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ORGANIZAÇÃO DE EMPRESAS E APLICAÇÕES DE GESTÃO

Módulo V – Contratos

DOCUMENTO DE APOIO Nº 1

Tema:
Contratos

Conceito de Contrato

Um contrato consiste num negócio jurídico que traduz um acordo de vontades de duas ou mais partes (pessoas
físicas ou pessoas jurídicas), com vista à constituição, modificação ou extinção de direitos e obrigações.

De acordo com o Art. 2.° do Código Comercial, os contratos podem ser classificados segundo a sua natureza:

• Contrato de natureza civil — regulado exclusivamente pela lei civil. Ex.: o casamento.

• Contrato de natureza comercial — regulado exclusivamente pela lei comercial. Ex.: Operações
bancárias.

• Contrato de natureza civil e comercial — regulado pela lei civil e pela lei comercial simultaneamente.
Ex.: contrato de compra e venda.

Um contrato pode passar por várias fases:

Criação de direitos e

obrigações
Manifestações de Acordo
Contrato
vontades
Modificação e extinção de

direitos e obrigações

Qualquer contrato tem um conjunto de cláusulas. Cláusula é toda a disposição de um contrato, ou seja, todos os
artigos de um contrato, tratado, testamento, ou qualquer outro documento semelhante, político ou privado, em
suma, qualquer negócio jurídico.

Geralmente as cláusulas de um contrato procuram trazer ao mundo jurídico todas as possibilidades decorrentes
do negócio de maneira que o próprio documento esclareça todas as particularidades, evitando-se discussões
judiciais em torno de interpretações dúbias.
Os contratos particulares são subordinados às leis do Estado em que têm efeito as suas acções, não podendo
contrariá-las sob pena de se tornarem ilegais ou inválidos. As cláusulas consideradas abusivas ou fraudulentas
podem ser invalidadas por um juiz, sem que necessariamente todo o contrato seja invalidado.

O contrato deve ser entendido como um negócio jurídico, formado pelo acordo bilateral de vontades qualificadas,
capaz de regular entre as partes contratantes direitos e deveres de natureza patrimonial.

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Requisitos para a celebração dos contratos

À luz do Direito, nem todos os contratos são válidos. Assim, na celebração de um contrato torna-se necessário a
observância de certos requisitos:

1 — Capacidade dos contraentes;

2 — Mútuo consenso;

3 — Objecto possível;

4 — Forma externa.

1 — Capacidade dos contraentes

De acordo com o Art. 7 ° do Código Comercial, qualquer indivíduo nacional ou estrangeiro pode praticar actos de
comércio, se for civilmente capaz de se obrigar.

No entanto, temos de recorrer ao Código Civil (Art. 67.°), dado que ter capacidade traduz-se na possibilidade de
um indivíduo ser sujeito de direitos e obrigações.

Vamos então analisar a situação da Joana, que, com 5 anos, recebeu um prédio como herança. Como
proprietária tem o direito de arrendar o prédio, no entanto, não pode fazê-lo, nem de facto (porque não tem
consciência dos seus actos) nem legalmente (porque a lei a isso se opõe). Sendo assim, a Joana:

• Tem capacidade de gozo de direitos, isto é, pode ser sujeito de direitos;

• Não tem capacidade de exercício de direitos, pois não pode exercer os direitos de que é titular.

De acordo com o que foi dito, verifica-se que todos os indivíduos têm capacidade de gozo de direitos, mas nem
sempre têm capacidade de os exercer, facto este que levou à definição das seguintes incapacidades,
preconizadas no Código Civil:

• Menoridade — Art.os 122.°, 123.°, 125.° e 127.°

• Interdição — Art. 138.°

• Inabilitação — Art. 152.°

Menoridade

Os menores carecem de capacidade para o exercício de direitos (Art. 123.°) e é menor o indivíduo que não
tenha completado 18 anos (Art. 122.°).

No entanto, há excepções, uma vez que, de acordo com o Art. 132.°, o menor é de pleno direito emancipado
pelo casamento, caso solicite autorização prévia, aos pais, tutores ou administradores de bens, pois caso
contrário continua a ser considerado menor, não podendo administrar os seus bens.

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Interdição

Trata-se da impossibilidade de os indivíduos exercerem todos os seus direitos, em virtude de não se


encontrarem, física e/ou psicologicamente, capazes de gerirem os seus bens. De acordo com o Art. 138.°
podem ser interditados pelo tribunal todos os indivíduos que apresentem:

• Anomalias psíquicas

• Surdez-mudez

• Cegueira

Inabilitação

Abrange casos de menor gravidade, impedindo o indivíduo de exercer, apenas, alguns dos seus direitos. São,
também, causas de inabilitação:

• Prodigalidade: defeito de carácter que leva o indivíduo a "perder" o seu património, gastando-o em
despesas desproporcionadas e socialmente não aprovadas. Ex.: Jogador de "Poker".

• Abuso de bebidas alcoólicas ou de estupefacientes, só podendo ser levantada 5 anos após a


declaração da sentença.

As incapacidades por interdição e por inabilitação só produzem efeito depois de o


tribunal as decretar.

2 — Mútuo consenso

O Acordo é o factor fundamental na celebração de qualquer contrato.

Para que um acordo seja válido, as partes envolvidas devem manifestar a sua vontade de forma consciente, sem
agirem sob pressão. Para haver acordo, as vontades têm que ser expressas sob as formas de:

• Proposta — declaração de vontade de quem tem a iniciativa, ou seja, de quem propõe a celebração do
contrato (Art. 128.°);

• Aceitação — declaração de vontade, por parte de quem aceita a declaração inicial.

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A proposta e a aceitação não são simultâneas, sendo maior ou menor o intervalo entre ambas, consoante o
destinatário da proposta aceite ou não de imediato. Assim, sendo variável o período que medeia as formas de
declaração, podem ser definidas as seguintes fases:

• Formulação

• Expedição

• Recepção

• Conhecimento

De acordo com o Art. 217.°, a declaração negocial pode ser expressa — se for feita por palavras escritas ou
verbais, que permitam a manifestação da vontade — ou tácita — quando se deduz de factos que, com toda a
probabilidade, a revelem.

A proposta de um contrato deve obedecer aos seguintes requisitos:

• Exprimir uma forte vontade de contratar;

• Conter todos os elementos considerados necessários;

• Revestir a forma prescrita na lei.

Segundo o Art. 232.°, o contrato só fica concluído quando as partes envolvidas acordarem todas as cláusulas
sobre as quais qualquer delas tenha julgado necessário o acordo. A duração da proposta contratual está
regulada no Art. 228.°.

3 — Objecto possível

O Art. 280.° do Código Civil refere que os requisitos do objecto negocial são:

Física
Legal

Com a lei
Com a ordem pública
Com os bons costumes

O objecto tem de ser claramente definido

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4 — Forma externa

A exigência de determinada forma é devida à necessidade de existirem documentos de prova, a chamada prova
documental.

Assim, quando a lei não exige, os contratos não necessitam de forma especial (Art. 219.°), mas a inexistência de
forma nos contratos formais implica a sua invalidade (Art. 220.°).

Quanto à forma, os contratos podem ser:

A sua validade não depende da observância de qualquer forma. Ex:


Consensuais
Compra de um electrodoméstico.

A sua validade depende do respeito pela forma que a lei exige para eles. Ex:
Formais
Contrato de seguro (apólice de seguro) e contrato de arrendamento.

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Cumprimento e garantias

Cumprimento

Cumprir um contrato é concretizar o comportamento a que as partes estão obrigadas. O contrato deve ser
cumprido através de uma atitude que, fase por fase, coincida com a prestação a que o contraente está
vinculado, isto é, deve ser cumprida na data e na forma convencionada.

Contrato → implica uma → Obrigação


As obrigações podem ser de duas espécies:

• Obrigações parciárías: cada uma das partes envolvidas apenas responde pela sua parte;

• Obrigações solidárias: existem vários devedores, os quais são responsáveis pelo cumprimento da
obrigação no seu todo.

As obrigações solidárias têm vantagens, tais como:

• Garantem os direitos dos credores sobre os devedores;

• Os devedores têm mais facilidade na obtenção de crédito, pois a segurança é maior, uma vez que cada
um responde por todos.

Segundo o Art. 512.°, a solidariedade pode ser:

• Passiva: quando existem vários devedores;

• Activa: quando existem vários credores, mas apenas um pode exigir do devedor o cumprimento integral
da obrigação.

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Garantias

O devedor é responsável pelo cumprimento da obrigação perante o credor.

Caso o devedor não queira ou não possa cumprir a sua obrigação, o credor recorre ao Tribunal, pois a Lei atribui
uma garantia aos credores — garantia geral — constituída pelo património do devedor (Art. 601.° do Código
Civil).

Se o património do devedor não for suficiente, deve o credor garantir o cumprimento das obrigações através do
estabelecimento de garantias especiais, para que não fique prejudicado.

As garantias especiais podem classificar-se em:

Garantias pessoais — consistem na obrigação assumida por uma terceira pessoa, perante o credor, caso o
devedor não o faça. Ex: A fiança e o aval.

Garantias reais — através das quais determinado bem ou bens ficam especialmente afectos ao cumprimento da
obrigação. Estas garantias reais podem ser extrajudiciais ou judiciais.

- Garantias pessoais

Fiança: Compromisso de pagar, assumido por uma terceira pessoa — o fiador — se o devedor — o afiançado
não o fizer (Art. 627.° do Código Civil).

Aval: Compromisso assumido por uma terceira pessoa — avalista — pelo pagamento total ou parcial das
dívidas, que são expressas em títulos de crédito (letras, livranças, cheques).

- Garantias reais extrajudiciais

Penhor: Regulado pelo Código Civil e pelo Código Comercial. Caso o devedor não cumpra a sua obrigação,
esta garantia dá direito de preferência de pagamento ao credor que detenha esta garantia (Art. 666.° do Código
Civil). O penhor incide sobre bens móveis do devedor ou terceiros (ex.: jóias) ou sobre os direitos existentes
sobre esses bens. Caso o devedor não cumpra a sua obrigação, o credor pode pagar-se através de:

• Venda judicial do bem penhorado;

• Venda extrajudicial do bem, se houver acordo entre o devedor e o credor;

• Aquisição do bem penhorado, pelo valor fixado pelo tribunal.

Hipoteca: Confere o direito ao credor de ser pago pelo valor de certas coisas imóveis ou equiparadas (ex.:
navios, aviões) pertencentes ao devedor ou a terceiros. Têm preferência sobre os outros credores que não
gozem de prioridade de registo ou privilégio especial. A sua validade é consequência do seu registo na
Conservatória do Registo Predial.

Consignação de rendimento: Se o devedor consignar o rendimento de certos bens imóveis ou bens móveis
sujeitos a registo, para garantia de um empréstimo contraído, que vai amortizar com o rendimento do bem, o
credor tem o direito de receber esse rendimento até extinção da dívida.

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GUIA DE TRABALHO

Tema:
Contratos

Os alunos devem constituir-se em cinco grupos de trabalho, representando cada grupo uma empresa que
estabelecerá um contrato com uma das outras empresas.

As empresas serão as seguintes:

- Uma empresa de informática

- Uma empresa importadora

- Uma oficina

- Uma empresa de aluguer de automóveis

- Uma empresa imobiliária

A empresa de informática celebrará um contrato de assistência técnica com a empresa importadora.

A empresa importadora celebrará um contrato de compra e venda com a oficina.

A oficina celebrará um contrato de manutenção com a empresa de aluguer de automóveis.

A empresa de aluguer de automóveis celebrará um contrato de aluguer com a empresa imobiliária.

A empresa imobiliária celebrará um contrato de arrendamento com a empresa de informática.

O trabalho deve desenvolver-se em três fases:

1. Negociação das condições com o grupo representante da empresa com a qual será realizado o contrato.

2. Elaboração do contrato.

3. Apresentação.

O produto final do trabalho é um contrato a entregar ao formador.

A apresentação do trabalho deve ter lugar após a entrega do contrato.

Bom Trabalho!

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DOCUMENTO DE APOIO N.º 2

Tema:
Contrato de Compra e Venda

NOÇÃO DE CONTRATO DE COMPRA E VENDA

É um contrato pelo qual um dos contratantes (vendedor) transmite a propriedade de uma coisa ou direito par ao
outro contratante (comprador), mediante um preço convencionado (segundo o Art. 874.º do Código Civil).

O contrato de compra e venda é um contrato que antecede a compra e venda no qual os futuros comprador e
vendedor se comprometem a realizar certa transacção no prazo estabelecido, nas condições de preços e outras
que eles estabeleçam. Este contrato é regra geral acompanhado por um sinal entregue pelo comprador. Perante
este acto, se o comprador não cumpriu o que foi estabelecido, perde o direito ao sinal, no entanto, se o não
cumprimento da obrigação for do vendedor, este terá, caso seja exigido, de devolver ao comprador o dobro da
importância que lhe havia sido entregue.

Sendo assim estamos perante um contrato bilateral onde o comprador se obriga a entregar uma certa verba
monetária, enquanto que o vendedor se compromete a entregar o bem, ou direito vendido. Verifica-se então que
num contrato de compra e venda, surgem direitos e obrigações para ambas as partes envolvidas no mesmo. O
contrato de compra e venda produz efeitos como:

 A transmissão de uma coisa, bem ou direito;

 A obrigação de entregar a coisa vendida;

• O compromisso de pagar o seu preço.

Podemos caracterizá-lo de natureza civil ou comercial, dependendo do objecto da sua realização.

Segundo o Art. 463.º do Código Comercial, o contrato é considerado comercial se:

1º - As compras cousas móveis para revender, em bruto ou trabalhadas, ou simplesmente para lhes alugar o
uso;
2º - As compras, para revenda, de fundos públicos ou de quaisquer títulos de crédito negociáveis;
3º - A venda de cousas móveis, em bruto ou trabalhadas, e as fundos públicos ou de quaisquer títulos de
crédito negociáveis, quando a aquisição houvesse sido feita no intuito de as revender;
4º - As compras e revendas de imóveis ou de direitos a eles inerentes quando aquelas, para estas, houverem
sido feitas;
5º - As compras e vendas de partes ou de acções de sociedades comerciais.
Código Comercial, 4.ª ed., Rei dos Livros

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Tendo em conta o Art. 464.º do Código Comercial, o contrato de compra e venda passa a ser de natureza civil e
consequentemente é regulamentado pelo Código Civil;

1º - As compras de quaisquer cousas móveis destinadas ao uso ou consumo do comprador ou da sua família, e a
revenda que porventura desses objectos se venham a fazer;
2º - As vendas que o proprietário ou explorador rural faça dos produtos de propriedade sua ou por ele explorada, e
dos géneros em que lhes houverem sido pagas quaisquer rendas;
3º - As compras que os artistas, industriais, mestres e oficiais de ofícios mecânicos que exercerem directamente a
sua arte, indústria ou ofício, fizerem de objectos para transformarem ou aperfeiçoarem nos seus estabelecimentos, e
as vendas de tais objectos que fizerem depois de assim transformados ou aperfeiçoados;
4º - As compras e vendas de animais feitas pelos criadores ou engordadores.
Código Comercial, 4.ª ed., Rei dos Livros

O contrato depende de um acordo de vontades

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FASES E DOCUMENTAÇÃO DE UM CONTRATO DE COMPRA E VENDA:

A compra e a venda pode ser dividida em quatro fases:

I – Encomenda: Intenção de compra expressa pelo comprador.

II – Entrega: Envio das mercadorias pelo vendedor.

III – Liquidação: Apuramento e fixação do preço a pagar pelo comprador.

IV – Pagamento: Cumprimento da obrigação por parte do comprador, mediante a entrega total ou parcial da
importância atribuída à compra.

I- ENCOMENDA

Nesta fase o comprador procede à escolha da mercadoria. Para tal faz a proposta de compra e indica:

1- Qualidade das mercadorias;

2- Quantidade das mercadorias

3- Prazo e local de entrega

4- Condições de pagamento

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1- Qualidade das mercadorias

A qualidade das mercadorias é um dos aspectos fundamentais para se definir o que se pretende adquirir. Assim
a escolha pode ser feita por um dos seguintes processos:

Quando o comprador tem à sua disposição as mercadorias que pretende adquirir, verificando no
À Vista momento a satisfação das suas necessidades
Ex: Calçado e vestuário
Quando o vendedor envia ao comprador pequenas quantidades de mercadorias, para que este
Por amostra faça a sua escolha.
Ex: Alcatifas, perfumes
A mercadoria transaccionada apresenta determinada composição, sujeita a ser comprovada por
Por analise análise.
Ex: Vinho de 12º vol., álcool de 80º.
O comprador tem conhecimento das características do produto.
Por catalogo
Ex: Sapatos
Quando associadas à mercadoria se verificam determinadas características
Por tipo convencionado
Ex: café de S.Tomé algodão egípcio
O comprador indica apenas a marca que deseja adquirir
Por marca
Ex: salsichas “nobre”, ténis “adidas”.

2- Quantidade de mercadorias a adquirir

A quantidade de mercadorias a adquirir pode ser fixada de duas formas:

• Por conta, peso ou medida:

As mercadorias assim transaccionadas são de responsabilidade do vendedor até que o comprador proceda à
sua pesagem, contagem ou medição. O preço da mercadoria é fixado de acordo com a unidade de peso. Ex:
1KG de cebolas por peso, 2 dúzias de ovos por conta, 5 metros de tecido por medida.

• A esmo, em bloco ou por partida inteira:

Os bens transaccionados não são contados, pesados ou medidos, mas sim avaliados por estimativa ou por
conhecimento do local onde os mesmos se encontram.

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II – ENTREGA

Nesta segunda fase, o vendedor envia a mercadoria para o comprador, tornando-se obrigatório o conhecimento
da data, forma e local de entrega.

Quanto à forma, a entrega é feita por diferentes datas pré-estabelecidas:

• Única – quando a entrega é efectuada de uma só vez;

• Condicionada – Quando a entrega está dependente da chegada do transporte.

Se tivermos em conta a data de entrega, podemos considerar as seguintes modalidades:

• Imediata – Caso o comprador receba a mercadoria no momento da sua encomenda.

• A pronto – quando o comprador recebe a mercadoria nos 15 dias seguintes à sua encomenda;

• A prazo – Quando a mercadoria é entregue dentro de um prazo estabelecido no contrato, sempre


superior a 15 dias.

Quanto ao local de entrega da mercadoria, são utilizadas as seguintes modalidades:

NO COMÉRCIO A RETALHO

• Domicilio do vendedor – A mercadoria encontra-se em exposição e o comprador é o responsável


pela mercadoria a partir do momento da compra.

• Domicilio do comprador – A mercadoria envolvida é, normalmente, pesada e de grandes


dimensões sendo o vendedor o responsável a partir do momento da compra.

NO COMÉRCIO POR GROSSO

• Armazém vendedor – O comprador é o responsável pelo transporte e despesas a ele inerentes.

• Armazém do comprador – Todas as despesas de frete e seguro são da responsabilidade do


vendedor.

O local de entrega é importante, pois permite a determinação das responsabilidades inerentes ao transporte das
mercadorias e indicar qual dos agentes envolvidos irá suportar todas as despesas de frete, seguro e outras
necessárias. Quando o local de entrega não é fixado no momento do contrato, o comprador deverá assumir
todas as responsabilidades a partir do armazém do vendedor.

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III – LIQUIDAÇÃO

É nesta fase que o vendedor procede ao cálculo do preço da mercadoria. Assim o preço é a quantidade da
moeda necessária para comprar uma unidade de um determinado produto. A determinação do preço representa
um dado importante para a conclusão de qualquer negócio.

Na fixação dos preços existem dois aspectos importante a considerar:

• Identificação da moeda (espécie de moeda)

• Quantificação da moeda

IV – PAGAMENTO

Após a determinação do preço, é necessário estabelecer a época e local de pagamento. Para tal existem três
hipóteses;

• No domicilio do comprador

• No domicilio do vendedor

• Num terceiro local, na maioria das vezes o banco

Quanto ao tipo de pagamento, as hipóteses são as seguintes;

Efectuado antes da entrega da mercadoria. Este tipo de pagamento


Pagamento antecipado verifica-se quando a mercadoria é feita por encomenda, com
características especificas definidas pelo cliente.
Quando o mesmo se processa no acto de entrega das mercadorias.
Pagamento a contado ou imediato
É muito utilizado no comércio a retalho.
Quando o pagamento é efectuado até 8 dias após a entrega dos
Pagamento a pronto
bens.
O pagamento é efectuado entre 8 a 30 dias após a entrega das
Pagamento a dinheiro
mercadorias.
O pagamento é efectuado num período superior a 30 dias período o
Pagamento a prazo
qual é acordado entre o vendedor e o comprador.
O vendedor concede prazos deferidos ao comprador. O pagamento
Pagamento a prestações
é processado em parcelas nos prazos estabelecidos.
O comprador e o vendedor obrigam-se a pagar e a entregar a
Pagamento a termo mercadoria depois de ocorrido um certo prazo, após a realização do
contrato. È um pagamento típico das actividades da Bolsa.
O comprador efectua o pagamento da mercadoria por troca de
certos documentos – Conhecimento de embarque, certificado de
Pagamento contra documentos
origem, entre outros e que são entregues pelo vendedor. É um
pagamento muito utilizado no comércio internacional.

Apresenta-se seguidamente o exemplo de um contrato de compra e venda.

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CONTRATO DE COMPRA E VENDA DE VEÍCULO USADO

Cláusula 1ª
(Objecto)
1. O COMPRADOR, mediante o preenchimento e assinatura deste contrato, adquire ao VENDEDOR,
que lho vende, o veículo automóvel usado que aquele aceita comprar para seu uso pessoal. O veículo
automóvel está identificado e é vendido com as características específicas, enumeradas nas condições
particulares, regendo-se o contrato de compra e venda, por estas condições gerais e pelas particulares.
2. O VEÍCULO é vendido: (a) livre de ónus ou encargos, salvo o convencionado quanto à reserva de
propriedade; (b) com o desgaste e deterioração resultante da sua idade e utilização. O VEÍCULO tem a
quilometragem e a antiguidade indicada nas condições particulares.

Cláusula 2ª
(Preço e Condições de Pagamento)
1. O preço de venda e as condições de pagamento, são os indicados nas condições particulares.
2. Na determinação do preço foram elementos da sua fixação o facto de não ser um veículo novo, o
uso e desgaste do veículo e a quilometragem do mesmo.
3. O preço referido nos números anteriores não inclui os custos inerentes à formalização da
transmissão de propriedade.
4. O pagamento do referido veículo será efectuado no acto da entrega, salvo se condições diferentes
forem acordadas, por escrito, entre o COMPRADOR e o VENDEDOR.
5. Caso o VEÍCULO seja vendido com reserva de propriedade a favor do VENDEDOR, esta só se
transmitirá para o COMPRADOR após o pagamento da totalidade do preço. Sempre que o preço for
pago por meio de cheque, o VENDEDOR reserva-se o direito de poder fazer depender a transferência
da propriedade do veículo da boa cobrança daquele, em prazo não superior a cinco dias úteis,
podendo o VENDEDOR resolver o contrato verificando-se a falta de pagamento do preço.

Cláusula 3ª
(Prazo de Garantia e Conformidade)
1. O VENDEDOR garante ao COMPRADOR, durante o prazo constante nas condições particulares e a
partir desta data, a conformidade do veículo com o presente contrato, tendo em conta a sua normal
utilização. Atento o facto de se tratar de um veículo usado, não se considera desconformidade/defeito:
(a) o que se verifique em consumíveis;
(b) o que o comprador não possa razoavelmente ignorar;
(c) o que resultar de materiais fornecidos pelo comprador.
2. Em declaração anexa, as partes podem excluir do âmbito da garantia, elementos que não se
relacionem directa ou indirectamente, com a segurança do veículo e cuja ausência ou deformação não
impeçam a satisfação dos fins a que se destina.
3. Estão excluídos da garantia, os defeitos resultantes de uma má utilização do veículo. Presume-se
uma má utilização do veículo, se este não efectuar as operações de manutenção e as verificações de
níveis de consumíveis, de acordo com as indicações do fabricante.
4. É dever do COMPRADOR verificar, até ao momento da entrega do veículo automóvel, se o mesmo
se encontra nas condições negociadas, conforme descritivo constante no quadro da Cláusula 3ª das
Condições Particulares.
5. O VENDEDOR declara ter, antes da sua revenda inspeccionado o veículo automóvel, corrigido as
anomalias detectadas, não inerentes aos anos e quilometragem do veículo.

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Cláusula 4ª
(Condições de Denúncia, Manutenção e Reparação)
1. Durante o prazo de garantia, o COMPRADOR deverá:
(a) denunciar, por escrito, qualquer anomalia no funcionamento do veículo, logo que dela tiver
conhecimento. Pode ainda o COMPRADOR denunciar a anomalia, até dois meses após a data da sua
verificação, mas neste caso, a garantia não cobre o agravamento de danos resultante da comunicação
tardia. A reposição de conformidade deverá efectuar-se nas instalações do VENDEDOR ou em local a
indicar por este.
(b) efectuar as operações de manutenção e revisão periódicas, prescritas pelo fabricante do veículo
automóvel, nos concessionários da marca, ou nas oficinas recomendadas pelo VENDEDOR. As
referidas operações deverão ser comprovadas no livro de revisões e garantia, ou por cópia da folha de
obra acompanhada da respectiva factura. Estas operações correm por conta e encargo exclusivo do
COMPRADOR.
(c) em qualquer caso de intervenção no veículo, sob a forma de reparação ou manutenção, a mesma
deverá ser efectuada nas instalações do VENDEDOR ou em local por este indicado.
2. Nas intervenções em garantia, apenas poderão ser utilizadas peças de origem, ou peças de terceiros
que tenham a mesma qualidade, a qual deverá ser certificada por escrito, pelo respectivo reparador.
3. Qualquer substituição de peças e/ou componentes para além daquelas que forem efectuadas na
inspecção referida no número anterior e que não constituam elementos indispensáveis à segurança ou
à conformidade do veículo com o contrato, apenas será efectuada mediante pedido escrito do
Comprador e eventual revisão do preço pago na venda do veículo automóvel.

Cláusula 5ª
(Condições Acordadas)
O VENDEDOR poderá contratar com terceiro, desde que não contrarie o disposto na lei aplicável, a
gestão da garantia prestada ao veículo, mediante documento escrito e entregue ao COMPRADOR.

Cláusula 6ª
(Comunicações e Foro Competente)
1. Para efeitos de comunicações, notificações e citações o VENDEDOR e o COMPRADOR têm
domicílio no local constante do cabeçalho deste contrato.
2. Para a resolução de todos os litígios emergentes do presente contrato, as partes atribuem
competência ao Centro de Arbitragem do Sector Automóvel ou Tribunal do Foro competente.

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Módulo V – Contratos

DOCUMENTO DE APOIO Nº 3

Tema:
Contrato de Transporte

Contrato de transporte é todo aquele no qual uma pessoa se obriga a conduzir pessoas e/ou bens de um local
para outro, em troca de uma certa retribuição pecuniária (monetária).

O contrato de transporte que nos interessa estudar é o de natureza comercial, daí que seja regulado pelo Código
Comercial. Assim:

Segundo o Art. 366.°, o contrato de transporte diz-se comercial quando os transportadores tiverem
constituído empresa ou companhia regular e permanente.

Do artigo anterior, surge-nos uma figura — o transportador.

Segundo o Art. 367.° o transportador é aquele que transporta por si, através dos seus empregados e
instrumentos (normalmente viaturas), ou por empresa, companhia ou pessoas diversas.

Intervenientes do contrato de transporte

Um contrato de transporte, nomeadamente o transporte de mercadorias, seja ele terrestre, marítimo ou aéreo,
pressupõe sempre a intervenção de três entidades: o transportador, o expedidor e o destinatário.

• O Destinatário – Pessoa singular ou colectiva, a quem se destinam as mercadorias.

• O Transportador – Pessoa singular ou colectiva, que efectua o transporte dos bens e/ou pessoas.

• O Expedidor – Pessoa singular ou colectiva que utiliza o transporte, isto é, que celebra o contrato para
transportar as suas mercadorias;

Além dos intervenientes anteriores, existe ainda a figura do passageiro, que é a pessoa que se faz transportar
por qualquer veículo, mediante uma retribuição pecuniária.

Remuneração do transporte

A designação atribuída à remuneração do transporte varia consoante a via ou o objecto transportado. Deste
modo:

Objecto transportado Via Terrestre Via Marítima e Via Aérea


Mercadorias Preço = Porte Preço = Frete

Pessoas Passagem Passagem

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Módulo V – Contratos

Tipos de transporte

A empresa Mobiladora de Reguengos, Lda. pretende transportar os seus produtos para as várias regiões onde
se encontram os seus clientes.

A escolha do transporte adequado ficou a cargo da gerente Sandra Cotrim, que começou por realizar uma
pesquisa sobre o assunto, de modo a rentabilizar o seu trabalho e conseguir as melhores condições.

A responsável elaborou também um quadro síntese que lhe permitia responder a algumas questões, tais como:

• Qual a via de comunicação mais adequada?

• Qual o meio de transporte mais conveniente?

• Qual a viatura ideal para os produtos a transportar?

Quadro 1
VIA DE COMUNICAÇÃO

MEIO DE TRANSPORTE Rodoviário Aéreo Marítimo

Ferroviário

VEÍCULO UTILIZADO Camião Avião Barco

Automóvel ligeiro Avioneta Cargueiro

Comboio Helicóptero Navio

Moto (ex.: distribuição de


pizas, correio expresso)

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Módulo V – Contratos

Qual, de todos os tipos de transporte representados no quadro 1, se torna o mais aconselhável à empresa?

A resposta não é objectiva, pois cada um dos meios, vias ou veículos de transporte tem características muito
próprias, dependendo a sua escolha dos objectivos que a empresa pretender atingir. Cada aspecto apresenta
também vantagens e desvantagens.

Quadro 2
Meio de transporte Veículo Vantagens de utilização Desvantagens de utilização

CAMIÃO • Maior autonomia Não aconselhável no


transporte de reduzido
• Fácil acesso aos locais número de produtos

• Flexível

Transporte AUTOMÓVEL Indicado para o transporte A empresa deve fazê-lo


Rodoviário de mercadorias de médio e constar da sua frota
reduzido porte

MOTO Indicado para o transporte Grande restrição do tipo de


de mercadorias de volume produtos a transportar
reduzido. Ex.: estafetas,
entrega de pizzas ao
domicílio, entrega do correio

Transporte COMBOIO Económico para Há necessidade de utilizar


Ferroviário mercadorias pesadas outro tipo de transporte para
Percorre grandes distâncias cargas e descargas até à
mais rapidamente estação, onerando, assim, o
transporte

Transporte BARCO • Económico para A necessidade de utilizar


Marítimo mercadorias pesadas outro tipo de transporte para
cargas e descargas até ao
• Facilita o uso de porto de embarque onera o
contentores transporte

• Alternativa ideal de
transporte para
determinados produtos

Transporte AVIÃO Deslocação rápida em Mais caro


Aéreo grandes distâncias
Não aconselhável para
Ideal para o transporte de mercadorias pesadas
mercadorias

Depois do estudo realizado, qual pensa ter sido a escolha de Sandra Cotrim? Justifique a sua decisão.

Aluno: ______________________ – N.º: ______ – Turma: ____ Pág. II / 19


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Módulo V – Contratos

Documentação afecta a cada transporte

O transporte de mercadorias deve ser acompanhado de documentação específica, esteja ou não sujeito a
contrato de transporte.

Quais são os bens que a lei considera em circulação?

Segundo o Decreto Lei n.°45/89 de 11/02, um bem em circulação é todo aquele que:

• for encontrado fora dos locais de produção, (...) de exposição, dos estabelecimentos de venda por
grosso a retalho ou armazém.

E também considerado bem em circulação aquele que:

• • for encontrado no acto de cargas e descargas e exposto para venda em feiras e mercados (ofício
circular n.° 66 262 de 23 de Junho de 1994 - CIVA).

A formalização escrita do contrato de transporte faz-se através de documento de transporte que varia consoante
o meio de transporte utilizado.

Neste âmbito, o Decreto-Lei n.°45/89 de 11/02 indica-nos que: Art. 1.°

1 — Todos os bens em circulação, seja qual for a sua natureza ou espécie, deverão ser acompanhados de dois
exemplares do documento de transporte.

(…)

3 — Entende-se por documento de transporte a factura, a guia de remessa ou documento equivalente, a nota
de venda a dinheiro, a nota de devolução e as guias de transporte.

Os bens transportados por vendedores ambulantes em feiras e mercados também são


obrigados a possuir um documento de transporte, excepto se os bens estiverem isentos de IVA.

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Módulo V – Contratos

Transporte Rodoviário

As empresas podem transportar as suas mercadorias com transporte próprio ou recorrer a uma transportadora.
O segundo caso dá origem ao contrato de transporte.

Se até há bem pouco tempo muitas empresas consideravam que terem frotas de transporte era algo tão natural
como 2 + 2 = 4, hoje em dia começa a ganhar força crescente a ideia de que esta área tanto pode ser um trunfo
estratégico como pode funcionar de fuga como fundos da empresa.
Ter ou não frota própria?
É que tanto ter-se veículos próprios como não os ter tem as suas vantagens e desvantagens.
Os lados bons de se ter frota própria:
• Maior facilidade de deslocação;
• Facilita e torna mais rápidas todas as necessidades de transporte;
• Com elevado volume de mercadorias a transportar compensa a nível de custos;
• A imagem da empresa pode ser projectada nos próprios veículos.
Os lados maus de se ter frota própria:
• O custo de aquisição e manutenção dos veículos (centenas ou milhares de euros por ano)
• Mão-de-obra extra afecta ao transporte;
• Desgaste dos veículos;
• Avarias que podem causar atrasos nas entregas e perda de clientes.
Perante todos os prós e contras, seria de prever que o serviço fosse entregue a empresas especializadas. No
entanto, perto de 80% dos 200 milhões de toneladas de mercadorias que se transportam anualmente por
estrada é feito por frotas próprias.
As empresas especializadas estão a evoluir em matéria de qualidade e preço e isso fará com que as empresas
comecem a aperceber-se de que é preferível utilizar o serviço de especialistas.

Aluno: ______________________ – N.º: ______ – Turma: ____ Pág. II / 21


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Módulo V – Contratos

Documentação

A falta de documento de transporte está sujeita a penalizações que vão desde multas à apreensão provisória
dos bens e veículo transportador.
Os documentos que acompanham as mercadorias devem preencher determinados requisitos. Estes requisitos
estão referidos no n.° 5 do art. 35.° do Código do IVA (CIVA):
Nos termos do n.° 5 do art. 35.° do CIVA as facturas e documentos equivalentes devem ser datados, numerados
sequencialmente e conter os seguintes elementos:

a) nomes, firmas ou denominações sociais e a sede ou domicílio do fornecedor de bens ou prestador de


serviços e do destinatário ou adquirente, bem como os correspondentes números de identificação fiscal dos
sujeitos passivos de imposto;
b) a quantidade e denominação usual dos bens transmitidos ou dos serviços prestados, com especificação
dos elementos necessários à determinação da taxa aplicável; as embalagens não efectivamente
transaccionadas deverão ser objecto de indicação separada e com menção expressa de que foi acordada a sua
devolução;
c) o preço líquido de imposto, e os outros elementos incluídos no valor tributável;
d) as taxas aplicáveis e o montante de imposto devido;
e) o motivo justificativo da não aplicação do imposto, se for caso disso.
No caso de a operação ou operações às quais se reporta a factura compreenderem bens ou serviços
mencionados b), c) e d) devem ser indicados separadamente, segundo taxa aplicável.
Nos termos do n.° 3 do art. 3.° e do art. do DL 45/89, de 11.02, as facturas e documentos equivalentes cujo
conteúdo não seja processado por mecanismos de saída de computador deverão conter, impressos
tipograficamente, referência à autorização ministerial relativa à tipografia que os imprimiu e ainda os elementos
identificativos da tipografia nomeadamente a designação social, sede e número de identificação fiscal.

Os documentos devem ser processados com numeração sequencial em triplicado, sendo que:

1 ORIGINAL — acompanha os bens e fica na posse do destinatário


1 CÓPIA — acompanha os bens e serve para ser apresentado aos serviços do IVA (SIVA) quando se verifica
fiscalização dos bens em trânsito
1 CÓPIA — fica na posse do remetente dos bens

Os mesmos documentos podem ser impressos de duas formas distintas:


• Processados por computador, com comunicação obrigatória à Direcção de Finanças. Neste caso
devem conter a expressão Processado por Computador
• em tipografia autorizada pelo Ministério das Finanças.

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Módulo V – Contratos

O contrato de transporte de mercadorias por meio rodoviário pode assumir a forma de contrato verbal ou de
contrato escrito.

No contrato verbal, as mercadorias são acompanhadas pelos documentos referidos no n.° 3 do Art. 1.° do DL
45/89 de 11 Fevereiro.
No contrato escrito, as mercadorias devem ser acompanhadas de uma guia de transporte, integrando os
elementos considerados necessários, seguido do art.° 15, do decreto-lei n.° 38/99 de 6 de Fevereiro.

G ui a de
^ > Transporte N.° 029/ A.C. ^^f^^

/ V / N." Contribuinte 501453148 --^

^ / 13/09/00 í§)

C.H.fí. - Central NàCtanal Retalhista A C,E. Estrado Nacional n." 10 Km. IOP POfTO
ALTO- SAMOfA COKKEiA Certnbuínte n * 503 357 758 Motrfíuíodo na Cor!. R«g.

Morada Dr. António Eivas 30 Feiió .................................... _ ... .

QUANTIDADE DESIGNAÇÃO IWÇO TOTAL

5 ex.
3 c.c. Conjunto Springfield

/ifWcW

Local de canja Porto Alto SOMA ..................................

Local de descarga Feijó f® % IVA ..................................

Hora de saída 9 , 00 Hora de Chegada 11 , 30 h TOTAL ..................................

Viatura 31 - 97 - BV

Guia de transporte

Elementos constituintes de uma guia de transporte (Decreto-Lei 45/89, 11/02):


1) Nome, firma ou denominação social, domicílio ou sede e número de identificação fiscal do remetente.
2) Nome, firma ou denominação social, domicílio ou sede e número de identificação fiscal do destinatário.
3) Especificação dos bens.
4) Indicação das quantidades.
5) Locais de carga, de descarga e hora do transporte.
6) Data do transporte.
A guia de transporte é emitida em triplicado e o seu preenchimento é da responsabilidade do expedidor ou
transportador.
A falta da guia de transporte é punível com uma coima de € 249,40 a € 748,20.

Aluno: ______________________ – N.º: ______ – Turma: ____ Pág. II / 23


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Módulo V – Contratos

TRIPLICADO
Original —
Fica com o
destinatário

Cópia — É
devolvida
ao
expedidor

Cópia —
Serve de
controlo no
caso da
fiscalização
dos
serviços do
IVA (SIVA).
Fica depois
na posse
do
expedidor

Uma empresa dispõe também de outros serviços de transporte de mercadorias, como é o caso
dos correios ou de outras empresas de transporte público.

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Módulo V – Contratos

Quando viajamos de autocarro, qual é o documento necessário?


O transporte de pessoas é comprovado pelo bilhete, passe, senhas ou outros comprovativos

A empresa Portas do Alentejo, Lda., com sede na Rua das Cervas, n.° 4, enviou mercadorias à empresa Baía do
Seixal, Lda.
Para efectuar o transporte recorreu à EMS, facto que deu origem à guia de transporte n.° 4031.

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Transporte Ferroviário

Tal como no transporte rodoviário, também no transporte ferroviário o transporte de passageiros difere do
transporte de mercadorias.
O transporte de passageiros é remunerado através de tarifas, às quais é hábito chamar bilhete de 1.a ou 2.a
classes, com preço estabelecido em função do número de km a partir de um limite considerado mínimo.
O transporte ferroviário de mercadorias segue as regras gerais do Código Comercial que se encontram descritas
no Art. 393.°.
Este contrato está sujeito a condições e preços que se encontram reunidos em tabelas a que se dá o nome de
Tarifas.
O transporte de mercadorias obedece a vários critérios, de acordo com os seguintes itens:
• Distância a percorrer (em Km);
• Peso dos bens;
• Dimensão dos bens;
• Número de vagões: conjunto de vagões (comboio ou vagão completo);
• Volumes a serem transportados.

No Transporte das mercadorias por comboio


consideramos três tarifas:
• Tarifa geral de grande velocidade, indicada
para trajectos curtos;
• Tarifa geral de pequena velocidade, usada
para trajectos normais;
• Tarifa especial, cujo preço é reduzido.
As mercadorias devem fazer-se acompanhar do
documento de transporte respectivo — a Declaração
de Expedição.

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A Declaração de Expedição deverá ser emitida em quadruplicado:


1 Senha de remessa – talão informático que é enviado ao destinatário para que este possa efectuar o
levantamento das mercadorias
2 Guia – talão informático que acompanha as mercadorias.
3 Carta de porte – via que acompanha as mercadorias, ficando na posse do destinatário quando este
devolver a senha.
4 Talão – cópia que fica no arquivo da estação expedidora.

Quando uma empresa envia mercadorias com peso Inferior a 50 kg e comprimento Inferior a
1,5m, está em condições de recorrer a um serviço da CP, chamado TEX (transportes de encomendas expresso).
Quando uma empresa pretende enviar com urgência alguma mercadoria, pode utilizar o comboio rápido de
passageiros (por ex.: Intercidades ou Alfa).

Transporte Marítimo

O transporte marítimo pode assumir diversas formas, desde o transporte de passageiros, passando pelo
fretamento, até ao transporte de mercadorias. Genericamente, consideramos as seguintes modalidades:
1) Transporte de passageiros por mar;
2) Fretamento;
3) Transporte de mercadorias por mar.

Transporte de passageiros por mar


Neste contrato está subjacente que o transportador se obriga a transportar o passageiro por via marítima por
contrapartida do bilhete — passagem.

Fretamento
Segundo o Art. 1.° do Decreto-Lei n.° 191/87 de 29/4, o Contrato de Fretamento é aquele através do qual o
proprietário de um navio — Fretador — cede à outra parte — Afretador ou Carregador — o uso de todo o navio
(fretamento total) ou parte dele (fretamento parcial) para fins de navegação marítima, mediante uma retribuição
pecuniária, normalmente designada por frete.
O documento que identifica o contrato de transporte por fretamento é a carta-partida. O fretamento assume três
modalidades possíveis:
• Fretamento por viagem
• Fretamento a tempo
• Fretamento em casco nu

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Cada uma das modalidades tem características específicas. Assim:

Por viagem: O afretador utiliza o navio em uma ou mais viagens previamente fixadas.
A tempo: O afretador utiliza o navio equipado durante um certo período de tempo.
Em casco nu: O afretador utiliza o navio, não armado e não equipado, durante um certo período de tempo.

Transporte de mercadorias por mar


O Dec.-Lei n.° 352/86, de 21/10, refere:
O contrato de transporte de mercadorias por mar é aquele em que uma das partes — Transportador — se
obriga, em relação a outra — Carregador — a transportar determinada mercadoria mediante o pagamento do
frete.
O documento relativo ao contrato de transporte de mercadorias por mar é o conhecimento de carga:

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Transporte Aéreo

O comprovativo do contrato de transporte aéreo é a guia de transporte aéreo.

Este comprovativo será emitido consoante o número de intervenientes na operação. Estes intervenientes são
normalmente os que a seguir se enunciam:
• O transportador - empresa que assegura o transporte (no caso da figura - a TAP).
• O comandante do avião - responsável pelo avião durante o voo.
• O expedidor - pessoa que envia as suas mercadorias.
• O destinatário - pessoa a quem são enviadas as mercadorias.

O destinatário terá 50 dias para levantar as suas mercadorias, de contrário estas serão
consideradas abandonadas e posteriormente vendidas em hasta pública.

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Entrega de mercadorias transportadas

Se tivermos em conta a date de entrega, consideramos as seguintes modalidades:


• Imediata — caso o comprador receba a mercadoria no momento da sua encomenda;
• A pronto — quando o comprador recebe a mercadoria nos 15 dias seguintes à sua encomenda;
• A prazo — quando a mercadoria é entregue dentro de um prazo estipulado no contrato, sempre
superior a 15 dias
Quanto ao local de entrega, são utilizadas as seguintes modalidades:

No comércio a retalho:
Domicílio do vendedor A mercadoria encontra-se em exposição e o
comprador é o responsável a partir do momento da
compra.
Domicílio do comprador Envolve mercadorias pesadas e de grandes
dimensões, sendo o vendedor o responsável a partir
do momento da compra.

No comércio por grosso:


Armazém do vendedor O comprador é o responsável pelo transporte e
despesas a ele inerentes.
Armazém do comprador Todas as despesas de frete e seguro são da
responsabilidade do vendedor.

O local de entrega é importante, pois permite:


• Determinar as responsabilidades inerentes ao transporte das mercadorias.
• Indicar qual dos agentes envolvidos suportará todas as despesas de frete e seguro.
De acordo com o Art. 772.° do Código Civil, quando o local de entrega não é fixado no momento do contrato, o
comprador deverá assumir todas as responsabilidades a partir do armazém do vendedor.

INCOTERMS
Com o desenvolvimento das relações internacionais, verificou-se a necessidade de definir termos comuns — os
incoterms — os quais são utilizados para identificar os locais de entrega e definir responsabilidades.
Quais as razões que levaram à criação dos INCOTERMS?
Antes de mais, vamos ver o que significa a palavra de origem inglesa:
IN CO TERMS
International Commerce Trade Terms

O que o mesmo é dizer, em bom português, termos internacionais de comércio.

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Com certeza já viste os sinais anteriores, mesmo sem possuíres a carta de condução.
Se estudares o código da estrada, saberás qual o seu significado, assim como o saberá um colega teu da
Áustria por exemplo. Isto porque são sinais convencionados internacionalmente, para que seja possível
compreendê-los: onde quer que estejamos.
A finalidade dos INCOTERMS é quase idêntica. Com a intensificação das trocas comerciais, e
consequentemente do comércio internacional, verificou-se a necessidade de definir termos comuns entre os
países que figurassem nos documentos que fazem parte do acordo de compra (importação) e venda
(exportação).

Finalidade dos INCOTERMS:


• Identificar locais de entrega
• Definir e atribuir responsabilidades entre compradores e vendedores

Os INCOTERMS mais utilizados na actualidade estão reunidos nos quadros seguintes:

INCOTERM Significado Despesas do Despesas do Observações


vendedor comprador
Grupo E A mercadoria é entregue nas instalações do vendedor.
EXW Ex. Work - Embalagem - Carga - Venda na partida
(…nome do lugar) - Pré-transporte - Qualquer transporte
Ex: na fábrica - Formalidades
aduaneiras de
exportação
- Seguro
- Tráfego portuário
(na chegada e na
partida)
- Transporte
principal
- Despacho
- Carreto
- Descarga

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INCOTERM Significado Despesas do Despesas do Observações


vendedor comprador
Grupo F A mercadoria é entregue nas instalações de um transportador indicado pelo comprador.
FCA Free Carrier - Embalagem - Seguro - Venda na partida
(livre no transporte) - Carga - Tráfego portuário - Qualquer transporte
(na chegada e na
- Pré-transporte
partida)
- Formalidades
- Transporte
aduaneiras de
principal
exportação
- Despacho
- Carreto
- Descarga
FAS Free Alongside Ship - Embalagem Formalidades - Venda na partida
aduaneiras de
(livre ao costado do - Carga - Transporte marítimo
exportação
navio) e fluvial
- Pré-transporte
- Seguro
- Tráfego portuário
(na chegada e na
partida)
- Transporte
principal
- Despacho
- Carreto
- Descarga
FOB Free On Bord - Embalagem Seguro - Venda na partida
(livre a bordo do - Carga - Tráfego portuário - Transporte marítimo
navio) na chegada e fluvial
- Pré-transporte
- Transporte
- Formalidades
principal
aduaneiras de
exportação - Despacho
- Tráfego portuário - Carreto
na partida
- Descarga

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INCOTERM Significado Despesas do Despesas do Observações


vendedor comprador
Grupo C A mercadoria é entregue nas instalações de um transportador, contratado pelo vendedor,
que não assume, no entanto, o risco da sua perda ou avaria ou dos custos adicionais
consequentes de ocorrências posteriores ao seu embarque ou expedição.
CFR Cost and Freight - Embalagem - Seguro - Venda na partida
(custo e frete) - Carga - Tráfego portuário - Transporte marítimo
na chegada e fluvial
- Pré-transporte
- Despacho
- Formalidades
aduaneiras de - Carreto
exportação
- Descarga
- Tráfego portuário
na partida
- Transporte
principal
CIF Cost, Insurance and - Embalagem - Tráfego portuário - Venda na partida
Freight na chegada
- Carga - Transporte marítimo
(custo, seguro e - Despacho e fluvial
- Pré-transporte
frete)
- Carreto
- Formalidades
aduaneiras de - Descarga
exportação
- Seguro
- Tráfego portuário
na partida
- Transporte
principal
CPT Carriage Paid To - Embalagem - Seguro - Venda na partida
(transporte pago - Carga - Tráfego portuário - Qualquer transporte
até) na chegada
- Pré-transporte
- Despacho
- Formalidades
aduaneiras de - Carreto
exportação
- Descarga
- Tráfego portuário
na partida
- Transporte
principal

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INCOTERM Significado Despesas do Despesas do Observações


vendedor comprador
CIP Carriage and - Embalagem - Tráfego portuário - Venda na partida
Insurance Paid To na chegada
- Carga - Qualquer transporte
(transporte e seguro - Despacho
- Pré-transporte
pago até)
- Carreto
- Formalidades
aduaneiras de - Descarga
exportação
- Seguro
- Tráfego portuário
na partida
- Transporte
principal
Grupo D A mercadoria é entregue no destino, assumindo o vendedor todos os riscos e custos
consequentes do transporte.
DAF Delivered At - Embalagem - Seguro - Venda na fronteira do
Frontier país comprador
- Carga - Tráfego portuário
(entrega na na chegada - Qualquer transporte
- Pré-transporte
fronteira)
- Transporte
- Formalidades
principal
aduaneiras de
exportação - Despacho
- Seguro - Carreto
- Tráfego portuário - Descarga
na partida
DES Delivered Ex Ship - Embalagem - Tráfego portuário - Venda na chegada
na chegada
(entregue a bordo - Carga - Transporte marítimo
do navio) - Despacho e fluvial
- Pré-transporte
- Carreto
- Formalidades
aduaneiras de - Descarga
exportação
- Seguro
- Tráfego portuário
na partida
- Transporte
principal

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INCOTERM Significado Despesas do Despesas do Observações


vendedor comprador
DEQ Delivered Ex Quay - Embalagem - Carreto - Venda na chegada
(entregue, direitos - Carga - Descarga - Transporte marítimo e
pagos) fluvial
- Pré-transporte
- Formalidades
aduaneiras de
exportação
- Seguro
- Tráfego portuário
(na chegada e na
partida)
- Transporte principal
- Despacho
DDU Delivered Duty - Embalagem - Formalidades - Venda na chegada
Unpaid aduaneiras de
- Carga - Qualquer transporte
exportação
(entregue, direitos por
- Pré-transporte
pagar) - Seguro
- Seguro
- Despacho
- Tráfego portuário
- Carreto
(na chegada e na
partida) - Descarga
- Transporte principal
DDP Delivered Duty Paid - Embalagem - Venda na chegada
(entregue, direitos - Carga - Qualquer transporte
pagos)
- Pré-transporte
- Formalidades
aduaneiras de
exportação
- Seguro
- Tráfego portuário
(na chegada e na
partida)
- Transporte principal
- Despacho
- Carreto
- Descarga

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FICHA DE TRABALHO N.º 1

Tema:
Contrato de Transporte

1) Aponte as causas que tornam nulos os seguintes negócios, atendendo ao seu objecto:

Ruben contratou Filipe para fazer parar a Lua

Raposo vendeu a Torre Vasco da Gama

Foi cometido um rapto, mediante retribuição

Venda de um elefante, sem indicar a sua espécie e


idade

Aloísio contrata Ivan para assaltar um determinado


supermercado

2) Faça as palavras cruzadas usando INCOTERMS seguindo as pistas apresentadas:

1 A
2 E
3 R
4 E
5 O
1. Entrega na fronteira
2. A mercadoria é entregue nas instalações do vendedor
3. A embalagem, a carga, o transporte principal, formalidades aduaneiras e o pré-transporte pagos pelo
vendedor
4. Livre a bordo do navio
5. O seguro, o tráfego portuário, os despachos, o carreto e a descarga são despesas da conta do comprador

Aluno: ______________________ – N.º: ______ – Turma: ____ Pág. II / 37


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FICHA DE TRABALHO N.º 2

Tema:
Contrato de Transporte

1) Dos seguintes contratos assinale os que considera contratos comerciais:

Contrato comercial?
- Pedro Matias transportou Sílvia Beirão de casa para a escola

- Pedro Matias – táxis, E.I.R.L. transportou Sílvia Beirão de casa para a escola
mediante um pagamento de 3,50 €
- A transportadora da Encarnação, Lda. Realizou a mudança da mobília da Sílvia
Beirão para a sua nova casa

2) Responda às seguintes questões:


1 Refira alguns produtos que justifiquem a utilização de frota própria.
__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

2 Refira as principais vantagens de utilização de frota própria.


__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

3 Emita uma opinião pessoal sobre o facto de uma empresa ter ou não frota própria.
__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

Aluno: ______________________ – N.º: ______ – Turma: ____ Pág. II / 39


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Módulo V – Contratos

3) Elabore um quadro comparativo dos diferentes tipos de transportes, utilizando para isso o quadro seguinte ou
outro à escolha:

Documentação
Contrato de
Intervenientes
transporte
Identificação Forma de emissão

Rodoviário

Ferroviário

Marítimo

Aéreo

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Módulo V – Contratos

DOCUMENTO DE APOIO Nº 4

Tema:
Contrato de Transporte

Acondicionamento dos produtos

Em primeiro lugar devemos saber definir acondicionamento de produtos:

O acondicionamento do produto é a forma como é disposto, arrumado, protegido e resguardado o produto,


aquando da sua deslocação e/ou à saída da produção.

O acondicionamento de produtos depende de alguns aspectos fundamentais:

ASPECTOS EXEMPLOS

Características físicas do produto O iogurte necessita de equipamento de frio; a gasolina


e o gasóleo são deslocados em cisternas; os cereais
são guardados em silos apropriados.

Dimensão do produto O modo de arrumação e resguardo de equipamento


para a industria hoteleira é distinto da arrumação de
fraldas descartáveis para bebe.

Características do mercado a que se destina O acondicionamento toma formas bastante


diferenciadas quando se dirige ao mercado grossista
ou ao mercado retalhista.

A eficiência do acondicionamento e a sua correcta deslocação estão directamente dependentes de dois


aspectos que assumem importância crucial e aos quais há que dar destaque. São eles as embalagens e os
contentores.

Aluno: ______________________ – N.º: ______ – Turma: ____ Pág. II / 41


ORGANIZAÇÃO DE EMPRESAS E APLICAÇÕES DE GESTÃO
Módulo V – Contratos

As embalagens

O termo embalagem está amplamente difundido nos nossos dias, quer pela utilização corrente das embalagens
que acondicionam os produtos que consumimos quer pela vulgarização da própria palavra.

Não obstante, nem sempre foi assim. Em tempos, não muito distantes, o cartucho de papel servia para levar da
loja até casa inúmeros produtos, tais como arroz, açúcar e feijão.

Longe está o tempo em que a utilização do tradicional "cartucho" se impunha como único modelo de
embalagem. Hoje, as embalagens apresentam um bom nível de satisfação, conseguido através de processos
tecnologicamente avançados. A concorrência dos mercados cada vez mais informados e exigentes apontam
para a necessidade de uma forte aposta na qualidade da embalagem dos produtos.

Também denominada packaging, na linguagem empresarial actual, a embalagem é determinante para que as
condições de segurança, garantia de qualidade e de preço justo sejam cumpridas.

Embalagem é a identificação do recipiente, sendo fabricado com variados materiais tendo como função, entre
outras, o acondicionamento dos produtos.

A embalagem dos produtos é, actualmente, produzida em variados materiais, cuja escolha dependerá das
características próprias de cada produto e da finalidade que se pretende para o mesmo.

O quadro seguinte dá-nos conta desses materiais. As ilustrações servem apenas para exemplificar, já que os
materiais utilizados são os mais diversos.

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Módulo V – Contratos

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O quadro seguinte refere-se à utilização dos materiais relacionada com as características de cada produto.

Indústria Beleza e Saúde Agro-Alimentar Líquidos Detergentes

Material

Plástico X X
Metal X X
Papel e Cartão X X X (embalagem tetra) X
Vidro X X

A embalagem, como grande responsável pelo devido acondicionamento do produto, apresenta um conjunto de
funções muito alargado. As funções podem classificar-se em funções técnicas e funções de marketing.

Funções Técnicas • Conservação

• Distribuição

• Protecção

• Transporte

Funções de Marketing • Serviço ao consumidor

• Facilidade

• Atracção

• Identificação e diferenciação

• Imagem

Vejamos o significado das componentes anteriores:

Conservação - Mantém inalteráveis as características dos produtos.

Distribuição - Facilita a arrumação aquando do transporte e da exposição nos pontos de venda.

Protecção - Acondiciona os produtos e protege-os contra o roubo, da proximidade de produtos com


características diferentes e das condições ambientais.

Transporte - Permite a fácil deslocação até aos distribuidores e consumidores.

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Serviço ao consumidor - Fornece informação sobre regras de utilização e composição do produto. Há empresas
no mercado que, através de uma linha directa grátis, informam o consumidor sobre o produto. O número da linha
aparece na embalagem.

Facilidade - Facilita o transporte utilizando embalagens conjuntas - os packages; Facilita a arrumação utilizando
embalagens condensadas - por exemplo os detergentes micro; Facilita a utilização através de embalagens
anatómicas, como por exemplo o "Teramed líquido".

Atracção - Atrai o consumidor pela cor e pelo formato.

Identificação e diferenciação - Facilita a identificação do tipo de produto que contém e permite a distinção de um
produto concorrente.

Imagem - Reflecte a postura da empresa face ao mercado. Se uma empresa se preocupa com o meio ambiente,
a embalagem que coloca no mercado deverá ser ecológica.

Considerando que a embalagem desempenha, só por si, o papel de protecção e segurança do produto, as
embalagens classificam-se em embalagens de transporte e embalagens mistas.

• Embalagem de transporte: serve apenas para acondicionar o produto, protegê-lo e facilitar a sua
deslocação até ao destino. A sua finalidade não é promover a imagem do produto.

• Embalagem mista: serve de protecção, transporte e apresentação do produto que contém.

A diferença entre estes dois tipos de embalagem é cada vez mais esbatida, pois as caixas de cartão canelado,
por exemplo, são utilizadas para o transporte, mas funcionam como um suporte de promoção dos produtos,
levando os fabricantes a desenvolver novas tecnologias de impressão cada vez mais atraentes.

Qualquer dos tipos de embalagem, seja de transporte ou misto pode ainda ser primários, exterior ou agrupados.

Embalagem primária — está em contacto directo com o produto, sendo as mais utilizadas as flexíveis por se
moldarem ao produto (Fig. 3).

Embalagem exterior — contém a embalagem primária (Fig.1 e 2)

Agrupadas — têm a função de facilitar o manuseamento. Ex.: Uma palete é embalada em filme (Fig.4).

Fig.3

Fig.4

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A classificação aqui apresentada é actual. No entanto, os critérios não podem ser considerados muito rígidos, já
que a sua definição depende das características da empresa e da tecnologia utilizada e desenvolvida pela
empresa.

Os erros ou defeitos cometidos na concepção da embalagem determinam perdas ou aumento de custos:

• perdas, devido à má protecção;

• aumento de custos nos fretes (custo de transporte) e nos seguros, principalmente quando é utilizado
material mais pesado ou mais frágil.

O custo da embalagem representa, em média, 20% do custo final do produto e chega a


atingir mesmo os 50% no caso da indústria de perfumaria.

A utilização racional da embalagem passa pela redução do seu peso e volume e da quantidade de matéria-prima
utilizada no seu fabrico e reutilização — política dos "TRÊS ERRES":

A política dos TRÊS ERRES - 3 "R" — assenta nos seguintes pressupostos:

• Redução do peso e volume do produto.

• Redução da matéria-prima utilizada.

• Reutilização do produto.

No seguinte esquema surgem-nos os termos Tara, Peso Líquido e Peso bruto.

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Os contentores

Contentores são caixas, habitualmente de dimensão considerável, construídas normalmente em materiais como
o ferro, a madeira, o plástico e que se destinam à deslocação dos produtos em grandes quantidades ou mesmo
ao seu armazenamento durante um curto período de tempo.

Os contentores podem ser classificados segundo a sua estrutura:

RÍGIDOS Ex.: são os contentores vulgares, como mostra a figura seguinte.

DESMONTÁVEIS Ex.: contentores com telas desmontáveis.

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FICHA DE TRABALHO N.º 3

Tema:
Contrato de Transporte

1) Refira quais os aspectos dos quais depende o tipo de embalagem.


__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________

2) Enumere as funções da embalagem.


__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________

3) Dê exemplos de produtos que devam utilizar:


- Embalagem de plástico: __________________________________________________________________
- Embalagem de metal: ___________________________________________________________________
- Embalagem de cartão: ___________________________________________________________________
- Embalagem tetra: _______________________________________________________________________
- Embalagem de vidro: ____________________________________________________________________

4) Dê dois exemplos de produtos que possam ter:


- Embalagem primária
- Embalagem exterior
- Embalagem agrupada
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________

5) Refira em que situações se devem utilizar contentores.


__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________

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Módulo V – Contratos

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DOCUMENTO DE APOIO Nº 5

Tema:
Contrato de Locação

Fundamentação Legal

Segundo o Art. 1022." do Código Civil, a locação é o contrato pelo qual uma das partes se obriga a proporcionar
à outra o gozo temporário de uma coisa, mediante retribuição.

Como qualquer contrato, o contrato de locação possui elementos essenciais:

• Termo final ou Prazo determinado — não pode exceder certo limite. Os limites estipulados por lei são:

30 anos — Art. 1025.°;

99 anos — Arts. 1065.° a 1082.° do Arrendamento Rural.

• Retribuição certa e determinada — trata-se de um contrato oneroso (há lugar a pagamento).

Intervenientes do contrato de locação

Os intervenientes num contrato de locação, o locador e o locatário, estão obrigados a determinadas exigências
da lei:

• LOCADOR: indivíduo que proporciona a outrem o gozo da coisa ou bem

• LOCATÁRIO: indivíduo que aproveita o gozo da coisa ou bem

Obrigações do Locador

Segundo o art. 1031.° do Código Civil o locador está obrigado a:

— Entregar ao locatário a coisa locada;

— Assegurar o gozo desta para os fins a que a coisa se destina.

Efectivamente, proporcionar o gozo de uma determinada coisa pressupõe a sua entrega. Ex.: alugar uns patins
pressupõe a entrega desses patins. Do mesmo modo que há que garantir que os patins alugados só o são para
o fim a que se destinam: patinar.

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Obrigações do Locatário

Por sua vez, o locatário também terá obrigações, consagradas no Art. 1038.° do Código Civil:

— Pagar a renda ou aluguer;

— Permitir que o locador examine o bem locado;

— Não aplicar a coisa a fim diverso daquele a que ela se destina;

— Restituir a coisa locada no final do contrato.

Ao aceitar as condições do contrato, o locatário deve proceder ao pagamento respectivo, bem como restituir o
que alugou ou arrendou, terminado o prazo estipulado.

Contrato de Aluguer e Contrato de Arrendamento

De acordo com o Art. 1023.° do Código Civil, existem duas formas de locação:

• ALUGUER

• ARRENDAMENTO

Aluguer é um contrato que incide sobre coisas móveis, como por exemplo: um automóvel ou um computador.

Dependendo da intenção ou fim a que se destina, existem duas formas de aluguer:

Aluguer Civil: Se, no momento da compra, o comprador adquiriu o bem para uso próprio. Se posteriormente o bem
for alugado, o contrato continua a ter natureza civil, pois o que conta é a intenção do comprador, no acto da
compra.

Aluguer Comercial: Se, no momento da compra, o comprador tem como intenção proceder ao aluguer do referido
bem. (Art. 481.°, do Código Civil.).

No contrato de aluguer há lugar a uma retribuição certa e determinada, denominada aluguer, a pagar pelo locatário.

Arrendamento é um contrato cujas condições incidem sobre coisas imóveis. Dai que arrendamos apartamentos,
lojas, entre outros.

Os intervenientes do arrendamento são o Senhorio e o Arrendatário.

Locador — denominado senhorio

Locatário — denominado inquilino ou arrendatário

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A retribuição devida pelo inquilino ao senhorio denomina-se renda.

Em síntese, podemos estabelecer a comparação possível entre o contrato de aluguer e o contrato de


arrendamento através de um quadro elucidativo.

CONTRATO INTERVENIENTES RETRIBUIÇÃO INCIDÊNCIA

Aluguer Locador Locatário Aluguer Bens móveis

Arrendamento Senhorio Inquilino Renda Bens imóveis

Arrendamento para comércio, indústria e profissões liberais

O Decreto-Lei n.° 321-B/90 de 15 de Outubro define o novo Regime do Arrendamento Urbano, nomeadamente o
arrendamento para Comércio, Indústria e Profissões Liberais — Art.110°

Este tipo de arrendamento verifica-se sempre que o locatário ou arrendatário tomar o prédio de arrendamento
para fins directamente ligados com uma actividade de troca — comercial — ou de produção — industrial.

Segundo o Art. 1029.° é obrigatória a realização de escritura pública, pois a lei confere algumas vantagens,
sendo de salientar a garantia de continuidade da actividade.

Exemplo de contrato de arrendamento:

CONTRATO DE ARRENDAMENTO
Aos quinze de Outubro de dois mil e três, no Porto e Rua de Santa Catarina, número vinte cinco,
perante mim, Licenciado José Maria Calado Feio, Notário do vigésimo Cartório Notarial do Porto,
compareceram:
PRIMEIRO OUTORGANTE:
Dr. José Paulo Mendonça de Alcântara, natural de Lisboa, casado, residente na Avenida Ilha da
Madeira, n.° 10, em Lisboa; e, Dra. Joana Pinheiro Manso, natural de Vimeiro, Alcobaça, casada,
residente na Rua Pôncio, n.° 19 em Lisboa;
outorgam na qualidade de membros do conselho de administração e em representação de IMOIN-
VEST – Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Imobiliário, S.A., sociedade comercial
anónima, com sede na Praça de Alvalade, n.° 25, segundo andar, em Lisboa e o capital de
quinhentos
mil euros, pessoa colectiva número 500 111 222, matriculada na conservatória do registo comercial
de Lisboa, terceira secção, sob o número dois mil e dois; a qualidade em que outorgam e a
suficiência dos seus poderes para este acto verifiquei-as por certidão passada pela mencionada
Conservatória, já arquivada neste cartório, por efeito da escritura lavrada a folhas cento e sete, do
Livro de notas número trezentos e cinco – A.

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SEGUNDO OUTORGANTE:
Dra. Patrícia Alexandra Mota, natural de Covilhã, solteira, residente na Rua Mateus Fernandes,
n.° 3, 2.° andar direito, em Borba; e, Dra, Ana Sofia Campos, natural de Covilhã, solteira,
residente na Rua GIR, em Borba;
outorgam, na qualidade de Gerentes e em representação de JAF – Fabricação e Comércio de
Artesanato, Lda., com sede em Borba, Rua do Forte Velho, Freguesia de Borba, matriculada na
Conservatória do Registo Comercial de Évora sob o número zero nove mil oitocentos e cinquenta
e um capital social de cinco mil novecentos e oitenta e seis euros, conforme consta de
duas fotocópias de procurações que arquivo.
Verifiquei a identidade dos primeiros outorgantes e dos segundos outorgantes pela exibição
dos respectivos bilhetes de identidade: ambos emitidos pelos Serviços de Identificação Civil de
Lisboa.
E PELOS PRIMEIROS OUTORGANTES FOI DITO NA INVOCADA QUALIDADE:
A sociedade sua representada — é dona e legítima possuidora de fracção autónoma designada
pela letra “B”, correspondente à loja com entrada pelo número cinco que se prolonga
pela cave com a qual liga interiormente através de uma escada privativa, do prédio urbano em
regime de propriedade horizontal, sito em Rua do Forte Velho número cinco, freguesia de
Borba, Concelho de Borba, inscrito na respectiva matriz sob o artigo dois mil e três.
Que pela presente escritura, em nome da sua representada, dão de arrendamento à
representada dos segundos outorgantes a identificada fracção autónoma nos termos constantes
do documento complementar que apresentam, elaborado de harmonia com o número dois do
artigo sessenta e quatro do Código do Notariado, que conhecem e inteiramente aceitam, pelo
que dispensam a sua leitura.
DISSERAM OS SEGUNDOS OUTORGANTES NA INVOCADA QUALIDADE:
Que, para a sociedade que representam, aceitam este arrendamento nos termos exarados.

ASSIM 0 DISSERAM.

Exibiram a licença de utilização número quinze, concedida pela Câmara Municipal de Évora,
em 15 de Julho de mil novecentos e noventa e seis; e,
duplicado do pedido de vistoria ao identificado prédio apresentada na mesma câmara em
10 de Julho corrente.
Aos outorgantes, na presença simultânea de todos, fiz em voz alta a leitura desta escritura e a
explicação do seu conteúdo.

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PRIMEIRO
1 — O arrendamento é feito pelo prazo de cinco anos, renovando-se automaticamente por
períodos de um ano, iguais e sucessivos, salvo se a arrendatária o denunciar, caso em que o
deverá fazer até dois meses antes do fim do período contratual em causa, por carta registada com
aviso de recepção dirigida à locadora.
2 — 0 presente arrendamento terá inicio no dia 30 de Outubro de dois mil e três.

SEGUNDO
A renda mensal é de novecentos e noventa e sete euros, actualizável anualmente em função
do coeficiente oficialmente aprovado para o efeito, e será paga até ao dia oito do mês anterior
àquele a que disser respeito, mediante depósito na conta número três, seis, quatro, zero, zero, da
Caixa Geral de Depósitos — Borba.

TERCEIRO
O local arrendado destina-se à actividade compreendida no objecto social da sociedade locatária.

QUARTO
1 — A locatária fica, desde já, expressamente autorizada a, quando julgar oportuno, efectuar
na fracção arrendada as obras de adaptação ou remodelação necessárias ou convenientes ao
exercício da sua actividade, incluindo a demolição de paredes e a alteração da divisão interior da
fracção, sem qualquer restrição desde que não afectem a estrutura do edifício nem debilitem a
natureza dos materiais empregues na construção da fracção arrendada.
2 — A locadora autoriza igualmente a arrendatária, desde que esta obtenha os licenciamentos
necessários, a pôr anúncios e a instalar painéis ou reclamos luminosos de promoção ou publicidade
na fachada do edifício, na área exterior correspondente à fracção arrendada.
3 — As obras e benfeitorias no número um deste artigo serão suportadas em exclusivo pela
arrendatária ficando as mesmas a fazer parte integrante da fracção arrendada no termo do contrato
de arrendamento.
4 — A locadora obriga-se a prestar à arrendatária toda a colaboração que se mostre necessária
ao licenciamento das obras a que se refere o número um deste artigo, designadamente assinando
e requerendo tudo quanto se mostre necessário ou conveniente ao indicado fim.

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Módulo V – Contratos

QUINTO
A locatária autoriza a arrendatária a sublocar a fracção arrendada, durante a vigência do contrato,
ou por qualquer outra forma ceder, total ou parcialmente, o gozo da mesma, gratuita ou
onerosamente, designadamente a ceder a exploração do estabelecimento integrado no andar arrendado.

SEXTO
A arrendatária obriga-se a:
1 — Permitir a vistoria da fracção arrendada, durante as horas normais de expediente, por
que lhe for antecipadamente indicado pela locadora, e
2 — Restituir a fracção findo o contrato de arrendamento, em bom estado de conservação e
Limpeza e com todos os seus pertences.

SÉTIMO
As despesas correntes necessárias à fruição das partes comuns do prédio e ao pagamento de serviços
de interesse comum, nomeadamente as despesas de condomínio, serão suportadas pela arrendatária.

OITAVO
Para diminuir qualquer litígio emergente do presente contrato as partes elegem o foro da
Comarca de Lisboa.

Trespasse

TRESPASSA-SE

Oeiras, escritório c/ armazém 420m2, óptimas


instalações, a 2 min. da A.E. de Oeiras.

TM: 91 955 6156

Anúncios como o que apresentamos são vulgares nos jornais. Interessa, porém, compreender o que é um
trespasse e as suas características principais.

Trespasse identifica-se como a transmissão de um estabelecimento comercial ou Industrial, como um todo, com
o objectivo de se continuar a desenvolver aí o mesmo ramo de actividade.

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Módulo V – Contratos

O que salientamos da definição é que:

• O estabelecimento tem de ser comercial ou industrial

• Mantém-se o mesmo ramo de actividade

O trespasse deve ser celebrado através de uma escritura pública.

Por outro lado, não há trespasse ( Art. 115.° do Regime de Arrendamento Urbano) quando:

• Após a transmissão do estabelecimento, se passe a desenvolver nele outro ramo de actividade ou


ainda quando lhe for dado outro destino;

• A transmissão não for acompanhada da transferência, em conjunto, das instalações, utensílios,


mercadorias ou outros elementos que façam parte do referido estabelecimento.

Locação Financeira (Leasing)

Locação Financeira, tal como é definida pela lei, é o contrato pelo qual uma das partes, o locador, se obriga,
mediante retribuição periódica, a ceder à outra, o locatário, o gozo temporário da coisa, adquirida ou construída
por indicação deste e que o locatário pode comprar total ou parcialmente, num prazo predeterminado, mediante
o pagamento de um valor residual determinado nos termos do próprio contrato.

A locação financeira só pode ser exercida por sociedades de locação financeira — os bancos e sociedades de
leasing — os quais servem de intermediário entre o locatário e o fornecedor do bem, ficando o locador com a
propriedade do bem, com o objectivo de garantir o cumprimento do contrato por parte do locatário.

No final do prazo do contrato, o locatário tem como alternativas:

• Realizar um novo contrato sobre o referido bem;

• Adquirir o bem, pelo valor residual estabelecido no contrato;

• Devolver o bem ao locador.

A Locação financeira assume duas vertentes:

• Mobiliária — se envolver bens móveis (Ex: equipamento de escritório)

• Imobiliária — se envolver bens imóveis (EX: fábricas e armazéns)

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Módulo V – Contratos

O leasing è uma forma de financiamento directo, pois a pessoa interessada adquire os bens através da
sociedade financeira de forma imediata.

Tal como outras formas de financiamento, o leasing oferece vantagens e apresenta alguns inconvenientes:

VANTAGENS:

• Constitui por vezes a única, forma de adquirir o usofruto do equipamento mais adequado;

• Constitui uma forma de financiamento, principalmente para empresas com poucos capitais próprios;

• Reduz os riscos provenientes da inflação;

• Contribui para a actualização tecnológica, bem como para o aumento de produtividade.

DESVANTAGENS

• O locatário não é detentor do bem enquanto durar o contrato;

• Por vezes, os custos inerentes são mais elevados do que os decorrentes de um financiamento
bancário, com taxas de juro mais elevadas;

• O contrato inclui cláusulas muito severas, caso o mesmo não seja devidamente cumprido.

Exemplo de contrato de leasing:

CONTRATO DE LOCAÇÃO N.° 60.1025.01

Primeiro outorgante: MUNDOLEASING, S.A., com sede na Rua Rodrigo da Fonseca n.º 325 -
1700-007 Lisboa, portador do Cartão de Pessoa Colectiva n.° 501 222 666, matriculado na
Conservatória do Registo Comercial de Lisboa sob o n.° 56 789, adiante designado por locador
representado por Dr. Daniel Tiago Teixeira e na qualidade de Administrador.

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Módulo V – Contratos

Segundo outorgante: JAF - Fabricação e Comércio de Artesanato, Lda., com sede social na Rua do
Forte Velho, Freguesia de Borba, matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Évora sob o
n.° 9851 e o capital social 5986 € adiante designado por locatário e representado por Dra. Patrícia
Alexandra Mota e Dra. Ana Sofia Campos na qualidade de Gerentes.
Os Outorgantes acima indicados obrigam-se nos seguintes termos:
Artigo 1.° — O locador dá de aluguer ao locatário uma carrinha Corolla Starvan em estado
Toyota
completamente novo e a seguir designado por equipamento.
Artigo 2.° — O presente Contrato terá inicio no dia 02-11-00, data em que o equipamento é
entregue ao locatário no seguinte local: Rua do Forte Velho — Borba.
0 Locatário aceitou que o equipamento está em perfeitas condições e satisfaz o fim a que se
destina
Artigo 3.° — A duração deste Contrato é de 36 meses. Terá assim o seu terminus a 02/11/2006.
Artigo 4.° — A retribuição será por cada mês de 599,56 €, acrescida da respectiva taxa de IVA
em vigor à data do contrato, podendo ser alterada, e rendas antecipadas. 0 valor das rendas será
válido por um período máximo de 30 dias da data do envio do contrato.
Artigo 5.° — O pagamento da renda será feito por transferência bancária.
Artigo 6.° — A falta de pagamento por parte do locatário até ao limite do estabelecido no
art. 3.° de qualquer das rendas mensais confere ao portador o direito de considerar automaticamente
resolvido o contrato de locação e, em consequência, exigir imediatamente a entrega do respectivo
equipamento, objecto do presente contrato, sem prejuízo das indemnizações legais devidas por falta
de pagamento pontual.
Artigo 7.° — Será por conta do locador toda a assistência e manutenção do equipamento. No
entanto, o locador não será responsável por qualquer dano causado por utilização indevida do
equipamento por parte do locatário.
Artigo 8.° — Qualquer alteração ao presente contrato deverá ser sempre por escrito e
assinado por ambas as partes.
Artigo 9 ° — No omisso, regulará a legislação aplicável.
Artigo 10.° — O Foro competente para dirimir as questões emergentes do presente contrato é o
de Lisboa, com renúncia a qualquer outro.

Lisboa. 31 de Outubro de 2003


O primeiro Outorgante O segundo Outorgante
(0 LOCADOR) (0 LOCATÁRIO)

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Módulo V – Contratos

Renting

Renting é um contrato através do qual uma das partes — o locador — possibilita que a outra — o locatário —
utilize os bens previamente adquiridos, por um prazo variável, mediante o pagamento de uma taxa de utilização.

Ex.: Rent-a-car Paulino

O renting apresenta algumas diferenças relativamente ao leasing.

LEASING RENTING

• O locador adquire o bem após instrução do • O locador adquire uma vasta gama de bens
potencial locatário procurando, em seguida, potenciais clientes

• No fim do contrato existe opção de compra • Não prevê opção de compra no final do
do bem contrato

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Módulo V – Contratos

DOCUMENTO DE APOIO Nº 6

Tema:
Operações Bancárias

O que é um banco?

Um banco é uma entidade que desenvolve uma actividade de intermediação entre quem tem dinheiro para
emprestar e quem tem necessidade de empréstimos.

Os bancos organizam internamente as suas actividades em função de uma série de operações bancárias, com o
objectivo de obter a movimentação do dinheiro e o respectivo lucro.

Operações Passivas – Consistem na recolha de fundos, através de depósitos dos seus clientes, aos quais paga
um certo juro.

Operações Activas – São constituídas pelos juros que o banco recolhe sobre os seus próprios compromissos,
quer sejam empréstimos concedidos aos seus clientes quer sejam investimentos em títulos.

OPERAÇÕES PASSIVAS

O cliente entrega a uma instituição de crédito uma determinada quantia, por um prazo fixado ou não, sendo o
banco obrigado a restituir essa importância, acrescida de juros.

O contrato de depósito efectuado entre o cliente denominado depositante e o banco, denominado depositário,
pode assumir duas formas:

• Depósito Regular – o banco assume a obrigação de restituir ao seu cliente os bens que lhe foram
confiados, sem o pagamento de juros

• Depósito Irregular – o depositário pode utilizar os bens utilizados, assumindo a obrigação de


devolver em dinheiro, uma quantia equivalente, quando tal for solicitado pelo depositante. Estão
divididos por três tipos de depósitos, o depósito à ordem, o depósito a prazo e o depósito com pré-
aviso.

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Módulo V – Contratos

DEPÓSITO À ORDEM

O cliente pode mexer no dinheiro em qualquer momento, podendo o banco aplicar uma parte desse depósito, o
que implica que a taxa de juro seja mais baixa.

As contas bancárias podem ser:

Singulares – quando têm apenas um titular

Colectivas – quando têm mais que um titular

As contas colectivas podem-se classificar por:

Conjuntas – quando é obrigatório a assinatura de todos os titulares

Solidárias – quando podem ser movimentadas por qualquer dos titulares

Mistas – a sua movimentação exige a assinatura de alguns dos seus titulares

As contas de depósito à ordem podem ser movimentadas através de:

Cheque – é um título de crédito, mediante o qual o portador tem o direito de retirar dinheiro do banco
que o emitiu, não tendo por si qualquer valor específico.

Transferência – o cliente dá ordem ao banco para transferir para a conta de outro cliente a quantia
desejada.

Ordem de pagamento – o cliente autoriza a entidade bancária a proceder a certos pagamentos, como
por exemplo o telefone, isto se as conta tiver saldo suficiente.

DEPÓSITO A PRAZO

O depósito é feito com um período que varia entre 31, 91, 181 e 361 dias. O depositante pode levantar o dinheiro
antes do prazo, perdendo assim o direito aos juros.

DEPÓSITO COM PRÉ-AVISO

O cliente não pode efectuar levantamentos sem avisar, previamente o banco por escrito.

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Módulo V – Contratos

OPERAÇÕES ACTIVAS

O banco realiza um empréstimo, mas cobra os juros.

Desconto Bancário – quando o portador do título recebe a importância nela escrita, antes do seu
vencimento, deduzida dos juros e encargos.

Empréstimo Bancário – consiste na entrega de fundos, onde o cliente se compromete a pagar juros e
a reembolsar o banco.

O banco pode exigir garantias de reembolso como:

Caução – realizada através de títulos de crédito, hipotecas, acções, obrigações ou outros valores;

Livrança – título de crédito, subscrito pelo cliente, constituindo uma promessa de pagamento do
empréstimo obtido.

Encargos = Juro + Selo do contracto + Imposto do selo

TÍTULOS DE CRÉDITO

É corrente, nos nossos dias, lidarmos com diferentes documentos, que facilitam os pagamentos a efectuar ou
entrada em diferentes locais. Todos eles representam um direito de crédito.

Título de crédito é, pois, qualquer documento que representa um crédito que uma pessoa — o credor — tem
sobre outra — o devedor.

Consoante os bens que representam, os títulos de crédito podem ser:

Representativos de moeda — conferem aos seus possuidores o direito de receberem uma certa verba em
dinheiro. Ex.: Cheque e letra.

Representativos de mercadorias — conferem aos seus possuidores o direito de receberem e/ou levantarem
mercadorias. Ex.: Cautela de penhor.

Representativos de serviços — conferem aos seus possuidores o direito de beneficiarem de um serviço. Ex.:
Bilhete para o cinema; Passagem de avião.

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Módulo V – Contratos

Os títulos de crédito apresentam as seguintes características:

Literalidade — Só representam o que neles está inscrito.

Transmissibilidade — O direito que o título representa pode ser transmitido a terceiros, ficando este na
qualidade de credor.

Autonomia — O possuidor do título poderá não estar relacionado com o contrato que lhe deu origem.

Quanto à transmissão, os títulos de crédito podem classificar-se em:

• Nominativos — aqueles que indicam o nome da pessoa a favor do qual foram emitidos. São transmitidos por
averbamento, isto é, declaração do proprietário, escrita no próprio documento e devidamente averbada nos
registos da sociedade.

Ex.: Acções e obrigações nominativas.

• À ordem — indicam o nome do titular dos direitos e são transmitidos por endosso, isto è, no verso do
documento é inscrita a frase "Pague-se a..." ou "À sua ordem...".

Ex.: Cheque e letra

• Ao Portador — são transmitidos pela simples entrega, sem necessidade de se cumprirem certas
formalidades.

Ex.: Bilhete do cinema, cheque ao portador.

A LETRA

A letra é um título de crédito pelo qual a entidade que o emite (sacador) dá ordem a outra (sacado) para lhe
pagar a si, ou a alguém por sua ordem, uma determinada importância em dívida, numa determinada data.

O sacador corresponde normalmente ao credor (quem tem a haver o dinheiro).

O sacado corresponde ao devedor (quem deve pagar a dívida).

A letra está sujeita a um conjunto de operações:

• saque
• desconto
• endosso
• protesto
• reforma

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DOCUMENTO DE APOIO Nº 7

Tema:
Contrato de Empréstimo

Classificação de Empréstimos

O contrato de empréstimo não está contemplado no actual Código Civil. No entanto, o referido código considera
dois tipos de contratos relacionados com o contrato de empréstimo:

• COMODATO

• MÚTUO

Segundo o Art. 1129.º do Código Civil, comodato é um contrato gratuito, pelo qual uma das partes entrega à
outra alguma coisa, móvel ou imóvel, para que se sirva dela, tendo como obrigação a sua restituição.

O contrato de comodato tem como intervenientes o comodante – a pessoa que deve entregar a coisa – e o
comodatário – pessoa que usufrui dessa coisa.

O que identifica o comodato e o distingue de outros tipos de empréstimo são as seguintes características:

• É gratuito

• O objecto é sempre entregue ao comodatário

• O objecto é restituído, no fim do contrato

Exemplo de contrato de comodato:

CONTRATO DE COMODATO DE SUPORTES

Entre ARTESÃO, Lda., com sede em Campo Maior, contribuinte número 500 248 733, com capital de 5000,00 €,
matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Évora sob o número 987, como primeira contratante e
JAF - Fabricação e Comércio de Artesanato, Lda., com sede social na Rua do Forte Velho, Freguesia de Borba,
matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Évora sob o n.° 9851 e o capital social 5986,00 € como
segunda contratante, é celebrado o presente contrato de cedência de suportes de peças de artesanato "O
artesão", nos termos e condições seguintes:

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CLÁUSULA PRIMEIRA

São cedidos pela primeira à segunda contratante os seguintes suportes:

Código Suportes

002 Suporte Articor para pratos

005 Suporte Articor para jarros

CLAUSULA SEGUNDA

Os suportes referidos na cláusula primeira destinam-se ao uso exclusivo de produtos ARTESÃO,


comprometendo-se a segunda outorgante a mantê-los limpos, bem conservados e sem qualquer danificação.

CLÁUSULA TERCEIRA

A cedência é feita a título gratuito, portanto, sem quaisquer encargos para a segunda outorgante.

CLÁUSULA QUARTA

A primeira outorgante mantém a propriedade dos suportes indicados na cláusula primeira, salvo aquisição
destes pela segunda outorgante nos preços da tabela em vigor.

CÁUSULA QUINTA

A cedência dos suportes pressupõe a conveniência da permanência destes nas instalações da segunda
outorgante para os fins referidos na cláusula segunda.

A não utilização destes suportes nos termos e com o objectivo deste contrato implicará a sua resolução, com a
obrigatoriedade da devolução dos suportes Articor.

CLÁUSULA SEXTA

A primeira outorgante reserva-se o direito de retirar os suportes que não estejam a ser utilizados e com o
objectivo deste contrato, procedimento que desde já é expressamente autorizado pela segunda outorgante.

CLÁUSULA SÉTIMA

Este contrato é celebrado pelo prazo de 3 anos, automaticamente renovado, por períodos iguais, salvo se for
denunciado por escrito por qualquer das partes nos 90 dias anteriores ao respectivo termo.

Borba, 15 de Novembro de 2005

O primeiro Outorgante O segundo Outorgante

Beatriz Patrícia

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Módulo V – Contratos

De acordo com o Art. 1142.° do Código Civil, Mútuo é o contrato pelo qual uma das partes — Mutuante —
empresta à outra, dinheiro ou bem fungível, ficando a segunda — Mutuária — obrigada a restituir outro tanto do
mesmo género e qualidade.

Da definição de mútuo retiramos que o objecto do empréstimo se traduz em dinheiro ou em bens de desgaste e
que no final do contrato há a restituição, não do mesmo bem, como facilmente podes explicar, mas da mesma
quantia (no caso do dinheiro) ou de qualidade equivalente (no caso dos bens de desgaste).

Percebemos também que há a intervenção de duas entidades, o mutuante e o mutuário:

Tendo como base o Art. 1143.° do Código Civil, o contrato de mútuo é válido se verificar as condições
constantes do seguinte quadro:

Valor Condições

Até 997,60 € Assinatura obrigatória do mutuário

Superior a 997,60 € Celebração obrigatória de escritura pública

Independentemente do seu valor, o contrato de mútuo admite qualquer tipo de garantia.

As características do mútuo são as que podemos extrair do Art. 1142.° do Código Civil:

• É gratuito se não há pagamento de juros.

• É oneroso quando há lugar ao pagamento de juros.

É considerado usuário todo e qualquer contrato mútuo cujas taxas de juros aplicadas sejam
superiores em 3% ou 5% às taxas legais, consoante exista ou não garantia real.

Empréstimo Comercial

Qualquer empréstimo só é considerado comercial se e só se o objecto cedido ou emprestado se destinar a actos


de comércio ou se se efectuar entre comerciantes (Art. 394. ° do Código Comercial).

Segundo o código Comercial, Art. 395.° o contrato de empréstimo Comercial é oneroso e na falta de acordo é
aplicada a taxa de juro em vigor.

Quanto ao vencimento, os empréstimos comerciais podem classificar-se em:

• Empréstimo de curto-prazo, cujo prazo do contrato é inferior a um ano.

• Empréstimo de médio e longo-prazo, cujo prazo de contrato é superior a um ano.

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Os empréstimos de curto prazo podem realizar-se das seguintes formas:

• Entre particulares

• Empréstimos bancários

• Factoring

Os empréstimos de médio ou longo prazo assumem as seguintes modalidades:

• Empréstimos bancários (com oferta de garantias)

• Empréstimos por obrigações

• Suprimentos (empréstimos) de sócios

• Locação financeira (Leasing)

Os empréstimos bancários, por sua vez, podem assumir, entre outras, as seguintes modalidades:

• Desconto bancário

• Crédito por conta corrente

• Crédito por livrança

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DOCUMENTO DE APOIO Nº 8

Tema:
Cálculo Financeiro

Cálculo de Juros

A remuneração dos empréstimos denomina-se, na linguagem corrente, juro.

O juro pode assumir duas modalidades:

• Antecipado: O juro é pago no início do prazo

• Postecipado: O juro é pago no final do prazo.

Esquematicamente, os juros antecipados e postecipados seguem o seguinte modelo:

Juro antecipado Juro postecipado

|____________________| |______________________|

C' = C - J C C S=C+J

Onde:

C — Capital

J — Juro

C' — Capital recebido no início do empréstimo, também denominado capital actual do empréstimo

S — Capital acumulado no final do prazo do empréstimo.

O juro é calculado pela seguinte fórmula:

J=Cx n x i

Onde:

J — Juro

C — Capital

i — Taxa de Juro

n — Tempo

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A fórmula anterior servirá de base para as fórmulas que constam no quadro seguinte:

Juro postecipado Juro antecipado

Tempo (n) Juro Capital Acumulado Juro Capital Actual

Anos J=Cxnxi S = C x (1+ n x i) J=Cxnxi C’ = C – J

Meses J = (C x n x i) / 12 S = C x (1+ (n x i) / 12) J = (C x n x i) / 12 C’ = C x (1 – ((n x i) / 12))

Dias (ano civil) J = (C x n x i) / 365 S = C x (1+ (n x i) / 365) J = (C x n x i) / 365 C’ = C x (1 – ((n x i) / 365))

Dias (ano comercial) J = (C x n x i) / 360 S = C x (1+ (n x i) / 360) J = (C x n x i) / 360 C’ = C x (1 – ((n x i) / 360))

Taxa nominal e taxa real

No momento da realização do empréstimo, é acordada uma taxa entre o mutuante e o mutuário, a qual é
denominada taxa nominal e que é representada por i.

Num empréstimo com juro antecipado, a taxa aplicada denomina-se taxa real, representando-se por i’ e resulta
da comparação dos juros com o capital efectivamente recebido.

Embora a taxa nominal seja diferente da taxa real, os juros calculados sobre o capital actual têm de ser iguais.
Isto é:

J = J’

Substituindo J pela sua fórmula:

C x n x i = C’ x n x i’

Substituindo o capital actual (C’) pela sua fórmula, temos:

C x n x i = (C – J) x n x i’

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Módulo V – Contratos

Dividindo ambos os membros por n, temos:

C x i = (C – J) x i’

Substituindo o juro pela sua fórmula, fica:

C x i = (C – (C x n x i)) x i’

E portanto:

C x i = C x (1 – (n x i)) x i’

Dividindo pelo capital nominal, fica:

i = (1 – (n x i)) x i’

Donde:

i’ = i / (1 – (n x i))

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Módulo V – Contratos

A fórmula anterior servirá de base para as fórmulas que constam no quadro seguinte:

Tempo (n) Taxa Real

Anos i’ = i / (1 – i)

Meses i’ = i / (1 – (n x i) / 12)

Dias (ano civil) i’ = i / (1 – (n x i) / 365)

Dias (ano comercial) i’ = i / (1 – (n x i) / 360)

É importante notar que o tempo (n) para o qual são calculados os juros, e a taxa de juro têm de
estar na mesma unidade. Por exemplo se calculamos o juro para anos, então a taxa de juro deve ser anual. Se
não for, temos de a converter.

Taxa Anual Efectiva Global

Em Portugal, Taxa Anual Efectiva Global, ou simplesmente TAEG, entende-se como o custo total de um crédito
ao consumidor. É expresso em percentagem anual do montante do crédito recebido e cobre as despesas de
cobrança de reembolsos e pagamentos de juro, bem como restantes encargos obrigatórios a suportar pela
entidade credora (impostos, selos fiscais, seguros, etc.).

Esta percentagem é tipicamente indicada em compras a prestações (em que o crédito é suportado, geralmente,
pelo próprio vendedor), para justificar a não correspondência entre o Preço de Venda ao Público (pagamento a
pronto) e o total das prestações.

Taxas Equivalentes

Convém salientar que o número de períodos n e a taxa de juro i devem referir-se à mesma unidade de tempo.
Geralmente, utilizam-se taxas de juro anuais, mas poderão utilizar-se outras, por exemplo mensais, semestrais,
etc.

Dizemos que duas ou mais taxas de juro são proporcionais ou equivalentes quando referidas a unidades de
tempo diferentes, produzem o mesmo juro com os mesmos capitais em espaços de tempo iguais.

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Módulo V – Contratos

Exemplo de taxas equivalentes:

Tempo (n) Taxa de Juro (i)

1 ano 9% ao ano

2 semestres 4,5% ao semestre

4 trimestres 2,25% ao trimestre

12 meses 0,75% ao mês

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Exemplo:

Supondo que a Sociedade Rubinex, S.A. obteve um empréstimo de 8978,36 € pelo prazo de 8 meses, à nominal
de 17,5% ao ano.

Sabendo que o empréstimo foi efectuado a juros antecipados, vamos ajudar o Director Financeiro da empresa a
calcular a taxa real do empréstimo.

Assim:

i’ = i / (1 – (n x i) / 12)

Como i = 0,175 ao ano e n = 8 meses, então:

i’ = 0,175 / (1 – (8 x 0,175) / 12)

i’ = 0,175 / 0,88333333

i’ = 0,1981

Ou seja a taxa real foi de 19,81%.

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FICHA DE TRABALHO N.º 4

Tema:
Cálculo Financeiro

1) Sabendo que determinada empresa vai solicitar a um banco um empréstimo de 50 000 euros durante 3 meses
a uma taxa de juro de 6% ao ano.

Indique:

C = ____________________

n = ____________________

i = _____________________

Calcule:

a) O juro a pagar considerando n em anos e uma taxa de juro anual

b) O juro a pagar considerando n em meses e uma taxa de juro mensal

c) O juro a pagar considerando n em trimestres e uma taxa de juro trimestral

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Módulo V – Contratos

2) Um capital de 185 000 € foi investido em regime de juro simples à taxa quadrimestral de 8%, durante 3
meses.

a) Determine a taxa anual equivalente

b) Calcule o juro produzido

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FICHA DE TRABALHO N.º 5

Tema:
Cálculo Financeiro

1) Calcular o juro produzido por um capital de 135 000 €, investido à taxa de juro anual de 17%, no período
compreendido entre 9 de Abril e 21 de Junho.

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Módulo V – Contratos

2) Um capital de 1 000 000 € foi aplicado em regime de juro simples, durante 7 meses, produzindo um juro de
14000 €. Determine a taxa de juro anual que foi aplicada.

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FICHA DE TRABALHO N.º 6

Tema:
Cálculo Financeiro

1) Uma empresa aplicou 200 000 € num depósito a prazo durante um ano, à taxa de juro nominal de 2% ao ano,
no regime de juro composto com capitalizações semestrais.

a) Qual o valor do juro e do capital acumulado ao fim de um ano?

b) Qual a taxa efectiva da aplicação?

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2) Uma empresa fez um investimento de 100 000 € durante um ano, à taxa de juro nominal de 15% ao ano, no
regime de juro composto com capitalizações quadrimestrais.

a) Qual o valor do juro e do capital acumulado ao fim de um ano?

b) Qual a taxa efectiva da aplicação?

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DOCUMENTO DE APOIO Nº 9

Tema:
Funções Financeiras

Actualmente muitos dos cálculos de juros e outras operações de cálculo financeiro são efectuadas com o
recurso a folhas de cálculo. No quadro seguinte listam-se as principais funções financeiras do Excel.

Português Inglês Descrição Argumentos


Amortização diferenciada no 1º e =AMORDEGRC(custo;
último período com coeficiente de data_aquisição; prim_período;
AMORDEGRC AMORDEGRC depreciação recuperação; período; taxa; base)
=AMORLINC(custo; data_aquisição;
Amortização diferenciada no 1º e prim_período; recuperação; período;
AMORLINC AMORLINC último período taxa; base)
Straight Line Depreciation: =AMORT(custo; valor_residual;
AMORT SLN Amortização linear de um activo vida_util)
Sum of Years Digits Depreciation:
Amortização pelo método da soma =AMORTD(custo; valor_residual;
AMORTD SYD dos dígitos vida_util; período)
Declining Balance: Amortização
pelo método de balanço de
diminuição fixa (depreciação =BD(custo; recuperação; duração
BD DB geométrica) periodo; mês)
Declining Balance: Amortização
pelo método de balanço de =BDD(custo; recuperação; duração
BDD DDB diminuição fixa dupla ou outra periodo; factor)
=BDV(custo; recuperação;
Variable Declining Balance: período_inicial; período_final;
BDV VDB Amortização por método variável não_mudar; factor)
Devolve os juros dos pagamentos
de um empréstimo simples durante
É.PGTO ISPMT um período específico =É.PGTO(taxa; período; nper; va)
=EFECTIVA(taxa_nominal;
EFECTIVA EFFECT Taxa de juro efectiva núm_por_ano)
Devolve o pagamento dos juros de
um investimento durante um dado =IPGTO(taxa; período; nper; va; fv;
IPGTO IPMT período tipo)
=JUROSACUM(emissão;
Accrued Interest: Juro Acumulado prim_juros; aquisição; taxa;
JUROSACUM ACCRINT de um título valor_nominal; frequência; base)
=JUROSACUMV(emissão;
Accrued Interest: Juro Acumulado vencimento; taxa; valor_nominal;
JUROSACUMV ACCRINTM de um título base)
Dollar Decimal: Conversão de
MOEDADEC DOLLARDE fraccionário para decimal =MOEDADEC(dollarfrac; fracção)
Dollar Fractional: Conversão de
MOEDAFRA DOLLARFR decimal para fraccionário =MOEDAFRA(dollarde; fracção)

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Módulo V – Contratos

Modified Intern Rate of Return:


Taxa Interna de Rendibilidade =MTIR(valores; taxa_financ;
MTIR MIRR Alterada taxa_reinvest)
=NOMINAL(taxa_efectiva;
NOMINAL NOMINAL Taxa de juro nominal núm_por_ano)
Number of periods: Número de
NPER NPER periodos de uma renda constante =NPER(taxa; pgto; va; vf; tipo)
Payment: Valor da Renda /
PGTO PMT Pagamento =PGTO(taxa; nper; va; vf; tipo)
Devolve o pagamento sobre o
montante de um investimento, a
partir de pagamentos constantes e
periódicos e uma taxa de juro =PPGTO(taxa; período; nper; va; vf;
PPGTO PPMT constante. tipo)
=TAXA(nper; pgto; va; vf; tipo;
TAXA RATE Devolve a taxa de juro envolvida estimativa)
Intern Rate of Return: Taxa Interna
TIR IRR de Rendibilidade =TIR(valores; estimativa)
Present Value: Valor actualizado de
VA PV uma renda =VA(taxa; nper; pgto; vf; tipo)
Net Present Value: Valor Actual
VAL NPV Líquido =VAL(taxa; valores)

VF FV Future Value: Valor futuro =VF(taxa; nper; pgto; va; tipo)


Future Value Schedule: Valor final
VFPLANO FVSCHEDULE de capitalização =VFPLANO(capital; plano)
Flexible Rate of Return: TIR com
XTIR XIRR periodicidade variável =XTIR(valores; datas; estimativa)
Flexible Net Present Value: VAL
XVAL XNPV com periodicidade variável =XVAL(taxa; valores; datas)

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