Você está na página 1de 179

LEUCEMIAS

PROF. Ms. ALIPIO O CARMO


Farmacêutico e Bioquímico

carmoao@terra.com.br
LEUCEMIA
• O termo leucemia refere-se a um grupo de
doenças complexas e diferentes entre si que
afetam a produção dos glóbulos brancos
também chamados leucócitos células
responsáveis pela defesa do organismo. “ Eles
crescem de forma anormal e maligna.
Tipos de leucemia

• Leucemia mielóide aguda (LMA)


• Leucemia mielóide crônica (LMC)
• Leucemia linfóide aguda (LLA)
• Leucemia linfóide crônica (LLC)
CÉLULA MÃE PLURIPOTENTE

CÉLULA PROGENITORA MIELÓIDE CÉLULA PROGENITORA LINFÓIDE

ERITROCÍTICO/ CFU-G/M CFU- Eo CFU- BA PRÉ -B NK/


MEGACARIOCÍTICO
PRÉ - T

CFU-M CFU-G
BFU- E
CFU-MEGA

CFU- E

MIELOBLASTO
MONOBLASTO EOSINOFILOBLASTO
MEGACARIOBLASTO BASOFILOBLASTO

LINFÓCITO
CÉLULA NK
LEUCÓTICO PMN
MEGACARIÓCITO MONÓCITO
ERITRÓCITO EOSINÓFILOS BASÓFILO LINFÓCITO T
PLASMÓCITO
Tipo Caracteríticas

Blastos muito indiferenciados, citologia e imunocitoquímica não definem


M0
dados específicos, mas CD13 e CD33 +.
Blastos indiferenciados em alta % (> 30%). Pouca maturação para
M1
mieloblasto. Bastonetes de Auer às vezes.
Blastos indiferenciados (> 30%) e diferenciação até promielócito (< 20%).
M2
Bastonetes de Auer frequentes.
Grande porcentagem de promielócitos hipergranulares. Bastonetes de Auer
M3
comuns.
> de 20% de cels. monocíticas e > 20% de Pmc e MB na medula óssea e/ou
M4
sangue. Diferenciar de M2 e M5.

M5a morfologia monoblástica (> 80%), porém com diferenciação até monocítica.

morfologia promonocítica (> 80% são promonócitos ou monócitos no


M5b
sangue; mais indiferenciado na medula).
> 50% são eritroblastos e > 30% são mieloblastos ou promonócitos
M6
(associação com blastos M1, M2 ou M4).
pequenas céls. indiferenciadas (> 30%) "tipo linfoblastos" no sangue.
M7
Polimorfismo. Necessita biópsia medular.
Classificação:

• LMA-M0 - leucemia mielóide de blastos muito


indiferenciados.
• LMA-M3 - leucemia aguda promielocítica.
• LMA-M4 - leucemia mielomonocítica aguda.
• LMA-M5 - leucemia monocítica aguda.
• LMA-M6 - eritroleucemia.
• LMA-M7 - leucemia aguda megacarioblástica.
• Leucemia bifenotípica - apresenta marcadores imunológicos
para as linhagens mielóide e linfóide.
• Leucemia M2 baso - foi recentemente reconhecida, é oriunda
de precursores basófilos.
• LMA tipo mielomonocítica: anti-MPO, CD13,
CD33, CDw65 e/ou CD117.

• LMA tipo eritróide: glicoforina A+.

• LMA tipo megacariocitária: CD41 e/ou CD61.


Tipo: Características:

LLA tipo L1 blastos pequenos e homogêneos, difícil observar nucléolos.

blastos de tamanho variável, heterogêneo, nucléolos grandes visíveis.


LLA tipo L2
Diagnóstico diferencial com LMA-M7.

blastos grandes, citoplasma basófilo e vacuolizado. Forma de pior


LLA tipo L3
prognóstico.
CÉLULA MÉDIA % VALORES DE REFERÊNCIA %
Mieloblasto 3 0,5 – 5,5
Pró-Mielócito 5 1,5 – 8,0
Mielócito Neutrófilo 12 4,5 – 18,0
Mielócito Eosinófilo 2 0,0 – 3,0
Mielócito Basófilo 0,5 0,0 – 1,0
Metamielócito Neutrófilo 27 12,0 – 42,0
Metamielócito Eosinófilo 2 0,5 – 3,5
Metamielócito Basófilo 0 0,0 – 0,1
Bastão Neutrófilo 24 15,0 – 33,0
Bastão Eosinófilo 1 0,0 – 2,0
Bastão Basófilo 0,2 0,0 – 0,5
Segmentado Neutrófilo 25 14,0 – 35,0
Segmentado Eosinófilo 4 1,0 – 7,0
Segmentado Basófilo 0,2 0,0 – 0,5
Linfócito 22 7,0 – 38,0
Monócito 3 0,0 – 5,0
Pró-Eritroblasto 3 0,0 – 6,0
Eritroblasto Basófilo 3 1,0 – 6,0
Eritroblasto Policromatófilo 15 5,0 – 26,0
Eritroblasto Acidófilo 11 2,0 – 21,0
Célula Reticular 1 0,0 – 2,0
Célula Plasmática 1 0,0 – 3,0
Megacariócito 0,5 0,0 – 1,0
Relação M / E 3/1 2/1–4/1
Mitoses Raras Raras
MORFOLOGIA DAS CÉLULAS DA MEDULA ÓSSEA

CÉLULA DIÂMETRO MÉDIO NÚCLEO CITOPLASMA


- micra -
Cromatina delicada Intensamente basofílico
Pró-Eritroblasto 12 (10 – 14) e homogênea Ausência de grânulos
Nucléolos 1 a 2
Eritroblasto Basófilo 11 (10 – 12) Cromatina mais densa Intensamente basofílico
Ausência de nucléolos Ausência de grânulos
Eritroblasto Policromatófilo 9 (8 – 10) Condensado, Grumado Azul / Marrom
Eritroblasto Acidófilo 7 (6 – 8) Picnótico Cor da hemácia
Cromatina delicada Basofílico
Mieloblasto 17 (15 – 20) Nucléolos 2 a 6 Grânulos azurófilos:
raros / nenhum
Cromatina mais Granulações azurófilas:
Pró-Mielócito 16 (14 – 18) condensada numerosas
1 Nucléolo
Mielócito 15 (12 – 18) Redondo ou oval Granulações azurófilas
e específicas
Metamielócito 14 (10 – 18) Riniforme, Invaginado Granulações azurófilas
e específicas
Pequeno, Excêntrico e Intensamente basofílico
Plasmócito 11 (8 – 15) Cromatina em raios Vacuolizado
de roda de carroça
Megacarioblasto 21 (18 – 25) Sem lóbulos Azul claro
Sem nucléolos
Pró-Megacariócito 18 Início da lobulação Irregular, sem grânulos
Megacariócito Granuloso 35 Lobulado Granulações azurófilas
Cromatina grumada
Megacariócito Trombocitógeno 70 (35 – 100) Muito lobulado Vermelho granuloso
Plaquetas na periferia
PATOLOGIAS DA MEDULA ÓSSEA

PATOLOGIA MIELOFIBROSE AGRANULOCITOSE PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA

Celularidade Reduzida Reduzida Aumentada

Célula Megacariócito Linfócitos Eritroblastos


Predominante Plasmócitos

Pró-Eritroblasto
Série Número reduzido Eritroblasto Policromatófilo Eritroblasto Basófilo
Eritróide de Eritroblastos Eritroblasto Acidófilo Eritroblasto Policromatófilo
Eritroblasto Acidófilo

Série Número reduzido Número reduzido de Todo o escalonamento


Mielóide de Granulócitos Mieloblastos e Mielócitos Mielóide

Número reduzido
de Mononucleares, Linfocitose Megacariócitos aumentados
Outras Linfócitos, Monócitos e Monocitose Número reduzido
Séries Plasmócitos Células Reticulares de Mononucleares
Presença de
numerosos Fibroblastos

Relação M / E ___________________ 10 / 1 a 50 / 1 1/1a4/1


BLASTOS
SUDAN BLACK / ESTEARASE
SUDAN BLACK
CITOMETRIA
LINFOBLASTO
PAS
LLA
LMA – BASTONETE AUER
SUDAN BLACK
LMA – M1 ESTEARASE
M5
LMA – M5 ESTEARASE NÃO ESPECÍFICA
ERITROLEUCEMIA
ERITROLEUCEMIA - PAS
MEGACARIOBLÁSTICA

Imunofluorescência CD 41a citoquímica fator VIII


MEGACARIOBLÁSTICA

IMUNOPEROXIDASE CD 31
BLASTO BASÓFILO
LLA
LLA
LLC - T
LLC ou LINFOMA
IMUNOFENOTIPAGEM
CD34
LLA
LLC - B
LLC
PROLINFOCITICA - B
KAPPA
M3 - PROMIELÓTICA
CITOGENÉTICA
BURKITTS
LLA
LLC - B
FILADELFIA
LEUCEMIA MIELÓIDE
CRÔNICA
LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA

DOENÇA DA MEDULA ÓSSEA

• CARACATERIZADA INICIALMENTE POR


PROLIFERAÇÃO MIELÓIDE SEM PERDA DA
CAPACIDADE DE DIFERENCIAÇÃO

• DOENÇA CLONAL
CÉLULA MÃE PLURIPOTENTE

CÉLULA PROGENITORA MIELÓIDE CÉLULA PROGENITORA LINFÓIDE

ERITROCÍTICO/ CFU-G/M CFU- Eo CFU- BA PRÉ -B NK/


MEGACARIOCÍTICO
PRÉ - T

CFU-M CFU-G
BFU- E
CFU-MEGA

CFU- E

MIELOBLASTO
MONOBLASTO EOSINOFILOBLASTO
MEGACARIOBLASTO BASOFILOBLASTO

LINFÓCITO
CÉLULA NK
LEUCÓTICO PMN
MEGACARIÓCITO MONÓCITO
ERITRÓCITO EOSINÓFILOS BASÓFILO LINFÓCITO T
PLASMÓCITO
CÉLULA MÃE PLURIPOTENTE

CÉLULA PROGENITORA MIELÓIDE CÉLULA PROGENITORA LINFÓIDE

ERITROCÍTICO/ CFU-G/M CFU- Eo CFU- BA PRÉ -B NK/


MEGACARIOCÍTICO
PRÉ - T

CFU-M CFU-G
BFU- E
CFU-MEGA

CFU- E

MIELOBLASTO
MONOBLASTO EOSINOFILOBLASTO
MEGACARIOBLASTO BASOFILOBLASTO

LINFÓCITO
CÉLULA NK
LEUCÓTICO PMN
MEGACARIÓCITO MONÓCITO
ERITRÓCITO EOSINÓFILOS BASÓFILO LINFÓCITO T
PLASMÓCITO
LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA

22
9
LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA

9 22
t(9;22)(q34;q11)
LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA

9 22
t(9;22)(q34;q11)
LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA

BCR BCR/
ABL
ABL
9 22
t(9;22)(q34;q11)
LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA
• PROTEÍNA TIROSINO-QUINASE

– TEM FUNÇÃO NA LEUCEMOGÊNESE

– A CÉLULA NÃO RESPONDE AOS CONTROLES NORMAIS

– LIBERA AS CÉLULAS DA AÇÃO DE CITOCINAS PARA


CRESCIMENTO

– ALTERA A ADESÃO CELULAR


LEUCEMIA MIELÓIDE
CRÔNICA
ABL

ABL É RIGIDAMENTE REGULADO


LEUCEMIA MIELÓIDE
CRÔNICA
ABL

ABL SE MOVE ENTRE O NÚCLEO E O


CITOPLASMA
LEUCEMIA MIELÓIDE
CRÔNICA
BCR/ABL

ENZIMA COM ATIVIDADE AUMENTADA


VÁRIOS SINAIS DE TRANSDUÇÃO SÃO
ATIVADOS
LEUCEMIA MIELÓIDE
CRÔNICA
BCR/ABL

DIFERENTES EFEITOS NO CRESCIMENTO E


DIFERENCIAÇÃO CELULAR
LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA

• DIAGNÓSTICO CITOGENÉTICO
• DIAGNÓSTICO MOLECULAR:

– FISH

– RT-PCR
LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA
• O QUE É O FISH?

– HIBRIDAÇÃO IN SITU POR FLUORESCÊNCIA

– MÉTODO CITOGENÉTICO-MOLECULAR
CITOGENÉTICA MOLECULAR

FISH
CITOGENÉTICA MOLECULAR

FISH
CITOGENÉTICA MOLECULAR

FISH
centromérica

pintura

gênica

telomérica
CITOGENÉTICA MOLECULAR
BCR
ABL
CITOGENÉTICA MOLECULAR
BCR/ABL ES

ABL
BCR

BCR/ABL
BCR/ABL DF

BCR/ABL E ABL/BCR
LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA
• MENOR TAXA FALSO POSITIVO

• MAIOR SENSIBILIDADE

QUAL A UTILIDADE DISSO?


– MONITORAR O TRATAMENTO
LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA

HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA:

FASE CRÔNICA

FASE ACELERADA

FASE BLÁSTICA
LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA

250
GB
200
150
100
50
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA

250
GB, Hb
200
150
100
50
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA

250
GB, Hb,Plq
200
150
100
50
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA

250
GB, Hb,Plq,Eo/Ba
200
150
100
50
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA

250
GB, Hb,Plq,Eo/Ba,blastos
200
150
100
50
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA

250
GB, Hb,Plq,Eo/Ba,blastos FA CB
200
150
100
50
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA

4anos
250
GB, Hb,Plq,Eo/Ba,blastos FA CB
200
150
100
50
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
CÉLULA MÃE PLURIPOTENTE

CÉLULA PROGENITORA MIELÓIDE CÉLULA PROGENITORA LINFÓIDE

ERITROCÍTICO/ CFU-G/M CFU- Eo CFU- BA PRÉ -B NK/


MEGACARIOCÍTICO
PRÉ - T

CFU-M CFU-G
BFU- E
CFU-MEGA

CFU- E

MIELOBLASTO
MONOBLASTO EOSINOFILOBLASTO
MEGACARIOBLASTO BASOFILOBLASTO

LINFÓCITO
CÉLULA NK
LEUCÓTICO PMN
MEGACARIÓCITO MONÓCITO
ERITRÓCITO EOSINÓFILOS BASÓFILO LINFÓCITO T
PLASMÓCITO
CÉLULA MÃE PLURIPOTENTE

CÉLULA PROGENITORA MIELÓIDE CÉLULA PROGENITORA LINFÓIDE

ERITROCÍTICO/ CFU-G/M CFU- Eo CFU- BA PRÉ -B NK/


MEGACARIOCÍTICO
PRÉ - T

CFU-M CFU-G
BFU- E
CFU-MEGA

CFU- E

MIELOBLASTO
MONOBLASTO EOSINOFILOBLASTO
MEGACARIOBLASTO BASOFILOBLASTO

LINFÓCITO
CÉLULA NK
LEUCÓTICO PMN
MEGACARIÓCITO MONÓCITO
ERITRÓCITO EOSINÓFILOS BASÓFILO LINFÓCITO T
PLASMÓCITO
LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA
• CRISE BLÁSTICA

• Ph + Ph
• +19
• +8
• i(17)q
CITOGENÉTICA MOLECULAR
LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA

b3a2
b2a2

REARRANJO BCR/ABL
LEUCEMIA MIELÓIDE
CRÔNICA
BCR/ABL
LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA

ATP

BCR/ABL

TERAPIA MOLECULAR
COM INIBIDOR DA TRANSDUÇÃO DO SINAL
LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA

ATP

BCR/ABL

TERAPIA MOLECULAR
COM INIBIDOR DA TRANSDUÇÃO DO SINAL
LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA
Tirosino-quinase

ATP

BCR/ABL

TERAPIA MOLECULAR
COM INIBIDOR DA TRANSDUÇÃO DO SINAL
LEUCEMIA MIELÓIDE
CRÔNICA

Tirosino-quinase

BCR/ABL

TERAPIA MOLECULAR
COM INIBIDOR DA TRANSDUÇÃO DO SINAL
LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA

Mesilato de imatinibe

BCR/ABL

COMPETIDOR COM O SÍTIO DE LIGAÇÃO


LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA
BCR/ABL
ABL

BLOQUEIO O CRESCIMENTO E
DIFERENCIAÇÃO CELULAR
LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA
DETECÇÃO DE DOENÇA RESIDUAL ATRAVÉS DA
UTILIZAÇÃO DE:

– CITOGENÉTICA MOLECULAR
CITOGENÉTICA MOLECULAR
OUTROS MÉTODOS MOLECULARES:

• M-FISH OU CARIOTIPAGEM ESPECTRAL (SKY)

– SONDAS DE DNA GENÔMICO


CITOGENÉTICA MOLECULAR
OUTROS MÉTODOS MOLECULARES:

• HIBRIDAÇÃO GENÔMICA COMPARATIVA

– FAZ-SE DA AMOSTRA SOB ESTUDO UMA SONDA


CITOGENÉTICA MOLECULAR
APLICAÇÃO DE MÉTODOS MOLECULARES:

• FISH: DIAGNÓSTICO, DRM, MONITORAMENTO DE


TRATAMENTO

• M-FISH: COMPLEMENTAR À CITOGENÉTICA PARA


ESCLARECIMENTO DE ALTERAÇÕES COMPLEXAS

• CGH: DIAGNÓSTICO DE DESEQUILÍBRIO GENÔMICO


LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA
• APLICAÇÃO DE MÉTODOS MOLECULARES NA
PRÁTICA:
– CITOGENÉTICA MOLECULAR

• UTILIDADE NO DIAGNÓSTICO E NO
MONITORAMENTO DO TRATAMENTO
MPO
M5 - MONOCÍTICA
M4 -EOSINOFILICA
ERITROLEUCEMIA
MEGACARIOCÍTICA
BASTONETE AUER
LMA
LLA ou LMA

CLOROMA
LLA – MEDULA ÓSSEA
LLA
LLC
LLC
CARDIOMEGALIA - LMA
LMA
SARCOMAS

LMA - EOS
LMA - EOS

LMA - ME
LMA – M1

LLA

LLC
LMA – M5
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• Cremer,T et al: Detection of chromosome aberration in the
human interphase nuclei by visualization of specific target
DNA with radioactive and nonradioactive in situ hybridization
techniques-diagnosis of trisomy 18 with probe L184. Hum
Genet 74: 346, 1986. Poddighe, P.J. et al. : Interphase
cytogenetics of Hematological Cancer. Comperison of classical
karyotyping and in situ hybridization using a panel of eleven
chromosome specific DNA probes. Cancer Res 51: 1959-67,
1991. Escudier, S. et al: Fish and cytogenetic studies of
trisomy 12 in chronic lymphocytic leukemia. Blood 81(10):
2702-7, 1993.
Polka, G et al.: Fish detection of mixed quimerism in 33
patients submitted to BMT. Bone Mar Transpl 17: 231-6,1996.
LMA – M0
LMA-M1
LMA – M2
LMA-M3
LMA-M4
LMA-M5a
LMA – 5b
LMA-M6
LLA-L1
LLA-L2
LMC
MIELOMA MÚLTIPLO
MIELOMA MÚLTIPLO

É uma proliferação neoplásica de um clone único de


plasmócitos, na maioria das vezes produzindo uma
imunoglobulina monoclonal. Este clone prolifera na medula
óssea, e com grande frequência resulta em destruição
extensa do esqueleto, com lesões osteolíticas, osteoporose e
fraturas. Anemia, insuficiência renal e hipercalcemia
também são comuns.
Etiologia

Exposição ao benzeno, inseticidas, herbicidas ou


radiação podem estar envolvidos na etiologia desta doença.
Fatores genéticos são descritos, com aparecimento da
doença em irmãos gêmeos. Há um consenso em que
anormalidades cromossômicas têm importância na
patogênese do mieloma. A translocação mais comumente
encontrada envolve os cromossomas 11 e 14.
Epidemiologia

O mieloma múltiplo é responsável por 1% de todas


as neoplasias e 10% das neoplasias hematológicas. Sua
incidência anual, nos EUA, é de quatro casos em 100.000
habitantes ao ano, existindo suspeitas de que esteja
aumentando. A idade média ao diagnóstico é 65 anos, 18%
dos pacientes têm menos de 50 anos e apenas 3% estão
abaixo dos 40 anos.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Doença Óssea
Mais de 2/3 dos pacientes têm dor óssea nas costas
ou no tórax, geralmente relacionada aos movimentos e
melhorando com o repouso. As lesões ósseas ocorrem
devido à hiperfunção dos osteoclastos, que são estimulados
por aumento de IL-6, IL-1, FNT, fatores estimulantes de
colônias, proteína inflamatória dos macrófagos e fator de
crescimento dos hepatócitos.
As interações que resultam no aumento da
reabsorção óssea produzem um microambiente excelente
para a proliferação e sobrevida das células do mieloma,
inclusive aumentando sua resistência aos tratamentos
quimioterápicos. Assim, bloquear a ação dos osteoclastos,
inibir a reabsorção óssea e a habilidade das células do
mieloma de permanecerem aderidas a este microambiente da
medula óssea pode contribuir para reduzir a progressão da
doença óssea, mas não necessariamente melhorar as lesões
osteolíticas.
Doença Renal

O “rim do mieloma” caracteriza-se pela obstrução


dos túbulos distais, proximais e coletores, provocada pela
deposição de um aglomerado de proteína monoclonal,
albumina, células epiteliais gigantes e mucoproteína de
Tamm-Horsfall(sintetizada pelas células tubulares na alça
ascendente de Henle). Na sequência, há dilatação e atrofia
dos túbulos renais, com distorção e perda de função dos
néfrons, eventualmente associadas à nefrocalcinose e
fibrose intersticial.
A presença de proteína de cadeia leve na urina está
sempre presente nos casos de acentuada perda de função
renal e necessidade de hemodiálise. O risco de insuficiência
renal está ligado a dois importantes fatores:
•Massa tumoral
•Quantidade de cadeia leve na urina
Outros fatores de importância na precipitação de
insuficiência renal são a hipercalcemia, desidratação e uso
de antiinflamatórios não hormonais.
Pacientes que desenvolvem insuficiência renal têm
uma sobrevida média de 9 meses, comparada aos 33 meses
dos que têm função renal normal.
Doença Neurológica

Radiculopatia é a complicação neurológica mais


comum em pacientes com mieloma. Resulta da compressão
nervosa provocada pelo colapso de uma vértebra destruída, e
em 10% dos casos, a compressão é causada por uma massa
extramedular. Dor mais intensa, fraqueza ou parestesias das
extremidades inferiores, alterações funcionais da bexiga ou
intestino são sintomas.
Neuropatia periférica é pouco frequente, e quando
presente geralmente está associada à amiloidose ou ao
mieloma com lesões escleróticas.
QUADRO LABORATORIAL

Não existe manifestação específica do mieloma


múltiplo no exame de sangue periférico. Anemia
normocrômica e normocítica ocorre em 2/3 dos pacientes ao
diagnóstico, e 50% têm rolleaux eritrocitário, que é
consequência do excesso de gamaglobulinas. Proteinúria
ocorre em 90%, e 80% dos pacientes com mieloma múltiplo
têm proteína de Bence Jones na urina. Alterações da função
renal são comuns, 48% a 77% dos pacientes têm creatinina
acima do normal, mas a ocorrência de disfunção renal
significativa não é muito frequente(18% a 25% dos casos).
O achado mais importante é a demonstração de
proteína monoclonal no soro, na urina ou ambos, o que
ocorre em cerca de 95% dos pacientes. A eletroforese de
proteínas no soro mostra um pico monoclonal em 80% dos
casos. Aumento de IgG é encontrado em 52%, IgA em 21%,
apenas proteína de Bence Jones em 16% dos casos.
O exame de medula óssea classicamente confirma o
diagnóstico. O envolvimento pode ser mais focal do que
difuso, e alguns pacientes necessitam aspirado e biópsia em
vários sítios para a confirmação do diagnóstico. Os
plamócitos geralmente constituem mais de 10% das células
mononucleadas da medula.
Os achados radiológicos mostram lesões líticas
(saca-bocado), osteoporose e fraturas em até 80% dos casos
ao diagnóstico. A tomografia computadorizada e a
ressonância magnética são exames superiores aos exames
radiológicos comuns para detecção destas lesões.
Hipercalcemia está presente em 25% dos pacientes.
O nível de beta-2-microglobulina é dos mais importantes
fatores prognósticos em pacientes com mieloma múltiplo.
Pacientes com beta-2-microglobulina acima de 4ug/dl ao
diagnóstico têm sobrevida média de 48 meses, enquanto os
que têm valores inferiores, têm sobrevida média de 12
meses. Níveis elevados de LD ao diagnóstico, encontrados
em 12% dos pacientes, estão relacionados com doença
agressiva, grande massa tumoral e pior resposta a terapia.

Você também pode gostar