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Talvez se inicie aqui a história da Igreja Gnóstica, pois foi através desta carta que
Doinel tomou conhecimento do grupo sectário do qual Etienne fazia parte. Tratava-
se de uma seita de popelicanos, da qual faziam parte homens e mulheres de forma
indistinta, e que se estabeleceu na diocese de Orleães, no século XI, durante o
reinado de Roberto II. Os membros desta seita eram dualistas, ou seja,
acreditavam na luta eterna entre as forças do Bem e do Mal.
As reuniões da seita tinham lugar em Orleães. Doinel descobriu que uma mulher
Eslava tinha vindo da península itálica para participar nos encontros, o que indica
se tratar de alguém com importância para os membros da seita. Possivelmente, a
mulher seria uma bogomil, o nome pelo qual são conhecidos os cátaros Eslavos.
Doinel conseguiu obter várias informações sobre o que se passava nas reuniões dos
popelicanos, possivelmente lendo os documentos relativos ao processo do herético
Etienne. As reuniões principiavam com todos os participantes entoando litanias com
uma vela acesa na mão.
Logo em seguida Doinel fez uma aliança com Papus – Grão Mestre e um dos
membros fundadores da ordem Martinista, consagrando-o Bispo. Papus em
retribuição, e sentindo a força da Iniciação recebida de Doinel, decretou que a
Igreja Gnóstica seria a Igreja oficial dos Martinistas.
Não demorou muito para a Igreja crescer. Pessoas de várias partes do mundo
vinham ver o que era aquilo que todos chamavam de "a nova revelação".
Anos se passaram; Doinel, extremamente instável e assustado com o crescimento
da Igreja, e que tinha formação católica, viu-se num dilema entre a fé e a razão, e
guiado pela fé, arrependeu-se de sua obra, renunciando ao patriarcado da Igreja e
nomeando o Bispo Jean Bricaud como novo patriarca.
A doutrina pregada por Jean Bricaud tinha por base o catarismo, mas com fortes
influências maçônicas e ocultistas.
Essa doutrina durou alguns anos, até que Jean Bricaud introduziu elementos do
cristianismo ortodoxo na Igreja, chegando até a consagrar alguns Arquimandritas,
que caracterizava os cleros branco (sem celibato) e negro (celibatário) da Igreja
Ortodoxa.
A doutrina ortodoxa foi logo retirada da Igreja, pois Jean Bricaud sentiu que estava
fugindo das origens de Doinel, ficando somente as influências Maçônicas e
ocultistas.
Estes ramos citados são os mais antigos e conhecidos, mas existem dezenas de
outras linhagens.
Algumas destas Escolas praticam uma Gnose mais pura, baseada nas culturas pré-
cristãs, com forte influência oriental.
Outras Escolas praticam uma Gnose com fortes influências judaico-cristã-islâmica.
Mas ainda existe uma terceira manifestação da Gnose, baseada nos ensinamentos
de Carl Gustav Yung. Esta Escola baseia sua Gnose na psicologia, dando ênfase na
interpretação das reações psicológicas do homem e sua relação com o universo.
Nesse ramo não existe clero nem sistema de graus, sendo apenas uma metodologia
de trabalho interior.