Você está na página 1de 9

A ARTE DA TÁTICA

Tática é a arte e a ciência de vencer os engajamentos e as batalhas. Ela inclui o uso do poder
de fogo e a manobra, a integração das diferentes armas e a imediata exploração do sucesso
para derrotar o inimigo. Ela também inclui a aplicação técnica do poder de combate, o qual
consiste daquelas técnicas e procedimentos para cumprir tarefas específicas dentro de uma
ação tática.
O combate é caótico e incerto. Todo Fuzileiro naval deve estar apto a lidar com a incerteza
em um ambiente de combate onde a mudança é constante. Logo, deve-se ser flexível e saber

rapidamente se adaptar as mudanças na situação. Não existem regras fixas que possam ser
aplicadas automaticamente e cada situação é diferente da outra. Portanto é impositivo
estudar, se adestrar e exercitar as mentes para incrementar a proficiência tática.
I. O nível tático da Guerra
Por meio da tática, os comandantes utilizam o poder de combate para cumprir as missões. O
Comandante no nível tático emprega o poder de combate para cumprir as missões designadas. O
nível tático da guerra é o nível da guerra no qual os engajamentos e as batalhas são planejadas e
executadas para alcançar os objetivos militares designados para as unidades ou forças-tarefas
táticas. As atividades neste nível focam no arranjo, posicionamento e manobra coordenada de
elementos de combate em relação a eles mesmos e ao inimigo para alcançar os objetivos. É
importante entender a tática dentro do contexto dos níveis de guerra. Os níveis estratégico e
operacional proveem contexto para as operações táticas. Sem este contexto, as operações táticas
seriam reduzidas a uma série de ações desconexas e desfocadas.
As operações táticas sempre requerem julgamento e adaptação as circunstâncias singulares de uma
situação específica. As técnicas e procedimentos são padrões estabelecidos que podem ser aplicados
repetidamente sem quase nenhum julgamento em uma variedade de circunstâncias. Táticas, técnicas
e procedimentos (TTP) fornecem aos Comandantes e EM uma pletora de ferramentas para uso no
desenvolvimento de uma solução para um problema tático.
Indivíduos, equipes e frações
Indivíduos, equipes e frações agem no nível tático. Algumas vezes, suas ações podem produzir
efeitos operacionais ou estratégicos. Entretanto, isto não significa que esses elementos estejam
agindo nos níveis operacionais ou estratégicos. Ações não são estratégicas a não ser que contribuam
diretamente para a estado final desejado (EFD). De forma semelhante, as ações são consideradas
operacionais somente se elas estiverem diretamente relacionadas ao movimento operacional ou ao

1
sequenciamento de batalhas e engajamentos. O nível no qual a ação ocorre é determinado pela
perspectiva do escalão em termos de planejamento, preparação e execução.
Batalhas, Engajamentos e Ações de Frações ou pequenas frações
A tática é o emprego e o arranjo ordenado de forças coordenadas entre si. Por meio da tática, os
comandantes utilizam o poder de combate para cumprir as missões. O comandante no nível tático
usa o poder de combate nas batalhas, engajamentos e ações de frações e pequenas frações. Uma
batalha consiste de uma série de engajamentos relacionados que duram mais e envolvem forças
maiores do que em um engajamento. As batalhas podem afetar o curso de uma campanha ou de uma
operação tática maior. Um engajamento é um conflito tático, usualmente entre escalões mais
inferiores de forças de manobra oponentes. São usualmente curtos e executados em termos de
minutos, horas ou dias.

II. A Ciência e a Arte da Tática


O tático deve entender e dominar a ciência e arte da tática, dois conceitos distintos, mas
inseparáveis. Comandantes e líderes em todos os escalões devem ser táticos para liderar seus
soldados na conduta do espectro amplo das operações.
A. A Ciência
A ciência da tática engloba o entendimento daqueles aspectos militares da tática – capacidades,
técnicas e procedimentos – que podem ser medidos e codificados. A ciência da tática inclui as
capacidades físicas das organizações e sistemas amigos e inimigos, tais como a determinação de
quanto tempo leva uma divisão para se mover a uma certa distância. Também inclui as técnicas e
procedimentos usados para cumprir tarefas específicas, tais como termos táticos e controles gráficos
que abrangem a linguagem da tática. Embora não seja fácil, a ciência da tática é bastante direta.
Muito do que está contido neste manual é a ciência da tática – técnicas e procedimentos para
empregar os vários elementos das equipes de armas combinadas para alcançar/gerar grandes
efeitos.
O domínio da ciência da tática é necessária para o tático compreender as restrições físicas e de
procedimentos sob as quais ele deve trabalhar. Essa restrições incluem os efeitos do terreno, tempo,
espaço e condições climáticas e meteorológicas sobre as forças amigas e inimigas. Entretanto –
devido ao fato do combate ser uma intensa atividade humana – a solução para os problemas táticos
não podem ser reduzidos a uma fórmula. Esta percepção necessita do estudo da arte da tática.
B. A Arte
A arte da tática consiste de três aspectos inter-relacionados: o arranjo criativo e flexível de meios
para cumprir as missões designadas; o processo decisório sob condições de incerteza quando

2
enfrentando um inimigo inteligente e a compreensão da dimensão humana – os efeitos do combate
sobre os soldados. Uma arte, ao contrário de uma ciência, requer o exercício de faculdades
intuitivas que não podem ser aprendidas somente pelo estudo. Um tático deve temperar seu estudo e
evoluir sua competência por meio de uma variedade de experiências práticas relevantes. Quanto
mais experiência o tático ganha da prática sob uma variedade de circunstâncias, maior será seu
domínio sobre a arte da tática.
Os militares profissionais invocam a arte da tática para resolver problemas táticos dentro da
intenção do comandante pela escolha de opções associadas e combinadas, incluindo:
• tipos de operações, formas de manobra e tarefas táticas;
• organização por tarefas das forças disponíveis, inclusos a alocação de recursos
escassos;
• o arranjo e a escolha de medidas de controle;
• o “tempo1” das operações;
• riscos que o comandante está inclinado a aceitar.

ASPECTOS DA ARTE DA TÁTICA


Existem 3 aspectos da arte da tática que definem o tático competente:
1. Domínio do conhecimento
O primeiro é a aplicação criativa e flexível das ferramentas disponíveis ao comandante, tais como a
doutrina, a tática, as técnicas, os procedimentos, o adestramento, as organizações, o material, e os
soldados em uma tentativa de tornar a tática inimiga inefetiva. O tático deve compreender como
adestrar e empregar suas forças no amplo espectro das operações. Os fatores Missão – Inimigo-
Terreno- Meios- Tempo disponível – Considerações Civis (MITMT- C) são variáveis cujas infinitas
mutações sempre se combinam para formar um novo padrão tático. Elas nunca produzem
exatamente a mesma situação; logo não haverá um “check list” que responda adequadamente a cada
situação singular. Devido ao fato de que o inimigo muda e se adapta aos nossos movimentos e das
forças amigas durante o planejamento, preparação e execução de uma operação, não há garantia de
que uma técnica que deu certo em uma situação surtirá o mesmo resultado novamente. Cada
problema tático é único e deve ser solucionado por seus próprios méritos.
2. Processo decisório sob incerteza
O segundo aspecto da arte da tática é decidir sob incerteza em um ambiente limitado pelo tempo e
pelo choque de vontades opostas – uma luta violenta entre dois comandantes hostis, antagônicos e

1Tempo não é somente uma questão de agir mais rápido ou na primeira oportunidade. Também é uma questão de agir
no momento certo.

3
independentes com objetivos irreconciliáveis. Cada comandante querendo impor sua vontade sobre
o oponente, malograr seus planos e destruir suas forças. O combate consiste da interação entre dois
comandantes oponentes, com cada um buscando cumprir sua missão e evitar que o outro faça o
mesmo. Todo comandante precisa de um alto grau de criatividade e clareza de pensamento para
vencer (pela astúcia) um oponente voluntarioso e capaz. Ele deve rapidamente aplicar seu
julgamento para um quadro tático situacional compartilhado menos omnisciente provido pelo
sistema de Comando e Controle para entender as implicações e oportunidades proporcionadas a ele
pela situação. O comandante usa sempre a inteligência mais atual a fim de facilitar sua visualização
do ambiente e do inimigo. O mesmo sistema de C2 transmite as decisões resultantes de sua
compreensão situacional para aqueles indivíduos e unidades requeridas para engajar e destruir a
força inimiga.
3. A dimensão humana
O terceiro e final aspecto da arte da tática é a compreensão da dimensão humana – o que diferencia
o atual combate dos problemas encontrados durante o adestramento e em uma sala de aula. O
combate é a mais complexa das atividades humanas, caracterizada pela morte violenta, fricção,
incerteza e sorte. O sucesso depende, no mínimo, muito mais em seu aspecto humano do que em
superioridade numérica ou tecnológica. O tático não pode ignorar o aspecto humano. Ele busca
reconhecer e explorar indícios de fraqueza e medo no seu inimigo de forma a quebrar a vontade
inimiga, já que os soldados permanecem sendo o fator chave do poder de combate. Mais do que
qualquer outra atividade humana, as operações contínuas de combate contra um inimigo inteligente
exige um forte preço dos soldados, extenuando severamente suas resistências física e mental. Este
fato cria nos soldados os efeitos tangíveis e intangíveis da coragem, medo, experiência de combate,
exaustão, isolamento, confiança, sede e raiva.
Os líderes devem estar alertas aos indícios de fadiga, medo, lapsos nos padrões disciplinares e a
moral reduzida nas forças amigas e inimigas. Essa condições podem ter um efeito cumulativo na
unidades que podem levar ao colapso. O tático deve entender como esses fatores afetam a
resistência e levá-los em consideração em seu planejamento. Ele deve compreender os limites da
resistência humana em combate.
O sucesso na solução de um problema tático resulta do uso do poder de combate de forma
agressiva, inteligente e decisiva em um ambiente de incerteza, desordem, violência e perigo. Um
comandante vence mantendo a iniciativa e forçando o inimigo a reagir as operações amigas de
acordo com seus termos – em um momento e lugar da escolha do comandante. Um comandante
nunca deve deixar de reter a iniciativa uma vez que seja ganha. O comandante deve construir o
momento de forma rápida para vencer decisivamente por meio da aplicação simultânea do poder de

4
combate disponível enquanto operando dentro do ciclo decisório (ciclo OODA 2 ) do inimigo e
dominado as transições entre a defensiva para a ofensiva e vice-versa. Isto permite ao comandante
maximizar o poder de combate amigo e minimizar o do inimigo evitando que ele combata como
uma força integral e coesa.
A ação ofensiva é quase sempre capital para alcançar resultados decisivos. Comandantes
conduzem a ofensiva para cumprir suas missões – destruindo as forças inimigas ou conquistando
terreno – que cumulativamente produzem os efeitos requeridos pelo comandante operacional.
Circunstâncias podem requerer a defesa; entretanto, o sucesso tático normalmente requer a
mudança para a ofensiva o mais cedo possível. A ofensiva encerra quando as forças que a conduzem
cumprem suas missões, alcançam seus limites de avanço ou se aproximam do ponto culminante.
Essas forças então realizam a consolidação, retomam o ataque ou se preparam para outras
operações.
Os Comandantes iniciam o combate ditando os termos de modo a ganhar vantagens
importantes. Tal ato permite o emassamento dos efeitos do poder de combate contra as unidades
inimigas selecionadas que sejam inferiores ou isoladas em locais vulneráveis. A posse da iniciativa
permite ao comandante a contínua busca de pontos ou locais vulneráveis e a mudança para
operações decisivas quando as oportunidades ocorrerem. Um comandante conquista, retém e
explora a iniciativa pela:
• manobra mais rápida do que o inimigo de forma a ganhar uma posição vantajosa
sobre o inimigo;
• emprego do poder de fogo para facilitar e explorar a vantagem;
• sustentação das forças subordinadas antes, durante e após o engajamento com o
inimigo;
• alcance e manutenção de uma consciência situacional tática melhor do que a do
inimigo; e
• planejamento além da operação inicial e antecipação dos eventos possíveis.
O comandante pressiona a batalha de forma tenaz e agressiva. O comandante aceita riscos enquanto
lidera seus subordinados e leva os sistemas aos limites.
Os comandantes buscam maneiras de criar rapidamente o momento pela conquista da iniciativa e
execução das operações em alta rotação (high tempo). O momento complementa e ajuda a reter a
iniciativa. A concentração de poder de combate no local e momento decisivo supera o inimigo e faz

2 O Tenente Coronel Boyd afirmava que o conflito pode ser entendido como ciclos competitivos de tempo onde cada
parte ou ator corre o ciclo Observação- Orientação- Decisão- Ação. Aquele que corre o ciclo mais rápido e
apresenta uma ova situação sem que o outro tenha terminado seu ciclo anterior, consegue quebrar a coesão do
oponente.

5
com que se ganhe o controle da situação. A manobra rápida para colocar o inimigo em uma posição
desvantajosa também ajuda a criar o momento. O momento permite ao comandante criar
oportunidades para engajar o inimigo de direções inesperadas com capacidades inesperadas. O
comandante ao conquistar a iniciativa deve continuar a controlar o momento relativo com ações que
mantenham o foco e a pressão, controlando o ritmo da operações e criando e explorando as
oportunidades, sempre realizando o exame corrente de situação e aceitando os riscos que sejam
prudentes.
O sistema de comando auxilia na construção do momento permitindo que o comandante veja e
compreenda a situação rapidamente de forma que as forças subordinadas ajam antes que as forças
inimigas possam reagir a situação inicial. O processo de operações foca mais na execução do que no
planejamento. Os sistemas modernos de informações permitem a compressão do planejamento e os
efetivos ajustes incrementais ao plano durante a execução. Isto permite ao comandante das forças se
adaptar mais rapidamente as ameaças e oportunidades que emerge, na medida em que são
identificadas. As unidades cujos comandantes podem decidir e implementar de forma mais rápida,
até em menor grau, ganham uma vantagem cumulativa que se torna significativa ao longo do
tempo. Tomar decisões de forma rápida – até com informações incompletas – é crucial. Os
comandantes e os EM nos escalões mais elevados necessitam de informações atualizadas e
relevantes dos escalões inferiores, particularmente em relação aos dispositivos, composições e
atividades amigas e inimigas.
Os comandantes escolhem uma solução ao problema tático que se apresenta a eles a partir de um
número de opções táticas. Embora os comandantes solucionem os problemas táticos que se
apresentam seguindo os princípios de guerra e os fatores da decisão, é importante enfatizar que não
há uma única solução doutrinariamente correta para qualquer problema tático. O comandante que
empregar as táticas mais apropriadas, em uma dada uma situação existente, terá uma discreta
vantagem sobre o oponente, mesmo suas forças tendo o mesmo poder de combate do inimigo.
O comandante usa o domínio da arte e da ciência da tática, a compreensão da situação e o bom
senso no julgamento para criar soluções únicas apropriadas a missão e aos fatores da decisão.
Usualmente há várias soluções para o problema, embora algumas sejam mais efetivas que outras. O
comandante busca uma solução que derrote o inimigo no tempo disponível com um mínimo de
custos em termos de vidas e material. A solução deve ser decisiva e moldar a atitude da unidade
para missões futuras, enquanto provendo a maior flexibilidade para as ações e reações inimigas. A
solução deve estar de acordo com a intenção do comandante mais elevado. Um conhecimento
completo do inimigo apoia fortemente o comandante no desenvolvimento de soluções factíveis. A
visualização do comandante é o termo doutrinário para este processo.

6
O comandante deve se adestrar para ser capaz de ir a essência da situação, reconhecer seus
elementos mais importantes e basear as decisões nesses elementos como parte do domínio da
profissão. Os comandantes adquirem esta capacidade após anos de educação em escolas militares,
estudo por si só e experiências práticas de adestramento, os quais eventualmente ajudam a
desenvolver faculdades intuitivas necessárias para a solução de problemas táticos.
A doutrina requer boa capacidade de realizar julgamentos quando aplicada a uma situação
específica. Na escolha de uma solução a um problema tático, as leis e normas, a missão, as leis da
física, o comportamento humano e as realidades logísticas limitam os comandantes; mas as táticas
padronizadas, técnicas e procedimentos codificados na doutrina como as melhores práticas o
ajudam a superá-las. O verdadeiro teste para uma solução de qualquer problema militar não é se
foram utilizadas as táticas, técnicas e procedimentos específicos contidas nos manuais; mas se elas
foram apropriadas a situação. A proficiência tática não é definida pelo domínio de uma doutrina
escrita, mas pela habilidade de empregar os meios disponíveis para vencer as batalhas e
engajamentos. Uma solução pode não corresponder a nenhum exemplo doutrinário anterior;
entretanto, a linguagem usada para comunicar aquele conceito deve ser tecnicamente precisa e
doutrinariamente consistente, usando termos e conceitos doutrinários comumente estabelecidos e
acatados.
As transições/ mudanças/passagens entre elementos diferentes e as tarefas principais das
operações são difíceis e, durante a execução, podem criar oportunidades inesperadas para as forças
inimigas. Os comandantes e seus EM devem rapidamente reconhecer tais oportunidades,
desenvolvendo transições como planos alternativos e contingentes durante o processo de
planejamento e agir imediatamente na medida em que elas ocorram. Uma passagem de enfase em
um elemento de operações para outro é uma consideração operacional complexa.
A vitória tática ocorre quando a força inimiga não pode mais alcançar seus objetivos táticos
ou não pode evitar que forças amigas cumpram suas missões.
Este é o objetivo final de todas as tarefas ofensivas e defensivas. A vitória tática decisiva ocorre
quando o inimigo não possui mais os meios para se opor a uma força amiga. Ele também ocorre
quando o inimigo admite a derrota e concorda para um fim negociado das hostilidades.
Historicamente, uma rápida vitória tática resulta em menos baixas amigas e a um reduzido gasto de
recursos.
Ao fim e ao cabo, pode-se dizer que soluções para os problema táticos representam um esforço
coletivo. O sucesso resulta do plano do comandante e da habilidade dos subordinados de o
executarem. Os comandantes devem ter total confiança no domínio da arte da ciência da tática de
seus subordinados e na habilidade deles de executarem a solução escolhida.

7
III. Operações Imediatas X Operações Deliberadas
Uma operação imediata é uma operação na qual o comandante dirige, de forma imediata, suas
forças disponíveis, usando ordens fragmentárias (ORFRAG) para executar atividades com mínimo
de preparação, coordenação e planejamento.
Uma operação deliberada é uma operação na qual o comandante dispõe de muita inteligência sobre
a situação, permitindo-o desenvolver e coordenar planos detalhados, incluindo múltiplos planos
alternativos e contingentes. Ele organiza sua força por tarefas especificamente para a operação de
forma a prover uma equipe de armas combinadas totalmente sincronizada. Ele conduz extensivos
ensaios enquanto conduz operações de modelagem estabelecendo condições para a conduta de sua
operação decisiva. A maioria das operações está localizada em algum ponto do contínuo entre esses
dois extremos.
Escolhas e trocas
O líder deve escolher o ponto certo ao longo desse contínuo para operar. Sua escolha envolve o
equilíbrio de vários fatores que competem entre si. Ele baseia sua decisão para conduzir uma
operação imediata ou deliberada ancorado no seu conhecimento corrente sobre a situação do
inimigo e sua estimativa se os recursos disponíveis (incluso o tempo) e os meios para coordenar e
sincronizar esses recursos sejam adequados para cumprir a missão. Se eles não estiverem, ele terá
que dispor de tempo adicional para planejar e preparar para a operação ou cerrar com forças
adicionais para enfrentar o problema. O comandante faz essa escolha em um ambiente de incerteza,
o qual sempre implica em risco.
Redução de Risco
A incerteza e o risco são inerentes as operações táticas e não podem ser eliminadas. Um
comandante bem sucedido sente-se confortável em condições de incerteza, pois sabe equilibrar
riscos de toda ordem e aproveitar as oportunidades. Oportunidades são eventos que oferecem as
melhores formas para se alcançar o sucesso. O comandante reconhece as oportunidades por meio de
contínuo monitoramento e avaliação da situação. Embora o comandante se esforce para maximizar
seu conhecimento sobre suas forças, o terreno e condições meteorológicas, considerações civis e o
inimigo, ele não pode deixar uma falta de informação paralisá-lo. Quanto mais inteligência sobre o
inimigo, mais apto estará o comandante para realizar seu exame de situação. Menos informações
significa que o comandante incorrerá em maior risco na tomada de decisão.
Pelo fato da incerteza fazer parte de todas as operações militares, cada decisão militar contém risco.
O comandante exerce a arte de comando ao decidir quanto risco deve aceitar. Como mostrado na
figura abaixo, o comandante dispõe de várias técnicas para reduzir o risco associado a uma
operação específica.

8
FATORES DE REDUÇÃO DO RISCO

Você também pode gostar