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Fogão de lenha.

Nesses últimos dias, desse último inverno, o frio intenso fez lembrar de quando eu era criança.
No sítio nós nos levantávamos cedo. Fizesse frio, chuva ou calor. Depois do café, feito no fogão
de lenha, das quitandas, assadas no forno, íamos para lida, muito trabalho.
Lembrei com carinho dessa época, parecia que o frio não era tão intenso, tudo parecia mais
tranquilo, mais suportável. Não, não é nostalgia, é uma saudade boa, de coisas simples, fáceis,
o mundo não corria tanto, as pessoas tinham tempo de olhar nos olhos e sorrir para qualquer
bobagem.
Comíamos frutas, legumes, verduras frescas, colhidas na hora.
A vaquinha magra dava um leite gordo, saboroso, os leitões na engorda, cresciam para o Natal.
Galinhas poedeiras ciscavam para todo lado.
Plantar, cuidar, colher, todo dia, essa era a rotina, essa era a vida. A alegria ficava misturada
com o suor e a companhia dos familiares. Lembro desse tempo com felicidade, meus pais
ensinaram aos filhos o valor do trabalho, do respeito, do cuidado, do capricho nas pequenas
coisas. Daquele tempo aprendemos a cultivar vida. Da infância vem muita coisa importante.
Hoje vejo minha neta, outras crianças, tantos recursos, tanta vivacidade e curiosidade, tanta
fome de vida. Vejo como essas crianças tecnológicas também gostam de plantar, de aprender
sobre a natureza e suas maravilhas. É animador esse quadro, vendo as crianças, com mais
consciência e respeito transformar o mundo num lugar melhor.

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