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Princípios de
eletricidade
MECÂNICA 3
F = q · E (1.1)
Figura 1.1
Campo elétrico e força
sobre uma carga positiva.
E E
F F
Unidade que
corresponde à
força que faz um
objeto de 1 kg ser No Sistema Internacional de Unidades (SI), a força F é medida em newton (N)
acelerado a 1 m/s. e a carga q é medida em coulomb (C). Portanto, a unidade do campo elétrico
E é dada em N/C.
16
CAPÍTULO 1
Figura 1.2
Analogia entre potencial
gravitacional (a) e
hA VA potencial elétrico (b).
Fgravidade Felétrica
hB VB
(a) (b)
Figura 1.3
Elétrons movimentando-
-se no condutor ligado
aos polos de uma pilha.
17
MECÂNICA 3
(+) (–)
fio condutor
Bateria
1 ampere representa o
fluxo de 1 coulomb (C) de
cargas elétricas através
A corrente elétrica I é definida como a quantidade de cargas Q (medida em cou-
da seção transversal do
lombs) que atravessa uma seção do material (fio) durante certo tempo Dt (medido
material condutor,
durante 1 segundo (s).
em segundos). A unidade de medida de corrente elétrica no SI é o ampere (A).
Portanto, 1 A = 1 C/1 s. Podemos calcular a corrente pela equação 1.3.
18
CAPÍTULO 1
Figura 1.5
Efeito da resistência na
corrente de um elétron.
(–) (+)
U1 U U
= 2 = 3 = R (Ω) (1.4)
I1 I2 I3
U
R= (Ω) (1.5)
I
U = R · I (V) (1.6)
U
I= (A) (1.7)
R
19
mecânica 3
Figura 1.6
Formato do f io para
a 2a lei de Ohm.
L
L
R = ρ⋅ (Ω) (1.8)
S
em que:
20
CAPÍTULO 1
Figura 1.7
Código de cores
para resistores.
I = I1 = I2 = I3 = I4 (1.9)
Figura 1.8
U I Circuito elétrico
contendo resistores
associados em série.
I4 R4 R1 I1
R3 R2
I3 I2
21
mecânica 3
U = I (R1 + R2 + R3 + R4)
Figura 1.9
Resistência equivalente.
U I
Req
22
CAPÍTULO 1
Figura 1.10
Circuito elétrico
U contendo resistores
I I
associados em paralelo.
R1
I1
R2
I2
R3
R4 I3
I4
DICA
U1 U U U
I1 = ;I2 = 2 ;I3 = 3 ;I4 = 4 O circuito com
Ri R2 R3 R4 a associação de
resistores em paralelo
sucessivamente. Chega-se, então, à equação 1.11: recebe o nome de
divisor de corrente.
U U U U U
I= = + + + (1.11)
Req R1 R2 R3 R 4
1 1 1 1 1
= + + + (1.12)
Req R1 R2 R3 R 4
23
mecânica 3
Figura 1.11
Resistência equivalente.
U
I
Req
1 1 1 1 R + R1 R1R2
= + → = 2 → Req =
Req R1 R2 Req R1 ⋅ R2 R1 + R2
Figura 1.12
Circuito misto de resistores.
R2 R4
a
R1 R3 R5
24
CAPÍTULO 1
Etapa 1
Associar todos os resistores que estejam em série. No caso da f igura 1.12, temos
R4 e R5, que associados resultam em R A = R4 + R5, mostrado na f igura 1.13.
Figura 1.13
R2 RA Resultado da etapa 1.
a
R1 R3 R5
Etapa 2
Agora, temos R3 em paralelo com RA, que resulta no resistor equivalente
R 3R A
RB = , mostrado na f igura 1.14.
R3 + R A
Figura 1.14
R2 Resultado da etapa 2.
a
R1 RB
Etapa 3
Novamente, temos uma associação em série entre R 2 e RB, que será chamada
RC = R2 + RB, mostrada na f igura 1.15.
Figura 1.15
a Resultado da etapa 3.
R1 RC
Etapa 4
Agora, temos uma associação em paralelo entre R1 e RC, que será chamada:
RR
R = 1 C
D R +R
1 C
25
mecânica 3
Figura 1.16
Resistência equivalente. a
RD
Figura 1.17
Circuitos em estrela 1
e triângulo. 1
R1
R 13 R 12
R3 R2
3 2 3 R 23 2
26
CAPÍTULO 1
Exemplos
Figura 1.18
Transformação da ligação
1
estrela para triângulo.
1
10
R 13 R 12
27 15
3 2 3 R 23 2
Solução:
10 ⋅ 15 + 10 ⋅ 27 + 15 ⋅ 27
R12 = = 30, 56 W
27
10 ⋅ 15 + 10 ⋅ 27 + 15 ⋅ 27
R13 = = 55 W
15
10 ⋅ 15 + 10 ⋅ 27 + 15 ⋅ 27
R23 = = 82, 5 W
10
Figura 1.19
Transformação da ligação
1 triângulo para estrela.
1
R1
10 15
R3 R2
3 27 2 3 2
27
mecânica 3
Solução:
15 ⋅ 10
R1 = = 2,88 W
15 + 10 + 27
15 ⋅ 27
R2 = = 7,79 W
Figura 1.20 15 + 10 + 27
Processo de simplif icação
10 ⋅ 27
de circuito: R3 = = 5,19 W
a) circuito original;
15 + 10 + 27
b) transformando o
3. Determinar a resistência equivalente entre os pontos A e B do circuito da
triângulo de nós 1,
f igura 1.20a.
2, 3 em estrela.
1
A A 1
10 10
1,3
5 7
X
2 3
2,8 3,9
2 15 3
5 3 3
5
4 4
B B
(a) (b)
Solução:
1
A 1 A
10 10
1,3
1,3 A
X 15
X
7,8 6,9 B
3,7
4
B B 4
(c) (d) (e)
28
CAPÍTULO 1
t DE
P= = s (1.13)
Dt Dt
1 W = 1 J/s
DE = P · D t = 1 W · 1 s = 1 J
Com base na equação 1.14 acima e na 1a lei de Ohm (equação 1.6), obtemos
mais duas relações úteis como as equações 1.15 e 1.16 dadas a seguir:
U U2
P = UI = U = (1.16)
R R
29
mecânica 3
Conversão de unidades
1 HP 745,7 W
1 cv 735,5 W
Conversão de unidades
1 cal 4,18 J
Exemplo
Calcular a quantidade de energia consumida em um banho de 20 minutos
usando um chuveiro de potência 7 500 W. Apresentar o resultado em J e em
kWh.
Solução:
Calculando em kWh:
30
CAPÍTULO 1
geral com o ar. Assim, quanto maior a potência dissipada, maior a área externa Figura 1.21
do componente, sendo necessário, por vezes, o uso de dissipadores de calor. Tamanho do resistor,
A f igura 1.21 mostra o encapsulamento de resistores empregados em circuitos potência elétrica e
eletroeletrônicos. dissipador de calor.
25 W
0,25 W
0,5 W
1W
aletas de
alumínio
2W
O efeito Joule
Ao falar de resistência elétrica (seção 1.1.3), foi comentado que, com a pas-
sagem da corrente elétrica, os elétrons, em seu trajeto, “chocam-se com os
átomos” da estrutura do condutor. Isso aumenta a agitação dos átomos e,
consequentemente, a temperatura do condutor/resistor. Assim, o resistor
tem como principal característica transformar toda a energia elétrica rece-
bida em energia térmica (calor).
Ao falar de potência (seção 1.4.1 – f igura 1.21), também foi visto que,
quanto maior a potência dissipada, maior deve ser o tamanho do resistor/
dispositivo, para evitar danos a ele por temperatura excessiva. A esse fenô-
meno, do aquecimento do dispositivo pela passagem da corrente elétrica, é
dado o nome de efeito Joule.
31
mecânica 3
EsaÌda
h= ⋅ 100 (1.17)
Eentrada
PsaÌda P
h= ⋅ 100 = mec. ⋅ 100 (1.18)
Pentrada PelÈt.
Exemplo
Solução:
32
CAPÍTULO 1
sos tipos, máquinas de solda a arco e fornos a arco. Outras cargas necessitam de
tensões contínuas, como cubas eletrolíticas para o ref ino do alumínio, sistemas
de galvanoplastia, sistemas de solda a arco em CC e motores CC (trens, elevado-
res, equipamentos industriais).
Uma tensão (ou corrente) contínua, como mostrado nos itens a e b da f igura
1.22, não altera sua polaridade ao longo do tempo, ao contrário da tensão (ou Figura 1.22
corrente) alternada, mostrada nos itens c e d, na qual essa alteração ocorre. As Formas de onda de
formas de onda mostradas em a e b são contínuas, e a tensão da f igura 1.22b é tensões e correntes:
de grande interesse prático, por ser constante. Ela é obtida quando se faz uso, por a) contínua;
exemplo, de pilhas, baterias, retif icadores, fontes reguladas e geradores CC. A b) contínua constante;
tensão mostrada no item d da f igura 1.22, que tem formato senoidal, é a gerada c) alternada;
e distribuída aos consumidores residenciais, comerciais e industriais. d) alternada senoidal.
0 0
0 t 0 t
t t
0 0
0 0 (c) (d)
(a) (b) (c) (d)
ϑ( )
ϑ(t)
Vp
(rad)
0
0 t (s)
α =0
T α
α
(a) (b)
Figura 1.23
A tensão alternada senoidal da f igura 1.23 é def inida matematicamente pela Tensão alternada senoidal e
equação (1.19): parâmetros característicos:
a) tensão em função
v(t) = VP cos(wt + a) (1.19) do tempo t;
b) tensão em função
em que: do ângulo q.
33
mecânica 3
2
Vp / 2
P=
R
É como se aplicássemos uma tensão contínua de valor Vp/√2 à resistência.
Esse valor, que, colocado na fórmula, fornece a potência consumida real, é
chamado valor ef icaz.
Observação: Tudo o que foi discutido e demonstrado até aqui é válido também
para correntes alternadas.
34
CAPÍTULO 1
ω ϑ ( ) (V)
100
60º 86,6
90º
70,7 =ω t
50 (rad)
30º 45º 0
0 15 30 45 60 75 90 105 120 135 150 165 180 195 210 225 240 255 270 285 300 315 330 335 360
-50
-100
Vp
v( t ) = Vp cos(wt + a ) ⇔ V = a (1.20)
2
Para evitar confusão
O que é mostrado na equação (1.20) não é uma igualdade. A expressão dada à com o símbolo usado
esquerda é a forma de onda senoidal
. real, que pode ser vista com o uso do osci- para corrente elétrica
loscópio. A da direita é o fasor V , número complexo associado a v(t). É uma (i), costuma-se
notação mais compacta que facilita os cálculos de correntes e tensões. representar o
número imaginário
A seguir, exemplo de cálculo para demonstrar a utilidade do uso dos fasores. √−1 com a letra j.
Ou seja, j = √− 1.
Exemplo
Se conectarmos dois geradores em série, um com tensão v1(t) = 10 cos(377 t) V
e o segundo def inido por v2 = 10 cos(377 t + π/2) V, quanto vale v1 + v2?
Solução:
35
mecânica 3
passando para
V 1 + V 2 = (10 / 2 ) 0o + (10 / 2 ) 90o
forma cartesiana
→
vol tan do para
forma polar
= (10 / 2 ) + (10 / 2 ) j →
= 10 45o
v1( t ) + v 2 ( t ) = 10 2 cos(377t + p 4) V
i(t)
I(R) v(t)
100,00
50,00
100 2
R 0,00
ϑ(t)
–50,00
–100,00
0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00
Tempo (ms)
Figura 1.26
Diagrama fasorial com
tensão e corrente em fase. I V
36
CAPÍTULO 1
O indutor
Figura 1.27
Símbolo do indutor.
XL = wL = 2pfL (1.21)
IP = 100/XL = 100/(2π60 · 5,305 · 10−3) = 50 A
A corrente estará atrasada 90° com relação à tensão. Para verif icar se a corrente
está atrasada, basta localizar o instante em que a tensão começa a f icar positiva. Figura 1.28
A corrente começa a f icar positiva após ¼ de ciclo (90°). A f igura 1.29 represen- Tensão e corrente
ta o diagrama fasorial com a corrente atrasada com relação à tensão. em um indutor.
50,00
ϑ (t)
L
5.305 mH 0,00
100
–50,00
–100,00
1000,00 1005,00 1010,00 1015,00 1020,00 1025,00
Tempo(ms)
37
mecânica 3
Figura 1.29
Diagrama fasorial com a
corrente atrasada em 90°
V V
com relação à tensão.
ϕ = 90º
ϕ = 90º
I
V na referência I na referência
O capacitor
O capacitor é um dispositivo elétrico formado por duas placas condutoras metá-
licas (por exemplo, f ilme de alumínio), separadas por um material isolante cha-
mado dielétrico (poliéster, polipropileno, papel, ar etc.). Os capacitores são bas-
tante empregados em instalações industriais para a correção do fator de potên-
cia. A f igura 1.30 ilustra o símbolo gráf ico do capacitor.
Figura 1.30
Símbolo do capacitor.
1 1
XC = = (1.22)
wC 2pfC
A corrente estará adiantada 90° com relação à tensão. Para verif icar se a corrente
está adiantada, basta localizar o instante em que a tensão começa a f icar positiva.
A corrente começa a f icar positiva ¼ de ciclo (90°) antes da tensão. A f igura 1.32
mostra o diagrama fasorial com a corrente adiantada em relação à tensão.
38
CAPÍTULO 1
50,00
ϑ(t)
C 0,00
100 1.32 mF
–50,00
–100,00
0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00
Tempo (ms)
Figura 1.31
I Tensão e corrente
I
em um capacitor.
ϕ = 90º
ϕ = 90º
Figura 1.32
V V Diagrama fasorial com a
V na referência I na referência corrente adiantada 90°
com relação à tensão.
Exemplo
39
mecânica 3
Figura 1.33
Circuito RLC em série. R L
2 0hm i(t) 10,6 mH
ϑ(t) C
100 1,32 mF
Solução:
V = (100/ 2) 0o
= j2p60 ⋅ 10,6 mH = 4j W X
= -j 1
R=2W XL C = -2jW
2p 601,32 mF
Z = R + X
+X
L
= 2 + 4j - 2j =2 +2j = 2,83 45o W
C
o
I = V = (100/ 2) 0 V = 25 -45 o A
Z 2,83 45o W
i( t ) = 25 2 cos(377t - p / 4) A
40
CAPÍTULO 1
I(R) v(t)
100,00
50,00
0,00
–50,00
–100,00
v(t)* I(R) P
5 000,00
4 000,00
3 000,00
2 000,00
1 000,00
0,00
100,00 105,00 1 010,00 1 015,00 1 020,00 1 025,00
Tempo (ms)
41
mecânica 3
I(L) v(t)
100,00
50,00
0,00
–50,00
–100,00
P v(t)* I(L)
5 000,00
4 000,00
3 000,00
2 000,00
1 000,00
0,00
100,00 105,00 1 010,00 1 015,00 1 020,00 1 025,00
Tempo(ms)
Figura 1.35
Gráf ico superior: tensão Potência instantânea em um capacitor
e corrente instantâneas.
Para o capacitor, podemos fazer uma análise semelhante à do indutor, ou seja, a
Gráf ico inferior:
potência média é nula e apresenta um valor de potência reativa.
potência instantânea e
potência média P.
Potência ativa, reativa, aparente e fator de potência
Foi mostrado que as cargas resistivas (aquelas que apresentam a corrente em fase
com a tensão) consomem apenas potência ativa, enquanto capacitores e induto-
res (corrente defasada em 90°) consomem apenas potência reativa. Na prática,
os equipamentos encontrados no meio industrial são compostos pelos três com-
ponentes (R, L, C), em que a corrente se apresenta adiantada ou atrasada em
um ângulo que varia entre 0° e 90°. Essas cargas consomem tanto potência ativa
como reativa.
42
CAPÍTULO 1
Figura 1.36
Representação gráf ica
das potências:
S Q a) carga indutiva;
b) carga capacitiva.
ϕ P
P ϕ
Q
S
(a) (b)
1.6.1 Multímetro
É um dos instrumentos de grande importância para utilização em laboratórios
de qualquer especialidade. O multímetro, ou multiteste, permite a medição da
tensão, da corrente e da resistência de um circuito elétrico. A f igura 1.37 mostra
os dois tipos de multímetros, o analógico (de ponteiro) e o digital.
Figura 1.37
Multímetros:
ZiRCOniCuSSP/ShuTTERSTOCk
a) analógico;
b) digital.
vERSh/ShuTTERSTOCk
(a) (b)
43
MECÂNICA 3
Figura 1.38
Galvanômetro. escala
bobina
N S ímã
permanente
núcleo mola
de ferro
Com corrente nula, o torque aplicado à bobina é nulo, e o ponteiro fica em seu
ponto de descanso, totalmente à esquerda da escala. Com corrente positiva, o pon-
teiro se movimenta no sentido horário. Se a movimentação do ponteiro for para a
esquerda, entende-se que a polaridade das pontas em relação ao ponto de medição
está invertida. Assim, podemos afirmar que o multímetro analógico é polarizado, e
deve-se tomar o cuidado para sempre utilizar a ponta vermelha no positivo (+) e a
ponta preta no negativo (–) dos pontos medidos.
O multímetro possui escalas distintas para cada grandeza a ser medida, como é
mostrado na f igura 1.39.
Figura 1.39
Escalas de um
multímetro analógico.
SERDAR TiBET/ShuTTERSTOCk
O instrumento possui uma chave seletora, para selecionar a grandeza a ser me-
dida pelo aparelho. Descrevem-se a seguir os procedimentos de medida de cada
grandeza.
44
CAPÍTULO 1
Figura 1.40
Símbolo utilizado para
V representar um voltímetro.
Figura 1.41
Medindo a tensão entre
os pontos a e b.
a + +
r
R V
+
E
–
b – –
circuito sob medida
45
mecânica 3
Figura 1.42
Chave seletora mostrando
os valores de f im de
escala para o modo de
medida de tensão DC.
Dmitri Eliuseev/Shutterstock
Analogamente, podemos medir valores ef icazes de tensões CA, passando a chave
seletora para a posição VAC (tensão em corrente alternada), escolhendo a escala
adequada, conforme mostra a f igura 1.43.
Figura 1.43
Escala para medida de
tensões alternadas.
Dmitri Eliuseev/Shutterstock
Figura 1.44
Escala para medida
de correntes CC.
Dmitri Eliuseev/Shutterstock
46
CAPÍTULO 1
Figura 1.45
Símbolo gráf ico do
A amperímetro.
Figura 1.46
R5 a) Circuito a ser medido;
+ –
A
b) conexão do
R5
amperímetro.
R6 I R7
U
R6 I R7
U
R5
R6 I R7
U
– +
A
(a) (b)
Figura 1.47
Escalas da chave seletora
do multímetro utilizado
Dmitri Eliuseev/Shutterstock
como ohmímetro.
47
mecânica 3
Esse ajuste precisa ser feito para cada mudança de escala na chave seletora.
Uma vez conseguido o ajuste, as pontas de prova devem ser conectadas ao
componente a ser medido. É importante que o componente esteja desconecta-
do do circuito para:
Multímetro digital
48
CAPÍTULO 1
Figura 1.48
Amperímetro alicate.
Ekipaj/Shutterstock
Figura 1.49
Medida com o
amperímetro alicate.
Green Empowerment
49
mecânica 3
• o amperímetro alicate não deve ser aplicado em circuitos que possuam ten-
são superior a 750 VAC;
• não se deve medir corrente AC com as pontas de prova conectadas ao am-
perímetro alicate;
• as pinças do alicate devem envolver um único f io condutor. Nunca introdu-
zir mais do que um f io fase simultaneamente no alicate para não haver erro
de leitura;
• para fazer a leitura com exatidão, é necessário que a pinça esteja completa-
mente fechada e que o f io f ique no centro do espaço livre entre as pinças.
1.6.3 Wattímetro
O wattímetro é o instrumento usado para medir a potência ativa ou média de
um circuito elétrico. É composto por duas bobinas. Por uma delas, chamada
bobina de corrente, passa a corrente da carga e a outra, chamada bobina de po-
tencial, mede a tensão nos terminais da carga. Reunindo as leituras instantâneas
da corrente e da tensão, o wattímetro “calcula” a potência ativa, def inida pela
equação 1.23:
Para que haja medição correta do sentido da potência medida (ver esquema da
f igura 1.50), é preciso que o terminal positivo da bobina de corrente esteja ligado
na direção da fonte, e o terminal positivo da bobina de potencial esteja ligado ao
outro terminal da bobina de corrente.
Figura 1.50
a) Bobinas de corrente BC
1 2
(BC) e de potencial (BP) BC
1 2
++
de um wattímetro; + +3
b) esquema de ligação +3 BP
de um wattímetro BP VF RL
para medir a potência
de uma carga RL.
4
4
(a) (b)
50
CAPÍTULO 1
Figura 1.51
As três ondas de
V1 V2 V3
tensão senoidal.
+V
0
Tempo
–V
51
mecânica 3
giratória). O rotor, por sua vez, é preso a um eixo que gira movimentado por
força externa ao gerador — por exemplo, uma turbina ou queda-d’água.
Figura 1.52
Sistema trifásico:
a) estrutura de um gerador A
trifásico (três enrolamentos:
B-Y, A-X, C-Z); I
Z Y
b) enrolamentos;
c) formas de onda. N
ω
III II
ω
I EXT
II S III
B C
I
X
(a)
v(ωt)
A B C V V V
1 2 3
V V V
1 2 3
ωt
I II III
X Y Z
(b) (c)
52
CAPÍTULO 1
Figura 1.53
a) Ligação estrela (ou Y);
b) ligação triângulo (ou Δ).
A
A
A
VA = VF A
VCA VAB = VL
X
N VCA VAB = VF =VL
N
Z Y
VC VB
C B
C B
VBC
B
VBC B
C C
(a)
(a) (b)(b)
Figura 1.54
Sistema trifásico
representado por fasores.
. .
VC VB
Sequência Sequência
. de fases ABC . de fases ABC
. VA ou positiva . VA ou negativa
VB VC
. .
VA = Vm < 0o VA = Vm < 0o
. .
VB = Vm < –120o VC = Vm < –120o
. .
VC = Vm < 120o VB = Vm < 120o
. . .
VA + VB + VC = 0
53
mecânica 3
Tal como o gerador, uma carga trifásica equilibrada pode estar nas conf igura-
ções estrela (ou Y) ou triângulo (ou Δ). O sistema trifásico de cargas a ser ali-
mentado por esse gerador é representado na f igura 1.55. Se ambos, o gerador e
a carga, estiverem no formato estrela, temos as três fases e um neutro (N). Esse
tipo de ligação também é chamado trifásico a quatro f ios. A ligação da carga
também pode ser feita no formato triângulo.
Figura 1.55
Cargas trifásicas a serem
ligadas nos geradores:
a) estrela (ou Y);
b) triângulo (ou Δ). A
Z1
N Z3 Z2
Z3 Z2
C B
Z2
(a) (b)
Figura 1.56
Transformação de
triângulo para estrela.
c Zb Zc
Z1 = -------------------
Z3 Za + Zb + Zc
Z Za
b
n Za Zc
Z2 = -------------------
Za + Zb + Zc
2
Z1
a Zc b
Za Zb
Z3 = -------------------
Z + Z + Z
a b c
54
CAPÍTULO 1
Figura 1.57
Transformação de
estrela para triângulo.
c Z1 Z2 + Z2 Z3 + Z1 Z3
Za = ------------------------------
Z1
Z3
Z Za
b Z1 Z2 + Z2 Z3 + Z1 Z3
n
Zb = ------------------------------
Z2
2
Z1
a Zc b
Z1 Z2 + Z2 Z3 + Z1 Z3
Zc = ------------------------------
Z3
Figura 1.58
Como o sistema trifásico é composto por três circuitos monofásicos, a represen- Gerador e carga
tação pode ser feita como mostra a f igura 1.58. ligados em estrela.
Z1
a A
Zg
I aA
Z0
n N Zc
V a’n +
–
I0
b B
Zc
+
–
– V b’n I bB
V c’n +
Zc
I cC
c C V N = V Nn
Zg – impedância do enrolamento Z1 – impedância da linha de transmissão
Z0 – impedância do neutro Zc – impedância da carga
55
mecânica 3
Figura 1.59
Circuito monofásico
equivalente
Zg Z1
a’ a A
I aA
V a’n + Zc
–
n N
I aA – corrente na linha = corrente na fase
I aA = V /Z
a’n
I bB = V b’n /Z Z = Zg + Z1 + Zc
I bB = V c’n /Z
Figura 1.60
A
– + +
VAB = VAN – VBN
V AB Zc V AN VBC = VBN – VCN
VCA = VCN – VAN
– + V AB – –
V CA B Zc N
+ VAN, VBN, VCN tensão de fase (vf)
–
VAB, VBC, VCA tensão de linha (VL)
V BC Zc V CN
+ – +
C
56
CAPÍTULO 1
Figura 1.61
V AB Tensões de fase e de linha
V CN
V CA de um sistema trifásico.
30º
V AN
V BN
V AN = V0 /0º V AB = √ 3 V0 /30º
V BN = V0 /–120º V BC = √ 3 V0 /–90º
V BC
V CN = V0 /120º V CA = √ 3 V0 /150º
Figura 1.62
I aA Gerdor em estrela e
A carga em triângulo.
I aA = I AB – I CA
I AB I CA I bB = I BC – I AB
Z I cC = I CA – I BC
c Zc
I bB
ZC C
B I aA , I bB , I cC – corrente na linha
I BC
I AB , I BC , I CA – corrente na fase
I cC
A f igura 1.63 mostra o diagrama fasorial para a situação em que o gerador está
conf igurado em estrela e a carga, em triângulo.
Figura 1.63
I AB = I /0º I aA = √ 3 I 0 /–30º
0 I cC
I BC = I /–120º I bB = √ 3 I 0 /–150º
0
I CA = I /120º I cC = √ 3 I /90º
0 0
I CA
I AB
30º
I bB
I BC I aA
57
mecânica 3
Tabela 1.3
Sequência Tensão Corrente
Tabela-resumo de tensões
de fases
e correntes de um sistema positiva simples composta linha carga
trifásico equilibrado.
Fonte Van, ... Vab = √3/30° Van, ... IaA, ... —
Y -Y
Carga Van, ... Vab = √3/30° Van, ... — IaA, ...
Fonte Van, ... Vab = √3/30° Van, ... IaA = √3/–30°IaB , ... —
Y-D
Carga — Vab, ... — IaB, ...
Exemplo
Solução:
VAB 1200∫
IAB 4 45∫ A
Z 3035∫
58
CAPÍTULO 1
em que:
VL
PATIVA = 3 ⋅ ⋅ IL ⋅ cos j (1.29)
3
ou seja:
Como foi visto, para a carga trifásica, a potência ativa é calculada pela equação:
59
mecânica 3
IL
VF = VL e IF = (1.31)
3
Substituindo, temos:
IL
PATIVA = 3 ⋅ VL ⋅ ⋅ cos j , ou seja:
3
2
1 1
1 W1 3 Line
4
Za
Za
W3
2
1 3
1 W2 3 Line 2 3
4 2
4 Z
W2
Zc b
Zc
2 Line
1
1 W3 3
1
2 1
4 Zb W1
Neutral 3
µ 4
60