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ELEMENTOS DO ESTADO

De forma simplificada, o Estado é uma criação humana destinada a manter a coexistência


pacífica dos indivíduos, a ordem social, de forma que os seres humanos consigam se
desenvolver, e proporcionar o bem estar a toda sociedade.

É o Estado o responsável por dar força de imposição ao Direito, pois é ele que detém o papel
exclusivo de aplicar as penalidades previstas pela Ordem Jurídica.

Assim o Estado pode ser definido como o exercício de um poder político, administrativo e
jurídico, exercido dentro de um determinado território, e imposto para aqueles indivíduos que ali
habitam.

OS ELEMENTOS ESTADO SÃO:

POPULAÇÃO: entende-se pela reunião de indivíduos num determinado local, submetidos a um


poder central. O Estado vai controlar essas pessoas, visando, através do Direito, o bem comum.
A população pode ser classificada como nação, quando os indivíduos que habitam o mesmo
território possuem como elementos comuns a cultura, língua, a religião e sentem que há, entre
eles, uma identidade; ou como povo, quando há reunião de indivíduos num território e que
apesar de se submeterem ao poder de um Estado, possuem nacionalidades, cultura, etnias e
religiões diferentes.

TERRITÓRIO: espaço geográfico onde reside determinada população. É limite de atuação dos
poderes do Estado. Vale dizer que não poderá haver dois Estados exercendo seu poder num
único território, e os indivíduos que se encontram num determinado território estão obrigados a
se submeterem.

SOBERANIA: é o exercício do poder do Estado, internamente e externamente. O Estado, dessa


forma, deverá ter ampla liberdade para controlar seus recursos, decidir os rumos políticos,
econômicos e sociais internamente e não depender de nenhum outro Estado ou órgão
internacional. A essa autodeterminação do Estado dá-se o nome de soberania

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FONTES DO DIREITO

CONCEITO (SENTIDO DA EXPRESSÃO)


• Desde a Grécia Antiga ( Cicero) a palavra fonte significava nascedouro, nascente, origem,
causa, motivação para várias manifestações do Direito.

ESPÉCIES DE FONTES
• Inicialmente vamos tratar da divisão em fontes Formais e Materiais.

FONTES FORMAIS:
• São os meios pelos quais o Direito se manifesta em um ordenamento jurídico, ou seja, os
modos, meios, instrumentos ou formas pelos quais o direito se manifesta perante a sociedade.
Tradicionalmente, são fontes formais a Lei, os costumes, a doutrina e a jurisprudência.

FONTES MATERIAIS:

• São as instituições ou grupos sociais que possuem capacidade de editar normas, como o
Congresso Nacional, as Assembleias Legislativas, e o Poder Executivo em determinadas
hipóteses.

FONTES FORMAIS – CARACTERÍSTICAS

Dão forma ao direito;

Formulam normas válidas;

Podem ser ESCRITAS ou ORAIS (atualmente as fontes são quase sempre escritas e acessíveis a
todos, porque são públicas).

FONTES FORMAIS – CLASSIFICAÇÃO

Próprias e Impróprias;

Estatais e Não-Estatais; Principais e Acessórias

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As FONTES DIRETAS (PRÓPRIAS, PURAS OU IMEDIATAS) são aquelas cuja natureza
jurídica é exclusiva de fonte/nascedouro (lei, costumes e princípios gerais de direito).

Essa espécie de fonte tem como como única finalidade servir como modo de produção do direito
para a concretização do justo.

FONTES INDIRETAS (IMPRÓPRIAS OU IMPURAS) São as que assumem a função de


fontes de direito por excepcionalidade, como a doutrina, a jurisprudência e os costumes.
Saliente-se que tal característica não exclui sua finalidade de servir como método de
interpretação legal.

FONTES PRINCIPAIS – caracterizam-se como lei em sentido geral e amplo, não deixando
espaço para o juiz julgar com base em qualquer outra fonte. A lei é a expressão máxima do
direito.

FONTES ACESSÓRIAS - somente em caso de expressa omissão legal é que o juiz poderá
decidir com base nas fontes acessórias, quais seja, os costumes, a doutrina, a jurisprudência e os
princípios gerais de direito.

FONTES DO DIREITO é uma expressão utilizada no meio jurídico para se referir aos
componentes utilizados no processo de composição do direito, enquanto conjunto sistematizado
de normas, com um sentido e lógica próprios, disciplinador da realidade social de um estado. Em
outras palavras, fontes são as origens do direito, a matéria prima da qual nasce o direito.

São utilizadas como fontes recorrentes do direito as leis, o costume, a jurisprudência, a equidade
e a doutrina.

LEIS são as normas ou o conjunto de normas jurídicas criadas através de processos próprios,
estabelecidas pelas autoridades competentes;

COSTUME é a regra social derivada de prática reiterada, generalizada e prolongada, o que


resulta numa convicção de obrigatoriedade, de acordo com a sociedade e cultura em particular;

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JURISPRUDÊNCIA é o conjunto de decisões sobre interpretações de leis, feita pelos tribunais
de determinada jurisdição;

EQUIDADE é a adaptação de regra existente sobre situação concreta que prioriza critérios de
justiça e igualdade;

DOUTRINA é a produção realizada por pensadores, juristas e filósofos do direito, concentrados


nos mais diversos temas relacionados às ciências jurídicas;

Atualmente, é consenso que os princípios fundamentais de direito constituem também fonte do


direito.

As fontes têm várias classificações possíveis: podem ser voluntárias e involuntárias, materiais ou
formais; as formais, por sua vez, podem ser imediatas e mediatas.

Quanto às fontes voluntárias e involuntárias, o critério de distinção é a forma e processo como se


exteriorizam essas regras. Como fontes voluntárias temos as leis, resultantes de um processo
formal legislativo, intencional, que criam regras para o direito. Já a fonte involuntária é a que não
traduz um processo intencional de criação do direito, ou seja, cria involuntariamente direito.
Exemplo perfeito dessa modalidade é o costume.

O conceito de fonte material está relacionado ao organismo dotado de poderes para a elaboração
de leis. Por exemplo, o artigo 22, I, da constituição federal estabelece que a união é a fonte de
produção do direito penal, o que quer dizer que os estados e os municípios não detêm o poder de
legislar sobre a matéria.

FONTES FORMAIS são aquelas pela qual o direito se manifesta. As fontes formais imediatas
são aqueles fatos que, por si só, são fatos geradores do direito, como por exemplo, as normas
legais. As fontes formais mediatas são os costumes, os princípios gerais do direito, a
jurisprudência e a doutrina. No artigo 4º. da Lei de Introdução ao Código Civil temos que
quando a lei for omissa , o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os
princípios gerais de direito.

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AS FUNÇÕES DO ESTADO E SEUS TRÊS PODERES

(Executivo, Legislativo e Judiciário)

Através do passar dos anos as relações de comando, ou seja, governantes e governados, ou de


uma forma mais objetiva, os controladores e os controlados, sofreram diversas modificações que
influenciaram no surgimento da Teoria da Separação dos Poderes.

Essa Teoria foi desenvolvida por Montesquieu, ele tinha a idéia de conter o Poder do Estado
através da divisão de funções, e dar competência a diferentes órgãos.

As funções básicas do Estado permanecem desde a época de Aristóteles. Não se pode confundir
função com objetivos estatais, as finalidades vão desde a natureza econômica e militar até a
cultural. As funções básicas na antigüidade eram: a consultiva, a administrativa e a judiciária.

Com o passar dos anos foi havendo modificações que consolidaram os três poderes atuais: o
Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

1) O LEGISLATIVO: estabelece normas que regem a sociedade. Cabe a ele criar leis em cada
uma das três esferas e fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo. O presidente da
República também pode legislar, seu principal instrumento é a medida provisória.

Esse Poder é exercido pelo Congresso Nacional, que atua através do Senado Federal, composto
por senadores, e da Câmara dos Deputados, formado por deputados. O Tribunal de contas
também compõe esse órgão, ele auxilia o Congresso na fiscalização financeira, operacional,
orçamentária, contábil e patrimonial da União e das entidades da administração pública direta e
indireta, quanto à legitimidade, legalidade e economicidade.

2) O EXECUTIVO: é responsável pela administração dos interesses públicos, sempre de acordo


com nossa carta magna e as ordenações legais. A Constituição regula-o através do artigo 76 até o
91. O executivo é distribuído no âmbito nacional, regional e municipal. No plano Federal é
exercido pelo Presidente da República, que é escolhido pelo povo, em eleições de dois turnos, e
substituído, quando necessário, pelo vice-presidente. Já no nível regional o executivo é

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representado pelo governador, substituído circunstancialmente pelo vice-governador e auxiliado
pelos Secretários do Estado. No municipal quem o exerce é o Prefeito, substituído pelo vice-
prefeito e auxiliado pelos Secretários Municipais.

3) JUDICIÁRIO: possui duas tarefas principais, a primeira é a de controle de


constitucionalidade, ou seja, é a averiguação da compatibilidade das normas com a Constituição
da República, pois só assim serão válidas. A segunda obrigação é justamente solucionar as
controvérsias que podem surgir com a aplicação da lei.

Tal poder divide-se de três formas: quanto à matéria, que são chamados de órgãos de justiça
comum e de especial, quanto ao número de julgadores, que são classificados como órgãos
singulares e colegiados, e a respeito do ponto de vista federativo, que são os órgãos estaduais e
federais.

A divisão desses Poderes é crucial para a formação de uma sociedade preocupada com as
relações de comando, pois sem esse desligamento podem ocorrer situações de arbitrariedade.
“Quando, na mesma pessoa ou no mesmo corpo de magistratura, o Poder legislativo é reunido
com o Poder Executivo não existe liberdade (...) tão pouco existe liberdade se o poder de julgar
não fosse separado do Executivo e do Legislativo (...) tudo estaria perdido se o mesmo homem
(...) exercesse os três poderes.” Montesquieu conclui que “só o poder freia o poder”, no chamado
“Sistema de Freios e Contrapesos”, por essa razão cada poder deve manter-se autônomo e
constituído por pessoas e grupos diferentes.

Não se pode esquecer que o Poder do Estado é uno e indivisível. Cada um desses órgãos, no
exercício de suas funções, exercem suas atividades de formas diferenciadas, o que não quer dizer
que são independentes, mas também não são subordinados entre si, ou seja, existe a
independência orgânica, eles devem trabalhar de forma harmônica, mas autônoma. O importante
é destacar que cada um desses Poderes necessita de liberdade, dentro dos limites, para agir.

Eles são, na realidade, controladores do Poder Público, que visam à proteção dos cidadãos,
coíbem certos abusos dos agentes administrativos e buscam o aumento da eficiência do Estado,
uma vez que cada órgão torna-se especialista em determinada função.
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Essa especialidade não separa os poderes absolutamente, pois todos legislam, administram e
julgam. O pensamento de que os órgãos possuem somente uma função específica é errado, claro
que a tarefa maior de cada um deles é diretamente determinada, mas existem responsabilidades
que se entrelaçam. Um exemplo é o “Poder Legislativo que tem como função principal legislar e
fazer a fiscalização contábil, financeira, orçamentária e patrimonial do Executivo”, mas também
deve, no âmbito do Poder Executivo: “ dispor sobre sua organização, provendo cargos,
concedendo férias, licenças e servidores etc.”, já no âmbito jurisdicional: “ O Senado julga o
Presidente da República nos crimes de responsabilidade (art. 52, I)”.

Os três Poderes são responsáveis pela implantação do Estado em si, uma vez que eles receberam
finalidades específicas, que contribuíram para a formação de uma força coletiva organizada, pois
estavam designados a atender os anseios da sociedade. Tais órgãos fazem parte da função social
jurídica do Estado, mas não pode esquecer-se das não jurídicas. Essas são separadas em técnicas
e políticas. A primeira está relacionada com a prestação de serviços e a produção de bens. A
segunda diz respeito ao interesse geral e a conservação da sociedade política.

Para que possamos ter uma sociedade realmente organizada, tanto o poder político, quanto o
judiciário devem caminhar lado a lado, pois os dois residem na busca pelo progresso social, que
não está só relacionado ao bem-estar de poucos, mas sim da evolução da coletividade através da
correta aplicação dos poderes inerentes do Estado. O objetivo principal deve ser a formação de
uma sociedade equilibrada, em que os princípios constitucionais realmente são seguidos.

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