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É uma jornada que o tomou de ser um fervoroso ministro presbiteriano e
professor de Teologia de um grande seminário Protestante para se tornar um
teólogo Católico Romano, um apologista internacionalmente conhecido da
Igreja Católica. Através do estudo e oração, Scott Hahn veio a entender que a
verdade da Igreja Católica é firmemente enraizada nas Escrituras. Aqui vai o
texto transcrevido de uma palestra dada por Scott Hahn esboçando sua
jornada de fé.
É muito bom estar aqui com vocês esta manhã. É sempre uma surpresa deliciosa.
Eu nunca paro de ficar maravilhado com a oportunidade que eu tenho de
compartilhar o porquê que eu me tornei um Católico Romano e como o Senhor
trabalhou na vida da minha esposa e da nossa família também.
Isso sempre me lembra de uma das minhas histórias favoritas. Havia um jovem
garoto que queria, da pior maneira, chamar uma bela moça para sair. Isso levou
semanas para que ele tomasse coragem suficiente, e quando ele finalmente a
chamou, ela disse “sim”. Ele estava chocado e encantado. Aquela manhã de
sábado chegou, e ele se preparou de muitas maneiras : Tomou um longo banho,
pensou sobre o que vestir; então ele decidiu fazer uma grande surpresa para ela.
Foi até a drogaria. Ele foi até o farmacêutico atrás do balcão e disse : “Quero uma
caixa de chocolate de uma libra[(aprox. meio quilo)], uma de duas libras e uma de
três libras”. O farmacêutico curvou-se, pegou as caixas e colocou no balcão.Ele
disse : “Você se importa se eu perguntar por que você está comprando três caixas
com tamanhos diferentes?” - “Não eu não me importo”. E ele explicou : “Hoje é a
noite, encontro especial, uma bela garota; e se antes do encontro ela me deixar
segurar sua mão, ela ganha a caixa de uma libra. Se durante o filme, quando eu
maliciosamente passar o braço por volta dela e ela não reclamar, ela ganha a
caixa de duas libras. E quando nós trocarmos os “boa noites”, se ela me deixar
dar-lhe um beijo, ela ganha a caixa de três libras”. O farmacêutico disse :
“Espertinho - divirta-se”.
Ele ficou tão nervoso que chegou na casa da garota meia hora antes. Ela veio até
a porta e disse : “Estamos indo agora mesmo jantar”. Ele disse : “Posso me juntar
a vocês?” - “Claro,eu acho”. Ele foi e se sentou na mesa de jantar. Ele perguntou :
“Posso orar agradecendo?” - “Claro”,eles disseram. Ele orou por um, três, cinco,
dez minutos; e foi comer um jantar que já tinha esfriado. No caminho para a
porta, a garota sussurrou : “Você nunca tinha me dito que era tão religioso”. E ele
disse de volta : “Você nunca tinha me dito que teu pai era o farmacêutico”.
É isto que eu quero compartilhar com vocês nesta manhã. E começa com uma
experiência de conversão que eu tive no ensino médio. Eu não cresci em uma
família fortemente cristã. Nós não íamos à igreja com muita frequência, e eu não
era muito religioso. O que Deus usou na minha vida foi uma organização
chamada “Young Life”, um [meio de] alcance para adolescentes de ensino médio
que não vão a igreja; e um homem chamado Jack em particular, que se tornou
meu amigo e também compartilhou comigo o Evangelho de Jesus Cristo. Isso
fez uma profunda diferença na minha vida.
Nos meus primeiros do ensino médio eu me comprometi com Cristo e pedi que
Ele entrasse em meu coração; eu pedi a Ele para ser meu Senhor e Salvador. Eu
entreguei à Ele meus pecados e recebi o presente do [Seu] perdão e [Sua]
salvação. Fez uma diferença do tamanho do mundo para mim. Me custou um
monte de amigos, mas, em [algum certo] sentido, o Senhor compensou tudo
isso, me dando amigos reais, amigos em Cristo.
Jack, que me ensinou a amar ao Senhor, também me ensinou a ler a Bíblia. E não
somente ler, mas estudá-la; e não somente estudar, mas mergulhar nela, ler e
reler de capa a capa. Quando eu estava no fim do ensino médio, eu já tinha lido a
Bíblia inteira umas duas ou três vezes. E eu caí em amores pela Sagrada
Escritura. Como resultado disso,eu me tornaria convencido de algumas coisas.
Primeiramente, no vício em ler a Bíblia, Jack compartilhou comigo algumas
coisas da sua biblioteca pessoal dos escritos de Martinho Lutero e João Calvino, e
eu me tornei um cristão protestante convicto; não apenas uma cristão bíblico,
mas alguém que estava convencido que, até os anos de 1500, o Evangelho havia
Meu terceiro ano de ministério no Young Life, eu perguntei a uma bela jovem, a
mais bela garota do campus, se ela iria se juntar a mim para trabalharmos juntos
em aproximar-nos desses jovens sem igreja. Kimberly disse : “Sim”.Trabalhamos
juntos por dois anos e foi um tempo muito bom. Algumas vezes nós brigávamos
como irmãos, discutindo várias maneiras de nos aproximarmos desses jovens.
Mas nós realmente ganhamos respeito um pelo outro. Então, ao final desses
quatro anos de faculdade, eu fiz a pergunta. E eu acho que a coisa mais estúpida
que ela disse foi “sim”. Nos casamos assim que saímos da faculdade. Nós dois
tinhamos praticamente a mesma visão : Queríamos continuar no ministério
juntos, queríamos compartilhar as boas novas de Cristo, queríamos abrir a Bíblia
e fazer ela [se tornar] viva para as pessoas.
Anos de Seminário
Nós fomos para o seminário depois de uma ou duas semanas depois que nos
casamos. Que grande experiência foi estudarmos Teologia juntos para um
diploma de Mestrado. Depois de três anos, me graduei como o melhor da minha
turma. Eu não digo isso para me orgulhar, mas para ilustrar como eu perseguia
os estudos como uma espécie de vingança. As pessoas que me conheciam no
Seminário me conheciam por ser meio intenso. Eu gastava quase todas as horas
acordado em leitura e estudo das Escrituras ou de livros sobre ela que iriam
extrair mais sentido da Bíblia. Se eu não estava lendo, eu estava procurando
recursos [de leitura] em lojas de livros usados. Eu e Kimberly tivemos uma boa
experiência nesses três anos.Mas algumas coisas aconteceram ao longo do
caminho que eu preciso relatar porque, em exame retrospecto, eu as vejo como
experiências marcantes.
A primeira coisa foi um curso que Kimberly fez no seu primeiro ano, um curso
que eu já tinha feito um ano antes, intitulado Ética Cristã. O Dr.Davis organizava
os estudantes “quebrando” a turma em pequenos grupos, para que cada grupo
pudesse estudar um assunto. Tinha um pequeno grupo sobre aborto, um
pequeno grupo sobre guerra nuclear, um pequeno grupo sobre pena de morte.
Em um jantar, ela me contou que estava num pequeno grupo destinado a
estudar sobre medidas anticoncepcionais. Eu me lembro de pensar naquela hora
: “Porque esse assunto?”
No ano anterior, quando eu fiz este curso, ninguém se inscreveu para esse
pequeno grupo e eu contei isto a ela. Ela disse : “Bem, outras três pessoas se
adquiri uma forte convicção de que, se queres conhecer a Deus, tens de
entender a Aliança. Então, quando eu peguei o livro, fiquei interessado por ver a
palavra “aliança” no título. Eu abri o livro e comecei a ler; e eu falei : “Espera um
segundo, Kimberly...esse cara é Católico!Você espera que eu leia um [livro de um]
católico?” - e o que veio a minha mente no mesmo instante foi : “O que um
Católico está fazendo ao colocar “aliança” no título do seu livro? Desde quando os
Católicos roubaram meu conceito favorito?”
Então, eu comecei a ler o livro. Eu li dois ou três capítulos e ele estava fazendo um
certo sentido até. Eu imediatamente joguei o livro na minha mesa. Eu não queria
que ele fizesse mais sentido. Mas eu peguei ele de novo e comecei a ler mais um
pouco. Os argumentos dele faziam muito sentido. [Baseado] nas Escrituras [e
discorrendo sobre] a Aliança, ele mostrou que o ato matrimonial não é
meramente físico; [e sim que] é um ato espiritual que designou para que a
aliança matrimonial seja renovada.E em todas as alianças, você tem a
oportunidade de renová-la; e o ato de renovar a aliança é um ato ou momento de
graça. Quando você renova uma aliança, Deus libera graça, e a graça é vida, a
graça é poder, a graça é o próprio amor de Deus. Kippley mostra como, em uma
aliança matrimonial, Deus designou o ato matrimonial para mostrar o poder do
amor que dá a vida. Que, na aliança matrimonial os dois se tornam um, para que
depois se tornem um em nove meses, para que depois talvez dêem um nome. E
aquela criança que foi concebida, incorpora a unicidade do que Deus fez dos dois
no ato matrimonial. Isso é em todo sentido - Deus designou a aliança
matrimonial. Deus disse : “Façamos o homem a nossa imagem e semelhança”, e
Deus, que é três em um fez o homem, macho e fêmea, e disse : “Frutificai e
multiplicai”. Os dois devem se tornar um para que, quando se tornem um, esse
um se torne um terceiro : Uma criança.E então, se tornam três em um. Isso
começou a fazer muito sentido, e ele percorreu outros argumentos também. Eu
terminei o livro, eu estava convencido.
Me incomodou um pouco que apenas a Igreja Católica Romana era a única
denominação, a única tradição eclesiástica na Terra que dava suporte a este
velho ensinamento Cristão enraizado nas Escrituras, porque em 1930 a Igreja
Anglicana esqueceu esta tradição e começou a permitir contraceptivos; e, a partir
daí, toda grande denominação praticamente caiu na montagem da Revolução
Sexual. Nos anos 60 e 70, a minha própria denominação, a Igreja Presbiteriana
nos Estados Unidos da América, não apenas deu apoio aos contraceptivos, mas
também ao aborto sob demanda e ao financiamento federal para abortos. E
aquilo me assustou. E eu comecei a pensar se não havia uma conexão entre abrir
um pouco as porteiras e depois, de repente, ver todo o fluxo d’água aberto. Eu
pensei : “Não,não...você sabe que a Igreja Católica tá ai há uns 2000 anos; eles
tem que estar certos em alguma coisa [, pelo menos]”. Nós temos um ditado em
nossa família de que mesmo um porco cego encontra uma bolota, e assim era,
pensei. Esse foi o meu segundo ano no seminário.
No meu terceiro e último ano, uma coisa aconteceu que representou uma crise
para mim. Eu estava estudando [a teologia da] Aliança e eu ouvi falar de outro
teólogo que estudava o mesmo assunto, um homem que atendia pelo nome de
Prof.Shepherd. Eu ouvi falar dele porque ele estava sendo acusado de heresia.
Alguns estavam insinuando que essa heresia veio do seu entendimento da
[teologia da] Aliança. Então eu peguei alguns dos documentos que ele escreveu,
alguns artigo, e eu comecei a ler. Eu descobri que o Prof.Shepherd se deparou
com as mesmas conclusões que eu me deparei em minha pesquisa.
No mundo protestante, a ideia de Aliança é entendida praticamente como um
um sinônimo ou como intercâmbio com um contrato. Quando se tem uma
Aliança com Deus, é o mesmo que ter um contrato : Você entrega seus pecados
a Deus, ele lhe entrega Cristo, e tudo é um acordo de fé para a Salvação.
Mas,quanto mais eu estudava, mais eu conseguia ver que, para os antigos
Hebreus, e na Sagrada Escritura, uma aliança difere de um contrato tanto quanto
um casamento difere da prostituição. Em um contrato, você faz troca de
propriedades, enquanto que, em uma aliança, você troca pessoas. Em um
contrato, você diz : “Isto é seu e aquilo é meu”, mas a Escritura nos diz que, em
uma aliança, você diz : “Eu sou teu e tu és meu”. Mesmo quando Deus faz uma
aliança conosco, Ele diz : “Eu serei vosso Deus e vocês serão meu povo”. Depois
que eu estudei Hebraico, eu descobri que “Am”, a palavra hebraica para “povo”,
literalmente significa parentes, família. “Eu serei vosso Deus e Pai; vocês serão
minha família, meus filhos e filhas”. Então alianças formam laços parentescos que
fazem família com Deus.
Eu li os artigos do Prof.Shepherd, e ele estava dizendo quase a mesma coisa :
Nossa aliança com Deus significa sermos feitos filhos. Eu pensei : “Bem, sim… isso
é bom”. Eu fiquei imaginando qual heresia estaria envolvida nisso. Então, alguém
me disse : “Shepherd está começando a questionar a Sola Fide!” - eu pensei : “O
que!?Não é possível?” - eu quis dizer, “isso é o Evangelho. Essa é a simples
verdade de Jesus Cristo. Ele morreu por meus pecados, eu creio nele, ele me
salva - é um acordo feito. Sola Fide? Como ele está questionando isso?”
Eu liguei por telefone para ele e disse : “Eu li seu material sobre Aliança; faz
bastante sentido. Eu cheguei, praticamente, às mesmas conclusões. Mas por que
isso está te levando a questionar a doutrina de Lutero sobre a Sola Fide?” - ele
começou a apresentar que a concepção de Lutero sobre justificação é bem
restrita e limitada. Tem várias verdades, mas também deixa escapar várias
verdades.
Quando eu desliguei o telefone, eu comecei a perseguir um pouco essa questão
e descobri que, para Lutero e praticamente toda a Cristandade Protestante e
Bíblica, Deus é um juíz, e a Aliança é um júri onde todos nós somos criminosos
culpados. Mas, como Cristo tomou nosso castigo, nós recebemos sua justiça,e Ele
toma nossos pecados, então ficamos impunes e ilesos. Para Lutero, em outras
palavras, salvação é uma troca jurídica, porém para Paulo em Romanos, para
Paulo em Gálatas, salvação é isso, porém é muito mais que isso.Não é
simplesmente uma troca jurídica porque a Aliança não aponta para um tribunal
Romano tanto quanto aponta para uma casa familiar Hebraica. Deus não é
apenas um juíz, Ele é um Pai, e Seus julgamentos são paternos. Cristo não é
apenas alguém que representa uma vítima inocente que toma nossa culpa,
nosso castigo.Ele é o primogênito dentre muitos irmãos. Ele é nosso irmão mais
velho na família, e nos vê como fugitivos, como filhos pródigos, como rebeldes
que estão desconectados, com suas vidas, da família de Deus. E, pela Nova
Aliança, Cristo não apenas faz uma troca de sentido jurídico; Cristo nos dá seu
status de Filho para que nós possamos realmente nos tornar filhos de Deus.
Quando eu compartilhei isso com meus amigos, eles ficaram tipo : “Bem, isso é
Paulo”. Mas quando eu adentrei os escritos de Lutero e Calvino, eu não achei
mais nada disso. Eles tinham me treinado para estudar as Escrituras, mas eu
descobri que haviam brechas significativas nos seus ensinamentos. Então, eu
cheguei a conclusão que de a Sola Fide estava errada. Primeiro, porque a Bíblia
nunca menciona tal coisa, em lugar nenhum. Segundo, porque Lutero adicionou
a palavra “somente” [(no alemão, a lleyn)] na sua tradução da Bíblia para alemão.
O Espírito Santo nunca inspirou os autores das Escrituras para dizer que somos
salvos pela fé somente. Paulo diz que somos salvos pela fé, mas em Gálatas ele
diz que somos salvos pela fé que atua pelo amor. E isso é como uma família
funciona, não é mesmo? Um pai não diz a seus filhos : “ Meus filhos, já que vocês
estão na minha família e seus amigos não estão, vocês não precisam trabalhar,
não precisam me obedecer, não precisam sacrificar porque, olha só, vocês estão
salvos! Receberão a herança não importa o que vocês façam”. Não é assim que
funciona.
Então, mudei minha mentalidade e fiquei muito preocupado. Um dos meus
melhores professores, um homem chamado Dr.John Gerstner, uma vez me disse
que “se nós estivéssemos errados sobre a Sola Fide, eu estaria de joelhos, no lado
de fora do Vaticano, em Roma, amanhã de manhã, fazendo penitência”. Nós
apenas rimos, que retórica, sabe? Mas ele tinha razão num ponto : Esse é o ponto
de onde todas as outras doutrinas fluem. Se estamos errados ali, teremos de fazer
um certo dever de casa para descobrir se estamos errado em mais alguma coisa.
Eu estava preocupado,mas nem tanto. Naquele tempo, eu queria ir estudar na
Universidade de Aberdeen sobre a doutrina da Aliança; porque, na Escócia, a
teologia aliancista nasceu e foi desenvolvida. E eu estava ansioso para ir até lá
estudar. Então, não estava tão preocupado em resolver esse problema porque,
afinal, isso poderia ser o foco do meu estudo de Doutorado.
Então, do nada, recebemos notícias que nossa mudança de visão sobre
anticoncepcionais trouxe uma mudança na anatomia e fisiologia de Kimberly :
Ela estava grávida. E Margaret Thatcher não estava interessada em financiar
bebês americanos nascendo no seu grande império. Então, olhamos para a
situação e percebemos que não podíamos manter despesas de ir para a Escócia.
Nós teríamos que esperar um ano.Mas o que nós faríamos até lá enquanto
estávamos cada vez mais perto da graduação? Não sabíamos, mas começamos a
orar.
Pastoreando uma Igreja em Virgínia
O telefone tocou. Uma igreja na Virgínia, uma igreja bem conhecida que eu já
tinha ouvido falar, me ligou e disse : “Você gostaria de vir aqui e se candidatar
para o pastorado?” - isso significava pregar um sermão como teste, direcionar
um estudo bíblico, e ter uma entrevista com pessoas mais velhas que iriam
coordenar a sessão. Eu disse : “Claro”. Eu fui até lá, preguei um sermão, dirigi um
estudo bíblico e fiz a entrevista. Eles disseram : “Você foi ótimo! Queremos você
aqui. Pagamos o suficiente para que você possa estudar teologia nas Escrituras
pelo menos 20 horas por semana. Mas, nós queremos que você pregue todas as
manhãs de Domingo por 45, para nos abrir à Palavra”. 45 minutos! Você pode
imaginar o que um padre ganharia se ele pregasse por 45 minutos? Na próxima
semana, a paróquia estaria vazia. E lá estavam eles me pedindo para pregar, ao
menos, 45 minutos. Eu disse: "Se você insiste, você que sabe... claro." E eles
disseram: "Queremos que você nos mergulhe na Palavra de Deus", e então eu
comecei.
A primeira coisa que eu fiz foi pregar sobre Aliança. A segunda coisa que eu fiz
foi corrigir o entendimento errado de que a Aliança é um contrato e mostrá-los
que a Aliança significa família. A terceira coisa que eu fiz foi mostrar a eles que a
família de Deus faz mais sentido de quem somos e o que Cristo fez por nós. Deus
é Pai, Deus é Filho, e Deus pelo Espírito Santo nos fez uma família com Ele. E
assim que eu comecei a pregar e ensinar isso, foi como um relâmpago : Eu
conseguia ver isso afetando [positivamente] famílias e casamentos. Uma
maravilha! A quarta coisa que eu fiz, foi ensinar a eles sobre liturgia, aliança e
família; que, nas Escrituras, a Aliança é celebrada através da adoração litúrgica
onde a Família de Deus se reúne para um jantar, celebrando o Sacrifício de
Cristo. Eu ensinei na minha pregação que talvez devêssemos ter o jantar da
família : Comunhão. Até usei o termo “Eucaristia”. Eles nunca tinham ouvido isto
antes. Eu disse : “Talvez nós deveríamos celebrar a Aliança da Família de Deus
com a Comunhão toda semana” - “O quê?” - eu disse : “Ao invés de estarmos
centrados no sermão, por que não fazemos o sermão como um prelúdio ou
preparação para a celebração de sermos a Família de Deus?” - eles amaram isso.
Mas um rapaz veio e disse : “Toda semana? Você sabe que repetição gera
desprezo; tem certeza que deveríamos fazer isso toda semana?” - eu disse :
“Bem, pare um pouco. Você diz ‘eu te amo’ para sua esposa apenas 4 vezes no
ano? Afinal de contas, repetição gera desprezo. Você a beija apenas 4 vezes no
ano?” - ele pensou e disse : “É...entendo seu ponto”.
À medida que mudamos nossa liturgia, nós sentimos uma mudança em nossas
vidas como uma paróquia, mas também nas nossas famílias. Foi maravilhoso ver
que, à medida que eu os ensinava sobre a Aliança, cada vez mais eles estavam
com sede de aprender mais.
No meio tempo, eu também estava ensinando um meio período na escola cristã
local, no ensino médio, que eu conheci naquela igreja. Eu tive alguns dos
estudantes mais brilhantes que estudaram comigo nesta época, e eles também
responderam com entusiasmo à esta ideia da Aliança. Eu comecei a ensinar um
curso sobre a História da Salvação; e de início, eles estavam meio assustados
porque tudo era muito confuso. Todos aqueles nomes e lugares que você não
consegue nem pronunciar; e que [também] não fazem muito sentido. Então, eu
mostrei para eles : “Vejam, a partir do ponto que vocês olham a Aliança como
uma família, tudo se torna muito simples”. Eu guiei meus estudantes pela série
de alianças do Antigo Testamento que apontam para Cristo. Primeiro, você tem
a Aliança que Deus fez com Adão; esta foi um casamento, um laço familiar. A
segunda foi a que Deus fez com Noé. Esta é uma família; Noé, sua esposa, seus
três filhos e suas três esposas; que formam uma família juntamente com Deus, a
Casa da Fé. Então, no tempo de Abraão, vemos que a família de Deus cresce a
uma medida que se torna uma família tribal. Então, a próxima aliança, a que
Deus fez com Moisés e Israel, vemos doze tribos que se tornam uma nação.
Então, esta aliança torna a família de Deus algo nacional. Até que, finalmente,
Cristo estabelece uma Nova Aliança. Ao invés de ter uma família identificada em
uma nação, a grande diferença da Nova Aliança, eu os ensinei, que agora nós
tinhamos uma família internacional, uma família católica espalhada pelo
mundo.
Um das minhas alunas levantou a mãe e disse : “Como isso ficaria se pudesse
realmente reconstruir tudo?” - Eu desenhei uma pirâmide no quadro e disse :
“Pense que isso é uma grande e extensa família com figuras de pais e mães
nesses níveis, e nós sendo como irmãos e irmãs em Cristo”. Eu ouvi alguém dizer,
bem baixinho, lá atrás : “Com certeza isso parece com a Igreja Católica”. Eu disse
: “Não, não, não! O que eu estou te dando é a solução dos problemas, o antídoto
para o veneno”. Bem, Rebecca veio até mim, um dia, no horário de almoço. Eu
estava comendo e ela disse : “Nós fizemos uma votação lá nos fundos da sala; foi
unânime. Todos nós pensamos que você vai se tornar um Católico Romano”. Eu
engasguei o sanduíche, e disse : “Fica quieta! Eu não perder meu emprego!
Rebecca, eu te asseguro que o que estou te dando não é Catolicismo; é o
antídoto do Catolicismo”. Ela só ficou ali me encarando - “não, é unânime, você
vai se tornar um católico”. E daí, ela se virou e foi embora.
Eu fiquei atordoado com aquilo. Quando eu fui pra casa naquela tarde, eu fui até
a cozinha, vi Kimberly perto da geladeira e disse : “Você nunca vai adivinhar o
que Rebecca me disse hoje”. “Me diz, outra história da Rebecca?” - eu disse :
“Bem, ela veio até mim no horário de almoço e anunciou que eles tinham feito
uma votação nos fundos da sala, e por unanimidade pensam que eu vou me
tornar católico. Dá pra acreditar? Eu me tornar católico?” - e ela não riu. Ela só
me encarou e disse : “Bem...você vai?” - aquilo foi como uma punhalada nas
costas, algo tipo : “Et tu, Brute Kimberly? Por favor, você não”. Eu disse : “Você
sabe que eu sou um Calvinista, um calvinista de Calvinistas, um Presbiteriano,
um anti-Católico, eu já distribuí dezenas do livro de Boettner, eu já puxei
católicos para fora, eu fui desmamado em Martinho Lutero”. Ela só ficou lá
parada e disse : “Sim, eu sei, mas as vezes eu imagino se você não é o Lutero ao
contrário”. Opa...essa doeu. Eu perdi as palavras.
Eu só andei devagar até minha sala de estudos, fechei a porta, tranquei, sentei
na minha cadeira e comecei a pensar. Eu estava assustado. Lutero ao contrário.
Naquele ponto, era o mesmo que salvação ao contrário. Eu estava assustado.
“Talvez eu só esteja estudando muito e orando pouco”, então comecei a orar
mais. Comecei a ler mais livros anti-Católicos, mas eles não faziam mais sentido
para mim. Então eu me voltei para fontes católicas e passei a ler elas.
Professor em um Seminário Presbiteriano
Nesse meio tempo, algo dramático aconteceu. Eu fui chamado por um
seminário, um seminário presbiteriano, e perguntou se eu gostaria de ensinar aos
seminaristas, começando com o Evangelho de João. Eu disse : Claro. Então eu
comecei a compartilhar tudo [ o que eu sabia ], no Evangelho de João, sobre a
Aliança, sobre a família de Deus, sobre o que significa nascer de novo. Eu
descobri que nascer de novo não significa aceitar Jesus Cristo como Senhor e
Salvador e pedir para que Ele entre no seu coração, apesar de que isto é
importante; e todo crente, Católico ou diverso, deve ter Jesus Cristo como Senhor
e Salvador e viver um relacionamento pessoal com Ele. Mas eu descobri o que
Jesus Cristo quis dizer em João 3, quando Ele disse o que você tem que fazer para
ser nascido de novo. Ele se volta e diz que você tem que nascer da água e do
espírito. E assim que Ele termina sua conversa com Nicodemos, os próximos
versos dizem que Jesus Cristo e seus discípulos discutiram acerca do batismo. Eu
ensinei que nascer de novo é um ato de aliança, um sacramento, uma renovação
da Aliança envolvendo o Batismo. Eu compartilhei isto com meus estudantes
seminaristas, [e] eles foram convencidos.
Nesse meio tempo, estava preparando meus sermões e algumas leituras
posteriores de João 3. Eu estava investigando o capítulo 6. Eu não quantos de
vocês já estudaram o Evangelho de João. Em muitas maneiras, é o mais rico dos
Evangelhos. Mas João capítulo 6 é o meu capítulo favorito do quarto Evangelho.
Ali, eu descobri algo que eu acho que tinha lido antes, mas nunca parei para
reparar. Ouça isto : “Jesus disse a eles : Em verdade, em verdade vos digo, ao
menos que comam a carne do Filho do Homem e bebam seu sangue, não haverá
vida alguma em vós. Aquele que comer da minha carne e beber do meu sangue
permanece em mim, e eu nele”. Eu li, li de novo, olhei por dez ângulos diferentes.
Comprei todos os livros sobre isso, comentários sobre João. Eu não conseguia
entender como aquilo fazia sentido.
Eu havia sido treinado para interpretar aquilo em um sentido figurativo; Jesus
está usando uma simbologia. Carne e sangue são apenas um símbolo de Sua
Carne e Sangue.Mas quanto mais eu estudava, mais eu compreendia que aquela
interpretação não fazia sentido algum. Por que? Porque assim que os Judeus
ouviram o que Jesus disse, eles partiram.Até este ponto, milhares estavam
seguindo ele, e de repente, as multidões simplesmente se chocam com o que Ele
falou : “Minha carne é também comida, meu sangue é também bebida”, e todos
eles partiram. Milhares de discípulos o deixaram. Se Jesus tivesse falado de modo
simbólico, Ele teria a obrigação moral, como Mestre, de dizer : “Esperem, eu
apenas estou falando de modo simbólico”. Mas Ele não faz isso. Ao invés disso, o
que Ele faz?
Minha pesquisa me mostrou que Ele não virou para os apóstolos e disse : “Melhor
contratarmos um agente de relações públicas”; Ele disse : “Vocês também vão
me deixar?” - Ele não explica que falou de modo simbólico. Não! Ele diz que a
Verdade é o que nos liberta, e que Ele ensinou a Verdade. “O que vocês farão
sobre isso?”
Pedro se põe a frente e proclama : “Para onde iremos nós? Só tu tens palavras de
vida eterna. E nós cremos”. O pronunciamento de Pedro : “Para onde iremos
nós?”, significa que : “Não entendemos o que dizes, porém há outro Mestre que
tu possa nos recomendar? Então, para onde iremos nós? É tarde demais para
nós; cremos em tudo que dizes mesmo que não conseguimos entender por
completo; e se dizes que temos comer tua carne e comer teu sangue, então de
alguma forma será nos dada a graça que precisamos para aceitar o valor de tuas
palavras”. Ele não disse isso figuradamente.
Assim que eu comecei a estudar isto, eu comecei a compreender que, uma coisa
é convencer presbiterianos que nascer de novo é ser batizado, mas como, neste
mundo, eu poderia convencer que nós temos que realmente comer Sua Carne e
beber Seu Sangue? Eu foquei um pouco mais na Ceia do Senhor e na Comunhão.
Eu descobri que Jesus nunca usou a palavra “aliança” em seu ministério público.
Exceto uma vez, quando Ele instituiu a Eucaristia e disse : “Este é o cálice do
sangue da Nova Aliança”. Se Aliança significa família, então o que nos faz família?
Partilhar a Carne e o Sangue. Então se Cristo forma uma nova aliança, que é uma
nova família, o que Ele fará em providência para nós? Nova Carne e Novo Sangue.
Eu comecei a perceber por quê, na Igreja primitiva, durante 700 anos, ninguém
disputou o significado das palavras de Jesus. Todos os Padres primitivos
ensinaram, sem exceção, que Jesus usou palavras em valor nominal, crendo e
ensinando a Presença Real de Cristo na Eucaristia. Eu estava assustado. Não
sabia a quem recorrer.
E de repente, um episódio ocorre; uma noite no seminário, para o qual eu não
estava preparado.Um ex-aluno de graduação católica chamado John levantou
sua mão. Eu tinha acabado de terminar uma apresentação para o seminário
sobre o Concílio de Trento. O Concílio de Trento, você vai recordar, foi a resposta
oficial da Igreja para Martinho Lutero e a Reforma.
Em cerca de uma hora e meia, ele apresentou o Concílio de Trento com as luzes
mais favoráveis. Ele mostrou como muitos dos argumentos dele eram, de fato,
baseados na Bíblia. Então, ele virou os holofotes para mim. Os estudantes podiam
perguntar uma ou duas vezes. Ele disse : “Posso te fazer uma pergunta, Professor
Hahn?Você sabe que Lutero tinha dois slogans, não apenas s ola fide, mas o
segundo slogan que ele usou na revolta contra Roma era s ola scriptura, a Bíblia
somente. Minha pergunta é : Onde a Bíblia ensina isso?”
Eu olhei para ele com um olhar vazio.Eu podia sentir o suor descendo na minha
testa. Eu costumava me orgulhar de perguntar aos meus professores as
perguntas mais difíceis, mas eu nunca ouvi essa antes. E eu então me ouvi dizer
palavras que eu tenho jurado nunca mais dizer : “John, que pergunta idiota.” E ele
não estava intimidado. Ele olhou para mim e disse : “Me dê um resposta idiota”.
Eu disse : “Tudo bem, eu vou tentar”. E eu comecei : Eu disse [que] “bem, II Tim.
3.16 é a chave : Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para correção, no
preparo para a justiça, para provar que o homem de Deus esteja corretamente
equipado para toda boa obra”. Ele disse : “Espere um segundo. Isso apenas diz
que a Escritura é inspirada e útil.Não diz que APENAS a Escritura é inspirada ou
até melhor, que apenas a Escritura é útil para estes fins, também precisamos da
oração”. E então ele disse : “E quanto a 2 Tessalonicenses 2:15?” - eu disse , “O que
diz?” - ele disse : “Bem, ali Paulo diz aos Tessalonicenses que eles tem que se
manter firmes e se apegar às tradições que Paulo os ensinou; seja por escrito ou
por palavra dita”. Nossa! Eu não estava preparado. Eu disse : “Bem, vamos
continuar com as perguntas e respostas, lido com isso próxima semana, vamos
continuar”.
Eu não acho que eles perceberam o pânico que me deu.Quando eu dirigi de
volta para casa aquela noite, eu estava simplesmente olhando para os céus e
perguntando a Deus : “Por que eu nunca ouvi esta pergunta? Por que eu nunca
achei uma resposta?”. No outro dia, eu comecei a ligar para teológos ao redor do
país, ex-professores. Eu perguntei a eles : “Onde a Bíblia ensina s ola scriptura?
Onde a Bíblia nos ensina que a Bíblia é a única autoridade?” - alguém disse uma
coisa para mim : “Que pergunta idiota para vir de você”. Eu disse : “Então, me dê
uma resposta idiota” - já estava pegando o jeito. Um professor que eu respeitava
muito, um teólogo de Oxford, me disse : “Scott, você não espera encontrar a
Bíblia ensinando s ola scriptura porque não é algo que a Bíblia demonstra”.É
nossa própria suposição, é nossa pressuposição quando nos aproximamos da
Bíblia”. Aquilo me pareceu estranho. Eu disse : “Mas professor, isso parece
estranho, porque quando dizemos isso, dizemos que deveríamos acreditar
apenas no que a Bíblia ensina.Nossa posição não é ensinada pela Bíblia.Isso
parece como cortar os ramos nos quais estamos”. Então, ele disse : “Bem, que
outras opções nós temos”. Boa pontuação, muito bem.
Outro amigo, um teólogo, me ligou e disse : “Scott, o que isso que eu estou
ouvindo que você está considerando a fé Católica?” - “Bem, não; Art, eu não estou
realmente considerando a fé Católica”. Então, eu decidi colocar uma pergunta
para ele. Eu disse : “Art, para você, o que é o Pilar e Fundamento da Verdade?” - e
ele disse : “Scott, para todos nós, a Escritura é o Pilar e Fundamento da Verdade”.
Eu disse : “Então Art, por que a Bíblia diz em 1 Timóteo 3.15 que o Pilar e
Fundamento da Verdade é a Igreja, a Família da Fé?” - ouve silêncio. Então ele
disse : “Bem...que Igreja, Scott? Tem várias delas”. Eu disse : “Art, quantas igrejas
estão se candidatando ao trabalho de ser o Pilar e Sustentáculo da Verdade?
Tipo, se você fala de uma Igreja dizendo : Somos o Pilar e Sustentáculo da
Verdade; nos procure e você ouvirá Cristo ensinando e falando, quantas
candidatas você vê por aí? Eu conheço sobre uma.Eu apenas sei que a Igreja
Católica Romana ensina que ela foi fundada por Cristo. Ela está por aí há 2000
anos e ela está fazendo algumas reivindicações estranhas que parecem muito
com 1 Timóteo 3:15.”
Bem, até esse ponto, eu não estava certo do que fazer.Aliás, eu recebi um
telefonema do presidente do conselho de curadores no seminário onde eu
estava ensinando. Eu não sabia exatamente por quê. Eu pensei : “Talvez o rumor
que eu estou ensinando coisas que parecem católicas chegou até o presidente”.
Quando eu me juntei à ele para almoçar, eu estava bem assustado e indeciso. Ele
procedeu para dizer que os curadores chegaram a uma decisão unânime : Como
minhas aulas estavam indo tão bem, pois muitas pessoas estavam se
inscrevendo para elas, eles perguntaram se eu queria ponderar sobre ser o reitor
do seminário na velhice madura de 26 anos. Eu não acreditei. Ele disse : “Vamos
deixar você ensinar os cursos que quiser. Vamos deixar você contratar
capacitados se quiser. Nós vamos até pagar por seu programa doutoral em
Teologia.” Eu disse : “Onde tem um programa desses por aqui perto?” - ele disse :
“Universidade Católica”. Eu pensei : “Não, não, não. Eu não quero estudar lá; estou
fugindo dessa perspectiva no momento”. Eu só não disse “não” naquele
momento à ele porque eu não sabia o que dizer. Ele disse : “Bem, você oraria
sobre esse assunto?” - “eu vou, Steve. Mas eu acho que já sei a resposta. E,
suficientemente estranho, eu acho que vou dizer não e não vou poder explicar
porque eu não tenho certeza”.
Quando eu cheguei em casa, Kimberly estava me esperando. Ela disse : “O que
ele queria?” - “queria que eu fosse reitor”. “Não brinca!” - “não”. “O que você
disse?” - “não”. “Por que você disse não?” - Kimberly, neste exato momento eu
não sei o que eu iria ensinar. Exatamente agora eu não sei o que a Escritura
ensina, e eu sei que um dia eu vou estar diante de Jesus Cristo para julgamento e
não vai ser suficiente dizer : Bem, Jesus, eu apenas ensinei o que fui aprendi de
meus professores. Ele tem me mostrado coisas da Escritura e eu tenho que ser
fiel a elas”. Ela caminhou até mim, estendeu os braços e me abraçou. Então ela
disse : “Scott, é isso que eu amo em você, é por isso que eu casei com você. Mas,
se é assim, vamos ter que orar”. Ela sabia o que isso significava. Isso não só
significava rejeitar a oferta do seminário, mas também era rejeitar o pastorado de
uma igreja crescente. Eu amei as duas oportunidades.
Assistente Administrativo do Presidente da Universidade
Nós não sabíamos o que iríamos fazer. Estávamos desamparados em Julho.
Depois de muita oração, nós decidimos nos mudar de volta para a cidade onde
nos conhecemos fazendo faculdade.Quando nos mudamos, eu me candidatei
para empregos em vários locais, mas a universidade me contratou como
assistente para o presidente. Por dois anos eu trabalhei ali, e era bem
confortável, pois eu trabalhava durante a manhã e isso me dava noites livres
para mergulhar em pesquisa profunda.Das 8 da noite, quando eu colocava as
crianças para dormir, até uma ou duas da manhã, eu iria ler, estudar e pesquisar.
profundo. O que ele é?” - “Como assim?” - “Bem, ele é Metodista?” - “Não” -
“Luterano?” - “Não” - “Batista?” - e daí, umas vinte perguntas de “o que ele era”.
“O que ele é, então?” - “Ele é Cató-” - “O que?Não ouvi?” - “Ele é Católico
Romano”. “Espera um segundo, acho que a ligação está cortando, Scott. Eu
achei que você tinha dito que ele é Católico”. Eu disse : “Gerry, eu disse que ele é
Católico e ele é Católico, e eu tenho lido muitos católicos”.
E, de repente, começou a jorrar como as cataratas do Niágara. Eu disse : “Eu
tenho lido Danielou, Ratzinger, de Lubac, Garrigou-Lagrange, Congar, e todos
esses caras; é muito rico [o material deles]. Você tem que ler também”. Ele disse :
“Calma lá - Scott, sua alma pode estar em perigo”. - “Gerry, posso te dar uma lista
de livros?” - “Claro, eu vou ler; qualquer coisa para te tirar dessa armadilha. E eu
vou te dar esses aqui”. Ele mencionou uns 10 livros anti-Católicos. Eu disse :
“Gerry, eu já li cada um deles, pelo menos uma ou duas vezes” - “Então, me dê a
sua lista”. E eu citei para ele.
Depois de um mês, nós combinamos uma conversa longa por telefone. Kimberly
não podia estar mais feliz. Finalmente, um cavaleiro prodígio em armadura
brilhante vindo para resgatar seu marido das garras do Romanismo. Ela estava
me esperando com respiração suspensa, depois que a conversa acabou. Eu disse
que Gerry estava bem alegre porque estava lendo o que eu lhe mandei e estava
me levando a sério. Ela disse : “Que bom!Eu sabia que ele iria fazer isso”.
Bem, isso continuou por 3 ou 4 meses. Nós nos falávamos por telefone por duas,
três ou até quatro horas discutindo sobre Teologia até às três ou quatro da
manhã. Kimberly estava muito feliz e grata à ele por estar me levando tão à
sério.
Uma noite, eu me deitei às duas ou três [da manhã]; ela ainda estava acordada. A
luz estava apagada, mas ela se sentou na cama e disse : “Como está indo?” -
“Muito bem” - “Me conta mais” - “Gerry está quase intoxicado de excitação com
todas as verdades da Escritura que a Igreja Católica apresenta” - “O que!?” - eu
não consegui ver o rosto dela, mas eu quase podia senti-lo afundar quando ela
recostou-se na cama, colocou o rosto no travesseiro e começou a soluçar. Eu não
conseguia nem abraçá-la, ela estava tão machucada e abandonada.
Um pouco depois, Gerry me ligou e disse : “Escuta, eu estou um pouco receoso.
Meus amigos estão um pouco receosos. Temos que levar isso a sério. Eu falei
com o Dr. John Gerstner, um presbiteriano treinado em Harvard, teólogo
anti-Católico. Ele vai conversar conosco por quanto tempo nós quisermos”.
Combinamos uma sessão comigo, Gerry e o Dr.Gerstner por 6 horas,
percorrendo o Antigo Testamento em Hebraico, o Novo Testamento em Grego, e
os documentos de Concílios, sobre História da Igreja. Ao final das seis horas,
Gerry e eu esperávamos estar completamente soprados da água. Ao invés disso,
o que nós descobrimos foi que a Igreja Católica quase não precisa de uma
defesa. É mais como um leão - só precisa deixar ele sair da jaula, e ele cuida do
resto. Nós apenas apresentamos os ensinamentos da Igreja e mostramos os
textos na Escritura, e não sentimos que ele deu uma resposta para uma só
objeção ou pergunta nossa. No final, nós nos sentimos como : “Nossa, o que isso
quer dizer?” - nenhum de nós sabia [o que]. Os seminaristas mais anti-católicos
imaginando se Deus talvez seja Católico - estávamos aterrorizados.
Nesse meio tempo, eu mandei uma inscrição para a Universidade Marquette
porque eu ouvi que lá eles tinham alguns poucos e excelentes teólogos, que
estavam baseados na Aliança, estudando sobre a Igreja e fazendo muitas coisas
boas. Antes mesmo de ser aceito e conseguir uma bolsa de estudos, eu comecei
a visitar alguns padres na área.Eu estava assustado. Eu fazia isso a noite, para
que ninguém me visse. Eu quase me sentia sujo e contaminado entrando na
reitoria. Eu sentei e lancei algumas perguntas e, para um homem, cada padre
iria dizer : “Vamos conversar sobre outra coisa além de teologia”. Nenhum deles
queria discutir sobre minhas perguntas. Um deles até disse : “Você está
pensando em se converter? Não, você não quer fazer isso. Desde o Vaticano II
nós não encorajamos isso”. Eu disse : “Espere um segundo, Padre…” - “Não, me
chame de Mike.” - “Muito bem, Mike. Eu não quero que você quebre o meu
braço e me force a entrar.Eu acho que Deus está me chamando” - “Então, se
você quer minha ajuda, veio para a pessoa errada”.
Depois de uns três ou quatro encontros desse jeito, eu estava confuso. Eu
conversei com Kimberly. Ela disse : “Você tem que ir para uma escola Católica
onde você pode estudar em tempo integral, onde você pode ouvir da boca do
cavalo, onde você pode se certificar que a Igreja Católica na qual você acredita
ainda existe”. Ela tinha razão. Depois de muita oração e preparação, nos
mudamos para Milwaukee onde eu estudei por dois anos no Doutorado em
período integral.
Esses dois anos foram o período mais rico [em matéria] de estudos que eu
experimentei na minha vida.E o tempo mais rico [em matéria] de oração
também. Eu conheci alguns seminaristas, onde eu era, na verdade, o
A Liturgia da Palavra foi tão rica, não apenas nas leituras da Escritura. Eles liam
mais da Escritura, eu pensei, em uma missa de dia de semana do que nós[,
protestantes,] lemos em um culto de domingo. Mas as suas orações estavam
encharcadas de linguagem bíblica e frases de Isaías e Ezequiel.Eu me sentei
dizendo, “Cara, pare show! Deixe-me explicar suas orações. Isto é Zacarias, é
Ezequiel! Nossa! É a Bíblia vindo à vida e dançando no palco central e dizendo, ‘é
aqui o lugar ao qual eu pertenço”.
Então a Liturgia Eucarística começou. Eu assisti e ouvi enquanto o padre
pronunciava as palavras da consagração e elevava a hóstia. E eu confesso, a
última gota de dúvida secou naquela hora. Eu olhei e disse , “Senhor meu e Deus
meu”.À medida que as pessoas iam para receber a Comunhão, eu literalmente
comecei a babar, “Senhor, eu te quero. Eu quero uma comunhão mais plena
contigo.Você veio ao meu coração. Você é meu Salvador pessoal e Senhor, mas
eu penso que quero-te na minha língua e no meu estômago, e no meu corpo e
na minha alma até esta comunhão estar completa.”
E assim que começou, terminou. As pessoas ficaram ali por um ou dois minutos
para a ação de graças e então foram embora.E eventualmente, eu também fui
embora e pensei, o que eu fiz? Mas no dia seguinte, eu estava de volta, e no dia
seguinte. Eu não pude contar a uma alma. Eu não pude contar a minha esposa.
Mas em duas ou três semanas eu estava preso.Eu estava de ponta-cabeça com
Cristo e Sua Real Presença no Santo Sacramento.Aquilo se tornou a fonte e
cumo e o clímax todo dia, e eu ainda não podia contar a ninguém.
Então um dia Gerry me chamou no telefone. Ele estava lendo centenas de livros
por conta própria. Ele me chamou e anunciou, “Leslie e eu decidimos que nós
vamos nos tornar Católicas esta Páscoa, 1986.” Eu disse, “espera uma segundo,
Gerry. Você veio para me impedir de entrar; agora você acha que vai me bater na
mesa? Isso não é justo.” Ele disse, “Escuta, Scott, eu não sei que objeções ou
perguntas você ainda tem, mas todas as nossas estão respondidas.” Eu disse, “as
minhas também estão.” Ele disse, “Bem, eu não vou forçar.”
Quando eu desliguei o telefone, percebi que atrasar a obediência para mim
estava se tornando quase como obediência. Deus tem feito tudo tão na Escritura
sobre Maria, sobre o Papa, até mesmo sobre o Purgatório de 1 Coríntios 3,15 e em
diante, sobre os Santos como família de Deus, como meus irmãos e irmãs em
Cristo. Eu estava explicando para meus amigos como a Família de Deus é a ideia
central que faz tudo ter sentido na fé Católica.Maria é nossa mãe, o Papa é nosso
sensação de paz vindo devagar quando Ele disse, “Eu vou com o passar do
tempo; apenas recue.Você não é o Espírito Santo, você não pode mudar o
coração dela.” Nos próximos dias e as próximas semanas e meses ela ainda não
estava interessada. Aquilo foi difícil.
Eu acabei aceitando um trabalho [na cidade de] Joliet para ensinar por alguns
anos em uma faculdade ali. Bem antes de nos mudarmos algo aconteceu que o
Senhor fez. Nós tivemos um terceiro bebê, Hannah. Quando Hannah foi
concebida, eu estava bem assustado. Assustado por várias razões mas nunca tão
assustado quanto eu estava em um domingo de manhã quando Kimberly
estava grávida apenas de quatro meses. Nós estávamos na igreja dela cantando
a última estrofe do último hino, e ela virou para mim. Ela estava pálida como um
fantasma, “Eu não me sinto bem, eu estou sangrando.” Ela sentou e deitou no
banco enquanto todo mundo começou a sair do santuário. Eu entrei em pânico.
Eu não sabia o que fazer; ela estava pálida como um fantasma. Eu corri para o
orelhão. Eu chamei nosso obstetra. Eu disse, “Onde está ele?” “Bem, eu não sei
onde o Dr. Marmion está.É fim de semana e ele deve estar fora da cidade.” “Você
pode procurá-lo?” “Eu vou procurá-lo e ele vai ligar pra você se estiver
disponível.”Eu desliguei.Eu estava em pânico.Eu comecei a rezar para São
Gerardo [Magella], para todo mundo. Eu apenas pedi ao Senhor Jesus Cristo para
nos ajudar. Dez segundos, talvez quinze se passaram e o telefone tocou.Eu o
peguei e disse, “Olá”. “Scott?” “Sim.” “É o Dr.Marmion aqui.” Eu disse, “Pat, cadê
você?” Ele disse, “Onde você está?” Eu disse, “Eu estou fora da cidade neste
bairro particular”. “Onde?” “Nesta igreja”. “Aonde você está na igreja?” “Estou fora
do santuário no orelhão” Ele disse, “Isso é inacreditável. Eu estou justamente
visitando aquela igreja esta manhã.Eu estou ligando do porão. Já estou
subindo”. Ele subiu as escadas correndo em quatro ou cinco, talvez oito
segundo. Ele disse, “Onde ela está?” Eu disse, “ali está ela.” Ele correu e começou
a administrar ajuda para ela. Ela entrou no carro. Nós aceleramos ao
(agradecidamente) St.Joseph Hospital e a vida de Kimberly foi salva, a vida do
bebê foi salva, e eventualmente Hannah nasceu.
Eu estava com uma sensação de que o Senhor estava muito mais próximo de
nós e de nosso casamento que parecia mais quebrado do que eu podia
perceber. Eu comecei a orar, “O que vamos fazer com um bebê novo?” Kimberly
me abordou logo antes de Hannah nascer, e ela disse, “Eu não estou certa
exatamente do porquê, mas o Senhor me deu a impressão de que Hannah é a
criança da reconciliação. Eu não estou certa do que isso significa.” Nós nos
abraçamos e começamos a orar sobre isso.
Depois que Hannah nasceu, Kimberly me abordou. Ela disse, “Eu não tenho
certeza por quê, mas eu acho que o Senhor quer que eu batize Hannah na Igreja
Católica.” Eu disse, “O quê!?” Ela disse, “Não tenho certeza mas sim[, quero fazer
isso].” Passamos pela liturgia batismal juntos. O Monsenhor Bruskewitz, o padre
que me trouxe para dentro, é somente o mais nobre príncipe de um homem
piedoso. Ele agora é o Bispo de Lincoln e eles fez esta liturgia privada tão bem,
tão cheia com a tradição e a Escritura, que enquanto ele disse, “Aleluia, aleluia”
em uma das orações litúrgica, Kimberly quase pulou fora das suas meias. Ela
disse, “Aleluia! Oh, desculpa.” Ele disse, “Não, eu queria que os Católicos fizessem
isso; isto é bom.”
Como um resultado desta celebração litúrgica do batismo, ela tirou uma xerox a
liturgia batismal e mandou para sua família e amigos. Mas ela ainda não estava
pronta para entrar nesses debates. Ela começou a ler e a orar. Eu apenas tentei
recuar mais e mais.
Viagem ao Vaticano em Roma
de Deus, mas acima de tudo, com a Santa Eucaristia para conhecer nós mesmos
ao redor da mesa como família de Deus, Seus próprios filhos. Que privilégios nós
temos; que graças Ele dá!
Tradução por : Simão Bezerra. Ad maiorem Deo gloriam!