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Dessa forma, é incorreto dizer que há um único padrão de organização social e política
para as populações pré-coloniais, pois à medida que avançam as pesquisas, se nota que a
variação de formas de vida no passado, talvez tenha sido maior que as da atualidade.
Donald Lathrap (arqueólogo norte-americano) diz que o processo de domesticação das
plantas se originou nas populações sedentárias das planícies aluviais da Amazônia ou no
norte da América do Sul e, que, depois teriam sido difundidas para outras áreas. E
possível que os primeiros habitantes vivessem em um meio-ambiente muito diferente do
atual com aumento de temperatura e a ampliação das florestas. As populações que
produziam cerâmicas estavam situadas há mais de 7.000 anos ao longo dos grandes rios,
e provável que eles fossem agricultores, que praticassem o manuseio de algum tipo de
planta, e com o passar dos anos desenvolvessem um principio de cultivo de raízes como
a mandioca, esse sistema se melhorou com o passar dos anos, mas é utilizado ainda hoje
pelas populações da Amazônia. As maiores contribuições dos povos indígenas da
América foram à domesticação de diversas plantas que são usadas e consumidas por
todo o planeta.
Pode-se considerar a emergência da agricultura como um processo
coevolutivo no qual seres humanos e plantas desenvolveram uma
dependência mutua que tornou a vida de ambos impossível sem a
presença do outro. A mandioca é um bom exemplo: foi domesticada
na Amazônia e atualmente é consumida em larga escala pela América
Latina, Caribe, África e Ásia. ( NEVES, 2006 P. 33).
Para alguns estudiosos, esses grupos teriam sido agricultores que voltaram ao modo de
vida caçador-coletor por causa do homem branco conquistador, mais essa volta pode ser
explicada ou vista de outra maneira, a ideia de que esses grupos tenham oscilado entre
caça, pesca e coleta, e a agricultura seria mais uma manifestação dessa estrutura. Uma
das características mais marcantes da presença humana na pré-história da Amazônia é a
cerâmica, cuja produção está entre a mais antiga do continente, há indícios no atual
estado do Pará, no Maranhão e, é provável que no litoral do Suriname também existam
objetos desse tipo. Fora da Caverna da Pedra Pintada, em Monte Alegre, os outros locais
onde existem cerâmicas antigas são os Sambaquis, sítios arqueológicos compostos por
terra e restos de conchas, colinas artificiais locais de moradia, mas que também
funcionavam como cemitérios, pois é comum e presença de sepultamentos humanos. Os
Sambaquis da Amazônia são menos estudados que os do Sul e do Sudeste há
informações acerca de sua distribuição pelo litoral do Amapá e a zona do Salgado no
litoral do Pará, o baixo Xingu, a região de Santarém e Itapiranga no Amazonas e o vale
do Guaporé em Rondônia. Sabe-se da existência dos Sambaquis nessas áreas, por causa
da sua destruição para o fornecimento de cal.
No baixo Amazonas não há sítios com cerâmica Polícroma, num trecho que vai da foz
do rio Xingu até a região da cidade de Parintins, o que se encontra nesse local são sítios
com cerâmica bem diferente das Policromas, mas com grande beleza que pertencem a
Tradição Incisa Ponteada, as cerâmicas mais conhecidas e com relação a essa Tradição
quem sabe sejam as Tapajós ou de Santarém. São bastante sofisticadas com formas
complexas e técnicas de fabricação como a pintura e o modelado, e comum encontrar
estatuetas antropomórficas bastante naturalistas com detalhes da pintura corporal, jóias
e penteados. A sociedade tapajônica era hierarquizada e as mulheres tinham papeis
importantes na religião e na política, essas informações foram obtida junto a
missionários católicos que conviveram com eles e também são garantidas pelas
informações arqueológicas existentes. No estado do Amapá, em uma área pequena, há
uma série de cerâmicas distintas: aristé, mazagão, aruá, cupixi e maracá são as
cerâmicas de Maracá, possuem urnas funerárias zoomorfas e antropomorfas essas
cerâmicas sempre estão na superfície, em grutas ou a céu aberto. A cerâmica aristé tem
talvez relação com os Índios Palikur, que habitam o litoral norte do estado do Amapá e a
Guiana Francesa, se essas informações estiverem certas, isso indica que os Palikur e
seus ancestrais ocupam essa área há mais de 1500 anos. O sítio mais conhecido e o
Kunami, um poço artificial onde eram jogados ou colocados, urnas funerárias e vasos.
A PRÉ-HISTÓRIA DA AMAZÔNIA
História Pré-Colonial
JOINVILLE – SC
SETEMBRO - 2009