Você está na página 1de 1

23/09/2019 Caderno Digit@l de Informação sobre Energia, Ambiente e Desenvolvimento : Conservação de energia

Conservação de Energia

Na acepção científica, o termo conservação de energia refere-se ao Princípio da Física que estabelece
que a energia total do universo é constante, para qualquer sistema fechado. Dessa forma, a energia pode
somente mudar de forma: energia cinética transforma-se em energia potencial, energia potencial
transforma-se em energia cinética, energia interna transforma-se em calor ou trabalho. Assim, a energia
não pode ser criada ou destruída, somente transformada.

Na terminologia técnica da área de Engenharia, o termo conservação de energia refere-se a técnicas e


procedimentos que visam reduzir o desperdício e o uso ineficiente da energia, principalmente elétrica, sem
comprometer o conforto e/ou a produção. Em geral, o termo conservação está ligado ao uso racional da
energia. Essa área tecnológica tornou-se emergente, principalmente, depois da crise do petróleo na
década de 1970, quando a elevação dos preços desse insumo alterou substancialmente a estabilidade das
estratégias de obtenção dos recursos necessários para garantir a sustentabilidade do processo de
desenvolvimento.

De maneira genérica, a conservação de energia pode ser aplicada em diversos níveis:

1. Eliminação dos desperdícios;


2. Aumento da eficiência das unidades consumidoras de energia;
3. Aumento da eficiência das unidades geradoras de energia;
4. Reaproveitamento dos recursos naturais pela reciclagem e redução do conteúdo energético dos
produtos e serviços;
5. Rediscussão das relações centro-periferia em setores como transporte e indústria;
6. Mudança dos padrões de consumo em favor de produtos e serviços que requerem menor uso de
energia.

No Brasil, as primeiras iniciativas para desenvolver tecnologias de conservação começaram em 1975,


com a organização de um seminário sobre o assunto pelo Grupo de Estudos sobre Fontes Alternativas de
Energia (GEFAE) que resultou na implantação de um programa de financiamento, pela Financiadora de
Estudos e Projetos (FINEP), de pesquisas sobre eficiência na cadeia de captação, transformação e
consumo de energia.

No entanto, somente dez anos mais tarde, seria criado o Programa de Combate ao Desperdício de
Energia Elétrica (Procel) pela Eletrobrás. Sua atuação inicialmente caracterizou-se pela publicação e
distribuição de manuais destinados à conservação de energia elétrica entre vários setores sociais. A
seguir, foi implementado um programa pedagógico junto às escolas de ensino fundamental, envolvendo
uso de material didático e treinamento de professores. A partir de 1990, o Procel iniciou projetos e cursos
técnicos para formar profissionais com competência específica na área.

Em 1991, foi instituído, por decreto presidencial, o Programa Nacional da Racionalização do Uso de
Derivados do Petróleo e Gás Natural (Conpet), para trabalhar sob a coordenação de um grupo composto
por representantes de órgãos estatais e privados. Embora, atualmente, o consumo de petróleo e
derivadas tenha um potencial de conservação em torno de 30%, o Conpet trabalha com o objetivo de um
ganho de eficiência em torno de 25%. A área de atuação do Conpet abrange as instituições de ensino e os
setores de transportes, industrial (melhoria ambiental e competitividade produtiva), residencial e
comercial (uso de selos de eficiência para produtos), agropecuário (uso de óleo diesel) e geração de
energia (termoelétricas).

Apesar da existência desses programas, boa parte da população brasileira, incluindo o setor comercial,
ainda desconhece os conceitos relacionados à energia e os benefícios resultantes de práticas racionais no
uso da energia.

A importância do assunto emerge da análise do cenário energético mundial, onde observa-se que, como
insumo fundamental, há uma relação direta entre desenvolvimento humano e consumo de energia (75%
da população mundial vive em países em desenvolvimento com uma significativa demanda reprimida) e
que o aumento do consumo de energia, com base nos modelos atuais, implica uma série de investimentos
que podem resultar em degradação ambiental (poluição, chuva ácida, destruição da camada de ozônio).
Dessa forma, desenvolver formas de garantir a energia necessária para as necessidades básicas bem
como para propiciar melhorias do padrão de vida, segundo critérios racionais e adequados, é parte
fundamental do processo de desenvolvimento sustentável.

www.guiafloripa.com.br/sites/energia/energia/conservacao.php 1/1

Você também pode gostar