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Prof. Ms.

Marcelo Lima
E-mail: profmarcelolima@yahoo.com.br
Site: www.profmarcelolima.webnode.com.br

LESÕES TRAUMÁTICAS DA COLUNA

As fraturas vertebrais são fraturas potencialmente graves em virtude do risco de lesão


medular, este risco se torna ainda maior quando as estruturas ligamentares são, também,
lesionadas. A integridade das estruturas ligamentares do complexo posterior da coluna é
importante para que a medula possa estar preservada.
Basicamente as fraturas vertebrais são classificadas como estáveis (ligamentos preservados)
e instáveis (ligamentos lesionados).

Mecanismo traumático

As lesões traumáticas da coluna podem ocorrer em série de diferentes mecanismos


traumáticos, desde pequenas quedas de altura até grandes acidentes de trânsito com traumas
de alta energia. Segundo a SBOT as causas mais freqüentes das lesões vertebrais são
acidentes de trânsito, quedas e mergulho em lugares rasos.

Principais lesões traumáticas da coluna:

1) Lesões cervicais
a) Fratura do Atlas (fratura de Jefferson)
b) Fratura do dente do áxis.
c) Fratura do enforcado (fratura do pedículo de C2)
d) Fratura luxação das vértebras cervicais baixas.

2) Lesões toracolombares
a) Fratura por compressão.
b) Fratura por distração.
c) Fratura por flexão/rotação.

1) LESÕES CERVICAIS

Fratura do Atlas

Uma compressão axial (vertical) do crânio sobre o


Atlas força-o sobre o áxis, determinando sua ruptura
nos pontos mais fracos, que são os arcos anterior e
posterior, o que constitui a fratura de Jefferson.
Nas fraturas de Jefferson, é fundamental para o
prognóstico saber se houve ou não ruptura do
ligamento transverso. Fratura de
O tratamento indicado na fratura de Jefferson é a Jefferson
redução por tração craniana e imobilização por três a
quatro meses. Nos casos em que houve ruptura do
ligamento transverso será necessário a artrodese
occipitocervical.
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Fratura do dente do Áxis

A fratura do dente do áxis é normalmente provocada por uma força de cisalhamento.


A identificação do traço de fratura normalmente só é possível através da incidência
transoral e o desvio em perfil.
O tratamento é normalmente conservador, e consiste em tração craniana para redução,
se for uma fratura com desvio, mais imobilização de quatro a cinco meses.
A artrodese de C1 e C2 pode ser indicada nos casos de fraturas da base do dente.

Tipos de fratura do dente do áxis

Fratura do enforcado

Também chamada de espondilolistese traumática do áxis, visto que nesta lesão ocorre
fratura dos pedículos de C2 com deslizamento do corpo desta vértebra sobre C3.
As lesões medulares são raras nesta fratura e normalmente o tratamento é conservador.
O tratamento consiste em tração mais imobilização por três meses. A artrodese é
raramente indicada.

Fraturas luxações das vértebras cervicais baixas

Basicamente as lesões podem ser divididas em 6 tipos: compressão-flexão, compressão


vertical, distração-flexão, compressão-extensão, distração-extensão e flexão lateral.
Muitas vezes a radiografia não permite a identificação das vértebras cervicas baixas,
tornando-se necessárias TC ou RNM.
As lesões traumáticas da coluna cervical exigem tratamento de urgência porque podem
ser determinantes de lesão medular ou podem causá-las posteriormente, o que pode resultar
em gravíssimas e definitivas incapacidades para o paciente. Se houver sinais de compressão
medular, devem imediatamente ser tomadas medidas visando o seu tratamento. A
administração de drogas de controle do edema medular (Metilprednisolona) é de grande
utilidade.
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O tratamento é quase sempre cirúrgico, sendo precedido de tração para redução. Os
procedimentos cirúrgicos podem variar, desde amarrilhos sublaminares até artrodeses.
O tratamento conservador pode gerar muitas complicações, pois os pacientes
permanecem imóveis na tração transesquelética por um período de aproximadamente 4
semanas.

OBS 1: Normalmente utiliza-se de 4 a 8 Kg nas trações, dependendo do peso do


paciente.
OBS 2: As figuras a baixo se referem ao tratamento conservados das fraturas das
vértebras cervicais.

Tração cervical Colar de polietileno Colar Halocorpóreo

2) LESÕES TORACOLOMBARES

Fratura por compressão

È o mecanismo mais comum. As forças de compressão axial associada ou não a flexão


produzem fraturas do corpo vertebral, em geral, sem luxação ou fraturas dos elementos
posteriores.
Este tipo de fratura é geralmente estável, não sendo em geral acompanhada de lesão
medular.
Este tipo de fratura é comum nos indivíduos com
osteoporose.

Fratura por compressão


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Fratura por distração

Este mecanismo pode ou não estar associado a uma força de cisalhamento.


Neste tipo de fratura é freqüente o comprometimento dos elementos anteriores e posteriores
da vértebra.
O trauma méis freqüente ocorre quando o paciente é submetido a uma desaceleração rápida
com o cinto de segurança preso no abdômen e o tronco em flexão, causando uma força de
tração nos elementos posteriores da vértebra. Essa fratura é conhecida como “fratura de
Chance” e ocorre, em geral, de L1 a L4.

Fratura por flexão/rotação

É o mecanismo mais freqüente de luxação ou fratura luxação nesta região. Esta fratura é
instável, isto porque normalmente os processos articulares e/ou o complexo ligamentar
posterior está lesado. Em cerca de 70% dos casos, o paciente apresenta lesão neurológica
associada.

Fratura por flexão/rotação Desenho esquemático de fraturas por flexão/rotação

TRATAMENTO CONSEVADOR.

Só é realizado quando:
a) Integridade do complexo ligamentar posterior.
b) Diminuição da altura do corpo vertebral menor que 50%.
c) Cifose menor que 30° no nível da fratura.

O tratamento consiste em repouso no leito por 2 a 3 semanas nos casos mais brandos e
colete de Boston (OTLS) por 3 a 4 meses nos outros casos.
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TRATAMENTO CIRURGICO

O tratamento cirúrgico é normalmente a artrodese da região compromrtida.

Procedimento utilizado nas cifoses acima de 30°.

Artrodese em uma fratura por flexõa/rotação.

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