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NOTA: podemos definir personalidade como o conjunto dos aspectos internos e externos, peculiares a
cada pessoa, relativamente permanentes, e que influencia o comportamento nas diversas situações.
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1.2 FUNDAMENTOS DO COMPORTAMENTO HUMANO
Estudo do Comportamento
Para compreendermos como funciona o comportamento Humano adotaremos o Behaviorismo como base
teórica.
Esta teoria dedica-se ao estudo das interações entre o indivíduo e o ambiente, entre as ações do indivíduo
(suas respostas) e o ambiente (as estimulações).
Comportamento, entendido como interação indivíduo-ambiente, é a unidade básica de descrição e o ponto
de partida para uma ciência do comportamento. O homem começa a ser estudado a partir de sua interação
com o ambiente, sendo tomado como produto e produtor dessas interações.
O Behaviorismo divide o comportamento em dois tipos: Respondente e Operante.
Comportamento Respondente
O Comportamento Respondente inclui todas as respostas dos seres humanos, que são dadas após um
estímulo do ambiente. Podemos chamar também de reflexo, por exemplo, quando as pupilas se contraem
ou dilatam na mudança da iluminação do ambiente; sempre que um sopro de ar frio arrepia a sua pele;
sempre que você estremece em consequência de um susto, etc.
Esses comportamentos respondentes ou reflexos são interações estímulo-resposta (ambiente-sujeito)
incondicionadas, nas quais certos eventos ambientais confiavelmente eliciam certas respostas do
organismo que independem de ―aprendizagem‖.
Comportamento Operante
O Comportamento Operante abrange um leque amplo da atividade humana — dos comportamentos do
bebê de balbuciar, de agarrar objetos e de olhar os enfeites do berço aos mais sofisticados, apresentados
pelo adulto.
―(...) inclui todos os movimentos de um organismo dos quais se possa dizer que, em algum momento, têm efeito sobre ou
fazem algo ao mundo em redor. O comportamento operante opera sobre o mundo, por assim dizer, quer direta, quer
indiretamente‖. (Keller, 1973)
O comportamento Humano no Trabalho
O trabalho não pode ser visto apenas pelo fator econômico (gerador de dinheiro) ele está impregnado
pelos fatores psicológicos, pois o trabalho é produzido pelos seres humanos.
Nesse sentido, o objeto da Psicologia do Trabalho é o comportamento humano dentro de uma
organização.
O comportamento humano no local de trabalho também é denominado comportamento organizacional,
referindo-se, portanto, à interação entre as pessoas e a organização.
Em uma organização o comportamento humano pode ser classificado em três tipos – individual, grupal e
organizacional.
Embora esses tipos ocorram simultaneamente, é necessário que se defina cada um deles:
Individual: refere-se às reações próprias do
indivíduo e suas condutas dentro da organização;
Grupal: reações do conjunto de indivíduos
que compõem um grupo expressas por meio de
interações, sentimentos, comunicação, objetivo,
dentre outras.
EU
Organizacional: manifestações que envolvem UU
os processos decisórios e de controle assumidos GRUPO
pela administração da organização.
ORGANIZAÇÃO
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Identificação do Indivíduo com a Organização
O trabalho é percebido subjetivamente por cada ser humano, cada um de seu modo individual. O
significado do trabalho para cada trabalhador direciona o exercício profissional de cada um deles.
Dessa maneira, um funcionário que considera o trabalho algo maçante, chato e cansativo provavelmente
não deve ser tão produtivo quanto outro que o considera recompensador, desafiador e estimulante.
O trabalho pode ser considerado a mola propulsora da sociedade e do sujeito, pois possui implicações
diretas na organização social e na função social do trabalhador. Ele pode preencher aspectos psicológicos
do homem, compreendendo o sentido utilitário, de reconhecimento de status, de afetividade etc.
Os indivíduos podem se identificar com a organização em que trabalham em variados graus. De acordo
com esta identificação, o indivíduo ficará mais ou menos satisfeito com seu trabalho, e consequentemente
irá se dedicar mais ou menos a este.
Entre o indivíduo e a organização são criados dois tipos de contratos, a saber:
Contrato formal: é um acordo assinado com relação ao cargo a ser ocupado, ao conteúdo do trabalho,
ao horário, ao salário etc.
Contrato psicológico: é uma expectativa/norma de reciprocidade entre indivíduo e a organização, o
que esperam realizar e ganhar que vai além do contrato formal. É um acordo tácito com direitos,
privilégios, obrigações, ideias, sentimentos, habilidades e valores.
1.3 PERSONALIDADE
Conceito de Personalidade
Apesar de não haver uma definição única que seja aceita por todos os teóricos da personalidade, podemos
dizer que personalidade é o conjunto dos aspectos internos e externos, peculiares a cada pessoa,
relativamente permanentes, e que influencia o comportamento nas diversas situações. Existe uma
interação entre os traços pessoais permanentes e os aspectos mutáveis da situação.
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Fatores influenciadores na formação da Personalidade
Até que ponto a personalidade é influenciada por fatores biológicos, como a hereditariedade? Até que
ponto a personalidade pode ser modificada pela aprendizagem? Em que medida a infância é um período
crítico para o desenvolvimento da personalidade e quanta mudança pode ocorrer na idade adulta?
Fatores Biológicos
Alguns teóricos enfatizam o caráter hereditário da personalidade. Cattell pesquisou o papel da
hereditariedade como fator determinante da personalidade e concluiu que alguns de seus aspectos são
fortemente influenciados pela hereditariedade, embora outros não o sejam.
Outros teóricos (como BAKER; DANIEL, 1990, PLOMIN, 1986, apud HALL et al., 2000) enfatizam o
caráter hereditário da personalidade, chegando a afirmar que a teoria da personalidade poderia ser
integrada à biologia. Alguns estudiosos dessa área postulavam uma base fisiológica para as principais
variáveis da personalidade, e essa linha de pesquisa continua atuante até hoje.
Os geneticistas do comportamento demonstram que a hereditariedade afeta uma gama notavelmente
ampla de comportamentos. Segundo eles, além das características físicas, tais como cor de olhos, tipo
sanguíneo, altura, magreza, obesidade, também são herdados os fenótipos* para traços mais complexos,
relacionados à saúde, à inteligência e à personalidade (PAPALIA; OLDS, 2006).
*Fenótipo: manifestação visível ou detectável de um genótipo (composição genética de um indivíduo)
Estudos mais recentes revelam que, além de todos esses fatores já mencionados, ainda existe a influência
da hereditariedade no comportamento patológico dos indivíduos. Doenças como alcoolismo, transtornos
de ansiedade, transtornos de personalidade, agressividade excessiva, transtornos alimentares, entre outras,
podem estar relacionadas a fatores hereditários.
Fatores Ambientais
Sabemos hoje que todo comportamento depende, em maior ou menor grau, de fatores genéticos e de
fatores ambientais, interagindo de maneira extremamente complexa. Os genes definem tendências, mas
são as experiências individuais que sempre as modulam.
Um exemplo da influência ambiental na personalidade é de gêmeos idênticos que não convivem com a
mesma família. Ambos possuem a mesma predisposição genética para determinados comportamentos,
mas enquanto um demonstra ser extremante violento (por exemplo), o outro não revela esse mesmo tipo
de comportamento.
Concluímos, nesse exemplo, que a forma como os genes interagem com o ambiente irá influenciar na
produção do comportamento dos irmãos.
Em suma, podemos dizer que os estudos mais recentes sobre as teorias da personalidade são unânimes ao
afirmar que não existe apenas uma causa ou fator que determine a personalidade de alguém; ambos os
fatores, hereditário e ambiental, influenciam no tipo de personalidade e comportamento da pessoa.
Influência da Infância na Vida Adulta
A personalidade desenvolve-se ao longo do tempo. A experiência, particularmente na infância, influencia
a maneira como cada pessoa desenvolve sua personalidade única. Muitas das principais teorias da
personalidade concordam sobre o desenvolvimento da personalidade.
Teorias da Personalidade
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Allport
Para Allport, a personalidade é uma organização dinâmica que, dentro do indivíduo, determina
comportamentos e pensamentos característicos. Ela é dinâmica, mutável e organizada, composta de
mente e corpo atuando juntos como uma unidade. Todas as facetas da personalidade ativam ou orientam
comportamentos e ideais específicos, significando que tudo o que se pensa e faz é característico ou típico
da pessoa, fazendo com que cada pessoa seja única.
Enfatizando a singularidade da personalidade, Allport afirma que a hereditariedade fornece a matéria-
prima da personalidade, mas que são as condições ambientais que moldam os comportamentos e as
ações. O autor alega a importância da genética como responsável pela maior parte da singularidade, mas
afirma que é a interação com o ambiente social que constitui o comportamento da pessoa.
De acordo com Allport, traços são características diferenciadas que regem o comportamento e são
medidos num contínuo, estando sujeitos a influências sociais, ambientais e culturais. Esses traços podem
ser individuais - que são peculiares da pessoa e definem o seu caráter - ou comuns - que são
compartilhados por uma série de indivíduos, como os membros de uma cultura.
Cattel
A definição de personalidade formulada por Cattel (1950) sintetiza claramente toda a sua abordagem
teórica e empírica: “Personalidade é aquilo que permite predizer o que uma pessoa fará numa dada
situação”.
Para Cattel traços são unidades da personalidade com valor de predição. O autor definiu um traço como
―aquilo que define o que uma pessoa fará ao deparar com uma situação definida‖.
Behaviorismo
O Behaviorismo nega explicações que postulam o
comportamento como resultado de processos
internos, sejam eles mentais, cognitivos ou
espirituais.
No decorrer da sua obra, Skinner desenvolveu um
modelo explicativo pautado na biologia,
especificamente no modelo fornecido pela Teoria
da Evolução por seleção natural de Darwin, para
explicar a aquisição e a manutenção do
comportamento no repertório de cada indivíduo.
Darwin, em sua teoria, afirma que as espécies sobreviveram, se reproduziram e, com maior
que temos hoje são resultado de um longo probabilidade, passaram seus caracteres
processo de variação e seleção. Sobreviveram os genéticos aos seus descendentes.
membros que foram mais aptos a se adaptar às
mudanças e aos desafios do meio (na busca por
alimento, ao se defender dos predadores, por
exemplo). Esses membros se adaptaram,
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1.4 COMPREENSÃO PESSOAL E DO OUTRO
Conforme vimos nas aulas anteriores, para que possamos desenvolver nossas habilidades sociais
(em especial o Relacionamento Interpessoal) necessitamos de autoconhecimento e da compreensão do
outro.
Mota (2016) apresenta uma Visão Holística do Homem (a palavra holístico deriva do vocábulo
grego ―Holos‖, que remete à ideia do todo, a totalidade. Por isso o conceito de visão holística indica a
visão de algo por inteiro e não apenas das suas partes de maneira separada):
O modelo acima visa demonstrar, através de frases conhecidas como se dão nossas relações em três
níveis: pessoal ―conhece-te a ti mesmo‖, na relação com o outro ―todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza‖ e na relação com Deus (ou outro ser superior) ―amai a Deus sobre todas
as coisas e ao próximo como a ti mesmo‖.
A Inteligência Emocional pode ser considerada uma habilidade social indispensável tanto para a
compreensão de si mesmo quanto do outro.
Para nos conhecermos é necessário desenvolvermos a autoestima (que envolve cuidados com a mente,
corpo e alma) e autoconhecimento. Para desenvolvermos a compreensão do outro é necessário
desenvolvermos habilidades sociais, em especial, a empatia.
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A nossa vida depende amplamente dos outros, é da natureza humana esta tendência a estarmos
atentos a quem nos cerca. Busca-se uma aprovação, onde se recolhem as impressões para ir-se
moldando, ainda que as mudanças requeiram tempo, pois, como já foi dito, modificações na
personalidade podem levar anos. Ainda que o direcionamento seja para o meio social, a percepção é
um processo muito individual em que as pessoas podem criar expectativas a respeito de seu
comportamento e outras interferências que influenciam suas impressões particulares. Informações
distorcidas, falsas ou transmitidas pela metade são outros fatores que conduzem a uma impressão
equivocada.
―As pessoas diferem umas das outras no peso que dão a determinadas informações ao formar uma
impressão global. Assim, destacarão critérios diferentes para julgar a inteligência, por exemplo‖
(DAVIDOFF, 1983, p. 669).
Se as impressões das pessoas se constroem de forma distorcida tão prontamente, as frequentes discordâncias
entre os juízos emitidos são compreensíveis. As diferenças entre aquilo que o outro pensa sobre mim e
aquilo que eu penso de mim, assim como as diferenças entre aquilo que eu penso sobre o outro e o que ele
pensa sobre si são produtos dessas atribuições, provenientes de percepções deformadas por certos modos
habituais de processar informações sobre si e sobre os outros. As mudanças de percepção de si e das
situações são fundamentais para as mudanças de convicção e de orientação de valor, que, por conseguinte,
coordenam as ações.
Os Grupos
Desde que nascemos, são os grupos dos quais fazemos parte que nos servem de referência, que nos dão
apoio afetivo, espiritual, material, intelectual. Esses grupos são a família, a escola, os espaços de trabalho,
lazer etc.
Processo Grupal
O processo grupal, também chamado de dinâmica psicossocial, refere-se a uma rede de relações
equilibradas de poder entre os participantes de um determinado grupo. Alguns aspectos dos processos
grupais que podemos destacar, conforme Alexandre (2002), são coesão, cooperação, conflito,
formação de normas, liderança, status e papel social. A seguir veremos como o conhecimento dos
principais processos grupais podem nos ajudar a pensar as relações sociais em seus aspectos mais amplos
e, em especial, dentro das organizações.
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Quando nos inserimos, por quaisquer motivos, em um grupo, estamos sujeitos a partilhar os sistemas de
crenças, informações, pontos de vista, emoções etc, gerados no interior do mesmo. Significa também
que temos de desempenhar papéis para interagir dentro desse grupo.
De acordo com Robbins (2005) os grupos de trabalho não são estruturas desorganizadas, eles possuem
uma estrutura que modela o comportamento de seus membros e que torna possível a explicação e
previsão do comportamento dos indivíduos dentro do grupo.
As variáveis que compõem a estrutura dos grupos são:
Papéis: conjunto de padrões comportamentais esperados atribuídos a alguém que ocupa determinada
posição em uma sociedade. O papel social é um importante aspecto do processo grupal e é, inclusive, por
ele determinado. É um aspecto social sem o qual o grupo não funciona. Vivenciamos papéis diferentes em
grupos diferentes.
Normas: referem-se aos padrões aceitáveis do comportamento que são compartilhados por todos os
membros do grupo. As normas ditam aos membros do grupo o que eles devem ou não fazer em
determinadas circunstâncias. Servem como parâmetro para os julgamentos das condições de existência
do próprio grupo. A formação de normas deve servir de permanente condição de evolução do grupo,
necessitando ser assumidas por todos, revistas e alteradas na medida em que se fizerem necessárias à
adequação dos sentimentos e comportamentos.
Status: é a posição social definida ou atribuída pelas pessoas a um grupo ou a membros deste grupo. O
status deriva de três fontes: poder, capacidade de contribuir com o grupo e características pessoas.
O status pode ser denominado psíquico quando se referir à sensação do próprio indivíduo em situações
em que, comparado aos demais membros, ele se percebe em destaque; ou pode ser denominado social
quando confere ao indivíduo legitimidade de privilégios, visto que, por consenso entre os outros
membros do grupo, ele é capaz de gerar benefícios a este grupo.
Grupos X Equipe
“Toda equipe é um grupo, mas nem todo grupo é uma equipe‖
Um grupo pode ser definido como o conjunto de dois ou mais indivíduos interdependentes e interativos
que se juntam visando à obtenção de determinado objetivo. Ou seja, grupos são conjuntos de pessoas que
interagem umas com as outras, são psicologicamente conscientes umas das outras e se percebem como
grupo.
Na equipe, por outro lado, existe transparência, colaboração e o ambiente contribui para o alcance do
resultado. Trata-se de um time que assume riscos para alcançar o resultado almejado. Cada vez mais, as
equipes se tornam a forma básica de trabalho nas organizações do mundo contemporâneo. As evidências
sugerem que as equipes são capazes de melhorar o desempenho dos indivíduos quando a tarefa requer
múltiplos julgamentos, habilidades e experiências. Quando as organizações se reestruturaram para
competir de modo mais eficiente e eficaz, escolheram as equipes como forma de utilizar melhor os
talentos dos funcionários.
O grupo se transforma em equipe quando apresenta, além de um objetivo em comum, as atividades
desempenhadas pelos membros da equipe devem ser complementares e deve haver relações de interação e
interdependência dinâmicas e complexas.
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contribuições individuais dos membros. Não existe uma sinergia positiva que possa criar um nível geral
de desempenho maior do que a soma das contribuições individuais.
As equipes de trabalho geram uma sinergia positiva por meio do esforço coordenado. Os esforços
individuais resultam em um nível de desempenho maior do que a soma das contribuições individuais.
As principais características de uma equipe são cooperação, sinergia e coesão. A palavra sinergia é
derivada do grego synergia – syn – cooperação, érgon – trabalho. Diz-se que o todo supera a soma das
partes. O oposto de sinergia, dentro da organização, refere-se à entropia, que significa a desorganização
do sistema. A palavra coesão significa aderência, força (padrão comportamental compartilhado) que une e
guia os membros de uma equipe.
Segue abaixo quadro com as principais diferenças entre grupos e equipes:
1.6 COMUNICAÇÃO
Numa relação de trabalho onde não podemos ―escolher‖ com quem trabalhamos o dar-se a conhecer
deve ir além da simpatia, a coincidência dos gostos e afinidades. Para se conhecer uns aos outros e a
si mesmo no ambiente de trabalho, é necessário, portanto, que as pessoas troquem informações sobre
si e sobre suas funções na empresa.
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O que se espera num ambiente de trabalho é que a cooperação se estabeleça em detrimento das
diferentes personalidades que compõem esse ambiente. A cooperação deve ser espontânea, sem
precisar do intermédio de um gerente ou de um gestor para que ela ocorra, e deve acontecer numa ―via
de mão dupla‖, reciprocamente. Para tanto, é necessário constituir vínculos de confiança entre as
pessoas, só possíveis quando se conhece um ao outro suficientemente bem, mesmo que não haja
laços afetivos. Os vínculos de confiança devem ser sustentados pelo coleguismo entre os
funcionários, seus superiores, para que haja colaboração em todos os níveis do trabalho, no exercício
de suas funções.
As informações precisam ser transmitidas de forma clara, com o mínimo de distorção possível, o que
pode ser garantido com um bom nível de comunicação. A boa comunicação não só garante a
qualidade das informações como a continuidade do fluxo destas informações, ou seja, a consolidação
de vínculos e a efetiva troca entre colegas de trabalho. Isso ocorre porque a comunicação substitui
uma série de atos, prevenindo erros na execução de uma tarefa em razão de ela ter uma função
educativa, sendo muito utilizada na publicidade, por exemplo, como ferramenta de persuasão. Quando
a comunicação se dá com qualidade, abre-se uma via de acesso ao outro que ambos vão buscar fazer
uso, para transmitir ou receber uma informação. Esse fenômeno da transmissão da informação pode ser
explicitado através do ―esquema da comunicação‖.
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1.7 LIDERANÇA E ADMINISTRAÇÃO DE CONFLITO
Os conceitos de liderança e a forma de trabalhá-los vêm se desenvolvendo ao longo dos anos, sofrendo
grandes alterações na forma de conceber a figura do líder. As principais fontes literárias dividem os
conceitos sobre liderança em três abordagens: traços de personalidade, estilos de liderança e situacional.
Traços de Personalidade (1940): descreve o líder como aquele que possui características ou traços
que o diferencia dos não líderes. Um traço é uma qualidade, uma característica que a pessoa possui. Dessa
forma, a liderança era considerada algo nato, não podendo ser desenvolvida. Os traços funcionam melhor
para prever o surgimento da liderança do que para distinguir entre líderes eficazes e ineficazes.
Situacional: essas teorias vieram suprir a lacuna que as teorias comportamentais não conseguiram
preencher. Além de considerar o comportamento do líder, a situação vivenciada em determinado
momento no ambiente de trabalho deveria ser também considerada, ou seja, o líder deve agir de acordo
com as contingências e situações apresentadas pelo ambiente.
Estilos de Liderança: também chamadas de Teorias Comportamentais, o que predomina não são os
traços de personalidade, mas, sim, o estilo de liderança adotado pelo líder, ou seja, o comportamento
apresentado por cada líder. O foco ainda é o líder, mas, neste caso, a liderança pode ser aprendida.
Estilos de Liderança
Chiavenato (2006) destaca os estilos clássicos de liderança, a saber: Autocrática, Democrática e Liberal.
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Fonte: Apostila Gestão de Pessoas para Concursos
Papel do Líder
Para que uma organização saia vencedora no atual mundo da corrida competitiva, é necessário que possua
um atributo básico: a liderança eficiente e adequada. Um bom líder é aquele que consegue bons
resultados, através do desempenho de sua equipe, incentivando o crescimento de cada um dentro da
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organização, preservando a harmonia e o bem estar do grupo, percebendo que o sucesso não depende
somente do líder e sim de toda a sua equipe.
Os lideres devem compreender as políticas e procedimentos dentro da organização, assim como a missão,
visão e os valores, e deve transmiti-los aos membros da equipe e garantir que sejam seguidos. Deve
também analisar os trabalhos da área, procurando maneiras de combinar, reorganizar e simplificar as
tarefas para que possa ser realizado um melhor trabalho. A função principal de um líder é encorajar a sua
equipe a desenvolver a melhoria continua no pensamento e nas ações, é importante que o líder ofereça
apoio e treinamento aos membros da equipe, que ensine e que transmita os seus conhecimentos, pois
quando isso acontece a organização cresce e prospera ainda mais.
O Líder deve estar aberto a sugestões, confiar e delegar as funções, conquistar positivamente a
credibilidade através da admiração e do respeito mútuo, ter comunicação clara e objetiva, fazer uso de
feedback como ferramenta para mostrar o caminho, onde o funcionário esta acertando e onde esta
errando, ele deve não apenas combater as crises, mais, sobretudo, antecipá-las e evitá-las.
Quando os humanos diferentes se encontram, torna-se inevitável não só que as diferenças apareçam por
contraste como também as consequências na dinâmica interpessoal, muitas vezes consequências
prejudiciais ao desempenho individual, grupal, diminuindo a eficiência do trabalho, aumentando os
riscos. Não se pode ficar indiferente a isso, sobretudo quando se trabalha em grupo, quando se almeja
confiança e colaboração entre os componentes, quando se procura desenvolver a interdependência no
grupo.
No grupo de trabalho as expressões de discordância, de diferenças de opinião referentes a aspectos de
percepção da tarefa, metas e procedimentos não são necessariamente ruins, basta que se compreenda,
de forma mais ampla, que isso pode enriquecer as discussões, oferecendo maior variabilidade de
maneiras de se pensar sobre determinado assunto. O que não se pode negar, contudo, é que estas
diferenças intensificam as emoções, os sentimentos afloram, transformando o clima emocional do
grupo e, muitas vezes, fazendo com que se perca a objetividade. Quando as divergências de ideias se
tornam flagrantes, as pessoas se percebem em posições antagônicas, caracterizando uma situação
conflituosa que pode ter consequências construtivas ou destrutivas, dependendo de sua intensidade,
estágio de evolução, contexto e da maneira como esse conflito é tratado.
Administração de Conflitos
Não há uma fórmula única que resolva uma situação conflituosa. São vários os elementos dos quais
depende essa resolução: a natureza das divergências (o que cada pessoa considera, seus objetivos,
valores, métodos), os fatores subjacentes das diferenças (informações, percepções e o papel social) e
o estágio de evolução.
Sobre este último, cabe a descrição de cada uma das cinco etapas, em ordem crescente de dificuldades
para a resolução: antecipação (primeiros sintomas), conscientização (sensação de dificuldades, porém
não expressas), discussão (pontos de vista declarados), disputa aberta (discussões que tendem aos
antagonismos) e conflito aberto (posições definidas que tendem à radicalização).
Especialistas indicam quatro abordagens que o líder de um grupo pode utilizar, assim como os demais
membros do grupo, para lidar com o conflito:
Evitar o conflito – formar grupos mais homogêneos, de maior afinidade de pontos de vista,
valores, metas, etc., é possível quando o superior escolhe sua equipe, além de poder exercer controle
sobre as relações interpessoais dos comandados e manejar as condições ambientais. Na constituição
do grupo é feito de tudo para que não haja tensões prejudiciais em prol de um relacionamento
pessoal harmonioso.
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Reprimir o conflito – controle do clima do grupo, conduzindo as discussões num sentido
contrário à exposição das discordâncias, desenvolvendo uma atmosfera de repressão através de
recompensas e punições. Essa abordagem é útil quando há necessidade de se chegar a uma solução a
curto prazo sem o consenso geral, porém apresenta o risco de um custo alto em termos psicológicos
porque os sentimentos podem se tornar muito intensos se não externados.
Aguçar as divergências em conflito – permite esclarecimentos e aprendizagem, à medida que o
líder reconhece e aceita as divergências, além de criar um clima de livre expressão do conflito,
porém pode incorrer em incremento das diferenças para o desencadeamento do conflito se as
palavras escolhidas para essas manifestações forem muito duras. Requer muita habilidade do líder
para manter o conflito em níveis toleráveis para os envolvidos.
Transformar as diferenças em resolução de problemas – requer uma profunda mudança na
cultura do grupo, na maneira de lidar com as situações conflitivas que devem passar a ser tratadas
como problemas a serem resolvidos cooperativa e criativamente. As oposições deixam de
representar antagonismos (certo × errado) e passam a cooperar entre si, ajudando a lidar com os
sentimentos que acompanham as discordâncias como a frustração, ressentimento e hostilidade.
Assim como a abordagem anterior, requer muita habilidade do líder, mas, sobretudo dos demais
membros do grupo.
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Fonte: Apostila Gestão de Pessoas para Concursos
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