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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL

DEPARTAMENTO REGIONAL DO PARÁ

PARÁ
RÁ 1

PARÁ
FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO PARÁ

Presidente: José Conrado Azevedo dos Santos

DIRETORIA REGIONAL DE SENAI DR/PA

Diretor: Dário Antonio Bastos de Lemos

DIRETORIA TÉCNICA

Diretor: Ernesto Lucena Marçal

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA

Diretora: Lúcia Maria Peres de Souza

GERÊNCIA EXECUTIVA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA

Gerente Executivo: Sidésio Martins da Silva

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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL
DEPARTAMENTO REGIONAL DO PARÁ

PARÁ
RÁ 3

PARÁ
SENAI – PA – DEPARTAMENTO REGIONAL
É proibida a reprodução total ou parcial deste documento, sem a prévia
autorização por escrito do SENAI – Departamento Regional do Pará.

FICHA TÉCNICA

Correção Gramatical:
Pesquisa e Elaboração: Ismael Felix Invenção
Avaliação Técnica:
Avaliação Pedagógica:
Diagramação:

Normalização: Setor de Informação e Documentação

SENAI. PA

Segurança na Operação de Talha Elétrica. Barcarena:


SENAI-PA, 2017, 30 p.

. Título.

CDD

SENAI – Departamento Regional do Pará


Diretoria de Educação e Tecnologia
Travessa Quintino Bocaiúva, 1588 Bloco B – 4º andar
CEP 86.035 – 190 Belém – PA
Fones: (91) 4009-4767 / 4009-4773 FAX: (91) 3223-5073
www.pa.senai.br

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SUMÁRIO

Apresentação

1. Legislação.....................................................................................................................7
2. Normas Regulamentadoras..........................................................................................9
3. Talha Elétrica..............................................................................................................11
4. Riscos e prevenções...................................................................................................14
5. Regras de Segurança na Operação...........................................................................14
6. Acessórios de Içamento.............................................................................................16
7. Amarração de cargas.................................................................................................28
8. Simbologias de cargas...............................................................................................29
9. Referências................................................................................................................30

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APRESENTAÇÃO

Nas indústrias é crescente a utilização dos meios de elevação com operação a


partir do solo, onde o movimentador também é operador, ou seja, ele é responsável pelas
duas funções. O perigo é que tanto o pessoal da manutenção quanto o pessoal da
produção operam e movimentam, com isso exercem uma atividade a qual não estão bem
preparados.
A facilidade com que os meios de elevação movimentam a carga enganam quanto
a situação de perigo. Pela demonstração de condições de acidentes típicos é que vamos
fazê-las conhecidas e consequentemente evitadas.
Meios de elevação, como ponte rolante que facilitam a movimentação de cargas.
O homem ao lado da carga que é movimentada, forma uma equipe com o operador do
meio de elevação. Logo a atuação destes homens é fundamental para a execução de
uma movimentação com segurança.
Ser um profissional é ter atitudes profissionais, é resistir às tentações de ser
“inventor” ou “curioso”. Tenha sempre “CERTEZA” de suas atitudes em relação à
segurança do trabalho mantendo assim a sua integridade e a das pessoas que o cercam.

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1. LEGISLAÇÃO
1. Acidente de trabalho
O acidente de trabalho encontra-se definido em vários documentos legais. O artigo
19 da lei 6.367/76, regulamentada pelo decreto 79.037/76, é apresentado a seguir:
Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da
empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11
desta lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a
perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.
Caracterizar uma doença ocupacional apresenta uma certa dificuldade, pois, na maioria
das vezes, os sintomas se manifestam depois de anos de exposição. Esta caracterização
deve ser feita através de perícias médica, baseada nos aspectos técnicos e legais,
apresentados pelas ordens de serviço (OS) do INSS.
Para caracterizar o acidente de trabalho, é importante considerar os seguintes aspectos:
a) O evento causador do acidente;
b) A existência do dano pessoal;
c) Estabelecer o nexo causal entre o dano e o evento.
O Art. 20 da lei 8.213, regulamentada pelo Decreto 2 172/ 97, apresenta o seguinte
conceito para o acidente de trabalho.
Art. 20. Consideram–se acidentes do trabalho, nos termos do artigo anterior, as
seguintes entidades mórbidas:
I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício
do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada
pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social;
II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de
condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente,
constante da relação mencionada no inciso I.
§ 1º Não são consideradas como doença do trabalho:
a) A doença degenerativa
b) A inerente a grupo etário:
c) A que não produza incapacidade laborativa;
d) A doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se
desenvolva, salvo comprovação de que é resultado de exposição ou contato direto
determinado pela natureza do trabalho.

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1.1 - Os motivos que causam os acidentes
São três os motivos que podem gerar ocorrência de acidentes:
 Ato inseguro/ ações fora do padrão;
 Condição insegura/ condições fora do padrão;
 Fator pessoal de insegurança.

1. Condição insegura
São situações existentes no ambiente de trabalho que podem vir a causar acidentes,
tais como:

 Prédio com áreas insuficientes, pisos fracos e irregulares;


 Iluminação deficiente ou mal distribuída;
 Ventilação deficiente ou excessiva;
 Instalações sanitárias impróprias e insuficientes;
 Excesso de ruído e trepidações;
 Falta de ordem e limpeza;
 Instalações elétricas impróprias ou com defeito.

2. Ato inseguro ou ações fora do padrão


É tudo aquilo que o trabalhador faz, voluntariamente ou não, e que pode provocar um
acidente, exemplos:
 Excesso de confiança dos que têm muita prática profissional e se julgam imunes aos
acidentes;
 A imperícia, isto é, a falta de habilidade para o desempenho da atividade (pode
decorrer de aprendizado e/ ou treinamento insuficiente);
 As ideias preconcebidas como, por exemplo, a ideia de que o acidente acontecerá
por fatalidade, não sendo necessário cuidar de sua prevenção;
 Exibicionismo;
 A vontade de revelar-se corajoso ou indiferente ao perigo só para impressionar os
companheiros;

1.1- Fatos mais comuns de atos inadequados praticados no dia a dia de trabalho:
 A falta de uso de proteções individuais;
 A inutilização de equipamentos de segurança;

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 Emprego incorreto de ferramentas ou o emprego de ferramentas com defeito;
 Ajuste, a lubrificação e a limpeza de máquinas em movimento;
 A permanência debaixo de carga suspensa;
 As correrias em escadarias e em outros locais perigosos.

1.2- Fator pessoal de insegurança


É o que podemos chamar de “problemas pessoais” do indivíduo e que, agindo sobre o
trabalhador, podem vir a provocar acidentes, como por exemplo:

 Problemas de saúde não tratados;


 Conflitos familiares;
 Falta de interesse pela atividade que desempenha;
 Alcoolismo;
 Uso de substâncias tóxicas;
 Problemas diversos de ordem social e /ou psicológica

2. NORMAS REGULAMENTADORAS

NR 11: TRANSPORTE, MOVIMENTAÇÃO, ARMAZENAGEM E MANUSEIO DE


MATERIAIS
11.1.3. Os equipamentos utilizados na movimentação de materiais, tais como
ascensores, elevadores de carga, guindastes, pontes-rolantes, talhas, empilhadeiras,
guinchos, esteiras-rolantes, transportadores de diferentes tipos, serão calculados e
construídos de maneira que ofereçam as necessárias garantias de resistência e
segurança e conservados em perfeitas condições de trabalho.
11.1.3.1. Especial atenção será dada aos cabos de aço, cordas, correntes, roldanas e
ganchos que deverão ser inspecionados, permanentemente, substituindo-se as suas
partes defeituosas.
11.1.3.2. Em todo equipamento será indicado, em lugar visível, a carga máxima de
trabalho permitida.
11.1.5. Nos equipamentos de transporte, com força motriz própria, o operador deverá
receber treinamento específico, dado pela empresa, que o habilitará nessa função.
11.1.6. Os operadores de equipamentos de transporte motorizado deverão ser
habilitados e só poderão dirigir se durante o horário de trabalho portar um cartão de
identificação, com o nome e fotografia, em lugar visível.
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11.1.6.1. O cartão terá a validade de 1 (um) ano, salvo imprevisto, e, para a revalidação,
o empregado deverá passar por exame de saúde completo, por conta do empregador.
11.1.7. Os equipamentos de transporte motorizados deverão possuir sinal de advertência
sonora (buzina).
11.1.8. Todos os transportadores industriais serão permanentemente inspecionados e
as peças defeituosas, ou que apresentem deficiências, deverão ser imediatamente
substituídos.

NR 12: MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS


12.1.2. As áreas de circulação e os espaços em torno de máquinas e equipamentos
devem ser dimensionados de forma que o material, os trabalhadores e os
transportadores mecanizados possam movimentar-se com segurança.
12.1.6. Cada área de trabalho, situada em torno da máquina ou do equipamento, deve
ser adequada ao tipo de operação e à classe da máquina ou do equipamento a que
atende.
12.2.1. As máquinas e os equipamentos devem ter dispositivos de acionamento e parada
localizados de modo que:
a) seja acionado ou desligado pelo operador na sua posição de trabalho;
b) não se localize na zona perigosa de máquina ou do equipamento;
c) possa ser acionado ou desligado em caso de emergência, por outra pessoa que não
seja o operador;
d) não possa ser acionado ou desligado, involuntariamente, pelo operador, ou de
qualquer outra forma acidental;
e) não acarrete riscos adicionais.
12.2.3. As máquinas e os equipamentos que utilizarem energia elétrica, fornecida por
fonte externa, devem possuir chave geral, em local de fácil acesso e acondicionada em
caixa que evite o seu acionamento acidental e proteja as suas partes energizadas.
12.3.5. As máquinas e os equipamentos que utilizarem ou gerarem energia elétrica
devem ser aterrados eletricamente, conforme previsto na NR 10
12.6. Manutenção e operação.
12.6.1. Os reparos, a limpeza, os ajustes e a inspeção somente podem ser executados
com as máquinas paradas, salvo se o movimento for indispensável à sua realização.
12.6.2. A manutenção e inspeção somente podem ser executadas por pessoas
devidamente credenciadas pela empresa.

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12.6.3. A manutenção a inspeção das máquinas e dos equipamentos devem ser feitas
de acordo com as instruções fornecidas pelo fabricante e/ou de acordo com as normas
técnicas oficiais vigentes no País.
12.6.4. Nas áreas de trabalho com máquinas e equipamentos devem permanecer
apenas o operador e as pessoas autorizadas.
12.6.5. Os operadores não podem se afastar das áreas de controle das máquinas sob
sua responsabilidade, quando em funcionamento.

3. Talha Elétrica
A talha elétrica é um equipamento
elétrico, utilizado para levantar e
transportar produtos suspensos
acima do solo, tanto no sentido
horizontal como no vertical em que o
comando é feito do piso, através de
botoeira ou controle remoto.

Principais partes da Talha Elétrica

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a) Talha com cabo de aço e corrente

b) viga e trilho

c) motor e redutor

d) Botoeira e controle remotos

e) gancho e trava de segurança

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f) moitão

g) tambor ranhurado

3.1 Função de cada componente da talha elétrica

Parte Função Descrição


Possuem trava de
Guinchos (motores, Içar, arriar, e deslocar a
segurança para evitar
redutores e engrenagens). carga.
deslizes dos cabos de aço.
Possuem guias para
Tambores Alojar os cabos de aço.
rolamento dos cabos.
Geralmente são usados
cabo de aço com alma de
Cabos de aço Sustentar a carga.
fibra, para cargas frias.
Cabo de aço com alma de
Viga de rolamento Sustentar o trolley aço,Uma
cargas
só quentes,
viga
acima de 82° C.
Estão localizados no fim
Proteger o carro
Batentes de curso do carro.
amortecendo choques
Possuem molas espirais.
Paralisar o movimento de É um dispositivo de
Chaves limite
elevação dos guinchos segurança.
Atua automaticamente
Paralisar o movimento do quando o dispositivo de
Freio elétrico.
carro comando do carro é
colocado em ponto neutro.

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Devem deslizar sobre
Guiar o movimento do
Rodas trilhos. Livres de atrito ou
carro
graxa.
Engatar a linga que Suporte de engate de
Ganchos
sustenta a carga lingas
Determinar o percurso do
Trilhos Viga I
carro

4. Riscos e Prevenções
Risco de acidente queda de carga sobre pessoas.
Risco de rompimento do cabo de aço ou acessórios de içamento.
Risco de esmagamento de membros.
Risco de acidentes em pessoas que se encontram no raio de trabalho do equipamento
Risco de queda do trolley sobre operador.
Risco de choque elétrico.

Quais os procedimentos para movimentação da carga com a talha elétrica?


 Aproxime-se da carga;
 Avalie peso e demais condições da carga;
 Conheça a capacidade do equipamento;
 Selecione o cabo de aço auxiliar de acordo com o tipo de carga e peso. Verifique
ângulo dos cabos. Consulte a tabela de pesos e capacidade dos cabos;
 Fixe a carga adequadamente;
 Proceda o içamento lentamente e com cuidado;
 Use velocidade reduzida;
 Certifique-se que há espaço suficientemente para levantar a carga;
 Tome cuidado especial com as instalações aéreas, tais como, tubulações de
água, gás, elétricas, etc...
 Observe se a carga está segura, especialmente no caso de peças soltas;
 Levante a carga um pouco, se ela inclinar para um dos lados, abaixe-as e acerte
o balanceamento;

5. REGRAS DE SEGURANÇA PARA OPERADORES DE TALHA ELÉTRICA


1. Esteja familiarizado com os comandos, procedimentos e advertências de operação
das talhas.
2. Esteja certo de que o deslocamento do gancho está ocorrendo na mesma direção
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indicada nos controles.
3. Esteja certo de que os limitadores de fim de curso da talha funcionam corretamente.
4. Tenha os pés firmes no chão, quando operar a talha.
5. Esteja certo que os suportes da carga ou outros dispositivos aprovados são do
tamanho correto e estão bem apoiados no gancho.
6. Esteja certo de que a trava de segurança do gancho, se utilizada, está fechada e que
apoia qualquer parte da carga.
7. Esteja certo de que a carga está livre para movimentação e também que o seu trajeto
está livre de obstruções.
8. Manuseie a corrente/cabo de aço cuidadosamente, verifique o equilíbrio da carga,
eleve-a algumas polegadas e verifique se a carga está bem presa antes de continuar.
9. Evite a oscilação da carga ou do gancho.
10. Tenha certeza de que todas as pessoas estejam afastadas da carga suspensa.
11. Avise as pessoas ao aproximar-se com uma carga.
12. Proteja a corrente/cabo de aço de carga de respingos de solda e outros materiais
contaminantes e prejudiciais.
13. Comunique imediatamente qualquer mau funcionamento, desempenho incomum ou
dano à talha.
14. Inspecione regularmente a talha e mantenha relatórios de manutenção apropriados.
15. Utilize travas de proteção no gancho.
16. Não eleve cargas acima da capacidade.
17. Não utilize o dispositivo limitador de carga para medir a carga.
18. Não use talhas danificadas ou talhas que não estejam funcionando corretamente.
19. Não use a talha com corrente torcida, enrolada, danificada ou desgastada.
20. Não instale ou opere a talha em locais de risco.
21. Não eleve a carga a não ser que a corrente esteja perfeitamente assentada na polia
da corrente.
22. Não use o cabo de aço/corrente de carga como eslinga ou para "amarrar" a carga.
23. Não eleve a carga se houver alguma amarra impedindo carga igual em todas as
correntes de sustentação.
24. Não aplique a carga na ponta do gancho.
25. Não opere a talha a menos que a carga esteja bem centralizada abaixo da talha.
26. Não permita que sua atenção seja desviada da operação da talha.
27. Não opere a talha além dos limites de curso da corrente/cabo de aço.

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28. Não use os limitadores de curso como interruptores habituais de operação. Eles são
unicamente dispositivos de emergência.
29. Não use a talha para elevar, apoiar ou transportar pessoas.
30. Não eleve cargas sobre as pessoas.
31.Não deixe uma carga suspensa desatendida a não ser que tenham sido tomadas
precauções específicas.
32. Não permita contato estreitos entre duas talhas ou entre a talha e obstruções.
33. Não permita que a corrente/gancho seja tocados por um eletrodo de solda ligado.
34. Não remova ou apague os avisos contidos na talha.
35. Não ajuste ou conserte uma talha, a não ser que você esteja qualificado para efetuar
a manutenção do equipamento.
36. Não tente aumentar o comprimento da corrente ou consertar uma corrente
danificada.
37. Não permitir que a corrente ou gancho de carga sejam usados como um “terra”
elétrico ou de soldagem.

6. Acessórios de Içamento
Segurança na operação com acessórios de içamento de cargas
A segurança de qualquer manobra de transporte de carga com Talha Elétrica depende
diretamente da adequação dos equipamentos utilizados para a amarração da carga. Os
bons projetos contemplam o dimensionamento dos pontos de amarração de modo a
facilitar o transporte adequado dos equipamentos.
A pessoa responsável pela amarração deve primeiramente conhecer o peso da carga,
pois só assim conseguirá escolher o material adequado.
Deve – se optar sempre pela matéria mais robusta possível adequada com o ponto de
fixação existente na peça a ser transportada.
Uma carga amarrada em mais de um ponto tem seu peso distribuído de acordo com as
forças resultantes que interagem no conjunto.
Repare que para uma mesma carga, temos uma distribuição diferente do peso em cada
perna dos cabos, dependendo exclusivamente do ângulo formado entre a carga e a
perna do cabo.
As cintas, correias e eslingas costumam possuir um selo indicando a variação de sua
capacidade em função do tipo de amarração Vantagens do Trabalho com Cintas e
Eslingas de Poliéster.

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Normas sobre lingas
Linga é um cabo de levantamento de cargas, que pode ser formado por cabo de aço,
correntes ou materiais de fibras (cintas).
Independentemente do material de sua linga (cabo de aço, corrente ou fibra), é
imperativo evitar dobrar a linga ao redor de cantos ou extremamente agudas. Isso
enfraquecerá severamente a linga e frequentemente resultará em sua falha. Material de
condicionamento deve ser usado para prevenir essas situações.
Além de proteger suas lingadas de içamento, certas cargas são tais que necessitam ser
protegidas das lingas. Acondicionamento com madeira na maior parte dos casos em que
não se pode usar lingas de poliéster é uma solução.
Extremo cuidado deve ser tomado ao usar correntes de tambor por sua tendência de
escapar imediatamente assim que a carga é relaxada.
Também podem deslocar-se por si mesmas inadvertidamente e deixar a carga cair se a
carga bate num obstáculo ou saliência como corrimão ou similar.
Estas são normais gerais, a maioria das quais se aplica a todos os tipos de lingas sejam
constituídas de cabo de aço, corrente de liga ou fibras sintéticas.

Itens de inspeção nos acessórios de içamento


Verifique as condições dos cabos de aço;
Verifique as condições da manilha;
Verifique as condições das lingas (cabo de aço, corrente ou cintas);
Verifique as condições dos olhais;
Verifique as condições do aparelho de lingar

6.1 CINTA
Cinta de poliéster ou fibra sintética, que possui dois olhais nas extremidades.
Devido a natureza do material de cinta, a resistência é prejudicada se houver quaisquer
cortes, rasgões, desgaste ou costuras arrebentadas. Por esta razão, estas lingas devem
ser inspecionadas muito de perto antes de serem usadas e só devem ser usadas se não
apresentarem esses problemas.

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Tabela de capacidade de carga (em toneladas):

Obs.: As cintas deverão ser inspecionadas mensalmente ou quando houver a


necessidade de inclusão.

Inspeção em cintas
 Inspecionar as cintas antes de cada uso (observando se há danos) e assegurar

que a identificação e especificação estão corretas (etiqueta do produto)


 Caso haja dúvida quanto a adequação para o uso, ou se quaisquer marcações
forem perdidas ou se tornarem ilegíveis, deve-se retirar a cinta de serviço e enviá-
la à uma pessoa treinada para análise.
 Proteger as cintas de bordas cortantes, fricção e abrasão, utilizando-se reforços
e proteções complementares, de modo a garantir a segurança e vida útil da cinta.

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 Verificar a existência de cantos vivos e preparar proteções para evitar danos à
cinta. Não utilizar em arestas sem as devidas proteções ou arrastar a carga com
a cinta.
 Nunca utilizar cintas danificadas (gastas por abrasão, cortes no sentido
transversal ou longitudinal, rachaduras na superfície, ataque químico ou danos
por aquecimento ou fricção).

Recomendações:
A influência térmica não pode ser maior que + 100° C.
Água não afeta a resistência do poliéster.
Planejar e preparar bem a movimentação de carga.
Verificar antes da utilização da cinta, se a carga de trabalho e o comprimento prescritos
na etiqueta da cinta estão corretos.
Verifique se os dois lados da cinta não possuem danos antes de utiliza-las.
Nunca dar nós nas cintas.
Nunca movimentar carga com uma cinta torcida.
Proteger a cinta contra superfícies ásperas e cantos afiados.
Nunca arrastar cargas com a cinta.
As alças dos olhais devem ser inspecionadas particular e cuidadosamente.

Observe a tabela abaixo:

Fatores Cintas/Eslingas de poliéster Eslingas de cabo de aço


Peso Aproximadamente 1/3 do peso do laço de Devido ao maior peso, dificulta a
cabo de aço com a mesma carga de instalação e manuseio das
ruptura. Menor peso proporciona facilidade eslingas. Cabos de bitolas
no manuseio e na preparação do material maiores podem causar maiores
a ser içado. Resultado: Maior rapidez e problemas ergonômicos ex.:
produtividade nas operações de içamento. (dores nas costas)

Estabilidade Não danifica a superfície do material a ser Pode danificar o material a ser
içado. O posicionamento das eslingas é içado. Posicionamento lento e
fácil e rápido. Pode ainda ajudar na complicado. Exige o uso de luvas
conformação do material durante o para manuseio seguro.
içamento devido à maior área de contato.
Resultado: Içamento mais prático e
seguro.
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Durabilidade Durável contra-ataque químico menor raia Facilmente oxidável em
de dobramento devido á maior exposição a ácidos, alcalinos e
flexibilidade. Resultado: maior durabilidade até umidade excessiva. Devido à
baixa flexibilidade, pode ocorrer
fadiga e consequente ruptura.

Armazenagem Pequeno espaço necessário para É necessário grande espaço para


Armazenagem devida à alta flexibilidade e armazenagem, totalmente livre
baixo peso específico. Resultado: menor de umidade.
custo de armazenamento.

Inspeção fácil e simples, podendo ser


realizada pelo próprio usuário ao içar o Inspeção difícil e complexa.
Segurança material. Devido à elasticidade, o poliéster Exige técnico altamente
estica antes de romper quando especializado. Em caso de
sobrecarregado. Resultado: Içamento sobrecarga, pode romper
mais seguro em todos os aspectos. bruscamente.

6.2 Cabo de aço


Os cabos de aço são constituídos por um conjunto de fios de aço, traçados em espiral
(perna) e enrolados numa alma de fibra ou aço. A construção de um cabo é quantidade
de disposição dos arames no mesmo. O primeiro número indica a quantidade de pernas
e o segundo o número de fios em cada perna. Os estropos são feitos de cabo de aço,
compostos de núcleo ou alma e pernas.
Os cabos são classificados de acordo com o número de pernas e fios por perna.
Exemplo: 6 x 19 - é um cabo com seis pernas e dezenove fios por perna.

Espécie de alma do cabo: a alma pode ser de fibra (sisal, rami) ou de fibra artificial
(polipropileno), ou alma de aço formada por um cabo independente, ou ainda alma de
aço formada de uma perna.

Cabo com alma de fibra Cabo com alma de aço Cabo com alma de aço
formada por cabo formada por uma perna
independente
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Torção dos cabos:
Quando as pernas são torcidas da esquerda para a direita, diz-se que o cabo é " torção
à direita ".
Quando as pernas são torcidas da direita para a esquerda, diz-se que o cabo é " torção
à esquerda ".

A Figura acima, mostra tipos de torção dos cabos.

No cabo de torção regular, os fios de cada perna são torcidos em sentido oposto à torção
das próprias pernas (em cruz). No cabo de torção Lang, os fios de cada perna são
torcidos no mesmo sentido que o das próprias pernas (em paralelo). A torção lang
aumenta a resistência à abrasão do cabo e sua flexibilidade. Por outro lado, a torção
regular confere maior estabilidade ao cabo.

Passo de um cabo:
É a distância na qual uma perna dá uma volta completa em torno da alma do cabo.
A Figura acima, mostra o passo de um cabo.

No caso de o ângulo de desvio maior do que o máximo recomendado e o tambor tiver


canais, teremos dois inconvenientes:
 cabo raspa na flange da polia aumentando o desgaste de ambos.
 Durante o enrolamento o cabo raspa na volta adjacente já enrolada no tambor
aumentando o seu desgaste.
No caso de o tambor ser liso e o ângulo de desvio maior do que o recomendado teremos
o inconveniente de o cabo deixar vazios entre as voltas de enrolamento no tambor,
fazendo com que a camada superior entre nesses vazios proporcionando um
enrolamento desordenado, com todas as suas más consequência para a vida do cabo.
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Inspeção e substituição dos cabos de aço em uso
Os cabos de aço quando em serviço devem ser inspecionados periodicamente, a fim de
que a sua substituição seja determinada sem que o seu estado chegue a apresentar o
perigo de uma ruptura. Esta observação visual deve-se preocupar em detectar
deformações que possam causar riscos imediatos conforme listado a seguir.
Distorções do cabo, dobra, amassamentos, alongamento do passo, gaiola de
passarinho, perna fora de posição ou alma saltada, redução do diâmetro do cabo em
pequenos trechos, corrosão, etc.

Gaiola de Passarinho - Se existirem gaiolas no cabo, o mesmo deverá ser sucateado.

A Figura acima mostra cabo com gaiola de passarinho.

Número de arames rompidos


Deve- se anotar o número de arames rompidos em 1 passo do cabo. Observar se as
rupturas estão distribuídas uniformemente ou se estão concentradas em uma ou duas
pernas apenas. Neste caso há o perigo dessas pernas se romperem antes do cabo. É
importante também observar a localização das rupturas se são externas, internas ou no
contato entre as pernas. Fios e pernas rompidos ao longo de um passo do estropo,
não devem conter mais de que 05 fios rompidos entre pernas ou mais de 03
concentrados em uma única perna.

A Figura acima mostra cabo com fios rompidos.

Alma saltada- Se houve alma saltada o cabo tem que substituído

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Dobra e amassamento - Se existirem dobras e amassamentos o cabo deverá ser
substituído

Arames gastos por abrasão


Mesmo que os arames não cheguem a se romper, podem atingir um ponto de desgaste
tal, que diminua consideravelmente o coeficiente de segurança do cabo de aço, tornando
o seu uso perigoso. Na maioria dos cabos flexíveis, o desgaste por abrasão não constitui
um motivo de substituição se os mesmos não apresentarem arames partidos.
Quando se observa uma forte redução da seção dos fios externos e, consequentemente,
do diâmetro do cabo, deve-se verificar periodicamente o coeficiente de segurança para
que este não atinja um mínimo de perigo.

Corrosão
Durante a inspeção deve- se verificar cuidadosamente se o cabo de aço não está
sofrendo corrosão. É conveniente também uma verificação no diâmetro do cabo em toda
sua extensão, para investigar qualquer diminuição brusca do mesmo. Essa redução pode
ser devida à decomposição da alma de fibra por ter secado e deteriorado, mostrando
que não há mais lubrificação interna no cabo, e consequentemente poderá existir
também uma corrosão interna no mesmo. A corrosão interna representa um grande
perigo, pois ela pode existir sem que se manifeste exteriormente.

A figura acima, mostra cabo de aço com corrosão.

Desequilíbrio dos cabos de aço


Em cabos com uma só camada de pernas e alma de fibra (normalmente cabos de 6 ou
8 pernas + AF) pode haver uma avaria típica que vem a ser uma ondulação do cabo
provocada pelo afundamento de 1 ou 2 pernas do mesmo, e que pode ser causada por
3 motivos.
 Fixação deficiente, que permite um deslizamento de algumas pernas, ficando as
restantes supertensionadas.

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 Alma de fibra de diâmetro reduzido.
 Alma de fibra que apodreceu, não dando mais apoio às pernas do cabo. No primeiro
caso há o perigo das pernas supertensionadas se romperem.
Nos outros 2 casos não há um perigo iminente, porém haverá um desgaste desuniforme
no cabo e, portanto, um baixo rendimento.
Nos cabos de várias camadas de pernas, como nos cabos não rotativos, e cabos com
alma de aço, há o perigo da formação de ''gaiolas de passarinho'' e ''hérnias'', defeitos
estes que podem ser provocados pelos seguintes motivos:
 Fixações deficientes dos cabos, que possibilitam deslizamentos de pernas ou
camadas de pernas, permitindo que uma parte do cabo fique supertensionada e outra
frouxa.
 Manuseio e instalação deficiente do cabo, dando lugar a torções ou distorções do
mesmo.
Estes defeitos são graves, obrigando a substituição imediata dos cabos de aço.

Maus tratos e nós


Deve- se inspecionar todo o comprimento do cabo para a verificação da existência ou
não de nós ou qualquer anormalidade no mesmo que possa ocasionar um desgaste
prematuro ou a ruptura do cabo, principalmente junto às fixações.

Recomendações
 É proibida a fabricação de estropos dentro das empresas não credenciadas.
 Estropos não devem ser movimentados arrastados no chão.
 Estropo deve ser conservado sempre limpo e bem lubrificado.
 Evitar o uso de estropos em contato com objetos em alta temperatura.
 Laços com alma de fibra não devem ser expostos à temperaturas superiores a 82° C
 Ambientes quimicamente agressivos podem afetar a resistência dos laços uma vez
que o material que o material pode ser danificado por ataque de substâncias
cáusticas e ácidas ou fumaça.

6.3 Manilhas
São constituídas por um vergalhão recurvado em forma de “U”, tendo orelhas nas
extremidades a fim de receber um pino que se chama cavirão. O cavirão pode ter rosca,
chaveta ou contra pino na extremidade para fixá-lo.
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As manilhas são usualmente empregadas para a ligação de dois olhais ou para a fixação
de cabos e aparelhos de laborar, consistindo em uma conexão muito simples e
resistente.
Inspeção:
 Corrosão- Indícios de corrosão devem ser eliminados protegendo a manilha com
uma leve camada de óleo protetor.
 Trincas - caso seja detectado a trinca, a manilha deverá ser substituída.
 Dimensões - Caso a abertura da manilha (E) esteja fora de seu formato original a
mesma deverá ser sucateada.
 Dimensões - caso as dimensões da manilha (D) e do pino (C) estejam
comprometidos a mesma deverá ser sucateada.
 Rosca - caso a rosca do pino esteja danificada, a manilha deverá ser substituída.

6.4 Gancho
Peça única de aço forjado, curva, com ponta aguda e olhal na outra extremidade.
Também conhecido como “gato”, é usado para engatar uma lingada ao aparelho de
carga.

Inspeção:
 Corrosão- Indícios de corrosão devem ser eliminados protegendo gancho com
uma leve camada de óleo protetor.

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 Trincas - caso seja detectado a trinca, o gancho deverá ser sucateado.
 Dimensões - Caso a abertura do gancho (E) esteja fora de seu formato original a
mesmo deverá ser sucateada.
 Deformação - caso seja detectado deformação, desalinhamento na ponta do
gancho em relação ao corpo, o mesmo deverá ser sucateado.

6.5 Moitão
Poleame de laborar com apenas um gorne onde trabalha uma roldana. Pode ser de
madeira ou de metal

6.6 Patesca
Constituída por uma caixa semelhante à de um moitão, embora mais comprida, dotada
de uma aldabra, tendo apenas uma roldana e uma abertura de modo a permitir gurnir
(receber) um cabo pelo seio. Depois de gurnido o cabo, a aldrava fecha a caixa.

6.7 Cadernal
Possui dois ou três gornes em que trabalham, respectivamente, duas ou três roldanas
ten-do um eixo comum. Pode ser de madeira ou de metal. É designado pelo número de
gornes que possui.

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6.8 Catarina
Moitão especial de aço, capaz de suportar grandes pesos. Sua caixa é toda aberta, tendo
apenas braços que não deixam o cabo desgurnir.
Os poleames de laborar são usados para transmitir ou multiplicar a força de tração
exercida sobre um cabo e também para fazer retorno aos cabos de laborar. Os roletes
que servem para retorno devem ser pelo menos 8 vezes maiores que o diâmetro do cabo
de aço e devem ser conservados com movimento fácil e bem lubrificados.

6.9 Grampos (“clipes”)


Um grampo para cabo de arame consiste de uma base de aço forjado, tendo sulcos
diagonais que servem de berço aos cordões do cabo e dois orifícios nos extremos. Por
esses orifícios gurnem as extremidades de um vergalhão dobrado em “U“, as quais são
roscadas para receberem porcas. Apertando-se as porcas, apertam-se as duas peças
do grampo - base e vergalhão -uma de encontro à outra, comprimindo as duas pernadas
do cabo de arame onde são colocadas.
Figura abaixo mostra grampos.

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7. Amarração de carga.
Conceito: É a porção de objetos que é geralmente amarrado de forma homogenia, içada
ou arriada de uma só vez, conduzida em cada movimento do guindaste ou equipamentos
de idênticas funções, a exemplo: ponte rolante, talha elétrica, guindaste de bordo, de
trilho, pau de carga e etc.

Conjunto de Linga de cabo de


Linga quadrupla de
balancin aço (balancin)
cabo de aço

Cinta de elevação Linga dupla Içamento de carga com cinta


Lingas do tipo corren

Linga Linga Linga Linga Linga


simples dupla dupla tripla quadrupla

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8. SIMBOLOGIA DE CARGAS

Se a carga não tiver símbolo, procure saber sobre ela com o conferente ou encarregado

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REFERENCIAS

Manual do operador de Talha Elétrica

MTE – Ministério do Trabalho e Emprego 08 de junho de 1978

NR 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais

NR 12 – Máquinas e Equipamentos

NBR-9967 - Talha Com Acionamento Motorizado


NBR- 9968 – Talhas com acionamento manual – Classificação
NBR-9986 – Talhas em geral – Terminologia
http://www.prevencaonline.net/2011/05/40-dicas-e-instrucoes-de-seguranca-com.html

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