnplo, 'que wna
tangerina se divida sempre em gomos iguais entre sI ou que
uma estrela. do mar tenha a fonna de um pentágono regular,
ou ainda que as escamas do pinho se vão alinnando sob a
torma de espiral logar.tmlca. Com efeito, uma lei essencial
da Fisica reza que toda organlza.:áo de elemento3 materiais·
deve entrar quanto antes no equ..U.ibrJo absoluto da major de-
sordem ~ivel. Ora, yista a idade da terra, a laranja e a
tangerina deveriam apresentar-se hoje em dia como sacolas
sem fonna, e o truto do pinho como um amontoado arbitrário
de partlculas Irregulares.

Formas geométricas também se encontram copiosamente


na matêrla inerte, contra toda ex~tativa: as estrelas sâo e&-.
fêricas, as gaJlicias constltueql eJegantes esplrais, e a matéria
em nosso planeta se cristaliza segundo prismas muito harmo-
ruoos.
Embora tais fenômenos contradIgam às conclusões de
quem estuda a tennoclinárnica, eJes nao nos impedem. de v~
rificar que o universo é coerente, pols se manlJ.ezta. segunch
estruturas geométricas regulareS; estas se opõem 80 conceito
de acaso e denunciam um planejamento sábio e Inteligente do
universo .
Na matêria viva, e mais ainda do que na inerte, pode-se
também observar essa harmonia geométrico.. Assim, por exem·
plo, tenham·se em conta, entre outros dados, os seguintes:
1) Quase todos os moluscos Q.ue tl!m concha. têm·na
em esplral, ou, mais exatamente, em "hélice. Um dos exem·
pIos mais perfeitos de esplraJ é a concha do nauWo, caramujo
dos mares Quentes. Os caramujos alongados e pontudos têm a
forma de uma hélice cônica.

Essa mesma arquitetura em espir.1l encontra·se em gran.


de número de fiares ou de botões de fiores, na gavinha da
videira, nos frutos do pinho, nos canais internos do ouvido.
A aranha tece um fio espira1ado ao redor dos fios de lNa te:&
postos em estrelai o ADL'l apresenta-se sob a forma de hêllce
dupla, surpreendente para Quem a observa ao microscópiO.
De resto, deve-se notar que esP;rais e hélices se encontram

- 468-
ACASO OU INTELICmCIA ctaADORA! 9

desde o ADN até as galâclas e as nebulosas exIl'Il·goIátlcas do


imenso cosmos.
2) Outra estrutura, constante no relno vegeW, mas me-
nos no animaJ, é a simetria da estrela; basta cortar
COl'ffnte
certas frutas pela m~tade para verificâ-Ia; a mesma imagem
aparece também ' nos caules e principalmente nas flores (te-
nha-se em vista o clássico exemplo da margarida).
No reino mineral, embora a estrutura da estrela caracte-
rize OS cristais da nve, mais freqüente ~ a do prlsmo termina-
do por plrAmIde em cada uma (ou, ao menos, em wna) de
suas extremidades: sejam citados, como exem.p!os, o quartzo, o
sal grosso... Quase todos os metais, ligas, I'O'"'..hu e outro!.
minerals oferecem desenhos geométricos em sua estrutura
intimai mas a presença de impurezas e o modo como os elemen~
tos se tornaram sólidos, condicionam o aspecto final. de tal
sorte que multas vezes os cristais elementares ficam mICJ"OCÓo
picos e o conjunto apan!Ce como um aglomerado que não tem
nIUda forma geométrica, como não tem forma de tijolo um
amontoado de tijolos.
A simetria reJna entre os an.maI.$ superiores, visto que eI""
tes constam de dois lados (o d1reito e o esquerdo) ou de duas
metades tustapostas. Essa simetria se explica logicamente pela
gravidade, força que nos atrai para a terra em linha vertical.
Todo ser vivo que se desenvolva para o alto (e é necessArio
que o faca. pois é para cima qUe há espaço livre), deve g0-
zar de equilibrlo quando se acha em repouso (este equillbrlo
ê inttispensável condicão de existência); por conseguinte. de&-
de que lhe cresça um bra;o de wn Jado. é neces5Ar1o Que lhe
cresça outro bra,;o do outro lado. simétrico em relaçio ao
primeiro; se assim não fosse. o vivente carregaria peso exces-·
sivo de um lado ~ o conjunto cambalearia. Cada perna deve
ter a sua congênere simétrica; por isto. o homem possui duas
pernas, enquanto os outros mam:feros têm mais de duas: certos
insetos têm seis patas, os araen~deos têm oito patas, 03 caran·
guejos dez, e as centopéias cem ... Por consegulnte, a dupli-
cação dos órgãos e a simetria dos mesmos em relação a um
plano vertical disposto no sentido da marcha do vlvente são con·
seqüências da lei da atração universal exercida pela gravidade.
Dcst1tu!da de equlllbrio segundo a direção vertical, nenhuma
criaturn viva poderia subsistir.
Eis alguns poucos testemunhos. selecionados dentre os
muitos que Renaud de la TaiUe apresenta, no intuito de Uus-

-469-
10 (PERGUNTE E RESPONDEREMOS,. 18)/1974

trar " harmonia geométrica da natureza. Esta tradU2 a .s.,


bedoria do seu CrIador, em lugar do qual seria desproposita-
do estabelecer o acaso!
Na verdade, a palavra «acaso,. não é senlo um nome ao
qual nio corresponde sujeito algwn . . . muito menDs ' corres-
pende o responsável por detenninado efeitD . O «acaso,. é.
antes, um suporte fictício ou 1magin!r1o que a nossa 19norAn-
ela concebe ou cria quando ela não conhece 0(5) autêntico(s)
sujeito (5) responsâvel(vels) por derermlnado fenômeno.
Quanto mais o estudJoSo se apllca sem preconceitos à lnves·
ligação cientificai tanto ma.1s se habillta a remover a hipótese
dq acaso!
•••
AOS NOSSOS PREZADOS ASSINANTES,

NINGuEM IGNORA A CRESCENTE ALTA DE PREÇOS NÃO 50.


MENTE NO BRASil. MAS TAMBeM NO MUNDO INTEIRO. TODAS
AS INDúSTRIAS VEM-SE RESSENTINDO 00 ELEVADO CUSTO DAS
MATERIAS PRIMAS. O NOSSO PR NÃO PODERIA FAZER EXCEÇÃO
A ESTA SITUAÇÃO I O PAPEL QUE CONSUMIMOS, CUSTA-NOS
CERCA. DE IDO". MAIS I AS OUTRAS DESPESAS' se AVULTARAM
ORA MAIS. ORA MENOS ACENTUADAMENTE.
DIANTE DESTES FATOS. VEMO-NOS OBRIGADOS A PEDIR AOS
NOSSOS LEITORES. QUEIRAM COMPREENDER O AUMENTO DO
PRoçO DA ASSINATURA DE PR PARA 1975; ESTA fiCARA POR
CR$ 50.00.
CONTAMOS COM A AMIZADE E A COLA.O ....ÇÃO DOS NOS.
SOS ASS1NANTfS, A FIM DE QUE PR POSSA CONTINUAR A DESEN·
VOLVER O SEU PROGRAMA DE ESCLARECER E AJUDAR A QUANTOS
PROCURAM DADOS PARA SE INFORMAR E fORMAR.
AVISAMOS OUTROSSIM QUE, FORA OS CASOS EXPlICITAMEN'Il!
ACERTADOS EM OUTROS TERMOS, AS ASSINATUItAS DE PR VAO
DE JANEIRO A DEZEMBRO. EM VIRTUDE DESTA NORMA, NAo
COSruMAMOS COMUNICAR o TERMINO DAS ASSINATURAS DIS-
CRIMINADAMENTE elA DEZEMBRO. APENAS LEMBRAMOS AGORA
QUE A ASSINATURA DA GRANDE MAIORIA DE NOSSOS LElTORES
FINDA NESTE Mf!:S. - PODERIAMOS PEDIR A PRONTA RENOVAÇÃO
DA MESMA? E A PROCURA. DE NOVOS ASSINANTES PARA PR 1
MUiTO GRATOS PELA COLABORAÇÁO VALIOSA.

A ADMiNISTRAÇÃO DE . PRo

-470-
Orando Sina';

virgindade de maria: (orno? por quê?

Em _hdete: A virgindade " .lce de Marla • objeto da um. propo-


a'elo d. 16 cat6l1ca. A ImportA" cl. desta v.rdade .e deriva CIo falo de
que .". ligada ,. identidade do pr6prlo Cristo. Est. podIa ,., pai na 'a,,.
.(5. Jos6) como os demais homens; mas. visto que nlo .ra maIo h.omam
(corno os demal, homens) a, .Im, Deus • Home",. o Filho da Deus feito
homem, pref.rlu 56 ter mAB na lerrai li coru:elçlo virginal de Maria 6
assIm, par. li " " crlsll, o sinal contraio que lambr. li 11II8çlo divina da
JOSUSj Filho do Pai Cereste (como Deus), Jesus foi IIIho da Marl., Mie
e Virgem (como homem),
A conclllçlo \/Irglnal da Marr. 6 também o , Inal concreto da Irrupçlo
do sobrenatural dentro dos molde, da história cio. homen. e doa Vllo,.,
nllurall, Jesus li a aalvaçio nlo alo o mero produto da aUcjncla d.I
natureza li das crlaluras.
Note-se outroulm que a vlrglntlada da Maria algnlflca a dIgnidade
que o plano de Deus quis conlollr • mul~,a, ns hlslólla. Com af.llo, o
consenllmento e. 58r dedo .l anuncll!lç60 do anjo dependeu 10181menla da
Mlrll, que o profarlu como representanta da todo o glnaro humano. Eua
importancls da mulher acompanha, de carta modo, a Importtncla que locou
.80 .IXO mascullM pelo lato de Gue o Filho da Deul .1 fez homem ou
vario. As.lm como Jesue • tido c:omo o novo ou .'gundo Adio (cl. Rom
6,14), Mula é cfasalcamon.a tlda CClmo a Nava Eva.
A virgindade de Maria nlo ImpUca desdtm para cam I M)lU:lllltado
e o matrlm6nlo. Deve UI considerada po8ltlvamenta como atJ.rtul. 80
El:plrlto . Santo e fecundidade geradora de 'lIda (fecundIdade. por,"" cano
ceclkla dllalamenta pelo Senhor Oaus). Observe-se ainda que Marla. em-
bor. virgem, 101 e8$ada (em 'lIsta da lulala que davl••ar dada e Jesus);
Islu qUlr dlzar que a virgindade nlo empobreceu o coraçlo a o amor di
MarIa. tomo "lo empobrate aquelas qua, aagulndo o exemplo de Me.la,
consagram seu ceUbato ou eua virgindade a pe"",

• • •
Comentário: A virgindade de Maria é asmnto assaz dis-
cut1do em nossos dias. Pergunta-se: não se tratará. de uma
,expressão metafórica, que não slgnlficarla a Integridade !Islca
de Maria, mas apenas o fato de que o Verbo feito carne jã
exlstià antes de MarIa? Ou não significarIa apenas que Deus
quis intervir na história dos homens? Ou ainda - caso se
queira conservar o sentido tísico â vLrg1ndade de Maria -
perglinta-se: tal proposição pertence re8lmente ao patrhn6n1o
da fé católica?
-471-
12 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS. 18011.914

A Igreja, pelo seu magistério oficial, rel!]lOrnle consciente-


mente, ainda em nossos dlUt que a vlrgindade de Maria deve
ser entendida em sentido próprio, rlSlco, e que ela constitui
ClbJeto da fé cristã. Para aflrmA·Io, a 19reJa se blsela tanto
nos textos dos Evangelhos segundo Mateus e Lucas quanto na
Tradl;ão mais antigo. que começa com as primeiras profissões
de fé e se prolonga em declarações do magistério, dos ConclU03
e dO! Papas até nossos dias I,

A intenção deste artigo nio ê trazer testemunhos bIbU-


cos ou tradicionais em favor da virgindade rts·ca de Marta.
mas ilustrar o sentido teológico deste arUgo da fé ou pOr em
evidêncIa a harmonia da mesma com as demais verélades pro-.
fessadas pejo Credo cristão.
A propósito dos docwnentos que fundamentam a fé na
virgindade de Maria, cf. PR 6/ 1957, pp. 21-23; 4/1958,
pp. 149•.

1. A Identidade de Jesus
Quem contesta a virgindade de MarIa, talvez julgue tra-
tar-se de proposição lateral. que pouco pese no conjunto dQs
verdades afinnadas pelo Credo cristão; poderia ser facilmente
esquecida em vista de wna aproxin"ulção ecumênJca de católlcos
e protestantes.

Todavia quem reflete sobre o assunto. veriflea que a vIr-


gindade de Maria é algo de multo Importante, IlOl'qUe está in-
timamente llgada fi identidade do Salvador.
Com efeito. Pode--se reconhecer que B conceição virginal
de Maria nAo era necessária ia. Encat'n3.ção do Fllho de Deus;
Este podia·se ter tomado homem, nascendo biologicamente
como filho de José e Maria. Contudo, se não havia necessidade
da. conceição virginal de Maria, exlstla grande eonvenlênela
de que se desse, pois era partlculannente apta a exprimir
e revelar a tillação divina de Jesus Cristo. E esta conve-
niência - dl2: a fé cristã - Deus quis reallzã-la; o FUbo de
Deus se tez homem sem ter pai na terra, pois jã tinha Pai no
1 Um dOi ClIUmos clocumenlo, de,.. Tradlçlo • • Carta A~1611ca
de Paulo VI, datada do 2/11/1974 • pnilcedlda de uma Cana Pasloral do
eplscopsdo nolla""'me,lcano com deta ds 2t1XI/73 ("Blhold your Molhar,
Woman of FaJlh").

-472-
VIRGINDADE DE MARIA 13

Céu; como DeUSt era Filho do PaI Eterno; como homem, tor-
nou-se filho de Marlaj Maria Virgem fui fecundada pela ação
dlreta do próprio Deus. A geração virginal foi o modo pelo
Qual o Pai quis exprimir na carne humana a sua paternidade
em relação em Jesusi é uma encarnação da eterna geração do
·Filho de Deus . . Jesus CrIsto não ê somente a encarnação da
segunda Pessoa da SS. Trindade, mas ê a encarnação d& pró-
pria filiação divina da segunda Pessoa da SS . Trindade .

o vinculo existente entre a concelcão virginal de Maria e


a filiação divina de Jesus ê conflrm:J.do pelo fato de Que Quem
põe em dúvida uma destas verdades da fé freqUentemente du-
. vida também. & outra, Tenha-se em vista a formulação de
wn Credo no qual não somente não se protessa que Jesus te-
nha nascido da Virgem, mas também não se diz que seja
Deus: cCreio no homem Jesus, que nASCeu de Marla:t l , Hã
autores protestantes que negam todo valor h1st6rlco às: narra~
cóes de Metew e Luo.u referentes à conceição virginal; fazem-
-no, pomm. dentro de uma perspectiva que considera Jesus
como mero homem.
Ao cont.rãr1o, o famoso teólogo protestante Karl Barth'.
que afirma energicamente a Olvindade de Cristo, põe em rele-
vo u fónnula do Credo: cnascido de Maria Virgem (nnnu ex
IIarla. V1rglne) », que, para ele, ê absolutamente sem equivo-
CO:t . Karl Barth afirma que tal f6nnula indica a soberania da
ação de .Deus mediante uma negação muito nltlda e conereta:
N&:Jcldo da Virgem Marta, para Barth, s.lgnlfica cter nascido
como jamais alguém nasceu, ter visto a luz de maneira b:olo--
gicamente tio lmposslvel quanto Imposslvel é a ressurreição de
mo morto, isto é, ter sido chamado li vida não em conseqüên-
da de intervenção do varão, mas unicamente por gravidez da
mulheno (cDogmatlque:. I, n, 1. Genêve 1954, p. 172) .

I P. Smulders, "Hei prlasterber..d In Noordwljkerhout. Inleldlng en


Slolhl.cf".ouwlng", em "Th.ologle In Pastor.at" e4 (lie8) p. ~.
'Karl B.rth , lido como um dos malorel teólogos protestantes · do
nono "culo (falecido em 1988), .egulndo • IInh. catvlnl. tl. Ins l.llu ror-
temente IObre a Irlnac:and6ncla de Deus ou lobre a Idenlldade da DeUI,
cujo mIstérIo de vida t6 pede Slr conhecIdo rredl.nt. a rt'ftlacJo que
o pr6prlo Deus fez de 81 mesmo nas escritures Slgrada• . - Embota Kar1
eanh, nel aos principio. de Cltvlno. deprtlcll Indlvldamente I rido
humana r,..nte 1 grandeza de CeuI, nlo deIxa doE< ter "UI mer 1101 quando
acentue o sobrenatural ou a Inconlundfvol realidade do mlst'rlo de Deu•
• do pleno dIvino da salvaçlo.

-473 -
14 ,PERGUNTE E RESPONDEREMOS, 180/1914

Esse centrar no mundo de maneira que suplanta as leis


blologiall é precisamente o slnal pelo qual Deus Pai quis 61-
.lJentar, aos olhos da fê, o mistério do Cristoj este não é mero
homem, mas. sem deixar de ter uma natW'e28. humana igual
à de qualquer homem (exceto no pecado), recebida de Maria
Virgem, é também Deus; b!m sua m,ãe na terra e seu Pai no
céu.
Deve--se, pois, dizer Que El conceição virginal eitá. multo
mals ligada à ldentidaae ae Jesus ao que à de Maria. Quem
a aflnna, antes de atirinar um cprivUéglo:t de Maria, proCes81
a real origem e a identidade de Cristo, Deus e Homem. .Al.lâs,
toda e. figura de Maria - rica e ornada de graça - ê essen-
claimente função da figura. de Jesus, como todo o cu! to a
Maria é marcadamente cristocêntrico. Cancelar a. virgindade
de Maria aeria indiretamente cancelar o aspecto principal da
Identidado do Cristo .

.-.' -.
2. A Irrupção do sobrenatural
. 1 . Prosseguindo as suas renexões sobre '8 virgindade de
Maria, Kul BarUt atlnna que c a conceição virginal sufoca ti>
das as pretensões da teologia naturob ' . Para esse teólogo, a
fórmula ex Virglne ( . .. da Virgem) lncUca que ca EnC:lrna.
elo do ~velador de Deus (que ê Deus mesmo) é um milagre,
ou seja, um acontecimento que se produz na contingência dos
.fenômenos sem ter nestes a sua razio de ser; é, pois, um slnal
realizado diretamente por Deus, sinal que só pade ser com-
preendido se for tomado como slnal:t (Isto é. coma alusão ao
fato de que Jesus não é mero homem, mas é Deus felto ha-
mem) . A conceição virginal mostra que C8 natureza humana
MO tem em si mesma a espadade de tol'tUll'-S1! a carne de
.Jesus Cristo, lugar da revelação dlvlna:t (cDogmatlque», I, lI.
1. 174) .

2. A conceição virginal de Maria tem sido posta em


dCivlda ou mesmo contestada por pensadores católlcos, porque
representa uma exceção ou mesmo uma ruptura em relação

J A Utulo do precIsA0, notamo. que "teologIa natural" li aquola que


•• eon.lfÓI a partir du luzu da razlo nalufal apena.: nJo reeonhece
"rald•• que nia possam ••r percablw pala rllCõlaclnlo humano, embora
RIo ICIJom ilógicas ou absu~1U (como lIoglco ou absurdo 18110 o con-
ceito da '''clrculo quadrado").

-474 -
VmGINDADE DE MARIA

às leis da natureza. Ora tal ruptura desagrada a mais de uma


corrente do pensamento contemporineoj o raciona11smo e o
secularismo tendem a exaltar a natureza, reduzindo as reali-
dades cristAs ao âmbito das categorias racionais e naturais.
Alguns porta-vozes da" «teologia"da morte de Deus» chegaram
mesmo a absorver Deus na humanidade "de Jesus, de sorte 8
tornar-se o"homem a realidade suprema.. Dltã claro que den-
tro das l1nhas-mest1'as dessas correntes de pens1Mento jé. não
há lugar para a distincão entre o natural e o sobrenatural; o
clássico «sobrenaturab passa a ser "expl1cado em funcão das
categorias naturais da razão .

Pois bem. Afjrmar que o Filho de Deus se encarnou no


seio de Maria Virgem significa prec:samente que Deus não
quis tosse o Divino absorvido pelo humano, mas quis introdu-
zir dentro dos valores da natureza humana um valor novo,
supeI10r (Divino), capaz de elevar Q n atureza. humana. à par.
ticipação da vida do próprio Deus. A conceição virginal de
Maria slgn1tica que o senhor Deus quis suprir diretamente as
funções do genltor na conceIção de um filho; sign1lics, canse-
qUentemente, que o Filho de Deus quis penetrar no gênero
hwnano de maneira próPria e caracterlstica, na. sua qualidade
e dignidade inconfundível de Filho "de Deus, e não como ser
meramente humano. Ao mesmo tempo. a conceição virginal
de Maria (oi plenamente humana; Marta foi mais mãe do que
qualquer outra mãe, pois gerou um Filho que foi verdadeiro
homem e que recebeu toda a sua "natureza. humana ex:lusl·
vamente de sua mãe. A virgindade de Maria nada suprbniu
da sua maternidade ; ao contrário, Ugou ainda mais intima·
~ente a Virgem ao seu Divino Fllho.

3. Mais ainda: a superação das leis ordinárias da blo-


logla vem a ser um sinal também da "nova geração ou da re-
generac!o que Cristo oferece 11. todos aQUeles que nele crêem
e a Ele se incorporam pelo BaUsrno, este é um renascer ou
o surto de wna vida nova, que não se faz confonne as leis da
bIologia, mas segundo o Fsplrltb. ' "

1 T'nham--s8 em vIsta 05 segulnlu teltfos:


Jo 1,12: "A lodos os que O receberam, deu-lhas (o Logcn) o poder
de se lornaram IIIhos ela Deus, a todos os que crêem em .eu noma, qua
nAo nasceram nem do .. ngue nem da vontada da cAme, nem da vontade
do tIomam",
Jo S,3: "Se elguém nlo renascef do ell;" nlo poder. ver o Reino
de Oaus".

-475 -
16 ,PERGUNTE E RESPONDEREMOS, 180/1974

o BatismO. assim entendido. manifesta uma das grandes


finalidades da Encarnação: esta não visa s1mplesmente a dar
b. natureza humana o seu desenvolvimento completo, mas ten·
de a elevar essa natureza a. wn plano superior, no qual se
desenvolve a vida divina. Na. verdade, para que o Batismo
cristão hOje em dia possa realizar essa regeneração, era n.e-
cessário que .Jesus, nascido da Virgem Maria. completasse
esse seu nascimento virginal mediante a ressurreIção da carne
ou O triunfo sobre a morte que afetava a natureza hwnana
recebida de Maria. Ê o Cristo ressuscJtado e glorioso que faz
o homem renascer pua a vida eterna, comWl1çandC)oollle a
vida divina que venceu a morte na. carne gerada por Maria.
O nascimento virginal de Jesus é wn sinal precursor da sua
ressurreição ou da sua plena comiulsta da vida que se deu pela
vitória sobre a cruz e a morte; é também um sinaJ precursor
do renascimento (batismal) dos er1stãos para a filiação divi·
na e a vida segundo a graça sobrenatural. .

Donde se vê que não sem motivo a TradJeão crlstl ~pre


viu um liame entre a conceição Vll"glnal e a ressurreição corpo-
ral de Jesus: os dois acontecimentos se camp_ementam mu·
tuamente, porque ~o o irúcio e a consumação, na carne, da
geração do ~"iLno de Deus.

3. O papel da mulher

1. A maternidade virginal de Maria concorre oulrosslm


para pôr em evidencia a importância do papeJ da mWher na
obra. da salvação do Jênero humano. Uma mulher, sem con-
curso de Vat.clO, assel!.ul'OU a penença de J esus ao genem nu·
mano; Jesus, em última anâhse, não está ligado a e3tc: senão
por meio de Maria.
Esta prerrogativa de Marla nâo .e l"ealizou apenas no
plano fisiOlógiCO. Com efeito, narra o Evangel:ho que MarIa
deu o seu consentimento à J:;nca.rn3ção antes de conceber seu
~'Uho (cf . Lc 1,38) ; o Sim. de Maria. proferido diante da Anun-
dação do anjo foi wn ato de colaboração com a obra divina de
S8.1vacão. VlSto que esse 8ml foi dito em nome de todo o gê-
nero humano, uma mulher tomou,-se então a representante de
todos os homens e de todas as mulheres no diâJogo declsJvo
entre Deus e a humanidade. QutorgilJldo tio ValiOsa função
8 uma mulher, o Senhor Deus quis abrir o caminho A exalta·

-476 -
____________~vm~G~n<D~~A~D~E~D~E~MA~R,~lA~__________ 17

tação da mulher e mostrar a ImportAncla que Ele atribuiria 8


esta na Igreja.

2 . Tal valorização da mulher velo a ser tamb ~ m uma


ruptura das regras de pensamento ou da mentalIdade dos
judeus, pois esta não apreciava a virgindade e relegava a mu-
lher para poslcõet Inferiores. Ora o Senhor qUis superar esse
modo de ver tanto quanto as leis da natureza.
3, A maternidade virginal de Maria ainda a outro ti-
tulo slzn1fica a exaltação da mulher. Sim; o Filho de Deus
assumiu a natureza humana escolhendo o sexo masculino.
Essa escolha podia parecer wn privllégl,;, concedido a wn sexo,
em detrimento da participação do outro se-xo na obra da sal-
vação . Ora, na verdade, o plano salvlf1co de D~us inclula a
colaboração de ambos os sexos: a uma mulher _ Maria - o
Criador reservou a tw1ção de representar o gênero hwnano
btteiro dJante de Deus 'Ou diante do anúncfo da vinda do SUl-
vador. Por isto já S. Ireneu (202) via em Maria a nova
Eva, aquela que, mediante a sua fé e obediência, se tomara
para a primeira Evn e para todo o gênero hwnano «8 causa
da salvacão» (Adv. haer. m 22.4; d. c:Lumen genUllllb
RIl 56). Di2endo S!an ao anúncio do anjo, uma mulher tol cc>-
k>cada no inicio do desenrolar da obra da salvação. Essa pri-
mazia dada il mulher equilibra. de certo modo, a primatla
dada. 80 homem em Cristo. Assim o casal primitivo se encon-
tra de novo na abra da salvação: em Cristo vemos, com toda
a Tradição, o segundo Adão (cf. Ram 5,14), e em Marla. a
nova Eva. Unindo a Virgem-Mãe e o Salvador seu FUho, o
Pai Celeste realizou a mals perfeita assoclaclo do homem e da
mulher que jamais tenha ocorrido.

4. NQ§õo positiva de 'VIrgindade


Multas dos Que rejeitam a virgindade de Mario., talvez: o
ta~ por ter da virgindade uma Idéia negativa .
Com eleito. Poder-se-Ia pensar que ti. virgindade de Marla
f! professada a fim de que se possa afinnar que Jesus não teve
pecado; a get-ação carnal seria tida entao como responsâvel
pela mancha orlglnal nas crianças. Outros poderiam ;iulgar
que afirmar a virgindade de Maria significa annnar a santl-
do.de tota.! de Maria ou a sua Isenção de pecado; as relacõe9
conjugais, no caso, seriam tidas como pecaminosas.

- 4T1-
18 ,PERGUNTE E RESPONDEREMOS. 180/1974

Ora remova« qualquer destas duas conceptÕeS. A pu.


reza e a santidade podem ocorrer tambêm no matrimônio
cristão. A pureza e a santidade podem ocorrer também no
matrimônio cristão. A virgÚ"ldade não é, por si mesma, con-
dição de preservacão do pecado. Numa autêntica visão crlstã,
a virgindade de Maria aparece em três aspectos positivos:
1) A vtrg1ndade signIfica total abertura à s :-ão do Espi-
rito Santo: em última análise, pOde ser comparada a um ma·
trimOnlo com o próprio Deus; não conhecendo home:n (como
diz o Evangelho em Lc 1,34), Maria estava destinada a estrel-
tar-se na mais intima união com Deus . A essência da vida
Yirginal nAo é, pois, a renimcia ao matrlm6n!o. mas o matri-
mônio em seu nivel mais elevado. Aliás, o próprio matrim6-
nio entre duas criaturas (marido e mulher) tem seu protótipo
ou exemplar no amor que Deus dedica à criatura e que esta
lhe retribui Quando é fiel (vejam-se ntl. Bíblia o Clntlco dos
Cânticos e a imagem do esposo e da esposa, muito freqUente
nos escritos proféticos e no Novo Testamentoj em especial,
cf. Ef 5,25-32).
2) A virgindade de Maria está vinculada também ia
maternidade. Não é privação de fecundidade, mas é fecundi·
dade concedida diretamente por Deus •. Visto que, no plano de
Deus, 6. virgindade de Maria estil toda orientada para a ma·
ternidade div.1na, não se deve cxalta.r uma em detrimento da
outra.
3) A virgindade de Maria está estreitamente associada
ao conúbio do homem e da mulher . Sim; embora fosse esposa
do Thpirlto Santo. Maria teve marido humano, pois isto era
exigido pelas circunstâncias em que Jesus devia nascer e cres·
cer. Este tato slgnlflca bem que não há oposição entre ma·
trimônio e virgindade, como se aquele eqUivalesse a pecado e
esta a santidade. A vIrgindade nno empobreceu o coração e OS
afetos de MarIa; não a imlX!diu de conceber e desenvolver au-
têntico amor de esposa para com José. Donde se vê que a
mais intimo. adesão a Deus não sufoca o amor legitimo da
criatura. para com as crla~ . De resto, a presenoa de Maria
nas bodas de Caná e a sua ' lntervencão para obter o vinho
necessário li. continuação da festa de núpcias confirmam 6.
orientação positiva da virgindade em relação ao matrimõnlo ,
A atuação de Maria em eaná ê sinal de que à vIrgindade toca
a missão de sustentar o matrimônio c obter-lhe a graça do
autêntico amor.
- 478-
VIRGINDADE De:: !\lARIll'-_ _ __ lO

5. O propósito c.'e vi~indcd~

As palavras de Maria ao anlo: cComo se fará isso, pois


que não conheço varão? (Lc 1,34) não Insinuam necessaria-
mente a,lgum voto, mas bem possivelmente o propósito de vir-
gindade, ou seja, o desejo firme de entregar liltegralmcntc a
vIrgindade a Deus. Antes de dar consentimento ao anúncio
do anjo, Maria, com a sua interrogaçiio, quis sabel' como se
concUlarla essa entrega total com uma mensagem que lhe
anunclava a maternidade. Uma tal afirmação de personalidade
feminina disposta a conservar-se virgem dia.nte de uma pro-
posta de matemIdade feita pelo Senhor Deus é algo de tão
Inédito e deseoncertante para a mentalidade dos ~udeus que
dificilmente podem ter sido inventada pelos primeiros cristãos
ou pelo Evangelista: wn tal diálogo só pode ter sido referido
pelo Evangelho porque se impunha a t=artir dos acontecimen-
tos ou era o eco de um fato hJstórico. t
De resto. um propósito de virgindade em Maria não era
algo de totalmente inêdito ou Incompreenslvel para os judeus;
os essêru05 e, de modo especial, os monges de Qumran no li-
mIar da era cristã praticavam a virgindade e o ceUbato para
se entregar mais plenamente à oração e ã união com Deus i to-
davia é de reconhecer que constitulam exce;ões e Inovações
dentro da mentalidade do Antigo Testamento, 'CUjo Ideal era
sempre a vida Matrimonial.

No contexto dessa mentalidade, o propósito de virgindade


de Maria (que não era essênla) é algo de supreendente . Ma·
nltesta, de maneira concreta, a ruptura entre a Antiga e a
Nova .AlIança i escolhendo voluntariamente a vida una ou vJrgi-
nal. Maria (e, com ela, a mulher cristã) encontra novo modo
de o.uto-rea1Iz.açlo. Ap6s MarJa, o Ideal da vlrglndad~ deveria
ser intensamente cultivado na Igreja ~ é ti. resposla mais cabal
que o cristão possa dar 0.0 Senhor desde que tome consciên-
cia de que o ~ino de Deus já chegou .

1 Alguns çlUlcos têm proculado nBgo; a hl31olicldado 003 lolalos


de Infincle de JHua em Mt e Lc. lazendo apelo Q Idéies ou mitos ($o
mundd helenlsllc:o que se teflam Intmduzldo na muntalldade dos Judeus
e do, cllallot do ,éc. I. - Ora 111 do lodo Improvaval tal Inllllraçlo de
idéIas heterogGneas em mentalidade Ulo ciosa de ~ ua idontldade como
e dOI Judeus 8 a dos cristãos prlml!lvoo. Estu or.m ciosos do mono-
tefamo que profa"avam Ilenle ao polUelsmo do, pllgioll. Só 11 evidência
de tatol hlslOllcos pode explicar os 1.Ial03 ~o M! e lc concernen!" •
concelçlo virginal de Me,ln.

- 479 -
20 ,PERGUNTE E H.ESPONDt"REMOS. 180/ 1914

A respeito da virgindade perpétua de MarI. expressa pela


fórmula "sempre virgema (aelparth6llOs), veja..se o próximo
~go deste fasclculo de PR referente aos chamados cirmãos de
Jest.l!Ia.

Em coBelUJlo. verlfica·se que a v1rgindade de Marta MO


~ propriamente uma atitude de 8SCeS1! (posteriormente, na bis.
tOrla da Igreja pOde ser considerada tal). Não se julgue que
sJgnifiQue menosprezo da sexualidade ou do rootrimOnlo. No
plano de Deus, a vlrgindade de Maria é, antes do mais, um ele--
mento da obra da salvação, que se realizou medlante a Encar-
nação do Verbo ou do Filho de Deus. Ela ainda se prende
mal! .l identldade do .Salvador do que à de MarIa, pois poo em
relevo a fIliação diyjna de Jesus. A atitude de Maria que pela
virgindade se tomou a portadora de Cristo para o mundo,
velo 8 ser ponto de referência para os cristãos, mesmo para
05 que se unem em matrImõnlo; ela se reproduz diretamente
no celibato sacerdotal e religioso, como também na virgindade
consagrada' a Deus. Eis o rico sentido que tem uma verdade
de fé que aos olhos d? pensamento moderno tem parecido mi-
tlca ou ultrapaSlada. Na verdade, ela pertenca ao âmago da
mensagem crlstã.
Na c:onfecçiQ dei. 311100, ""Dulmos do pel10 Q de Jeen GaJot:
·'Vafor. deU. V.'glnU6 di Malll" , .", '1.8 Clvilta C.tlollca" 8. 125. n' 2977.
61VlJf1974, pp. 11-22.

• •
ANO SANTO
PEREGAINAÇAO A ROMA
, a 29 de r. brll da 1975
Visita aos nnluérios de FATIMA - AVILA - LOURDES
- SOLLESMES - LIS IEUX - CHARTRES - MEDA-
LHA MILAGROSA (PARIS) - SENA - ASSIS - SU-
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Terra Santa).
Organizada pelas Oblatas do Mosteiro de São Bento
do Rio da Janeiro.
Acompanhante : D. Leão de Almeida Maltos O.S . B.
Informações e inscrições: Ir. Nicolau Müller O .S. B .
livraria "Lumen Christi" - Tel. : 223-4226, GB.

-480 -
ExegeH blbIl•• :

Jesus teve irmãos?

1:.... .'nl... : A IIxprewo "'mlos d, .Je,us'· hoi de Nr entendIda


Mgundo as c,'egorlas da IIngIJa hebraica antiga, que usava I p.IIYT'II ',h
par. designar nlo somente o IrmAo, mas lambém o primo Irmlo ou algom
parent. próximo. '" Blblla oferece numarOIOol 11IImplol do emprego do
yocAbulo 'afI em .. ntldo amplo.
A. laltura atenta dos E....ng.lhos d' • ver qUI Jesus nlo leoIe Innlol
.m .enlldo próprio ou qUI Maria nlo 111'19 oulros fIIhoo ."m de J ..",.
Com ",110, ,6 la tnCOfllra no 1axlo 'Igrado I Il(prouiO "Marla I os
Innloa de Jesus", nunca "Maria. 'Iua IlIhos"; Jlaus • dito O filho dt
Maria (tom IIrtlgo definido: cl. Me 6.3), Quando Jelul morre prl9160 ti
cruz. confl. IUI ml. sanusstma 8 Joio, !llho d. Zeb.deu, li nlo I algum
de S8U. "'rmAos" (el. Jo 19,27). Aos 12 anos de Idade, Jesus pereorin:a
com •• us pais a JanJlalém como filho único; SI depois disto Ma,la tlMt
outn,. IHhos, estes nunca poderiam ler lido a autoridade quo 08 Innloa
de Jeaus manl/eslam lêr IObre JQ~uS noS E'Yangelh~; cf. Jo 7,2-6 :
Me 3.21 ,31-35,
Posltlvamenle pode-se dizer que os "Innlos de JêluS" .ram lllhoa
de Cleolu ou AlfêU, Irmlo de S. Jo.é; par con~eglllnle. eram primos da
Jo.us. Julg..... qu., lpós a m0r11 di s. J osé, Marli • • retirou com • • u OMno
Filho P>lr. • cua de seu cunhado, da .or1e que as duas 'Imlllal ..
fundirem numa .6: " o que explica apareçam tio freqüentemente noa
E'Iang&lhos Ma"a e 08 " Irmlcs de Jesus",

• • •
Comentârlo: A questáD dos clnnãos de J~s~ volta fre-
qUentemente à bai1a no diAlogo entre católl:os e prote1ltat'ltes:
·Marla. Santisslma, a Mãe de Jesus, terã tido outros filhos, que
sejam Imãos de Cristo propriamente ditos? Ou está de pé a
antiga e Ininterrupta afinnação da fé católica, seKUndo a Qual
Maria foi sempre virgem, reservada para ser Máe do FJlho
de Deus feito homem! - Já abordamos o assunto em
PR 2/ 1957, pp . 25-28. Voltaremos a fazê-lo, dana0 cunho
mais amplo 6. nO&Sa resposta .

1. Os dados cio problema


Sllo sete as passagens do Novo Testamento que men-
cionam os lrmâ.oa de Jesus, sendo que um desses textos, logo
- 481-
22 tPERGUNTE E RESPONDEREMOS, 180/1974

abaixo dtado. se refere outrossim às IrmIs do , ...... O mais


expressivo é .o de Me 6,3:
"Tendo Jesua pregado em Natar'. l ua ~td.d. naltll. os ouvlo.as•
• dmlrldos. perguntavam donde lhe provInha lanl, SAbedoria, o acre.ctn--
taram: 'Nlo " aI. o carpinteiro. o filho d. Ma,l. • limA0 d. Trego, do
Jos', de Jud... de Slmllo? E 11$ au •• I:mb nl10 estio aqui eolte n0l1'"
(cl. 1.11 13,5511.

As outras menções de dnnãos de Jesus_ encontram-se


em Me 3.31-35 (cf. Mt 12.46-50; 1.< 8.19·21) ; Jo 2.12; 7.2-10;
AI 1.14; Gal 1.19; 1 Cor 9.5.
Os comentadores interrogam se os quatro nomes citados
em Me 6,3 constituem o número total dos irmãos d~ Jesus ou
se ~ havia ainda outros. Não se pode responder... Quanto u
Jnnãs de Jesus, não se sabe nem o número nem os nomes das
mesmas - sinal de que não eram multo notórias entre os
antJCOS cristãos; notIcias tardias propõem duas irmAs, de nomes
incertos: Maria e ·Salomé, Ester e Marta., ou L:sla e LJdia . ..
Pergunta--se agora; qual a forma de parentesco vigente
entre essas pessoas e Jesus?

2. drmãtts» na lingvagem ,emita


A expressão drmios de Jesus» loi concebida originaria·
mente não em ambiente grego, mas no mundo semita. Os ha·
bitantes de Nazarê, por exemplo, não falavam grego, mas ara·
maJco . Ê preciso, portanto, que procuremos a.valiar o sentido
da palavra irmão em aramaico . Ora em aram.a.ico, como em
hebraiCO Uinguas afins entre si), a palavra cirn1i:io:., 'ba, de-
signava Dia somente os fUhos dos mesmos genit()re5, mas tam-
bem os primos ou até parentes mais remotos. pois talJ Unguas
eram pobres em vocabulário . .
No Antigo Testamento, vinte passagens atestam o slgnl~
ficado amplo de irmão. Tenham-se em vISto, por exemplo:
Otn 13,8 : Abralo dJase • ,eu fObllnho LotCl, IIIho do pu Innio:
.. . .. 80mot Irmioa". VaJ""" oullo..l", aln 14,14.11.
Gln 29,12.15: Jac6 .. dedara I.mlo da ubio, qlWldo na vMd8ldo
.. a IlIho d. Rabeç.. IIITII da Lablo. lEIte co.n11nna o a~taUvo, embOfa
.. trlll8lH da tio • sobllnho.
GOn 3'1,23 ,.lere que LtIbIo cont 101.111 Irmloa, 11110 6, com MU • .,..
rlfttM da 1U0 rn.scullno, '01 00 en.calço do Jec6.

-482 _
JESUS TEVE IRMAOS? 23

t CrOn 23.21-23: "Os nlhol 4. Merarl foram MotIoIl • MulL OI


o ... cr. Moholl 'oram EIoizaro e ela. EIdaaro morN'U __ .., tmto..
.......,.,.. fRh.; 011 m_ do clt. nus Irmlot (= pllmoI), .. tom ..._
po, mullle,.....

Velam"'Se outrossim 1 Cron 15,5; 2 Cr6n 36,10; 2 Rs 10,13;


Jz 9,3; 1 Sam 20.29 ...

Ora é de notar que a tradução grega do Antigo Testamen-


to, 1'êalha.da em A1~xandrla (Egito) anterionnente a Crlsto,
usa nos textos citados a palavra grega adétpb6s, lnnão. embora
o grego possulsse .vocábulos próprios para dizer ' primo e 100
briDllo.
Disto se segue que, quando os antigos cristãos de Ungua
grega falavam dos trmio5 (&de1phól) de Jesru, não deviam
necessariamente entender filhos dos mesmos "enitares, mas pc-
dJam estar designando familiares ou parentes menos chegaaos
a JêS'US.
1: preciso e.gora indagar em que sentido era realmente
entendida a expressão eirmãos de Jesus» nos escrUos da Novo
Testamento . ::t o que faremos por etapas.

3. «Innáos d. Jesu:;». nõo «fiI'.hos de Maria"


Hé. claros indiclos no Evangelho de que os ehamados
_irmãos de Jesus» não eram fUhos da mie de Jesus. mas pa.
rentes em sentido mais amplo .
Levem-se em conta os seguintes textos:

3 .1. Lc 2.41-52
Jesus, 80s doze anos, foi com José e Maria a Jerusalém,
participando da peregrinação de Páscoa. Essa viagem deve ter
durado cerca de quatorze dJas ao menos. Como se depreende
de Lc 2. 43. José e Maria permaneceram em Jerusalém CIt1rante
(11 aete dias da festa: . ora isto pennlte dl:zer Que Marta. não
pode ter deixado em casa e por tanto tempo filhos pequenos.
OU seja. innlos de Jesus no sentido estrlto da palavra.
Diga.... porém. l guisa de hlpó.... ' depois d.... peregrl-
naçlo Maria gerou outros tuhos. O mais velho desses lnnios

_483 -
24 .PERGUN'1'E E RESPONDEREMOS, 180/ 1974

de Jesus teria então, no inicio da vida pública do Senhor, cer·


ca . <le .dezolto anos,' ao passo que os outros · seriam maIs jo-
vens ".ainda.; Ora o que os E'vangelhO$ narram 8. respeito doi
lrmãos do Senhor, não permite que se atribua a estes idad.!
tio juvenU ou adolescente. Com eleito, a atitude auto;ltária
ou tutelar dos «lrmãos:a .para com Jesus, descrita em Me ·3, 21.
31-35 e Jo 7.2·5,' no Orl~nte não teria cabimento n!'!m v~ross!'!·
melhança se os!'!! irmãos fossem mais jovens; sim, a mlntal!..
daica · judaica· atribuIa ao! Irmãos mais mo;!)! um comporta-
mento de. reverencia para com o primoglnlto. como se deduz,
por exemplo, das palavras de Isaque a Jacó: «Sê o .senhor
dos teus irmãos, diante de ti se curvem os tUbos da tua mie!,
(Gên 71,29) , Os homens autorltArios que se dirigem a Jesus
em Mc 3 e Jo 7 deviam ser mais velhos do que o Senhor; por
conseguinte, nlo eram fllhos de Maria,'

3 ,2 , . Jo 19, 2&.

Jesw, ao morrer, confiou sua mie a João, o disc:pulo


bem·am.ado , A única explicação plawivel para este fato é a
que .já. os antigos escritores da Igreja propunham: Maria não
tinha outro filho ; dai a neCl!S!ldade de entregá-la aos cuidados
de João, filho de Zebedeu, membro de outra famUla. Este gesto
elo Senhor seria lncompreensivel, se Maria tivesse outros tilh·; 8
em casa!

:1.3 , Outro. lextoa


Not~se que nunca o Novo Testamento fala de filhos de
Maria e Jose. Somente Jesus é dito .«filho (putativo) de José,-

I J ..UI começou a aua vida pública com a Idade de Irlntl Ino.


eproalmldlmenle (cl. L.ç 3, 23). Por ocasl'o da mencionada p8legllnlçlo
pasc::al. o mesmo J.sus Unna dOze ano.,
. I Me S,U : "Quando o. p.reot. . d. J •• UI ouviram Isto, '.Iram p.r.
o ••guI.r, po/qul OIziam; ' Es'6 IOf. de li' ".
Jo 7,2.1: '·Obl"ham-s. I Jeau' 08 seus. Irmlos e lhe disseram :
'Delxl ..ti lug• • v.1 par. a JudOla, pila que llmWm OS 'li" dlsclpuloa
"vejam .. obr.. que lU" . Porque nlngu.m hO 'lu. p,ocur • •• r conhecido
~ pOblleo CI, conll,ldo, r.allze OI SIUI 'eUOII elft oculto. S. tU" utll
eqlsu. manU"'I'" ao mundo', Poli nem m.smo a. 111,11 Ifm'OI c/'am
rlele", .
~ Supe.... lempre que Maria nbo la.,. filho Inte. d. J .. ua - o
Cjl,l• • cl./o . . . . lav. em eónla o epls6dlo de anuncllÇlO em Lc 1,.38.
. 'CI. Lc 3,23: "Ao Inlcler o· .~ mlnlst.,lo, J.IU« tinha c./c. da
trinta lnot" Mndo flIho, como I' Iupun"., d. JOIO",

-484 -
JESUS TEVE IRMÃOS ?

~ - O filho dê Marla:p (com arUgo) :' Todavia em ~rtas passa-


genS do EvangeIho a eXpressão «filhos de Maria» seria mala
natural do quc- cirmãos de Jesus .. , caso se tratasse propria·
mente de Irrnios. Em Me 3,31..J5, par e."empl0, a repetiçAo
. in'ó,e de. JesU$ . ,. irmãos de Jesus,. é estllisticamente mon6-
tor.a e pesada; mais lógico seria dl%er: cMarla e seus (outros)
fti'hos» . TambCm em At 1,14 seria mais comprecmível a fóI'-'
mula c, " com Mana, a máe de Jesus c Beus filhos •.
Mais: a dureza de animo que OS clrm~o~ de Jesus» de--
mOllstmVo.m para com Jesus causou surprcsu, se não escân-
dalo, aos antigos cristãos, Ora havia um me:o multo oportu-
no de explorar essa incompreensão em favor <lo próprio Jesu-'-
Com efeito, os antigos fiéis (inclusive os Evalll ellstas) pe i tam
ter citado e SI 68,9 corno sendo uma profEcla mess:ânica que
se cumpriu em Jesus.,. Na verdade, assim diz o salmista:
IoITomel-me um estranho para os meus Irmã.03, um deseonhe-
cido para OS filhos de minha mãe' (Si 68,9),

Ora o Salmo 68 foi, sem duvida, reconhecido como me&-


alêntco; não menos de dezoito passagens do Novo TeS ~ 8mento
o interpretam em sentido ·messiânico. Nunca, porém, o v. 9
é uWizado para Ilustrar a lncompreensle e dur~a de Animo
t10s irmãos de Jesus , Note-se em especial que Matcus podJa
muito naturalmente concluir o relato de Ml 12,46-50:, diz.cndo
que assim se cumpria o SI 68, 9 . Pois· bem; o unico motivo
plnusive1 c convincente para explicar tal sllênc!o é que na
verdade o v . 9 do SI 68 não se pediu. apl:car a Jesus e a08
seus irmãos porque estes não eram fi1hos da ml\(' etc Jesus.

:l ,4 , "Até a:ue , , ," '(Mt 1,25) • "Primogênito" (Lc 2.7)


1) Lê-se em Mt 1,25: cJosé não conh.c::eu Mario. (= não
teve relaçOes com Maria) até que ela de3Se à luz um filho
(Jesus)>> . Deste texto deduzem alguns corncntadorcs que, de-

, CI, Me 5,3: " Nlo • . este o carpinteiro, o IIIho do Marl., [nnlo


de TI_go, JOI6. Judls e Slm601'' I
. t MI 1:t,4f-50: '"FalavlI Jesus '0 povo, I .11 qUI lua mie I ..us
'1111101 .allvIm ; do lado de lorl. procurando 'allr·lhe, E algu6m lhe
dls$e : 'TUI mie e teus Irmlos elllo lê fore I queram 'lllr-te', Ma. ai
rMpondeu lO que lhe de ra o Ivlso: 'Quem 6 mlnhe ml• • quem $10
meu. Irmlo." E. estendendo .. mio par. os dlaclpulol. dias.! 'Eis mlnM
mIe e meus I/mlos, ·PC/que qual'luar que 111e( a vontlde de meu pa.t
~o,"t., eue 6 meu Ilmlo. minha 11m' e minha m:lo' '",

-485-
26 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS, 18)/1914

pola do _ento ele Jesus, José teve ...Ia~ conjugais com


Maria. Tal interpretação, gorém, nio leva em conta uma pe-
cullarldade da linguagem blbllca (semita): a expressão aIó
que corresponde ao grego heoII boa e ao hebraico '.." kI. Ora
são conhecidas as passagens da S . Eserltura em que essas par-
ticulas oconem para designar apenas o que se deu (ou MO se
deu) 1'10 pusado, sem se ind1cat o que havia de aeonteeer no
futuro. Tenha-se em vista, por exemplo:

CMD. 8.1: o corvo que Noé soltou após o dilúvio, nlo voltou
à arca uaté que as é.guas seca.ssem~. Slgnitlcar1a Isto que ele-
pois do CWQYlo o corvo voltou à arca?

SI 109,1: Deus Pai convida o Mess.las a sentar-se à sua


direita ...té que Ele faça dos lnlmJgoa do Messias o supedlne~
de seus pés,. Quer isto dizer que, depois de vencidos os inimigos
1'10 fim da. história universal, o Messias delxari de se assentar
à direita do Pai?
AInda hoje na vida cotidiana não se recorre a semelhante
modo de falar, quando por exemplo se diz: cTaI homem mor-
reu utes de ter reallzaclo os seus planos, ou cantes de ter
pedido perdã.o~? Poderla alguém concluir disto que, depois d9
morte, o defunto executou os seus deslgnlos ou pediu perdl01
Diz-se outrossim: cO juiz condenou O acusado anta de o ter
ouv1do~ ; seria Hclto deduzir destas palavras que o ouviu de-
pois de o ter condenado? - Estes são casos em qUê se faz
referência ao passado, prescindindo do /uturo . Tal locuçio
era freqU@llte entre os semitas e constitui, sem dÚVida, 11.
baile pressupoata do texto de Mt 1,25, como a1Iás bem nco-
nbecem crfticos protestantes do valor de lClostennann, Em
conseqUênc1a. a tradução mais clara da. passagem de Mt 1,25
seria: «Sem que el~ (José) a tivesse conhecido (isto é, tomado
em. consórclo carnal, marital), ela (Maria) deu A luz ... ~ Ana~
logamente dirlamos para explicar as frases acima eltadal:
cTaI homem morreu aem ter executado seus deslgnlos~ : 4:0
juiz cond@nou o acusado sem o ter ouvldo~ ; cU éguas do di·
lúvio secaram MD1 que o corvo regressasse à arca» .

2) Em Lo 2,1 está escrito: ,Maria deu à luz o seu tUbo


primogênito, envolveu-o em faixas e deltou-o nwna manjedou-
n~. - O Evangelista realça o caráter mllaaroso, vlrginal,
dessa natividade. fazendo notar que Maria mesma d1Bpen.!JOU
OS prltneiro& cuidados ao recém-nascido.
-486 -
______________~JESU~~S~TEVE~~IR~.~U~O~S~!_____________ n

o tenno cprimogênl~O) não significa Que a Mãe de Jesus


tenha tido outros tUbos após Ele. Em hebraico, bekor, prt-
mogênito, podia Oesignar simplesmente cO bem-amado., pois
o primogênito ê certamente aquele dos tUbos no qual durante
certo tempo se concentra todo C) amor dos pais ; além disto,
o primogênito era pelos hebreus julgado alvo de especial amor
da parte de Deus, pois devia ser consagrado ao senhor d6de
os seus prlm._ dias (el. Lo 2,22; I!:x 13.2; 34.19) . A pala-
vra «primogênito. podia mesmo ser slnOnima de cunf&êruto».
pois que wn e outro vocábulos na mentalidade semita. de-.
signam cO bem.amado». Tenha--se em vista, por exemplo,
Zoe 12,10.,
" Oetramar.1 &Obre a cua de Dayl a IIObte OI habltant.. da Jerv-
..16m um •• plrlto de grl'_ a da erlçlo, • •r•• voll.rllo OI MUS olhos
p.r. Mim. Quanto 'qulle que Iraspuutam, chor.fo-I~ como .. chora
um filho unlgtnlto; choré-lo-6o amargamente como I. chora um pdrno.
tkllO".

Mesmo fora, da terra de Israel podia-se chamar cprlmQ-


gmito, o menino que nãp tivesse Irmão nem IrmA mais jo-
vemj é o que atesta uma inscrição sepulcral judaica datada do
ano 5 a.C. e descoberta em TeU el-Yedouhleh (Egito) no
ano de 1922: lê-se ai que uma jovem mulher chamada Arsl-
noé morreu cnas dcres do parto de seu filho prlmogônlto ••
Note-se neste texto o modo de falar que observamO!: a rei-
peito de Mt 1,25: «primogênito, vem a ser apenas o mho
antes do qual não houve outro, Dão necessariamente aquele
apóe o qual 'houve outros.

3 .5 . Maria com os Illrmio. d. J ..... "


Merece atenção o fato de que Maria apareça freqU~
temente nos Evangelhos em companhia dos drmãos de Jesus~,
que não eram seus filhos. Por que sempre em tal comitiva?'
_ A posIçáo subordinada da mulher, no judalsmo antigo,
expUca que Maria não se apresentasse sozinha e-m público, mas
geralmente acompanhada pOr próximos parentes de sexO mOS-
eulino . Julga-se que José, esposo de Maria, tenha faleeldo
antes do lnlclo da vida pübUca de Jesus; em conseqüência, os
_ t a de Maria movidOs pelo forte ..ns<> de famlll& dOI
orientai. se tornaram 8OlIdárIos com ela, acompanhando-a em
~bUco e compartUhando a sua soUcltudl! e as suas pftOCU-=-
paç6es por Jesus.

-487 -
2S ~ PERGUNTE E RESPONDEREMOS, 180/1974

Resta agora Investigar qual o grau de parentesco que


:unla a Matla e.sse parentes ditos drmãos de Jesus>, nao, p0-
rém, cffihós de Maria •.

4. Quem oram -os «;rmãos»?


-
. Alguns textos do S. Evangelho fomec:em pistas para
a resposta.
Com efeIto, Mt ~7,56 nos dIz que, entre as mulheres qu·)
assistiram à crucifixão de Cristo, estava Maria. mãe de Tlag,)
c José:
" E~llv.m .11.
a observar de longe ... • Maria de M'gdala, Ma ria.
mia de TI1I90 • de José, 111 I mIe dos IUnos di Zebedeu" : cf. Uc 15,40.
Essa Maria, conforme Jo 19,25, não é espoSa. 'de são Joaó,
ma.s de Cleofas e, segundo a Jnterpretação mais. óbvia, a Irmã
de Maria, mãe de Jesus:
"Eatavam íunlo l cruz de Jesul Sl.l:ll mio, a Irrlll de fUI ml(), Maria
(upas_) ele CI80f8$, -e Maria de M'gdo.la",
PoIs bem; . os nomes OleoIas e Alfeu designam a mesma
pessoa: Klopas parece ser -Q forma grega do apelativo ara·
muco Olap'bal, 80 passo que AJphalos ou Alfeu· é a transcrl.
ção direta desse vocãbu1o aramaico. Como refer~ Hegeslpo
(séc. II), o mais ·antlgo historiador da Igreja, Cleofas ou AI·
teu era lnnão de São José.
Cleotas, portanto, e Maria de ·Clcofas eram os genltores
de nago e José; tinham um terceiro filho, Judas, o qWll no
Inicio da sua ·epistola se apresenta como irmão de Tiago (m·!
nago só pode ser o íllho de Cleofas, não de Zebedeu), {-ois
não era irmão de oJão Evangelista; conIira-se Mt 13,55, onde
Tiago, Judas e José, não João, são chamados lrmãol.
Quanto a Simão, o quarto dos Irmãos de J csus, HeCes1po
o apresenta também como filho de Cleotas. Por consegulnt~,
os quatro Irmãos do Senhor seriam primos ·"de Jesus por des-
Cenderem de uma irmã de Maria Santlssima, também chamada
Maria, IrmA. casada com ·CJeofas, irmão de São José. 'Há
quem não aceIte que duas irmãs, vivendo contemporanea·
mente, tenham tido o mesmo nome eMarla», A 'dlflcu1dade,
porém; perde. mufto do seu peso se se levam .eJn conta os eos-
tumes dos antigos: entre outros, pode--se citar o .caso de OU·
v"Ia, Irmã do Imperador Augusto, a qual ·tlnh~. quatro filhas

-488-
JESUS TEVE IRMAOS? 29

v.1V83 . ao mesmo tempo: duas delas chamavam-se c:MarceUa>


sem cognome, e as duas outras cAntemla ... O n<lme .Mada,. era,
de resto, multo freqUente na Galiléia. - Outros ,<lbjetam que
Maria não podia ter lrmi, devia ser filha única, única her-
deira: ,isto explicaria que haja sido obrigada a tomar e:;pos:>,
e a escolhê-lo dentro ·da sua parentela, a f1m de que a heran-
ca continuasse em poder da mesma linhagem. Quem, na base
destes argumentos, nAo queIra adm;tlr que Maria, e!p :sa d!
Cleotas, tenha sido Irmã de MarIa, esposa de Jos.ê, poderá.
multo bem Interpretal' o texto de Jo 19.25, atrâ."I transcrito,
como· se quatro, e não três. mulheres tivessem estado ElO pé
·da cruz; dlsUngul ....:se-lam então Maria mie de Jcs.:s, a IrmA
anônima desta, Q seguir, Maria esposa de CIEo~a.s. e Ma!la da
Migdola, Neste caso, os filhos de Cleoras ainda scl'iam ditos
com razão _primos.. de Jesus, pois ClcoCas era Irmão de São
José, p:l1 putativo ou lega} de Jesus.
Eis, pois, como esquematicamente se representaria o pa-
rentesco vigente entre Jesus e _seus lnnã03:t;
Hell (Lc :3,~)

I
I
Marl. - - - eleol•• ou Alleu J ... - - Maria SS.

I I
'I------~-.--.---l
Tlago o Menor Jose Judas Slmlo
(1' bispo de Jeruaalêm) Tadou (21 bispo
de Jerusalém) JESUS CRISTO

Neste esquema fica . aberta apenas a questã.o: Maria, es.


posa de Cleotas, era Innâ de Maria, mâe d(! Jesus?
O mesmo esquema explica bem as Intimas relações que
uniam as famillas de Cleoras e São José: provavelmente este
Patriarca morreu antes do inicio da vida publica de Jesus,
como dito atrás. Parece então que Maria SS. se retirou · com
~u Divino Filho para a casa de seu cunhado, de sorte que as
duns fnmlJlas se fundiram como numa só. ..;.. Outros. pensam
q!-le rol Ch:oCas quem primeiro morreu; em conseqüência, José
teria recebido em sua casa a viúva e seus filhos, primos de
Jesus .
- 489-
30 cPERGUNTE E RESPONDEREA~_
OS_'....!!J!!974,-_ __

A titulo , de ilustração, seja ainda mencionada uma. sen-


tença que de pouca ou nenhuma probabWdade goza no assun"
to: os drmãos de Jesus,. seriam fUhos de José nascidos de
um prtmelro matrim6nlo do Patriarca. Este, viúvo e de certa
idade, se teria casado com Maria . Esta. sententlll expUcaria a
posição autoritârla que os cinnios:t (primos) de Jesus, assu-
miam ém relacáo ao próprio Jesus. pois seriam sémi-innãos,
...... velhos do que Jesus . Todavia contra tal _ _ _
o fato .dec1slvo de que a mãe de dois desses irmãos do Senhor
(José e TtagO) ainda estava viva quando Jesus morreu na
Cruz.
Outra sentenca. de pouca. autoridade, afirma que os dr-
mias de Jesus. eram fUhos adotivos de São José_ - Não hâ
necessidade nem possibilidade de prolongado estudo desta sen-
tenca. que hoje carece de voga,
Em debates &obre o tema, é por vezes citado o texto de
São PaUlo, 1 Cor 9,5 : eNio temos o direito, ,. como 06 outros
ApóItolol, os 1nDã.os do Senhor o CeIub - Esta passagem
não implica que os irmAos do Senhor deV&nl ler exclui dos do
grupo dos Apóstolos; em tal caso, Cefas também não poderia
ser considerado apóstolo. São PauJo faz a tríplice enunciação
acima apenas para realçar os graus de dignidade dos que com-
punham o grupo dos Apóstolos: logo depois de Pedro (sempre
o primeiro na lista), .vinham cos irmãos (primos) do Senhon,
que gozavam de especial autoridade na Igreja antiga.
Estas considerações levam a concluir que a expressão
.1rmlos de Jesus,. não obriga a dizer que Marla. teve outros
filhos alán de Jesus . Pode-se mesmo .rumar que somente a
falta de conhecimento exato da linguagem blbliea e dos textos
concernentes ao assunto flD'ldamenta a tese de que Maria foi
mie dos dl'mãos de Jesus», O estudo preciso e Objetivo doas
Elcrituras dLsSuade de tal sentença .

a_,
PR 3/115T, pp. 25-21-
PR 011851, pp. 21-23.
J. Bauer, "Dlcfon6rlo de Teologia blbllca" I, sao Paulo 1813, voer-
bit. " 1l'1li10' ,de JISU'''_
Ao Vln den Bom. " Dlcloni:rlo enclcloplkllco da SlbU . ... ~1r6poll'
1871, .....rbltte ·'Irmlo," .
Algl.I, DaNai, t.4ofllldl, Plou.no, Saldarlnl, "Inttoclu~o ... Sibila" ,IV
tEv.... lhea). htwpolll, 1871.
J , Bllnzltr. " O.. " ebbt t,,,em • 10rlllll.. "'. Cllanl. 1171.

-490 -
JESUS TEVE IRl'Il.JI.OS,~?_ _ __ _ 31

AP:&NDICE
John Wesle,y é o fundador da denominação protestante
chamada cMetodismo.t. Entre cat6l1cos, pouco se conhece a
figura desse cristão, que teve uma ahna .ardorosa, desejando
restaurar cmétodo.t ou disciplina 'e ntre os evangéllcos da In·
glaterra. Wesley também ft!!Z dêClaraçOes admiráveis a res-
p@lto da fé e do amor cristãos. Após havennos tratado da
VIrgIndade de Maria nestas pâgtnas de PRo parece oportuno
tra.nsc:rever abaixo um trecho de carta. dirigida por Wesley a
um católico romano, pois ta.Ja palavras mostrarão como a
Virgem SS. foi reconhecida c exaltada por protestantes antigos
(assim como ainda o é por muitos evangélicos contempordneos
nossos) :

CARTA A UM CATOUCO ROMANO

Dublin, 18 de julho de 1749

1. Ouvistes dez mil histórias de nós, que somos comu·


mante chamados Protestantes. Sa cradas em apenas um
milésimo destas histórias, deveis pensar multo mal de nOs.
Mas Isto é exatamente contrario 80 preceito do Senhor;
"NIo Julgais, para que nlo sejais Julgados", e tem multas
conseqOênclas más, particularmente a .seguinte: inclina--nos
8 pensar mal de v6s também. Portanto. de ambos 08 ladol,
8omos menOI prontos a aJudar· nos mutuamente e mais pro--
pensos a preJucllcar uns aos. outros. Oar se destrói .completa·
mente o amor fraternal; e .cada grupo, encarando O outro
*
como monstro, di lugar à Ira. ao ódio, maledicência, a lodo
eentlmento Inamlstoso, o que freqUentemente tem resultado
em barbaridades desumanas, quase desconhecidas entre os
pagIO ••
2. . .. Sejam acertadas ou erradas as nossas oplnl6es.
os sentimentos acima referidos cartamente são errados I
Constituam aquele caminho largo que conduz ti destrulçlo.
ala Infemo mais profundo I
3. Nlo suponho que toda a amargura e Inimizade es--
,ajem de;. vo..o lado. Sei que h6 bastante do nosso lado
também; tanto que receio que muitos Protestantes (aaslm
chamados) hlo de Irar-se contra mim, por escrever-voI desta

-491-
32 ,PERGUNTE E RESPONDEREMOS, 11!K)/ 1974

maneira 8 dlrAo: "Tu és favorável demais aos Católicos;


eles nlo merecem tal consideração de nossa parte" ,

4, MIII eu creio que a mereceis. Creio que mereceis li


m·als améval conslderaçAo que eu possa mostrar, melmo por~
que foi o mesmo Deus que criou amb~s do pó da terra 8
nos fez capazes de ami-Jo 8 gozi-Io eternamente. Ademais
o Filho de Deus comprou todos nós c om o seu próprio san~
gue. MereceIs aInda asta ternura por serdes tementes a Deua
(como. sem duvida, muitos o s40) e vos esforçardes por ter
uma consciência limpa de ofensa perante Deus e o homem."

Segue-se bela proflssão de fé conforme com o Simbolo


Nlceno-constantfnopolltano, na qU!l1 se lê a seguinte passagem:
" 7. Creio que Jesus de Nazaré é O próprio, Mtura.!
Filho da Dau" Deus de Deus. verdadeiro Deus da Deus, 8
que é o Senhor de todos, tendo absoluto; supramo e uni·
versal domlnkJ sobre todas as coisas; mas, de nós que nele
cremos, Ele tê senhor por conquista, por compra e por obrJ-
gação voluntária.

Creio que foi feRo homem. unindo a natureza hum.nl


A dtvlnl em uma IÓ pellOa; sendo concebido pela obra .In.
gul.r do E.plrlto Santo, nascido da abençoada Virgem Maria,
~u •• tanto antes t:3mo depois d. dt.lo li luz, conflnuou vir-
vem pura e Imaeulad.".
No m<lmento, é o que nos Interessa citar, pois estas pa·
lavras concorrem para mostrar como !1caram vivas entre os
protestantes certas verdades tradlclona:..s do Crlstlanlsmo, e
como os Jnnãos separados estão, por YC2e5, mais próximos
das orlg€:ns do qUI! parece!'

I A carta do Jehn Wesley eclma ,eferlda m.r.cI todo ú6dlto de


M"
tlutenllcldflde, pol. foi pUblicada pel. , • .,,1.1. "Em Merch.·' da 'lgreJ .
todllta do Brall. em .eu número de Janolro-m.rço 1St72, pp. 3a-..8. '
Dnla "I, no cinema:

"o exorcista"

Em .lntM.: o n!me "O Exoreis'.... Inspirado por um CIISO ra8l.


oconldo am 19"9. procura chamar a alençao par. I prlsença e a Ilua-
çlO do demónlo no mundo. Foi praplTado li IIXeC\lIIdo com c .SI,"orla
da .aclrdolas lesulln. Rllprod uz o pensamento da I;rela. q ue na verdada
admita a posslbllldadl da possesslo dlab61lca. m .. In.I.11 em qua, diante
de ftnómllnc •••Iranl'los, &li procurem umpr. IIlCpUeaç6es mUle'a • d.".
Ilno.., Somenre na 'alia . de qualquer de.tas, poder. o uc:.rdot. ou o
'lei católico Começll a .uspeltar de posses.lo . diabólica (a qual, d. r•• lo,
• almpr. acompanhada da blaslêmll e espellnhamento dos ... lloNS· mais
IIlntOI). Como mostra o IIIme, a Igreja nlo permite li raaUllçlo do ex.o...
clsmo senlo a saceldotes expressamllnl. desIgnados por um bispo para
.... ml.lor. AI flgur.s dos doIs ,aclrdol". Mllnln I Karr.s, que praticam
o .Xorclsmo no IIlme. cio dlgnlll: o lulor da paUcul1l evllou qUllqutl
oarlcltvra ou nola grolescl, li dUerença do que Ic:onlac:o em outros tIIm ..
da Insplraçlo pratansamente religiosa .

Poda·sa dizer qua o filme ó po.lllvo plr. . . paclldores de p.lqul. mo


equilibrado, a quem ele olerece nolbal leslemunho de I' (principalmente
no papel do Pe. Marrln, a quem oPa. Karre acabe aagulndo). A pellc:u"
" dasaconaelh'val a pessoas e)lócltadas ou sugasllontval., como lamb6m I
quem pouco _nt.ndl do aSBunto t.ológlco em foco.

S.,. pre<:lao acentuar. no comenl'rlo la Olma, que est. tem seus


m'rltoa nlo peto fato de apre:senlar um caso exlraordln'rlo de açlo dI.
bóllca, mas, .Im. por relvlval a . con:scl6nc:l. de que o dembnlo • "o pai
da menU", homicIda desda o Inicio" (c:I. Jo 8,'(4). O mel que ele desen-
c.del. no inundo, rarlmenle , o da poaaess'o: mullo mala freqüent ..
mento Satl • o respol\Sl!;ve' por certas expresaee. dlabó1tco ou .. tanl·
eu Que earaclartzam • história contemporlnel : expreu6ts da Intella'ncla
requlnrada a "",Iço da manUra. d' t.tpocrl.la e do 6dto, como .10 I lava-
gem da crlnlo, o, c:ampos d. çoncontraçlo, as guerra, Inl\lIllS, O. oen~
eldlo., a pomoo,.lIa asmarada, o coneulcamanlo da honra e do blle em vista
do luCtO lInaneelro, alc. - Se o filma conaegulr d.. encedear uma raao1o
conlCle nte doa homens de bom contra tat. male., lar' cumplldo· bala mlsslo
nOl di •• de ho~.

• • •
Comenti.rlo: No dia 11 de nov~mbro pp., foi lançado em
seis cidades do Brasil o famoso filme cO Exorcista:., correspon-
dente ao romance-novela .homÔnimo d~ WiUiam P eter BlG.tty;
Trata-se de uma produ~ão da .Wamer Brothers. sob a. direcão
clnemntogrMlca de WiIlia,n Frledkin. Na produção do filme co~
- 493-
34 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS':-""'IIl,,/.=19,,"'--_ __

laboraram artistas como Ellen Burstyn (no papel de Chrts


MacNell), Max von Sydow (no de Padre Lankester Merrin, o
exorcista) I Jasan MIller (no de Padre Damien Karras, psIquia-
tra), a menina de doze anos lJnda Blair (como Regan, p0sses-
sa); além do que, alguns sacerdotes jesultas norte-americanos
participaram da fUmagem, seja como atores, seja como oo~
lheiros tknieos.
O fUme tem dividido a opinião pública : ao lado dos que
multo o apreciam. julgando-o fator de elevação a Deus e aos
genulnos valores sobrenaturais, há os que o censuram. por con-
siderá-lI) fora de propósito ou violento demais. Diante da diver-
sidade de pareceres, procuraremos abaixo desenvolver algumas:
reflexões sobre a produção clnematogri!1ca *0 E:)I:ot"Cistv, do
ponto de vista trológico-pastoral.
A respeito do romance já publicamos um artigo em PR
173/1974, pp. 100-205. Editado em 1971, esse livro jâ tem wna
tiragem de mais de sels mlll1ões de exemplares somente nos
Estados Unidos; foi traduzido para dezoito icUomas.

1. O enredo
O filme se abre com belas cenas de escavacÕes arqueol6-
gieas no Norte do Iraque, onde wn padre jesulta, Lankester
Menln, juntamente com uma turma de operárlos Arabes pro-
cura desenteITar os vesUgtos de importante cidade antJga. A
figura do padre é a de um homem douto, que compreende os
problemas da população que o cerca.

A seguir~ o espectador é transferido para os an-edorcs de


Washington. N* casa da artista de cinema Chris MacNell. que
tem uma fUba de doze anos chamada Regan, ouvem·se estra-
nhos ruldos no sótão. A menina se diverte com um tablado
coulja., através do qual jUlga perceber respostas do falecido
capitio Hodway. Aos poucos, o estado da menina vai-se agra-
vando. .. Chrls, sua mãe, leva-a a mM.icos e psiquiatras, que
não conseguem descobrir as causas dos surpreendentes sinto-
mas Que caracterizam a jovem paciente e seu q,uarto: eonvul-
SÕéS eorporaia, movimentacão de cama e móveIs, gritos ...

Um belo dia, morre o empresirlo Burlte Oennlnp ao sair


de uma visita feita ao.quarto da menina; morre com a cabeça
voltada para trás, o que suscita suspeitas: de intervenção de
força IUperior; o fato' associado a uma profanaçio de Igreja

-49« -
MO EXORCISTA ~ Si

e a cM1ssa Negra_ oconidas pouco antes. O investigador Kin-


dermann e a própria mãe de Regan começam a pensar em,um
fenõmeno que nas conversas dos amigos era chamado «p0sses-
São diabólica.. Chris dlrige-se então ao Pe. Oamien Ka~
Jesuíta, psiquiatra e professor de UnIversidade, a fim de que,
como sacerdote, vá atender à sua filha. O padre passava por
uma crise de fé e de vocaçáo; além do que, sentia remorsos
por haver deixado sozinha sua mãe nos anos da velilice. Karrns,
descrente da posses:sAo diabólica, indicou a psiquiatria como via
a ser tentada para a1iviar 8 menina. A mãe, porém, recusou
esta solução e lnsistlu em aplicação de exorcismo, ou seja, do
ritual próprio para expulsar de um possesso o demônio que o
Infeste.
Diante de sintomas cada vez mal! estranhos e alannantes
apresentados por :R.egan, Da.mlen Karras resolve 11" pedir ao
bispo a autorização para praUcar o exorcismo. O prelado entlo
designa para tanto um jesulta ancião e experimentado: o Pe.
Merrln. Este, sabedor da incumbência, dispõe-se a executá·la;
em casa de Chrls entra no quarto da paciente. e ora com fervor
na presença de Damien Karru, que participa das preces com
semblante perplexo. :t este o episódio mais violento do fUme;
Regan 1"t8ge com voz masculina @ blasfema: entra em levitação
@nquanto os doIs sacerdotes ordenam ao demônio que se retire.
Finalmente o Pe. Merrin, depois de uma pausa. retoma a SÓS o
exorcismo; mll$ aparece morto, vitbna do exercido de sua
missão. Quando entra no quarto e vé seu colaborador falecido,
o Pe. Karras enche-.se de fé e brio, e desafia o demônio para
que se apodere dele, sacerdote, e deixe a menina. Sem demora,
Damlen Karra.s ê arremessado pela janela, rola por alta escada
e cal na rua. Al, em meio à gente Que se acerCOu, outro saeer--
dote dA. a absolvição sacramental a Karras arrependido, que
assim morre. Os dois padres, Merrln e Karras. portanto, pere-
cem no desempenho de sua tarefa sacerdotal: o segundo, Kar-
ras, resgata assim o seu ceticismo e tennlna nobremente a sua
vida oscUante. - ~ de notar que o Pe. Karras não se suicida,
mas morre heroIcamente no desempenho do seu mlnistérJo
sacerdotal.
No final, Chrls e Regan, mãe e fUha, partem em viagem,
sendo que Regan se mostra sadi8, liberta do demõnio e esqu~
cida dos males que havia padecido.
O fUme ass1m apresentado suscIta numerosas JnterroBa-
ç6es nos espectadores. e às prlnclpa13 das mesmas que dedica-
mos agora a nossa atenção.
-495-
~PERGUN'I'E E RESPONDEREMOS .. 180/1974

" . . '
2. '. Possessãb Oiab6.1lca em ililCu,1Õ>
J6. que o filme aboroa: cpossesdo dlabólico.:t, voltame>nos,
antes do mais, para este fenômeno como tà1.

2. f . O fundo d. ~n. Imediato

. WWiam Peter BJatty declarou repetidamente que se inspl·


rou, para escrever o seu romance, num episódio ocorrido em
.1949 com um rapaz de quatorze anos residente em Mount Ral-
.nier, Mary1and. Com eleito, no qual-to do jovem percebiam-se
fenômenos estranhos, como queda de cadeiras, mo:fi.o de mó-
veis. 1HlSSOS misteriosos . . . , além do que sinais vermelhos se
produziram na pele do rapaz. Foram consultados médicos e au-
toridades reUglosu, que não encontraram explicação para os
ratos. Diante disto, um sacerdote, devlde.mente autorizado por
.!!eU arcebispo, procedeu ao exorcismo, que se protratu por
quase dois meses, com relutância do paciente, que blasfemava
e se debatia.
Finalmente, depois de ler algo a respeito de um caso seme·
lhante ocorrido em Wlsconsln, o padre obrigou o mentno a usar
uma corrente com medalhas e prendeu-lhe um crucifixo na mão
durante o exorcismo. O jovem reagiu mais violentamente, de
60rte que só pôde ser dominado por clnco pessoas. Mas, ao ter-
mo de um espasmo, o demônio se denunciou através dos lábios
do menmo, e delxou-o. Hoje o rapaz conta 39 anos de idade;
casou-se e náo se recorda, em absoluto, do que lhe ocorreu
durante os três tão estranhos meses de sua adolescência.
Ora, quando aluno da Universidade de Georgetown, WU-
Ham Peter BJatt;y tomou conhecimento desse epls6d:o; altamen·
te Interessado pelo assunto, resolveu, depois, escrever um r0-
mance que de certo modo divulgasse o caso.
Perguntru:no--nos agora :

2.2. Mo exllte posle~o diabólica?


- Por «possessão dlabOUca:t entende-se a presença do de-
mônio em detenninado corpo, presença em virtude da qual o
Maligno ' domina esse corpo e, mediante o corpo, as faculdades
psiqutcas 'do possesso. Em -relação à alma, o demônio é apenas
um movente extrlnseco; só age sobre a alma na medida em que

- 496-
_ _ _ _ _-'--'-~o EXOKCISTA~ 31

ela· depende do corpo. O possesso apI't'3e11ta sintomas multo se..


melhantes aos' da histeria (convul:Jóea, c:lamores, linguagem
.estranha. Impetos de furor .. . ) j' estes sintomas são geralmente
acompanhados de evidente revolta contra Deus. desafio ao
'Senhor, blasfêmia. imoralidade fortemente obscena, falsas cren·
ças ... A possessão não tem necessariamente s lgnüicado moral,
Isto é. nlo decorre obl"igaloriamenle de pC:cados gT8Ves come--
·tldos pelo pacle-nte.
1 . Observa-se agora : em 1949, quando ~e deu o episódio
de Maryla.nd atrãs mencionado, não se conheciam os recursos
da pslcoclrurgla, da arterlogralla e 'da parapslcolcgla qUe hoje
poderiam talvez explIcar sem intervenção do Além o ct\.!IO do
jovem (possesso», Sendo assim, pergunta-se: nno se poderiam
reduzir todos os episódios de cpossessão» até agora conhecidos
a eStados pslcopalológicO$? .

_ Em resposta. distinguiremos entre aquilo que os Evan-


gelhOS narram e o que outras fontes posteriores no.l'i descrevem.
a) Com efeito. Os Ev"'''lgelho5 supõem não somente a elds·
têncla do demônio, mas também o foto mesmo ela possessl'o
diabólica; cf. PR 174/ 1974, pp. 246-257.
Jesus distingue entre enCennos e poS!essos, como atestam
as seguintes passagens :
Mt 10,': "Curai os enlelmo., rls.uscltal <li mortos, Slurlllcal os 1.-
prOlos. expulsai OI dem6nlos. Da' grlltultamlnlo o Que da graça rece-
IMste ....

Me 18,17a: ·'Ela o. prodlglos que acompanharlo es qUI erar",,!


em meu nome allpulurlo o. drm6nlo.. 'al.rto Ungua. novu,, ~ . Imporio
.. mias sobra " doente. e .,t.,
flcarlo cu:ado,".
lesug procedeu multo diversamente em presença de um
doente e em presenca de um possesso, mesmo quando doente9
e possessos apresentavam os mcsmos sintomas: tenham·se em
vista, por exemplo, a cura do surdcrmudo em Me 7,32-35 e o
exorcismo aplicado ao possesso mudo em Me: 9,17-W.
Talvl!Z alguém diga que Jesus e 'OS Evangellstas, ao (alar
de possessAo, se acomodaram aos conceitos simplórios do povo
de' sua·época. que atribu:a as doen;as a IntervençAo cUabóllca.
Observe-se, porém, que essa acomodação equivaleria a con·
nrmar um erro - .c erro Importnnte. Ora Jesus velo precisa·
-497 -
38 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS. 18011974

mente para dar testemunho da Verdade: «Nasc1 e vim a este


mundo para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da
verdade, ouve a minha voz» (Jo 18.37; cf. 14,6), Jesus trataVI
de dLss1par as Uusões dos dLscIpulos não só no tocante b expec-
tativas messJAnicas, mas também em outros setorea. Tenha-se
em vista, de modo especial, o caso do cego de nascença.: os
dlaclpu10s perguntaram ao Senhor se ele ou os pais dele tinham
pecado, de modo a expllcar a cegueira em (oco: Jesus entlo
dissipou o erro comum segundo o qual toda doenca era conse-
qUêncla dt' um pecado pessoal ou da tamllla do entennoj cf. Jo
9,1--3. Ora CrIsto que em tal caso assim procedeu, ni.o teria
confirmado aJstematlcamente uma concepção popular err6nea
concernente 'à possessão dlab6Uea.

Sobre estes dados bibllcos se fundamenta solidamente a


crença cristã na existência do demônio e da possessAo dlabOllca.
Os textos blbllccs Interpretados pela constante tradição cristã
do suficientes para jusUficar e recomendar essa crença..

b) Quanto aos relatos não mucos que através dos séculos


referem casos de cpossessão diab6lica», pode-se admitir que
muitos deles não narrem senão fenômenos patológicos, outrora
misteriosos, mas hoje explicáveis pela ciência. Isto, porém, não
quer dizer que em absoluto não haja mais ou MO 'POSSA
haver possessão dIabólica. A Igreja exorta os sacerdotes
e fiéis a que não admitam, sem graves razões e sintomas, a
poS'Sessáo diabóHca; os fenômenos extraordlnê.rios ocorrentes
com pessoas ou co1sa.s hão de ser expUcaàos, antes do mals.
mediante o recurso à medicina e à parapsicologia; somente
quando nenhuma explleacão clentlfica esclarece tais fenômenos
é que.se pode pensar em possessãD diabóUca ; este, aliás, quando
ocorre, é caracterlmda por blasrêmias, desafio a Deus, aclnte
em relaÇão aos valores mais santos. .. (sem o que, não se de-
veria falar de possessão diabólica).

2 . Ora ·o caso narrado pelo romancista WlUlam Peter


Blatty e levado para o cinema sob o titulo cO Exorcista» tem
as caracteristieas de pOS$ivel possessão diabólica: total .inépcia
ela ciência (ar!erlografla, neuroclrurgla. psiquiatria •. . ) para
explJcé·lo, • violento desatlo a Deus juntamente com espeztnha..
mento dai colsas mala santas por parte da pesaoa posseua (ou
do ser que por ela fala). O autor procurou infonnar-ae crtte--
riosamente a respeIto das notas tIpicas daquUo que, no pensa~
mento da IgreJa, se chamaria cpossessio dlabóllca».

-498 -
"O EXOncrSTA ~

o crfstão não se deve preocupar com tal fenOmeno como


'"
se tosse freqüente ou como se houvesse interesse em andar à
procura de casos de cpossessão,.. Esforce-se por viver dJgna e
fielmente a sua vida cristã; fuja do ~do e pratique o bem, e
por certo não tem que se importar com o fenômeno extremo
da cpossessão diabólica,..
São ~ algumas reflexões que logo de inJclo se devem.
propor ao se abordar o fUme de WUlJam Peter Blatty. A sua
finalldade, de um lado, é despertar a conscléncJa dos homens
para a realidade do demônio, mas, de outro lado, o fUme nio
tenciona suscitar obsessão ou terror nos espectadores, de sorte
que os fiéis doravante vivam atemorizados pelo demônio, juJ·
gando poder descobrir a sua ação em qualquer dor de cabeça,
moléstIa ou desgraça. da vida cotidiana ...

Põe--se agora nova indagacão :

3. Que dize, elo filme?


Exalninando a peUcula cO Exorclsta»' do ponto de vista
teolós:ico-pastoral, podemos distins:Wr no mesmo aspectos po6i-
tivos e aspectos negativos :

3.1 . Aapectos polltlYOI

Sejam considerados os cinco segu1ntcs :

3 .1.1 . O "ordinário" em 'I8Z do "l'Xtraordindirta"

o filme .0 Exordstu. embora afirme a existência da


possessão diabólica, lembra eJ(XJüentemcnte que não se deve ad·
miUr esse fenOmeno com facilidade ou sem vâlida5 razões. .As
situaçOes anonnals psicossomáticas têm que ser submetidas,
antes do mais. aos critérios da medicina e das ciências huma~
nas ; o sobrenatural há de ser demonstrado ou compro ..·ado. não
devendo jamais ser suposto gratuita mente.
No llvro, o autor chega mesmo a atribuir ao P e. Merrin
dizeres de elevada sabedoria, que assim se podem reswn1r: o
demOnlo ataca o homem mais freqüentemente pol· vlns tidas
como cordlnáriaslt do que por vias extraordinária s ; dJssemlnan-

-499 -
,PERGUNTE E RESPONDEREMOS. 1~/1974

do o ódto, as guerras, as malevolências mesquinhas, as palavras


cruéis e mordazes, o vilipendio dos valores humanos (dignida-
de, brlo, castIdade .•• ), o primado do dinheiro e do consumo •••
~ que Satanés atua mais comumente neste mundo (cf. ,o Exor-
cista:. p. 2968).
Infelizmente cst8. passagem do llvro não é explicitamente
reproduzida no fUme nem talvez seja devidamente valor1zo.da
pelos leitores do llvro. Eis por que a transcrevemos aqui :
"Momn conllnuou m.,. devagar. com um l uuurro d. Inlro.pecçlo:
'EI. ..be .•. o d. mbnlo u be onde .lIe.r ... H'tempoa d'''l perel
de am.r o pr6xlmo. Cer1as pessoas ... ma rapugnavam. Como poderia
am'·I.s? pensei. Isto ma ato/m.nl....., Oarnlen, ma levou a deHaper.r de
mim m.smo . .. e aulIR, em breve, " d.... p.rav. d. OaUl. Minha 16
ficou abalada ... •
K."as levanlou OI olhot. com Inla,.u., pal'll M.rtln.
- 'E que Beonleeau ?', perguntou.
- 'Ah ..• por fim percebi que D.us nunça exl~lrla de mim o Que
"I que' patcologtcamenle Impollllwtl, que o .mor que Ela qu.rla eslava
na minha vontade a que 1'110 podl. lar senlldo, sob hlpÓl1Ha .Iguma, como
emo;lo, Sob hipótese atgume, Ele me pedia para agir eom amor ; qll8
.u proc.deua .ualm com o. damels, Inclu. iva com oa que me repugne.
vam, o que ao m. aligura como um ato de amor ainda maior do que
qualquer oulro'. - Sacudiu a cabeça. - 'Sal que ludo "ao deve parecet
bem 6bvio, Oemien, Eu aei, M •• naquel. lempo .u nlo com'Qula v.r,
Eslr.nl" ceguel,al Ouantoa maridOl e esposos _ declarou trlstem.nte _
da certo criem que deixaram do amar, porque a.uI coraço/laa IA nlo
btlem mais lorte ao contemplar o objelo de 10U amor I At!, meu Oeos r
- Sacudiu a cabaçal, e por 11m anuiu. - '/t nlll O que eu lIdIo que
COMt ... o .ndemonlamento, Deml.n ... 010 em 9"'"_, CGIIIO algUM ta~
de'" a crer : nem tanto ...lm; • multo ,.,amenl. "" Intane~ axll.
t.... •
ordlntl rla. como .. ctes•• m.nlna ... d .... pobre Cfla....a. NIo, au
o .... corrlnl com mala fMqOlncla nu pequana. co ..... O_Ia": naa m..
MYoafftCl.. naunta, ....qUln.... : IlOl dHanteltdJma"'OI, fIII pllavra crual
• mordaz qua "1ft •• potII ....e!IIO'Il. 11 IIngu8 antr. _fvga. Entra ama.
tH. 1I.lla 1110 _ murmurO'll N.nl" - a nto temoa n_aJdad. ct. q&-.
SatI o'fanlM noa... aue"" o.a~. nó;, mesmo. ftOI OftCllf8gamot .. ,
n6t metmOl • • ,· I

Do Interfor do quarto continuava a vir o canlo cadenciado. Marrln


atouau OI olhos para • por1a e preltou um pouco de alançlo.

'E no entanto até disso. ,. alé do mal ... resulta o bem, Da oe.rto
modo. Do c.rto modo qua nOll tal".z: nun-ca pOI..mOI compreendar ou
NQuar en)(arllar I - Ma"ln fel. uma pausa. - 'Poda aar que o 1'1'1_1 -61-
o cadinho do bem, cismou. - E poda sar ai. que Sall. " Satl, aD..er
da ai mesmo . .. de Cêrtli maneira alNa ao. doslgnloa d. Deu.'" (p. 2get1.

I O negrlk) é nosso.

-500-
·0 EXORCISTA"

Este diAlogo entre os Padres Merrin e Karras. no Ilvro, te


reveste de lmportAncla capital, pois concorre p.u a estabelecer
a escala dos valores e o equiJibrio nas perspcctJvRS dos leitores.
Sem dúvida, mais importante para um cristão é livrar-se do
ódio e das malevolências do dia·a-dJa do que diagnosticar pos--
sessão diabólica; o satanismo dos campos de concentraçlo, das
lava~tu de crânio, da perversão dos costumcs, da pornogra·
tia ... é multo mais evidente do que o dos casos patológiCC)S
nos quais b vezes se supõe açã.o direta e extraordinâria do
demOnto. Possa o púbUco cristão compenetrar..ge vivamente
desta verdade e deduzir daI as devidas conclusõe:J prtUeas! O
principal fruto a ser extraido de .0 Exorelsta:. (romance e
livro) deverIa consistir neste tópico.

3.1 . 2 . Psiquiatria I f6

O filme tamMm dá a ver que psLqulatria e (~ se comple-


mentam; o medIco e o sacerdote têm funções convergentes a
exercer em favor de seus irmãos sofredores. Todavia psigula·
tria e religIão se distinguem claramente um3. da outraj a reli.
gião não é uma fonna extremada ou especial de psJqulatrIaj ela
vIsa, antes do mais, a religar o homem com Deus - o que re-
dunda em louvor para o Criador e plenitude de vida para li.
criatura. Acontece, parém, que a religião, reUgando o homem
com Deus e eolocando o ser humano no seu lugar certo Pêrante
C) Criador e as dl'mais criaturas, concol'n! poderosamente para
tranqUlllzar e aliviar o psiquismo humano. Bem dizia S. Agos·
tlnho : c:Tu: nos fi2este para Ti, Senhor, e inquieto é o nosso
cora~ão enquanto não() repousa em Ti» (Confissões I 1) . Con·
tudo() os meios pelos quais a religião tranqUiliza os fiéis, não são
meios pslcoteráplcos como tais, mas a graça de Deus e seus
c.:mais sacramentais (principalmente n Penitênc\.o. e a Eucaris-
tia) ; dando glória a Deus pela conversão de sua vida ao Senhor,
o homem se pacifica intcrjormcnte.

3.1.3. FldeUdade ao penaamento da Igreja

Na apl'êSentacão do fenômeno da possessão, o fUme supõe


estudos cuidadosos da parte dos respectivos produtores. Ê o Que
dllerencla cO Exorcista» de outras filmagens rc[erentes à reli·
gllo : enquanto estas nlo nI'O deturpam ou caricaturam os ya.
lores religIosos, .0 Exorcista:. os respeita e realça reverente--
mente.
-501-
42 ,PERGUNTE E RESPONDEREMOS, 180/197,)

W.P. B1atty informou·se das cautelas que a Igreja aplica


antes de pensar em admitir possessão diabólica em algum caso :
é preciso, sim, tentar as possibilidades de explicação clentiflca.
Mostrou também que somente com delega~lio do seu bispo pode
wn sacerdote proceder ao exorcismo (realmente, segundo o Df·
relto Canônico, não é qualquer padre que pode rea.lIzar o exor·
elsmo sol~ne). A Igreja nâo suprimiu o exorcismo q,ue lula
parte do Ritual do Batismo, mas reduziu-o a fórmula mais
breve. visto que era extenso no antigo RUual. Quanto l Ordem
menor do exore1sta, ela já não existe como tal, mas a faculda·
de de praticar o exorcismo taz parte dos poderes sacerdotais a
ser exercidos com licença do bispo.

3.1.4. O. ucerdolel no IlIme


Ao ap.resentar a figura do padre, a pellcu1a é construtiva
Os dois sacerdotes mais em foco são tipos humanos Que. cada
um do seu modo, correspondem ao ideal sacerdotal; Lankester
Merrin é um arqueólogo e missionário, homem dedicado aos
estudos e à cura de almas; mostra-se :zeloso c imbuldo de espt-
rito de fê. O outro, Damien Karras, é notoriamente criatura
de carne e osso : traz o problema subjetivo de nlo haver dado
o devido amparo à sua gerutora; além do que. os estudos de
psiquiatria contribuem para abalal'·lhe a fé e a vocacão I; de-
pois de se comportar com certo ceticismo em rela~ ão no SClbre-
natural. termina sua mlssao cheio de fé e brio, ofcrecendo--5e
ao Maligno para al1vlar mãe e filha, ou seja, Chrls e Regan;
morre vitima do seu zelo pastoral, após libertar a menina e.
ainda em seus últimos instantes. recebe a absolvição sacramen-
tal de suas faltas anteriores (das C]uals ele se mostra arrepen-
dldo).
Os outros sacerdotes Que lr.tecram o enredo do filme, são
personalidade Que traduzem a fidelidade à sua vocação.
Compare-se, aJlu, com este tratamento o Que Zefflrelll dá. ao
Papa, ao bispo de Assis e aos clérigos na sua obra clnnão Sol.
Irmã Lua>: o produtor Italiano caricaturou. desfir.urando a
realidade histórica.

I Ao psiquiatria por si coaduna-se perfellamente com uma ylalto de


f6 crlstl; os estudos -'rios nlo perturbam neco.sarlamente o 106. No
easa de Karru. Illo 58 deu 8m '11r1ude do condicionamento próprio de3'.
p..... ,

-502_
3.1 .5. Obsconld_.

M obscenidades no fllme são reduzidas quase somente a


palavrões ingleses, que, de resto, a dublagem bras!leira só re-
produz em pequena escaJa. A ecna de meslurbaç[lo com um
crucifixo é representada com toda a discrição, de modo a ser
perccptivel mais através das palnvras do que das Imagens.
- Vê-se que, assim procedendo, os produtores fizeram questão
de não explorar o vulgar e grotesco, mas tencionaram polarizar
sempre a aten;ão do público para o conteúdo sério do filme.
Esta sobriedade no tocante ao obsceno e grotcs.."O, em cO Exor-
cista". ê nota rara no cinema. Geralmente os fl1mcs apresen-
tam alguma cena erótica ou nudista; até mesmo «Irmão Sol,
IrmA Lua ~ de Zcffirelli tem s~u quadro de nudismo protraido
além do necessário.
Propondo a masturbação entr~ as expN!ssõcs da possessão,
o autor queria evidenciar o que esta tem de ac1ntoso e blasfe-
mo ; um crucifixo (objeto santo para a f~ cristã) seria o Instru-
mento de um ato bestial e desarrazoado. O demõnlo, em última
análise, é isso: a inteligência voltada para a mentira e o 6dio.
Consta de not:cias da imprensa internacional que os traços
do lilme .0 Exorcista» até aqui recenseados t êm beneficiado
não poucos espectadores; estes declararam ter-se aproximado
de Deus e da fé através do enredo da pelicula. Naturalmente.
ao lado destes, hã os Que se sentiram prejudicados pela pelí-
cula. lt por isto que passamos a enu:1cl:lr também

3 .2 . Aapectos negeUvos

Os prod.uto~s julgaram que deviam retratar a possessão


diabólica com toda a veemência de suas exprcssées possíveis
e imaginâvels. Detiveram-se na filma gem de cenas apavorantes,
caracterizadas por gritos, voz tétrica, ruidos estrondosos, ma·
nifestações de malicia e outros fenômenos aptos a impressionar.
Quiseram assim sugerir uma noção aproximada do que sejam
a maldade e o poder de deboche do demônio ... A inten-;áo é
compreensível, mas não há dúvida de que a acentuncão de tais
fenômenos. tende a abalar os nervos e a resistência psicológica
dos espectadores.
Note--se, porém, que diversas foram as reações suscitadas
no pübllco pelas cenas de terror do fUme. Enquanto nos Esta-
- 503-
14 "PERCUNTE E RESPONDEREMOS, 180/1974

doe Unidos provocaram histeria. e desatinos mentais, na Alema-


nha causaram, antes. risadas e gargalhadas! Donde se vê que
06 efeitos produzidos pelo CUme dependem, em grande parte,
do tipo de públlco ao qual ele é apt"esentado; é certo que wna
pessoa (ou uma coletivIdade) nervosamente abalada, vitima de
problemas psiCOlógiCOS, se sentirA estimulada pelo fUme a pen-
sar mais ainda em sua problemática, tentando enquadrar tal
ou tal easo concreto dentro do enredo da peUcula: os espec:ta-
dores predispostos serão então prejUdicados pelo filme. Ao con..
trárlo, um espectador de têmpera (orte e serena olhará para as
cenaa de cO Exorcista~ com toda a calma, consciente de que
estã diante de uma prodUÇão cinematográfica, artificial, e não
diante da realidade. Esta não há. de ser necessariamente aquilo
que o fllme apresenta, sc Q espectador sabe ser calmo, senhor
de si e, principalmente, fiel à graça de Deus e aos valores
morais.
No Brasil, dada a predlsposição de v.tnde número de pes-
aoas à ~gestão e às reações dai decorrentes, o fUme pode ser
desaeonselhãvel a determinadas fa ixas do público (mAximo se
não são devidamente preparadas para assistir à peltcuJa). Um
cristAo de boa formação, como também uma pessoa de sadio
equlllbrio psiqulco bem preparada, poderão ver no filme valo-
res positivos e impressionante testemunho de fé.
Na verdade, é preclso que os. sacerdotes, mestre5 e respon-
8ávels. 80 comentar cO Exorcista" se esforcem por mostrar
oos seus ouvintes que a tônica do filme não estA em apresentar
fenômenos estranho.! c sugerir que eles ocorrem freqüente-
mente por intervenção do Maligno. Infelizmente esta maneira
de encarar a pelicula é a mais comum entre os espectadores
000 preparados; vem a ser, em muitos casos, daninha, porque
excitante ou enervante. Mas n contribuição positiva do filme
consiste em despertar 85 consclências para a presença e a ação
do Maligno no mundo i como ser perspicaz (ao qual Deus, em
sua sábia providência, concede lnterlerir na história). o dem6-
nio sabe onde e como agredir os homens : é principalmente nu
realidades ditas ordinárias e cotidianas que se verifica a sua
atuação. Com efeito. Satanás é a intellgeneia lúcida a serviço
da mentJra e da caricatura, é"à vontade a serviço do ódio, do
sarcasmo e do deboche. Pois bem: pode..se dizer Que hoje em
dia há manifestacõcs de me nUra e ódio extremamente dntell-
gente$. (espertas, sagazes, ladinas) e requintadas, as quais de

- 504-
"O EXORCISTA·

vez. em Quando são ditas -«satânicas> ou cdlabólicus~ '. :E:, pal'o


"
tanto, para tais fenômenos de inverdade e ódio que se deveria
chamar a atenção do público em geral e do brasilc-iro em es-.
pecial; a pornografia, que concu1ca brio, dignidadC', amfJr, ma·
trimOnio e fanuda, para que alguns grupos financclros possam
eanhar mais dinheiro, é algO de sórdido e satânico. O acinte
COm que se pretende apre~tar o mal (o morti~nio, a fraude,
o deboche, a desonestidade ... ) como algo de relativo ou m~·
mo como algO de bom, é outra expressão de fatílnismo em nos.
&OS dias. As torturas, as lavageN de cérebro, O!\ campos de
çoncentração, as guerras injustas motivadas por Interesses
econômicos, os genocldlos, os deslocamentos de populações e
muitos outros flagelos da história contemporânea deveriam
'provocar, da parte do público cristão conscientizado, uma rea·
ção positiva em prol de mais amor. mais altruismo, mais res·
peito A pessoa humlUla, mais honestidade, mai!. a.pr~o da.
verdade, mais senso de responsabilidade, etc, Possa o fIlm~ cO
Exorclst.. realmente suscitar tal respo,ta por parte do pú-
blico brllsUelro! Possa polarizar a atenção de todol os especta-
dores para a necessidade de um saneamento moral de nossa
sociedade, mediante o esforço generoso de cada um! Possa
dJssipar as crendices e falsas atitude!. religiosas pnrOl provocar
autênticas atitudes de ré e de amor atuante em nosso Brasil! Se
.0 EJ.:orclst4:9 lograr tais resultados, lJoderemos dizer que, mal$
uma vez na história dos homens, o mal serviu AO bem ou a
apresentação do mal desencadeou mais prescnça c expressão
do bem!
li. gul... de r.r.rêncl •• blbllogr4licu, cll.ma-
O tornai sulÇO "erlflntJerung", a. 38, n9 17, 1.5I1X / 7A, onde há artlgoa
de )(ali R.hn." t.ólogo•• do psicólogo EugC!M Konn.dy ;
• rINfsl. argentina "Crllaflo", a. 48, "' 1&98, 221VIII174 : "Oocum~
t.. l6n - EI axorclsta : apaclo pala .1 dl.bo", pp. 464-4&7.

I sem quo rer Julgar as consclOnclu, transcr.vemos oqul um. nolfcl.


colhida n. revlete "C,1I6rfo" cll.da n. bIbliografia dMle I.fligo, p. m:
O f.lecldo dlplom.ta Inglês Slr Ivonn. Kll1tpatrlck, nas m.mo,las do
.eva tempol de .mb.br.ador .m eerllm (1937-1938). II$cro..... u • r.spelto
de Adoll Hlllar; '·Parecl•• sl.r .nvolvldo em um • •ur. de 'lo ImpladYOl
maldada que quom sa lho sentasse plrto senti. opres.'o o pelO", Na
bau desta .xperlêncla, Slt Klrkpatrick ObstiNO que pedi" aupllcenteno.ollM
Il1o lhe Impus.u.m as lunçOn d. secre,4,1o por ocaslao do I,;ma d.
6Utmu .nlf'Wltle. oconldaa. enlra Chemballaln e HlUat.

-505 -
46 (PERGUNTE E RESpONDEREMOS» 18)/1974

APIlNDI<JE

o PBONlJNrnAMEN'ro DA CNBB

A Conferência Nacional dos Blspos do BrasU, em Bo1eUm


de Imprensa datado de 1300n4, publicou a seguinte nota
concernente ao filme (O ExorcJsta~ :
"O fenômeno que o filme 'O Exorcista' vem despertando
no mundo Inteiro, merece algumas considerações serenas;
com as quais se desejaria facilitar uma correta apreciação
da pellcula e das suas repercussões :

1. Não se deve fazer de 'O Exorcista' o que ele nao é.


E ele certamen113 n40 é um filme definitivo - como o livro
em que se apoiou, também não o é - sobre os fenc!lrnenos
de que trata. a saber, a possessão diabólica e o rito do
ExorcIsmo. Certamente o espectador será levado a fazer
numerosaa perguntas; e oxalá entre em contato com bons
conhecedores de Teologia, de Psicologia, de Pslcopatologla
e de Parapsicologia, para obter elementos objetivos de res-
postas.

2. A seu favor. o filme de WIlJlam Frledkln contém a


circunstância de aflorar o problema da existência do Mal no
mundo. bem como de mencionar a limitação da ciência e da
ttenlca humana. Além disso. coloca em destaque. como da<lo
cmll"lGntementa positivo• .o sentido de doaçAo que representa
o secrlffclo de dois padres católicos pela salvaçlo da menina
pos:3ulda, A morte dos doIs relig iosos é o resultado de um
s:lcritfclo pessoal e amoroso que só encontra plena jusUticaçAo
numa assimilação heróica e entranhada da caridade tal como
Crlslo a pregou e vlvenclou. Os exorcismos apresentados no
filme correspondem. em sua correção, à forma clássica do
rito t:ll como é aplicado na Igreja Católica. A dedlcaçAo e
o amor, acima de todas as coisas, da mae atriz pela filha,
Que ela Quer salvar daquele estado abominável de posses·
SIO, constitui Dutra dado positivo, assim como 8 forma digna
e respeitosa como é tratado o drama pessoal do Padre
Karras em crise de fé.

3. Apesar do conteúdo espetacular dos fatos que se


passam no filme (e certamente nao se pode Ignorar Que o

-506 -
·0 EXORCISTA"

escritor Wllllam Peter Blatty reunlu, sensaclonaNsUcamente,


numa só pessoa todos os fenO menos conhecidos de posses-
são demonfaca), 'O Exorcista', em sua forma cinematográfica,
é um filme relallvamente discreto. Comparado, por exemplo,
aos muitos exemplares de filmes de horror que se vêem nas
leias, caracteriza-se por uma linguagem que não epela para
os recursos comuns da surpresa assustadora .ou do Impacto
violento das Imagens Inesperadas.

4. Ainda assim 8 natureza do argumento, a desfiguraçlo


chocante das imagens da menina possulda, o conteúdo re-
pugnante e violento de certas ações e palavras em algumas
cenas tornam o filme dese-conselhável As pessoas Impres-
sionáveis. As que forem vê-Io convictas do eQuilrbrio e da
lucidez que seriam desejáveis, se aconselharia uma reflexAo
Bobre as formas mais comuns com que se spre3enta o Mal
no mundo, este Mal que cada um de nós deve-se esforçar
por superar no quotidiano de sua exIstência ... O Mal que
se manifesta nas paixões do poder, da riqueza, do sexo, que
podem dominar completamente o homem, comprometendo a
fentidade de outros, ofendendo a Justiça e corrompendo 8
sociedade.

5. Por fim, parece caber 8 pergunta: Quel seria o


modo melhor de apresentar verdades e realidades, como a:t
focalizadas pelo filme, B uma gerã.ção anestesiada pelos im-
pactos do século, avessa aos apelos do que sup9ra OS sen-
tidos? Seria talvez 'O Exorcista' uma tentativa para abordar
e despertar o saturado e tliflcil homem de hoje 1"
Esllvão ae«encourl O. S. 8.
--- X

estante de livros
EJpelllrltntlr DIlUI ~. por Frei Betto. Hugo O. Bagglo li vtrlos outro,
autores. Publl"çoeJ CIO, Teologia/ a. - Ed. Vozes, Pettópoll. 1974.
137 x 210 mm, lti10 pp.
O tema enunciado 1& altamante Inl.""8nle; CIlstlos • nto C:1131108 o
Itm abord.do. O volume aelma apreaenl•• eoleboraçlo de algun. especia-
listas celôllco•• cada quel dando" mal',le o nu enloque p,ôpllo. Aulm
Frei Batlo, dominicano que es'a... em prlslo, desenvolve li noçAo da pm.n~
de Oeus .nos nOlloa .emelhanl.. ; Frei Hugo Beoalo. ascdlor e lIter.to, foca-
liza la expr-.."" ...l1glO5as o m/allclS d. poeta, conlemporéneos; o pdc6--

-507-
,PERGUNTE E RESPONDEREMOS. 180/1974

logo Frei Ademar Spll'ldeldreler enellt. I or.ç1o. a medllaçlo como manei-


ras de experimentar Oltlll; dois Illó'olol, Frei Hannógenes Harada a oPa.
Henrique $ Uma Vaz, abordam retptcllY&Manle os pr6;uJos co~lto. "a
expa lindl • de a:rperllftcJ3 da D",,; frei Cartos Meslers tru IUI contrl-
bulç'o blbllca, Nludando • 8xperl.ncla di DeUI fIOI Patriarcas, nos S.blol.
noa Prolalas 8 nos Ap~tolo,; por último, o 18ólO9o Frei Leonardo 80ft
Dponll manelr.. da uperlmanllr a OeuI precblmanla no mundo da Am6rlea
reter6ncla. por CIUla da Iva raparcv!llo concreta n.
Laltna. Tr.l.... da artlgol de 1110 nlval, enlra o. quah melecem upeclal
pasloral, o da Carla.
Uut.,. (e"'oque blbllco) e o da Ad .... mlt Splndel;ir.'et (e"'oque p~lcoI601-
co), O de Frei aetto, errvaredanclo pel.. linhas da chamada "teologia da
llberteçlo", apresenta algvmu perlpectlvas dlscutlvals ou um tania unI!..
te,.ll. Mullo a'blas alo as ponderaç05.. de Frtrl Sp/ndeldreler exposla. 1,
pp. 55-57: enCltam • mediocridade de amudas como reSUna"ta 'reqOanta
da ral'- d8 exparl6ncla viva da DeuSi eata d ..... euscllar um comportamento
coemn!e e corajoso, "lo meramanle ,ollnel:o, do crlsllo, para qua o muncb
poua cral na açlo da Deu. énlr. O. homens qua .. dizem seUl ereuto•.

"rm_ .obJ1l o HIIIII • a E"ltlnl .. por 510 laia Nagno. P.pa. T....
duçlo do originai a nolu. por Ir. MI,la Telx8lr. de Lima O.S.B., e introcluçlo
por D. Cirilo Folch Gomh 0.5.8. Coleçlo -'Fonte. da cltequase"/9. - Ed.
Voz.,. Petr6~1" 1974, 137 li 210 mm. 1m li".
O, chamedot "Pedres da IgraJa" elo ••cntores (bllrpos, presbllefol .
1.'goI) qua cO"lrlbulram pera SI conceber a fadlglr, em le:mo. ortodoxo••
o depósito da ,. conlldo nll!! EscrPural SIGredas. Sabemes qua 1116 o Ik. VII
(eorlelllo dt Conslanllnopla 111, 681) 81 Orando' verdades a:lnenles • 59.
Trindade o a Jean Crl,lo foram objeto da 'rduo, e,tudos e debeles entra
()!I doutoras e milite. da Igre'a: drlu heresias (arlanl,mo, n"lorlsnlsmo,
monofisltmo. monotelltlsmo) .. urgiram sucessivamente, Ilmee!:ando e purflll
o e Integridade du plopoalçOes da '6. Ora, para COnHrvat, elucIdar olor-
mUlar auteMlcamanla e..., verdades, o Sanhor o.u. qui, luscllar na tg'aJa
grandes homans. dada S. lreneu (.6c. 11) lI' S. Greg6rlo Magno (t M4) •
510 JOio Damalceno (t 749). Especlalmenta Importanla foram entlo S.
Agc»lInho (t .4301, S. Ambrósio (t 3971. S. Al8nlrslo Cf 3731. S. B"lIIo
Ct 319). Tal. homaM alo chamados "Padres d. IgreJa", ... Pldres (= pab).
porque conlrlbulrem "1111 O.rar novos crlsllOI pela palayr. da verdada davl·
damlnle fOrmuladl; conllloulram aulm para qua a vide do Eyanoelho alln·
gl"a as garaçll.. po,larloras até haJa. Aa obras dOI Padres da lo:a;e goum
do grande elllme 8ntre os 111610901 d. todos os tompe •.

Ao Ed. VOtas, conaclenle do valor dOI escrtos doa Padres, Iniciou li


publlcaçlo de eac,lIol ••Ietos dOI moamo,; J6 aperecerem nOII. colaçlo
opulCulo. de $. tAgOlUnho, S. Ambrósio, S. Cipriano •.. - Slo Laia Magno
101 bispo de Roma ou Polpa, do '«0 a .4111 . OI .. nnOh deste doulor aqui
lacenseados versam lobre o mistério da Encarnaçlo. Clue dUflInle o s6c. V
ara objeto de disputa. leológlcas aguçadas POf nesto,lenos a monoflslt...
O '6110t admirar' • riqueza leol6g1ctf daU8. peç., eatequ'Ueas, euJIJ tuto
estA fluenlamanta l,.durldo PI'e o potlugu". Nlo h' d6\olje, o .. ~llo do.
PacffU da Igreja _ nIo exCluldo o de S. talo Magno - . pouco hablluaJ
ao p6bllco modernoi raquer-,. cerlo eslorço pITa a.bor•• r l i .uu obras:
Mia obJetivo. por6m, • ollnglval pelo lellol de culllIr. m'dla, que, Inspl:edQ
por S. leio MagnIJ, talyez posa.a . .te ano ylyer um Natal mall ,Ico em tao-
log'a • esplrltualldaet..

-508 -
ESTANTE DE 1i.IVROS

o fWl;a no pmentl di 1111111, pelo Cardell Jeln OlnlelO\l. Traduçlo


do Irln<:tw por F, S . luza. Coleçlo ··Or.çlo e lçlo", novl ..,li, n' 20. -
Ed. Pal,ll1nas, Slo Paulo 19704, ltOx190mm. 191 pp.
O C.rd. D.nUfou laleceu h' mesos, IpÓS uma '1 1~a cheIa de benem..
t'ncl.. no selor dOI estudos de hlstórl. da IgreJ. e de leologla. Foi um
penudor equilibrado, aem I.r estreito ou tac.nho; a aUI vasta c:Jllu,. 1110'
&óllca, leológiea • hlstórlca impec:liu-o de se tomar unUato ral.
O volume descrito aprosenla uma Nrle da caplluios lob:e a atUII crl,1
da lo,.jt: laeullllnçlo. 1I!Mldada I Mbenlnlsmo, aulorldade a obodlAnel1,
plu~llsmo teológico lou dl .... rtas mineira da 10cIUzlr IS ....'dacJe. da ft),
••cerd6clo mlnlstellal, Igreja e mundo moderno, Ig/l"1 I cuttula . . . alo as·
~Ol da tem'lIc .. abord~os paio lulor, Oln16lou escrev. com pro fundi·
dade I erudlçto: auplie nos IfIllora certa Inl,laçb nos tuuntOl de que
trlta. T.I'Iez o crlsllo mtdlo nlo percebi pllnlmlntl o conta!)do di IUI'
piOln.., mas certamente Iplootelt.,' da lallur. d.,.. n~ro lólido e "O\.lro;
prlnelpalmlnll os "caldoles O os lalgos de carta formaçlo dout. ln.:la tarlo
prazar Im lar aa I",tlsa. de problem.s e os anc:aml:ohamenlos de soluçlo
propostos por Danlelou.
Pall e filhos 110 redor da me.. euça:ltillca, por Lui z Magalhla50 o NelKe
Gulm.rln. _ Ed. Paullnu, 810 Paulo 1974, 160 x 230 mm, 9a PP.
Pall e mestres eslao fmqü.ntem.nle â procura da livros aplo•• lo,.
maçlo crlala de c/lançai e adolescentes. Rocetam IICl r p:aso, a um modo
anllquldo de ensinar, estéril em nO$SOS dtas, como lamb6m lomam adotlr
qualquer m61odo novo, '1lslo que nam loda. as no ... as exparlênclu de cale-
quesa t6m sido Igualmenle felizes.
e conscientes disto que vemos o livro teimo referido; drnlln."e •
preparaçlo da Primeira EucIllstta••nvol .... ndo a par1lclpaçlo dos pais dos
candldalos • S , Comunhlo. OI eutorol propo.m dezouate olQuernu de
aullS 'lua 1110 desde a crlaçlo do mundo li do homem ate a ' ..lIdade crlstl
dos alunol, ,. Ilçao 111 reler.nta ao "MIst6rlo do ma''', ou u Ja, ao pecado
originai preclserll de mais clar.za ; dilui o conceUo da Jllcado dos prl:nelros
pais. 001'0 aleito, lemo... p. 2B da obra em loee : "O pecado qUI contaar.
OI oulrOl, nlo é cometido por um Adio no Inicio di humanidade, ma' por
lodo Adio : o homem, cadl hom.m. t ele o picado do mundo. Nela asilo
Incluldos também os maus pecados. NJo 10U um cOldelro IlIocanl. corrom·
pl~o por oullos ..• O pecado originei 6 o pecado di humanidade COmO
lotalldade (Inelultve 00 mau), enquanto contamina cada homam. Em cada
pecado pesloat ressoa Junto o pecado Ollglnel como tom lundamenla'''. Ora
1'110 la poda rlKluzlr o pecado ol'oll'llt ao pecado da humanldoClo ou de todo
hom.",. Extstem, na ",erdada, propod ç~ da Conclllos da Igreja qU& ali:·
mim ur o pecado o"glnl' o pecado dos ptlmelros Plls, seja um casal,
..Jam mullos ca,als lo monogllnlsmo nlo • artigo de U, pola o poll ~ nlsmo
l i concilia bem c om a doutrina do pecado originai no l entldo proposto
paiOl Conclllol) , Mais: com a doutrina do pacado Oltglnal {doa prl:'llelroJ
pais ' ast6 aaaocl.da a doutrina da alevaçlo dos prlmalro. homa!'ll " IIIlaçlo
divina e " Justiça ollolrutl, doutlina esta que 6 de 16 e qua nlo poc!Jrlt ..,
Ignorada na catequase. - Em r)Jtlma an6llse, verlll::a·se que a doutrl ". do
pecado originai nlo .. apena quosllo de henne nOutl::a o exag.,. blbllca,
maa di também iluminada pela Iradlçlo constanll1 da Igreja. qUI 30 afirmou
mal" da uma ....z em pronunciamentos ordll16110s o oxtraordln'rlo. do Ma"
glsl'rlo.
Eis uma raslrlyJo Importanle a fazIr a um 11'110 do qual OI outrtll
capllulol contêm dldol roalmenle Inteross.ntes • cateoq\KIlJI.
I!. D.

-509-
ro f:PERQUNI'E E RESPONDEREMOS» 180!19'T4

. Reeobemoe. e Igradeeemoa os uguhlle, Ilvtoe, doa qua" no momento


""o podamo. dar lenlo 1 Indleaçlo blbllogr6flea:
8alYloICI bole. Entre o eauvelro ... Ilhrtaçlo, por Mortlmer
Traduçla di Sinto AouellO. - Ed. VOZ". Petlôpolls 18704. 135 x 210 mm.
"fi..
PP- 172.
O Inslno 6t!co da "alUI I _ prob ...... MOdamos, por Jotal Blank e
GII.la Uallent.rg. - Traduçlo de Frei Apo/6nlo WeU. Ed. VOl.OS, Pel,~
polia lil04, 135 x 2tD mm. 78 pp.
Jes. Crblo e • rrrc~o nl.>Ylolante. por And :6 Ttoem6. Traduçlo da
4016 Alamlro dI Andrld •. -Ed. Vozes, Petrôpolls 1973, 135x210mm, 246pp.
Cltncla I Crblo, por Plene Tellhard da Chardln. Traduç.ll.o de EphnUm
Fllftlla 11\1...... - Ed. Vozes, Pelrôpolls 1974. 140 x 210 mm. 204 pp.
Crltlo e a eonteslaçlo potlllc.. Rllaclonamento da Ctbto com oPa,·
1!dI) Z"OI., por Ollvelr. Leite Gonçalvas. Publlclçees CIO, História/I. -
E4. Vozes. Petrópolis 19704. 135x210mm, 163 pp.
Um nwndo 11111 doglllas 1, por Thomas JOsepM BurleI!. Coleçlo "eos-
I'IOViIIO" ... -
Ed. Vozea. P'lr6polls 1974, 125 x 180 mm, 79 pp.
Conlrlbulçlo pa:a um. pedagogia de comunlclçlo, por Jod Marques
4' Melo, Ed, PauUnas, 510 Paulo 1974. 130 11210 mm, 231 pp.
caatlmoa com a Igre,a. OraçAo do Tempo Pt.,.nle (Ofrclot V..~~
_ ). EG, Paulln8S, Slo Paulo 1974, 160 li 23C1 mm, 169 pp.
Eapl,llualldade p...blleral haJe. Estudos da CNBB 1. - Ed. Paullnes..
510 Plulo 1974, 125 x 180 mm, 103 pp.
IDI." I 'olltlca. SubsldlOlli l.ol6glco.. Ealud04 da CNBS 2. - Ed.
Peullnas, 510 Paulo 1914, 125 x 180 mm. 504 pp.
ComunldecS.: Ig~.,. na base. EstudO'l da CNSB 3. - Ed. Plullna.
610 P8ulo 1974. 125)( 160 mm. 199 pp.
Pastoral caree,',IL Eatuclos d. CNBB 4.. - Ed. PI\llInas. $lo Paulo
1874, 125 x 180 mm. 190 pp.
" Pu loral WlCaClonal. R.eDdade. rellex6as e plllal. Estudos da
CNBB 5. - Ed. Paurlnas, SAo P .. ulo 1914, 125x lBO mm, 1504 pp.
Igra'a e educaçlo. Pa~e:t.a p.stor. ... Estudai da CNBB a. - Ed.
Paulln.., 510 Paulo 1974, 125x 180mm, 79 pp.
A vida religiosa na 19II,a .,-rtJc:ul.r, poli Comlsslo Eplscop.1 Rlglonal
$ull- CNBB. - Ed. PaulllW, 510 Paulo 1974, 125x 180 mm. 33 pp.
'.Iotal da Euca,l,UL 8ubsldlo*. Documentoa da CNS8 2. - Ed. PaIJ.
nnu, Slo Paulo 1974, 125 x 180 mm, 87 pp.
Jnu. nol EvanllllllOl $ln6UcOl, por Johan Konlngl . Coleçlo "Subsl·
_lo," 3. Pontltlcla Universidade Católica do Alo Grande do S ul, Instituto de
Teologia e Cl6nclu Ratlglas., Porto Al.gre 1974.

-510 -
íNDICE 1974

ERGUNTE
e
Responderemos
INDICE 1974
cOa nfunt:ros CL direita indicam respectivamente lASdcuJo.
ano de edição c pAgina) I

A
(ABSUROO~ DE DEUS ... ......... ....... . 17&/ 1974, p. 343 .
ACASO OU INTELICt.NCIA CRIADORA? .... . 180/1974. p . 463 .
ANABATISTAS: origem ..... ...... . ..........• 118/1974. p. 378.
ANTINOMIAS DA EVANGELlZACÁQ . .. ... . . . 172/1974, p. 146.
APARlÇOES E cAPARICOES~ DE NOSSA SE·
NHORA •.••• •.•• •••... .......• ... ..•....• 170/1914, p. 72.
dRQtJI'I'gr() DO UNIVERSO~ . ..... . . ....... . 179/1974, p. 423.
ASS&MBLtlA DE DEUS~ origem ••• . , ..• ' •... 176/1974, p. a:;o.
ASS~CIA SOCIAL E CAlUDADE CRISTA 119/ 1914, p. 432 .
AUTENTlClDADE DE APARICOES ...... , •..• 170/1974, p . 77 i
MlLAü~ ....... ... . 171/ 1974. p. 91.

B
BATISMO DE CRIANÇAS OU DE ADULTOS? 118/ 1914, p. 383.
BATISTAS. quem s!l.a! • .. ...... _........ , • • ... 178/1974, p. 16.
BIl~LlA E MOVIMENTOS JOVENS •..... . .... . 169/1974, p. 16.
BISPOS DA HOLANDA E O PAPA ........ , .. 169/1916. p . 3.
BONHOUFER, D., E crusro ............ ... . 174/1974, p. 231.

c
CARIDADE t: HUMD..HANTE! ............... . 119} 1974, p. m:
OU JUSTICA? •..•.••. • ..•....• 179/1974, p. 453 .
CARISMATICOS NA IGREJA . .... ...... ..... . 17 /1974. p. 354,
_CARTA DOS DIREITOS 00 ENFERMO» ••.. 170/19 74, p . 68.
CASAMENTOS MISTOS E INTERCOMUNlUO 113/1974, p . 19t.
CASARQU. A., na PolOnla .. ......•..... , .... . 175/ 1974, p . 282.
CATARSE E CONFlSSAO •.•...•... ,., ..... . . . 170/ 1914. p. 53 .
CATEDRA DE PEDRO: origem e perenidade .. 169/ 1974, p . 8.
CATÓLICOS PENTECOSTAlS ........... , .. , .• 169/1974. p. 14:
176/1914, p, 3M .
CIIÕ:NCIA E SABER •........•.•.•.. .... • .... .. 171$/1!)74, p. 370;
QUESTIONADA . .................. . 178,11974. p. 373.
CIENTISTAS E MILAGRES . .. ... ........ .. .. 176/ 1974, p. 323 .
COMUNISMO E CRISTIANISMO C O N C 1 •
UAMSE? .............................. . 1751 1974, p . 275.
CONCILIO VA'I1CANO n E INTERCOMUNHAO
ElICARtSTICA 173/ 1.974, p. 188 .
E ECUl\.tENISMO • 173}1974, p. ISS .
E EVANGELI·
ZACAO DOS POVOS 172/ 1974, p. 144.
I Por lamentAvel lap~o, .. pag:naç4o do n' 176 (agosto) tol repe-
t !da. no n. In (Eetembro) de PRo Acontece, pO:I, que nruram duas
VezI!$ nelte- Ind:ce os números de pàlJlru desde 321 até 364. Para
.dIferenclA·lol, _eri preclSo levar em conta o nl1mcro do !ascleulo ante-
p<*to: 116 ou ITI'.

-512 -
tNOICE DE 1974 53

CONFlSSAO ANTES DA PRIMEIRA COMU·


NHAQ , . .•.. . .• . . . .. ... • .......•... . . ..••• . 172/ 1974. p.. 174 .
CONFIS$AQ OOS PECADOS E PSICANÁUSF. 170/1974, p . 4.3;
SACRAMEN'l'AL: que é? ...... . . 175/1974, p . 289;
COMUNITARIA : como'! . ....... . 175/ 1974, p . 289.
CONGREGACÃO CRISTA NO BRASIL ... . . . . . 176/ 1974, p . 350.
CONGRESSO DE FILOSOFIA (Petrópolis · 1974' 176/1974, p. 337.
CONTRICAO NA VELHICE ....... . , ......•.. . 171/ 1971. p. 355.
CONVERSA0 E MOVIMENTO PENTECOSTAL 176/ 1974. p . 358 .
NA IGREJA E MEDIANTE A
IGR:e:JA •.. .. . ..... . ........... 175/1914. p. 30!.
COX, H" E CRISTO . . . .... . . ...... . .. . . .. ..... . 174/ 1914.p . 239 .
CRIAÇAO 00 MUNDO OU ACASO? . . ... . ... . 18011914. p. 463.
CRIANCAS DISFORMES E ElITANASIA •.••. . 170/1914, p . 58 .
..CRISTO DESCONHEClOO. _ poema d~ R. P.
YUberto " , ' •••• •• • •• , ..•....... " . • ...... 179/ 1914, 4t C3pa;
1:: POB.REZA ...•... , .• ' .... , .. . . .. . . 17:1/1914, p. 428.
CRISTOLOGIA ESCATOLOGICA . •... . .... .... 174/ 197-1, p. 237.
EXJ.STENClALlSTA ....... . .. . 174/ 197-1, p. 221;
HlSTORlCA ... • ......... , ... . 114/ 1974. p . 235;
TEANDRlCA , .. , ., ..... , .... . 17-1/ 1974, p. 224.
TE:OCSNTRlCA .. ...... , .. , .. . 17<1/ 1974, p . 226.
CRlSTOLOGlAS OON·l ']:;MKJtf.ÁNJ::A!) .... " •• 11"/ .l:J"/4. p . U .
l,; V.L.. ... I"I I~ J;:; l' ·.lLu::;Ur·lA • • •••••••••• • • • ••••• . 1 1<,)/I;1I'J, p . aI!.
Cll.KA MJl..AGHUSA: cnúrios de aulenllc.wde 17tj/.l~{4, p . 331 ,

o
DANmLQU, JEAN. morte sub:t.Q.nea .....• • ... 17lt/ l!H4, p . 4IJJ.
lJ&..m.UN IO .l'IO l!;\lANt,it::L.HO . ••••••••.• •• ••••• 111 / 1~(4, p. a:lJ õ
1"l(/1~ {4. p. 345;
11:$/ W74, p . 2OJ;
1H/ 19t4, p . 24tii
p . 258 .
DESCOBERTA DA BlBUA E DA ORACA.O .. .. 169/ 1974, p . ld .
Dl:;Sl"'!;H,'l'AR DE JOVENS PARA C.lUSTO ... . 169/ 1.914. p. 11 .
DESPJtENDIMENTO E SABEOORlA . ... ... , .. 177/ 1974. p. 354.
DIACONIAS NA I GREJA ANTIGA . .. . ..... . 179/1914, p . 429.
DUU:."l'ÓIUO ECuMt:.NlOO E lN'J"ettCOMUNHAO 173/ 1914, p . 189,
DJVORClO EM PLEBISCITO .... . .. . . .. .. . .•.. 174/ 1\:1 14, p . 221.
l:::M PKA'flL!A ........ .... .. 114J19l<1, p . 210.

E
Jô:DIPO, LENDA E COMPLEXO DE .•. , .... , .. 170/ 101<1, p. 47 .
ENVELHECER DIGNAMENTE ...... . .. ..... .. 177/ 1914, p . 351.
ESPíRITO E PRÁTICA DE ORACÃO ..... , . . . 176/ 1974, p. 351.
l::S"l'ERl.LlZ FEMININOS •• • ... •• . •. .... 169/1914. p. 35;
MA!)l,;UUNUS ... .. , .. , . . . 169/1fo174, p. 37 .

- 513-
lNDlCE DE 1974

EUCAlUSTIA ENTRE CATóLICOS E PROTES-


TANI'ES . ... . ......•......••.•........... 173.11974, p . 1'79 .
EUTANASIA PARA ADULTOS E CRIANCAS . 170/ 1974, p. 59 .
EVANGELHO E MILAGRES . .... . .... . ...... . 171/1974, p . 93.
EVANGruzAÇAO DOS POVOS: texto-base para
O Slnodo d Oll Bl!lpOll ..•. ....•..• , .•....•... 172/1974. p . 1~ .
EXAME DE; CONSCt:eNClA: fórmula ........ . 175/1974. p. 297.
EXCOMUNHÃO E MAçoNARIA. ••.....•.• . ... lTI/ 1974, p. lDi;
179/ 1974. p. 415.
rucODO E TENTACOFS DE JESUS .......... . lTT/1974, p. 333.
EXORCISMO: que é! ..... ..... .. . . ..... .... . . 179/ 1974, p. 415.
cEXORClSTA, O;t - fUme •.••.... , .. .. . •..... 180/ 1974, p. 493;
- romance 173/ 1974. p . 415.

F
FÂTJ).{A : . tgnlItcado ........ ... __ .... . ...... . . 270/ 19'1'-1. p . 86.
FIDEtSMO EM RELAÇÃO A CRISTO . ..... . . 174/1914. p . 244 .
FILME DINAMARQUt':S SOBRE JESUS .. .. .. . 173/ 1974, p. 206.
FILOSOFIA .Inda vale em nouOs dias? ...... . 178/ 1974, p. 361 .
FREUD, S., E ANTROPOLOGIA ..... . .. . .... . 170/1974, p. !51.
FRANCIsCO DE ASSIS (cDtMA,O SOL.) .... . 171/1974, p. l26 .
.. ruCAS. DA VEUilCE .... .................. . lTT/1974, p. 350.

G
GEOMETRIA DA NATUREZA .. .. .. . .... ... .. 180/ 1974, p . 468.
eGODSPELL, A ESPERANÇA- _ fUme •...... 169/ 1914. p . 25 .
eGRANDE ARQUITETO 00 UNIVERSO_ .•... 179/ 1974. p . 422.
GROHYKO NO VATICANO ...... ........... .. 175J1914. p. 283.

H
HOLANDA E PRIMADO DE PEDRO ...... • . 100/1974. p . 3.
HOLANDA: INTERCOMUNHJi..O .. .. ....... • ... 173/ 1974. p . 179.

IDADE CRONOLOGlCA E l . PSICOLOOIA 1TT,t197-t. p . 351.


IDADE M ~O lA E CARIDADE •••••.•..•.•. . .. 17911974. p. 435.
IGREJA DE CRISTO : como reconhecf·b.?' . . 178/1,<)71, p . 386:
t:: MACONARIA .... . ..... ..... .. . . . .. . 171/1974. p . 110:
179/ 1974, p . 415,
E POBRES .......... . .. ............ . 179/1974, p. 427.
.. IMPRENSA DE JESUS. . ........ .... . . ... __ . 169/1974. p. 16 •
lNDETERMINISMO UA NATUREZA E MILA·
GRES ... .. .. ................... ... .... .. . 176)1974, p. 338.

- 514-
fNDICE DE 1974 55

l NSTITUlCOES DE CARIDADE E J USTIÇA


SOCIAL ••........•.............. .. ...•... li9/1974, pp . 4Z7
c 014·1.
lNTELIGl!:NCIA CRIADORA OU ACASO? ... . 100/197-1, p . -IS3.
INTERCOMUNHA.O EUCARlSTICA: sim ou não? 173-./1974. p. 179.
dR:i\lAOS DE JESUS,: que:n eram? ......... . • 180/ 1971, p, -481.
L,,)L.A~USMO E lo11STICA ................... .. . 176/Hll-I, p . aro.

J
JERUSA~",, : a "bem·:aventuradD. P.... 1x50~ 177/1!TN, p. 360.
D. "visllo C3 pu) ... . ..... . .... . 17<111971, p. 268.
cidade cristã ... . .... . ..... , •. .• 175/ 19·N . p . 319.
o Santo St:pul-:rQ . ... . ..... . . .. . l i 5/1\')1.I, p. 'lO!!.
JESUS CRISTO: CRISTOLOGIAS CONfEl\IPO·
RA."'fEAS ....•.....................•...... 17-1/ 197", p. 223;
FILME DINA}.tARQUf:S ... . . 173/ l!171, p. 296;
"SUPERSTAR , . . .......... . 112/ 1!lN, p, 16Gi
TENTADO P E LO DEMONIO 1"1711 974, p. 323.
cJESUS REVOLUTION .. que é? .............. . lG9/ 197'1. p. 11 .
JESUS TEVE IRMAOS? . .... .. ....... . ... ... . 180 / 1974, p. 481.
JOVENS E JESUS CRISTO ............. . .... . 169/ 1974, p . 15.
JURA~IENTOS NA MAÇONARIA ... . .. . . , . .. . 179/ 1!l14, p. 424.
JUSTIÇA SOCIAL E CARIDADE . ... .. ...... . 179/1974, p. 453.
JUVENI'UDE PSICOLóGICA . ......... . . .•.... 177,119701, p. 351 .

l
LIBERDADE DE PENSAMENTO NA MAÇONA·
RIA ... ..... . .... ...... ........... .... .. . 179/ 19'74, p. 422.
cUBIDO. SEGUNDO FREUO .... ....... " .. .. 17()/ 1!)71, p. 44.
LIMITAÇÃO DA NATAUDAOE ....... . ..... . 169/ 19701, p . 32.
LOURDES E MILAGRES ..................... . 17G/1974, p. 344.
LúCIA (IR.) E FÁTIl't1A ...... .... ....... , ... . 170/1974, p. 84.

M
MAçoNARIA E IGREJA .................... .. 17111971. p . 104;
NO BRASIL ................ . 171/197'1, p. 118 .
.. MADRE JOANA DOS ANJOS ,. - rilmc ..... . 171/ 197,1, p. 337 .
MARIA SS.: .. ~tlrlC6~ ........ . , .... .... ..... . 170/H171, p. 80.
MARIA, VIRGEM E MÃE. por qu~? ...•.... . 180/ 1974. p. 171.
MARXISMO E C R I ST I A N I S i\1 O CONCI·
LIAPoI-5E? . .............................. . 175/1974. p . 276.
MEDICINA E R ECURSOS EXTRAORDINA·
RIOS ...... ..... .. . ... ................... . 170/1974 , p. 65 .
MEMÓRIAS E CARTAS DE lR?IA LOC1A , .. . 170/ 1974, p. 84.
!\.1ESSIANlShlO DOS APóSTOLOS ........... . 171/ 1971, p. 323.

- 515-
56 1NDICE DE 1974

MILAGRE: que é! .. . .. , .. , . .... ....... . .. . . . . 176/1974, p . 324 .


MILAGRES DE JESUS: autênticos? .. . .. ... .. . 171/1974. p . 9t;
E cMILAGRES_ ... . ..........• . .. 176/ 1914, p. 323.
~mmsZENTY. JOSEF, e Vaticano .. . ..... • ... 175/1974, p . 279 .
MíSTICA FORA 00 CRISTIANISMO ......... . 178/1974. p . (00 ;
lotAOMETANA ..•••••••• •••• •.•••.• 178/ 1974, p . 392 .
l'ItOISes E JESUS . . •....... ... •. ............. 171/1974, p . 333 .
MOLt:STIAS FUNCIONAIS EM . ORGANICAS 176/ 1974, p . 331.
MORRER COM DIGNIOADE E EUT ANASIA . . 170/ 1914. p . 00 .
MORTE DO CARDEAL DANmLOU ..•.... , .. . 178/ 1974. p . 405 .
MOVINENTO BATISTA: origem e doutrina .. . 178/1974, p . 380 .
PENTECOSTAL: orli e m c dou.
trina • . •..... . .. . .... ...• .. 176/ 1974, p . 347.
MOZART E MORTE . .. . .... . .. . ............. . 177} 19'74, p. 358 .
MULHER na obra da ,aJvac~o . ... . ..... .. . ... . lSJ/ 1974, p. 476 .

N
NATAUDADE, LIMITAÇAO DA " ..... .. . . .. . 169/ 1974, p. 32 .
l\"EO·PEN'I'ECOSTALISMO •• •. •..•. . . . • • ..... . 176/ 1974. p. 352.
mO·POSITIVISMO EM RELACAO A CRlSTO 174/19'1'4, p. 244..

o
ORACAO E MILAGRE . ................ . ..... . 176/1974, p. 335.
cORDO PAENrI'ENTIAE. . .• , ..•...•.. . ...... 175/ 1914, p. 290.
.. OS AMORES DE JESUS. - filme .. •. ... ...• 173/1974. p. 206 .
..OSTPOLITIK. DO VATICANO ..... . .......•. 1751l974, p. m .
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PANTEtSMO E MlSTICA MAOMETANA 178/1974, p. 402 .
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PAULO VI E EXISTeNClA DO DEMONlO .••. 173/ 1974, p. 203;
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PENl'n!NClA SACRAMENTAL RI:NOVAOÁ .. 175/1974. p . 291;
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PENt'ECOSTAIS CATóLICOS ...•.......•. .•• 169/ 1974. p. 1":
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PROTESTANI'Es .......... . 176/1974., p. :USo
PlLULA ANTICONCEPCIONAL OU REGULA·
DORA? •...•.•• .••.•..•. •••• • . . ..•.•• . •• . 169/1974. p. 32.
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-516-
rNOICE DE 1974

cPOVO DE JESUS~ E "HIPPIES~ ...• . .. . .•... 169/1974, p. 12 .


PRIMEIRA CONYISSAO E PRIMEIRA COMU·
NH.(O ... .. .. ............................ . 172/ 1974, p . 174.
PROPóSrro DE VIRGINDAOE EM MARIA .. . 180/1974. p. 479 .
PSICANALISE E CQNTISSAO SACRAMENTAL 170/1914. p . 50 .
PSIQUIATRIA E Ff: ...... .... . ... ..... ...... . 180/ 1971, p. rol.
R
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RECONCILIAC.\O COMUNITARTA : como'! . .. . 175/1 !'17-1 .p . 295 .
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RENAN E .. E MILAGRES ........ ........... . 17611!l'701. p . 333 .
RENOVACÁO CARISMÁTICA : origem e sir:n\fl·
end.., • •• •. ....•.••.... • ....... . . .... . ..... . p . 3~ .
17r. / l!Y1<1 .
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R!:VF":T .... ~OES PARTICULARES DA VIRGEM
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RP.VOT.nr-:.lO FRAN~A E CARIDADE . ... . 1"M / l!'174, p . 441-
c·R:~vnr .t1c.(o -POQ. .TF,sUS, •.... .... . . . ...... 'R"' / '~7" p . 11 .
R TTT tAIS MA~nNlcnc; .. .............. . ..... . J'T'"I 1111074. p . 424 .
RITUAL DA CONFISSAO SACRAMENTAL .. . ]75/1974 . p . 289 .
ROBINSON. J.: cUM DEUS DIFEREN'I'E~ 174/ 1974, p. 232 .

s
. SABER ENVELlIECER_ •. . •... , •. , •.•• "., ., 17111974. p. 34$.
cSACER,.SACRUM~. cHIERôS~:
a!gnltteados ... 17!'í1l974. p. aos.
SACRAMENTO DA PENl'N:NCIA RENOVADO 17!'i1l974. p. 2R9 .
SAt:'R.ADO E $A?nQ NA BlBLlA . .. • , •. , •• , •. 17!S / IM-4. p. 3t'K .
SANTIDAnE NA BtBLIA ... ................. . 17!'i1l974. p. 309.
SF'.CUI.ARISMO EM CRISTOLOGIA . • . ........ 17111974. p. 230.
SEGREDO NA MACONARIA .... . .. ..... .... . 17911974. p . 4'24 .
SEITA E .E.~PlRrro SF.CTARIO .....•......... 172/1974. p. 155.
OOmtENA'J'UJUL E VIRCINDADE DE MAnIA 191)11974. p. 01'7-4.
SOLIDlO ENRIQUECIDA NA VEUIJCE ..... . 17111914. p . 3!)4 .
SWffi"'fO (m1stlca maometana) .. " . • • . , . , .•.. 1'18/ 1974, p . 392.
SUGE$'I"AO E CURAS ............ .. .. . 176/ 1974, p . 331 .

T
TEMPO COSMICO OU NA"l't1RAL ..•.... . .... 1'f!5/197(, p. 316.
TEP.IPOS SAGRADOS •••••.•.•...••••...• . •••. 11:5/1974 . p. 315.
TENTACOES DE JESUS NO EVANGELHO .. .. 17711974, p, 323 .
TERMODINAMICA E VIDA ................. .. 180/1974, p, 465.
TERRA DE ISRAE:L - c:ontnute • graga. ••••• . 173J1914., p. 216.

- 517-
58 1NDICE DE 1!T14

v
VATICANO, para onde ruma? . . ......... . .. . . 17511974, p. 284 .
VELHICE TRANQUfi.A . ..... . . . . •. . .. . •• ...• 1Tl/1934, p . 348 .
VICENTINOS: ongem e atunç!o . . •. .• . .•.•. • • 179/ 1974, p . 4-« .
VIDA RELIGIOSA .. ... _. . _.' .. . .. ...... . .. . .. 1'77/1074, p. 342 ,
VIRGINDADE DE MARLA ...... .. . ...... .... . 18011974, p . 471.

w
\VESLEY, JOHN: Carta a um cat6llco romano . . 180/1914, p. 491.

EDITORIAIS
A ESTORIA DOS DOIS SAPOS ... • ........... 17711974.· p . 321.
AINDA A COPA 00 MUNDO . .•.. • ........••• 17611974, p. 321.
A MULHER BENOlT A •.••.... ... •. . . •••.... • 173/ 1974, p. 177 .
CI~NCIA E CONSClE:NC1A . . . . .. . . ........ . . . 17011974, p. 41-
DIVóRCIO EfIoI PLEBISCITO .. . .. .••.. •• . .... . 174/ 1974. p. 221.
cEIS QUE FAÇO NOVAS TODAS AS COISAS_ 16911974, p.--r.
EVANGELIZACAO •...•. . ... • . ... , . .... . ... . . . 178/1974, p , 365.
MAI S UM NATAL! , . . . •. . .. ... . .. .. .. .... . . . 180/ 1974, p. 4G1.
NÃO DEIXE DE DAR CORDA AO SEU RELO·
CIO ..•.•.. .... .. . . . .. o " o •• •• • •••••••• o • • 179/ 1974, p. 413 ,
O DUELO DA VIDA COM: A MORTE ......... . 172Jl!)74, p , 133 .
cONDE ESTA TEU IRMAO?,. .. : . ......... . .. . 17111974. p . 91.
cp PR.OF'ETA DO ESTADO DE SITIO, .... , .. . . 1T:V1974. p . 273 .

LIVROS APRECIADOS
-
AUZOU, Cecrdges _ A T RADIÇJl.O nlnLICA .. 172/ 1974, 34 ~P:CL .
AUBERT, Jean·Maric _ SEXUALIDADE. Ai\lOR
E CASAMENTO ............. ....... .. .. .. 17511914. 3t capa .
BALL.ARINI T . 'C outros - INTRODUÇÃO A
BJBLIA V/ I. ATOS DOS APOSTOLOS, SAO
PAULO E AS EPlSTOLAS AOS T FSSAT..Q·
NICENSES, 1 E 2 CORIN'I'IOS, CAUTAS,
ROMANOS ...... .... ......... . ........... 179/ 1974, p . 460 .
BARBÊ, Domingos - voes CONH ECE OS
PRIMEIROS CRISTAOS? . . ~ : • . ,...... . ... 172/1974, p. 176 .
BauC!r, Johanncs B. - DICIONARIO DE TEO·
LOGI A B1BUCA ... .... ,., ........ .. . ......' 169/ 1974, p. '40:
Benton, ~I:ale - UM HOMEM CONTIl.A A
SECA .. , .. ........" ....... " ...... .. ... . . . . 171/1974,3t capa.
i§etto, BJgglo .ç Ol..\tros . ....,.. .ExPERIMENTAR;
.. : D~US. 'HOJ E .. ~'. ' " .....:- . ,_.... ,.; .. ...... ~ . • _ •. . _.18OIJ.m•.p ,... 507~

- 518 -
tNDICE DE 1974

COLEÇAO t;CONSTRum,; 'NAMORO (Marlele o


. . 'Plo 'Qu.n..rtana), UM UVRO PARA O PAPAI
(Kurt Axmnnn), OS DIREITOS DA MU·
LHER ' (Catnlht Rarlln), ORIENTE SEM
IMPOR IErnst HeUl, OS FILHOS EDUCAM
OS PAIS IFcrdlnand Oertell. PAIS E FI·
UlOS I E n (Spartaeo LueadJni), FAÇA
SEU nLHO FEUZ (WiJly Starck) ....... . 169f1974, .. capa.
Confer"ncla Nacional dos Bispos do Brasil -
IGREJA E POLtTICA. SUBSIDlOS TEQ.
LOGICOS .. . ....... . ........ .. . .......... . 178/1S74, p , ru.
COMUNIDADE : IGREJA NA BASE . . 17811974, 3' capa.
Dalle Noçare, Pedro _ HUMANIS~10S E ANTI·
HUMANISMOS EM CONFLITO •... •. ..•.. 177/ 1974, p. 364.
Dattler, Frederico - OS JOVENS NA DlBUA.
PROBLEMAS, ASPIRAÇOES E CONFLI ·
TOS ....... .. ... . .... . ........ . ........... . 175/1974, 4' capa..
Deecken, AlIons _ SABER ENVELHECER . .. . 111/19N, 4- capa .
CeJ!n, A. - OS PODRES QUE DEUS AMA , .. 172/1974. p . 176.
Gomes, Cirilo }o~o!ch - ANfOJ .CGIA 003 SAN·
TOS PADRES ...... . .. . .......... , .... , .. . 17V1974, ~ capa .
Felncr Johannes e Lõhrer Magnus _ MYSTE·
RI UM SALU'TIS • . ......• """ " "",." . 171/ 1974, p. 103.
Grelot. Pedro - INTRODUÇÃO À BmLIA .. . . . 172/ 1914, 4' capa,
He.schel, Abraham _ O HOi\IEM À PROCURA
DE DEUS ... • ..• , ...... ... . . ... ..... .. , .. 119/ 1974, p. 179.
L lccrda, P. - A FORl\tAÇAO DA COMUNI·
DADE DE JOVENS " ............. . " ... .. 179/ 1974. 3t capa.
O DESPERTAR .... . ........ . 171/1914, 3' capa.
IUesters, Carlos - POR TRl\S DAS PALAVRAS 1'79/ 1974, p, 460.
MlehnA _ ESSeNCIA 00 JUDAIS~lO TALMÚ·
DI CO •. .. . .. .•... ... .•..•. , ....... . •...... 17111974, 3' capa .
Mllpaeher , Pio - REALIZAR-SE NO CASA·
MENTO OU NO CELIBATO ......... ",,, . 172/1974, p. 1'18.
VALE A PENA SER PA·
ORE? .. . .. . .. .. .... . 170/1974, p. 83 .
:MoUnõ, M .D . - A LUTA DE J ACó . . . ..... . . . 113/1974. 3t capa ,
Mulde r, Peter _ DEUS EM NEGATIVO. REFLE-
XOES DE UM FOTóGRAFO ............. . 178/ 1974, p . 391.
}>eret, Alfredo - DEUS TE ESPERA ........ . 179/1974, p. 459.
Plozza, BorJs Luban - O HOMEM HOJE E SEU
SISTEMA NERVOSO .. .... .. ......... . .. . 173/ 1974, 3t capa.
R9tzlnger, Jose! - O NOVO POVO DE DEUS , . 177/ 1974, p. 363.
ltezende, Jos~ Gllcérlo - O PAPA E A CON·
TESTACAO. TEXTOS DE PAULO VI ..... 175/ 1974, p. 303,
Roderlck A. e Mockentie F, - COMO LER
O NOVO TESTAMENTO ............ .... . . 177/1974, p. 363.
Seharbert, Jose! - O MUNDO DA BLBLIA 177/1974, p. 363,

-519-
00 INDICE DE 1974

Schnelder, Roque - AS FACES DO SOFRI·


101EN'TO • •..•.• .• • .• . . •••••••.•..•..•.•••• 179/1974. a. ca~ .
Schleslnger HUIO e PortCJ Humberto - OS PA·
PAS E OS JUDEUS •. . .....•..•.... • ..•..• 169/191... 31 e&pa.
vm.tla. LQcla Jordlo - CENTELHA E CHAMA.
TRAços BIOGRAFICOS DE E S T H E R
VIEIRA DA CUNHA, CARMELl'I'A DES·
CALCA .• . • .. •.• •....•.••. • •. •... ..... .. .. 170/1974, 4t capa.
Von Rad, Gcrhard _ A HlSTÓRIA DE JOSJõ::
DO EGlTO ... ............... . . . . ........ . 173/1914. p. 2M .
Wlener. Claude - exODO DE MOISt5 ...•.. . 178/1974, p , 411 .
Zezlnho, Pe. (Josf Fernandes de Oliveira' _
COLECÁO cPROBlEMAS DA JUVENTUDE. 169/1974, • eapa.

-5li:l_

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