EXPOSITOR CRISTÃO, ELEITO O MELHOR JORNAL CRISTÃO DO BRASIL E PREMIADO NA FLIC 2016

Jornal Oficial da Igreja Metodista | Abril de 2017 ano 131 | nº 04 | Distribuição Gratuita

TRISTE
DOENÇA A Organização Mundial
da Saúde (OMS) registra
11,5 milhões de casos de
DEPRESSÃO no Brasil.
Página 8

COGEIME
Instituto Metodista de
Serviços Educacionais
completa 50 anos.
Página 4

METODISMO
Conheça a história
do metodismo na 4ª
Região Eclesiástica.
Página 10

REMNE: Conheça as estratégias missionárias que têm feito a diferença no Nordeste. Página 6
2 EDITORIAL
Abril de 2017 | www.expositorcristao.com.br

COMENTÁRIOS
Edição de março de 2017
Líderes servos/as
"Não podemos esquecer
que para liderar qualquer
atividade na igreja, temos que
ter, principalmente, amor ao
próximo e lembrar que somos
apenas servos/as, que somos
instrumentos usados para a
glória de Deus. Graças a Deus
que nos dá essa oportunidade
e esse privilégio!”
Carla Adriana Silva Marinho
Vamos conversar!
A Ênfases
depressão atinge 11,5 milhões de casos de 2005 e 2015 chegou a atingir o índice de 18,4%.
registrados no país, cerca de 5,8% da po- O cálculo revela que, atualmente, mais de 320
pulação brasileira. Os dados foram di- milhões de pessoas no mundo, incluindo todas as
missionárias
da Igreja
vulgados no Relatório Global da Organização idades, estão com depressão. O órgão alertou que
Mundial da Saúde (OMS), no final de fevereiro. a doença é a principal causa de incapacidade no
Os números são maiores na América Latina e o trabalho das pessoas e, nos casos mais comple-
segundo maior nas Américas, atrás ape-
nas dos Estados Unidos, que regis-
tram 5,9% da população com o
xos, pode levar ao suicídio.
As causas são diversas, como apon-
ta a psicóloga Valquíria Moraes:
Metodista
1
transtorno e um total de 17,4 baixa autoestima, fracasso es- Estimular o zelo
milhões de casos. Distúr- colar, morte de um/a parente evangelizador na vida
bios relacionados à an- próximo/a ou amigo/a, ins- de cada metodista, de
siedade chegam a afetar tabilidade emocional para cada igreja local;

2
Sabará/MG mais de 18,6 milhões de enfrentar um conflito,
brasileiros/as (9,3% da influência dos hormô- Revitalizar o carisma
população). nios, não estar incluído/a dos ministérios clérigo
Esses números leva- no grupo de amigos/as, e leigo nos vários
150 anos de ram a OMS a alertar crianças e adolescentes aspectos da missão;

metodismo no Brasil
“Muito boa a reflexão do
Pastor Odilon sobre a história
do metodismo na 1ª Região
3
a população sobre os com elevada autocrítica e Promover o discipulado
riscos da doença no dia histórico de depressão na na perspectiva da
Mundial da Saúde, 7 de família. Lembrando que a salvação, santificação
abril. Com o lema: Vamos OMS afirma que a depres- e serviço;

Eclesiástica. Não podemos
desconsiderar nosso passado,
mas a Igreja Metodista vive
4
conversar ou Let’s talk, em são atinge 5% de crianças e
inglês, a iniciativa irá reforçar 12% dos/as adolescentes entre Fortalecer a identidade,
conexidade e unidade
que existem formas de prevenir 11 e 19 anos.
da igreja;
a depressão e também de tratá-la, É importante discutir o tema em

5
um novo tempo, um novo considerando que o transtorno pode le- sua comunidade local, no pequeno grupo ou
momento.” Implementar ações que
var a graves consequências. até mesmo em família. Depressão é uma doença envolvam a igreja no
Claudinéia Soares Rego Nesta edição, optei por trazer o assunto em humana como qualquer outra e tem tratamento. cuidado e preservação
Rio de Janeiro/RJ pauta, tendo em vista sua seriedade para a Igreja. do meio ambiente;

Caminhada pela Paz
“Que bom que a Igreja está
saindo das quatro paredes.
Parabéns ao povo capixaba.
Lembro que não basta fazer
apenas em dias de caos. É
preciso fazer esse tipo de atitude
em prol das pessoas menos
favorecidas a todo instante.
Sonho em ver a Igreja como era
em anos passados.”
Rosimeire de Alcântara Frias
Manaus/AM
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Temos membros e liderança clérigas que já en- Que o Senhor nos ajude!
frentaram ou enfrentam essa realidade. De acor-
Pr. José Geraldo Magalhães
do com a OMS, o número de pessoas que vivem
com depressão aumenta a cada ano. Entre os anos Editor-chefe | Expositor Cristão
OPINIÃO | DEPRESSÃO
“Tenho consciência de que convivo com a depressão;
tenho a certeza de que ela não é possessão
demoníaca e desfruto da Graça de Deus, que
me dá condições de superar as crises que
surgem no caminho; testemunhar o seu amor
e aceitar as minhas fragilidades talvez sejam
a melhor cura que eu poderia ter recebido.”
Pra. Andreia Fernandes – Coord. Dep. Nacional
Escola Dominical
"Depressão é um transtorno de humor que afeta
tanto crianças como adultos/as. Na fase da
adolescência a depressão muitas vezes é
confundida com mudanças comportamentais
naturais da idade, dificultando o seu
diagnóstico. As causas são diversas, por
exemplo, baixa autoestima, fracasso escolar,
morte de um parente próximo, entre outras.”
Dra. Valquíria Moraes – Psicóloga
6
Promover maior
comprometimento
e resposta da
igreja ao clamor do
desafio urbano.
“Para fazer a prevenção é necessário observar se o
quadro de tristeza começa a mudar para um estado
depressivo, ou seja, a pessoa não sente que há
mais ‘energia’ para enfrentar os desafios da vida
e, gradativamente, vai se isolando de suas tarefas
e do cotidiano. Quando esse quadro se alarga, é
indispensável procurar ajuda.”
Pra. Blanches de Paula – Profa. na Faculdade de
Teologia
"Pastores/as devem ter um/a especialista por perto,
seja um/a tutor/a, psicoterapeuta, supervisor/a
didático-pastoral, médico/a, a quem possam
relatar seus sintomas e, em conjunto, encontrar
um encaminhamento apropriado. Em alguns
casos pode ser que a pessoa tenha que aprender
a conviver com os altos e baixos de seu ‘espinho
na carne’.”
Pr. Ronaldo Sathler – Prof. de Teologia e Cuidado Pastoral

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Cristão
Fundado em 1º de janeiro de 1886 pelo missionário John James Ransom
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Comissão PALAVRA
Geral de EPISCOPAL
Constituição
e Justiça
© ARQUIVO EC
Nos Caminhos da Missão
“entre o mínimo e o máximo
que podemos fazer”
O quadro que se apresen-
ta à sociedade brasileira
nos aponta a necessida-
de de encurtarmos a distância
com as pessoas que mais preci-
A
sam de cuidado e apoio direta-
Comissão Geral de Constituição e Justiça (CGCJ) mente, enfatizando o chamado
reunida nos dias 17 e 18 de março, nas dependên- da igreja em ser terapêutica e
cias da Sede Nacional, confirmou a liminar conce- zelosa em suas ações, sempre
dida pelo Presidente da CGCJ sobre a Ação Cautelar Ino- visando responder às pergun-
minada, de autoria de Paulo Henrique Mendes Mauricio. tas que a sociedade tem feito.
O julgamento dessa Ação Cautelar será público, porque as Nos últimos dias tem se avo-
partes não requereram sigilo. Ficou marcado o julgamen- lumado notícias que nos levam
to para o dia 1º de julho de 2017, com início às 9h, na Sede a pensar de que maneira po-
Nacional, em São Paulo. demos conduzir nossas ações
para que tenhamos as próxi-
mas gerações conduzidas pela
necessidade de pensar no pró-
Escola
ximo e zelar pela vida que há
em Deus, fazendo diferença na
vida de pessoas comuns, como
Dominical
eu e você. E sem dúvida
nenhuma, dentro de nosso
raio de ação, onde nos rela-
cionamos, podemos fazer a
diferença e deixarmos um
legado de caráter e de con-
© RODRIGO DE BRTIOS
duta que expresse as verda-
des do reino de Deus.
À medida que caminha-
mos em direção ao propó-
sito que Deus tem para a
igreja, o próprio Deus dei-
xa mais claro para todos/as
nós os desafios da missão.
Mas o fato é que o caminho
já está traçado. Quando no
chamado da grande comis-
são: “Jesus, aproximando-se,
falou-lhes, dizendo: Toda a
autoridade me foi dada no céu
e na terra. Ide, portanto, fazei
discípulos de todas as nações,
batizando-os em nome do Pai,
A
e do Filho, e do Espírito Santo;
equipe de redação do Departamento Nacional de ensinando-os a guardar todas
Escola Dominical esteve reunida na Sede Nacional as coisas que vos tenho orde-
da Igreja Metodista entre os dias 14 e 15 de março. nado. E eis que estou convosco
Planejamento e ideias para os materiais de Escola Domini- todos os dias até a consuma-
cal foram pautas do encontro, que também forneceu uma ção do século” (Mt 28.18-20), o
oportunidade para a equipe analisar os novos materiais. próprio Deus estabelece qual
As novas revistas já estão disponíveis no site da Angular é a nossa parte, por isso o ter-
Editora e trazem como tema “Salmos e Encontros com Je- mo comissão, pois dentro do
sus” para revistas da série Bem-Te-Vi, infantil, assim como grande projeto de redenção do
os títulos voltados para o público adolescente e adulto: Flâ- homem, o Senhor escolhe pes-
mula Juvenil, Em Marcha e Cruz de Malta. soas como nós para fazer parte
/// Acesse www.angulareditora.com.br e adquira a sua!
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Bispo Paulo Rangel dos Santos Gonçalves
Presidente da 1ª Região Eclesiástica
do Seu plano de ação. Só posso
entender que a grande comis-
são é o mínimo e o máximo
que Deus espera de nós.
Dentro dessa perspectiva de
que há uma missão em nosso
caminho, precisamos deixar
claro que é o mínimo que se
estabelece, ou seja, ir, pregar,
batizar e ensinar a reter as or-
dens de Deus. Tudo que Deus
quer para nós como Corpo de
Cristo, o mínimo trata-se dis-
so, em ir pregando e batizan-
do, vivendo um estilo de vida
que permite às pessoas a ter
através de nossos exemplos os
mandamentos de Deus.
Ao mesmo tempo, também é
o máximo que Deus exige de
nós, e isso nos desafia, pois à
“O quadro que se apresenta
à sociedade brasileira
nos aponta a necessidade
de encurtarmos a
distância com as pessoas
enfatizando o chamado da
igreja em ser terapêutica e
zelosa em suas ações”
medida que nos estabelecemos
no caminho da missão tam-
bém somos embriagados/as
pelas condições que a missão
propõe para nós, e corremos o
risco de amarmos a missão e o
que se faz nela, mas perdemos
a paixão com o caminho pro-
posto por Deus.
Entre o mínimo e o máxi-
mo encontramos a vida de
santificação como parâme-
tro para não desviarmos nem
nos contaminarmos com as
transgressões (Ezequiel 14.11),
pois o mínimo que Deus quer
confunde-se com o máximo,
exatamente porque o coman-
do é único e imutável. Todo
o propósito estabelecido nos
céus tem como alvo o desper-
NACIONAL 3
tamento de homens e mulhe-
res dispostos/as a fazer da sua
vida um sacrifício vivo (Ro-
manos 12.1), a fim de que al-
guém seja alcançado.
Entre o mínimo e o máximo
do nosso chamado em ser igre-
ja existe sempre alguém que
está sofrendo as distorções do
mundo, alcançado pela dor do
individualismo e da competi-
ção doentia e feroz. Mas nesse
espaço reside a nossa missão,
em no mínimo inspirar pes­
soas a aprender com Jesus, e
no máximo inspirar pessoas a
serem semelhantes a Jesus.
Tudo que nós estabelecer-
mos em nossos documentos e
em nossas ações, como obrei-
ros/as e servos/as, que ultra-
passam o limite desse di-
recionamento, que é fazer
discípulos/as, e ao mesmo
tempo não alcancem o pa-
drão mínimo do discipu-
lado cristão, só vai trazer
descontentamento, tristeza
e enfado.
Uma vida de inspiração
é a cota certa para que os
princípios de Deus estejam
marcados no coração de
nossa geração e das gera-
ções vindouras. Embora
saibamos que o caminho seja
difícil e absolutamente desa-
fiador, não tenho dúvida de
que a carreira proposta para
todos nós em Jesus nos conso-
lida a não sairmos do foco de
gerar filhos/as e servos/as para
a obra de Deus.
Entre o mínimo e o máxi-
mo, só cabe uma coisa para
nós como Corpo de Cristo,
fazermos discípulos/as do Se-
nhor Jesus. Apontando nossa
vida para a obra de redenção
da cruz do calvário e zelando
uns/as pelos/as outros/as. Es-
tabelecendo nossa missão em
direção aos que mais precisam
da Palavra da Verdade, da Pa-
lavra que liberta e da tão ma-
ravilhosa Graça de Jesus.
4 EDUCAÇÃO
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Cogeime completa meio século em abril

José Geraldo Magalhães

© ARQUIVO EC
evento”, lembrou Panisset

N
em seu artigo publicado na
o mês de abril, Revista Cogeime, nº 41.
mais especifica- A partir daí outros avan-
mente no dia 22, ços aconteceram. Uma
o Instituto Metodista de aspiração antiga era o re-
Serviços Educacionais conhecimento do curso de
(Cogeime) completa 50 teologia da Igreja Metodis-
anos. O órgão nasceu, em ta pelo CNE e Ministério de
1967, das necessidades que Educação. Até então, o cur-
foram sendo delineadas so era tido como um curso
em encontros para discu- livre e, consequentemente,
tir a realidade da educação não conferia o título de ba-
metodista e de suas esco- charel às pessoas que pas-
las. Um dos temas subme- sassem pela Faculdade de
tidos à intensa discussão Teologia, em São Bernardo
para a criação foi o da do Campo/SP.
confessionalidade meto-
dista na educação. Outro História
tema importante foi o da Quando se fala em Edu-
cidadania. cação Metodista é preciso
O professor dr. Rui de voltar no tempo e recordar
Souza Josgrilberg destaca a tradição. Foi no século
a importância e o avanço XVIII, na Inglaterra, que
da criação do Cogeime: John Wesley fundou a pri-
“Uma função importante meira Escola Metodista,
do Cogeime é a de repre- a Kingswood School, em
sentar as instituições de 1748, que está em funcio-
ensino metodistas do Bra- Colégio Piracicabano, fundado em 13 de setembro de 1881 pela missionária Martha Watts, é a Instituição Metodista pioneira no Brasil. namento até hoje.
sil diante do Ministério de Os/as pioneiros/as da
Educação e outras relações educação metodista no Bra-
com o governo”, disse. representasse as instituições já existia a Junta Geral de Edu- demais aspectos da educação sil, rev. Junius E. Newman, rev.
O Plano Nacional Missioná- evangélicas no país. “A criação cação Cristã (JUGEC), que se em nossa Igreja e sensível, por- John James Ransom, Miss Mar-
rio aponta uma direção mis- da Associação Brasileira de Ins- preo­ cupava com os materiais tanto, à necessidade de maior tha Whatts, rev. James William
sionária para a Igreja Metodis- tituições Educacionais Evangé- para a Escola Dominical e ou- estímulo ao compartilhamento Koger, rev. James L. Kennedy e
ta relacionada às instituições licas (ABIEE) foi de importân- tros assuntos específicos vol- de experiências e aos estudos li- tantos/as outros/as que vieram
educacionais. “A educação faz cia capital. Ela tornou-se uma tados para a educação. “Nesse gados à educação secular”, des- em seguida para a missão no
parte da Missão como proces- representação tão forte quan- período, o secretário da referida tacou Panisset. Brasil, no final do século XIX,
so que visa oferecer à pessoa e à to os órgãos de representação junta era João Nelson Betts, que Ao longo dos anos, a partir estavam mais que convencidos/
comunidade uma compreensão da Igreja Católica, dando um também se preocupava com os de 1967, houve uma legitimação as de realizar a missão pela via
da vida e da sociedade, com- pouco mais de equilí- do Cogeime no âmbito da educação, com especial aten-
prometida com a prática liber- brio nas relações das metodista, evangélico ção à educação secular.
© ARQUIVO EC

tadora, recriando a vida e a so- instituições educativas
ciedade, segundo o modelo de confessionais diante do
Jesus Cristo, e questionando os governo, inclusive para
sistemas de dominação e morte, benefícios e verbas”,
à luz do Reino de Deus”, diz o conclui o professor Rui
documento. Josgrilberg em artigo
Após a criação do Cogeime, publicado na Revis-
em 22 de abril de 1967, época do ta Cogeime, nº 41, que
centenário metodista, foi neces- marcou os 20 anos da
sário também reunir em uma revista e 45 do Cogeime.
publicação os estudos, artigos e No contexto latino-
reflexões a respeito da educação -americano, novamen-
metodista. Nascia, então, em te o Cogeime se torna
outubro de 1992, a Revista do um agregador de for-
Cogeime, que tratou do tema ças quando se criou na
“Educação e Confessionalida- América Central e do
de” em seu primeiro número Sul a Asociación Lati-
publicado. A Revista segue suas noamericana de Insti-
publicações até hoje. tuciones Metodistas de
Para o professor Rui Josgril- Educación (ALAIME),
berg, foram as necessidades das em 1997. O Cogeime foi
instituições que levaram à cria- primordial para colocar
ção do Cogeime. “A importân- as escolas metodistas
cia do Cogeime nasceu de sua brasileiras no mapa das
própria capacidade de atender escolas metodistas no
às necessidades das instituições mundo, pela associação
metodistas. A realidade dá o e participação afetiva
movimento, e a instituição deve na International As-
refleti-lo”, enfatizou o professor sociation of Methodist
Josgrilberg. S­
chools, College and
A visão foi ampliada dessa Universities (IAMSCU).
realidade quando a instituição O professor Ulysses
ficou atenta à sua representati- de Oliveira Panisset
vidade em um raio maior que lembra que, em 1965,
Irá tomar posse no dia 7 de abril o
novo reitor da Universidade Metodista
de São Paulo, Paulo Borges Campos
Jr. A cerimônia será no Salão Nobre da
instituição. Borges era presidente do
Conselho Superior de Administração
(Consad) desde agosto de 2014.
e, sobretudo, junto aos O Colégio Piracicabano foi
órgãos e autoridades do fundado em 13 de setembro de
governo. Houve a pos- 1881 pela missionária Martha
sibilidade, inclusive, de Watts; é a Instituição Metodista
indicar nomes a serem pioneira no Brasil. Mais tarde, o
considerados pelo Pre- Colégio deu origem à Universi-
sidente da República dade Metodista de Piracicaba,
para a constituição do a UNIMEP, a primeira univer-
Conselho Nacional de sidade Metodista no Brasil e na
Educação (CNE). América Latina.
Segundo o professor Tanto as escolas metodistas
Ulysses Panisset, outra como as universidades se mul-
informação que aponta tiplicaram e consolidaram uma
a grandiosidade da Igre- rede que hoje está presente em
ja Metodista e do Cogei- dez estados brasileiros, incluin-
me na posse do CNE foi do duas universidades, três
a presença de um Bispo centros universitários, três fa-
metodista. “No dia em culdades integradas e escolas de
que foram empossados Educação Básica, de pequeno,
os novos membros do médio e grande porte, num to-
Conselho Nacional de tal de 57 unidades. Além dessas
Educação, em cerimô- instituições, a Igreja Metodis-
nia realizada em 26 de ta mantém uma Faculdade de
fevereiro de 1996 no Teo­logia e seis Institutos, Cen-
Auditório do CNE, em tros e Seminários Teológicos.
Brasília, nós, metodistas Essa rede de instituições
empossados, tivemos a educacionais reafirma a visão
imensa satisfação de ver e a ação dos/as missionários/as
o Bispo Adriel de Souza metodistas que aqui chegaram
Maia, então presidente a partir do século XIX, com o
do Colégio Episcopal, desafio do movimento metodis-
ser a única autorida- ta mundial e a diretriz de John
de religiosa a compor Wesley: Igreja e Educação como
a mesa que dirigiu o organizações indissociáveis.
 EDUCAÇÃO 5
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Jovens Talentos: educação informa que as comunicações

incluíram Colégio Episcopal,
Regiões Elesiásticas, Expositor

metodista apresenta selecionados/

Cristão, pastores/as , lideranças
da mocidade, entre outras es-
tratégias. “Contamos com am-

as e celebra sucesso do programa

pla divulgação nas redes sociais
e canais digitais para que toda
a comunidade de jovens das
igrejas soubesse do programa
e pudesse participar. O progra-
Iniciativa ma foi muito bem recebido por
todos/as os/as interessados/as,
recrutou 12 O Programa
Jovens Talentos
que passaram a ter acesso a uma
oportunidade única”, salienta.
novos/as selecionou 12
profissionais de “Vale ressaltar a importância
profissionais
97 pessoas que se da transparência no processo
inscreveram.
seletivo”, afirma Talitha Zam-
para atuação plonio, gerente de Recursos Hu-
manos da Educação Metodista.
em diferentes O aspecto da transparência é
destacado por unanimidade
áreas e cidades por todos/as os/as envolvidos/
as no Programa Jovens Talentos

N
Metodistas.
o último dia 17 de mar-
ço, a Educação Meto- Jovens Metodistas
dista deu início a uma Para o professor Robson Ra-
importante etapa de um dos mos de Aguiar, diretor-geral da
projetos mais promissores da Rede Metodista de Educação, o
instituição. A data marcou a Jovens Talentos metodistas foi
apresentação oficial dos/as 12 um sucesso. “Foi um projeto em
profissionais contratados/as por nível nacional e alcançou todas
© FOTOS: RODRIGO DE BRITOS

meio do Programa Jovens Ta- as regiões, inclusive as que ain-

lentos Metodistas. da não têm instituições educa-
O programa tem como obje- cionais metodistas”, revela.
tivo atrair, reter e desenvolver “O processo se desenvolveu
profissionais metodistas em com critérios técnicos, sem in-
início de carreira por meio de terferência interna ou externa,
um programa estruturado e Os/as jovens contratados/as de treinamento para que adqui- recrutamos jovens metodis-
transparente. Lançada em 2016, integram a Igreja Metodista, ram conhecimentos técnicos e A divulgação tas de vários estados. Foi um
a iniciativa ocorre em parceria contam com até três anos de comportamentais e se desenvol- incluiu o Colégio tremendo sucesso, reforçando
com a empresa Meta Talentos e formação em suas respectivas vam para atuar com excelência ainda mais a nossa confessio-
integra a política de aceleração áreas de conhecimento e irão em suas funções. Episcopal, Regiões nalidade”, explica Robson. “Foi
de carreira da organização. atuar nas instituições educacio- Elesiásticas, uma experiência nova. Percebe-
O Programa Jovens Talentos nais metodistas em São Paulo Relatos mos a necessidade de oferecer
Metodistas contou com um nú- (São Bernardo do Campo e Pi- A Educação Metodista con- Expositor Cristão, uma chance para os/as jovens
mero expressivo de inscrições racicaba), Minas Gerais (Belo tará com os trabalhos dos/as pastores/as, metodistas, que sempre tiveram
on-line. Ao todo, a vaga foi vi- Horizonte e Juiz de Fora), Rio novos/as colaboradores/as em o sonho de trabalhar em nossas
sualizada por 1.580 jovens e, de de Janeiro (Rio de Janeiro) e Rio diferentes áreas. O setor de Co- lideranças da instituições”, afirma o diretor.
acordo com o perfil solicitado, Grande do Sul (Porto Alegre). municação e Marketing acolhe- mocidade, entre
houve 96 habilitações. O pro- A partir da cerimônia de rá Fábio Macedo Antunes, Luan Apoio
cesso seletivo logo na primeira apresentação oficial, os/as sele- Ferreira e Samara Pupo. Ligia outras estratégias Segundo o diretor-geral, este
etapa seguiu com 59 postulan- cionados/as do Jovens Talentos Durrer e Letícia Floria atuarão programa estava na agenda
tes à vaga na etapa de testes Metodistas passam a atuar sob no Jurídico, enquanto Charles de planejamento apresentada
on-line, 51 na entrevista com a companhia de um/a gestor/a, Waldow e André Ribas integra- pela Educação Metodista no
o consultor, 42 na dinâmica de responsável por conduzi-los/ rão o Contas a Pagar. Comple- 20º Concílio Geral. “Agrade-
grupo, 13 na entrevista com o as nos trabalhos realizados nas tam a equipe Deborah Rocha dade), Pedro Garcia (Engenha- cemos a Deus, Bispos, Bispas,
gestor e, finalmente, 12 profis- instituições. Os/as profissionais (Coordenação Pedagógica), ria de Projetos), Leonardo de COGEAM, CONSAD e Con-
sionais foram recrutados/as. passarão por diversos módulos Sofia Giorgi (Gestão da Quali- Souza (Projetos Educacionais) federação e Federações Meto-
e Daniel Junior (Administração dista de Jovens pelo total apoio
de Campus). ao programa”, ressalta Robson
Nascido na cidade de Birigui, Ramos de Aguiar.
no interior paulista, Fabio Ma- De acordo com o diretor, a
cedo Antunes será um dos jo- continuidade do projeto está
vens talentos atuantes em Pira- garantida. “A Educação Meto-
cicaba, também em São Paulo. dista é uma instituição de opor-
O profissional tomou conheci- tunidades”, declara. “O Projeto
mento do programa pela página vai continuar e tem potencial
da Igreja no Facebook. “A ex- para crescer ainda mais. Espe-
pectativa é a melhor possível. ramos potencializar o número
É uma oportunidade pela qual de inscrições nas próximas edi-
lutei bastante para conquistar e, ções e novamente contar com a
graças a Deus, conquistei. Estou ajuda de Deus e de todos/as os/
feliz e creio que vai ser o início as envolvidos/as. Aos poucos,
de uma grande fase na minha criaremos uma cultura em tor-
vida”, aposta. no do Jovens Talentos Metodis-
“O plano foi bastante eficaz”, tas”, completa.
afirma Ronilson Carassini, di-
retor de Tecnologia da Informa- Israel Bumajny
ção, Comunicação e Marketing Coordenador de Comunicação
Os/as gestores/as com os/as 12 jovens que aturão em várias instituições metodistas. da Educação Metodista, que Gerência de Comunicação e Marketing
6 MISSÃO
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Expansão missionária é foco de

U m dos mandamentos
mais diretos de Jesus
Cristo foi “Ide, portan-
to, fazei discípulos de todas as
nações” (Mateus 28.19). Orde-
© ARQUIVO REMNE

“O trabalho
de incentivo
nança que a Região Missionária e propagação
do Nordeste da Igreja Metodis-
ta tem adotado como a princi- do discipulado
pal estratégia para o anúncio
do Evangelho, pavimentando como um estilo
o caminho para abrir e conso-
lidar trabalhos na Região. Para
de vida rende
isso, a Igreja investe esforços na frutos para
ampliação da membresia apri-
morando a capacidade já insta- as ações de
lada nas Igrejas e na plantação
de novos pontos missionários.
evangelismo
Nos últimos quatro anos, e plantação
entre 2012 e 2016, a membre-
sia cresceu aproximadamente de novos
34%, saindo de 4.347 para 6.615
membros, respectivamente.
trabalhos”
Esse aumento gradual na quan-
tidade de pessoas seguindo o
evangelho é fruto de investi-
mento em discipulado, curso de Batismo na Congregação Vitória da Conquista.
formação de evangelistas, aber-
tura de novos trabalhos, busca
© ARQUIVO REMNE

pela autonomia de congrega-

ções a igrejas locais, além de
parcerias com Confederações,
outras Regiões Eclesiásticas,
programas como o Voluntários
em Missão (VEM) e de agências
missionárias, como o IMForM
(Instituto Metodista de Forma-
ção Missionária).
© ARQUIVO REMNE

Novas congregações e
pontos missionários
A ênfase na expansão mis-
sionária está refletida na com-
posição estrutural dos tipos de
trabalhos da Região Missioná-
ria do Nordeste, que hoje conta
com 19 igrejas, 13 congregações
e 45 pontos missionários. Só em
2016 foram criados quatro no-
vos pontos missionários, sendo
os de Catende e Caruaru, no
Distrito Nordeste 2, no Estado
de Pernambuco; Vila Esperan-
ça, no Distrito 5, que engloba a
região Norte da Bahia e Sergipe;
e o de Dirceu, no Distrito 7, que
compreende os Estados do Ma-
ranhão e Piauí.
Em sua última reunião, no
Projeto Missionário Maxinaré no Sertão Nordestino
da Igreja Metodista em Natal. Arquivo Remne
Curso de Formação de Evangelistas no Ceará.
tando os/as novos/as líderes e ram realizadas oficinas de
então eles/as são desafiados/as patchwork e de bordado,
a plantar pequenos grupos em focadas na busca de maior
bairros mais distantes ou em inserção e relacionamentos
outras cidades”, compartilha com a comunidade, além
o pastor. Foi a partir dessa vi- de grupos de discipulados
são que o distrito 7 abriu novos que acontecem na casa da
trabalhos em cidades vizinhas missionária e nos lares dos/
e em bairros de Teresina. Além as participantes, de forma
do ponto missionário em Dig- permanente.
© ARQUIVO REMNE

ano de 2016, a Coream aprovou nidade, a igreja instalou-se em

a abertura dos novos pontos
missionários metodistas e tam-
bém de uma nova congregação
metodista: em Morada dos Pas-
sáros, na cidade de Vitória da
Conquista, na Bahia (distrito 6).
No caso do distrito 7, que
abrange os Estados do Piauí e
Maranhão, a plantação de igre-
jas tem ocorrido por meio de
duas estratégias, segundo o SD,
rev. Emanoel Bezerra: através
da formação de pequenos gru-
pos e de lares de paz. “O que
tem nos ajudado é a formação
de liderança, estamos capaci-
Demerval Lobão, Dirceu e no
Eduardo Costa.
O trabalho de incentivo e pro-
pagação do discipulado como
um estilo de vida rende frutos
para as ações de evangelismo e
plantação de trabalhos. A mis-
sionária Evanise Queiroga, que
está à frente do trabalho em
Maceió, AL, comemora os fru-
tos das ações com o recebimen-
to e batismo de novos membros
e a preparação de novos/as in-
teressados/as em fazer parte
da comunidade de fé. Como
estratégias de evangelismo fo-
Evangelismo
e ação social
Os outros distritos que
não tiveram pontos mis-
sionários abertos em 2016
também possuem trabalhos
voltados para o evangelismo
e plantação de novas igre-
jas. Um exemplo é o Distri-
to Nordeste 4, que abrange
todo o Estado do Rio Gran-
de do Norte. Os dois focos
da expansão missionária
são encontrados nos traba-
lhos da Igreja. O primeiro é
focado no evangelismo, que
Curso de Formação de Evangelistas em Aracaju.
aproveita a estrutura atual para
o trabalho de evangelização.
A Igreja Central de Natal,
por exemplo, oferece cursos de
capacitação com foco em ação
missionária na Região Metro-
politana da cidade. O Projeto
Charis busca evangelizar por
meio da capacitação e inser-
ção social de jovens e adultos/
as, através da oferta de cursos
de capacitação para pessoas de
baixa renda que aprendem um
ofício na área de mecânica de
automóveis. O projeto é desen-
volvido num total de 15 encon-
tros sobre injeção eletrônica,
inglês e informática. O curso já
formou três turmas, totalizan-
do 45 pessoas no curso de inje-
ção e mais 12 no curso de infor-
mática. E agora está investindo
 MISSÃO 7
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atuação na Região do Nordeste

no preparatório para o Enem. seca severa”, disse o pastor. As- tas básicas para as famílias das Tuckson; Barra de Jangada/ listas (CFE) formou 72 pessoas
Outro foco está nas ações so- sim, o projeto oferece uma pos- crianças assistidas. No dia 8 de PE, parceria: UMC Mount em 2016. Este ano, 22 novos/as
ciais com moradores/as de rua, sibilidade de desenvolvimento março, as mães receberam um Zion Conferência Atlanta; Por- obreiros/as concluíram o curso
com o projeto Igreja nas Ruas, sustentável para a comunidade jantar especial em comemo- to Seguro/BA, parceria: UMC em Teresina/PI. Há módulos
que distribui alimentos e pres- e é fruto de uma parceria com ração ao Dia Internacional da Mount Zion Conferência Atlan- em andamento em Recife (14
ta assistência básica e espiritual uma Igreja Metodista da Ale- Mulher, uma iniciativa da So- ta. As obras foram de reforma à alunos/as), Jaboatão dos Gua-
para desabrigados/as. manha e a Agência de Desen- ciedade de Mulheres da congre- construção de templos e de pré- rarapes (10), Natal (15) e há
A Igreja também investe es- volvimento para Povos não Al- gação. “Com essas ações a igreja dios para educação cristã, com uma nova turma esperando o
forços na plantação de novos cançados (ADPNAS). cumpre seu papel de servir à auxílio também na ação missio- início da formação, na capital
trabalhos, como as ações reali- Ainda quanto à ação social no comunidade”, disse a pastora nária nos locais atendidos pela piauiense. E o Centro Meto-
zadas no Povoado de Maxinaré, distrito 8, na Paraíba, o ponto Claudete Costa. parceria. dista de Educação do Nordeste
em Currais Novos/RN. Segun- missionário em Jardim Améri- Na igreja em Muribeca, Esta- (Cemene) tem novidades para
do o Pr. George Emmerich, no ca, Cabedelo, tem estado com Parcerias Missionárias do de Sergipe (distrito 5), com o este ano. “Pela primeira vez, o
local foi instalado o culto regu- as portas abertas para a comu- Internacionais (VEM - trabalho do VEM, o templo foi Cemene vai oferecer o CFTP -
lar, todos os sábados, que conta nidade, instalada numa região Voluntários em Missão) finalizado. Para celebrar a nova Curso de Formação Teológico
com uma média de 15 pes­soas, carente. Este ano as crianças Em todo o Nordeste, são obra, o rev. Izaias Melquiades Pastoral para formação do cor-
entre adultos/as e crianças. receberam kits educativos do muitos os templos erguidos deu ao grupo de americanos/as po pastoral na REMNE e tam-
Além do anúncio do Evangelho, projeto Sombra e Água Fresca pelas mãos de voluntários/as a missão de orar e ungir a igre- bém o curso de um ano para
o propósito é promover ações e, por meio da missionária Ja- em Missão. Os/as irmãos/ãs ja. Por meio dessas ações, laços formação de professores/as de
que façam a diferença na vida dilma Vicente, participam de norte-americanos/as investem de fé e unidade são comparti- escola dominical”, disse o rev.
das pessoas, como a instalação aulas de educação cristã, recrea­ com o trabalho e com recursos lhados entre metodistas nordes- Ricardo, diretor do Cemene.
de barragens subterrâneas. “A ção e reforço escolar. financeiros, ajudando a reestru- tinos/as e estrangeiros/as.
falta de água é um problema A congregação metodista no turar ou iniciar novos espaços Dr. Luis Augusto Mendes
histórico da região, sendo con- Bessa, bairro próximo ao pon- para cultos metodistas. Entre Curso de Formação de Prof. universitário - Remne
siderada a segunda maior área to missionário, tem ampliado os recentes locais abençoados Evangelistas
de desertificação do mundo; ações de amor e ajuda à comu- com este projeto estão: Jardim Preparando leigos e leigas, o
atualmente já são seis anos de nidade, com a doação de ces- Armação/BA, parceria: UMC Curso de Formação de Evange-

Barco Hospital Missionário realiza a

primeira viagem missionária do ano
Redação EC

O Barco Hospital Missioná-

rio da Igreja Metodista fez
a primeira viagem do ano
pelos rios da Amazônia entre os
dias 12 e 18 de março. As quatro
aldeias indígenas visitadas – Aga-
penu, Cuia, Apipica e Muritingas
– receberam 362 atendimentos
médicos. O Bispo presidente da
Região Missionária da Amazônia
(Rema), Fábio Cosme da Silva,
esteve na viagem.
“Tivemos atendimentos mé-
dicos, leitura Bíblica, oração
nas comunidades para qua-
se 400 pessoas entre adultos e
crianças. A Rema é um campo
missionário em plena ativida-
de. É preciso investir em mis-
são. Agradeço a Deus pela vida
© FOTOS: MARK GREATHOUSE

dos/as missionários/as Têca,

Pastor/a Max e Jéssica e aos/às
americanos/as que nos abenço-
aram nessa viagem”, disse o Bis-
po, que realizou a viagem pela
primeira vez.
Denise Rosa Viotto, voluntá-
ria na viagem missionária, sen- as tinham apenas um médico do Além da tripulação, composta da República dos Camarões, e coordenam o projeto missioná-
sibilizou-se com o que viu. “A programa Mais Médicos que era por cinco pessoas, participaram Merlin Metsla, da Estônia. Além rio do Barco Hospital.
experiência foi única. Tem mui- um cubano, mas acabou o con- doze americanos/as da Shenan- do Bispo da Rema, Fábio Cosme Se você deseja realizar uma
ta coisa a ser feita por aquelas trato no ano passado. O municí- doah University Virgínia, duas da Silva, a médica de Belo Ho- viagem missionária com sua igre-
pessoas. Fiquei sensibilizada. As pio todo está sem médico/a. Na missionárias que estão atuando rizonte, Beatriz Birchal, Têca ja local, ou ser um/a voluntário/a,
pessoas bebem aquela água do maioria das aldeias, apenas uma no Projeto Sombra e Água Fres- Greathouse, Mark Greathouse, basta entrar em contato pelo te-
rio sem ser tratada. Não tem mé- vez por mês, vai uma enfermeira ca do Liberdade, em Belo Ho- Denise Rosa Viotto e o casal de lefone (69) 3229-2150 para saber
dicos/as para visitá-los/as. Eles/ visitar”, testemunhou Denise. rizonte/MG, Severin Pelekara, pastores Max e Jéssica Maia, que as datas das próximas viagens.
8 CAPA
Depressão
Abril de 2017 | www.expositorcristao.com.br
José Geraldo Magalhães
S
em deixar marcas apa-
rentes e impossível de ser
diagnosticada por exames
laboratoriais, a depressão atin-
ge cerca de 5,8% da população
brasileira – um total de 11,5
milhões de casos registrados no
país, segundo dados divulgados
pela Organização Mundial da
Saúde (OMS). Os números são
maiores na América Latina e o
segundo maior nas Américas,
atrás apenas dos Estados Uni-
dos, que registram 5,9% da po-
pulação com o transtorno e um
total de 17,4 milhões de casos.
Distúrbios relacionados à an-
siedade chegam a afetar mais
de 18,6 milhões de brasileiros/
as (9,3% da população), aponta
Relatório Global divulgado pela
OMS em fevereiro.
A depressão é um transtor-
no mental comum caracteri-
zada pela presença de tristeza,
muitas vezes carrega um senti-
mento de culpa ou inutilidade,
perda de interesse ou prazer,
sono ou perda do apetite, falta
de concentração e cansaço. A
doença pode chegar a tornar-se
recorrente ou crônica e afetar
significativamente o desempe-
nho nos estudos e no trabalho,
além da capacidade de lidar
com situações do dia a dia, que
ficam prejudicadas.
De acordo com a OMS, o nú-
mero de pessoas que vivem com
depressão aumenta a cada ano.
Entre os anos de 2005 e 2015 che-
gou a atingir o índice de 18,4%.
O cálculo revela que, atualmen-
te, mais de 320 milhões de pes-
soas no mundo, incluindo todas
as idades, estão com depressão.
O órgão alertou que a doença é a
principal causa de incapacidade
no trabalho das pessoas e, nos
casos mais complexos, pode le-
var ao suicídio.
Os dados mostram que, além
do Brasil e dos Estados Unidos,
países como Austrália, Ucrâ-
nia e Estônia ainda registram
índices altos de depressão. São
5,9%, 6,3% e 5,9%, respectiva-
mente. Nas populações com
menores índices estão Ilhas
Salomão (2,9%) e Guatemala
(3,7%). Segundo a OMS, a pre-
valência é que na população
mundial o percentual chegue
apenas a 4,4%.
Esses números levaram a
OMS a alertar a população so-
bre os riscos da doença no dia
Mundial da Saúde, 7 de abril.
Com o lema: Vamos conversar
ou Let’s talk, em inglês, a ini-
ciativa irá reforçar que existem
formas de prevenir a depressão
e também de tratá-la, conside-
rando que o transtorno pode
levar a graves consequências.
“A depressão é diferente de
flutuações habituais de humor
e respostas emocionais de curta
duração aos desafios da vida coti-
diana. Especialmente quando de
longa duração e com intensidade
moderada ou severa, a depressão
pode se tornar um sério proble-
ma de saúde”, destacou a organi-
zação em comunicado oficial.
Testemunho
A coordenadora do Depar-
tamento Nacional da Escola
Dominical, pastora Andreia
Fernandes de Oliveira, teve con-
tato com a depressão na década
de 1990. “Na realidade a minha
primeira crise depressiva foi em
1992, eu tinha 18 anos. No en-
tanto, não foi diagnosticada com
depressão, e sim com uma crise
de estresse forte. Sempre penso
que o diagnóstico foi mais difícil
porque eu não tinha histórico na
família, pelo fato desta patologia
não ser amplamente divulgada
e também porque eu era muito
jovem”, disse a pastora.
Quatro anos mais tarde che-
gou a confirmação. “Foi apenas
em 1996 que recebi o diagnós-
tico correto e daí começamos a
conhecer e a conviver com esta
doença, talvez seja melhor di-
zer, com este tabu”, disse.
Buscar o tratamento nem
sempre é fácil como parece. Se-
gundo a pastora Andreia, vários
fatores, como a desinformação,
a pressão social e religiosa e o
estigma que a depressão e ou-
tras doenças psiquiátricas carre-
gam, colaboram muito para que,
quem tem esta doença, tenha
dificuldade de aceitá-la e, mais,
de buscar tratamento adequado
e perseverar neste tratamento.
Dessa forma, as pessoas entram
em um círculo vicioso, como
destacou a pastora.
“Começamos a tomar medica-
ção e, ao melhorar, paramos de
tomar o remédio; logo caímos
novamente em depressão. Este
processo foi recorrente na mi-
nha vida, mas graças a Deus, à
terapia, à minha família, amigos
e amigas e, também, graças às
11,5 milhõe
registrados
médicas e aos médicos competentes,
venci este tabu. Faz um bom tempo,
cerca de 10 anos, que uso medicação
regular. É uma bênção, é um ins-
trumento de Deus para preservar a
nossa vida e nos garantir vida abun-
dante”, destacou.
Muitas pessoas já tiveram a ex-
periência da cura, porque cada cor-
po responde aos medicamentos de
uma forma, outras não, mas isso
não pode ser um fator para apontar
que uma pessoa tenha mais fé que
outra. Uma médica respondeu aos
questionamentos da Pastora An-
dreia ao perguntar: “Por que eu?”. O QUE É A DEPRESSÃO, SEUS
A resposta foi dura, mas segundo a SINTOMAS E TRATAMENTO?
Pastora, foi “libertador”. “Por que
não você? Depressão, pressão alta, É uma doença caracterizada pela tristeza persistente
diabetes são doenças humanas, não e perda de interesse em atividades que normalmen-
dão em árvores”, relatou Andreia. te você gosta de fazer, bem como a incapacidade de
“Digo que não foi confortável escu- realizar atividades diárias durante pelo menos duas
tar aquilo, mas foi libertador. Hoje semanas.
tenho consciência de que convivo
com essa doença, tenho a certeza Além disso, as pessoas com depressão têm geralmente
de que ela não é possessão demo­ vários dos seguintes sintomas: perda de energia, mu-
níaca e desfruto da Graça de Deus, danças de apetite, costumam dormir mais ou menos
que me dá condições de superar as do que o habitual, ansiedade, diminuição da concen-
crises que surgem no caminho; tes- tração, indecisão, inquietação, sentimentos de inutili-
temunhar o seu amor e aceitar as dade, culpa ou desesperança e pensamentos de auto-
minhas fragilidades talvez sejam a agressão ou suicídio.
melhor cura que eu poderia ter re-
cebido”, finalizou. Pode acontecer com qualquer pessoa. Não é um sinal
de fraqueza. Pode ser tratada com terapias psicológi-
Opinião dos/as cas, medicação antidepressiva ou uma combinação de
especialistas ambos os métodos.
Engana-se quem acha que de-
pressão atinge somente pessoas
adultas. A psicóloga e presidente O QUE FAZER SE VOCÊ ACHA
da ONG Pequeno Cidadão, Valquí-
ria Moraes, destaca que crianças QUE ESTÁ COM DEPRESSÃO?
e adolescentes também sofrem de Fale sobre seus sentimentos com alguém que você
depressão. “Depressão é um trans- confia. A maioria das pessoas se sente melhor depois
torno de humor que afeta tanto de falar com alguém que se preocupa com elas. Procu-
crianças como adultos/as. Na fase rar ajuda profissional é imprescindível. Conversar com
da adolescência a depressão muitas um profissional de saúde local ou o/a seu/a médico/a
vezes é confundida com mudanças é um bom ponto de partida. Lembre-se de que você
comportamentais naturais da ida-
pode se sentir melhor se começar com a ajuda certa.
de, dificultando o seu diagnóstico.
Continue fazendo as atividades que gostava quando
As causas são diversas e podemos
destacar algumas: baixa autoesti- estava bem. Não se isole. Mantenha contato com a fa-
ma, fracasso escolar, morte de um/a mília e amigos/as.
parente próximo/a ou amigo/a, Exercite-se regularmente, mesmo que seja um pouco
instabilidade emocional para en- de caminhada. Procure continuar a comer e a dormir
frentar um conflito, influência dos nos horários e hábitos regulares. Aceite que você pode
hormônios, não estar incluído/a no ter depressão e procure ajustar suas expectativas.
grupo de amigos/as, crianças e ado-
Talvez você não possa realizar tudo o que costumava
lescentes com elevada autocrítica e
fazer. Evite ou limite a ingestão de álcool e abstenha-
histórico de depressão na família”,
pontuou Valquíria, lembrando que -se de usar drogas ilícitas, uma vez que esses produtos
a OMS afirma que a depressão atin- podem agravar a depressão. Se você tem pensamentos
ge 5% de crianças e 12% dos/as ado- suicidas, peça ajuda para alguém imediatamente.
lescentes entre 11 e 19 anos.
A família continua sendo a base Fonte: Organização Mundial da Saúde
para superar esse tipo de doença.
A psicóloga destacou alguns sinais
visíveis em crianças ou adolescen-
tes que podem estar com depressão.

Abril de 2017 | www.expositorcristao.com.br
es de casos
s no Brasil
OMS
registra
“Mudanças de comportamento e
sentimentos exagerados durante
que 5,8% da a adolescência são normais, mas
ficar atento aos sintomas é im-
população
portante. Se você perceber que a
criança apresenta estes sintomas
durante mais de duas semanas é
brasileira indicada a procura de um espe-
cialista”, disse Valquíria.
sofre desse Entre os sinais apresentados
em uma criança ou adolescente
estão: “Queda brusca no rendi-
mal mento escolar; explosão cons-
tante de raiva, discussões sem
motivo, instabilidade emocio-
nal (não esqueça que casos iso-
lados desses comportamentos
são normais na adolescência),
agitação ou apatia exagerada,
isolamento, perda do interesse
por atividades que antes eram
agradáveis, alterações do sono
e do apetite, falta de energia e
cansaço para realizar as ativi-
dades rotineiras, tristeza e de-
sesperança desproporcionais,
ideias suicidas e perda da capa-
cidade de se divertir”, alertou a
psicóloga Valquíria Moraes.
Os dados da OMS mostram
que quase 800 mil pessoas mor-
rem em razão de suicídios todos
os anos, a segunda principal
causa de morte entre jovens de
.COM
15 a 29 anos. Uma pesquisa da
OCK
organização também alertou
/ IST
que, apesar da existência de tra-
UALS
tamentos efetivos para a doen­
RVIS
ça, menos da metade das pes-
NDE
soas afetadas pela condição no
© WU
mundo – e, em alguns países,
CAPA 9
menos de 10% dos casos – re-
cebe ajuda médica. As barreiras
incluem falta de recursos, falta
de profissionais capacitados/
as e o estigma social associado
a transtornos mentais, além de
falhas no diagnóstico.
Para a pastora metodista e
professora da Faculdade de Teo­
logia, Blanches de Paula, que
defendeu seu doutorado, em
2009, “Corpos Enlutados: por
um acompanhamento espiri-
tual terapêutico em situações
de luto”, a perda de uma pessoa
próxima, seja da família ou não,
pode desencadear um quadro
depressivo no processo de luto.
“Para fazer a prevenção dessa
situação, é necessário observar
se o quadro de tristeza começa
a mudar para um estado de-
pressivo, ou seja, a pessoa não
sente que há mais ‘energia’ para
enfrentar os desafios da vida e,
gradativamente, vai se isolando
de suas tarefas e do cotidiano.
Quando esse quadro se alarga, é
indispensável procurar ajuda no
aconselhamento pastoral, psico-
lógico e até médico”, disse ao en-
fatizar a importância de dar um
suporte pastoral para a família
enlutada”, finalizou Blanches,
que também é psicóloga.
O professor de Teologia e
Cuidado Pastoral Ronaldo Sa-
thler destacou que a depressão
é consequência de fatores cultu-
rais e pessoais. “Fatores cultu-
rais são situações sociais, como
pobreza, guerras, violências,
enfermidades e tantas outras
que tornam a vida triste e difícil
de ser encarada. Medos, inse-
guranças, mal-estar são alguns
dos sintomas. Fatores pessoais
são ligados tanto à saúde física
como à saúde de relacionamen-
tos, entre outros. Problemas fa-
miliares, questões que causam
preocupação excessiva podem
levar à depressão”, disse.
Para o professor Ronaldo, o
corpo pastoral também pre-
cisa de cuidados. “Pastores e
pastoras devem ter um/a es-
pecialista por perto, seja ele/a
um/a tutor/a, psicoterapeuta,
supervisor/a didático-pastoral,
médico/a, a quem possam re-
latar seus sintomas e, em con-
junto, encontrar um encami-
nhamento mais apropriado.
Em algumas ocorrências pode
ser que o/a pastor/a tenha que
aprender a conviver com os al-
tos e baixos de seu ‘espinho na
carne’, ou seja, há enfermidades
incuráveis do ponto de vista hu-
mano, sem negar a possibilida-
de da atuação da Graça Divina”,
finalizou.
Conversar abertamente sobre
depressão é o primeiro passo
para entender melhor o assunto
e reduzir o estigma associado à
doença. Assim, cada vez mais
pessoas poderão procurar aju-
da. Confira no quadro da pá-
gina anterior mais informações
sobre depressão.
10 10 HISTÓRIA
Abril de 2017 | www.expositorcristao.com.br
O Metodismo na quarta
Região Eclesiástica
O
atual metodismo no
Brasil vive um momen-
to de busca pelo conhe-
cimento e contextualização de
sua história e teologia. O texto
a seguir é parte da pesquisa
realizada pelo especialista em
estudos wesleyanos, rev. Gercy-
mar Wellington Lima e Silva.
Você confere na íntegra, no site
www.expositorcristao.com.br, o
artigo que contempla a chegada
do protestantismo de missão
no Brasil, a Conferência Anual
Brasileira, estabelecida pelo bis-
po superintendente da missão
metodista no Brasil, John C.
Granbery, como ponto de parti-
da da organização do metodis-
mo brasileiro.
O Surgimento
Como é proposta deste pe-
queno artigo, iremos apresentar
resumidamente e ponderar so-
bre três momentos do metodis-
mo na 4ª Região Eclesiástica: o
surgimento, o seu avanço histó-
rico e o momento atual.
O metodismo chegou a Juiz
de Fora, Minas Gerais, às véspe-
ras da Conferência Anual Bra-
sileira, como parte do circuito
eclesiástico do Distrito do Rio
de Janeiro. Conforme Kennedy,
o rev. J. J. Ransom, responsável
pela jurisdição eclesiástica do
Rio de Janeiro, tendo fixado
residência na Capital, enviou
a Juiz de Fora Samuel Elliot,
Hermann Gartner e Ludgero
Luiz de Miranda. A missão des-
ses três irmãos era, a princípio,
preparar o ambiente e o local
para uma série de conferências.
É fato que Ransom não pode
cumprir com a sua proposta de
viagem a Juiz de Fora.
James L. Kennedy é quem o
substituiu, iniciando o que seria
o primeiro trabalho metodista
em Minas Gerais, em maio de
1884. Felippe R. de Carvalho foi
um dos primeiros convertidos
pela pregação do rev. Kennedy.
Ransom, logo em seguida pôde
cumprir com o seu propósito
inicial, substituindo o rev. Ken-
nedy na missão em Juiz de Fora,
que desde o princípio apresen-
tou sinais de grande vigor.
No relatório à Segunda Confe-
rência Anual Missionária, Ran-
som acentuou como o trabalho
metodista em Minas Gerais se
estendia além de Juiz de Fora,
como já descrito anteriormente.
O trabalho metodista no Brasil,
de 16 de setembro de 1886 em
diante, passou a ser adminis-
trado segundo as disposições
disciplinares da Conferência
Anual Brasileira. Seguiram-se,
portanto, as nomeações e a di-
visão da Conferência em dois
Distritos: o do Rio de Janeiro e
o de São Paulo. O trabalho em
ambos os distritos era profícuo.
O Distrito do Rio de Janeiro ti-
nha duas igrejas na cidade, com
63 membros e três circuitos em
Minas Gerais: Juiz de Fora, com
31 membros; Rio Novo, com 16
candidatos e 3 membros, e o de
Mar de Hespanha, sem mem-
bros professos.
As origens da Quarta Região
podem ser interpretadas a par-
tir do reconhecimento territo-
rial e eclesiástico do Distrito
de Minas, ocorrido em 1892.
A missão metodista em Juiz de
Fora e arredores já representa-
va um circuito importante. A
estrutura eclesiástica primária
do metodismo brasileiro esta-
va forjada, composta agora dos
Distritos Rio de Janeiro, São
Paulo e Minas. Um fato históri-
O Colégio Izabela
Hendrix, fundado
em 5 de outubro
de 1904 pela
Missionária Marta
Watts, foi palco
do 1º Concílio
Regional da
quarta Região.
© ARQUIVO EC
co memorável é o ocorrido em
18 de maio de 1887, quando se
reuniu na cidade de Juiz de Fora,
no bairro Mariano Procópio, na
nova Igreja Metodista, a pri-
meira Conferência Distrital do
Metodismo Brasileiro. A sessão
foi composta por J. L. Kennedy
(presidente da Conferência), H.
C. Tucker, J. R. de Carvalho, Fe-
lipe R. de Carvalho e Ludgero
de Miranda. Pela primeira vez
também, elegeram-se delegados
leigos à Conferência Anual: S.
D. Rambo e Thomaz Duxbery.
A Igreja Metodista no Bra-
sil (IMB) criou as Conferências
Anuais Brasileira do Sul (1910)
e a Central (1919) ao lado da
Conferência Anual Brasilei-
ra. Isso favoreceu, mais tarde,
a organização do metodismo
em três regiões eclesiásticas,
configuradas em Norte, Cen-
tro e Sul. A missão metodista
no sul do país, ou seja, no Rio
Grande do Sul, é um capítulo
à parte na história do Metodis-
mo Brasileiro. Sua vinculação
ao metodismo enraizado na re-
gião sudeste (no contexto ape-
nas Centro e Norte), em 1900,
é fruto de um diálogo entre os
responsáveis pela Missão da
IME (Igreja Metodista Episco-
pal) e a IMES (Igreja Metodista
Episcopal do Sul).
A Conferência Anual Bra-
sileira veio a ser denominada
Região Eclesiástica do Norte,
compreendendo Rio de Janei-
ro, Minas Gerais e Espírito
Santo; a Conferência Central
Brasileira veio a ser a Região
Eclesiástica do Centro, com-
preendendo São Paulo, capital
e Estado, e talvez arredores; e
a Conferência Anual Sul Brasi-
leira veio a ser a Região Ecle-
siástica do Sul, apenas compre-
endendo o Rio Grande do Sul.
A configuração em cinco re-
giões eclesiásticas só veio a ser
estabelecida no Concílio Geral
de 1955. A aprovação da nova
configuração do metodismo foi
procedida dentro da normali-
dade. As regiões foram dividi-
das, mas o número de bispos
permaneceu o mesmo. Em tese,
o bispo eleito assumiria uma
“nova-antiga” estrutura.

A Igreja, ao que parece, agiu
com certa cautela, não alteran-
do o número de bispos a serem
eleitos no 7º Concílio Geral.
Por isso, pode-se dizer que
a Igreja adotou uma postura
tradicional, iniciando apenas
uma preparação para atuar na
“nova-antiga” estrutura que
propunha no 7º Concílio Geral.
Cabe registrar que a criação e a
configuração da Quarta Região
Eclesiástica são dependentes do
fato histórico da constituição.
Assim, o 26º Concílio Regio-
nal do Norte, ocorrido de 24 a
29 de janeiro de 1956, após o 7º
Concílio Geral (ocorrido de 10
a 21 de julho de 1955), é funda-
mental para compreender o es-
tabelecimento e a constituição
da Quarta Região em particu-
lar. A nova estrutura em cinco
regiões deveria entrar em vigor
no ano seguinte ao Concílio
Geral, mas tudo dependia das
harmonizações do Concílio Re-
gional do Norte. O sentido his-
tórico do 26º Concílio Regional
do Norte é o de acolher a con-
figuração territorial eclesiásti-
ca das novas regiões (Primeira
e Quarta Regiões), definindo a
partir dali seus respectivos qua-
dros pastorais, assim como suas
sessões constituintes, ocorridas
em 30 de janeiro de 1956, em
Itanhoíba/RJ.
A eleição dos bispos para
superintender as regiões ecle­
siásticas, nos Concílios Gerais,
é um elemento que ocupa, ainda
hoje, lugar de destaque nesses
conclaves. César Dacorso Filho
foi o primeiro bispo brasileiro
eleito no 2º Concílio Geral, em
1934, foi também o primeiro a
renunciar à reeleição episcopal.
Ele havia superintendido a Re-
gião Eclesiástica do Norte des-
de a sua criação e, antes, todo o
metodismo brasileiro.
No 7º Concílio Geral, César
Dacorso Filho renuncia à reelei-
ção, ocorrida ao lado de Isaías
Fernandes Sucasas, e também
recusa a titulação de primeiro
Bispo Emérito da Igreja Meto-
dista. Era um fato inédito! Por
se tratar de uma lei canônica,
ele não pôde recusar as hon-
ras de Bispo Emérito Nacional,
concedida pelo 7º Concílio
Geral. Com a sua renúncia, o
7º Concílio Geral prosseguiu
as eleições para o episcopado,
visando a novos candidatos.
Veio então a ser eleito bispo o
HISTÓRIA 11
presbítero João Augus-
to do Amaral. Ele foi,
consequentemente, o
presidente do 26º Con-
cílio Regional do Norte
e presidente das sessões
constituintes da Primei-
ra e da Quarta Regiões.
Num primeiro momen-
to, o dia 30 de janeiro de
1956 passa a impressão
que foi o 1º Concílio
dessas regiões eclesiásti-
cas, mas não foi.
O Avanço
O Primeiro Concílio
Regional da Quarta Re-
gião Eclesiástica veio a se
reunir em Belo Horizon-
te, no Colégio Izabela
Hendrix, de 9 a 13 de ja-
neiro de 1957. O registro
fotográfico do conclave
aponta os/as participan-
tes do 1º Concílio da
Quarta Região, indican-
do que além de seus/
as delegados/as, ministros/as e distrito de Cataguases; Diná O Momento Atual
leigos/as, concorreram para ali Paisante, Deraldo Inácio de Nos últimos anos, a Quarta
alguns/as visitantes. A Quarta Souza e Nelson Pedro de Araú- Região passou a investir vigoro-
Região Eclesiástica compreendia jo, do distrito do Vale do Aço; samente mais recursos no Pro-
os Estados de Minas Gerais e Es- Eugênio Goulart, Diná Rubim jeto Missionário de Plantação de
pírito Santo e estava estabelecida Batista, Isaltino Venâncio da Igrejas (PMPI), contemplando
com seis Distritos Eclesiásticos: Silva, César Machado, do dis- em sua estrutura parcerias com
Belo Horizonte, Juiz de Fora, trito de Vitória; Gamaliel Mo- apelo missionário, envolvendo
Cataguases, Carangola, Vitória reira de Oliveira, Joel Barbosa os distritos eclesiásticos e igrejas
e Vale do Rio Doce. É indispen- Nazareth, Silas Brandão, do locais nestas parcerias, favore-
sável mencionar que o trabalho distrito de Juiz de Fora. cendo o plantio do metodismo
metodista em Vitória não se res- A única substituição do em cidades como Almenara/MG,
tringia somente à capital. Foram Concílio foi Isaura Firmino de Aracruz/ES, Divinópolis/MG e
22 presbíteros/as ativos/as e de- Paula, no lugar de Antônio de Lavras/MG, para citar apenas al-
legados/as clérigos/as que parti- Souza Rocha, do distrito de Ca- guns exemplos.
ciparam das decisões conciliares rangola. O primeiro Concílio Como expressão do vigor mis-
no 1º Concílio da Quarta Região da Quarta Região apresentava sionário e concretização da Mis-
Eclesiástica. ainda, os seguintes candidatos são Metodista em terras mineiras
Dois dos três diáconos exis- com recomendação ao 2º ano e capixabas, conseguimos concre-
tentes foram admitidos e orde- do Curso de Bacharel na Facul- tizar emancipações de novas igre-
nados ao presbiterato da Igreja dade de Teologia: Eli Teodoro jas locais em cidades no último
Metodista no Concílio: Aser Batista, Walter Gonçalves Na- biênio (2014-2015), nos campos
d’Ávila Ramos e Manoel Soares varro, Sérgio Marcus Pinto Lo- missionários nas seguintes cida-
do Nascimento; o terceiro era pes; e ainda recomendava Davi des: Ouro Branco/MG (CMD) e
Joaquim Coelho. O único mi- Rodrigues Pontes ao 3º ano e Montes Claros/MG (CMR), em
nistro aposentado constante no Davi Faria ao 4º ano. A Igreja Juiz de Fora/MG (Congregação da
rol era o rev. Juvenal de Souza Metodista na Quarta Região IMC em Itatiaia), em Lima Duar­
Pereira, o qual participou ati- teve como bispos João Augusto te/MG (CMD) e em Linhares/
vamente do Concílio. As Atas, do Amaral (1956 a 1965), Almir ES (Congregação de Interlagos),
Registros e Documentos apon- dos Santos (1966 a 1971), Omar ocorridas no último Concílio
tam ainda os/as delegados/as Daibert (1971 a 1974), Moa­ Regional da Igreja Metodista na
leigos/as que participaram do cyr Louzada Machado (1975 Quarta Região, realizado no SESC
primeiro conclave regional: a 1982), Adriel de Souza Maia Venda Nova, na cidade de Belo
José Ramos Vilas-Bôas, Pedro (1982 a 1997), Josué Adam La- Horizonte/MG.
Dutra Furtado, José Antonaz­ zier (1998 a 2006) e Roberto Al-
zi, do distrito de Belo Hori- ves de Souza (desde 2007). Pastor Gercymar Wellington
Lima e Silva
zonte; João Batista Laguardia, Pós-graduado em estudos wesleyanos
Orcílio Satler do distrito de
Carangola; João Batista Tei-
xeira, Ana Gouvêa Teixeira, do /// Acesse o artigo na íntegra em www.expositorcristao.com.br
12 MÍDIA
Abril de 2017 | www.expositorcristao.com.br

© MIGUEL SCHINCARIOL
W W W. E X POSI TORC R ISTAO.COM . BR

GIRO DE O QUE FOI

DESTAQUE
Expositor
NOTÍCIAS
NO PORTAL
EXPOSITOR
CRISTÃO
Cristão
Ato na Paulista contra a Reforma
da Previdência mobilizou
GIRO DE NOTÍCIAS milhares de pessoas em todo o
Brasil. Na foto a manifestação na
EM ÁUDIO Paulista no dia 15 de março.
O Podcast semanal do Jornal Expo-
sitor Cristão tem alcançado metodis-
tas de todo o país. O programa é publicado toda
REFORMA DA
sexta-feira e traz as principais notícias da semana, PREVIDÊNCIA
reportagens, devocional e muito mais. Durante o
mês de março, ainda foi lançada a série especial Redação EC
mês da mulher, trazendo entrevistas com mulheres
metodistas. Você pode interagir pelo WhatsApp do O Brasil voltou às ruas no dia 15
EC (11) 98335-9034 e assinar o programa no iTunes de março para protestar em 19
e leitores/as de Podcast para Android. Acesse e capitais do país contra as refor-
saiba mais: bit.ly/girodenoticias_ec mas propostas pelo presidente
Michel Temer, principalmente a
da previdência, que aumenta a
idade limite para a aposentado-
RÁPIDAS ria. Desde o período da manhã
do dia 15, sindicatos organiza-
CURSO DE PLANTAÇÃO DE IGRE- ram greves gerais nos serviços
JAS: A Faculdade de Teologia Metodista de transporte. As paralisações
(FaTeo), em São Paulo, promoveu entre os foram aderidas por outras cate-
© TIM MARSHALL

dias 27 e 31 de março o curso intensivo de gorias, mas, ao longo do dia, al-

Plantação de Igrejas, um projeto conjunto guns serviços foram retomados.
com Asbury Theological Seminary. A
O ápice do protesto ocorreu à
capacitação foi aberta para todos interes-
© ALES

noite, quando milhares de mani-

CULTURA sados no tema.
festantes se reuniram no centro
SURDA EM MÊS DA MULHER: A campanha HOMENAGEM do Rio de Janeiro e na Avenida
DALLAS #QuintaFeiraUsoPreto foi o principal
Paulista, em São Paulo, com car-
O metodismo capixaba foi ho- tazes e mensagens contrárias ao
© RODRIGO DE BRITOS

Já estão abertas as inscrições conteúdo da Igreja Metodista durante o

menageado no dia 10 de março governo Temer. No Rio, os ma-
para o Congresso Mundial mês de março, promovendo conscientiza-
pelos seus 112 anos no Estado. nifestantes atearam fogo a lixos
de Surdos da Igreja Metodis- ção pelo fim da violência contra a mulher.
A cerimônia foi realizada na e quebraram vidros de agências
ta Unida (UMC) em Dallas Os vídeos podem ser conferidos no canal
Assembleia Legislativa do bancárias, provocando confronto
(EUA). O evento acontece oficial da instituição.
Estado do Espírito Santo. O com a polícia, que usou bombas
entre os dias 4 e 7 de agosto evento contou com a entre- de gás lacrimogêneo.
de 2017. A saída está previs- ESCOLA DOMINICAL: A equipe de
ga de honrarias conferidas
ta para 29/07 e a volta para redação do Departamento Nacional Este foi o maior protesto con-
pelo Parlamento capixaba a
o dia 08/08. Saiba mais no de Escola Dominical se reuniu na Sede tra Temer (PMDB) desde que ele
© RODRIGO DE BRITOS

metodistas que fazem parte da

site do Expositor Cristão. Nacional da Igreja Metodista para plane- assumiu a Presidência, em 31 de
história do segmento religioso.
jamento das próximas revistas. Confira o agosto de 2016, após a petista
lançamento dos títulos deste semestre em Dilma Rousseff ser afastada em
www.angulareditora.com.br. um processo de impeachment.
A reforma da previdência é um
Estas reformas atentam contra direitos consagrados dos dos principais projetos apresen-
tados por Temer para resolver o
trabalhadores e contribuintes […] Entendemos que a proposta que problema do déficit no serviço de
está em curso é aviltante do ponto de vista do direito do trabalhador aposentadoria.
O texto já contém 146 emendas
ARIOVALDO RAMOS SOBRE A PROPOSTA DE REFORMA DA PREVIDÊNCIA e sofre resistência nas ruas e nos
tribunais. A Justiça Federal de
MAIS LIDAS AS MATÉRIAS MAIS ACESSADAS NO PORTAL EXPOSITOR CRISTÃO Porto Alegre determinou a sus-
pensão da propaganda oficial do
governo sobre a “necessidade”
de aprovar as mudanças nas re-
© JGMJ/EC

PASTORAL LÍDERES gras de aposentadoria. Entre as

CARCERÁRIA SERVOS/AS alterações propostas está a ele-
vação da idade mínima para 65
O Expositor Cristão de A Palavra Episcopal da anos para ambos os sexos, sen-
fevereiro trouxe na maté- Bispa Hideide Brito Tor- do que hoje em dia é de 60 anos
ria de capa o trabalho de res na edição de março para homens e 55 para mulheres.
metodistas nos presídios traz uma reflexão sobre O tempo de contribuição míni-
brasileiros. O material é líderes com corações ma também saltaria de 15 para
um dos mais acessados até servos/as: um chamado, 25 anos e, apara se aposentar
agora em nosso site. Confira! uma vocação e uma mis- com o teto da previdência, o/a
são. trabalhador/a teria que contribuir
por 49 anos.
/// Com informações de ANSA Brasil

Missão Indigenista em defesa
dos Direitos Humanos
Povos indígenas fazem parte da missão metodista desde 1928
Sara de Paula
E
ntre os dias 16 e 22 de
abril celebra-se a semana
dos povos indígenas, um
dos alvos da missão da Igreja
Metodista. Não é de hoje que o
Brasil enfrenta a discussão dos
direitos de indígenas, violados
desde o “descobrimento” dessas
terras, mas, para a Missão In-
digenista Metodista, seguir os
princípios que respeitam a cul-
tura indígena é prioridade.
A última edição do Plano Na-
cional Missionário traz como
sugestão de ação a “demarca-
ção das terras indígenas e qui-
lombolas”. O documento ainda
incentiva as igrejas a alertarem
sobre a urgente necessidade
de análise das demandas que
envolvem os povos indígenas,
considerados como artistas so-
ciais muitas vezes ignorados.
O último relatório publicado
pela Anistia Internacional che-
gou à conclusão de que, apesar
de esforços, os direitos da po-
pulação indígena continuam
sendo violados. “Em junho, a
Declaração Americana sobre os
Direitos dos Povos Indígenas foi
adotada pela Organização do
Estado Americano (OEA), de-
pois de 17 anos de negociações.
Apesar disso, povos indígenas
em todas as Américas conti-
nuaram vítimas de violência,
assassinatos e uso excessivo de
força pela polícia, além de abu-
sos aos seus direitos à terra, ter-
ritório, recursos naturais e cul-
tura”, afirma o documento, que
também questiona a violação da
cultura indígena.
A missão metodista não ig-
nora os problemas apresentados
pelo relatório. A pessoa de refe-
rência designada pelo Colégio
Episcopal para acompanhar
a Pastoral Indigenista, Pastor
João Coimbra, assume a missão
depois de 33 anos de trabalhos
realizados pelo casal de pasto-
res, Paulo e Ima Costa.
“A Igreja Metodista alcan-
çou uma boa relação com os
povos indígenas devido à tra-
dição histórica do metodismo
desde a experiência de John
Wesley, em 1735, na Geórgia,
quando ele teve a experiência
missionária de estar entre os
povos indígenas nas Américas.
A doutrina da santidade do
metodismo também contribui
para esse bom relacionamento
entre a Igreja Metodista e os
povos indígenas”, disse o Pas-
tor Coimbra.
IGREJA E SOCIEDADE 13
Abril de 2017 | www.expositorcristao.com.br
na Aldeia dos Mucuris – des-
cendentes dos Krenak, que fica
em Resplendor/MG. A Aldeia
Cachoeirinha em Topázio, Teó-
filo Otoni, também reúne apro-
ximadamente 60 pessoas no
Vale do Rio Doce.
Para o missionário que teve
o despertamento ao estudar
sobre história ainda quando
criança, Gilson Clemente, é
uma realização. “Graças a Deus
estou há três anos trabalhando
com os Maxakalis aqui em Ca-
choeirinha (22 km de Topázio).
Nosso projeto missionário é
respeitar todas as tradições
sem interferir na cultura. Com
a permissão da Funai, também
trabalhamos com ação social
ao ajudar a suprir as necessi-
dades deles/as. Nessa Aldeia,
as mulheres fazem a própria
roupa. Para isso, temos doa-
do linhas, tesouras e cortes de
pano”, finalizou o missionário.
Mesmo com ações em pelo
menos quatro estados, a pessoa
de referência da Pastoral Indi-
genista, Pastor João Coimbra,
acredita que muitos outros po-
vos precisam ser alcançados pela
© JOSÉ CRUZ_AGÊNCIA BRASIL
Protesto em Brasília contra
Igreja. “Muitos dos povos indí-
a violação de direitos genas não são alcançados com
indígenas em agosto de 2016. o básico, com o atendimento à
saúde e à educação; não somen-
te com a pregação do evangelho,
mas também com os meios ne-
cessários para uma vida saudá-
“Estou há três anos trabalhando com os Maxakalis aqui vel”, alertou Coimbra.
O Pastor se sentiu desafiado
em Cachoeirinha. Nosso projeto missionário é respeitar ao receber a notícia de sua desig-
todas as tradições sem interferir na cultura” nação, pois é uma área que pre-
cisa de muita atenção e trabalho.
Missionário Gilson Clemente “Me senti feliz, até porque eu e
minha esposa temos o sangue
Segundo o Pastor, a doutrina mado em Medicina, dr. Nelson CE; Macuxi, em Boa Vista/RR; indígena. Moramos numa re-
da santidade enfatiza os atos de Becker Araújo, e o técnico agrí- Guarani-Kaiowá, em Doura- gião onde há maior número de
piedade e obras de misericórdia, cola Francisco Brianezi. O tra- dos/MS (confira a edição de povos indígenas, que é a Ama-
ou seja, é preciso que haja um balho foi interrompido em 1946 abril/2015 do Expositor Cris- zônia. Acredito que existe uma
bom relacionamento com o ser e voltou 25 anos depois com o tão) e, em Minas Gerais, com equipe muito abençoada que já
humano. Ele destacou a impor- pastor Scilla Franco. as etnias Maxakali e Mucuri em trabalha. A minha expectativa
tância do bom relacionamento Atualmente há trabalhos com Teófilo Otoni e Resplendor, res- é trabalhar com essa equipe e
com o ser humano, indepen- os povos indígenas em pelo pectivamente. estimular mais pessoas que pos-
dentemente da crença, cultura menos quatro estados brasilei- São 17 famílias que somam sam trabalhar com essa missão”,
e religião. “Podemos dizer que ros: Tremembé, em Fortaleza/ aproximadamente 60 pessoas finalizou o Pastor Coimbra.
temos contribuído com o res-
peito e valor à pessoa humana e,
principalmente, com a cultura
© ARTE: CAROLINA_CARDENA
dos povos indígenas. A Igreja
Metodista tem desenvolvido
um bom relacionamento com
os povos indígenas por causa
de nossa tradição histórica, de
nossa doutrina e nosso respeito
à pessoa e à cultura indígena”,
disse Coimbra.
História da Missão
Indigenista
Foi no antigo Mato Grosso
que, em 1928, a Igreja Meto-
dista iniciou o trabalho com os
povos indígenas com a Missão
Kaiowá – logo após a criação
de oito Reservas Indígenas pelo
Governo Federal em 1920. Três
igrejas históricas se aliaram
nessa missão: a Igreja Presbite-
riana Independente e do Brasil,
além da Metodista, que estava
representada pelo recém-for-
14 BÍBLIA
Abril de 2017 | www.expositorcristao.com.br
“Odres novos”
N
os textos de Mateus 9.17;
Marcos 2.22 e Lucas
5.37-39; e na sequên­
cia do questionamento dos Fa-
riseus sobre o jejum dos seus
discípulos, Jesus conta uma
parábola em que fala sobre o
vinho novo em odres novos. Ele
explica que se o vinho novo é
posto em odres velhos, os odres
se romperão e estragarão, e o
vinho se perderá.
Conta-se que por volta de
1618, o teólogo Holandês Gis-
bertus Voetius cunhou a frase
em latim “Ecclesia Reformada
et Semper Reformanda est”, que
significa: “Igreja Reformada
Está Sempre se Reformando”. A
frase contempla a necessidade
relatada por Jesus na parábola
citada, de se ter “odres novos”
para receber e manter o vinho
novo de Deus.
Uma “Igreja Missionária a
Serviço do Povo”, sincera numa
sociedade em constante trans-
formação, exige “vinho novo” e,
consequentemente, “odres no-
vos” sempre, se quisermos ser
relevantes e efetivos/as em nos-
sa ação missionária e pastoral.
Gostaríamos de pontuar aqui
algumas coisas que percebemos
no texto de Lucas 5.37-39 e que
pode nos orientar nessa tarefa.
1. “Odres Novos” tem a ver
com novas formas, reformando
formas, não com o abandono da
essência. Se quisermos receber e
guardar o Novo de Deus temos
que ter clareza do que é forma
e do que é essência. A confusão
sobre isso pode nos descaracte-
rizar, nos fazer abandonar a es-
sência, o que prejudicará nossa
identidade e tradição Metodista
e consequentemente Missão;
mas também pode nos fazer
classificarmos formas como
tradição e parte de nossa iden-
tidade, o que nos tornará irre-
levantes como agentes da Mis-
são de Deus no tempo presente.
Precisamos ter clareza do que
nos é essencial como Metodis-
tas para que possamos mudar
a forma mantendo a tradição
wesleyana de ganhar almas e
espalhar a Santidade Bíblica
por toda a terra.
2. Tempos diferentes exigem
“odres novos”. Na composição
do exército do rei Davi, o texto
de 1 Crônicas 12.32 diz que os
filhos de Issacar enviaram du-
zentos chefes, conhecedores de
sua época, para que Israel sou-
besse o que devia fazer. Precisa-
mos identificar os “descenden-
tes” de Issacar no nosso meio,
os/as Metodistas conhecedores/
as de sua época que nos ajudem
a construir “odres novos” que
promovam uma ação Missio-
nária abençoadora e frutífera.
Uma ação que promove a vida,
saúde e crescimento. Uma ação
que una qualidade à quantida-
de. Temos que eliminar frases
como “o que queremos é qua-
lidade, não quantidade”, como
se os dois fossem excludentes.
Reconhecemos que nem sem-
pre quantidade é sinal de qua-
lidade, mas qualidade verda-
O Odre (imagem
ao lado) é como se
chama um antigo
recipiente feito de
pele de animal,
© BORYAN / ISTOCK.COM
geralmente de
cabra, usado para
o transporte de
líquidos, como água,
azeite, leite e vinho.
A Páscoa ontem e hoje: uma festa com
desdobramentos na afirmação da fé
A
s Festas do Povo de
Deus ligam-se à His-
tória da Salvação.
Temos como exemplo o tex-
to bíblico de Êxodo 12.14.
“Este dia vos será por me-
morial, e celebrá-lo-eis por
Festa ao Senhor; nas vossas
gerações o celebrareis por
estatuto perpétuo”. Aqui, o
memorial é o fator essencial
para a vida religiosa, onde
as obras de Deus são trans-
mitidas através da Festa e
do culto.
A revitalização da me-
mória talvez seja o ponto
central que uma festa pode
atingir, produzindo instru-
mentos que ultrapassem
barreiras da cultura e do
tempo, numa espécie de re-
generação, conduzindo-nos
aos valores essenciais que
estão na base da realização
humana, que se resume na
busca da verdadeira felici-
dade.
Assim, a celebração da
libertação que comunicava
ao povo a passagem para
uma nova vida ganhou o
nome de Páscoa. Este ele-
mento do transcendente,
que manifesta a esperança e
a fé na vida, reafirma a ação
de Deus através da memó-
ria histórica e salvífica. Os
símbolos dessa celebração
deira e bíblica atrai pessoas e
gera quantidade. Precisamos de
“odres novos” que nos ajudem
a manter a qualidade, o “vi-
nho novo”, enquanto o cresci-
mento em quantidade também
acontece. Os dois são alvos de
nossa intercessão e desejo: Mui-
tos discípulos e discípulas que
aprendem e praticam o que o
Senhor Jesus ensinou.
são as famílias que se reúnem
no exercício do amor, o alimen-
to que lembra a sustentação da
vida humana e a palavra que
serve como instrumento do en-
sino permanente de Deus.
Esta celebração anual tornou-
-se tão importante que recebeu
o status de festa estabelecida
e oficial. Como tal, o ritual é
pensado para o futuro do povo.
Neste sentido, a Páscoa é o mo-
mento para o povo celebrar os
sinais de Deus, isto é, reafirmar
a fé Naquele que fortalece todos/
as os/as oprimidos/as, doen­tes e
fracos/as.
A Páscoa bíblica é memorial
3. Temos que lembrar o que Para isso, precisaremos cons-
Jesus falou em Lucas 5.39, que truir “odres novos”, mas lem-
o velho é excelente. Temos que brando sempre que o “vinho ve-
ter espaço para o novo em nos- lho” é excelente; que o essencial
so meio sem desrespeitar ou preservado e transmitido pelas
desonrar o que já foi feito; sem gerações de Metodistas do pas-
o rompimento com a nossa his- sado precisa ser honrado e res-
tória e raízes. Se desprezarmos, peitado.
desonrarmos ou desrespeitar- Como Bispo eleito no último
mos o “velho”, a herança que Concílio Geral, quero manter o
recebemos de gerações de cris- legado que me foi transmitido,
tãos/ãs metodistas fiéis, com- respeitando e honrando meus
prometidos/as e dedicados/as antecessores para não desper-
do passado, perderemos essa diçar a herança que recebi, mas
herança e Deus não poderá fa- desejo e anseio que as ovelhas
zer novas coisas; Ele precisará da Região que presido, bem
fazer de Novo e não o Novo. como seu corpo pastoral, ex-
Repito uma frase que ouvi perimentem o Novo de Deus,
de um Pastor que disse que nós tenham forças, ânimo, alegria
recebemos a unção que nós e unção renovada e sejam aper-
respeitamos, gostaria que feiçoados e aperfeiçoadas por
todos e todas os/as Me- Deus para cumprirem seu pro-
todistas pudessem re- pósito e servirem ao Senhor na
ceber porção dobrada sua geração.
do espírito que esta- Que nesse tempo novo, Deus
va em Wesley e sobre continue nos dando graça e
a linha de esplendor abençoando.
sem fim de Metodis-
tas Consagrados e
Bispo Emanuel Adriano
Consagradas, fiéis e Siqueira da Silva
dedicadas que nos an- Igreja Metodista 7ª Região Eclesiástica
tecederam.
pessoas, a Páscoa tem sido des-
locada de seu eixo principal. A
Igreja tem perdido o controle
desta celebração: As suas lide-
ranças eclesiásticas em muitos
casos são tímidas, em outros,
ignoram a teologia bíblica e
tornam-se promotoras de uma
leitura superficial, que facilita
a entrada do paganismo nas co-
munidades cristãs.
Que a Páscoa continue sendo
para nós um acontecimento de
© RICKSCHROEPPEL / ISTOCK.COM
libertação, que ela seja o sinal
do milagre de Deus para nossos
filhos e filhas, que seja a celebra-
ção da partida, do salto que tira
o ser humano dos elementos de
opressão, reafirmando a conti-
nuação da presença milagrosa e
salvadora de Deus na história e
do milagre de Deus que dá força na vida.
aos homens e às mulheres para
Pastor Jovanir Lage – Quarta Região
iniciarem suas caminhadas de Doutorando em Ciências da Religião
libertação. Portanto, não pode- na UMESP.
mos deixar que somente a bele-
za litúrgica desta celebração seja /// Referências:
seu fator determinante. Muito
menos deveríamos permitir que Bíblia Almeida Revista e Atualizada
qualquer elemento de ordem no Brasil, 2ed. Barueri: Sociedade
Bíblica do Brasil, 2009
comercial assuma o lugar des-
te memorial, abandonando seu HOLLADAY, William L. Léxico He-
caráter transformador para ser braico e Aramaico do Antigo Testa-
somente uma festa atraente aos mento. Trad. Daniel de Oliveira. São
interesses econômicos. Paulo: Vida Nova. 2010
SIQUEIRA, Tércio Machado. Tirando
Páscoa hoje o pó das palavras. História e teologia
Na atualidade, percebemos das palavras e expressões bíblicas.
que, por descuido de muitas São Paulo: Editora Cedro, 2009.

Zé Coração
E
le é um menino mal-
-humorado, por isso
não tem amigos/as.
Ele tem o coração triste,
olhos tristes e seus olhos só
veem o defeito dos/as seus/as
colegas, não acha nada boni-
to, para ele, o mundo e a vida
são horríveis, ele não se ale-
gra com nada. Qualquer coi-
sa é motivo de choro, gritos e
de ficar com raiva.
Ele só gosta de ouvir pia-
das feias, que fala mal dos/
as outros/as, e palavrões,
da sua boca, só saem pala-
vrões, mentiras, fofocas...
Ele fala mal de todos e todas,
ele é malcriado, responde e
desrespeita a todos e todas,
como professores/as, autori-
dades, não respeita ninguém.
Ele não tem tempo para
ajudar os/as outros/as. Zé
Coração vai a lugares que
não agradam a Deus, rou-
ba coisas de seus/as colegas,
como lápis, dinheiro, borra-
cha e outros.
Ele já foi expulso de várias
Uma conversa com pais e educadores/as
aulas e já foi a muitas escolas.
Zé Coração não se corrigiu.
Um dia, apareceu em sua
escola uma menina chama-
da Carolina, era uma meni-
na feliz e tinha um coração
bom. Ao contrário de Zé,
gostava de fazer amizades,
por ser muito simpática, Ca-
rol logo conquistou a amiza-
de dele.
Num instante, Carol já
estava falando de Jesus e do
AMOR de DEUS para ele,
e até mostrou um versículo
na Bíblia, que dizia: “Porque
Deus amou o mundo de tal
maneira, que deu o seu fi-
lho unigênito, para que todo
aquele que nEle crê, não pe-
reça, mas tenha a vida eter-
na”. Carol mostrou a Zé Co-
ração que o amor de Deus
por ele e por toda a humani-
dade havia sido tão grande,
que Ele enviou Seu único fi-
lho, Jesus Cristo, para mor-
rer numa cruz pelos nossos
pecados. E aquele/a que crer
no sacrifício de Jesus não
DISCIPULANDO
MENINOS E MENINAS
Uma conversa para pais e filhos/as
apenas terá vida eterna, mas
terá também uma vida com
um coração feliz e uma vida
mais feliz.
Zé sentiu o amor de Deus
por ele, reconheceu as coisas
erradas que fazia e resolveu
entregar sua vida a Jesus,
pedindo-lhe para mudar,
totalmente, o seu comporta-
mento. E Jesus ouviu o pedi-
do de Zé Coração, transfor-
mando sua vida. Ele agora
é um menino que tem um
coração feliz, olha o mun-
do lindo que Deus criou.
Zé sabe ver as qualidades
dos/as outros/as, sua boca
só fala o que está cheio em
seu coração, saem palavras
agradáveis, dá para ver a
transformação dele, seus/as
colegas e professores/as tor-
naram-se seus/as amigos/as,
passou a ter uma vida dife-
rente, uma vida cheia de ra-
zão para ser feliz. “Entregue
sua vida a Jesus e tenha uma
vida transformada, como a
vida de Zé Coração”.
PÁGINA DA CRIANÇA
Abril de 2017 | www.expositorcristao.com.br
OBJETIVO:
Reflexão.
ESTUDO: A mulher Cananeia
não era judia nem nova conver-
tida, mas tinha algumas quali-
dades espirituais que muitos/as
judeus/as não tinham, que era
uma fé viva e eficaz. A mulher
cananeia (Mateus 15.21-28) com
sua atitude nos mostra algumas
características que precisamos
absorver para sabermos viver
diante das aflições da vida. Ape-
sar da maneira como foi tratada
por Jesus, ela teve FÉ (v. 25) – ela
creu que Jesus podia resolver o
seu problema e em nada du-
vidou; ela teve CORAGEM (v.
25) – apesar de sua situação de
mulher e sendo Cananeia ela não
hesitou correr todos os riscos
necessários para ter sua filha
curada; ela teve SABEDORIA (v.
27) e PERSEVERANÇA (v. 28)
– diante da resposta de Jesus ela
não se abalou, continuou firme e
foi sábia em suas colocações; ela
demonstrou HUMILDADE (v.
27) – mesmo diante do aparen-
te desprezo de Jesus ela aceita
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Equipe DNTC
comer as migalhas e expõe seus
problemas, sua vida; ela demons-
trou ABNEGAÇÃO (v. 22) – ela
abriu mão de tudo pelo bem de
sua filha, não se importando
com o que poderia lhe acontecer;
ela teve PACIÊNCIA (v. 23-27) –
esperou a hora certa para falar,
não foi precipitada.
CONCLUSÃO: Aquele e aquela
que anda com o Senhor passa
por tribulações, lutas, chora, mas
tem em seu coração algo que
nada e ninguém neste mundo
pode roubar: esperança. Espe-
rança de um futuro, certeza de
proteção, confiança de que não
anda sozinho ou sozinha... Dian-
te de tantas certezas, impossível
se consumir pela tristeza.
“Temos, porém, este tesouro em
vasos de barro, para que a ex-
celência do poder seja de Deus,
e não de nós. Em tudo somos
atribulados, mas não angustia-
dos; perplexos, mas não desa-
nimados. Perseguidos, mas não
desamparados; abatidos, mas
não destruídos” (2 Cor 4.9).