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Neste momento de desa-

"'
fios à sobrevivência das orga-
nizações, em que os cenários
apresentam mudanças inegá-
veis em termos de redefinição
das relações de conhecimen-
to/trabalho, em funções das
tendências de globalização e
segmentação dos mercados e
da ultra-qualificação na pres-
tação dos serviços, o livro de M G
Sueli Angélica do Amaral é ABORDAGEM EM UNIDADES DE INFORMAÇÃO

duplamente oportuno, ao apre-


sentar as Unidades de Infor-
mação em seu contexto social
e o Marketing como orienta- f

ção gerencial.
De agradável leitura,
este livro contribui, segura-
mente, para ampliar os conhe-
cimentos nas áreas de Infor-
mação e de Marketing.

Amélia Silveira
Professora Titular da
Universidade Federal de
Santa Catarina
SUELI ANGELICA DO AMARAL

MA
ABORDAGEM EM UNIDADES DE INFORMAÇÃO

THESAURUS
Brasília -1998
Copyright © Sueli Angelica do Amaral

FICHA TÉCNICA

Capa: Thesaurus Editora


Composição: Sue li Angelica do Amaral
Editoração Eletrónica: Victor Tagore
Revisão: Sue li Angelica do Amaralllza Antunes Araujo

Ficha Catalográfica

A485m Amaral, Sueli Angelica do


Marketing: abordagem em unidades de info1mação /
Sueli Angelica do Amaral. - Brasília : Thesaurus,
1998.
245p. : il.

Inclui Bibliografia

ISBN: 85-7062-132-9

1. Marketing. 2. Unidade de Informação - Administração.


I. Título. / C:L~/2-··.
/,\ 1 • y
REGISTRO·. .1 /A' u9 0 /O'· ~t:
/ g e o . IBLIOTECA
CDD025

DATA: ;11,/ ';f IJOo6


CDU 025:659.1
RJ
ORIGEM: Q:;::;, m ~
VALOR: iQl:I Qo,\)\) '•,_____ _,-.

Todos os direitos em língua portuguesa no Brasil, reservados de acordo c01n a lei. Nenhuma
prnte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida de qualquer forma ou por qualquer meio
incluindo fotocópia, gravação ou informação computadorizada, sem permissão por escrito do
autora. THESAURUS EDITORA DE BRASÍLIA LTDA. SIG Quadra 8, lote 2356 - CEP
70610-400 - Brasília, DF, Fonc: (061) 344-3738 - Fax: (061) 344-2353
ao meu filho GEORGEANDRE,
Composto e impresso no Brasil
Printed in Brazil
com muito amor e carinho
Sumário

Prefácio .......................................................................................... 9

Lista de siglas ... ............. .. ....... ... .. .... ... ..... ... ............... ..... ... .... .. ... . 13

Introdução ..... ... ... .... ..... ..... .. ...... ... .... ........ ... .......... .... .. .... ... ... ... ... 15

PARTE 1: Unidades de Informação .......................................... 17


1 Informação e desenvolvimento social.. ............................. 17
Mudanças, 2 Contexto Latino-americano .............................................. 22
3 Situação brasileira .............................................................. 24
Aumentando o conhecimento, 4 Unidades de informação e responsabilidade
profissional ......................................................................... 28
Respeitando os interesses e opiniões dos usuários. 5 As associações de bibliotecários ....................................... 40
6 Como as unidades de informação podem melhorar seu
MARKETING desempenho? ......................................................................... 45

Eficácia e eficiência, conduzindo à efetividade, PARTE 2: Marketing .................................................................. 53


1 O que é marketing? ............................................................ 53
Toda equipe engajada no processo de 1.1 Definições .................................................................... 54
12H·t·
. · d a evo 1uçao
is onco · ................................................ 57
Inovação e as 13CrT
. i icas ao mark. etmg· ................................................. 62
2 Marketing nas organizações que
Necessidades de informação atendidas para não visam ao lucro ................................................................ 64
3 Marketing em unidades de informação ........................... 68
Garantir o futuro da unidade de informação 3.1 Obstáculos na adoção ................................................ 79
3.2 Razões para a aplicação ............................................ 91
4 Administração da unidade de informação orientada
Sueli Angelica do Amaral para o marketing ............................................................... 98
41AT
. na ise e segmentaçao · de merca d o ....................... lüíl
4.2 Análise do consnmidor ............................................ 105
4.3 Composto de marketing .......................................... 126
Prefácio
4.4 Auditoria de marketing ........................................... 129
5 O gerente da unidade de informação e o marketing ..... 138
6 Como disseminar e implantar o marketing em unidades
de informação? .................................................................... 150
7 Conhecimento e adoção de marketing nas bibliotecas lobalização da economia, Internacionalização das
brasileiras de geociências e tecnologia mineral.. .............. 155
empresas, Necessidade de importar x exportar,
7.1 Produtos e serviços oferecidos .................................. 157
Terceirização, Alianças estratégicas, Surgimento do setor
8 O marketing e o futuro das unidades de informação
Quaternário, Moeda eletrõnica, Internet, Infomanager, Database
brasileiras .............................................................................. 168 e inúmeras outras expressões que '(invadem" nossas mentes dia-
8.1 O mercado da informação eletrõnica ..................... 174
riamente, são conseqüências naturais da mudança de
8.2 Desafios para o marketing ........................................ 176
paradigma que vivemos neste final de século.
8.3 As estratégias de marketing .................................... 180
O que presenciamos às portas do século XXI, são profun-
8.4 Atividades de marketing ......................................... 184
das mudanças no mundo, nos países, nas sociedades, nas orga-
8.5 Tendências futuras ..................................................... 191
nizações, no mercado e até mesmo em nossas formas de pensar
e agir. Quem não se apercebe disto, se torna obsoleto mais rápi-
Referências bibliográficas ........................................................ 195
do do que imagina. Estas mudanças vem obrigando a todos os
empreendedores, executivos, donos de negócios, gTandes dire-
Anexo 1: Bibliografia Biblioteconõnomica Brasileira sobre
tores e todos os demais funcionários de uma empresa a
Marketing: Produção até 1994 ............................................. 207
reestruturar a sua forma de pensar, a sua forma de agir e conse-
qüentemente a forma de se ganhar dinheiro.
Anexo 2: Relação das Bibliotecas Brasileiras de Geociên- É isto mesmo: o fato de se ter conseguido sucesso em re-
cias e Tecnologia Mineral por Unidade da Federação ..... 217
sultados econõmicos até os fins dos anos 80, não garantem seu
sucesso e conseqüentemente o resultado financeiro positivo de
Anexo 3: Questionário Remetido aos Gerentes das Biblio-
nenhum negócio, na década de 90, e muito menos já no século
tecas Brasileiras de Geociências e Tecnologia Mineral ... 223
XXI. Esta nova sociedade emergente identifica novos valores e
apresenta níveis de exigências mutantes, muito maiores que os
Índice ......................................................................................... 237
até então constatados.
A mudança do Paradigma Industrial para o novo
Paradigma da Informação e Tecnologia acarretou mudanças ra-
dicais na economia mundial e no relacionamento entre as na-
ções. Como uma onda eletromagnética, a propagação destas al-
terações chegou as nossas vidas produzindo alterações visíveis
no mercado e nas organizações.

9
Neste novo paradigma, identifican1os entre outras coisas, nizações, como estes "celeiros de processo de formação pela
que a informação deve ser processada de tal forma a ser trans- compreensão de saber interpretar ameaças em oportumdades,
formada em conhecimento. E, conhecimento é mais do que in- tornando qualquer organização: Menor, Melhor e Diferente: E,
formação, pois é aplicado de forma produtiva à nossa realidade, isto só pode ocorrer se soubermos valorizar o que toda orgamza-
encurtando processos e agilizando decisões. ção tem de mais importante: GENTE.
Este livro nos mostra exatamente como a informação pro-
cessada e tratada por um database, aplicada a realidade de "es- E, GENTE tem que produzir, para esta nova sociedade
toques de informação" (bibliotecas), pode ser produtiva e de do século XXI, onde a eficácia de registros dos acontecimentos
extrema importância, no gerenciamento dos processos de mu- devem se tornar uma preocupação constante, devido a avalanche
danças. de produção de novas informações, nesta nova era, sob o risco
A autora revela uma linguagem simples e extremamente de não conseguirmos identificar as causas e exigências de novos
atualizada, como a descentralização das centrais de produção processos, na busca permanente de uma sociedade mais justa,
em unidades de informação é aplicada ao estoque destas infor- onde a educação seja o cerne deste desenvolvimento.
mações.
Outro fato que nos deixou muito satisfeito, com a leitura Parabéns Sueli!
da obra, foi a iniciativa da autora em contextualizar a
aplicabilidade de modernas ferramentas de Marketing, em rela- Rio de janeiro, 18 de agosto de 1997
ções éticas e de comprometimento social, na busca da organiza-
ção da informação a ser disponibilizada em bibliotecas. Marco Bechara
Sem dúvida alguma, este livro torna-se um marco na Consultor Empresarial
sistematização da informação disponibilizada em seu princi- Consultor Técnico da Escola de Marketing da FACULDADE DA CIDADE
pal estoque: a Biblioteca. E, iniciativas como estas é que real-
mente vem proporcionando o repensar do gerenciamento das
mudanças das organizações e da sociedade, a caminho do
século XXI.
O mais interessante destes processos de mudança é que o
seu cerne, a sua essência, depende basicamente do ser humano.
Ou seja, para que haja mudanças na organização, necessitamos
produzir primeiro estas mudanças na cabeça das pessoas que
formam a organização. Logo, todo processo de mudança
organizacional se inicia na capacidade de adaptação e trans-
formação do ser humano. E neste ponto a autora foi brilhan-
te, quando descreve COMO DISSEMINAR E IMPLANTAR
O MARKETING EM UNIDADES DE INFORMAÇÃO.
Todo o Processo educacional, nesta nova realidade, bem
como as suas escolas e bibliotecas passam a ser vistas pelas orga-
10 11
Lista de siglas
ABEBD Associação Brasileira de Ensino de Biblioteconomia e Documentação

ALP Programa para o Avanço da Biblioteconomia no Terceiro Mundo


(Advancemenl of Librarianship in the Third World Programme)

ANCIB Associação Nacional de Pós Graduação etn Ciência da Informação e


Biblioteconomia

ASLIB J\ssociação de Bibliotecas (Association Librar;~

CBDG Comissão Brasileira de Documentação cm Geociencias e Tecnologia rv:Hneral

CBDT Comissão Brasileira de Documentação Tecnológica

CD-ROM Cornpact Disk - Ready Only Memory

CEPAL Comissão Econômica para a América Latina e Caribe

CIN Centro de Infonnações Nucleares

CNEN Comissão Nacional de Energia Nuclear

CNPq Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento

DNPM Departamento Nacional da Produção Mineral

FEBAB Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários

GEOCINF Sistema Nacional de Informação em Geodências e Tecnologia Mineral

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IBICT Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

IFLA Federação Internacional de Associações de Bibliotecários e Instituições


(lnternational Federation of Lihrary Associaiiom and Imliluliom)
INFOLAC Progrâma Regional para o fortalecimento entre as redes e sistemas nacionais
de informação para a América Latina e o Caribe

MERCOSUL Mercado Comum do Sul


OEA Organização dos Estados Americanos
PADCT Programa de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico

SBG Sociedade Brasileira de Geologia


SENA! Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
SIGA Sistema de Informações Geológicas
SIM Sistema de Informações de Marketing
S1N Rede Nacional de Ciência e Tecnologia {Science and 1tcnology Network)
UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura

13
Introdução

E ste livro reúne diversos materiais, já divulgados sob a for-


ma de artigos de periódicos, trabalhos apresentados em
eventos, dissertação de mestrado. Não se trata de uma coletânea
de estudos conhecidos. É a apresentação de um texto onde as
idéias divulgadas anteriormente são relatadas segundo uma úni-
ca estrutura para facilitar a leitura e torná-la mais agradável aos
possíveis interessados.
A primeira parte do livro trata das unidades de informa-
ção, considerando sob esta ótica todo tipo de organização atuan-
te na área de informação e/ ou documentação, que trabalhe com
os registros do conhecimento em todo e qualquer tipo de supor-
te, independentemente de sua designação. São consideradas
unidades de informação, todos os tipos de bibliotecas, mapotecas,
centro / serviço / departamento / sistema de informação e/ ou
documentação, de acordo com a sua área de atuação e extensão.
Entretanto, para respeitar os termos utilizados por autores de
textos citados, no decorrer do livro, biblioteca e unidade de informa-
ção são termos usados como sinônirnos, de acordo com o contexto
da abordagem, sem prejuizo do entendimento do assunto tratado.
A importância da informação para o desenvolvimento da
sociedade é a abordagem inicial da primeira parte do livro, se-
guida da descrição do contexto da América Latina diante dessa
perspectiva, com destaque especial para o Brasil.
É enfatizada a importância da atuação das associações
de bibliotecários, relatando-se a experiência da Comissão Bra-
sileira de Documentação em Geociências e Tecnologia Mine-
ral para ilustrar o tema.
A primeira parte é concluída com a proposta da adoção
das técnicas mercadológicas como um dos mecanismos capazes

15
- -- - -------,

de aprimorar o desempenho das unidades de informação, que o


livro enfatiza no contexto brasileiro.
Marketing é o destaque da segunda parte, que abrange
PARTE 1
suas definições, histórico e críticas, aplicação no setor que não
visa o lucro, com ênfase especial para as unidades de informa-
ção.
Os obstáculos na adoção e as razões para a aplicação das
técnicas mercadológicas em unidades de informação são os as-
UNIDADES DE INFORMAÇÃO
suntos também abordados na segunda parte do livro, seguidos
da abordagem sobre as atividades administrativas das unidades
de informação cuja orientação é voltada para o marketing. 1 INFORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO SOCIAL
Pela importância do papel do gerente nas atividades ad-
ministrativas, um tópico especial foi destacado para o assunto, A informação é um fator imprescindível para impulsionar
seguido das diretrizes básicas apresentadas para a implantação e 0 desenvolvimento da sociedade, constituindo-se em um insumo
disseminação do marketing em unidades de informação. de fundamental importância de geração de conhecimento que,
Resultados de pesquisa sobre o conhecimento e adoção por sua vez, possibilitará de modo eficiente a satisfação das di-
de marketing em bibliotecas brasileiras de Geociências e versas demandas da população.
Tecnologia Mineral são apresentados para exemplificar a nossa A informatização, de acordo com Miranda apud Amaral
realidade diante do terna. (1995) vem transformando o conceito das relações de poder den-
As tendências futuras para a aplicação de técnicas tro do estado moderno, mudando a estrutura do capitalismo e
rnercadológicas em unidades de informação encerram a segun- refinando a natureza do imperialismo. Ela impõe uma nova or-
da parte, após a descrição do mercado da informação eletrónica dem social â medida que pretende controlar e condicionar os
e dos desafios para o marketing que deverão ser enfrentados comportamentos humanos, suas inter-relações, promover e
pelos profissionais interessados em desenvolver estratégias e ati- direcionar as suas atividades, programar e acompanhar o de-
vidades de marketing adequadas, visando a melhoria do desem- sempenho dos rec11rsos disponíveis, notadamente os recursos
penho das unidades de informação e garantindo o futuro dessas humanos.
organizações. É, por essa razão , cada vez mais intenso o caráter político
Com os agradecimentos a todos que contribuíram para da informação, tanto que os países podem ser classificados de
realizar esta obra, acordo com a qualidade e a quantidade de informação que têm
em seu poder. Partindo dessa premissa, os países "ricos em in-
A AUTORA formação" deteriam o poder não só da tecnologia de tratamento
da informação, como da sua própria geração. Nesse contexto a
transferência de informação pode gerar diversos problemas,
como demand~s artificiais por produtos supérfluos e até mesmo
se transformar em uma arma poderosa, constituindo-se em ele-
mento importante no bloqueio ou boicote a determinado país.
16 17
No mundo atual, a informação adquire dessa forma o status unidades de informação, é intensivo em conhecimento e não
de mercadoria, podendo ser comercializada pelas leis de oferta em mão-de-obra. Nessa mudança o valor agregado do conheci-
e procura, que regem a comercialização de qualquer produto. mento ou do segmento tecnológico é progressivamente mais
Na realidade, todos os países do mundo se preocupam com importante e incorporado ao bem, provocando a transformação
a economia política da informação, tanto os países avançados, industrial da matéria prima pelo valor agregado (Botelho,
quanto os países em desenvolvimento. No entanto, os países Baptista, Amaral, 1994).
avançados encaram a informação como insumo imprescindível Competitividade, liderança, capacidade de inovação, pa-
para o desenvolvimento tecnológico e económico, consideran- cotes tecnológicos, transferência de tecnologia são ingredientes
do-a uma mercadoria negociável, que deve fluir nos mercados dessa nova fase.
internacionais, reconhecendo que um país incapaz de fornecer Nesse contexto surge um grande problema para os países
as informações necessárias aos seus cidadãos e as suas indústrias não desenvolvidos e importadores de pacotes tecnológicos. Com
perderá grande parte de sua autonomia, ficando à mercê das a liberalização da economia e o advento dos mercados comuns, a
ofertas de informações alienígenas. necessidade de informação tecnológica aumenta, pois surge o fa-
Nos países avançados, a indústria da informação é hoje o tor de desenvolvimento. As questões políticas, económicas e soci-
setor que mais emprega mão-de-obra, enquanto que a informática ais envolvidas são de difícil solução nesse impasse da dependên-
vem dando a sustentação tecnológica necessária à expansão e cia tecnológica, afetando a produção dos menos favorecidos.
consolidação da referida indústria. Nos últimos dez anos tem se observado mudanças funda-
Além da informática, é preciso ressaltar que a convergên- mentais, como o desaclopamento da economia de produção da
cia das áreas de computação e comunicações, tendo como base economia industrial e o da produção do emprego. Os movimen-
comum a microeletrônica, possibilitou ao cidadão a utilização tos de capital transformaram-se na essência da economia mun-
de vários serviços totalmente inimagináveis em outras épocas. dial. Começa a ocorrer a substituição de trabalhadores manuais
No que concerne à aplicação das novas tecnologias nas por máquinas e pelos produtos do conhecimento. As indústrias
unidades de informação dos países do Terceiro Mundo, essa que eram primordialmente intensivas em mão-de-obra estão se
dependerá do nível de desenvolvimento da infra-estrutura de transformando para intensivas em conhecimento. A emergên-
cada país e da sua inter-relação com os fatores sociais, econômi- cia da economia simbólica de movimentos de capital, taxas de
cos e políticos.
câmbio e fluxos de crédito são hoje a mola propulsara da econo-
No sentido de minimizar manipulações <lanosas de domi- mia mundial, em lugar da economia de fluxo de bens e serviços.
nação e poder, a expansão das unidades de informação deve ser Este conceito eletrónico invisível totalizam trilhões de dólares
vista de forma a possibilitar a democratização dos avanços cien- anualmente (Botelho, Baptista, Amaral, 1994).
tíficos e tecnológicos, distribuindo-os de forma mais eficiente e Os setores primário, secundário e terciário são intensivos
equitativa, permitindo a evolução da sociedade em busca do bem em mão-de-obra. O setor quaternário é intensivo em conheci-
estar coletivo.
mento. Este setor económico pode ser definido corno o setor
Quando a sociedade evolui, ocorre uma transformação, que engloba as atividades das indústrias de informação ou in-
provocando a mudança de enfoque em relação ao fator de pro- dústrias do conhecimento.
dução e o fator de desenvolvimento económico. A base dessa Passamos da era agrícola para a era industrial e hoje vive-
transformação é que o setor de informação, onde se inserem as mos numa sociedade pós-industrial. Masuda (1982) adverte que,
18
19
namentais, em conseqüência de estarem inseridas no setor de
como a unidade fundamental na era agrícola foi a fazenda, vista informação, que, por sua vez não tem recebido a mesma aten-
como propriedade agrícola e na era industrial a fábrica assumiu ção que outros setorns. Isto porque, embora seja_ inc~uído. nm
destacada importância, na sociedade pós-industrial a informa- planos governamentais, os objetivos propostos nao sao atmg•-
ção passa a ser o insumo básico para o desenvolvimento. Assim, dos plenamente, sobretudo pela falta de recursos finan~eiros e
na concepção do autor, a unidade produtora de informação de- humanos e de uma infra-estrutura mformac10nal, que de supor-
veria ocupar lugar de destaque nessa sociedade.
te a essa atividade.
A informação pode ser considerada apenas como um bem Na opinião de John Gray, citado porjudge (1990), há três
económico, pois não se limita a ser um produto interno bruto. elementos essenciais que merecem atenção de qualquer gover-
Ela pode ser vista de acordo com Masuda (1982) como o produ- no interessado em formalizar uma política. São eles: a identifica-
to de bem estar nacional bruto, por todas as suas caraterísticas ão das necessidades do país; as ações para o atendimento das
relacionadas à produção, disseminação, desenvolvimento, ~ecessidades detectadas e a promoção do uso efetivo dos servi-
informatização e poder.
ços prestados. . .
Acompanhando o raciocínio de Masuda (1982), de acor- A política nacional de informação deve harmomzar a m-
do com essa abordagem, importância relevante deveria ser em- dústria da informação e a indústria da transferência da informa-
prestada à unidade de informação, fosse ela denominada biblio- ção para produzir o conhecimento necessário ao desenvolvimen-
teca, centro/ serviço/ departamento de documentação/ infor- to visando ao bem-estar social.
mação, ou qualquer outra designação, segundo sua atuação e São esses aspectos que nos levam a acreditar na necessida-
extensão, uma vez que o insumo básico de seu funcionamento de de o setor de informação ser considerado criteriosamente e
se constitui na própria informação. de modo global no planejamento governamental e na política
Segundo Cunha & Robredo (1993), na maioria dos países de um país. Esse procedimento permitirá a formulação de polí-
em desenvolvimento e em especial na América Latina, a bibliote- ticas específicas para o setor, destacando a informação como fa-
ca tem falhado na função de custodiar os conhecimentos e tam- tor de produção indispensável para o desenvolvimento da estru-
bém na divulgação dessa riqueza potencial. Nossas bibliotecas são tura industrial numa economia de serviços, pois o crescimento
basicamente instituições elitistas, satisfazendo-se em servir uma do setor de informação aumenta a capacidade do país de agre-
pequena parte da população. Ao mesmo tempo, as bibliotecas e gar valores aos seus próprios recursos.
os serviços bibliotecários são pouco entendidos pelos governantes, Entretanto, o desenvolvimento da infra-estrutura
redundando em baixo status profissional. Estamos pois em um informacional dependerá tanto dos recursos físicos quanto dos
perigoso e difícil círculo vicioso, que precisa ser rompido, para humanos. Subramanyan (1983), reforçando esse argumento,
que a missão profissional seja exercida em toda plenitude. menciona a necessidade de maior preocupação com a educa-
Podem ser destacadas algumas reflexões, mas as causas das ção, a pesquisa e a indústria, além de uma estrutura organizacional
deficiências da maior parte das bibliotecas são as mais variadas, eficiente e flexível adaptada às metas e prioridades do país. No
indo desde os problemas relacionados aos recursos humanos até entendimento de Subramanyan (1983), essa abordagem permi-
os fatores ambientais, como instabilidade política, descontinuidade tirá que a infra-estrutura informacional seja desenvolvida ade-
administrativa e modelo económico dependente. quadamente, reconhecendo a informação como fator de real
Assim, percebe-se que realmente, as unidades de informa- importáncia para o progresso nacional.
ção não têm recebido muita atenção por parte dos órgãos gover-
21
20
Isto reforça a afirmativa sobre a necessidade de a política ganizaçóes e entre sistemas e a descentralização compartilhada
de informação não se constituir apenas de diretrizes específicas de modo responsável (Tarapanoff, 1993).
do setor de informação, desconsiderando a visão política global Ao tratar dos recursos bibliográficos da América Latina,
do país. Zamora (1991) enumera diversos fatores comuns entre os países
dessa região, que determinam o nível do desenvolvimento da
Biblioteconomia latino-americana. O não reconhecimento do
2 CONTEXTO LATINO-AMERICANO valor da biblioteca , a conseqüente falta de apoio governamen-
tal à infra-estrutura informacional e a insuficiência de dados es-
No caso da América Latina, a idéia de integrnção das po- tatísticos oficiais sobre o setor também são focalizados pela au-
líticas vem sendo discntidas ao longo de muitos anos. Entretan- tora em seu estudo. Além desses fatores, ela menciona o estágio
to, somente a partir de março de 1991, com a assinatura do Tra- da formação dos recursos humanos para o setor a legislação re-
tado de Assunção pelos presidentes da Argentina, Brasil, Paraguai lacionada com a Biblioteconomia; os procedimentos relativos
ao planejamento e cooperação; a influência exercida pelos paí-
e Uruguai foi criado o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL)
ses desenvolvidos; o status do bibliotecário; as associações pro-
formando-se mais um bloco econômico, como reflexo da tônica
fissionais e o impacto tecnológico. Zamora (1991) apresenta da-
dos anos 90. Em um mercado cada vez mais co1npetitivo, a união
dos estatísticos de países latino-ame1icanos ao comentar cada
de países vizinhos é um fator que poderá aumentar a eficiência e
um dos fatores mencionados. Conclui, enfatizando a importân-
complementariedade das economias nacionais. Contudo, isto não
cia da atitude do bibliotecário em relação ao usuário, à comuni-
bastará para abrir as fronteiras nacionais à integração regional,
dade e à educação.
pois é imprescindível à harmonização entre as diversas políticas
Existem muitas semelhanças entre os países da América
nacionais (Cunha & Robredo, 1993).
Latina. As condições econômicas, sociais, culturais, políticas e o
Assim, não poderá ocorrer um superdimensionamento dos desenvolvimento cientifico-tecnológico de cada país apresentam
aspectos comerciais e jurídicos, em detrimento dos aspectos características aproximadas, principalmente no que diz respeito
institucionais, culturais e sociais. Deverá ser promovido o livre aos fatores que exercem grande influência no desenvolvimento
intercâmbio de informações técnicas do conhecimento comum do setor de informação.
disponíveis em fontes impressas, bem como por meio das redes De um modo geral esses países contam com grande nú-
de comunicação que começam a interligar as universidades (Cu- mero de pobres e analfabetos. Segundo o Statistical Yearbook for
nha & Robredo, 1993). Latin American and the Caribbean, edição 1990, publicado pela
É importante que a política de informação seja formulada Comissão Econômica para a América Latina e Caribe - CEPAL,
de modo a permitir a concepção moderna de sistemas a tabela sobre o analfabetismo mostra que o percentual de pes-
informacionais com a preocupação de preservar e disseminar a soas analfabetas de 15 anos ou mais, no Haiti era de 47% em
memória nacional, com o uso de nov·as tecnologias, asseguran- 1990. No mesmo ano, Guatemala apresentou 44.9% e EI Salva-
do a recuperação capaz de tornar a informação acessível a to- dor 27% sobre o mesmo índice de analfabetos. Outra tabela do
dos. Os conceitos tradicionais do planejamento bibliotecário mesmo anuário apresenta a maguitude da pobreza, indicando o
associado à racionalidade administrativa devem ser percentual em nível nacional e urbano. Honduras, no ano de
complementados com a comunicação interna e externa nas or- 1967 indicou 65% em condições de pobreza em nível nacional e
22 23
40% em nível urbano. Peru, em 1972 indicou 50% em nível na- desenvolvido, existindo ao lado de grandes bolsões agrícolas e
cional e 28% em nível urbano. No mesmo ano, Brasil apresen- pastoris, regiões altamente desenvolvidas e industrializadas. Desse
tou 49% em nível nacional e 35% em nível urbano (Comision modo, para diminuir a dependência científica e tecnológica, é
Economica para America Latina y el Caribe, 1991 ). necessário haver maior preocupação com o desenvolvimento
Além desses problemas sociais, a situação relativa à dívi- de nossa infra-estrutura informacional.
da interna e externa dos países latino-americanos não é das De acordo com Litto (1985) um dos mitos que fascina a
melhores. Em relatório sobre o panorama econõmico da Amé- sociedade brasileira é "a idéia de que as novas tecnologias são
rica Latina de 1991, a CEPAL estimava que a dívida externa soluções para toda a nossa inadequação do passado". Ele ressal-
acumulada da região era de 432 milhões de dólares no final de ta o despreparo da sociedade brasileira para a utilização desses
1990 e aumentaria em termos nominais cerca de 3% durante o avanços como meios potentes e engenhosos de armazenamento,
ano de 1991. disseminação e recuperação de informação, devido à inexistência
Diante de dificuldades de tal grandeza, a infra-estrutura de uma infra-estrutura informacional adequada. Litto (1985)
informacional não recebe o necessário apoio governamental para enfatiza que, antes da utilização de tecnologias avançadas, é pre-
um desempenho satisfatório. Soma-se ao fato, a descontinuidade ciso existirem sistemas de informação que funcionem bem, sen-
no planejamento governamental, que contribui para o agravamen- do considerados confiáveis pelos usuários. Além disso, observa
to da situação. Muitas vezes os governantes ao darem p1ioridade que até mesmo alguns cientistas e pesquisadores demonstram
aos problemas básicos relacionados à educação e saúde, deixam de dificuldades, quando lidam com a organização da informação.
reconhecer a importãncia da ciência e da tecnologia para o desen- Essa situação reflete o modelo de ensino de primeiro e segundo
volvimento de seus países. Afinal, sabe-se que o número de escolas graus, cuja ênfase é dada à formação do bom e equilibrado futu-
existentes não é suficiente para a população. Quanto às bibliotecas, ro cidadão, sem uma preocupação com a formação humanística
a realidade é mais complexa, pois nem sempre os dados estatisticos e com o desenvolvimento do raciocínio lógico. Os alunos desco-
oficiais sobre essas organizações são conhecidos. No Brasil, por exem- nhecem o esboço como ferramenta de trabalho, a forma de
plo, não existem dados oficiais para expressar o número total das estruturar idéias e guardar informação, desconhecendo a bússo-
bibliotecas existentes, pois o censo cultural está em andamento. la e a maneira adequada de fazer perguntas.
A inexistência de bibliotecas escolares, a não exigência de
pesquisa e a falta do hábito de leitura são alguns dos fatores que
3 SITUAÇÃO BRASILEIRA contribuem para que os alunos alcancem o terceiro grau
despreparados para o uso da informação científica. De um modo
No Brasil, a política nacional de informação é pratica- geral, somente na pós-graduação é que o estudante brasileiro
mente orientada pela política de informação tecnológica. Por aprende algumas técnicas de pesquisa. A partir dessas
sua vez, esta tem sido caracterizada por um processo descen- constatações, é preciso pensar na adoção de medidas que prepa-
tralizado e desarticulado. A informação científica tecnológica rem as gerações futuras para a utilização de novas tecnologias,
não é adequadamente difundida, retardando sua absorção pelo sendo fator primordial a reformulação do ensino ministrado nas
setor produtivo. escolas brasileiras.
A indústria da informação brasileira encontra-se em um Botelho & Araújo (1987), ao abordarem o assunto, conside-
estágio inicial de desenvolvimento. Nosso país é desigualmente ram a facilidade de acesso a serviços, os recursos institucionais e

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os recursos humanos como elementos básicos para a configura- no Brasil, afirma que a política de serviços de consulta àquelas
ção da infra-estrutura informacional. Considerando-se o nível do fontes tem cinco objetivos: a concentração de recursos de in-
desenvolvimento da indústria de informação brasileira, a qnestão formações no território nacional; a universalização do acesso à
da regulamentação das atividades ligadas à geração e distribuição informação; a possibilidade de que todo conhecimento huma-
d: informação é das mais complexas. Leis referentes a questões no armazenado em bases de dados, no Brasil ou no exterior,
bas1cas como a privacidade de informações da pessoa jurídica e seja colocado à disposição de nossa sociedade a custos míni-
física, acesso a bancos de dados públicos e privados, retificação mos; domínio nacional da geração, estruturação,
de informações incorretas, ainda estão por ser regulamentadas. processamento, transmissão e venda de informações, ficando
As empresas brasileiras fornecedoras, produtoras e distri- em mãos brasileiras o controle decisório e a capacitação técni-
buidoras de informação, em número reduzido, necessitam de ca e tecnológica para realizar estas atividades; e a preservação
mecanismos que possibilitem seu desenvolvimento, favorecendo e aperfeiçoamento da cultura nacional.
sua atuação na área. Para que essa implementação ocorra, algu- Entretanto, o acesso às informações de bases de dados es-
mas medidas foram sugeridas no documento "O setor público e o trangeiras deve ser feito de modo criterioso, permitindo que a
setor privado na prestação de serviços de informação; subsídios para uma informação acessada seja adequada ao estágio de desenvolvi-
política setorial nacional", divulgado pelo Instituto Brasileiro de mento e às necessidades contextuais brasileiras. A utilização
Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), em 1986. Entre as indiscriminada de informações 01iginárias de países desenvolvi-
medidas que deveriam ser tomadas, ressaltam-se as seguintes: dos por países em desenvolvimento gera uma dependência ci-
entífica e tecnológica, além de favorecer a perda da identidade
a) garantia de que as informações prestadas pelos cultural e dos valores sócio-políticos da nação. Na maioria dos
indivíduos não sejam utilizadas para fins diver- casos, as empresas estrangeiras utilizam as técnicas promocionais
sos daqueles inicialmente propostos; de marketing, aplicando-as sempre ao produto, sem fornecer as
b) toda informação de caráter público deve estar informações relativas a sua engenharia de produção, que con-
disponível para divulgação e ter acesso facilita- tém a tecnologia indispensável a sua geração. Algumas vezes,
do ao usuário final; essa tecnologia não é compatível com o estágio de desenvolvi-
e) investimentos do governo no desenvolvimento mento do país importador, havendo casos de serem "empurra-
da rede nacional de acesso público a bases de das" tecnologias em desuso no país exportador. De uma forma
dados; ou de outra é criada uma crescente dependência dos países de-
d) incentivo à utilização de bases de dados e/ ou tentores de tecnologias avançadas, acarretando assim a absor-
serviços de informação. ção de valores culturais de outras sociedades.
Portanto, os bibliotecários e demais profissionais que atu-
No contexto do uso de novas tecnologias, a utilização de am nas unidades de informação precisam estar preparados para
bases de dados encontra hoje uma grande aceitação em nosso enfrentar essa situação. Eles devem conscientizar-se do valor
país, que vê nesse mecanismo um recurso para superar suas da informação para o desenvolvimento, em função das mu-
deficiências informacionais. danças sofridas pela sociedade. Mas, será que eles se dão conta
Brízida (1981), ao apresentar as principais causas do ex- da dimensão do desafio profissional a que estão submetidos,
plosivo crescimento dos serviços de consulta a bases de dados quer queiram quer não?
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4 UNIDADES DE INFORMAÇÃO E apolíticos pela_ tímida ou inexistente participação política desses
RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL profiss~onais. E preciso incentivar ~ssa participação.
E importante que o b1bhotecano atue politicamente, sem·
Os bibliotecários nos países do Terceiro Mundo necessi- pre atento às mudanças impostas pelos avanços da tecnologia,
tam desenvolver um senso crítico em relação à política de infor- sendo receptivo a elas, desenvolvendo principalmente sua
mação, principalmente no que se refere à questão da transferên- criatividade. O profissional criativo conseguirá adaptar-se às no·
cia da informação. Não podem ficar omissos nem alienados vas demandas informacionais dos usuários e do mercado de tra-
'
absorvendo informações de modo passivo. Precisam desenvol-
' balho, pois no futuro, o único elemento não disponível por meio
ver suas idéias e percepções, questionando o assunto, uma vez de computadores, por mais inteligentes que esses venham a ser,
que são parte ativa desse processo. É necessário que esses profis- será a criatividade, essencial para sobrevivência do profissional
s10na1s lutem para efetivar sua participação, colaborando na ela- da informação.
boração e disseminação de critérios de seletividade para deter- Segundo Schuman (1992), nenhuma máquina pode com-
minar quais as informações que, condizentes com as peculiari- petir com a criatividade, interesse pelo conhecimento e flexibili-
dades e necessidades do país, assegurem o progresso científico e dade de um autêntico bibliotecário consciente da sua responsabi-
tecnológico, contribuindo para a solução dos problemas nacio- lidade profissional de prover a interação interpessoal... O papel
nais. Isso não siguifica fechar fronteiras à transferência e sim do bibliotecário, na concepção da autora é distinguir entre dado e
estruturar um esquema de seleção efetivo, que permita o informação, entre fatos e conhecimento. As bibliotecas devem se
co:npartilhamento da informação e crie sistemas eficazes e par- preocupar não apenas com o que e como, mas com o porquê.
ticipantes para sua difusão. Acesso significa mais que a mera localização. Trata-se de conectar
Entre bibliotecários perpetuou-se o mito de a idéias e pessoas. O desafio dos bibliotecários é justamente acres-
Biblioteconomia ser apolítica. Esse argumento faz com que es- centar algo com a informação oferecida ao usuário, ou mesmo
ses profissionais representem eles próprios e a Biblioteconomia fornecer respostas corretas. Além disso, é importante saber auxili-
de modo apolítico quando promovem a profissão. Isto é assegu- ar o usuário na formulação correta de suas indagações.
rado por Birdsall (1988), ao se reportar aos bibliotecários ameri- No que respeita aos avanços tecnológicos, a contribuição
canos. Ele assegura que o mito não corresponde à realidade, política do bibliotecário deve fundamentar-se no princípio de
uma vez que a Biblioteconomia americana reflete a cultura polí- que o aparecimento e a fixação de uma nova tecnologia care·
tica americana baseada essencialmente no liberalismo. Segundo cem do respaldo da sociedade, de acordo com suas expectativas
ele, esse liberalismo é uma mistura de idéias e valores que aco- e seu nível de conhecimento. Nesse caminho, as condições de
modam uma ampla gama de atitudes políticas paradoxais. A desenvolvimento da própria sociedade indicarão suas possibili-
ideologia bibliotecária e a prática institucional fluem dessas ati- dades de absorção das novas tecnologias e do seu nível de en·
tudes e espelham o vasto espectro dessas atitudes e paradoxos tendimento do valor dessa absorção para o progresso científico
representados pelo liberalismo americano. e tecnológico.
Mesmo sem discutir o aspecto filosófico dessa abordagem, Surge assim, uma excelente oportunidade para os biblio-
ao considerar o contexto brasileiro, é possível admitir que no tecários. É hora de ampliar a visão profissional para acampa·
Brasil os bibliotecários perpetuem o mito de conservarem-se nhar a evolução do mercado da informação, que fatalmente será
ocupado por profissionais de outras áreas, caso os bibliotecários
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não saibam ocupá-lo com efetiva competência exig·ida pelos população integrar-se na economia nacional; o isolamento soci-
novos tempos que vivemos. al, cultural ou econômico, representado por barreiras lingüísti-
. O profissional que trabalha em unidades de informação pre- cas e religiosas entre os diferentes setores da população e por
cisa entender que infonnação não pode ser considerada somente subsistemas econômicos alienados do conjunto da economia na-
como um bem eco11ô1nico, uma vez que ela não se limita corno um cional; a dificuldade de encaminhamento do excedente poten-
simples produto ou matéria-prima de uso doméstico. A infonnação cial da economias para os setores prioritários; o desperdício de
pode ser compreendida de acordo com o ponto de vista de Masuda recursos que, investidos poderiam reproduzir-se e ampliar.
(1982) como um produto de bem estar nacional bruto, consideran- Nesse contexto, a informação será o insumo de fundamen-
do-se todas as suas caracteristicas relacionadas a produção, clissemi- tal importância de geração de conhecimento, impulsionando o
nação, desenvolvimento, automatização e poder. desenvolvimento da sociedade. Como desenvolver qualquer ati-
A informação deve ser estudada como fator essencial que vidade ou empreendimento para vencer essas barreiras, facili-
permite o salto para a verdadeira transformação da sociedade. O tando o desenvolvimento sócio-econômico, qualquer que seja o
conceito de informação evoluirá a medida que evoluir o concei- cenário do trabalho sem dispor de informações?
to de consciência coletiva da sociedade. Isto porque, quando Na opinião de Vitro (1988), que acumulou conhecimentos
uma sociedade evolui, ocorre a transformação advinda da mu- para estabelecer as diferenças entre os países desenvolvidos e os
dança de foco em relação aos fatores de produção e desenvolvi- do Terceiro Mundo, o setor de informação, chamado por ele de
mento econômico. A base dessa transformação é que o setor de setor informativo, é constituído pelos serviços de informação,
informação, onde se inserem as llnidades de informação, é in- desde a área de rádio e televisão, passando pelo videotexto, jor-
tensivo em conhecimento e não em mão-de-obra. O valor agre- nais, revistas, bancos, empresas de exportação, firmas de
gado do conhecimento ou do segmento tecnológico é progressi- consultoria, setores beneficiados pelo progresso na área de
vamente mais importante e incorporado ao bem, provocando a informática e incluindo também as unidades de informação.
transformação industrial da matéria-prima pelo valor agregado. Roberto Vitro considera que o setor informativo foi, é, e conti-
(Botelho, Baptista, Amaral, 1994) nuará sendo o ponto chave, que sustenta a transformação social
Alterações na estrutura da economia de um país são pro- e econômica através da ampliação das capacidades produtivas e
postas para que seja alcançado o seu desenvolvimento econômi- consumistas dos recursos humanos. Segundo o autor, melhorar
co, mas é fundamental que este desenvolvimento seja acompa- a capacidade de consumo aponta para que cada ser humano
nhado pela melhoria do padrão de vida da população, pois só tenha os recursos econômicos para tomar decisões que lhe per-
dessa forma é atingido o desenvolvimento social. mitam satisfazer suas necessidades básicas. Isto não significa pro-
A Organização das Nações Unidas (OEA) usa como in- mover o consumismo, mas sim defender a possibilidade de to-
dicadores do grau de desenvolvimento dos países: o índice dos os seres humanos terem acesso aos recursos econômicos para
de mortalidade infantil, esperança de vida média, grau de de- construírem seus destinos.
pendência econômica externa, nível de industrialização, po- Vitro (1988) afirma que a informação custa dinheiro para as
tencial científico e tecnológico, grau de alfabetizaçáo/instru- empresas, mas os bons empresários logo percebem que esse in-
ção e condições sanitárias. vestimento acaba garantindo melhor lucro, a partir do momento
Entre os obstáculos a serem vencidos, para que esses índi- em que influi para o crescimento da produção. Ele considera o
ces alcancem níveis satisfatórios, estão as dificuldades de toda setor informativo este mecanismo social. Segundo ele, quanto mais

30 31
cresce o setor informativo, maior fica a capacidade do país ou de As bibliotecas especializadas e universitárias podem ser
uma pessoa para agregar valor a seus próprios recursos. este organismo. Seja qual for sua área de atuação,
Se como ponto de partida forem tomados como exem- desencumbir-se de 1nissão tão complexa e relevante é essen-
plos, alguns dos indicadores do grau de desenvolvimento dos cial para o desenvolvimento da sociedade. Da mesma forma,
países, adotados pela Organização das Nações Unidas, anterior- em função dos modelos de desenvolvimento estabelecidos em
mente mencionados, pode-se assegurar que melhores informa- cada país e de suas peculiaridades, a participação dessas uni-
ções utilitárias e maior participação da biblioteca pública junto dades pode ser maior ou menor, mas certamente terão sua
às comunidades carentes, certamente contribuirá para o desen- parcela de responsabilidade, assumindo seu verdadeiro pa-
volvimento, ainda que em pequena parcela, conforme as difi- pel nesse contexto e contribuindo para oferta de mfra-estru-
culdades de cada país. Isto porque, o índice de mortalidade in- tura informacional adequada.
fantil, a esperança de vida média e as condições sanitárias po- Contribuir para o aumento do grau de alfabetização/ins-
dem melhorar com a realização de efetivas campanhas de infor- trução também é tarefa a ser cumprida pelas bibliotecas escola-
mação utilitária a comunidades carentes desenvolvidas pelas res, guardando-se, do mesmo modo as dificuldades de cada país
bibliotecas, mesmo quando outros obstáculos persistirem, impe- sob esse aspecto.
dindo que sejam alcançados os índices ideais previstos relativos Trata-se da questão de o profissional de informação acei-
aos indicadores apontados. tar sua responsabilidade social de agente_ de transformação da
No caso do desenvolvimento científico e tecnológico, o sociedade, que deve ser bem informada. E preciso ousar e utili-
papel das bibliotecas universitárias e especializadas e dos profis- zar a c1iatividade, liderança, capacidade de inovação.
sionais que atuam nesse âmbito é fundamental. Entre outras jus- Os profissionais da informação, excepcionalmente os ge-
tificativas, porque o crescimento exponencial da literatura técni- rentes, devem aprender a converter idéias em realidade. Devem
co-científica mundial dificulta o processo da atualização profissi- ampliar a capacidade de dialogar, exercitando a argumentação,
onal. Qualquer profissional para se manter atualizado precisa que facilita o processo de negociação, principalmente com os
obter a cada ano cerca de 20% de novos conhecimentos, só para mantenedores da unidade de informação.
compensar a perda e o desgaste naturais de sua capacitação téc- Além de desenvolver essas habilidades, o profissional da in-
nica. Este fenómeno implica uma inevitável corrida para a atua- formação terá que conhecer o cená1io em que se insere a instituição
lização, que mal programada induzirá a pesquisas inúteis, em que atua e sua respectiva unidade de informação. De igual im-
duplicidade de esforços e gastos desnecessários na busca de in- portância é o conhecimento da cultura organizacional da institui-
formações já obtidas e utilizadas. Cada vez mais, a informação ção. Entender o comportamento das pessoas envolvidas na hierar-
precisa e atualizada toma-se indispensável à realização de cada quia institucional também ajudará no processo de tomada de deci-
projeto. Por essa razão, as organizações técnico-científicas ne- são, facilitando a adoção de um comportamento pró-ativo.
cessitam de um organismo que efetivamente selecione, capte, É preciso levar em conta que o mundo está em constantes
processe, armazene e divulgue satisfatoriamente as informações mudanças. A evolução tecnológica permite que os usuários inte-
necessárias ao desenvolvimento de suas atividades, de modo que ressados em obter informações utilizem meios eletrónicos de
a recuperação das informações ocorra em tempo hábil, satisfa- acesso direto a essas informações sem a interferência da unidade
zendo efetivamente a demanda informacional específica de cada de informação ou a intermediação de um bibliotecário. Vive-
organização e de cada usuário. mos em uma sociedade pós-industrial. Caberá ao bibliotecário
32 33
acompanhar essa evolução, reservando à unidade de informa- pectativas do mercado que a unidade de informação precisa aten-
ção sell espaço e relevância como um dos canais de acesso à der e os objetivos organizacionais de long·o prazo da própria
informação. O fato de uma unidade de informação não dispor unidade e da organização a que ela esteja subordinada.
dos recursos tecnológicos mais avançados não deve inibir o in- Essas atividades consistem no equilíbrio entre o interesse
teresse do bibliotecário de conhecer as tecnologias disponíveis. do mercado e o que a unidade pode oferecer. Nesta perspectiva,
Nesse contexto, alguns estudiosos tecem considerações a prestação dos serviços de informação deveria ser considerada
sobre o futuro. Alguns são pessimistas, prevendo a sociedade a partir da visão da unidade de informação sob a ótica
sem papel, onde não existiria espaço para a unidade de informa- mercadológica. A aplicação das técnicas mercadológicas no se-
ção. Resta-nos acreditar em um futuro onde existam bibliotecas tor de informação permitirá que essas unidades sejam encaradas
e bibliotecários, desde que esses profissionais saibam acompa- como um :"negócio". Essa abordagem pode auxiliar o profissi-
nhar a evolução tecnológica. Afinal, é da inteligência humana onal da informação a vislumbrar a dimensão da unidade de in-
que resultam as inovações tecnológicas. formação e dos serviços prestados pelos seus profissionais visan-
Quando as unidades de informação não eram automa- do o desenvolvimento da sociedade.
tizadas, muitos usuários preferiam manter seus arquivos pessoais O perfil do bibliotecário deve ser caracterizado pelos atri-
para buscar informações de seu interesse, quando não confiavam butos específicos de um ag·ente de mudanças, capaz de gerenciar
na biblioteca. Hoje, os microcomputadores permitem o acesso os recursos informacionais com a habilidade exigida pelo setor
aos mais diversos acervos estejam eles localizados em continentes de informação do quaternário.
os mais distantes de onde estiver o usuário interessado, desde que Jean Jacques Schreiber, ao escrever seu livro "O desafio
ele se disponha a utilizar as tecnologias disponíveis para resolver mundiaf' afirmava que "a capacidade de gestão é a mais criado-
seus problemas, podendo fazê-lo de modo confortável, muitas ra de todas as artes. É a arte das artes, pois é a arte de organizar
vezes de suas próprias residências, sem nenhuma interferência da o talento" (Schreiber, 1980). Segundo o mesmo autor: "a gerên-
biblioteca ou do profissional da informação. cia é o meio pelo qual as mudanças sociais, econômicas,
Embora a adoção de novas tecnologias pelas unidades de tecnológicas e políticas, todas as transformações humanas po-
informação seja essencial, vista desta maneira, não é simples- dem ser organizadas racionalmente e distribuídas no conjunto
mente automatizando serviços que a unidade de informação passa do corpo social" (Schreiber, 1980).
a atender satisfatoriamente seu público. O papel a ser desempenhado pelo bibliotecário cresce e
No cenário em que atuarem, essas org·anizações continua- sua responsabilidade acompanha esse crescimento. Gerenciar
rão a disputar seu espaço de sobrevivência junto aos seus con- no século XXI será mais do que nunca o encontro da imagina-
correntes, ainda que disponham de produtos e serviços de infor- ção com a realidade. Nesse caminho, a criatividade e a dialética
mação automatizados. Mesmo utilizando os recursos tecnológicos são preponderantes. A criatividade leva à inovação. É a aplica-
mais avançados, as unidades de informação continuarão preci- ção prática das idéias, a conversão da imaginação em realida-
sando conhecer seus usuários para atendê-los em função das ati- de, do invento em produto. A dialética é a capacidade de dia-
vidades que esses usuários desempenham, de acordo com os logar. O diálogo exercita a argumentação e capacita o gerente
seus desejos e percepções relativos a essas necessidades à negociação.
informacionais. Para tanto, será preciso promover o encontro, Além de desenvolver essas habilidades, o bibliotecário
mutuamente satisfatório entre essas necessidades, desejos e ex- deverá conl1ecer o cenário onde atua a instituição mantenedora

35
tecnologias definida com clareza, permitindo que cada indiví-
da unidade de informação sob sua responsabilidade. Desde os duo tome consciência da responsabilidade do papel desempe-
aspectos sócio-culturais, econômicos, políticos, tecnológicos, nhado por ele na sociedade.
demográficos e legais relacionados com o meio ambiente geral A consciência da responsabilidade profissional poderá con-
em nível macro, como os relativos ao am_biente específico em tribuir na busca do bem comum, trocando a individualidade pela
que atua a instituição e o próprio ambiente interno, tudo deve coletividade e buscando no avanço possível com as novas tecnologias
ser estudado. De igual importância é o conhecimento da cultura da infmmação um futuro melhor, com o aprimoramento conscien-
organizacional da instituição. O envolvimento do bibliotecário te das unidades de informação para auxiliar o desenvolvimento
com esse cenário concorrerá para a compreensão do comporta- social, de modo que exista maior espaço para o ser humano com-
mento das pessoas com as quais ele se relacionará e o ajudarão partilhar do amor, da compreensão e da paz mundial.
na tomada de decisão, facilitando sua atuação pró-ativa. Desse modo, o papel a ser desempenhado pelo bibliotecá-
O consumo da informação com valor agregado, seu rio nesse cenário adquire significativa importância, quando se
reprocessamento e re-empacotamento são aspectos que devem pretende alcançar o nível ideal de satisfação das necessidades de
ser melhor explorados pelos bibliotecários, responsáveis pela informação dos usuários das unidades de informação.
oferta e prestação de serviços informacionais. Saber interpretar a necessidade de informação dos seus
Além disso, o bibliotecário deve entender que o uso das usuários; valorizar o bom atendimento e a interação com a co-
novas tecnologias da informação se constitui em um fator de munidade servida pela unidade de informação; ser receptivo às
grande importância para a informatização da sociedade, pois criticas, sugestões e reclamações, avaliando sempre a oferta dos
potencializa a capacidade humana de produzir novos conheci- produtos e serviços, além de saber definir prioridades, dando
mentos, ampliando de modo inimaginável as possibilidades de ênfase aos resultados são alguns princípios básicos que devem
execução de novos e complexos serviços. Nesse processo de nortear a preocupação dos bibliotecários em qualquer tipo orga-
contínuas mudanças, o bibliotecário deverá contribuir positi- nização em que esteja atuando.
vamente, desempenhando seu papel para que a informatização Independentemente do tipo de unidade de informação
da sociedade progrida no sentido de prevalecer a competência considerado, essa organização deve ser vista como um "negó-
como um todo, sem ser estabelecida a tendência natural para a cio", igual a outro qualquer, guardando-se suas específicas pecu-
centralização do poder. Alguns países estarão em vantagens liaridades. É preciso conhecer os competidores da unidade de
com as novas tecnologias, outros não. Alguns empresários fa- informação e o meio ambiente em que ela está inserida. Se os
rão fortunas, enquanto outros entrarão na bancarrota. Diante bibliotecários agirem dessa maneira, poderão com maior facili-
desse dilema da nossa era, é imperativo que as tecnologias se- dade selecionar as oportunidades para agir e antecipar-se com
jam empregadas de modo benéfico para solucionar problemas, as informações do interesse de seus usuários. Conseqüentemen-
construindo um mundo melhor. As decisões para a escolha do te, alcançarão resultados positivos, satisfazendo a contento as
caminho dependerão principalmente da política e das tendên- necessidades de informação desses usuários e fazendo melhor
cias do mercado. A opção deverá considerar o entendimento uso dos recursos disponíveis, esteja a unidade de informação
de toda a potencialidade das novas tecnologias, levando em localizada na América Latina, ou em outra parte do mundo.
consideração o bem-estar das futuras gerações. É imprescindí- Portanto, os profissionais da informação devem atuar de
vel, porém, que os objetivos desse processo estejam voltados modo a tornar cada vez mais efetivo o desempenho das unida-
para os valores humanos, sendo a missão do uso das novas
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36
des de informação, ampliando e melhorando a imagem dessas a experiência relatada sobre projetos desenvolvidos cooperati-
organizações. Só assim conquistarão e poderão manter o respei- vamente comprovam essa evidência. E claro que o sucesso de-
to da sociedade e conseqüentemente receberão o almejado apoio penderá sempre da participação de todos e do interesse envolvi-
governamental. do no trabalho, mas quando essa consciência e responsabilidade
Nessa perspectiva, é exigida atuação efetiva das unidades estão presentes, a união dos esforços alcançará um melhor resul-
de informação, o que certamente implicará, entre outros requisi- tado, sem dúvida nenhuma.
tos a serem satisfeitos, o interesse em satisfazer as necessidades O nível da cooperação pode começar dentro da própria
de informação dos usuários e a preocupação com o constante unidade de informação, expandindo-se para outras da mesma
aprimoramento do desempenho profissional dos prestadores de área de atuação, em um mesmo país, ou entre vários países, como
serviços de informação. Não bastará pensar em métodos e técni- por exemplo entre os países da América Latina e do Caribe,
cas. Será preciso, antes de mais nada buscar a melhor maneira alcançando o nível internacional.
de atuar, avaliando sempre para manter atualizada a oferta de Nesse sentido, organismos internacionais preocupados com
produtos e serviços informacionais. o desenvolvimento dos países latino-americanos e caribenhos
O profissional que atua em unidades de informação preci- muito têm contribuído ao coordenarem trabalhos cooperativos
sa estar preparado para enfrentar essa realidade. Entre as habili- desenvolvidos na área da Biblioteconomia. Como exemplos
dades exigidas, principalmente para os que lidam com a infor- desses trabalhos podem ser mencionados a Advancement of
mação automatizada, Blaise Cronin, em conferência proferida Librarianship in the Third World (ALP), deseuvolvido pela
durante o Simpósio Internacional sobre a informação no tercei- Jnternational Federation of Library Associationsa and Institutions
ro milênio, em Belo Horizonte, em novembro de 1992, ressal- (IFLA), cujo limite geográfico de atuação extrapola a América
tou a necessidade de desenvolver as habilidades interpessoais e Latina e o Caribe, bem como o Programa Regional para ofortaleci-
de comunicação, acima das habilidades técnicas. Segundo mento entre redes e sistemas nacionais de informação para a América
Cronin, essas habilidades são consideradas importantes em fun- Latina e o Caribe (INFOLAC) desenvolvido pela UNESCO.
ção da relevância do saber como conhecer o comportamento Os programas e projetos desenvolvidos cooperativamente em
dos usuários em relação à busca e uso de informação. Daí, o âmbito internacional contribuem, em última instância, para o desen-
conferencista destacar a ênfase que deve ser dada à administra- volvimento da Biblioteconomia como um todo. Nos exemplos men-
ção dos recursos disponíveis. Além disso afirma que as informa- cionados: aALP da IFLA e o INFOLAC da UNESCO, são progra-
ções precisam ser confiáveis. Para ele valerá a qualificação e a mas voltados para educação e capacitação de recursos humanos e
competência individual de cada proflssional. maior promoção e apoio aos serviços de informação, embora cada
Sob esse aspecto torna-se importante a preocupação com a um deles tenha seus objetivos, metas e projetos específicos.
educação continuada, de toda a equipe, inclusive a do g·erente. É O desenvolvimento de progTamas cooperativos enfrenta
preciso que haja um plano de desenvolvimento de recursos hu- obstáculos relativos ao estabelecimento da política de informa-
manos que favoreça a participação em eventos, e em especial cur- ção dos países envolvidos no programa. Na maioria desses paí-
sos, treinamentos, visitas e estágios, que favoreçam a atualização e ses, entretanto, a política nacional de informação não é sistema-
o domínio das habilidades exigidas para o exercício profissional. ticamente estabelecida. Por essa razão, não é tarefa das mais fá-
Desnecessário seria evidenciar o valor da cooperação, pois ceis levar a termo esses programas, pois são muitas as dificulda-
não apenas existem muitos trabalhos que tratam do assunto, como des a serem enfre11tadas.

38 39
-F

cárias nos países em desenvolvimento. Ela adverte que o suces-


5 As ASSOCIAÇÕES DE BIBLIOTECÁRIOS
so dependerá do aumento da presença das associações bibliote-
cárias nacionais, q11e proporcionará o suporte para a
É importante considerar o papel desempenhado pelas as-
implementação de programas desenvolvidos em níveis regional
sociações profissionais. Como evidencia Fergnson (1991) a
e internacional.
efetividade das associações profissionais é evidente, pois "elas
No tocante às bibliotecas especializadas de uma área espe-
facilitam o desenvolvimento de planos e a ativa busca de pro-
cífica, para mencionar um exemplo, acredita-se que as associa-
gramas elaborados com o propósito de ampliar o bem-estar e o
ções de bibliotecários da América Latina e Caribe podem de-
status de seus membros; elas promovem projetos e atividades e
senvolver trabalhos cooperativos em nível internacional que
o desenvolvimento de organizações que apoiam as áreas de es-
contribuirão significativamente para o efetivo desempenho de
pecialização; elas reforçam a filosofia da profissão e propõem
bibliotecas especializadas, visando a satisfação das necessidades
códigos de comportamento para seus membros; elas oferecem
de informação dos seus usuários.
uma equipe de frente para expandir a profissão no mundo, asse-
Porém, mais do que a discussão sobre o nível regional,
gurando a continuidade do crescimento da profissão pela regu-
nacional ou internacional das atividades, é preciso considerar os
lamentação, treinamento continuado e atraindo o mais elevado
aspectos relacionados com os elementos humanos envolvidos.
nível de recrutamento na área." Na opinião da autora, ('o avan-
Antes de tudo o que contribuirá efetivamente para o sucesso
ço da Biblioteconomia nos países em desenvolvimento está di-
será o nível de envolvimento e interesse dos profissionais com
retamente relacionado com o trabalho das associações bibliote-
cárias."
as responsabilidades assumidas.
Como exemplo ilustrativo desta abordagem, é relatada
É claro que essas atividades enfrentam algumas baneiras.
uma experiência brasileira na área de Geociências e Tecnologia
Paez-Urdanetta apud Ferguson (1991) resume os problemas en-
frentados por muitas associações em países em desenvolvimen- Mineral.
No Brasil, vinculadas à Federação Brasileira de Associa-
to como: "inexistência ou quase inexistência de associações bi-
bliotecárias; auto-marginalização do setor de informação das ati- ções de Bibliotecários - FEBAB, existem diversas Comissões
vidades governamentais; auto-marginalização do setor de infor- Permanentes, que atuam em âmbito nacional no contexto de
mação dos programas de treinamento; baixo nível nacional, re- suas áreas específicas, como por exemplo Comissão Brasileira
gional e internacional de integração; dissociação com os demais de Documentação Biomédica, Comissão Brasileira de Documen-
profissionais no setor; baixo ou inexistente envolvimento na tação Agrícola e Comissão Brasileira de Documentação
pesquisa e publicação de obras; ineficiência para promover a Tecnológica, para mencionar algumas delas.
profissão e melhorar as condições econõmicas da força de traba- Essas comissões fazem parte do Conselho Deliberativo da
lho; ineficiência ao promover a noção de valor da informação FEBAB. O objetivo das Comissões é congregar bibliotecários
para o desenvolvimento, hábitos de leitura, preservação de co- atuantes na área específica da Comissão, visando por meio do
leções e documentos nacionais, modernização de serviços e uso trabalho cooperativo e da interação com os demais profissionais
da tecnologia da informação" (Ferguson, 1991). dessa área específica, melhor identificar e atender às necessida-
Entretanto, Ferguson (1991) acredita que as associações des de informação do setor, evitando duplicidade de esforços,
bibliotecárias regionais e internacionais têm influenciado a com maior racionalização de recursos humanos, materiais e fi-
Biblioteconomia e o desenvolvimento de associações bibliote- nanceiros. As Comissões devem promover e manter intercâm-

40 41
bio entre os Grupos de Bibliotecários que atuam uos estados Geociências e Tecnologia Mineral; facilidades na troca de infor-
brasileiros, junto às associações de bibliotecáiios de cada local. mações; desenvolvimento do setor de informação dessas áreas;
Devem prestigiar a organização de bibliotecas de sua área de interação com a comunidade do setor; maiores oportunidades
atuação e estimular o entrosamento entre elas. Para tanto, de- para identificar as necessidades de informação dos usuários;
vem propor projetos e programas de estudos para serem desen- melhores condições de busca das soluções para os problemas
volvidos cooperativamente, divulgar notícias e progTamas de ligados à informação apresentados pelo setor; maximização dos
interesse do setor, apoiar a publicação de documentos de inte- recursos disponíveis.
resse, manter cadastro das bibliotecas e intensificar o relaciona- As atividades da Comissão desenvolviam-se satisfatoria-
mento com os usuários do setor específico de sua atuação. Em mente. Em 1987 foi realizado um Painel sobre a informação
última análise, contribuem significativamente para o aprimora- em Geociências e Tecnologia Mineral durante a progTamação
mento dos bibliotecários, sempre que atuam efetivamente. do XXXV Congresso Brasileiro de Geologia, na cidade de
Neste sentido, o escopo de atuação da Comissão Brasilei- Belém do Pará. A realização do evento foi um sucesso e permi-
ra de Documentação Tecnológica ( CBDT) era muito amplo, tiu o estreitamento da interação de bibliotecários e outros pro-
abrangendo vários segmentos específicos. Em 1982, os bibliote- fissionais do setor das Geociências e Tecnologia Mineral. Na
cários da área de Geociências e Tecnologia Mineral, interessa- ocasião foi firmado um protocolo de intenções entre a Comis-
dos em estreitar a interação entre eles, começaram a intensificar são e a Sociedade Brasileira de Geologia (SBG), cujo principal
o intercâmbio e a desenvolver trabalhos cooperativos. A experi- objetivo era ampliar a interação entre os profissionais da área
ência foi muito bem sucedida. Perceberam que o número das de informação - os bibliotecários e os das áreas específicas de
bibliotecas geológicas era significativo em âmbito nacional para Geociências e Tecnologia Mineral - os geólogos, geofísicos,
justificar a criação de uma Comissão específica desse setor. A geoquímicos entre outros.
idéia foi aprovada em Assembléia Geral da FEBAB, quando os Por outro lado, após a promulgação da nova Constituição
grupos de bibliotecários do setor atuantes no Rio de Janeiro, brasileira, o setor mineral foi bastante prejudicado. Embora não
São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Distrito Federal, Rio Grande do sejam comentadas as causas e conseqüências desse prejuízo, fa-
Sul, Paraná e Pará passaram a constituir a Comissão Brasileira tos como o fechamento de diversas bibliotecas e o notório
de Documentação em Geociências e Tecnologia Mineral desaquecimento das atividades do setor mineral não podem ser
(CBDG). desconsiderados.
Diversos trabalhos foram realizados pela CBDG: organi- Atuahnente, não temos notícias promissoras sobre as ati-
zação do cadastro das bibliotecas brasileiras de Geociências e vidades da Comissão. Entretanto, é preciso considerar o impac-
Tecnologia Mineral; publicação do "Indicador de bibliotecas e cen- to sofrido com as mudanças impostas pela Carta Magna do Bra-
tros de Documentação em Tecnologia Mineral e Geociências do Rio de sil, de 1988 nas atividades do setor mineral como um todo. As-
Janeiro"; promoção de palestras, seminários, painéis e cursos de sim. embora a CBD G esteja desativada, pode-se afirmar que
interesse. Foi elaborado um formulário para cadastrar mapotecas houve um grande estímulo ao setor de informação das áreas de
e fototecas brasileiras. Geociências e Tecnologia Mineral durante o período em que a
Os benefícios advindos da atuação da CBDG eram evi- Comissão atuou ativamente.
dentes: ampliação do intercâmbio entre as bibliotecas do setor·, Enfim, mesmo sem elaborar uma pesquisa científica sobre
maior conhecimento da infra-estrutura informacional de o assunto para fundamentar essa análise superficial dos pontos
42 43
'f'
positivos e negativos da atuação da CBDG, o testemunho de
bibliotecários e geólogos que colaboraram com a Comissão pode
j sempenhado por essas organizações é fundamental.
confirmar a validade desse tipo de atividade. Importante, porém, é sempre buscar alternativas e cami-
É claro que união, cooperação, participação, além da im- nhos para a valorização das unidades de informação e dos bibli-
portante atuação dos líderes bibliotecários são pontos a serem otecários. Sejam quais forem essas alternativas e caminhos, nun-
considerados. Não é possível abrir mão desses requisitos para se ca poderão deixar de levar em conta a satisfação das necessida-
executar corn sucesso as tarefas do movirnento associativo. No des de informação dos usuários, pois é para atendê-las que as
setor de informação não se pode pensar em valorização profissi- unidades de informação existem.
onal dos bibliotecários sem este questionamento entre os profis-
sionais integrantes de uma categoria.
Não importam as dificuldades a serem enfrentadas. Se elas 6 COMO AS UNIDADES DE INFORMAÇÃO PODEM
existem, é preciso superá-las. Se atualmente a situação económi- MELHORAR SEU DESEMPENHO?
co-social dos países latino-americanos e caribenhos não é a ide-
al, toma-se necessário mais do que nunca unir esforços para al- Percebe-se, de modo geral, que as unidades de informa-
cançar o sucesso, vencendo os obstáculos. Sair do imobilismo é ção enfrentam adversidades múltiplas e precisam encontrar so-
sempre um bom começo. Buscar apoio dos organismos interna- luções adequadas que resultem em melhoria de desempenho.
cionais preocupados com a integração económico-social da A concepção do processo educacional não pode despre-
América Latina e do Caribe pode ser uma saída. zar a biblioteca, entendida em seu sentido amplo, com a
As bibliotecas especializadas latino-americanas e caribenhas abrangência de todas as diferentes designações das unidades de
deviam procurar conhecer melhor os programas cooperativos informação, sejam elas centro e/ ou sistema e/ ou serviço de in-
existentes, visando estudar possibilidades de integração. formação e/ ou documentação, ou qualquer outro nome que lhe
A experiência relatada restringiu-se às áreas de Geociências possa ser atribuído, de acordo com a sua atuação e extensão.
e Tecnologia Mineral. Nas demais áreas, desde que exista um Entretanto, no Brasil, quando se discute sobre educação,
número significativo de bibliotecas, justificando a de um modo geral, a escola é sempre lembrada e reconhecida
representatividade em nível nacional de uma Comissão, o tra- como a instituição fundamental. Embora a biblioteca seja uma
balho será efetivo, ainda que a efetividade desse trabalho de- instituição educativa básica, muitos a consideram como
penda da união, cooperação, participação e liderança como atri- complementação ao ensino. Constata-se, tanto nos programas
butos constantes em cada tarefa a ser executada. culturais quanto nos de ensino, que a biblioteca não é encarada
Nem sempre as condições de trabalho são ideais quando com os méritos suficientes para adquirir direitos de prioridade.
nos reportamos às unidades de informação brasileiras, mas as O Estado não a reconhece como um segmento responsável pela
dificuldades precisam ser enfrentadas com garra em busca do ação continuada e integrada de ensino e cultura.
reconhecimento devido pelas autoridades governamentais. Não se pode ignorar, apesar dessas constatações, que a
A postura profissional do bibliotecário é importante, in- unidade de informação é uma organização cuja função se situa
dependentemente do limite geográfico de sua atuação, seja qual muito além da exercida pela escola e demais veículos de cultura
for o tipo de unidade de informação em que ele atue. A atitude de massa. Ela participa da educação formal, da auto-educação,
desse profissional diante do reconhecimento do papel a ser de- da educação de massa, do processo de produção de idéias, do
ensino em qualquer grau, com enorme capacidade para neutra-
44
45
lizar as tendências massificantes dos veículos de comunicação.
A atuação da biblioteca torna-se imprescindível quando
l
1
ção biblioteca em toda a sua plenitude, mostrar à sociedade 0
efetivo desempenho dessas organizações será uma tarefa árdua.
se deseja que a educação se realize de modo pleno. Desernpe- ! Por essa razão, mais do que nunca as bibliotecas precisam estabe-
nhando sua função educacional, cultural, social, recreativa, polí- lecer os princípios administrativos adequados e capazes de
tica e informativa, a biblioteca contribuirá significativamente no impulsioná-las, apesar de toda a adversidade que possam enfren-
exercício da liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divul- tar no contexto brasileiro em que estão inseridas (Amaral, 1990).
gar o pensamento, a arte e o saber, mantendo o pluralismo de Abordagens referentes ao desempenho de unidades de in-
idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de institui- formação relacionadas aos métodos e técnicas administrativos a
ções públicas e privadas de ensino. Ao cumprir efetivamente serem adotados pelo gerente ou responsável pelo seu funciona-
sua missão junto à sociedade, a biblioteca poderá auxiliar a bus- mento devem ser estudadas. Certamente, medidas de ordem
ca da garantia de padrão de qualidade na educação de um povo. administrativa podem favorecer o alcance do desempenho efe-
Números significativos expressam a realidade atual das bi- tivo de uma unidade de informação.
bliotecas brasileiras. Inicialmente é preciso considerar a dificul- Temias sobre administração baseiam-se em princípios ci-
dade em obtermos os totais relativos às unidades existentes no entíficos. Entre as diferentes formas de administrar são propos-
país. O órgão responsável pelos dados estatísticos oficiais, Insti- tos diversos tipos de orientação voltadas para: produção, ven-
tuto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), edita anual- das, produto, ou marketing, entre outras proposições.
mente o ''.4nuário Estatístico do Brasil'~ visando a divulgação des- As organizações orientadas para a produção concentram
sas informações aos interessados. Desde a edição do anuário cor- sua atenção no processo de produção para assegurar que a princi-
respondente ao ano de 1990 até a última, referente a 1993, não pal tarefa seja perseguir a eficiência na produção e distribuição.
constam os totais relativos a essas unidades. A omissão desses A orientação de vendas enfatiza que a principal tarefa da
dados, com certeza reflete a caótica situação em que se encontra organização é estimular o interesse dos consumidores potenciais
essa área. Em conseqüência das várias mudanças políticas ocor- nos produtos e serviços existentes da organização.
ridas no país, em especial na área da cultura, muitas bibliotecas Quando a orientação está voltada para o produto, a tarefa
foram extintas. É preciso esclarecer que foi editado pela Biblio- mais importante da organização é evidenciar os produtos que a
teca Nacional o "Guia das Bibliotecas Públicas Brasileiras" (1994). organização considera como bons para o público.
Apesar da iniciativa, continua a dificuldade de obtenção do nú- A principal tarefa da administração de uma organização
mero oficial disponível relativo ao total de bibliotecas brasilei- orientada para o marketing é determinar as necessidades e dese-
ras. Os dados constantes do último anuário publicado pelo IBGE jos do mercado-alvo para satisfazê-los com adequado design,
que traz o quadro representativo dessas unidades brasileiras no comunicação apropriada e um preço de oferta competitivamen-
''.4nuário Estatístico do Brasil" de 1989 (Brasil. IBGE, 1990). Nele te viável de produtos e serviços.
figuram 21802 bibliotecas brasileiras, sendo que, o maior núme- Nesse sentido, acredita-se que a adoção do marketing
ro (n=l5997) delas pertence à administração pública, conside- venha contribuir positivamente. A administração da uni-
rando-se as de âmbito federal (n=l333), estadual (n=9968) e dade de informação orientada para o marketing foi consi-
municipal (n=4696). derada inovadora e capaz de torná-la uma organização efe-
Se a maioria das bibliotecas brasileiras é vinculada à admi- tiva junto aos seus públicos, qualquer seja sua estrutura de
nistração pública e se o Estado não reconhece o mérito da institui- funcionamento.

46 47
Portanto, é interessante refletir sobre as vantagens do
Se existem os que afirmam que marketing não passa de
marketing como ferramenta gerencial para melhorar o desem-
maracutaia, é preciso lembrar que em todas as profissões exis-
penho das unidades de informação. Essa reflexão poderá con-
tem os bons e maus profissionais que não agem de modo ético
tribuir no sentido que as unidades de informação cumpram
e comprometem a categ·oria. Vejam por exemplo o caso da
satisfatoriamente o seu papel como organizações essenciais
assustadora vitória eleitoral do ex-presidente Collor. Sua cam-
para o desenvolvimento social, económico, político e cultural
panha foi brilhante. Investiu na informação, contratou profis-
sionais especialistas que indexavam as matérias consideradas da sociedade.
Assim, a adoção das técnicas mercadológicas, consideran-
rde~antes_ no âmbito político, económico e social dos princi-
do-se a perspectiva de sucesso comprovada na literatura
pais ]Ornais e revistas e com base nessas pesquisas elaborou 0
biblioteconómica, deveria merecer atenção dos profissionais da
seu discurso, que agTadou uma enorme população crédula nas
informação, ainda que não seja esta a única alternativa para o
suas promessas. Ao ser eleito, porém, suas ações não
aprimoramento da prestação dos serviços.
corresponderam ao discurso. O que aconteceu? A população
Alguns questionamentos devem ser feitos:
ludibriada defendeu-se e exigiu que ele deixasse o poder. Ana-
lisando o fato sob o ponto de vista de marketing, vemos que a
• Os profissionais que atuam no setor de informa-
etapa do levantamento das necessidades foi cumprida com
ção reconhecem a importância do conhecimento
excelência, mas a oferta do produto foi enganosa, pois não se
das técnicas de marketing aplicadas às unidades
baseou no levantamento feito.
de informação?
O profissional da informação deve estar atento, perceben-
• As universidades preparam devidamente esses pro-
do que a disseminação das técnicas mercadológicas poderá con-
fissionais para o mercado de trabalho, de modo
tribuir para a efetiva mudança de atitude profissional, pois re-
que eles estejam aptos a assumir suas responsabi-
presenta uma oportunidade de inovação. A opção pela orienta-
lidades no setor de informação ou gerenciar uni-
ção de marketing na administração das unidades de informação
dades de informação?
propiciará que os recursos sejam melhor aproveitados, incluin-
• De um modo geral, as unidades de informa-
do-se nesse contexto o aproveitamento máximo da
ção são vistas como um "negócio", onde exis-
p~tencialidade das novas tecnologias disponíveis para a capta-
tem clientes, fornecedores, mantenedores,
çao e recuperação da informação.
consumidores ou usuários interessados em
Nesta perspectiva, o papel do gerente da unidade de infor-
produtos ou serviços que satisfaçam suas ne-
mação adquire uma perspectiva importante na adoção do
cessidades de informação?
marketing. Sua capacidade gerencial assume posição de destaque
• Se os profissionais se dão conta dos avanços
n~_medid~ que sua atuação influencia a equipe sob sua responsa-
tecnológicos que permitem em poucos instantes
brhdade. E o gerente que transmitirá ao seu pessoal a necessidade
pesquisar informações de infinitos acervos de do-
do engajamento de cada um na sua tarefa. Assim, o conceito ou
cumentos armazenados em suportes cada vez mais
mentalidade de marketing adotado como filosofia de atuação da
sofisticados, menores e com maior capacidade de
unidade de informação provavelmente adquirirá sua importância
armazenamento, será que dimensiona1n proporci-
na mesma proporção em que for assumido pelo próprio gerente,
onalmente a sua responsabilidade para:
refletindo a filosofia adotada pela unidade de informação.
49
48
0
asseg11rar o apoio financeiro da instituição Aplicar técnicas de marketing pode ser urna alternativa de
rnantenedora da unidade de informação; solução para otimizar os recursos disponíveis alcançando os objeti-
0
encorajar e estimular o ·uso dos recursos vos e resultados esperados, por meio de uma estratégia de ação
informacionais disponíveis; efetiva. Esta estratégia deve atender à demanda social da socieda-
• preocupar-se com a satisfação das necessida- de, considerando os próprios valores do contexto em que ela se
des de informação dos usuários; insere, sem perder de vista a totalidade do ser humano.
0
intensificar e aprimorar seu relacionamento Na visão sistêmica da unidade de informação, a própria in-
com a clientela, fornecedores, ma11tenedores, formação é o insumo básico de entrada ao mesmo tempo em que
concorrentes e melhorar o atendimento de se constitui no insurno básico de saída. Muitos fatores terão influên-
seus usuários; cia no ciclo documentário em cada organização, de acordo com a
• divulgar a unidade de informação, seus produ- sua tipologia e influência das mudanças que são constantes em to-
tos e serviços? (Amaral, 1990). dos os cenários. Principalmente a tecnolog·ia da informação
disponibiliza uma diversificação de avanços tecnológicos que per-
Ficam os questionamentos para a discussão. As respostas pre- mitem a proliferação de mecanismos os mais diversos e sofisticados
cisam ser encontradas! É nossa responsabilidade! para a captação, seleção, aquisição, produção, disseminação e recu-
Os caminhos podem ser percorridos de várias formas, mas é peração de informações, em iitmo aceleradi;>. O ciclo documentário
preciso saber onde se quer chegar. Machiavelli afirmava que "não se torna um diverso e encantado mundo, onde há muito a ser ex-
há nada mais difícil de assumir, mais perigoso de conduzir ou de plorado por essas unidades.
êxito mais incerto, do que liderar a introdução de urna nova ordem Sendo assim, corno a adoção da administração orientada para
de coisas, pois a inovação tem como inilnigos todos os que se saí- o marketing implicará mudanças, será necessá1io aumentar o co-
ram bem sob as antigas condições e tem defensores tépidas nos nhecimento dos gerentes das unidades de informação sobre esse
que, talvez possam se sair bem sob as novas." tema, para que eles tenham consciência da necessidade de desem-
Muitos profissionais da informação já estão conscientes de penhar sua função, respeitando os interesses e opiniões dos usuári-
sua responsabilidade no negócio da informação, seja ela manual os. O marketing como estilo gerencial exige que a eficiência e a
ou automatizada. Alguns se preocupam em divulgar os produtos eficácia conduzam à efetividade. Para conseguir esse objetivo, é
e serviços que a unidade de informação oferece, mas é preciso preciso que toda equipe esteja engajada no processo de adoção desse
entender que o marketing vai além da divulgação. E preciso co- conceito. A inovação acontece com a receptividade às críticas, su-
nhecer melhor os usuários como consumidores de info1Tn ão gestões e reclamações dos usuários, buscando oferecer o melhor
para atendê-los satisfatoriamente. Afinal, é por causa deles e 'l.
atendimento possível, pois as necessidades de informação aten-
eles que a unidade de informação existe e é em função deles que didas podem garantir o futuro das unidades de informação.
sobrevive. Conhecê-los, envolvê-los e atendê-los bem, só poderá Nessa perspectiva, o bibliotecário ou profissional da infor-
contribuir para o reconhecimento das unidades de informação e mação precisa estar preparado para enfrentar essa situação. Ele
dos profissionais qne atuam nessas organizações. Para que isto deverá conscientizar-se do valor da informação para o desen-
seja uma realidade, esses profissionais deverão interagir com pro- volvimento, em função das mudanças sofridas pela sociedade.
fissionais de outras áreas, sornando esforços para melhorar seu É importante que esse profissional faça uma reflexão so-
desempenho e o das unidades de informação. bre as possibilidades de o marketing ajudá-lo a melhorar o de-
50 51
sempenho da unidade de informação, contribuindo para que
esta cumpra satisfatoriamente o seu papel como organização PARTE 2
essencial para o desenvolvimento social, econôrnico, político,
cultural brasileiro.
Vivemos em uma sociedade, onde as mudanças são cons-
tantes em todos os cenários. A tecnologia da informação nos
proporciona condições surpreendentes, consideradas impossí-
veis em outros tempos. A diversificação dos suportes informa-
cionais é cada dia maior. Os avanços tecnológicos permitem a MARKETING
proliferação de mecanismos os mais diversos e sofisticados para
a captação, seleção, aquisição, produção, disseminação e recu-
peração de informações, em rítmo acelerado. O ciclo
1Ü QUE É MARKETING?
documentário se torna um diverso e encantado mundo, onde há
muito a ser explorado. Simplesmente traduzir o termo, não é suficiente para entender
Transposição dos conceitos do setor lucrativo para o setor a sua abrangência, pois "comercialização", no sentido comUITiente
das instituições não lucrativas ainda é recente. No ámbito das usado, é uma noção bastante limitada do que seja marketing. Na
unidades de informação, essa transposição conceituai permane- literatura sobre o assunto, mercadologia e mercadização também são
ce como um desafio para os bibliotecários e demais profissionais considerados sinónimos de marketing em tradução literal, embora
da informação. ainda não expressem o seu sentido total.
Para compreender a aplicação do marketing nas atividades Como tradução apropriada, Gracioso (1986, p.14) indica
desenvolvidas pelas unidades de informação, foram abordados o uso de mercancia, significando o ato de mercadejar, mas em
inicialmente a definição do termo e o histórico de sua evolução sua obra usa o termo em inglês.
até à aplicação em organizações não lucrativas. A partir dessa Ao tratar das traduções do vocábulo marketing, Simões
(1980, p.21) acrescenta os termos mercadagem; mercadotecnia,
abordagem, foi considerada a adoção dessas técnicas na adminis-
tração de unidades de informação, enfatizando-se o papel do ge- muito usado na língua espanhola e mercatística, muito usado
rente nesse processo e destacando-se as peculiaridades da implan- em Portugal, além dos já mencionados anteriormente.
tação e disseminação do marketing com o relato de pesquisa rea- O termo marketing é de aceitação internacional. A falta
lizada junto aos gerentes das bibliotecas brasileiras de Geociências de tradução adequada para o português e a incorporação do
e Tecnologia Mineral, visando verificar o conhecimento e a apli- anglicismo à segunda edição (1986) revisada e aumentada
cação das técnicas mercadológicas nessas organizações. do "Novo Dicionário da Língua Portuguesa" de Aurélio Buarque
de Holanda Ferreira justificam neste estudo o uso do vocá-
bulo em inglês.
Para caracterizar o marketing como ciência ou arte, as
opiniões dos autores são divergentes. Cobra (1986, p.31) deixa
de lado esse dilema, quando afirma que o "mercadólogo acaba
sendo um misto de artista e aplicador de certas ciências."

52 53
Ll DEFINIÇÕES vol.1, p. 70) assegura podermos admitir que sempre existirá uma
necessidade de vender, mas o objetivo de quem quer vender
Em 1948, nos Estados Unidos, o marketing era definido deve ser o de conhecer e entender o freguês tão bem, que o
pela American Marketing Association como a " execução das produto ou serviço se venda por si mesmo.
atividades de negócios que encaminham o fluxo de mercadorias A definição de Kotler (1986, p.31 ), que data de 1986, é
e serviços, partindo do produtor até os consumidores finais." simples de ser entendida, concluindo que o marketing é "uma
(Simões, 1980, p.19) atividade humana dirigida a satisfazer necessidades e desejos
Em sua sinopse da evolução das definições de marketing, através do processo de trocas."
Cobra menciona que em 1965 a Ohio State University o Segundo Minciotti (1983), em sua quase totalidade, os au-
conceituava, introd11zindo termos mais técnicos e passando a tores convergem na aceitação desse conceito.
considerá-lo como um "processo na sociedade, pelo qual a es- Em 1988, Kotler e Bloom retomam e explicitam de forma
trutura da demanda para bens e serviços é abrangente e satisfei- ainda mais clara a definição de Kotler datada de 1978, tratando
ta mediante a concepção, promoção, troca e distribuição física 0 marketing como a "análise, planejamento, implementação e
de bens e serviços." (Cobra, 1986, p.30) controle de programas, cuidadosamente formulados, que visam
Somente em 1969, Philip Kotler e Sidney Levy afirma- a proporcionar trocas voluntárias de valores ou utilidades com
vam que o "conceito de marketing deveria abranger também as mercados-alvo, com o propósito de realizar os objetivos
instituições não lucrativas" (Kotler & Levy, 1969). organizacionais. Confia, fortemente, no delineamento da oferta
Theodore Levitt sintetiza marketing como "conquistar e da organização, em termos das necessidades e desejos do mer-
manter clientes." (Levitt, 1960) Com essa abordagem concorda cado-alvo, e no uso eficaz de política de preços, comunicações e
Peter Drucker, quando afirma:" o marketing é tão básico, que não distribuição, a fim de informar, motivar e prestar serviços aos
pode ser considerado como uma função isolada é o negócio todo mercados." (Kotler & Bloom, 1988, p.19)
visto do ponto de vista do resultado final, isto é, do cliente." Analisando essa definição, podemos observar que, pri-
(Drucker, 1975, vol.l, p.69) Para ele, essa perspectiva concebe a meiramente, o marketing é visto como um processo gerencial,
empresa como dirigida para a satisfação da necessidade de um pois envolve análise, planejamento, implementação e controle
consumidor e como provedora de uma utilidade para este mes- de programas cuidadosamente formulados. Isto significa que
mo consumidor. Até que o consumidor tenha experimentado a não bastam ações isoladas, pois o marketing é muito mais do
utilidade final, ele admite que não existe realmente um produto e que simplesmente "vender". É toda uma orientação para a busca
sim, matéiias-primas. Desse enfoque é decorrente a explicação de do que o mercado deseja, a fim de direcionar a produção para
o marketing implicar uma filosofia e atitude que devem estar pre- o atendimento da demanda detectada. Assim, não basta "em-
sentes em todas as pessoas encarregadas de tomar decisões na purrar" o produto que temos para quem "achamos" que dele
organização, ou co1no enfatiza Levitt, "a empresa será meramen- precisa. O marketing começa antes de pensarmos em "ven-
te uma série de departamentos estanques, sem um sentido global der". Implica em perceber as expectativas, necessidades e de-
que consolide seu objetivo ou sua direção." (Levitt, 1960) sejos do mercado que pretendemos atender. Por isso, envolve
Em termos ideais, o marketing deve resultar em um fre- a criação de planos e programas num processo gerencial.
guês pronto para comprar e consumir. Tudo o que deve ser ne- Em segundo lugar, a definição menciona as trocas volun-
cessário, então, é oferecer o produto ou o serviço. Drucker (1975, tárias de valores ou utilidades. Marketing não é coerção! A troca
5,1
55
está implícita na aplicação das suas técnicas. Os benefícios são visa ao perfeito processo de troca, beneficiando todos os ele-
evidenciados para gerar a troca voluntária entre quem necessita mentos que nela interagem. O marketing permitirá que na
o produto e quem o oferece. relação de troca a necessidade não satisfeita de uma das par-
A seleção de mercados-alvo é o terceiro aspecto, demons- tes seja atendida pelas condições oferecidas pela outra parte,
trando a necessidade de direcionar esforços para os segmentos mediante uma negociação estabelecida entre elas. Da dimen-
do mercado, que podem ser atendidos conforme as condições são filosófica da conceituação adotada dependerá o tipo de
de dimensão ou tamanho do mercado e da missão da entidade orientação de uma organização.
que oferece o produto ou serviço.
Em quarto lugar, o marketing tem o propósito de realizar
os objetivos organizacionais. É preciso, porém, que esses objeti- 1.2 HISTÓRICO DA EVOLUÇÃO
vos sejam bem definidos e claros, a fim de que o marketing aju-
de a organização a sobreviver por meio do atendimento eficaz O conhecido autor Peter Drucker (1975, vol.!, p.67) ga-
do seu mercado. rante que em 1850, Cyrus H. McCormick foi a primeira pessoa
Os demais aspectos destacados da definição referem-se à no Ocidente a inventar os instrumentos básicos de marketing,
oferta da organização, em termos das necessidades e dos dese- como a pesquisa e a análise do mercado, as orientações referen-
jos do mercado-alvo, e no uso eficaz de política de preços, co- tes à fixação dos preços, o vendedor de serviços, o fornecimento
municações e distribuições, ou seja, do marketing-mix a ser de peças, a assistência técnica ao cliente e as vendas pelo crédi-
utilizado. Segundo Kotler & Bloom (1988, p.86), o marketing- to. Os registros históricos, porém, apenas mencionam o fato de
mix " é a combinação específica de variáveis controláveis de Cormick ter inventado a primeira colhetadeira mecânica efici-
marketing que a organização utiliza para atingir sua meta no ente. (Amaral, 1990)
mercado-alvo". O marketing-mix é também chamado de com- Me Carthy (1976, vol.!, p.46) divide a evolução do concei-
posto de marketing on composto mercadológico. Comumente to de marketing em três períodos: a era da produção , antes de
é tratado, de acordo com a denominação do professor McCarthy 1930; a era das vendas, de 1930 a 1950 e a era do marketing,
(1978) de os 4 Ps: produto, preço, promoção e praça ou ponto após 1950. O primeiro período é marcado pela produção em
de distribuição. É a forma de administração de marketing, de massa, como conseqüência da Revolução Industrial. O cresci-
acordo com um conjunto de variáveis. O produto/serviço pre- mento das vendas com uma conotação puramente comercial foi
cisa atender às necessidades e desejos do mercado. Seu preço então a solução indicada para resolver o excesso da produção.
deve levar em consideração o custo, a demanda e a concorrên- O gradativo contato com o mercado, visando compatibilizar a
cia. É necessário comunicar sua existência ao mercado por meio produção com o consumo e vice-versa conduziu ao entendimento
de promoção. O ponto ou pontos onde produto é vendido, ou de que as atividades deveriam ser organizadas de modo a satis-
o serviço é prestado devem ser adequados e acessíveis para o fazer as demandas existentes, passando-se então da era das ven-
mercado ou público-alvo. das para a era do marketing.
Desse modo, o marketing é visto como um processo Dando uma importância ainda maior ao marketing,
gerencial, valorizando as trocas voluntárias de valores para Fernandes (1983) considera que as sociedades industrializadas
garantir a sobrevivência das organizações, o marketing é en- passaram da Revolução Industrial para a Revolução de
tendido como uma combinação de técnicas, cuja aplicação Marketing.

56 57
A evolução do conceito de marketing vem exigindo maio- visão limitada dos seus problemas e a conseqüente confusão entre
res conhecimentos sociológicos, estatísticos, bibliográficos, eco- a função de marketing, as atividades necessárias ao desempe-
nômicos, psicológicos, mate1náticos, contábeis e administrativos nho dessa função e a filosofia de ação empresarial subjacente
nas suas atividades. aos conceitos e técnicas de marketing.
Suas denominações atuais são as mais diversas: marketing Campomar (1981, p.40), aceitando a interpretação de
integrado, de relação, de precisão, de bancos de dados e Toledo e Santos (1979), lembra que há alguns anos atrás os tex-
marketing direto. Essas formas incorporam a conceituação mais tos sobre esse assunto descreviam a função de marketing como
recente do marketing da década de 90, associado aos avanços o desempenho das atividades relacionadas com o fluxo de pro-
tecnológicos. São org·anizados sistemas de informações de dutos ou de serviços do produtor para o mercado de consumo.
marketing, conhecidos como SIM, utilizando-se bases de dados Atualmente, ambos chamam atenção para a distinção dos três
para armazenar as informações necessárias ao monitoramento níveis: a função do marketing, a administração de marketing e o
das atividades de marketing. conceito ou mentalidade de marketing.
Weinstock (1976, vol.17, p.165-188) lembra que a pesquisa A função do marketing é a sua tarefa genérica, isto é, o
de marketing utiliza nas suas atividades conhecimentos socioló- conjunto de técnicas desenvolvidas com o objetivo de facilitar a
gicos, estatísticos, bibliográficos e económicos. realização de trocas. O elenco das atividades do processo de
Manzo & Cunto (1975, p.19) acrescentam que a Psicolo- administração, incluindo o planejarnento, a organização, dire-
gia, a Antropologia, a Matemática, a Contabilidade e a Admi- ção e controle é denominado administração de marketing. O
nistração também se relacionam com o marketing. Entretanto, conceito de marketing ou mentalidade de marketing é a dimen-
para eles é na Economia que se encontram seus principais fun- são filosófica atribuída ao marketing.
damentos, apesar de a literahlra econômica nada mencionar es- Cada organização pode atribuir uma importância diferen-
pecificamente sobre isso. Justificam essa proposição, afirmando te e conduzir as atividades de marketing de forma distinta, de-
que tanto o marketing quanto a Economia perseguem o mesmo pendendo de sua filosofia de ação.
objetivo: o bem estar social das pessoas. Essa evolução conceitua!, segundo Richers (1981, p.17)
Na verdade, o marketing está em constante redefinição de ampliou-se também para abranger áreas de ordem macro, como
suas fronteiras teóricas e operacionais, de acordo com as mu- algumas das funções de um Estado moderno, ou de uma comu-
danças tecnológicas e culturais da sociedade. Ele influi na pro- nidade social.
dução, na circulação, na distribuição e no consumo de bens e Me Carthy define o macromarketing como "um processo so-
serviços. Procura descobrir necessidades e desejos, orientando a cial que dirige o fluxo de bens e serviços dos produtores para os
criação de produtos e serviços; transferindo-os do produtor para consumidores de modo a equilibrar efetivamente a oferta e a procu-
o consumidor; aumentando o seu valor, acrescentando-lhes uti- ra, e a alcançar os objetivos da sociedade." (Me Carthy, 1982, p.30)
lidade. Com os conhecimentos da Comunicação, por meio da O macromarketing tem uma perspectiva maior, focali-
propaganda e da publicidade procura despertar hábitos novos, zando as questões mais amplas, relacionando os aspectos da
influenciando também o consumo. comercialização dentro do contexto do sistema económico
Toledo & Santos (1979) acreditam que a evolução natural corno um todo.
e crescente das sociedades industriais, o caráter multidisciplinar Segundo Me Carthy (1982, p.29), o micromarketing é "a
do marketing e a multiplicidade das suas definições levam a uma execução de atividades que procuram atingir os objetivos da fir-

58 59
ma, prevendo as necessidades do freguês e movimentando um se comprometer em satisfazer as necessidades e desejos de seus
fluxo de bens e serviços, que possam satisfazer àquelas necessi- consumidores. P~imeiro, os consumidores podem ter desejos não
dades do produtor para o consumidor." apropriados para serem satisfeitos, pelo fato de contrariarem os
Observa-se hoje o marketing aplicado em todas as áreas e interesses da sociedade (como por exemplo, querer adqumr ar-
inclusive a causas sociais como direitos civis, melhor alimentação, mas), ou desejos contra os próprios interesses dos consumidores
melhor cuidado com a saúde e a proteção do meio ambiente, pla- (como fumar cigarros). Em segundo lugar, os consumidores po-
nejamento familiar, previdência social, entre outros. Desse modo, a dem ter necessidades que eles não reconheçam, (corno por exem-
adoção de uma idéia, programa ou causa social, da mesma forma plo a necessidade pela qualidade da educação) e a organização
que a adoção de qualquer produto, pressupõe uma compreensão deve pressionar o consumidor para o seu bem, mesmo que isto
profunda das necessidades, percepções, preferências, grupos de re- custe muito para ser feito.
ferência e padrões de comportamento da audiência-alvo, além da Assim, um grande número de profissionais de marketing vê
adequação das mensagens, da rnídia, dos custos e das facilidades, a sua responsabilidade, levando em conta quatro fatores que influenci-
fim de maximizar a naturalidade da adoção da idéia. am a tornada de decisões: necessidades dos consumidores, desejos
Em 1971, Kotler & Zaltrnan (1971) referiam-se ao marketing dos consumidores, interesses dos consumidores e os interesses da
social como "o projeto, a implementação e controle de progra- sociedade. Esta orientação pode ser chamada de orientação de
mas que procuram aumentar a aceitação de uma idéia ou a prá- marketing societal, pois "assegura que a principal tarefa da organiza-
tica social num grupo alvo. Utiliza conceitos de segmentação de ção seja determinar as necessidades, desejos e interesses do rnercado-
mercado, de pesquisa de consumidores, de configuração de idéi- alvo e adaptar a organização para oferecer a satisfação que preserve
as, de comunicações, de facilitação de incentivos e a teoria da ou melhore o bem-estar dos consumidores e da sociedade."
troca a fim de maximizar a reação do grupo-alvo." Modernamente, as novas tecnologias aplicadas à informa-
Na concepção de Kotler & Roberto (1992, p.25) "marketing ção permitem que enormes e variadas quantidades de dados
social é uma estratégia de mudança do comportamento, que sobre pessoas, tanto físicas quanto jurídicas sejam armazenadas
combina os melhores elementos das abordagens tradicionais da em bancos de dados de relevantes informações. Essa evolução
mudança social num esquema integrado de planejamento e ação associada às técnicas rnercadológicas torna possível agrupar con-
, e aproveita os avanços na tecnologia das comunicações e na ca- sumidores por dados de similaridade que possibilitem planejar
pacidade de marketing." as mais diferentes operações e atividades de marketing. O con-
De acordo com Mazzon (1982), "o conceito de marketing tato direto com os consumidores, conseqüenternente, pode ser
social abriga duas correntes de pensamento. A primeira é aque- realizado, independente da presença física. Passam a existir opor-
la em que os princípios e práticas de marketing podem ser apli- tunidades de contato direto um-a-um, com muitos consumido-
cados não somente a produtos e serviços lucrativos, mas tam- res e de modo instantâneo.
bém na promoção de idéias, causas e programas sociais .... A Surge assim o marketing direto, confundido por muitos
segunda corrente de pensamento relaciona o conceito de corno subespecialidade da propaganda ou mesmo como
marketing social com o impacto e conseqüências de práticas de marketing em geral. Essa é urna visão restritiva. Poucas pessoas
marketing sobre a sociedade." possuem urna idéia clara do que seja marketing direto.
Kotler (1982, p.23) afirma que uma organização com ori- Segundo Bird (1991), a maior parte das pessoas pensa
entação de marketing se depara com dois tipos de problemas ao imediatamente em mala direta, quando ouve falar em

60 61
marketing direto. Outros pensam no marketing direto como cuidado, no que se refere a essas atividades, sob pena de seus
um método de vendas ou confundem-no com um canal de públicos lhes criarem restrições.
distribuição, como o de vendas pelo correio. Além disso, cons- Toledo & Santos (1979) mencionam ainda as críticas refe·
tatou que surgiram vários termos para designá-lo, tais como: rentes à adoção de práticas enganosas, principalmente no terre·
marketing de resposta direta, marketing interativo, marketing de di- no das comu11icações. Os críticos acusam a comunicação de
álogo, database marketing, maximarketing, marketing um a um, marketing de incentivar e apelar para os valores materialistas da
marketing de relacionamento e, talvez a alternativa mais popu· sociedade, com base na premissa de que as necessidades huma-
lar, marketing com database". O último é o nome proposto por nas são insaciáveis. Seus defensores argumentam que a sua co-
Bird para o marketing direto, definido por ele como "qual· municação persuasiva, em especial a propaganda, apenas refle-
quer atividade promocional que crie e explore um relaciona· te os valores sociais existentes. Reconhecem que essa comunica-
menta direto entre você e o seu cliente ou comprador como ção possa reforçar valores ou contribuir para sua proliferação,
indivíduos." mas não pode ser responsável pelos valores materialistas, pa·
drões culturais ou atitudes predominantes na sociedade.
Os ecologistas, de um modo geral, debitam ao marketing
o prejuízo ao meio ambiente provocado por determinadas ativi-
1.3 CRÍTICAS AO MARKETING
dades empresariais e pela utilização intensiva de recursos natu-
rais escassos e não renováveis, em busca da satisfação do consu-
Algumas organizações utilizam técnicas mercadológicas midor. Para defendê-lo dessa crítica, Toledo e Santos falam do
para a satisfação de suas próprias necessidades, em detrimento "conceito sócio-ecológico de produtos, que se fundamenta no
das necessidades dos consumidores. Minciotti (1983) observa princípio de que um produto representa a soma de todas as uti-
que essa atitude tem conseguido carrear para o marketing a lidades positivas e negativas que devem ser aceitas pela socieda-
responsabilidade social sobre efeitos dos quais talvez não tives· de como um todo, de modo a possibilitar a satisfação de uma
se sido a causa. certa maneira, de um certo conjunto de necessidades, vontades
Críticos acusam o marketing de atividade intrusa e ou desejos dos usuários." (Toledo & Santos, 1979) Segundo os
manipuladora, que desperdiça o dinheiro público. É importante autores, esse conceito levará o homem de marketing a refletir
que os administradores sejam sensíveis a essas c1iticas e evitem sobre as pressões que poderá sofrer, de acordo com o prejuízo
práticas ou despesas que não possam ser justificadas. O marketing causado pelo uso incontrolado de recursos, pela má qualidade e
deve estar direcionado para pesquisar as atitudes, comportamen· insegurança do produto ou que outros problemas similares pos·
tos e necessidades das pessoas, a fim de servi-las melhor ou pro· sam causar.
mover causas de interesse público. Desde 1947, Paul Mazur alertava que o marketing implica
Oliveira (1994) chama atenção para a desconfiança mani· a "entrega de um padrão de vida à sociedade." (Mazur, 1947)
festada aos profissionais que praticam o marketing, em virtude Respeitar esse ponto de vista implica atividades pautadas na
de as pessoas considerá-lo uma atividade ofensiva e anti-ética. conscientização quanto ao respeito ao consumidor e ao meio
Até mesmo as organizações que não visam ao lucro en· ambiente.
frentam obstáculos para desenvolver suas atividades de Websterjr. (1978, p.17-18), quando se refere à realidade ameri-
marketing. Universidades, hospitais e igrejas procuram agir com cana, arrola críticas semelhantes às que foram apontadas e defende o

62 63
marketing no qne diz respeito às acnsações feitas. Ressalta qne a pro- • e a eficiência na formulação científica e trato das
teção ao consumidor existe para aniquilar efeitos negativos que o atividades que envolvam o desenvolvimento do
marketing possa causar. Websterjr. (1978, p.16) enumera os seus as- produto, a determinação do seu preço e o modo
pectos sociais, evidenciando a preocupação existente em relação: de sua comunicação e distribuição.

a) ao impacto das decisões de marketing sobre o No entendimento de Webster Jr. (1978, p.104), os fatores
meio ambiente social e físico; responsáveis pela extensão do marketing aos ambientes que não
b) às relações com as entidades governamentais e visam ao lucro são:
vários grupos políticos que desejam regular, ou
mesmo controlar sua prática seu reconhecimento cada vez maior como ciência
!li

e) à extensão da prática e da teoria de marketing às fundamentada no comportamento;


organizações que náo visam ao lucro. • crítica social ao marketing como prática de ne-
g·ócios;
Mundialmente é notada urna tendência de crescimento nos e compreensão da sua competência para auxiliar

movimentos em defesa do consumidor. Esse fato contribui para os administradores de organizações sem fins lu-
aumentar a responsabilidade da adoção do marketing, vinculan- crativos em suas atividades;
do-o às implicações relativas a todos os aspectos destacados. • crescente importância da atividade não lucrati-
va corno fonte de bens e serviços em decorrên-
cia do aumento de bens e serviços públicos.
2 MARKETING NAS ORGANIZAÇÕES QUE
Para sobreviver e ser bem sucedida, urna organização de-
NÃO VISAM AO LUCRO
pende das suas relações de troca. Não importa qual seja a sua.
dimensão, em toda organização existe sempre uma unidade de
Para Kotler (1978, p.24), a razão primordial de as orga- produção, dependendo de insumos que gerem o seu produto
nizações que não visam ao lucro se interessarem pelo ou bens e serviços para atender a um consumidor. Mesmo quan-
marketing, é decorrente da possibilidade de a organização do a organização se limita a um só funcionário, existirão sem-
tornar-se mais eficaz, tanto no alcance dos seus objetivos, como pre atividades básicas de produção, finanças, recursos huma-
na obtenção de recursos, ainda que não denominem dessa nos e marketing, no que se refere ao cantata da organização
maneira suas relações de troca com o meio ambiente. Isso se com o seu meio ambiente. Não importa como as áreas são ro-
justifica, pois o marketing é projetado para proporcionar dois tuladas, nem o seu tamanho, mas elas existirão sempre. A ori-
benefícios básicos: entação de marketing é que determinará a. atuação no processo
de trocas com o seu meio ambiente, sempre levando em conta
• a satisfação aprimorada do objetivo do mercado-alvo a satisfação do consumidor.
e da comunidade servida pela organização, median- As atividades de marketing podem acarretar custos. O es-
te a ênfase na mensuração de suas necessidades e de- sencial é o administrador avaliar os benefícios que advirão da
sejos; orientação de marketing. Portanto, devem ser levados em consi-

64 65
deração alguns aspectos. Primordialmente, o marketing é uma meio novo, que não lhe seja familiar. Para 0
atitude, que deve ser introduzida na organização com o menor setor de instituições sem fins lucrativos, o <'ta-
custo possível, visando a que, tanto os administradores quanto lento mercadológico" mais adequado é o que
os demais funcionários compreendam a necessidade prioritária se <'cultiva em casa".
da satisfação aprimorada do cliente. O outro aspecto é o conhe-
cimento técnico exigido sobre o desempenho das diversas vari- Geralmente se associa n1arketing à comercialização, lucro,
áveis de marketing e sua influência no mercado. A introdução produção e vendas. Além dessas óticas, ele pode ser vinculado
desses conhecimentos na organização implicará um custo real ao benefício atingido pela satisfação do usuário ou consumidor,
no seu orçamento, que deve ser dünensionado, pois será preciso obtida com o seu bem estar social.
pagar salários a especialistas que preparem o pessoal. Embora Kotler (1978, p.288) denomina de marketing social, quando
esses conceitos possam ser adaptados ãs organizações não lucra- ele é realizado em defesa das causas e idéias sociais, serviços de saú-
tivas, constata-se que a quase totalidade dos livros-textos sobre a de, serviços públicos educacionais ou em campanhas políticas. Enu-
matéria não aborda esse aspecto. São poucas as publicações so- mera vários exemplos dessas aplicações, quando organizações sem
bre o tema. fins lucrativos lutam para motivar mn público na adoção de uma
Shapiro (1980), avaliando c1iticamente a literatura sobre nova idéia ou prática. Para ele há três diferenças principais entre as
marketing em organizações sem fins lucrativos, observou que: atitudes dos especialistas de marketing de negócios e de marketing
social. Os primeiros se preocupam em preencher as necessidades e
• existe uma hostilidade à adoção do marketing desejos identificados nos mercados-alvo; preocupam-se com os lu-
como atividade comercial por parte do pesso- cros e por meio de veículos de idéias levam a mercado produtos e
al formado e empregado nas profissões ditas serviços. Os especialistas em marketing social tentam modificar atitu-
assistenciais; des ou o comportamento dos mercados-alvo, não visam ao lucro e
e as organizações sem fins lucrativos não têm seus levam as idéias a mercado, em lugar dos produtos e serviços.
objetivos expressos em termos concretos, O fato é que, tanto empresas governamentais quanto entida-
mensuráveis e geralmente não possuen1 infor- des assistenciais e filantrópicas, apesar de serem organizações sem
mações sobre lucros e perdas como as empre- fins ll1crativos, estão em constante cantata com seus mercados e de-
sas comerciais, ficando prejudicada, por essa pendem deles. Dai a. necessidade de se preocuparem com os seus
razão, a abordagem mercadológica; respectivos mercados de forma organizada e planejada. O conheci-
• a mão-de-obra do tipo de atividade desenvol- mento do marketing contribuirá para que a organização realize suas
vida em igrejas, hospitais, universidades e bi- atividades de análise, planejamento, implementação e controle de
bliotecas, por não se prestar à produção em modo a atingir seus objetivos de troca com seus mercados-alvo.
massa, impede a adoção de técnicas inovado- vVeingand, (1983) indica a edição do livro de Kotler sobre
ras de redução de custos; "Marketing para organizações que não visam o lucro" como o marco
• é mais fácil ao profissional dessas organizações significativo do despertar para. o interesse da comunidade bibli-
aprender o que precisa para adotar o otecária pela. estrutura conceitua.], visando à percepção das rela-
marketing, do que o profissional de marketing ções potenciais da aplicação das técnicas mercadológica.s nas
vencer as barreiras para ser eficiente em um unidades de informação.

66 67
3 MARKETING EM UNIDADES DE INFORMAÇÃO rias às atividades desenvolvidas pela empresa, ajudando-a a
alcançar seus objetivos. Por essa razão, é preciso uma estreita
A transposição de um sistema conceituai do setor que identificação e conhecimento, tanto da estrutura da empresa,
visa ao lucro para o setor sem fins lucrativos representa um quanto do seu pessoal, de seus produtos, de sua política, de
desafio para as unidades de informação e demais unidades de seus planos e projetos. Além disso, a autora ressalta que a
informação, bem como aos bibliotecários. Há vários pontos biblioteca deve ocupar boa posição no organogTama da em-
destacados por autores estrangeiros e brasileiros que devem presa, reportando-se diretamente ao topo da direção. Isto con-
ser observados sobre essa aplicação. tribuirá também para facilitar o necessário relacionamento
Para Weinstock (1976, vol.17, p.165-188), o essencial na com todos os setores da empresa. Echelrnan vê na aplicação
aplicação das técnicas de marketing em bibliotecas é come- do marketing a solução para o problema enfrentado pelos bi-
çar com as observações ou hipóteses baseadas na avaliação bliotecários, quando precisam convencer seus diretores de que
das necessidades e desejos dos usuários. Com base nesses es- os recursos alocados às unidades de informação são um bom
tudos, o fornecedor do produto -informação - deve decidir investimento. A maior evidência de retorno do capital inves-
que tipos e especificações de produtos se adaptam às necessi- tido nesse setor é a constatação de que o serviço de referência
dades detectadas, decidindo quanto a sua concepção, "dese- é confiável e respeitado, tanto para o pesquisador, quanto para
nho", formato e custos previstos. Deve escolher os canais de o administrador. Cada pergunta respondida rápida e correta-
distribuição e decidir que procedimentos serão adotados, trei- mente representa um bloco de construção na campanha de
nando o pessoal na realização de suas tarefas. É preciso, ain- marketing da biblioteca, segundo a concepção da autora.
da, saber quem serão os intermediários, os usuários finais do Edinger (1980), citando Kotler, alerta que os vários depar-
serviço e qual a estimativa dos benefícios, vantagens e lucros tamentos da organização devem conscientizar-se de que suas
desse produto ou serviço. ações têm um efeito significativo na capacidade da organização
Freeman & Katz (1978) destacam três pontos fundamen- de criar, conservar e satisfazer os consumidores. Esclarece sobre
tais sobre a adoção do marketing nas atividades desenvolvi- a necessidade do marketing integrado para a correta aplicação
das pelas bibliotecas. Para eles, primeiramente, é necessário do seu conceito, exemplificando de modo claro o assunto, quan-
entender sua natureza heterogênea e interdisciplinar. Consi- do se refere à biblioteca. Embora o contato direto com o usuário
deram importante, compreender a real perspectiva de sua seja feito pelo pessoal da referência, que de modo geral exerce
aplicação às organizações que não visam ao lucro. O terceiro maior influência na atitude do usuário, todo o resto da equipe da
requisito é saber reconhecer que pouco tem sido estudado, biblioteca deve também adotar urna atitude, concentrando es-
aplicado e debatido sobre o assunto, não havendo número forços para aumentar ao máximo a satisfação do usuário. Assim,
suficiente de documentos publicados que constitua literatura mesmo os que trabalham no processamento técnico devem ter a
básica para a área. preocupação de executar suas tarefas orientadas para o usuário,
Echelrnan (1974) afirma que os bibliotecários, desejosos acelerando o processamento do material, ou até, acrescentando
do reconhecimento e apoio da instituição rnantenedora da referências ao catálogo de assunto, quando se tratar de urna "en-
biblioteca, precisam estar preparados para dialogar com os trada" cuja apresentação esteja um tanto obscura.
seus superiores nos termos deles. Para ela, a finalidade da bi- Para Gwynn (1978), os conceitos básicos da aplicação
blioteca de urna empresa é provê-la de informações necessá- do marketing em bibliotecas são: a satisfação do cliente; o

68 69
conceito de troca, em lugar de venda; a responsividade da mação e propiciando a interação com o setor produtivo. Só des-
organização; o compromisso com o cons11midor, julgando-o se modo poderão ser provocadas trocas de informação onde elas
inteligente. A implementação do marketing· obedecerá, en- não existem e ser estim11ladas as trocas existentes. Isso significa
tão, a cinco etapas: sensibilizar o usuário potencial, tornando-o beneficiário do sis-
tema e incentivar o uso desse sistema de informação pelos seus
1. definição dos objetivos e metas da biblioteca, em usuários efetivos.
função da satisfação do consumidor; A implantação do marketing em sistemas de informação é
2. integração dos objetivos de marketing, atitudes e resumida por Silveira (1986) em oito diretrizes gerais:
habilidades em todas as operações da biblioteca;
3. identificação dos usuários da biblioteca e seus pú- 1. "compreenda as forças vigentes no mercado, deter-
blicos; minando as situações favoráveis para a organização;
4. descoberta das necessidades, percepções e prefe- 2. analise a organização quanto ao ambiente, estru-
rências do público; turas, estratégias, missão, programas e caracterís-
5. ser responsiva aos interesses e desejos dos usuários. ticas de produtos e serviços, delineando seus pon-
tos fortes em relação ao mercado;
Embora refiram-se as bibliotecas de faculdades de Direi- 3. defina objetivos mensuráveis e coerentes com as
to, as observações de Gwynn (1978) podem ser estendidas às oportunidades de mercado;
demais bibliotecas especializadas. Para ela, quando a biblioteca 4. assegure meios para atingir os objetivos estabele-
se preocupar em ser avaliada segundo a satisfação dos seus cli- cidos;
entes e pelo sucesso que possa obter interagindo com outros gru- 5. desenvolva programa ou estratégia de marketing
pos de impacto nas suas operações, estará começando a avaliar- que ajuste produtos e serviços às necessidades de
se sob a perspectiva de marketing. Ela reconhece, entretanto, mercados;
uma inexplicável resistência ao uso da terminologia de marketing 6. promova e divulgue produtos e serviços na quan-
tanto na descrição de objetivos e metas das bibliotecas das facul- tidade, época e condições adequadas à demanda
dades de Direito quanto no uso de padrões de marketing para para que seja consumido com a freqüência dese-
medir o sucesso dessas mesmas bibliotecas. jada;
Desde 1973, Kuehl (1973, p.46-62) considerava a utilidade 7. exerça controle contínuo sobre os objetivos defi-
da aplicação do marketing para o estudo de necessidades de nidos;
informação dos usuários ao identificar suas bases comuns com a 8. interprete os resultados obtidos pelo controle como
Ciência da Informação, no que respeita à satisfação de necessi- base para análise de desempenho, correção de
dades dos usuários, por meio da realização de trocas. eventuais deficiências e retroalimentação para o
Baseada na afirmativa de Kotler de que uma simples troca problema de marketing." (Silveira, 1986)
não é marketing, Silveira (1986) admite que sua adoção em bi-
bliotecas requer uma série de medidas gerenciais ou administra- Para Jung, aplicar as técnicas de marketing em bibliotecas
tivas, no sentido de analisar e identificar o mercado, definir es- é " averiguar o que deseja o consumidor e o que lhe convém",
tratégias mercadológicas, visando a otimização do uso da infor- (Jung, 1977) antes de produzir e oferecer. Por essa razão, ela

70 71
enfatiza a necessidade do estudo do comportamento dos usuári- ma sabe sobre os usuários em potencial. Portanto, as atividades
os e da tomada de decisão que o origina. Chama a atenção para de marketing em sistemas de informação devem:
a necessidade de o bibliotecário unir-se aos sociólogos e psicólo-
gos, visando aperfeiçoar a técnica de análise da comunidade. e "tornar o sistema ciente dos seus usuários (consu-
Oliveira (1985) lembra que para implementar um pla- midores) e das suas necessidades de informação,
no de marketing é preciso cada membro da equipe da biblio- sejam elas expressas ou não;
teca escolher os objetivos de marketing ao invés de escolher • responder àquelas necessidades com uma atuação
os objetivos profissionais. Para ele, os indivíduos com ten- de alta qualidade;
dências ao comportamento orientado para o marketing são • tornar os usuários cientes de suas próprias necessi-
os funcionários de organizações cujos administradores reco- dades de informação, de como usar os serviços
nhecem e recompensam aqueles que se interessam em desen- existentes e dos beneffcios oferecidos pelo siste-
volver sistemas responsivos e sensíveis às necessidades dos ma." (Figueiredo, 1986.)
usuários. Nas bibliotecas, onde a competência técnica é o cri-
tério utilizado para recompensas organizacionais, as pessoas Vasconcelos defende a importância da análise da situação
certamente lutarão para ser eficientes, optando pelos objeti- da relação empresa/ ambiente, definida por ela como perfil de
vos profissionais com o objetivo de alcançar melhores recom- marketing, ou diagnóstico de marketing, ou seja, uma "seqüên-
pensas pessoais. cia sistemática de análises, a fim de determinar os objetivos de
Costa, baseada em Shapiro, vê o marketing como um marketing e os procedimentos mais adequados para alcançá-los."
conjunto de instrumentos, técnicas e conceitos compatíveis. (Vasconcelos, 1985) Segundo ela, o perfil de marketing auxilia a
Ela afirma que "é sob esse enfoque que podem ser visualizadas administração de marketing, porque por meio dele é possível
com maior clareza as técnicas mercadológicas, que podem saber o que se planeja, quanto se deve planejar, para quem, onde,
ser aplicadas na área de prestação de serviços de informa- quando e como deve ser planejado o produto. Em seu artigo é
ção." (Costa, 1986,) Para ela, o plano de ação de marketing descrita a metodologia para a elaboração do perfil, que inclui os
deve considerar o produto/serviço, seu preço, seus pontos de pontos a serem questionados referentes às motivações e restri-
distribuição e sua promoção, durante todos os seus estágios ções dos bibliotecários, aos recursos da biblioteca, à relação bi-
de produção, durante e após o consumo desse produto ou blioteca/ ambiente e aos produtos e mercados.
serviço, por meio da pesquisa mercadológica. A pesquisa Vasconcelos (1985) considera indispensável a elaboração
mercadológica deve ser uma atividade de rotina com a qual do perfil de marketing, visando determinar os indicadores que
todos os componentes da organização devem se preocupar. nortearão o planejamento e a tomada de decisão com vistas a
Segundo a autora, os usuários estão se tornando cada vez mais satisfazer as necessidades dos usuários. Para ela, o desenvolvi-
exigentes e isto requer ações específicas. mento da biblioteca pode se tornar mais eficaz, pois as estratégi-
Figueiredo (1986), em sua tradução adaptada de texto do as a serem adotadas pela biblioteca em busca da solução de seus
professor Saracevic, acredita que as questões básicas, com relação problemas são facilmente selecionadas mediante o exame das
ao marketing da informação, estão ligadas tanto ao que os usuári- alternativas visualizadas. Sua afirmativa fundamenta-se no fato
os em potencial sabem sobre o sistema de informação, suas dispo- de os resultados da aplicação da metodologia do perfil de
nibilidades e potencial de serviço, quanto ao que o próprio siste- marketing permitirem a visualização dos pontos fortes e fracos,

72 73
o que propicia condições para serem aproveitados ao máximo Embora possamos gerenciar as mudanças, é preciso re-
os pontos fortes e oportunidades, sendo limitados ao mínimo os conhecer que elas são inevitáveis. Daí o comprometimento do
pontos fracos e as ameaças. marketing com o planejamento estratégico, a fim de que as
É preciso saber corno fazer a transposição desses concei- mudanças possam ser visualizadas, antecipadamente, para se-
tos para utilizá-los em unidades de informação. rem melhor administradas, utilizando-se inclusive as técnicas
Quando as unidades de informação não eram automa- de análise ambiental.
tizadas, muitos usuários mantinham seus arquivos pessoais para Outra característica da unidade de informação que apli-
buscar informações do seu interesse. Hoje, eles tem os ca o marketing seria a ênfase no lucro, não só pensando em
microcomputadores para resolver seus problemas, quando não volume, mas também o lucro que é obtido através do cresci-
confiam na biblioteca. Podemos concluir, então, que não é sim- mento e da valorização da unidade de informação mantidos
plesmente automatizando serviços que a unidade de informa- em equilíbrio.
ção passou a atender satisfatoriamente seu público. A unidade Afinal, é preciso considerar a unidade de informação como
de informação continl1ará sempre com os seus concorrentes, uma organização, uma empresa, pensando em informação como
mesmo sendo automatizada. O que ela precisa, realmente, é um bem a ser comercializado como outro qualquer. Isto não
conhecer os seus usuários para atendê-los de acordo com um impede que os usuários sejam bem atendidos e recebam as in-
conjunto de atividades e percepções. É necessário que um con- formações que necessitam. A unidade de informação precisa
junto de atividades administrativas promova o encontro, mutua- conhecer seus competidores, o meio ambiente em que está
mente satisfatório, entre as necessidades, desejos e expectativas inserida. É necessário, também, saber selecionar as oportunida-
do mercado que a unidade de informação precisa atender e os des para agir e antecipar-se, a fim de alcançar resultados positi-
objetivos organizacionais de longo prazo da própria unidade de vos, satisfazendo as necessidades de informações dos usuários,
informação. Essas atividades consistem no equilíbrio entre o in- com os recursos disponíveis.
teresse do mercado e o que a unidade de informação pode ofe- Vista como um negócio a unidade de informação precisa
recer. É o que denominamos marketing. ser uma organização flexível, para se ajustar a todas as influênci-
Quando a unidade de informação está orientada para o as do macroambiente: econôrnicas, políticas, legais, sociais, cul-
marketing, sua filosofia de atuação se volta para o atendimento, turais, demográficas, ecológicas e tecnológicas.
com ênfase na função de troca, mediante ações administrativas, O impacto tecnológico é um dos aspectos mais impor-
visando os objetivos organizacionais. tantes a ser considerado quando falamos no processo de gera-
Fundamentalmente, na unidade de informação onde se ção, processamento, armazenamento, disseminação e recupe-
aplicam as técnicas de marketing, a ênfase é dada ao mercado. ração da informação. A automação das bibliotecas deverá tra-
O mercado é constituído de usuários, que podem ser individu- zer consigo a preocupação social, econôrnica, política, cultural
ais e/ ou institucionais, de acordo com a clientela da área de que precisa ser discutida pelos bibliotecários. É preciso pensar
atuação da unidade de informação. É imprescindível não só na responsabilidade desses profissionais em relação à socieda-
conhecê-los, como saber quais são os seus interesses, percep- de brasileira. Do mesmo modo que as bibliotecas não
ções, hábitos, etc. Não bastante, a unidade de informação tem automatizadas, nas automatizadas os usuários precisam ser ori-
que acompanhar, constantemente, todas as mudanças que ocor- entados para o uso dos produtos e serviços oferecidos. A uni-
rem no meio ambiente. dade de informação precisa transmitir confiança, assegurando

75
aos seus usuários uma oferta de qualidade, sejam seus produtos comprovadas por evidências que não são observadas nas unida-
e serviços manuais ou automatizados. des de informação brasileiras, uma vez que, geralmente, essas
Neste sentido, a adoção das técnicas de marketing deve organizações não primam por buscar a satisfação aprimorada
promover o bem estar social e econômico, que implicará na sa- do objetivo do mercado-alvo e da comunidade servida por elas.
tisfação das necessidades de informação da comunidade atendi- Isto em conseqüência de não enfatizarem a mensuração de suas
da. Deve também funcionar dentro da estrutura da lei, pois se- necessidades e desejos. Além disso, a maior parte das unidades
gundo Holloway & Hancock (1973), "a dimensão legal é uma de informação brasileiras não se caracteriza pela eficiência na
das mais altamente formalizadas e complexas influências sobre formulação científica e trato das atividades que envolvem o de-
o comportamento mercadológico. Ela regula os preços, as ativi- senvolvimento do produto, nem pela determinação do seu pre-
dades competitivas, o grau de controle de mercado exercido pelas ço e no modo de sua comunicação e distribuição, como eviden-
indústrias e firmas individuais e a natureza das atividades cia o autor, referindo-se às organizações não lucrativas que ado-
promocionais, que tem, todas elas, impacto sobre a venda de tam as técnicas mercadológicas .
bens e serviços"(Holloway & Hancock, 1973). É preciso evidenciar que mesmo considerando a precária
Outro ponto a considerar é o caráter ético do marketing, adoção do marketing e as dificuldades enfrentadas por muitas
que deve estabelecer princípios e limites de sua atuação, de de nossas unidades de informação, no setor de informação bra-
forma consciente, respeitando o consumidor e o meio ambi- sileiro são observadas exceções e grandes esforços estão sendo
ente. É a sua responsabilidade social apregoada pelos autores empreendidos na tentativa de modificar essas condições .
que o defendem daqueles que pretendem rotulá-lo como anti- É claro que o marketing não pode ser considerado como
ético e ofensivo. se fosse uma caixa de truques ou de surpresas, nem mesmo
Se não houver a preocupação com o interesse da cliente- um complicado conjunto de técnicas de gerência ou fórmulas
la/ usuários, de nada adiantará o avanço tecnológico. Os produ- matemáticas mágicas. Marketing não é panacéia para todas
tos e serviços automatizados precisam respeitar e entender as as mazelas, nem a tábua de salvação do mundo. Mas todos
necessidades e exigências de qualidade, confiabilidade, respei- falam em marketing! É um modismo, como falar em qualida-
tando as pecualiaridades específicas de cada comunidade. de. Entretanto é preciso conhecer um pouco mais esse desco-
Se considerarmos os ensinamentos de Kotler (1978), um nhecido tão falado.
dos autores responsáveis pela transposição dos conceitos Segundo Cronin (1982), marketing significa fazer as per-
mercadológicos para as organizações que não visam o lucro e guntas certas sobre:
acreditarmos nas possibilidades da contribuição e utilidade do
marketing perceberemos também que apesar de muitos concor- • os objetivos da unidade de informação e da pres-
darem com essas afirmativas, o marketing não é adotado na tação dos serviços;
maioria das unidades de informação brasileiras. • as características da população usuária;
É possível essa afirmativa, pois Kotler (1978, p.24) assegu- • a qualidade da oferta;
ra que ao adotar as técnicas mercadológicas a organização se • os benefícios proporcionados à clientela.
toma mais eficaz, tanto no alcance dos seus objetivos, como na
obtenção de recursos. Ao tratar das organizações que não visam Por isso marketing necessita planejamento, comunicação,
ao lucro, de nm modo geral, pondera que essas afirmativas são treinamento para o atendimento e gerência efetiva, entre outros

76 77
requisitos. Isto significa mudança do comportamento protlssio- nomizar tempo ou dinheiro? Ajuda ou solução?
nal e empenho para que o usuário adquira a confiança na pres- Será que os profissionais da informação sabem em que
tação de um serviço de qualidade, que comprometa favoravel- "negócio" estão, uma vez que as i1nidades de informação de-
mente a reputação e a imagem do setor de informação. vem ser consideradas como tal? Além disso, é fato que a termi-
É preciso sair do imobilismo, levantar da cadeira, sair do nologia mercadológica deve ser assimilada por esses profissio-
escritório, abandonar o acervo só de livros, negligenciar rotinas nais de modo que a neg·ociação com os mantenedores seja efeti-
tradicionais e práticas antiquadas em favor do espírito de desco- va e a análise do contexto onde atuam possa ser realizada satis-
berta do mundo dos usuários, com flexibilidade de atitudes. fatoriamente.
A adoção do marketing deve permitir, não só a manuten- Independentemente do tipo de unidade de informação que
ção de recursos financeiros, como alocação cada vez maior des- seja considerado, ela deve ser vista como llID "negócio", igual a
ses recursos, alcançando a satisfação dos usuários e mantendo outro qualquer, guardando-se suas específicas peculiaridades.
satisfeita a equipe de trabalho. Se os profissionais que atuam nessas organizações agirem
É importante porém que não seja prometido aquilo que dessa maneira, poderão com maior facilidade selecionar as opor-
não pode ser oferecido, pois a expectativa frustrada é motivo de tunidades para agir e antecipar-se com as informações do inte-
perda de credibilidade. resse de seus usuários. Conseqüentemente, alcançarão resulta-
Cronin (1982) comenta que o marketing é uma filosofia dos positivos, satisfazendo a contento as necessidades de infor-
gerencial, que tem como objetivo colocar o provedor do serviço mação desses usuários e fazendo melhor uso dos recursos dispo-
de informação na direção. O prestador do serviço não precisa níveis, esteja a unidade de informação localizada em qualquer
simplesmente atender a demanda, mas sim conseguir estimular o região do mundo.
conhecimento do serviço prestado para o maior número possível A adoção das novas tecnologias deverá trazer consigo a
de usuários, buscando fora as informações necessárias capazes de preocupação social, económica, política, cultural que precisa ser
atender os usuários reais e potenciais da unidade de informação, discutida pelos profissionais que atuam no setor de informação,
levando os serviços a eles. Comparando esse serviço a uma nave, considerando as variáveis do macroambiente em que a unidade
admite que, se o profissional da informação está na direção da de informação está inserida.
nave, isto significa que ele precisa saber para onde os usuários Apesar das vantagens que justificam a adoção das técnicas
desejam ir, pois se o usuário, enquanto passageiro, for conduzido de marketing, visando tornar a unidade de informação e os bi-
para outro lugar, certamente não mais será seu passageiro. Segue bliotecários mais eficazes, existem, porém, algumas barreiras que
adiante, alertando, sobre a possibilidade de o usuário não mais a dificultam.
desejar viajar naquele tipo de nave, fazendo outra opção e
desconsiderando a nave.
Será que nós conhecemos as necessidades de informação 3.1 OBSTÁCULOS NA ADOÇÃO
dos nossos usuários? Afinal, qual é o nosso produto? Seria a in-
formação? O que o usuário vai buscar nas unidades de informa- Entre os autores estrangeiros e brasileiros há várias opini-
ção? Conhecimento? Experiência? Competência? Capacidade ões, quando são consideradas as barreiras da adoção do marketing
de realização? Compreensão da incerteza, de suas dúvidas, ou em unidades de informação.
de um caso especial? Solução de problema? Resultados para eco- Andreasen (1980) é categórico ao afirmar as vanta-

78 79
gens da adoção das técnicas de marketing, mas assevera Na opinião de Saracevic & Wood (1981, p.239-260), são
que, para aperfeiçoá-las, devem ser corrigidas as aplicações admitidas três barreiras:
errôneas do seu uso corrente, melhoradas e introduzidas
novas aplicações, a fim de que seja ampliado o âmbito de • a não inclusão do marketing como parte integTal
sua contribuição. da formação profissional do bibliotecário;
Edinger (1980) considera a adoçâo do marketing uma es· • a atitude de desconforto do bibliotecário em rela·
tratégia para a sobrevivência das bibliotecas, mas adverte quan· ção ao marketing, por considerá-lo anti-ético e
to à necessidade de mudança de atitude dos bibliotecários, que e a resistência em introduzir a comercialização dos
deverão reconhecer a prioridade no interesse dos usuários e trabalhos de informação.
conscientizar·se de que as ações de todos os departamentos da
unidade de informação devem ter um efeito significativo de cri· Explicando a timidez da comercialização dos produtos e
ar, satisfazer e conservar esses usuários. serviços agrícolas na América Latina e no Caribe, Arboleda
Weinstock (1976, vol.17, p.165-188) aponta como fontes Sepulveda (1982) argumenta:
que caracterizam as dificuldades da adoção do marketing nas
bibliotecas: e "há confusão na definição de comercialização;

• não existem políticas de mercado e ql1ando exis-


• a falta de engajamento com as solicitações, inte· tentes são aplicadas com timidez;
resses e necessidades dos usuários, cujos graus de • marketing é confundido com venda;
conhecimento ainda são relativamente baixos; •falta de conscientização dos responsáveis pelos ser·
• o ambiente subsidiado e não mercadológico em viços de informação de comercializar seus produ·
que é usada a maior parte dos produtos de infor· tos e serviços;
mação técnico-científicos; • escassez de projetos regulares de capacitação em
• a virtual impossibilidade de estimar o valor da con· técnicas de marketing aplicadas aos produtos de
tribuição dos produtos e serviços de informação informação;
para a eficiência e condução da pesquisa e desen· • po11ca informação e troca de experiências reais so-
volvimento e para o avanço das carreiras acadê- bre comercialização de produtos e serviços de in·
micas; formação na região." (Arboleda Sepulveda, 1982)
• a falta de sofisticação econômica em geral claque·
les que, em decorrência, principalmente da for· Referindo-se aos bibliotecários de faculdades de Direi·
mação em ciências humanas, não visualizam a im- to americanas, Gwynn (1978) justifica o desconhecimento da
portância do marketing; e terminologia mercadológica por eles, considerando a imagem
• o ambiente, desde as bibliotecas escolares até às esteriotipada dos profissionais de marketing como
especializadas, não ser orientado para o merca· manipuladores e coercivos, principalmente pela confusão que
do de compra e venda de produtos e serviços existe igualando-o à forte pressão de venda. Finalmente, em
de informação. relação às mesmas bibliotecas, menciona a existência entre
elas de u1n sentimento de que não é preciso ((vender", "pro-

80 81
mover" ou "usar qualquer atrativo a mais", porque o produto Biblioteconomia do Brasil, contribuindo significativamente para
oferecido é julg·ado como merecedor da apreciação de todos a tomada de decisão dos professores interessados nessa área.
os usuários que têm habilidades e motivação para usá-lo. No ambiente académico, foram defendidas sete disserta-
Conroy (1983) afirma que os gerentes de bibliotecas ções de mestrado sobre o marketing na área de Biblíoteconomia/
atentos e habilitados com os instrumentos e conceitos de Documentação/ Ciência da Informação: a de Melo (1981), em
marketiug, teoricameute pelo menos, estão melhor capacita- 1981, na Universidade Federal da Paraíba; a de Baptista (1985) e
dos a antecipar e responder às megatendências futuras apre- a de Amaral (1990), respectivamente em 1985 e 1990, na Uni-
sentadas por Naisbitt e analísadas por ela em seu estudo. Re- versidade de Brasília; a de Corita A. da Silva (Silva, 1986), em
conhece, porém, q11e é recente o seu aparecimento na litera- 1986, na Universidade Federal da Paraíba; as de Edna L. da
tura biblioteconômica e que a preparação académica para a Silva (Silva, 1987) e de Rejane Gontow (Gontow, 1990), respec-
maioria dos gerentes de bibliotecas não inclui abordagens for- tivamente em 1987 e 1990, na Universidade Federal do Rio de
mais sobre o marketing. Janeiro e em 1991, na Fundação Gehilio Vargas de São Paulo, a
A afirmação de Conroy (1983) se refere ao contexto ame- de Heitor Takashi Kato (Kato, 1991).
ricano. Referindo-se à sihiação brasileira quanto ao ensino de Em nível de doutoramento, a professora Amélia Silveira
marketing para bibliotecários, Silveira (1987, p.5) relata que a defendeu sua tese na Universidade de São Paulo sobre o marketing
Associação Brasileira de Ensino de Biblioteconomia e Documen- aplicado às bibliotecas universitárias, em 1989. (Silveira, 1989)
tação (ABEBD), em 1982, recomendou sua inclusão em nível Ao dar continuidade aos seus estudos sobre o tema, em 1991, na
de graduação, reconhecendo o pouco conhecimento do assunto Universidad Complutense de Madrid, a professora apresentou o
pelos bibliotecários e a escassez de literatura sobre o tema. Essa trabalho "Modelo de marketing directo para el Núcleo Setorial de Infor-
medida foi tomada tendo em vista reconhecer-se o crescente mação Metal Mecânica da Rede Nacional de Núcleos de Infórmação do
interesse dos bibliotecários pelo marketing. Na prática, porém, a Programa de Apoio ao desenvolvimento cientifico e tecnológico do Brasil'~
recomendação da ABEBD não foi seguida integralmente. O as- (Silveira, 1992) como conclusão de seu pós-doutoramento naque-
sunto, embora nem sempre considerado uma disciplína isolada, la universidade.
de um modo geral, faz parte do programa relativo à Organiza- Na Universidade de São Paulo, em 1989, Kardec Pinto
ção e Administração de Bibliotecas nas diversas escolas de Vallada (Vallada, 1989) defendeu sua tese de doutoramento so-
Biblioteconomia brasileiras e sua abordagem fica a critério do bre Revistas : um produto objeto e instrumento de marketing.
professor da disciplína. Costa (1986), apesar de identificar um crescente interesse
Visando diagnosticar as tendências do ensino de marketing do bibliotecário nessa adoção, enumera como obstáculos:
na Biblíoteconomia do Brasil e delinear diretrizes para o conteú-
do programático e a bibliografia de apoio de disciplinas em ní- • hostilidade do pessoal envolvido na prestação de
vel de graduação e pós-graduação, uma pesquisa foi desenvolvi- certos tipos de serviços, encarando com ceticis-
da pela professora Amélia Silveira, do Departamento de mo a sua utilídade e sua contribuição;
Biblioteconomia e Documentação da Universidade Federal de • indefinição da relação custo/benefício;
Santa Catarina. (Silveira, s.n.t.) Concluído, o estudo fornecerá • despreocupação com o aumento de produtividade e
informações sobre a situação específica do enfoque ' inexistência de literatura específica sobre
mercadológico dos cursos de graduação e pós-graduação em o assunto.
82 83
É válida a observação de Costa (1986) sobre a literatura, novidade reconhecidamente necessária, era quase um rnodis-
pois o aparecimeuto do marketing na literatura biblioteconômica mo. Muitas vezes sua abordagem foi limitada apenas ao aspecto
é recente. de promoção, como por exemplo, no estudo de Rodrigues (1980,
No Brasil, duas bibliogrnfias sobre o assunto foram clivulgadas: vol.2, p.1059-1080).
"Marketing em bibliotecas e sistemas de informação" (Silveira, 1985) Alguns trabalhos começaram a surgir, descrevendo as téc-
e a Bibliografia sobre marketing em serviços de informação em linha: nicas mercadológicas propriamente ditas e suas aplicações em
797017986 (Silveira, 1986). Dos 223 itens arTolados na primeira, unidades de informação. (Amaral, 1989; Amaral, 1990; Baptista,
somente 15 são de autores brasileiros. Das 108 referências biblio- 1988; Barbosa, 1989; Costa, 1986; Fernandes, 1983; Gaspar,
gráficas da segunda consta apenas uma citação nacional. 1986; Lima, 1986; Mobrice, 1990; Oliveira, 1985; Sacchi Jr.,
Com relação a levantamentos bibliográficos 1982; Silveira, 1987; Silveira, 1987; Silveira, 1986). Esses docu-
especializados, na área de marketing em bibliotecas universi- mentos, apesar da significativa contribuição quantitativa e qua-
tárias foi apresentada uma bibliografia por Silveira (1987) de lificativa, ainda não permitem que a literatura nacional seja
26 citações, entre as quais, um único trabalho é de autor bra- considerada expressiva.
sileiro. Essa bibliografia foi atualizada por Cunha (1988), cum- Embora o início da abordagem teórica do assunto por bra-
prindo exigência acadêmica do curso de graduação em sileiros possa ser considerado a partir de 1977, com o trabalho
Biblioteconomia da Universidade Federal de Santa Catarina. de Jung (1977), não se pode desconsiderar o livro de Martins &
Pelas próprias características da natureza do trabalho, sua cir- Ribeiro, (1972), publicado em 1972 e o trabalho de Cunha (1976),
culação foi limitada. Da bibliografia constaram 56, dos quais apresentado no VIII Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e
apenas 23 são obras nacionais. Documentação em 197.5 e publicado na Revista de Bibliote-
A análise crítica da literatura biblioteconômica brasileira conomia de Brasília em 1976 . O livro mencionado, tratou do
sobre marketing, nota-se que, após o trabalho pioneiro de Jung ''Serviço de referência e assistência aos leitores''. Àquela época, enfocou
(1977) em 1977, começaram a surgir autores como Melo (1982), de modo inovador a necessidade de a prestação dos serviços de
Pimentel (1983), Mostafa (1984), Salgado (1984) e Ferreira informação voltar-se para a filosofia, mentalidade ou conceito
(1984), apontando a necessidade da adoção das técnicas de marketing, apesar de não mencionar esse termo. O artigo de
mercadológicas. Outros autores, como Spina (1983), Spina & Cunha recomendou o estudo das técnicas de marketing para o
Klaes (1982), SacchiJr. (1982), Fernandes (1983), Cortez (198.5), aprimoramento da divulgação das publicações oficiais brasilei-
Souza (1982) e Cunha (1976) sugeriram atividades a serem de- ras, ainda que não tivesse apresentado desenvolvimento especí-
senvolvidas pelas bibliotecas, dando ênfase à importância 'es- fico do tema.
sa adoção. Esses trabalhos contribuíram para despertar o . Grande contribuição para os profissionais da informação
resse pelo tema, embora ainda não descrevessem as técnicas brasileiros foi a edição da obra ''Marketing em bibliotecas e serviços
de marketing, propriamente ditas. de informação; textos selecionados", (Marketing, 1987) em 1987 pelo
Nesse periodo, Maia (1982) descreveu a experiência do Sis- IBICT. O livro reúne traduções de artigos relevantes sobre o
tema de Bibliotecas Públicas de Santa Catarina, em 1982, comen- assunto, além de representar um avanço para vencer as dificul-
tando sobre as variáveis de marketing que influenciam o mercado. dades relativas à barreira lingüística, uma vez que grande parte
A terminologia mercadológica aplicada em unidades de da literatura do tema é em língua estrangeira. A edição esgotou-
infonnação, até então, era pouco difundida. O marketing, uma se em pouco tempo.

84 85
Com relação aos livros relacionados na bibliografia da li- ção significativa sobre a transferência dos princ1p1os
teratura biblioteconômica brasileira sobre marketing, observa- mercadológicos para o setor de informação propriamente dito,
se urna situação interessante. uma vez que as específicas sugestões sobre sinalização em uni-
O primeiro livro editado no Brasil que dedicou um capí- dades de informação são formas práticas do uso de um
tulo ao marketing de bases de dados foi o de Murilo Bastos da ferramental disponível a todos, independentemente do fato de a
Cunha (Cunha, 1984), intitulado "Bases de dados e bibliotecas brasi- administração estar orientada ou não para o marketing.
leiras", publicado em 1984. O capítulo mostra a importância da O ano de 1992 pode ser considerado significativo para a
promoção das bases de dados, destacando que na pesquisa rea- literatura biblioteconômica brasileira de marketing, posto que
lizada pelo autor ficou constatada a quase inexistência de ativi- foram publicados dois livros em Florianópolis sobre o tema. Um
dades promocionais de nossas bases. deles, porém, sobre 'Marketing directo "(Silveira, 1992), de auto-
No mesmo ano de 1984, foi divulgado aos participantes ria de Amélia Silveira, foi escrito em espanhol, por tratar-se de
do Curso Latino-americano de Informaciôn Energética, realiza- obra apresentada inicialmente à Universidad Complutense de
do no Rio de Janeiro, material de apoio ao evento, que incluía o Madrid, cumprindo exigências do programa de pós-
modulo II sobre "Marketing de sistemas de infarmación, organización doutoramento de sua autora. O oulTo livro é de autoria da mes-
y métodos y contrai de gestión" pela professora Amélia Silveira ma professora. Foi publicado pela Editora da Universidade Fe-
(Silveira, 1984). A circulação do texto ficou praticamente restri- deral de Santa Catarina e refere-se ao 'Marketing em bibliotecas
ta aos participantes e curiosamente, por tratar-se de c11rso latino- universitárias"(Silveira, 1992). A obra, editada no Brasil e escri-
americano, ainda que ministrado no Brasil, foi editado em espa- ta em português, tratou em profundidade o marketing propria-
nhol. Apesar da qualidade do conteúdo do capítulo, pelas carac- mente dito, ao abordar as técnicas mercadológicas aplicadas em
terísticas descritas não teve llm alcance expressivo. bibliotecas universitárias.
Como capítulo de livro, a Organização dos Estados Ameri- Finalmente, em 1993, o IBICT, em parceria com o
canos (OEA, 1989) apresentou a mientação para o marketing dos SENAI, contribuiu com a publicação da coletânea, intitulada
serviços de infonnação, no livro "Organização e operação de centros e "Marketing em unidades de informação: estudos brasileiros"
serviços de informação tecnológica'; editado pelo IBICT em 1989. (Marketing, 1993), que oferece ao mercado de interessados no
O livro, editado no Brasil, de autoria de Nice de Figueiredo assunto a reunião dos estudos brasileiros significativos da lite-
(Figueiredo, 1990), sob o título 'Metodologias para promoção do uso da ratura biblioteconômica, segundo critérios adotados pelas
informação: técnicas aplicadas particularmente em bibliotecas uni- organizadoras. A obra foi composta em três partes: estudos de
versitárias e especializadas'', em 1990, também dedicou um capítu- literatura, estudos pioneiros e estudos selecionados, totalizando
lo ao marketing de sistemas de informação, da página 123 a 137. 16 trabalhos. Sobre a literatura biblioteconômica brasileira de
O primeiro livro brasileiro sobre ''Marketing em bibliotecas marketing, dois estudos podem ser destacados, o de Silveira
e centros de docunzentação"(Cortez, 1985) foi editado pela prôpria (1993) e o de Amaral (1996).
autora em 1985. O texto valoriza a contribuição do marketing O estudo de Silveira (1993) abrange os trabalhos de ju-
para essas organizações, embora não discuta o marketing como lho de 1977 a julho de 1992, quanto aos aspectos quantitati-
mientação administrativa. Apresenta sugestões interessantes para vos e qualitativos.
os que desejam melhorar o ambiente das bibliotecas e centros O de Amaral (1996) teve como objetivo principal fazer
de documentação. Apesar disso, não se constitui em contribui- uma análise para verificar a representatividade da coletânea so-

86 87
bre ''Marketing em unidades de informação: estudos brasileiros", con- cumentação, realizado em Belo Horizonte, em 1994, apenas um
siderando os trabalhos nela incluídos, a partir de uma análise, trabalho sobre marketing, informação e bibliotecas foi apresen·
comparaudo os itens arrolados na bibliogTafia da produção bra- tado por Lima (1994).
sileira desse tipo de literatura, levantada pela autora e os itens Em Campinas realizou-se em outubro de 1994 o II Ciclo de
incluídos na coletânea. Marketing e Relações Públicas em Bibliotecas. Apesar de dedicar
A análise comparativa realizada por Amaral evidenciou espaço exclusivo ao tema, os anais do evento não foram publicados.
quantitativamente a representatividade da coletânea em relação O tema Biblioteconomia e marketing foi escolhido pelos
à totalidade da bibliografia abrangente da literatura estudantes que organizaram de 23 a 29 de julho de 1995, no Rio
biblioteconômica brasileira de marketing, como resultado de um de Janeiro, o XVIII Encontro Nacional dos Estudantes de
levantamento bibliogTáfico, de 97 itens, cobrindo o período de Biblioteconomia e Documentação.
1972 até 1994, que segue em anexo (Anexo 1: Bibliografia Entretanto, Pimentel (1983) adverte que a adoção do
biblioteconômica brasileira de marketing: produção até 1994). marketing nas atividades da biblioteca requer novos gran·
A escassez literária ficou comprovada, uma vez que em des compromissos, mudanças na filosofia de trabalho e no·
termos quautitativos a produção literária brasileira de 1972 a 1994, vas abordagens ao planejamento que poderão revelar gran·
ainda que levantada de modo mais abrangente, incluindo traba- des deficiências no desempenho, falhas na rotina, conflitos
lhos de brasileiros publicados fora do Brasil, atingiu um total de inesperados e políticas básicas obsoletas. Essas mudanças são
itens inferior a uma centena, embora expresse a produção brasi- difíceis, porque encontram resistência para mudar hábitos
leira mais atualizada e completa sobre o assunto. já consolidados.
Todavia, o interesse sobre o assunto vem aumentando pro- Oliveira (1994) admite que os bibliotecários ainda não
gressivamente, surgindo vá1ios cursos específicos sobre marketing compreenderam, totalmente, a relevância da adoção dessas
para bibliotecários. técnicas nas atividades da biblioteca. Ele justifica a relutância
Muitos eventos (congressos, seminários, encontros, etc.) es- desses profissionais, afirmando que muitos confundem o
tão reservando espaço para a inclusão desse tema. No II e no III marketing com relações públicas, promoção, propaganda e
Encontro Nacional de Biblioteconomia e Informática, realizados publicidade e não entendem o verdadeiro conceito da rela-
em Brasília, respectivamente, em 1986 e 1988, por exemplo, foram ção de troca que deve existir. Considera que existem muitos
reservados painéis para a discussão do assunto, tendo sido publica- bibliotecários interpretando os interesses de sua clientela à
dos nos anais (Encontro, 1986 e Encontro, 1988) dos eventos os luz dos seus próprios interesses. Segundo ele, há várias bibli-
trabalhos (Costa, 1986; Cortez, 1986; Figueiredo, 1986; Lma, 1986; otecas funcionando para atender aos interesses dos bibliote·
Queiroz, 1986; Amaral, 1990 e Mobrice, 1990) apresentados. cárias e não o dos usuários. Observa também que, para al-
Entre os subtemas do XV Congresso Brasileiro de guns bibliotecários, submeter-se aos desejos do público signi·
Biblioteconomia e Documentação, realizado no Rio de Janeiro, fica perder "status", desvalorizando-se como profissional. Ex·
em 1989, figurava o marketing. Durante o evento foram organi- plica, assim, o interesse desses profissionais em determinar
zadas uma sessão técnica de trabalhos livres (Amaral, 1989; Bar- quais devam ser os produtos da biblioteca e como deve ser o
bosa, 1989; Carvalho & Perota, 1989) e uma mesa redonda com acesso a eles.
a participação de renomados especialistas no assunto. Resta-nos questionar as razões da não adoção dessas téc·
No XVII Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Do· nicas. Válias perguntas poderão ser formuladas e talvez váiios

88 89
f~
!
1
sejam os motivos e justificativas, apontados como barreiras ou : mercadológicas pelos profissionais que ahrnm no setor brasilei-
obstáculos para a adoção das técnicas mercadológicas no setor ro da informação?
de informação brasileiro. Podemos indagar: Vencendo as dificuldades encontradas, paulatinamente, a
adoção do marketing pelas unidades de informação vai adqui-
• os bibliotecários e demais profissionais da infor- rindo cada vez mais adeptos.
mação atuantes no setor não acreditam nas van-
tagens dessa adoção;
• o marketing é considerado anti-ético; 3.2 RAZÕES PARA A APLICAÇÃO
• os profissionais não reconhecem a prioridade de
satisfazer os interesses, desejos e expectativas dos Leerburger (1982, p.4), considerando a biblioteca um elemen-
usuários, no que se refere à informação; to essencial ao desenvolvimento da sociedade, afuma que, ao aplicar
• considerando~se o conhecimento que encerra1n em as técnicas de marketing em bibliotecas, estamos "vendendo" uma
si, os produtos e serviços de informação são julga- rede crescente de comunicações que têm respondido às questões da
dos pelos seus próprios méritos como sendo me- ciência, da tecnologia, dos negócios e das humanidades. Segundo
recedores da apreciação dos usuários, indepen- ele, nenhum outro organismo social encontra tamanha multiplicidade
dentemente da necessidade de promoção de uso; de atuação ao atender às necessidades de usuários.
• o conhecimento desses profissionais sobre Em última instãncia, portanto, essa aplicação em unida-
marketing não é satisfatório; des de informação é o marketing de idéias e do livre fluxo de
• a formação profissional dos bibliotecários brasilei- informações a todos os segmentos de uma sociedade. É o
ros não enfatiza as técnicas mercadológicas; marketing de toda uma herança cultural e intelectual de uma
• a literatura biblioteconómica brasileira sobre o tema comunidade, preservando o baluarte de uma sociedade
é escassa; esclarecida, informada e livre.
• não existe suficiente fundamentação teórica sobre Citando Nina Root, diretora da biblioteca do American
a adoção do marketing em unidades de informa- Museum ofNatural History, Leerburger (1982, p.106) evidencia
ção brasileiras; a importância do uso das técnicas de marketing para promover
• a gratuidade da maior parte dos produtos e servi- essa organização. Ele acredita que o caminho para mostrar a
ços de informação não estimula o desenvolvimen- força e a importância de uma biblioteca às pessoas responsáveis
to dessas técnicas; pela sua manutenção é mantê-la em um alto grau de visibilida-
• tradição e não estímulo à comercialização de pro- de, conservando-a em evidência. Nina Root sempre escreve ar-
dutos e serviços de informação; tigos sobre a biblioteca do museu, tanto nas publicações daquela
0
não existe conhecimento teórico suficiente sobre instituição quanto nas da própria biblioteca, dando notícias so-
o valor e a economia da informação? bre as atividades desenvolvidas.
Shapiro (1980) lembra que o marketing não é uma pana-
céia para todos os males da biblioteca, mas sua conh·ibuiçâo po-
Qual ou quais desses questionamentos teriam a responsa-
derá ser proveitosa, principalmente ao mudar a tradicional ofer-
bilidade pela não adoção em escala satisfatória das técnicas

90 91
f1
ta de serviços, tornando-a diferente com a abordagern
1 Sterngold ( 1982.) destaca que a efetividade do desempe-
rnercadológica. De acordo com a sua opinião, o marketing é nho das bibliotecas especializadas está ligada à capacidade das
urna atitude , urna abordagem e um conjunto de técnicas e con- mesmas de se alinharem aos objetivos e atividades da institui-
ceitos compatíveis. 1 ção mantenedora, visando maximizar sua contribuição. Agin-
Escolar Sobriiío (1970) vê o marketing corno um auxiliar no j do assim, as bibliotecas especializadas ganharão credibilidade,
planejarnento bibliotecário capaz de "determinar e satisfazer os ! influência e apoio. De acordo com o autor, essas bibliotecas
desejos dos usuários, de forma que se maximize a rentabilidade · l devem, conscientemente, escolher como se posicionar no seu
do capital investido. É a arte. de conseguir, depois de analisar 0 i próprio mercado. Esse posicionamento refere-se ao processo
mercado, o produto idóneo para as pessoas determinadas, ao pre- 1 de tomar duas importantes decisões, das quais as atividades de
ço conveniente, mantendo-as informadas de sua existência medi- .·'l!l
marketing· serão derivadas. Primeiramente, decidir para qual
ante as técnicas de promoção, chegando a elas por meio dos ca- grupo de usuários (mercado-alvo) deverão ser direcionados os
nais de distribuição, para conseguir a h·ansferência ou venda com programas e serviços de marketing. Em seguida, avaliar as ne-
melhor aproveitamento do produto por parte do consumidor." 1 cessidades de informação em que a biblioteca concentrar-se-á
Wood (1984) ressalta a "ajuda que o marketing pode dar aos 1 para servi-lo. Ambas as decisões só podem ser tornadas com
bibliotecários e ao pessoal de informação, no sentido de melhorar 1 base no acurado entendimento das prioridades e objetivos da
sua reputação, tanto dentro das instituições, quanto corno profissão . instituição rnantenedora e conseqüenternente nos objetivos e
dentro da sociedade." Para o autor, existe urna insistente crítica aos capacitação das próprias bibliotecas. Paralelamente, os outros
bibliotecários, considerando-se a biblioteca urna carga financeira grupos de usuários também devem ser atendidos, apesar de
para sua instituição e a aplicação das técnicas de marketing pode não se constituírem nos alvos das atividades de marketing con-
contribuir, promovendo uma melhor imagem da biblioteca. centrado. Planejando-se essas decisões conforme as necessida-
Andreasen (1980) afirma que o marketing é extremamen- des prioritárias da instituição rnantenedora, podem ser con-
te útil aos bibliotecários no esforço empreendido por esses pro- centrados os recursos e os esforços para o alcance da máxima
fissionais no sentido de expandir o mercado rnantenedor, asse- efetividade.
gurar outras formas de apoio financeiro e introduzir inovações Num estudo sobre a comercialização de produtos e ser-
na biblioteca. Todavia, considera necessário o aperfeiçoamento viços de informação, Arboleda Sepulveda (1982) arrola como
da aplicação dessas técnicas. vantag·ens da venda desses materiais:
Edinger (1980) defende o marketing dos serviços da bibli-
oteca, para que essa organização possa "atingir um maior núme- • "uso mais eficiente da informação existente, evi-
ro de usuários potenciais, encorajar o uso dos seus recursos e tando com maior margem de segurança a dupli-
trabalhar no sentido de se tornar fonte de informação indispen- cação de esforços;
sável para a comunidade." • redução substancial dos custos e tempo requeri-
Dragon & Leisner (1983) justificam o interesse pelo dos para conseguir informação e dados desejados;
marketing· por parte dos bibliotecários, corno uma tentativa • agilização dos procedimentos, diminuição dos pro-
de buscar modelos mais adequados para satisfazer as neces- blemas de busca na literatura;
sidades de suas comunidades, por meio das suas atividades • dados mais confiáveis e oportunos em diferentes
profissionais. formas;

92 93
• provisão de instrumentos de acesso a diferentes toricamente) bibliotecas públicas, universitárias, escolares e
fontes de informação nacionais e internacionais." especializadas foram consideradas ('boas coisas'~
A interpretação da afirmativa da autora pode ser consi-
Entretanto, segundo ele (Arboleda Sepulveda, 1982), derada também no contexto brasileiro, se imaginarmos que mes-
para conseguir sucesso com a comercialização dos seus pro- mo tendo adquirido diferentes posições em diferentes contex-
dutos e serviços, as bibliotecas precisariam adotar os seguin- tos, americano e brasileiro, historicamente gastar com biblio-
tes critérios: tecas poderia ser considerado um gasto necessário, que pudes-
se dispensar grandes explicações, exigências ou justificativas
• maior preocupação com a efetividade do que com por tratar-se de causa justa.
a eficiência; Weingand (1995), continuando sua análise do contexto
0
aumentar sua competência e controle de custos; americano, admite que hoje as bibliotecas se defrontam com
• inelhorar seu relacionamento com as agências
a situação de precisarem ter subscrições da comunidade para
sobreviverem, permitindo que grupos de colaboradores pos-
financiadoras;
sam cooperar propiciando condições impossíveis de serem
• definir quem são os seus clientes e qual é a sua
assumidas individualmente, levando as bibliotecas a gosta-
política;
rem dessa relação positiva e confortável com seus usuários.
e interessar-se mais pelos problemas dos usuários;
Entretanto ela ressalta o quanto é difícil sustentar esse tipo de
• definir concretamente seus objetivos;
relacionamento.
0 delimitar suas metas;
Quando se refere às bibliotecas universitárias brasileiras,
• avaliar os resultados esperados com relação aos
Silveira (1987, vol.1, p.517-526) defende o plano de marketing
objetivos propostos; integrado ao planejarnento estratégico da universidade, norteado
• avaliar o uso dos produtos e serviços oferecidos e pelas diretrizes e políticas do governo. A autora acredita que
• ver a biblioteca corno urna empresa. essa é a maneira de transformar as bibliotecas universitárias em
verdadeiras fontes de informação a serviço do ensino superior e
Weingand (1995) defende que o efetivo uso das estratégi- da sociedade. Segundo ela, devem ser observadas as poten-
as de marketing pode ser a solução para o sucesso das unida- cialidades e limitações em função da demanda informacional de
des de informação de hoje, repensando-se suas posições e adap- seus mercados, sendo abandonadas as excessivas preocupações
tando suas operações para um funcionamento efetivo em um com as minúcias e os detalhes do processamento técnico.
novo ambiente em tempos de restrições econõrnicas, mudan- Apontando as principais razões para a aplicação dessas
ças sociais, inovações tecnológicas. A autora alerta que quando técnicas, Baptista (1988) assegura que o marketing:
essas forças atingem a estabilidade financeira e social, os exe- 0
"fornece um conjunt~, de técnicas e instrumentos
cutivos aprendem rapidamente a analisar onde o dinheiro está amplamente testados para identificação das ne-
sendo gasto e que tipo de gastos podem proporcionar maiores cessidades, desejos e preferências do usuário;
benefícios. Em tempos passados, o suporte financeiro às uni- • força um questionamento sobre o 'i·elacionarnen-
dades de informação era baseado em princípios diferentes. to da biblioteca com o seu público; 1
Referindo-se ao contexto americano, Weingand afirma que his- • favorece a relação de troca (relação bilateral), fa-

94 95

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zendo com que a biblioteca ofereça produtos ba- 1


viços de informação;
seados na necessidade dos usuários e obtenha, 0
a existência de mercados inexplorados;
mediante o uso, o reconhecimento pelo seu tra- • a crescente competitividade na oferta de serviços
balho; de informação;
• incentiva a comunicação, válida principalmente • a necessidade de justificar a existência ou supe-
para os não-11suá:rios, fazendo com que a equipe rar a competição;
da biblioteca saia do seu imobilismo tradicional; • a necessidade de avaliação dos serviços ofere-
• ocasiona maior aceitação da biblioteca, atraindo cidos
novos recursos, na medida em que a biblioteca • maior preocupação com o grau de satisfação do
for vista como peça fundamental para a satisfa- usuário.
ção do usuário."
A autora afirma que, apesar de algumas diferenças
Baptista (1988) defende a estratégia de marketing para conceituais entre produtos tangíveis e serviços - cuja princi-
derrubar barreiras entre bibliotecas e usuários. Em sua abor- pal característica é a intangibilidade - não haverá problemas
dagem há uma determinação de mudanças de atitudes, tan- que impeçam essa aplicação na área de serviços, desde que
to da parte do usuário em relação à biblioteca, quanto da sejam feitas as adaptações às peculiaridades inerentes ao se-
biblioteca em relação ao usuário, é um processo que envol- tor e que sejam bastante conhecidos os aspectos relaciona-
ve todos os participantes do sistema. dos ao que se propõe ofertar e ao mercado que se pretende
Corita A. da Silva (Silva, 1986) concorda com Baptista atingir.
(1985), afirmando ainda que essa adoção permitirá uma ação Melo (1981 e 1982) justifica o emprego do marketing
racional em direção ao usuário, tendo como objetivo princi- para melhor divulgação da biblioteca, conscientizando os
pal a sua satisfação. Ela e Edna L. da Silva (1987) vê em o usuários sobre o valor que ela representa e auxiliando na
marketing como instrumento auxiliar do planejamento em "venda" de seus produtos, além de contribuir na atração de
biblioteca. seu público.
Referindo-se aos bibliotecários, Costa (1986) concluiu Em seu trabalho apresentado no XII Congresso Brasi-
que esses profissionais têm procurado na adoção do leiro de Biblioteconomia e Documentação, Fernandes (1983)
marketing um mecanismo de auto-valorização, segundo ela, expôs seu ponto de vista para justificar o marketing nas ati-
vencendo a passividade denotada pelo perfil profissional e vidades da biblioteca, enfocando os pontos observados por
despertando, aos poucos, para as mudanças sofridas nos ser- Melo. Entretanto, ressalta o papel que as associações e con-
viços de informação. A autora relaciona diferentes razões selhos de classe deveriam assumir no trabalho de
para justificar o interesse na utilização do marketing na área conscientização dos profissionais, usando as técnicas de pro-
de serviços: moção com o objetivo de divulgar a importância da infor-
mação para o indivíduo e as instituições.
• subutilização dos serviços; As razões apontadas pelos autores estrangeiros e bra-
• a retração da demanda em alguns setores; sileiros citados evidenciam a constante necessidade de incu-
• a necessidade de divulgação e adequação dos ser- tir um verdadeiro profissionalismo naqueles que trabalham
96 97
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1

em bibliotecas, reconhecendo a importância da informa- PONTO DE PARTIDA ÓRIENTAÇAO PARA ORIENTAÇAO PARA
ção como insumo básico das atividades desenvolvidas, sem O PRODUTO MARKETING
Atitude da biblioteca Concentra-se na Ajusta-se às
descuidar da prioridade que deve ser dada ao usuário como em relação aos geração do necessidades
consumidor dos produtos e serviços oferecidos nessas or- usuários produto/serviço de informacionais dos
..
ganizações. Trata-se de um profissionalismo caracterizado informação usuanos
Enfoque em relação Espera as solicítações Se antecipa, levando
pela postura de respeito às atividades desenvolvidas , en- aos usuários dos usuários as informações aos
tendendo o verdadeiro papel social, político, educacional, usuários
informacional e cultural do profissional da informação que Relação com os Instrumental (a mais Relação aberta e de
usuários breve possível) disponibilidade em
vai além da preocupação com as regras do processamento auxiliar
técnico, sem menosprezá-las. Reconhece a necessidade do Prazo para obtenção Depende do Depende das
tratamento eficiente da coleção, focalizando priori- do produto/serviço processamento e da atividades dos usuários
aauisicão
tariamente o usuário.
Oferta de Limitada ao que se Aberta ao exterior e
A adoção do marketing em unidades de informação produto/serviço encontra sobre o segundo o enfoque
é vista como uma forma de valorizar o profissional da in- assunto específico
Inovação Direcionada para a Permite um melhor
formação, melhorando a sua imagem mediante o uso apro- redução dos custos de serviço aos usuários
priado de técnicas para fazer trocas adequadas, quebran- oroducão
do barreiras na comunicação entre biblioteca e usuários Atitude frente aos A biblioteca oferece A biblioteca se esforça
para melhor satisfazer as necessidades desses usuários. Por produtos e serviços apenas o que produz em produzir o que deve
oferecer
que não adotar o marketing nas unidades de informação Avaliação das Limitadas Informação ampla e
brasileiras? necessidades de principalmente aos multivariada
informacão documentos impressos
Retroalimentação do Em função sobretudo Em função sobretudo
produto/serviço da eficiência da eficácia em relação
ooeraciona! aos usuários

4 ADMINISTRAÇÃO DA UNIDADE DE INFORMA-


Fig. 1: Diferenças entre a administração da biblioteca orientada para o produto e para o
ÇÃO ORIENTADA PARA O MARKETING marketing, seg. Savard.

Na administração da unidade de informação orientada para


Ao decidir adotar uma administração orientada para o o marketing, tanto a análise quanto a segmentação de mercado,
marketing, o gerente da unidade de informação deve ter cons- a análise do consumidor, o composto de marketing e a auditoria
ciência de sua responsabilidade nesse processo. Há diferen- de marketing podem ser utilizadas pelo gerente da unidade de
ças fundamentais entre a administração orientada para o pro- informação. Essas técnicas se aplicam perfeitamente às unida-
duto e a orientada para o marketing. A figura 1 corresponde a des de informação brasileiras, seja qual for o seu tipo: nacional,
um quadro traduzido do original apresentado pelo professor universitária, escolar, especializada, pública, infanto-juvenil, hos-
Savard (1988, p.17), que elucida os diferentes enfoques entre pitalar, penitenciária, ou outro. Em qualquer unidade de infor-
esses tipos de administração. mação contribuirá na identificação do público a ser atendido,

98 99
suas necessidades e diferenciados hábitos de uso de informação, individuais de idade, sexo, formação profissional, local de re-
resguardadas as peculiaridades de cada tipo de organização. sidência ou outras características pessoais de origem psicoló-
Assim, são apresentadas a seguir algumas considerações sobre gicas ou sociológicas. Em função dessas variáveis pode-se fa-
as etapas de análise e segmentação de mercado, análise do con- zer a segmentação de mercado.
sumidor, composto mercadológico e auditoria de marketing em A segmentação do mercado constitui a segunda etapa
unidades de informação. da análise de mercado. Consiste na identificação de suas par-
tes diferentes e significativas. De acordo com as variáveis de
segmentação utilizadas, são identificados os diversos segmen-
4.1 ANÁLISE E SEGMENTAÇÁO DE MERCADO tos do mercado que a unidade de informação atende (usuári-
os atuais) ou possa vir a atender (usuários potenciais).
Segundo Kotler (1978, p.38), "mercado é um grupo distinto O segmento de mercado, na concepção de Me Kay
de pessoas e/ ou organizações que têm recursos que querem trocar (1977, p.107), é um grupo de compradores com características
ou que poderão concebivelmente trocar por benefícios distintos''. semelhantes ou relacionadas, que têm necessidades e desejos
Kotler (1978, p.106) considera a análise de mercado como comuns, que responderão a motivações semelhantes e de que
o pré-requisito essencial na ação eficaz de marketing, visando se pode esperar a compra de um produto ou serviço que pre-
organizar, construir, manter ou revitalizar uma demanda. encha suas necessidades e desejos comuns.
A segmentação de mercado eficaz, segundo Kotler &
Com base nessas afirmativas, Weinstock (1978, vol.17,
Bloom (1988, p.137), depende da sua mensurabilidade, acessibi-
p.165-188) defende que, ao aplicar o conceito de marketing em
lidade, importãncia e possibilidade de ação. A mensurabilidade
bibliotecas, inicialmente é preciso o conhecimento do negócio,
refere-se ao grau de informação sobre as características específi-
fazendo-se um inventário do mesmo, proc11rando entender sua
cas do mercado da unidade de informação. A acessibilidade
arena em profundidade, desenvolvendo sua visão e estabelecendo
dependerá do grau em que os segmentos de mercado possam
a sua imagem, definindo seu escopo. Só então deverá ser feita a
ser eficazmente atingidos ou atendidos por ela. A condição da
análise e a segmentação do mercado para o planejamento e o
importância diz respeito ao grau em que os segmentos da unida-
desenvolvimento do novo produto.
de de informação sejam significativos para serem considerados
Analisar a estrutura do mercado exige primeiramente que
como objetivos distintos de marketing. A possibilidade de ação
se tenha a sua definição, determinando seus membros atuais e
é o grau em que programas eficazes poderão ser formulados pela
potenciais. O mercado da unidade de informação é consf·'uí-
unidade de informação para atingir e atender seus segmentos.
do pelos usuários atuais ou reais, aqueles que a utilizam e l s
Há várias formas utilizadas para segmentar um merca-
usuários potenciais. Esses últimos são os que podem ser atendi- do. A proposta de Halperin (1981) para bibliotecas é usar:
dos por ela, mas não a utilizam, preferindo usar outras fontes
de informação. Existe ainda o chamado não-mercado, consti- • variáveis geográficas (localização do usuário),
tuído pelos usuários que não têm interesse nem a usam. •variáveis demográficas (idade, sexo, renda, etc.),
A análise do mercado verificará a existência de níveis • variáveis psicográficas (status, estilo de vida, etc.),
diferentes de interesses e necessidades de informação entre • taxação de produtos e serviços (preço),
os consumidores, de acordo com as suas próprias diferenças • atitudes (relacionadas aos produtos ou serviços

100 101
quanto aos seus benefícios, volume de uso, leal- pree11dimento e conseqüentemente valorizará a
dade à inarca, etc.), unidade de informação na instituição. É uma for-
• tipo de clientes (governo, indústria, indivíduo, etc.). ma de concentrar esforços nos resultados de mai-
or impacto;
Massey (1976) afirma que o objetivo essencial da 3) marketing diferenciado - a unidade de informa-
segmentação é ver a demanda para os serviços e mostrar como ção decide operar em dois ou mais segmentos do
podem ser feitos ajustamentos racionais e precisos com o intuito seu mercado, desenvolvendo produtos e/ ou pro-
de melhor atender às necessidades dos consumidores. gramas de marketing distintos para cada um. As
Condous (1983) considera importante que a biblioteca re- ofertas da unidade de informação são adequadas
conheça, a partir da segmentação de mercado, como é formada a cada segmento, dos quais ela espera lealdade,
a comunidade que deverá ser atendida por ela, determinando o obtendo maior impacto dos segmentos atingidos,
seu principal mercado, ou seja, seu mercado-alvo. Segundo visando conseguir urna sólida posição com o re-
Condous (1983), uma das maiores falhas das bibliotecas é pen- conhecimento favorável ao seu desempenho.
sar que trabalham para 100% de sua população durante 100%
do seu tempo. A escolha da estratégia adequada deve considerar os fato-
Kotler (1978, p.120) enumera três estratégias alternativas res específicos de cada unidade de informação, isto é, os recur-
para os segmentos de mercado, que podem ser adotadas pelas sos disponíveis, a homog·eneidade ou não do seu mercado e os
org·anizações, de acordo com seus interesses: marketing não di- seus concorrentes. A unidade de informação poderá optar inici-
ferenciado, concentrado e diferenciado. Utilizando essa classifi- almente por urna estratégia e modificá-la ao detectar alterações
cação em unidades de informação temos: nas suas condições para realizá-las.
Mattews (1983) defende a estratégia de marketing diferen-
1) marketing não diferenciado ou marketing de massa ciado, alegando, quando o gerente da biblioteca analisa grupos
- a unidade de informação não faz a segmentação distintos, que suas condições para identificação de necessidades
de mercado e age corno se sua oferta possuísse um específicas são melhores, podendo ele desenvolver planos para
grande e idêntico ah·ativo para todos; atender necessidades definidas. No seu entendimento, isto re-
2) marketing concentrado - a unidade de informa- presentará um estímulo ao uso dos recursos da biblioteca. A au-
ção resolve dividir o seu mercado em segmentos tora recomenda:
significativos e dedica o principal esforço de
marketing a um segmento. É o caso da unidade 0
classificar usuários atuais e potenciais e as priori-
de informação especializada de urna empresa que dades de suas necessidades de informação;
decide oferecer o atendimento especial no servi- • identificar os benefícios que os membros do gru-
ço de fornecimento de cópias para determinado po buscam (economizar recursos na compra de
projeto, considerado da maior importância pela livros, ganhar tempo com a rapidez na obtenção
empresa, ve1ificando-se a obtenção de documen- de dados);
tos como fundamental para sua execução. O ser- • avaliar as características significativas de cada mer-
viço contribuirá para o sucesso do referido em- cado-alvo ( idade, estilos de vida, escolaridade,

102 103
tamanho do grupo-alvo, onde se localiza, etc.) e 4.2 ANÁLISE DO CONSUMIDOR
identificar os competidores;
• isolar aspectos ambientais que possam interferir A análise do consumidor é outra parte da análise de merca-
sobre o grupo, tais como, fatores econômicos, po- do. São as informações mais atualizadas possíveis sobre as neces-
líticos, sociais e outros; sidades, percepções, preferências e satisfações dos consumidores
• decidir sobre o número de grnpos-alvo que a bibli- no mercado, conforme a posição assumida pela organização.
oteca tem condições de atender ou atrair, definir e Aplicando à unidade de informação as afirmações de
descrever cada segmento que for selecionado. Kotler (1978), depois que os seus mercados-alvo forem determi-
nados, é preciso que a unidade de informação compreenda as
Oliveira (1985) considera difícil a tarefa de segmentação. pessoas que compõem esses mercados.
Em virtude dessa opinião, acredita que a maimia dos bibliotecá- Conhecer e interpretar as necessidades do consumidor é
rios não aplica essa técnica e age com maior freqüência confor-
um princípio fundamental, quando se adota urna administração
me o que "acham que os usuários precisam e querem."
orientada para o marketing. Ao transferir esse princípio para o
Silveira (1986) afirma que o próprio serviço de informa-
ambiente do setor de informação no Brasil, pode-se admitir urna
ção a ser oferecido pela biblioteca poderá dar indícios das me-
significativa contribuição do marketing, desde que os bibliote-
lhores variáveis para a segmentação. Argumenta dessa maneira,
cários brasileiros aprendam a realizar estudos de usuários com
com base na advertência de Campomar (1981), ao dizer que as
enfoque rnercadológico, adotando as técnicas de análise, pes-
variáveis de segmentação devem ser definidas e utilizadas à
quisa e segmentação de mercado e de análise do consumidor,
medida que proporcionam resoluções para o problema em foco.
confonne descritas anteriormente.
A partir da segmentação de mercado são escolhidos os
Saracevic & Wood (1981, p.239-260) consideram que
segmentos com os quais a biblioteca se relacionará, obtendo-se
um estudo do mercado da informação pode ser considerado
assim o posicionamento do mercado.
um estudo de usuários com possíveis adições ou ênfase nos
Silveira (1986) defende o relacionamento com o mercado
aspectos de limitações económicas, corno também no teste
como fator de melhor identificação de suas necessidades, defi-
de produtos e serviços alternativos. Para os autores, a identifi-
nindo-se a sua exigência de acordo com o que o mercado quer,
cação da comunidade de usuários é uma das fases da análise
com que objetivo ou porque ele o quer, como está organizado
do mercado.
ou quem deseja o serviço. Dessa forma, são encontrados os sub-
sídios necessários para melhor satisfazer a demanda e as ativida- De acordo com Hannabuss (1983), a configuração da
des podem ser planejadas, fazendo-se melhor uso das verbas biblioteca como um sistema aberto, permitindo o contato di-
disponíveis, de acordo com a dimensão do mercado e dos seus reto com a sua equipe de trabalho pode gerar uma
objetivos definidos. retroalimentação, propiciando condições favoráveis à reali-
Somente após as etapas da análise da estrutura do mercado, zação da análise do consumidor.
da sua segmentação, do relacionamento e posicionamento da uni- Bellardo & Waldhart (1977) destacam que a análise dos
dade de informação com relação a esse mercado é que, por meio consumidores realizada antes do lançamento de um produto ou
da sua harmonização, pode-se conciliar o programa de marketing serviço de informação contribuirá para ampliar sua aceitação,
com os diferentes segmentos servidos pela unidade de informação. tornando a demanda mais positiva.

104 105
A visão de Kuehl (1973, p.46-62) sobre a identificação das mentas podem ser os mais diversos. Caixas de sugestões, car-
necessidades de informação dos usuários é promovê-la, respon- tões de avaliação de serviços, entrevistas, estudos de opiniões
dendo às seguintes questões-chave: são alguns deles. A opção entre um ou outro se dá conforme as
condições e disponibilidades da unidade de informação. O im-
0
"como e quando os gTupos de usuários reconhe- portante é ouvir as sugestões e opiniões dos consumidores. É
cem suas necessidades de serviços e produtos de levando-as em consideração que a unidade de informação po-
informação; derá ajustar, constantemente, sua oferta de produtos e serviços e
• quais as circunstâncias e atividades que caracteri- alcançar o nível de satisfação desejado no atendimento às neces-
zam o processo da busca externa dos usuários sidades dos seus usuários.
pelos produtos e serviços de informação; Nas unidades de informação brasileiras, o consumidor pre-
• como são avaliadas as fontes competidoras pelos cisa ser considerado com especial atenção, observando-se todos
usuários; os aspectos abordados. Parte dos recursos mantenedores das
• quais os fatores relativos ao comportamento que ca- organizações públicas são provenientes das contribuições dos
racterizam o acesso às atuais fontes de informação; cidadãos brasileiros. Só esse fato seria suficiente para ressaltar a
0
as variáveis relativas ao uso posterior afetam asa- importância da qualidade do atendimento satisfatório aos usuá-
tisfação do usuário com as fontes utilizadas? " rios, admitindo-os como contribuintes mantenedores dessas or-
ganizações. A qualidade do atendimento a que os usuários fa-
Oldman (1977), endossando o ponto de vista de Kuehl zem jus só poderá ser alcançada, observando-se as peculiarida-
(1973), enfatiza a adoção das técnicas de análise do consumidor, des da análise do consumidor, segundo suas necessidades
como efetiva contribuição para o entendimento da tomada de informacionais, percepções e preferências.
decisão do usuário, como consumidor de informação. Ela discu- Basicamente, segundo Kotler (1978, p.136), são quatro os
te os benefícios que a biblioteca pode obter, adotando uma polí- atributos objetivos que uma organização precisa para estabele-
tica mais orientada para o usuário, explorando o contexto da cer a análise do consumidor: as necessidades, percepções, as
necessidade de informação, ao levar em conta a considerável preferências e a satisfação dos consumidores.
influência das expectativas dos usuários em relação ao produto Assim, a análise do consumidor, deve se vista como o melhor
final que lhes é oferecido. entendimento do processo de obtenção da informação sobre o usuá-
É percebido, então, que existe uma significativa relação rio, mediante a compreensão do comportamento da sociedade bra-
entre alguns aspectos das ciências do comportamento com as sileira e da discussão dos aspectos relacionados a sua evolução.
decisões a serem tomadas em marketing. Entender o consumi- O processo de evolução da sociedade pode ser observado
dor e seu comportamento exige conhecimentos sobre processos por diversos enfoques: político, social, legal, demográfico,
sensoriais e perceptivos, aprendizagem, memória, emoção, mo- tecnológico e cultural. Na presente abordagem, as atenções se-
tivação, cognição, percepção, atitudes, fatores culturais e sociais. rão voltadas para os aspectos culturais, sociais e psicológicos,
A unidade de informação precisa ser sensível aos proble- relacionando o indivíduo, "comprador"/ "consumidor" de um
mas do seu público. Isto é demonstrado por meio do interesse produto ou serviço de informação na sociedade brasileira. O
em coletar e analisar sistematicamente informações dos consu- enfoque político do estudo da sociedade brasileira será aborda-
midores sobre os produtos e serviços oferecidos. Os procedi- do com referência à atuação do bibliotecário no Brasil.

106 107

L
Assim, os usuários das unidades de informação brasileiras correlatas), públicas (veículos de comunicação de massa), e ex-
passam a ser considerados consumidores brasileiros do setor de perimentais (experimentando um pouco um serviço). A exten-
informação, considerando-se a visão dos estudos de usuários corn são da busca dependerá da intensidade que a pessoa julgar ne-
enfoque mercadológico. cessária, da quantidade inicial de informação disponível e dos
O estudo do comportamento do indivíduo é essencial para custos e benefícios associados à busca que forem percebidos.
a realização da análise do consumidor. São estudos que tratam Por isso, é importante que o bibliotecário compreenda o proces-
de como e por que os consumidores escolhem, engajam, contra- so de busca de informações realizado pelo consnmidor.
tam, mantém, comissionam, se comprometem com a prestação Após a exposição de uma mensagem, o indivíduo poderá
de um serviço, compram, pagam ou tomam decisões. ter sua atenção despertada, poderá desenvolver sua compreen-
A tomada de decisão é complexa. Segundo Lovellock & são e/ ou sua retenção da informação exposta. Atenção é o pro-
Weinberg (1984, p.68-73), compõe-se de cinco estágios: reconhe- cesso de tomar nota de toda ou parte da mensagem, comunica-
cimento do problema, processamento de informações, avalia- ção ou de outro estímulo. Compreensão é a interpretação do
ção de alternativas, escolha e resultado da escolha. indivíduo para a mensagem ou estímulo. Retenção refere-se à
O reconhecimento ou identificação da necessidade ou pro- informação retida na memória. A nova informação pode ser usa-
blema pode ser motivado por um estímulo interno ou externo, da em relação ao processo conente ou a uma escolha futura,
porque a necessidade pode ser causada por sugestões internas podendo ser influenciada por crenças, avaliações e comporta-
ou externas. É difícil determinar com precisão quando se con- mentos em relação a uma alternativa.
clui o reconhecimento específico do problema ou necessidade e A exposição de um consumidor à informação ou outro
quando começa o processamento, envolvendo a pesquisa e ex- estímulo é seletiva. As pessoas reagem de maneiras diferentes,
posição das informações e o processo mental de percepção, in- conforme suas experiências passadas, suas crenças, medos, ansi-
terpretação, organização e retenção dessas informações. edades e necessidades. Atenção, percepção e retenção são pro-
A busca da informação pode ser acidental ou deliberada. cessos seletivos. As pessoas podem ter percepção vigilante, per-
O tipo de informação desejada varia de acordo com o estágio do cebendo as informações e decidindo convenientemente, ou po-
processo de decisão do consumidor. Uma vez identificada a ne- dem ter percepção defensiva, interpretando as informações de
cessidade, o consumidor pode ou não buscar mais informações modo deturpado.
sobre a maneira de satisfazê-la. A busca adicional pode ser evi- A avaliação das alternativas envolve diferentes critérios
tada, se o comprador perceber a necessidade como relativamente de necessidades, crenças, atitudes e intenções. Na avaliação das
insignificante, ou se não for encontrado em disponibilidade ne- alternativas realizada pelo consumidor são considerados e exa-
nhum outro serviço que o satisfaça. minados os atributos de fornecedores alternativos do serviço
Se a busca for adiante, pode tomar a forma ilimitada cha- oferecido. A importância dada aos atributos examinados é re-
mada "atenção intensificadd', quando a pessoa se torna mais re- lativa, pois depeude de julgamento, sendo difícil saber os pe-
ceptiva a mensagens relativas a um serviço. Pode ser denomina- sos dos atributos segundo critérios, procedimentos e crenças
da "busca afetiva de informação", quando envolve a coleta intenci- de cada avaliador.
onal de dados a partir de fontes que podem ser caracterizadas A escolha refere-se à opção pelo produto/ serviço ofertado,
como pessoais (família, amig·os, vizinhos), comerciais (propagan- ou uso/compra prop1iamente ditos. Depois de usado/comprado o
da, vendedores, associações profissionais, profissionais de áreas produto/serviço, a avaliação deve continuar. Esta fase é conhecida

108 109
no setor lucrativo como pós-compra, quando o usuário pode avali- cursos para promoção podem ser melhor orientados. Entretan-
ar os resultados do uso ou da compra efetuada. No setor de infor- to, vários fatores podem exercer influência sobre os indivíduos
mação, as avaliações não acontecem sistemática e freqüentemente. na compra de serviços profissionais.
De um modo geral, não há muita preocupação com as avaliações. Segundo o modelo de Kotler & Bloom (1988, p.113), apre-
No esforço para reduzir a grande incerteza na tomada de sentado a seguir, o comportamento pode variar de acordo com a
decisão, as pessoas tendem a procurar informações com aqueles influência de fatores culturais (cultura, subcultura, classe social),
qne tenham tomado decisões semelhantes. Familiares, amigos, sociais (grupos de referência, família, papéis e diferentes status),
colegas e outras fontes dignas de confiança se envolvem na deci- pessoais (idade e estágio do ciclo de vida, ocupação, condições
são tomada por nma pessoa. Os participantes de uma decisão económicas, estilo de vida, personalidade e auto-conceito) e psi-
são categorizados por Kotler & Bloom (1988, p.112) em: cológicos (motivação, percepção, aprendizagem, crenças e atitu-
des). Analistas de mercado deverão identificar os fatores mais
• iniciador - pessoa que primeiramente sugere ou tem importantes e julgar seu impacto relativo à tomada de decisão.
a idéia de comprar nrn determinado produto/ser-
viço; Culturais
Sociais
• influenciador - pessoa cujos pontos de vista ou con-
Pessoais
selhos têm algum peso na tomada de decisão final; Cultura
Grupos de
Psicológicas
referência Idade e estágio
• tomador de decisão - pessoa que determina parte do ciclo de vida Motivação
ou total de uma decisão de uso/ compra, se usar/ Ocupação
Percepção
comprar, o que usar/comprar, como usar/com- Subcultura Família Condições COMPRADOR
econâmícas Aprendizagem
prar, ou onde usar/ comprar; Estilo de vida Crenças e
• comprador - pessoa que efetua a compra real; Papéis e atitudes
Personalidade
diferentes e autoconceito
• usuário - pessoa(s) que recebe(m) o produto/serviço. Classe social
status

No setor de informação brasileiro, a comercialização dos pro-


dutos e serviços ainda é nrna prática incipiente. Tal fato porém, não
deve impedir que essa abordagem seja desconsiderada, pois a trans- Figura 2
ferência dos princípios utilizados para outros produtos e serviços Modelo detalhado das características que influenciam o comprador. (seg. Kotler&Bloom)

podem auxiliar na difusão das práticas comercia.is da informação. No modelo de Kotler & Bloom (1988, p.113), as caracterís-
Ao analisar a categorização proposta, nota-se que é co- ticas culturais referem-se à cultura, subcultura e classe social e
mum o próprio usuário comprar, receber e usar o produto/ser- podem ter efeitos sutis ou extremamente importantes sobre a
viço. Por sua vez, o iniciador, o influenciador e o tomador de tomada de decisão. Para melhor entendimento desses aspectos
decisão também não foram destacados ou merecedores de estu- com referência aos consun1idores de informação, a influência
dos aprofundados pelos que atuam no setor da informação. da classe social será enfocada na abordagem social.
Kotler & Bloom (1988, p.113) afirmam que quando sedes- Segundo Bliss (1978, p.17-18), a maior parte do que aconte-
cobre quem desempenha estes papéis, o delineamento do servi- ce no mercado tem significação cultural. A cultura é o ambiente
ço, a criação das mensagens promocionais e a alocação de re- humano que liga o homem ao seu meio natural. Os bazares, as

l
110 111
cações que se acham por trás do comportamento e dos objetos,
feiras, os centro,:, de comércio dos tempos primitivos, retratados
uma sociedade exibe sua cultura.
em livros de História e tratados de Antropologia, são tanto parte
A cultura brasileira sofreu grande influência de sua forma-
da cultura, quanto os eventos políticos e religiosos. Os tipos de
ção colonial e neocolonial. Gomes (1983), em seus estudos so-
bens comercializados, o sistema monetário usado, os 1nétodos
bre biblioteca e sociedade, considera que, em relação às biblio-
de negociação e os acordos contratuais refletem a formação cul-
tecas, a cl1ltura brasileira é "importada, alienada e alienante, ca-
tural de uma sociedade. Lir isso, a abordagem cultural assume
racterística das sociedades dominadas."
ampla perspectiva .
O Brasil, em sua grande extensão territorial reflete uma
A definição de cultura é complexa, mas pode-se conside-
cultura que não oferece condições favoráveis ao uso das unida-
rar que "a essência da cultura de um gTupo é que os valores
des de informação. É preciso evidenciar o número insuficiente
subjacentes e os padrões de comportamento do dia-a-dia se de-
de bibliotecas brasileiras e o descaso das autoridades governa-
senvolvem para conseguir valores que são tidos como certos,
mentais com os problemas relacionados a essas organizações.
embora alguns membros do grupo com uma perspectiva dife-
De tal ordem é a precariedade desse setor, que o ''.Anuário Esta-
rente possam desviar-se da norma''. (Bliss, 1978, p.19)
tístico do Brasil'; publicado pela Fundação Instituto Brasileiro de
Cada sociedade desenvolve o ajustamento com seu am-
Geografia e Estatística, responsável pela divulgação dos dados
biente diferentemente de outras sociedades. Na sociedade onde
' estatísticos oficiais, não mencionam nenhum tipo de informa-
se acredite que as enchentes, secas, pestes e moléstias são cau-
ção sobre as bibliotecas brasileiras, na edição relativa ao ano de
sadas por forças sobrenaturais, de acordo com a vontade dos
1990, impressa em 1991 (Anuário, 1991). A ausência dessas in-
deuses, é natural entender que os povos realizem festas, sacrifí-
formações retrata a falta de interesse governamental no assunto.
cios cerimónias e rituais com a finalidade de apaziguar esses
'
deuses. Quando as sociedades considerarem tais acontecimen-
Como o número de unidades de informação não é suficien-
te, os problemas começam com a quase inexistência da biblioteca
tos como resultado de forças naturais, certamente desenvolve-
escolar, onde a figura do bibliotecário nem sempre é registrada. A
rão as ciências agrônomas, meteorológicas e médicas para en-
infra-estrutura informacional brasileira é precária. A educação das
frentar tais situações. De cada sociedade é extraído um padrão
crianças brasileiras carece de maior atenção. O hábito de leitura
de comportamento socialmente aceito. As cerimónias e símbo-
precisa ser desenvolvido, preparando nossos estudantes para a
los, o vestuário e equipamento, as preces e o medicamento, os
pesquisa, desenvolvendo o raciocínio e a criatividade. A relação
fertilizantes e os espantalhos nos campos, tudo faz parte de um
natural da biblioteca com a escola facilita o desenvolvimento do
comportamento padronizado empregado pelo homem na ten-
senso crítico e da estrutura lógica do pensamento, permitindo a
tativa para lidar com as forças do ambiente, sociais e naturais,
interpretação de textos. Esse aprendizado prepara adequadamen-
que o ameaçam. Isto não significa que todos os padrões sejam
te o aluno para a universidade, onde a familiaridade com a bibli-
transmitidos, mas aqueles que forem transmitidos formarão a
oteca devia ser rotina. Por sua vez, a formação acadêmica do bi-
base da cultura.
bliotecário brasileiro deve propiciar oportunidades favoráveis ao
Contudo, para os que pertencem à mesma cultura, as coi-
desenvolvimento do perfil desse agente de mudanças necessário
sas e eventos têm um sabor especial. De acordo com cada cultu-
à evolução da nossa sociedade.
ra, os objetos podem ter diferentes significados: água pode ser
Assim as diferenças culturais devem ser observadas e respei-
água benta, gato preto pode ser má sorte, uma canção pode ~er
tadas adequando-se a forma de interação da unidade de informa-
o hino nacional, vaca pode ser um animal sagTado. Nas s1gmfi-
113
112

L
ção com seus usuádos. Isto quer dizer que a necessidade e o consu- As diferenças culturais podem ser distintamente observa-
mo de informação também serão diferentes em fünção dos aspec- das quando são feitas comparações entre países. Essas compara-
tos culturais e devem ser buscadas metodologias apropdadas para ções tornam-se relevantes quando são comparados consumido-
cada tipo de cultura, de modo que na análise do consnmidor sejam res de informação de diversos países. As peculiaridades de cada
utilizados os métodos e técnicas apropriados para a melhor capta- país se acentuam e se configuram nitidamente, distinguindo os
ção, obtenção e interpretação dos anseios e necessidades de infor- consumidores de acordo com sua tradição cultural específica.
mação dos usuádos que compõem o mercado a ser atendido pelas Uma abordagem cultural deve enfocar os valores
diferentes unidades de informação. A atuação dessas organizações subjacentes, normas e tabus que dão significado às vidas dos
na execução dos estudos de usuádos será mais efetiva na medida membros de uma sociedade e determinam o clima global de
que for compreendido o comportamento da sociedade brasileira e suas atividades.
discutidos os aspectos relacionados a sua evolução. Da mesma forma que foram considerados significativos
Entretanto, a cultura de uma sociedade não é comparti- os aspectos culturais para a busca de metodologias apropria-
lhada por todos os indivíduos. De fato, grandes grupos podem das ao desenvolvimento de estudos de usuários de unidades
ter padrões de comportamento, modos de vida, maneira de fa- de informação brasileiras sob a ótica mercadológica, as
lar e religião que os colocam à parte (Bliss, 1978, p.22). subculturas devem ser observadas, contribuindo para o apri-
As subculturas modernas são numerosas. A velha elite da moramento da interação das unidades de informação e seus
riqueza, o "cafésociety", o "jetsef', os jovens dos 13 aos 19 anos, os usuários. Com certeza haverá influência de subculturas nos
grupos minoritários e os estudantes, para mencionar alguns, são interesses, necessidades, hábitos de busca de informação que
considerados por certos cientistas como subculturas separadas deverão ser conhecidos. Por que não verificar, por exemplo,
da corrente principal de estilo de vida da vasta classe média. as diferentes reações das diversas subculturas pesquisadas em
Algumas das categorias citadas representam contraculturas, com uma comunidade atendida pela unidade de informação e os
valores e padrões de comportamento que colidem frente a fren- papéis e categorias propostas por Kotler & Bloom (1988, p.113)
te com a cultura predominante. Elas procuram substituir o que apresentado nesse trabalho?
"está estabelecido". Contudo há comportamentos fora dos padrões Além desses aspectos, como a sociedade tem a ver com a
aceitas, que no entanto são "tolerados" pela sociedade em geral, comunidade em seu todo, os ensinamentos sociológicos também
como prostituição, jogo, câmbio negrn etc. (Bliss, 1978, p.22-23) podem auxiliar no entendimento dessa abordagem. O principal
É difícil saber o limite de desvio em padrões de comporta- interesse da sociologia está no indivíduo em relação a outros, no
mento tolerado por uma sociedade. Em tempos de mudança, a indivíduo em relação a grupos e no inter-relacionamento de gru-
tensão cultural admitida é um teste de complexa resposta, pois pos. Assim podemos estudar a abordagem social.
há muitas variáveis em questão. O comportamento de compra sofre a influência das caracte-
Com toda a dificuldade de definir o termo precisamente, listicas sociais dos grupos sociais, grupos de referência e da família,
o conceito de cultura indica que há grandes quantidades de pes- que representam status capazes de moldar o processo de compra.
soas parecidas em costumes, linguagem, rituais e, ainda assim, São referentes a essas áreas os ensinamentos sociológicos de maior
diferem nitidamente de seus vizinhos, que por sua vez são seme- interesse para fündamentação teódca da análise do consumidor.
lhantes entre si, por mais que os casos incertos ou os grupos Os antropólogos e sociólogos centram sua atenção no es-
marginais possam enevoar o quadro. tudo de unidades sociais maiores. Os antropólogos culturais in-

114 115

L
teressam-se pela sociedade como um todo. Os sociólogos estu-
r
1 se pode pensar em ler, se não se tem o que comer. Os menos
dam os agregados, geralmente grupos menores do que a comu- favorecidos, de um modo geral, julgam-se indignos de freqüen-
nidade, porém maiores do que os indivíduos, ou sejam as classes tar ambientes como o das unidades de informação, considera-
sociais, multidões, famílias e instituições específicas. dos por eles sofisticados.
As classes sociais determinam seus padrões de comporta- Muito daquilo que fazemos pode ser visto fluindo natural-
mento aparentemente diferenciais e seus estilos de vida. Os gTu- mente do ambiente que nos cerca. Agimos de maneira que, em
pos de referência assumiram proeminência na pesquisa geral, faz sentido para nossos amigos, vizinhos, colegas de trabalho
mercadológica pela influência exercida sobre a estrutura de va- e possivelmente até mesmo para nossos inimigos. Mas nem todo
lores, atitudes e padrões de comportamento do indivíduo. Sob comportamento é explicável por referência aos estímulos que têm
todos os aspectos, a importância da família é destacada, pois ela origem em eventos e às pessoas que o cercam (Bliss, 1978, p.53).
se constitui no núcleo básico de qualquer sociedade. O uso da expressão "grupo de referêncid' surgiu em grande
No setor cuja atividade visa ao lucro são realizados diver- parte para explicar o comportamento de indivíduos que pareciam
sos estudos sobre atitudes diferenciais por classe em relação a desviar-se do que se esperava, dado seu ambiente comum imedia-
tipos e qualidades de produto. Segundo Bliss (1978, p.37-52), exis- to. Em qualquer grupo há uma grande probabilidade de que algu-
tem pesquisas indicando que as pessoas da camada mais alta da mas ações de certos indivíduos e até de todas as ações de outros
classe média tendem a gastar uma proporção maior de sua ren- sobressaiam. De que maneira surgiu este desvio das normas que
da em habitação, suprimentos domésticos e diversões culturais parecem caracterizar o grupo? Quem está tentando impressionar
do que a classe mais baixa. Essa última gasta uma proporção quem? Essas pergnntas não são facilmente respondidas.
maior em alimentos, esportes e prazeres imediatos. Há três espécies de grupos de referência: gTupos que pro-
Os gerentes de marketing interessados no relacionamento porcionam pontos de comparação ao fazerem auto-avaliações e
entre classe social e aceitação de um novo produto consideram julgamentos; grupos cujo quadro de referência é adotado para
relevantes esses estudos. conduta e grupos aos quais uma pessoa aspira pertencer.
Os estudiosos do assunto aceitam a idéia que um produto Os grupos de referência podem ser grupos aos quais um
deve ser compatível com os padrões correntes de vida e realçam indivíduo está afiliado e mantém interação frente a frente, ou
que a aptidão para consumir é tão importante quanto o desejo podem estar a certa distância e serem conhecidos somente por
de consumir. Como exemplo, referem-se a mulher que nunca intermédio de televisão e outros veículos de massa, palavra que
teve uma mesinha de centro em sua casa. Assim, a11tes de ser corre de boca em boca, reputação pública e assim por diante.
estimulada a desejar a mesinha, é preciso que a mulher apn -1a Em suma, a afiliação a um grupo não é essencial para seu uso
o modo de usar a mesinha e como se comportar diante dela. como grupo de referência, nem é necessário que uma pessoa aspire
Transferindo-se o caso para o setor de informação no Bra- pertencer a ele. Contudo, os grupos aos quais uma pessoa aspire
sil, pode-se verificar a influência das classes sociais em relação pertencer podem ser fortes grupos de referência. Da mesma manei-
ao uso, freqüência de uso e hábitos relacionados à leitura e uni- ra, há categorias ou coletividades dispersas que não possuem quase
dades de informação. Se a má distribuição de renda no Brasil nenhuma das características de um grupo e cujos membros podem
aumenta cada vez mais a proporção das classes menos ser até desconhecidos, e que servem como um "grupo" de referên-
favorecidas, é fácil compreender que nessas classes o hábito de cia e definem a situação de modo a influir no comportamento atu-
leitura e o desejo de freqüentar bibliotecas não seja comum. Não al. "Avant-guardd', "líder da modd', "a nova esquerdd', "liberal antiqua-

116 117
f J

do" são categorias ou imagens que vêm à mente em tal contexto. i vista funcional, usando seus conceitos na análise de compor-
Certas pessoas são até mesmo influenciadas por um intangível de tamento de mercado.
tal espécie como "posteridade", por exemplo. No Brasil, a importância da informação para o desenvol-
Os conceitos de grupo de referência não têm sido tão im- vimento do indivíduo e da sociedade como um todo é assunto
portantes em pesquisa de marketing quanto os conceitos psico- que desperta grande interesse. Observa-se, entretanto que o se-
lógicos tais como motivação e atitude. tor de informação não é considerado como relevante o suficien-
No setor de informação é importante observar os chama- te para receber o devido apoio das autoridades governamentais.
dos "colégios invisíveis" e os "gatekeepers". Cada área específica do Diante de nossa realidade tão diversificada e dos problemas a
conhecimento mantém seus conhecidos especialistas e "experts", serem resolvidos, outros setores recebem maior apoio governa-
que detêm respeitável conhecimento do assunto restrito ao seu mental e as unidades de informação não são reconhecidas em
domínio e entre eles funciona uma cadeia de troca de informa- alto nível de prioridade. Conseqüentemente são desconhecidos
ções. Em cada área, peculiaridades diversas caracterizam o con- o objetivo e as funções das unidades de informação. Não são
texto desses canais informais de comunicação. O estudo do fun- destinados suficientes recursos financeiros a essas organizações.
cionamento desses canais pode ser considerado relevante para a São poucas as nossas livrarias. É fraco o comércio de livros, cujos
análise do consumidor brasileiro do setor de informação. preços são acessíveis a uma pequena faixa da população. Muitos
A família persiste porque cumpre diversas necessidades analfabetos e pobres integram essa população, cujas condições
societárias que não estão aos cuidados de qualquer outras insti- de vida deixam a desejar.
tuições sociais, religiosas, políticas ou económicas. Os estudos As famílias pobres somam dezenas de milhões e os pro-
de Gouldner apud Bliss (1978, p.71), explicam que essas fun- blemas sociais aumentam dia-a-dia. Os menores começam a
ções são: reprodução, socialização, localização e afeição, em- trabalhar em tenra idade para ajudar no sustento da família, a
bora na concepção de Goode apud Bliss (1978, p.71), sejam alimentação não é adequada. As crianças crescem
consideradas como: reprodução, localização de status, manu- despreparadas para enfrentar a vida. Cansadas das dificulda-
tenção emocional e controles sociais, inclusive o sexual. Todas des do campo, as famílias transferem-se para as grandes cida-
as funções, mesmo quando as categorizações são diferentes, des, na esperança de dias melhores. Lá, as dificuldades aumen-
convergem para produzir um indivíduo e mantê-lo em ação. tam. Desempregados, e sem condições de moradia e sobrevi-
Sejam quais forem suas funções, a família é uma ins- vência o êxodo rural contribui para aumentar a marginalidade
tituição básica da sociedade. Ela socializa e humaniza os e a violência nas grandes cidades.
seus membros, determinando em grande parte quem vive Com a descrição desse quadro nâo se pode esperar que os
onde e com quem, estabelecendo linhas descendentes e de usuários brasileiros sejam freqüentadores assíduos de unidades
propriedade e transmitindo valores culturais de uma gera- de informação. Ainda assim, na análise do consumidor brasilei-
ção para a outra. ro do setor de informação poderiam ser desenvolvidos estudos
O interesse dos especialistas de marketing na família para verificar em determinadas comunidades a importância da
como instituição social está direcionado ao ciclo de vida da influência da família no consumo e uso da informação.
família, sua mobilidade, a tomada de decisão dentro da famí- Quanto aos papéis e diferentes status, observa-se que, em
lia e as taxas de formação de novas famílias. A literatura soci- quase todas as sociedades e na brasileira como outras mais, mui-
ológica sobre a família tem sido apreciada sob o ponto de tos indivíduos tentam melhorar seu status social, procurando

118 119
t
dentistas, advogados, médicos ou outros profissionais utilizados 1 tintos', "traços' ou "impulsos', que se baseavam nas necessidades
por pessoas célebres ou de projeção. do corpo relativas à alimento, água, sexo etc. Acrescentavam
O termo status exprime a idéia de que diferentes posições nessa relação as "emoçõd' como o medo e a raiva. Hoje há duas
em um grupo ou sociedade apresentam diferentes valores para principais abordagens para a motivação: a motivação se firma
o grupo da sociedade. Posições que têm maior valor ou nível ern necessidades viscerais básicas ou se inclina mais para as for-
mais alto consideram-se de status mais elevado. Por isso, toda ças sociais e a h1teração com o ambiente, baseando-se em uma
função social ou papel social desempenhado por um indivíduo série mais ou menos ampla de situações interpessoais.
leva associado certo status, corno posição socialmente classifi- As pessoas diferem não apenas em sua capacidade, mas
cada. Assim, o papel social é o padrão de comportamento que também em sua motivação ou vontade. A motivação depende
se espera de pessoas que ocupam um determinado status. A da força de seus motivos, que são definidos como necessidades,
estrutura social é um sistema organizado de papéis ou funções desejos ou impulsos no interior do indivíduo. Os motivos são
sociais, que definem as relações entre gTupos e indivíduos. dirigidos para objetivos e podem ser conscientes ou inconscien-
Desta forma, na análise do consumidor brasileiro do setor tes. Eles são os "porquês' do comportamento, que excitam e man-
de informação, por mais discriminativo que possa ser considera- têm a atividade, determinando a direção geral do comportamento
do o status, em determinados ambientes organizacionais onde de um indivíduo.
ele é valorizado, a formalidade no tratamento deve ser respeita- De acordo com Maslow apud Hersey & Blanchard (1977,
da e o status do usuário pode ser um indicativo para a p.71) as necessidades humanas foram estudadas,
segmentação do mercado. hierarquizadas e categorizadas em: fisiológicas, de segurança,
Com relação à abordagem psicológica, idade, estágio do sociais, de estima e auto-realização. Logo, as necessidades fi-
ciclo de vida, ocupação profissional, condições económicas, es- siológicas corno alimento, roupa, abrigo, tendem a ter força
tilo de vida, personalidade e auto-conceito são características mais alta até serem satisfeitas, pois são básicas para manuten-
pessoais que podem afetar a compra e por isso podem ser ob- ção da vida. Quando essas necessidades são atendidas, outros
servadas também na análise do consumidor brasileiro do setor níveis se tornam importantes, passando a motivar e dominar
de informação. Elas diferenciam os indivíduos entre si e aju- o comportamento do indivíduo.
dam a categorizá-los, podendo servir como base para a Os estudos sobre motivação podem responder às pergun-
segmentação do mercado. tas do tipo "que faz as pessoas usarem, freqüentarern ou não as
Além dessas, as características psicológicas do indivíduo unidades de informação?" Entretanto, as pessoas são complexas
também podem exercer grande influência no processo de com- e as respostas podem não ser tão simples, pois dependem de
pra ou uso da informação, pois as pessoas variam em suas motiva- pesquisas mais detalhadas sobre motivação.
ções, percepções, padrões de aprendizagem, crenças e atitudes. A respeito da percepção, de modo algum esse assunto pode
Embora os psicólogos saibam que o indivíduo não vive ser considerado simples. As figuras em movimento corno as ci-
sozinho, os estudos psicológicos se concentram no indivíduo. nematográficas, por exemplo, nada mais são do que uma série
Há quatro ternas de estudo da psicologia muito relacionados e de figuras estáticas. Do mesmo modo, o bastão em um copo
de gTande interesse para a análise do consumidor: motivação, com água não está torto como aparentemente se mostra. Acon-
percepção, aprendizagem e atitude. tece que "vemos as coisas" dessa maneira. Cada pessoa vê um
Os primeiros estudos sobre motivação relacionavam "ins- objeto de acordo com a sua percepção, focalizando de acordo
120 121
com os seus interesses pessoais e estrutura de valores as caracte- algo semelhante. Os questionamentos se multiplicam. Nos
rísticas consideradas relevantes e desconsiderando, ou tratando últimos anos a direção do relacionamento entre atitude e
simplesmente como pano de fundo tudo que estiver em desa- comportamento tem sido objeto de muita discussão: será
cordo com esses mesmos interesses. que urna mudança em atitude modifica comportamento ou
A percepção é o processo pelo qual o indivíduo recebe estí- uma mudança em comportamento muda atitudes, ou ambas
mulos e lhes dá sentido, baseado em memórias de aprendizados, as questões ocorrem?
expectativas, fantasias, crenças, afüudes e sua personalidade. · Na análise do consumidor brasileiro do setor de informa-
Alguns estudiosos consideram importante a mecânica da ção, respostas a essas perguntas são importantes, quando se pen-
percepção e concentram-se no estudo da fisiologia dos instru- sa em aumentar o uso e freqüência às unidades de informação.
mentos sensoriais e na estrutura dos sentidos. Estudam a manei- Ao se tratar esse assunto, pensa-se em mudança social. Trata-se
ra de os olhos, ouvidos, nariz e pele coletarem e transmitirem os de um esforço que deve ser organizado pelo profissional da in-
estímulos. Outros dão maior peso â parte em que o indivíduo formação, considerado como agente da mudança, urna vez que
como ser humano desempenha nesse processo. deverá convencer os usuários a freqüentar e usar os produtos e
Embora a percepçâo tenha em seu núcleo dados sensori- serviços ofertados pelas unidades de informação, modificando
ais, ela exerce um papel central no processo cognitivo e no raci- ou abandonando atitudes, idéias, práticas e comportamentos. Nes-
ocínio. Logo, está intimamente relacionada com a aprendiza- se sentido, os estudos sobre a percepção e sua relação com a
gem, que é o processo de formar o aparelho do raciocínio. O aprendizagem poderão propiciar as condições favoráveis ao su-
problema básico em compreender esse processo é descobrir cesso da mudança pretendida.
como e sob que condições o comportamento é dirigido de um Ao abordar aspectos relacionados à mudança deve-se con-
modo de preferência a outro. Este é o interesse do pessoal de siderar o enfoque político. No âmbito da Ciência Política, o rela-
marketing: saber como ocorre a aprendizagem, visando melhor cionamento dessa ciência com o marketing no setor de informa-
interpretar as razões pelas quais uma pessoa aprende a gostar de ção está estritamente ligado ao comportamento do bibliotecá-
um produto; de que modo aprende a passar de uma marca para rio. Qual seria o auxílio teórico ou analítico dessa ciência para a
outra e assim por diante. compreensão dos problemas de marketing relacionados à análi-
No setor de informação no Brasil, os consumidores po- se do consumidor?
dem ser observados com o mesmo enfoque, para responder per- Na análise do consumidor brasileiro do setor de informa-
guntas: por que o usuário aprendeu a apreciar ou não um deter- ção, a abordagem política não diz respeito às características que
minado produto /serviço de informação; ou por que aprendeu a possam influenciar o comportamento do usuário. A tomada de
usar outros canais de informação, desconsiderando as unidades decisão envolve aspectos políticos de grande interesse, não para
de informação? o entendimento do comportamento do usuário, mas sim para a
Com referência às atitudes, existe urna necessidade compreensão do comportamento do bibliotecário.
permanente em saber o que as pessoas pensam ou qual sua O bibliotecário precisa admitir que se a tornada de deci-
atitude relativa a novos produtos, velhos produtos, mar- são é política, cada vez mais refletirá o poder político. Daí a
cas, preços, campanhas de promoção etc. O importante em importância da articulação política dos profissionais do setor
muitos casos é reconhecer se as atitudes são fortes ou fra- de informação. É preciso conscientizar os políticos das necessi-
cas) mutáveis ou estáveis, constantes ou não freqüentes, ou dades, expectativas e anseios do setor de informação para que
122 123
as decisões políticas venham corresponder ao esperado. Afi- na1, talvez fosse possível diminuir o número de não-usuários
nal, maior atenção para as unidades de informação, apoio à das unidades de informação brasileiras.
infra-estrutura informacional, incentivo à formação e aperfei- A partir da exposição do terna, volta-se ao
çoamento profissional, mais recursos financeiros para o setor questionamento dos estudos de usuários realizados pelos bi-
são alguns dos benefícios que poderão ser conquistados ern bliotecários brasileiros e ficam várias perguntas a serem res-
conseqüência do empenho dos bibliotecários junto aos políti- pondidas. Indagar sempre as mesmas questões, cujas respos-
cos. A força da conotação política, se forem conseguidas es- tas após análise não implicam modificações no atendimento,
sas pretensões, resultará em melhores perspectivas para os nem servem para indicar alterações significativas na oferta de
usuários. Por sua vez, os usuários devem ser motivados pelos produtos e serviços de informação têm algum valor? De que
bibliotecários, para apresentarem suas reivindicações junto adiantam as estatísticas que mostram uma avaliação quantita-
aos políticos, reforçando as reivindicações apresentadas pe- tiva de empréstimos e consultas sem evidenciar aspectos qua-
los profissionais do setor de informação. litativos do serviço prestado que possam auxiliar na política
Segundo Bliss (1978, p.155-162), os conceitos de poder, de desenvolvimento das coleções?
grupo e valor podem auxiliar na abordagem política do com- Muitos bibliotecários consideram perda de tempo rea-
portamento. Os cientistas políticos usam o termo poder, fa- lizar estudos de usuários. Claro, que unidades de informa-
zendo distinções entre poder, influência e coerção. ção de pequeno porte, que atendem comunidades específi-
O poder individual raras vezes consegue se impor em cas em número reduzido e onde o contato pessoal com o
qualquer grande escala sem subordinar interesses de grupo bibliotecário é freqüente não precisarão elaborar questioná-
e a teoria de grupo é criticada por subestimar o papel do rios e entrevistas. Abertura às críticas, sugestões e reclama-
indivíduo. ções fornecerão as condições para avaliar a oferta de produ-
Quanto ao valor, as forças atuantes no campo da Ci- tos e serviços, adequando-a às necessidades de informação,
ência Política ocasionaram diferenças profundas de opini- detectadas informalmente. Mesmo nestas circunstâncias, o
ões entre os cientistas políticos e têm sido fortes impulsos de entendimento das abordagens expostas poderão auxiliar,
alguns membros para aumentar a amplitude do campo. Es- ainda que o relacionamento com os usuários seja informal,
sas mesmas forças parecem estar se e11volvendo em quando a unidade de informação se interessa em conhecer o
marketing, no desejo de aumentar a amplitude da discipli- ponto de vista do usuário.
na, tornando-a mais científica, tendendo a duvidar das pre- Quando se trata de urna unidade de informação de grande
missas de valor. porte, não se pode prescindir da realização de estudos formais,
Na medida que os bibliotecários se interessarem pela Ci- mesmo que existam alguns usuários que se relacionem mais
ência Política poderão compreender melhor essa abordagem. freqüenternente com os bibliotecários. Não se pode deixar de pen-
De um modo geral o bibliotecário brasileiro é apolítico. Se esses sar nos não-usuários. A preocupação em torná-los usuá1ios reais
profissionais se interessassem por essa abordagem poderiam atuar deve ser constante. Nesse ponto, os estudos de usuários que reali-
politicamente, percebendo a importância dessa atuação corno zam a análise da comunidade são instrumentos valiosos para o
contribuição efetiva na busca do apoio das autoridades governa- planejarnento. auxiliando o bibliotecário a realizar estudos de usu-
mentais para melhorar a infra-estrutura informacional brasilei- ários com maior freqüência, de modo mais consciente, valorizan-
ra. Com essa atitude aliada ao melhor desempenho profissio- do o ponto de vista do usuário.

124 125
4.3 COMPOSTO DE MARKETING
"' Sistema de
1 / AMBIENTE
Definidos os mercados e os sens seg·mentos a serem aten- \it Informações (necessidades) TAREFA

didos, após a análise dos consumidores desse mercado, pode ser ~ ~-.-~ Retribuição
desenvolvido o composto de marketing, também conhecido
como composto mercadológico ou marketing-mix.
Objeto ObjetiA
A classificação mais popular do composto de marketing é vos
a do professor E.J. Me Carthy (1978). Segundo ele, o composto
de marketing é constituído de quatro Ps: produto, preço, pro- OrganiA Comunicação Promoção Praça
moção e praça, chamada por alguns autores de local ou ponto zação persuasiva
de distribuição. Essas são as variáveis controláveis que a organi- (promoção)
Eie ore,
zação reúne para satisfazer o seu mercado-alvo. As decisões a
/;ese~ ~~
1
serem tomadas referentes a elas devem considerar também a
ENTIDADE
segmentação do mercado consumidor. RECEBEDORA ENTIDADE
{mercado) OFERTANTE
De acordo com Campomar (1981, p.63), o composto de VARIÁVEIS (empresa)
marketing é o conjunto de variáveis sobre as quais a administra- INCONTROLÁVEIS
ção de marketing pode e deve tomar decisões. Esse conjunto é Figura 3
integrado, mas pode ter suas partes apresentadas separadamen- Sistema de marketing {seg. Campomar)
te para uma melhor compreensão. No entendimento de Richers (1981, p.24), nas organiza-
Assim, a unidade de informação que adotar as técnicas ções lucrativas, onde atuam especialistas de marketing, a prin-
mercadológicas tornará explícita sua necessidade de sempre bus- cipal tarefa desses executivos é administrar o composto de
car a definição de seu composto de marketing por meio da aná-
marketing dentro do objetivo geral de otimizar os recursos à
lise sistemática do seu mercado consumidor.
sua disposição.
Embora não seja específico para unidades de informação,
No caso das unidades de informação, organizações
o esquema de Campomar (1981, p.49-50) sobre o funcionamen-
sem fins lucrativos onde não existem os executivos de
to sistêmico do marketing permite uma visão clara da relação de
troca entre a organização que oferece o composto de marketing marketing, cabe ao gerente entender a complexidade im-
e o mercado que o recebe sob forma de bem ou serviço, como plícita no ato de dosar e combinar cada um dos instrumen-
indica a figura nº 3. tos colocados a sua disposição, a fim de que possa ser con-
Considerando a aplicação do modelo às unidades de in- cebido o composto de marketing ideal para satisfazer ple-
formação, entende-se que, para ser bem aceito, o composto de namente os desejos do seu mercado. Esse processo é com-
marketing oferecido pela unidade de informação precisa inter- plexo e não existem modelos satisfatórios para a monta-
pretar as necessidades do seu mercado, com relação a que (obje- gem do marketing-mix.
to), por que (objetivo), quem (organização), como e onde (ope- De acordo com Richers (1981, p.25), a escolha do com-
ração) o mercado o deseja. Só assim uma unidade de informa- posto de marketing sempre gira em torno de duas finalidades
ção poderá planejá-lo, atendendo às necessidades constatadas. primordiais:

126 127
t
1

a) detecta; oportunidades de mercado ou a existên- 1


tretanto, a unidade de informação precisa estar preparada para
eia de demanda inadequadamente satisfeita pelas
enfrentar possíveis problemas de marketing. Para resolvê-los,
ofertas existentes, seja da própria empresa e/ ou
precisará entender o raciocínio do especialista de marketing
de seus concorrentes {oportunidades chamadas
na busca de uma solução, mediante a auditoria de marketing.
"nichos mercadológicos");
b) preencher os "nichos" detectados com o mínimo
de recursos e custos operacionais.
4.4 AUDITORIA DE MARKETING
Na realização dessa dupla tarefa, os bibliotecários preci-
sam considerar a capacidade receptiva ao usuário e as suas exi- Os bibliotecários não devem apenas admitir a aborda-
gências. Não basta que o gerente utilize adequadamente as téc- gem de marketing como instrumento capaz de auxiliar o pla-
nicas mercadológicas. É preciso que a cúpula administrativa da nejamento das atividades dos serviços de informação. Eles
organização mantenedora adote a filosofia de marketing. Isto precisam compreender melhor os ensinamentos e a termino-
implicará conscientização da forma adequada de preencher as logia mercadológica, inclusive para fazer a avaliação dos pro-
oportunidades de mercado, buscando soluções para os proble- dutos e serviços de informação por meio de uma auditoria de
mas, sem deixar de considerar a responsabilidade social do marketing, acostumando-se a avaliar, independentemente do
marketing. As dificuldades em efetivar essa conscientização não esforço de marketing despendido. Só assim perceberão o que
poderão atuar como fatores impeditivos do processo de adoção está sendo realizado e estarão aptos a recomendar o que de-
das técnicas de marketing. Os gerentes devem aprender a verá ser feito no futuro.
interagir e negociar com a direção, evidenciando a importância Os problemas referentes ao entendimento do marketing
da unidade de informação e tornando-a respeitada. não envolvem apenas os bibliotecários. No caso da auditoria de
Composto de marketing e demais termos, tais como: mer- marketing, por exemplo, até mesmo os gerentes não bibliotecá-
cado-alvo; público-alvo; análise do consumidor, cliente ou pú- 1ios, geralmente associam a realização de auditorias apenas às
blico; pesquisa, análise e segmentação de mercado; publicida- áreas financeira e contábil, nem sempre reconhecendo a rele-
de, propaganda e merchandising; auditoria de marketing; siste- vância do valor da auditoria de marketing.
ma de informação de marketing {SIM) ainda não são entendi- Auditoria é uma assessoria especializada para o adminis-
dos em sua profundidade e nem empregados adequadamente trador, que possibilita rever as atividades realizadas e facilita o
pela comunidade bibliotecária no Brasil. replanejamento dos produtos e serviços.
Na verdade, a terminologia mercadológica ainda não foi Kotler {1978, p. 70) define a auditoria de marketing como
totalmente assimilada por esses profissionais. Isto pode acon- "um exame independente de todo o esforço de marketing de
tecer em conseqüência da limitada abordagem do marketing uma organização que cobre os objetivos, os programas, a
na formação acadêmica desses profissionais. O fato é que o implementação, a organização e o controle, com o propósito
emprego inadequado da terminologia mercadológica também de determinar e avaliar o que está sendo feito e de recomendar
contribui para a limitação da compreensão do marketing. o que deve ser feito no futuro."
Apesar disto, muitas vantagens advindas da adoção do Segunào Kotler {1978, p.70)" a razão comum para se ad-
marketing pela unidade de informação foram enumeradas. En- mitir uma auditoria de marketing é de que a organização se de-
128
129
fronta com um problema importante que surge dos seus merca-
T ..

''A. MERCADOS
dos, de seus produtos ou de seus métodos de marketing."
É a maneira de se avaliar a atuação de uma organização 1. Quais são os principais mercados e públicos da organização?
dentro de uma abordagem de marketing. Por meio dela serão 2. Quais são os principais segmentos em cada mercado?
definidas as soluções dos problemas de marketing que possam 3. Qual é o tamanho atual e potencial e as características de cada
surgir. As soluções são propostas de acordo com as observa- mercado ou segmento de mercado?
ções e o raciocínio de um especialista em marketing.
Kotler ( 1978, p. 70) determina três fases de revisão para a B.CLIENTES
realização de uma auditoria de marketing: a do meio ambien-
te, do sistema e das atividades de marketing. 4. Como os clientes e os públicos se se11tem e vêem a organização?
1
No caso das unidades de informação, primeiramente é 5. Corno os clientes fazem suas compras ou tomam suas decisões?
revisto o meio ambiente de marketing, analisando-se os mer- 6. Qual é o estado atual e potencial das necessidades e satisfação
cados, clientes) concorrentes e as variáveis mais importantes elos clientes?
relativas ao macroambiente que influencia1n o funcionamen-
to ela unidade de informação. Em seguida, a revisão do siste- C. CONCORRENTES
ma de marketing faz a análise dos objetivos, programas,
implementação e a organização ela unidade de informação. 7. Quais são os principais concorrentes da org·anização?
Finalmente, é efetuada a revisão detalhada da atividade de 8. Que tendências poden1 ser previstas na concorrência?
marketing, que incluirá um elenco de perguntas sobre produ-
to, preço, distribuição, contato pessoal, propaganda, publici- D. MACRO MEIO AMBIENTE
dade e promoção de vendas, para estabelecer a configuração
geral das práticas, problemas e oportunidades de marketing 9. Quais são os pri11cipais desenvolvimentos releva11tes com res-
com que a unidade de informação se defronta. peito à demografia) economia, tec11ologia, governo e cul-
Wakeley ( 1988), referindo-se aos serviços de informação tura que irão afetar a situação da organização?"
durante a auditoria de marketing, concorda com as fases pro-
postas por Kotler, mas subdivide a etapa da revisão do meio Dessa maneira os especialistas de marketing podem
ambiente em revisão do meio ambiente externo e interno, ad- avaliar as relações entre uma organização e seus mercados.
mitindo quatro áreas, tal como recomendam Lovelock & De um modo geral, a auditoria de marketing em unidades
Weinberg (1984, p.226-227). de informação é um campo inexplorado. Na literatura
Cada fase da auditoria de marketing corresponde a uma biblioteconõmica estrangeira, embora existam alguns con-
série de perguntas. Tanto Kotler (1978, p.70) quanto Lovelock sultores atuando nessa área, ainda são escassos os estudos,
& Weinberg (1984, p.226-227) recomendam questionamentos divulgando a matéria. Em nível nacional, Amaral (1992) de-
a serem feitos nas organizações do setor público e/ ou não fende a necessidade de melhor compreensão elo marketing,
lucrativo. mas reconhece a importância da realização de auditorias em
As questões propostas por Kotler (1978, p.71) para a revi- unidades de informação, estimulando os gerentes à adoção
são do meio ambiente de marketing· são as seguintes: desses procedimentos.

130 131
T
A auditoria de marketing poderá ser um instrumento de rnasia) a fim de realizar as tarefas de marketing?
grande utilidade para recomendar procedimentos a serem 15. Os recursos de marketing são distribuídos otimamente aos
adotados futuramente pelas unidades de informação brasilei- vários mercados, zonas e produtos da organização?
ras, visando aprimorar o desempenho dessas organizações. Por 16. Os recursos de marketing são distribuídos otimamente aos
meio de sua realização podem ser constatados os obstáculos principais elementos do composto de marketing, isto é,
que a unidade de informação enfrentará para minimizar seus qualidade de produto, contato pessoal, promoção e dis-
pontos fracos. Além disso, podem ser melhor explorados em tribuição?
sua total potencialidade os pontos fortes da unidade de infor-
mação que forem enumerados. C. IMPLEMENTAÇÃO
Interessante estudo sobre o Sistema Nacional de Infor-
mação em Geociências e Tecnologia Mineral (GEOCINF) foi 17. A organização desenvolve um plano anual de marketing?
realizado por Amaral (1990), com a abordagem de uma audi- O procedimento do plano é eficaz?
toria de marketing. Foram adotadas técnicas de análise 18. A organização implementa o procedimento de controle (men-
ambiental para avaliar a atuação do sistema e sugerir aos seus salmente, trimestralmente, etc.) para garantir que seus
gerentes algumas ações, visando ao melhor aproveitamento das objetivos planejados anualmente estão sendo atingidos?
oportunidades futuras. A divulgação de estudos com esse 19. A organização realiza estudos periódicos para determinar
enfoque representa um grande estímulo à adoção dos procedi- a contribuição e a eficácia das várias atividades de
mentos recomendados. marketing?
Para a revisão do sistema de marketing, Kotler (1978, p. 76) 20. A organização possui um sistema de informação de marketing
propõem as seguintes perguntas: para servir às necessidades dos gerentes, a fim de poder
planejar e controlar as operações em vários mercados?
"A. ÜBJETIVOS
D. ORGANIZAÇÃO
10. Quais são os objetivos globais e os objetivos de marketing da
organização a longo e a curto prazos? 21. A organização possui um executivo de marketing de alto
11. Os objetivos estão estabelecidos e declarados em ordem cla- nível a fim de analisar, planejar e implementar o trabalho
ra e hierárquica de uma forma que permita o planejamen- de marketing da organização?
to e a mensuração da realização? 22. São capazes as outras pessoas diretamente envolvidas na ati-
12. São os objetivos de marketing razoáveis para a organização, da- vidade de marketing? Há necessidade de maior treinamen-
dos sua posição competitiva e seus recursos e oportunidades? to, incentivos, supervisão ou avaliação?
23. As responsabilidades de marketing estão otimamente
B. PROGRAMA estruturadas para servirem às necessidades das dife-
rentes atividades de marketing, produtos, mercados e
13. Qual é a estratégia central para atingir seus objetivos e que zonas?
chances tem de conseguí-los? 24. O pessoal da organização compreende e pratica o conceito
14. A organização está alocando recursos suficientes (ou em de- de marketing ?"

132 133

1
:l..__
Seguindo o modelo de Kotler (1978, p.83), para concluir a 37. A força de vendas mostra moral, habilidade e esforço eleva-
auditoria sistemática de marketing, as questões a seguir são rela- dos? Está suficientemente treinada e motivada?
tivas à revisão detalhada da atividade de marketing: 38. São os procedimentos administrativos adequados para o es-
tabelecimento de cotas e avaliação de desempenho?
''A. PRODUTOS
E. PROPAGANDA
25. Quais são os principais produtos da organização? Quais os
produtos genéricos? 39.A organização declara, adequadamente, seus objetivos de
26. Deve algum produto na linha ser eliminado? propaganda?
27. Deve algum produto ser acrescentado à linha? 40. A organizaçáo gasta a quantia correta em propaganda?
28. Qual é a condição g·eral de cada produto e do composto de 41. Os temas e os textos são eficazes?
produto como um todo? 42. São as mídias bem escolhidas?

B. PREÇOS F. PuBLICIDADE

29. Em que extensão são os preços determinados quanto ao cus- 43. A organização tem um progTama de publicidade cuidadosa-
to, demanda e/ou critérios competitivos? mente formulado?
30. Qual, provavelmente, seria a reação da demanda quanto a
elevações ou reduções nos preços? G. PROMOÇÃO DE VENDAS
31. Como os clientes interpretam psicologicamente o nível de preço?
32. A organização usa promoções temporárias de preço? Quais 44. As promoções de vendas são usadas pela organização e são
as mais eficazes? elas bem concebidas?"

C. DISTRIBUIÇÃO Nem todos esses questionamentos propostos são formulados


pelas unidades de informação, principalmente os relativos às ativi-
33. Há métodos alternativos de se distribuir o produto, que re- dades de marketing, abrangendo perguntas sobre produtos, pre-
sultariam e1n mais serviço ou menor custo? ços, distribuição, cantata pessoal, propaganda, publicidade e pro-
34. A organização oferece a seus clientes um serviço adequado, moção de vendas, na fase da revisão detalhada de sua atividade.
juntamente com o produto? Wakeley (1988) defende a auditoria de marketing como
ferramenta ou processo que capacita o serviço de informação a
D. CoNTATO PESSOAL considerar seus públicos, serviços e produtos em função das in-
fluências do meio ambiente em que atuam. Ela afirma que essa
35. É a força de vendas suficientemente grande para alcançar os auditoria bem sucedida não só ajuda a definir as taxas que de-
objetivos da organização? vem ser cobradas, como também proporciona uma infra-estru-
36. Está a força de vendas organizada dentro dos princípios ade- tura para as decisões contínuas, com a avaliação e planejamento
quados de especialização (zona, mercado, produto)? de longo alcance.

134 135
Se o conhecimento e a adoção do marketing em unidades
de informação ainda são incipientes, é lógico admitir que esses
'
1

final e a apresentação dos resultados da auditoria devem ser deter-


minadas previamente a execução da auditmia propriamente dita.
organizações não estejam realizando auditorias de marketing. De um modo geral, não há interesse de divulgação dos rela-
Por esse motivo, é necessãrio despertar o interesse dos bibliote- tórios de auditorias, quando elas são realizadas. Talvez pelo fato de
cários brasileiros para o assunto. elas revelarem fraquezas, limitações ou falhas. Na verdade, se esse
Normahnente, nas unidades de informação não existem se- obstáculo fosse superado possibilitaria um grande ganho para to-
tores específicos de marketing. Geralmente, os seus aspectos são dos, tornando-se conhecimento de sucessos e fracassos que poderi-
considerados de forma dispersa, fragmentada e de modo não orga- am servir como modelos a serem seguidos ou evitados.
nizado. A revisão formal desse processo, mesmo com a abordagem No caso das unidades de informação, por exemplo, embora
descentralizada de marketing poderá revelar tanto os problemas a a experiência de cada serviço seja específica do seu contexto
ser enfrentados, quanto as oportunidades que poderão ser aprovei- ambiental, a que correspondem variáveis múltiplas e nem sempre
tadas. A revisão dessas vaiiáveis e suas inter-relações permitirá a compatíveis com os contextos de outros serviços de informação, há
compreensão dos problemas e opmtunidades que se contrapõem à sempre um ensinamento em cada situação vivenciada. O relato das
unidade de informação. mesmas permitiria uma enriquecedora troca de experiências, con-
A auditoria é considerada uma avaliação independente e tribuindo para o aperfeiçoamento das atividades desenvolvidas pelos
objetiva da unidade de informação. Por essa razão deve ser gerentes de serviços de informação.
conduzida por pessoa ou grupo que não pertençam a essa organiza- Gerahnente, as avaliações realizadas em unidades de infor-
ção. Isto porque, as informações do gerente da unidade de infor- mação são referentes a algum aspecto específico, como a avaliação
mação podem ser tendenciosas em razão do próprio envolvimento de um produto bibliográfico ou de urna atividade, analisando-se
do gerente com o serviço por ele gerenciado. Além disso, as pesso- cada elemento separadamente e em tempos diferentes, em ocasi-
as que trabalham na organização podem se sentir constrangidas ões consideradas oportunas para cada caso, individualmente. Falta
quando indagadas por seus próprios colegas de trabalho, com quem uma visão integrada para a realização de urna avaliação mais
continuarão mantendo relacionamento por longo tempo. Por esses abrangente, planejada, estruturada e executada de acordo com um
motivos, defende-se que um elemento externo é mais indicado para programa. A auditoria de marketing é planejada para alcançar um
desenvolver a auditmia. É possível, entretanto, que outros autores objetivo e as atividades, como um todo, devem ser avaliadas em
defendam opinião divergente à exposta. relação a esse propósito. Essa abordagem está intimamente relacio-
Além da decisão sobre a realização da auditoria por pessoa nada com o planejarnento estratégico da organização.
ou grupo que pertença ou não à unidade de informação, muitos A instabilidade político-econôrnica e a fragilidade do
itens precisam ser considerados e observados para conduzir, a con- planejamento governamental brasileiros geram obstáculos
tento, urna auditoria. O auditor, pertencendo ou não à unidade de na adoção do planejamento estratégico para todas as orga-
informação, deve possuir as habilidades requeridas para exercer nizações, inclusive para as unidades de informação. Porém,
sua função e o tempo de realização da auditoria também deve ser não é possível cruzar os braços diante dessa dificuldade, usan-
delimitado. É preciso sempre determinar o escopo da auditoria, do-a corno justificativa para a acomodação. Os gerentes têm
revisando a situação para redefini-lo, se necessário. Após a defini- que encontrar a saída! Os obstáculos e as crises devem ser
ção do escopo são coletados os dados necessários para o desenvol- considerados como estimulantes para o encontro das solu-
vimento da auditoria. A forma como deve ser redigido o relatório ções necessárias.

136 137
Seja por desconhecimento do assunto; por falta de re-
T mercadológica começa pelo reconhecimento de que uma orga-
cursos financeiros para a execução das atividades; por existi- nização deve ser receptiva a seus usuários, demonstrando um
1
rem pouquíssirnos especialistas na área para realizar as tare- entusiástico interesse em conhecer as necessidades, pontos de
fas; por desinteresse dos gerentes, considerando o marketing vista, preferências e o grau de satisfação de sua clientela. O ge-
desnecessário ou por q11alquer outro motivo, não se tem notí- rente da unidade de informação estará no caminho para se tor-
cias sobre a realização de auditorias de marketing em unida- nar um gerente de marketing-, quando sistematicamente adotar
des de informação brasileiras. procedimentos de coleta de informações, estimulando pergun-
A aplicação das técnicas de marketing em unidades de in- tas) reclamações e sugestões dos usuários para ajustar, periodica-
formação pode ser analisada como um esforço para a inovação. mente, produtos, serviços, diretrizes e procedimentos da unida-
Isto porque, essas técnicas modificam as atividades tradicionais , de de informação, conforme a retroalimentação obtida no mer-
desenvolvendo estratégias de mudanças, visando a adaptação dos cado. Resumindo, segnndo ele, o gerente precisa de:
serviços de informação às tendências do futuro.
A atuação do gerente da unidade de informação é destaca- • ter pré-disposição para aceitar as exigências do mer-
da neste contexto, uma vez que de se11 interesse em adotar uma cado;
administração voltada para o marketing e conseqüentemente de- 0
comprometer-se em tornar a unidade de informa-
senvolver auditorias de marketing é fundamental na tomada de ção u1na organização receptiva;
decisão relativa ao assunto. Por essa razão, esse profissional assu- 0
reconhecer a obsolescência dos produtos e servi-
me considerável importância, no desenvolvimento ou não ativi- ços e conseqüente necessidade de reformulá-los
dades de marketing, no conhecimento ou não das técnicas ou substituí-los por outros mais atualizados.
mercadológicas em unidades de informação.
Ao considerar a administração dessas organizações orienta- Dragon & Leisner (1983) admitem que os gerentes de
da para o marketing, qual seria o papel do gerente, chefe, diretor bibliotecas desejosos de implantar o marketing precisarão al-
ou responsável pela unidade de informação nesse processo? cançar uma posição, identificando os principais atributos pelos
quais os mercados-alvo avaliam potencialidades e escolhem
entre os concorrentes. Deverão encontrar o equilíbrio entre a
demanda e os recursos, rompendo a tradição das restrições e
5 Ü GERENTE DA UNIDADE DE INFORMAÇÃO E
li1nites impostos aos usuários com as leis de silêncio, acervo
O MARKETING fechado, etc .. Finalizando, advertem que o bom desempenho
eleve ser recompensado para incentivar o tratamento adequa-
Shapiro (1980) comenta que "a bibliotecária que deixa sua do do público, o que é essencial na orientação de marketing.
mesa de trabalho para servir aos usuários e não para pedir-lhes Gasaway (1977) vê a biblioteca como um neg·ócio, cujo
silêncio não é, necessariamente, uma gerente de marketing. U1n sucesso dependerá da habilidade em obter os recursos financei-
cartaz chamando _a atenção do público não substitui um plano ros suficientes para garantir uma coleção satisfatória e o desen-
mercadológico." E preciso encará-lo como uma atitude ou pon- volvimento dos seus recursos humanos de modo que a equipe
to de vista, uma abordagem e um conjunto de técnicas, instru- tenha condições de provide11ciar os serviços essenciais aos usuá-
mentos e conceitos compatíveis. Para ele, essa atitude rios. Ela recomenda o marketing ao enfatizar a importância das
138 139

1
técnicas gerenciais em bibliotecas especializadas. Adverte, po-
T ?
que Levitt denomina de "miopia e:ri marketing ((. É caso ~as
rém, qne algumas diferenças existem, quando se compara a bi- organizações que estão voltadas nao para o consumidor e sim
1
blioteca aos demais neg·ócios: para o seu produto. Ele dá o exemplo da quase fal~ncia da
indústria cinematográfica de Hollywood, em decorrenc1a do
• as não opera1n como negócios, porque seus servi- 1
surgimento da televisão. Segundo Levitt (1960), Hollywood não
ços são gratuitos; soube definir corretamente o seu ramo de negócios. Eles ima-
• os bibliotecários não têm educação formal para ginavam estar no ramo cinematográfico, quando na realidade
g·erência; seu interesse deveria estar direcionado para o setor de entrete-
• os bibliotecários precisam desenvolver novos mé- nimento. Ao pensar no produto específico "cinema", limita-
todos de negócios e vam o seu negócio, encarando a televisão corno uma ameaça e
• adotar novas técnicas gerenciais. não como uma oportunidade de ampliar o setor de entreteni-
mento, seu verdadeiro negócio.
Na opinião de Gasaway (1977), somente vencendo essas Referindo-se a "miopia em marketing" definida por Levitt,
dificuldades poderão se manter em paz com o mundo dos negó- Oliveira (1985) esclarece que os bibliotecários estão preocupa-
cios. Para tanto, necessitam estar aptos a negociar com a institui- dos há muito tempo com o seu produto informação, deixando
ção mantenedora nos termos dos patrões. de definir o que os seus usuários estão realmente usando. Segun-
Conroy (1983) afirma que o marketing não é desconheci- do ele, os produtos da biblioteca, como o livro, o jornal ou o
do nas bibliotecas, embora seja usado de modo não consciente brinquedo são invólucros de serviços. O bibliotecário se preo-
ou não competente pelos gerentes que, quando "planejam no- cupa com as características desses produtos e negligencia sua
vos produtos e serviços, levam em conta alterações demográficas, tarefa de "vender" seus benefícios. Para evitar essa situação, su-
padrões de uso, necessidades dos usuários e esforços gere que o bibliotecário se preocupe em se questionar, respon-
promocionais." Segundo ela: "sem o conceito de marketing, mas dendo às perguntas referentes ao negócio em que a biblioteca
reconhecendo a importância das suas funções, os gerentes têm está e os benefícios que seus serviços oferecem.
usado técnicas mercadológicas de qualquer forma, como: publi- Na atividade informativa da unidade de informação existe
cidade, relações públicas, quadro de avisos e serviços à comuni- uma liderança manifestada no momento da produção/ geração
dade. Entretanto, lembra que o marketing tem um sentido mais dos serviços e produtos de informação. Para Silveira (1986), cum-
amplo e abre maiores possibilidades para a adaptação e mudan- pre ao gerente desenvolver a ação decisória, primeiro detectando
ça da biblioteca." e determinando o que interessa ao usuário que consome a infor-
Levitt (1960) verifica, quando o crescimento de uma orga- mação; depois, adequando, elaborando e sistematizando o con-
nização está ameaçado, retardado, desacelerado ou parado, que teúdo do que vai ser divulgado, ou seja, "desenhando" o produto.
a razão não se origina na saturação do mercado, mas sim nas Finalmente, determinando e escolhendo o meio, instrumento ou
falhas da administração. Ele considera os executivos responsá- modo de comunicar, promover, transmitir ou dislTibuir o mesmo.
veis por essas falhas, pois, em última análise, são eles que lidam Amaral (1990) considera o marketing um instrumento
com os amplos objetivos e políticas das instituições. gerencial da unidade de informação entendida como um "ne-
Se pensarmos na unidade de informação, esse executivo gócio". Partindo da análise de sua definição por Kotler & Bloom
será o seu gerente. Muitas vezes essas falhas são oriundas do (1988) tece comentários sobre a sua aplicação em bibliotecas.
140 141

L
Recomenda sua adoção, enfatizando a importância do usuário
T cados para que, ('de cima para baixo" e em todos os 11íveis, todos
corno cliente consumidor de informação e a adequação da ofer- tomem consciência de suas responsabilidades nessa adoção.
1
ta dos produtos e serviços bibliotecários aos seus interesses e Gaspar (1986) também é de opinião que a internalização
necessidades. A autora, reportando-se aos bibliotecários brasi- do marketing como prática gerencial deverá introduzir em to-
leiros, convida-os a refletirem sobre a importância do enfoque dos os níveis da organização uma mentalidade, que aceite a in-
gerencial de marketing-, questionando a formação desses profis- serção das variáveis ambientais e de mercado no processo
sionais e a visão que os mesmos têm da unidade de informação. gerencial e cultural da organização. Baseada na sua experiência
Gaspar (1986) entende o marketing como uma ferramen- profissional, a autora inclui o marketing como um subsistema de
ta gerencial que exige mudanças drásticas e perturbadoras das planejamento estratégico, recomendando as técnicas de desen-
políticas, práticas, objetivos e filosofia da organização, em fun- volvimento organizacional para efetivar a introdução dessa nova
ção das exigências para o conhecimento das necessidades do mentalidade requerida no processo de internalização discutido.
mercado, por meio da auditoria sistemática de marketing. Mui- É sob esse enfoque que o papel do gerente da unidade
tas vezes, esses procedimentos revelarão fraquezas surpreenden- de informação adquire uma perspectiva importante na ado-
tes no desempenho, ocasionando conflitos e obstáculos, que pre- ção do marketing. Sua capacidade g·erencial assume uma po-
cisam ser administrados. Segt1ndo a autora, vencida essa situa- sição de destaque na medida que a sua atuação influencia a
ção, "a adoção do conceito de marketing posicionará as biblio- equipe sob sua responsabilidade. É o gerente da unidade de
tecas e serviços de informação junto aos seus públicos informação que transmitirá ao seu pessoal a necessidade do
mantenedores de forma positiva, garantindo-lhes uma postura engajamento de cada um no seu trabalho, motivando-os ao
reagente, adaptativa e inovadora, podendo determinar com base bom desempenho dos serviços públicos, no caso das unida-
num conhecimento de mercado as suas necessidades de recur- des de informação vinculadas à administração pública. As-
sos e comportamentos adequados de negociação." sim, o conceito ou mentalidade de marketing adotado como
A unidade de informação que adota o conceito de filosofia de atuação da unidade de informação adquirirá sua
marketing dirige o seu planejamento, políticas e operações para importância na mesma proporção em que for assumido pelo
o atendimento das necessidades e desejos do seu mercado con- próprio gerente, refletindo a filosofia adotada pela unidade
sumidor. Para atingir a satisfação desses consumidores precisa de informação.
reunir os esforços em todos os níveis da organização. Outro grande compromisso do gerente é a sua missão de
Segundo Costa (1986), as expressões marketing integrado manter a unidade de informação em reconhecida atividade. Nos
ou total e orientação para o marketing são comumente utilizadas tempos atuais em que os cortes orçamentários implicam demis-
na literatura, embora o verdadeiro sig11ificado dessas expressões sões de funcionários e até fechamento de bibliotecas, a grande
não seja bem interpretado. O marketing integrado pressupõe uma tarefa do g·erente é assegurar a sobrevivência da unidade de in-
sincronia inter-organizacional em todos os níveis, a fim de que formação, g·arantindo a sua solidez e força estrutural, mantendo
sejam estabelecidas as metas a serem alcançadas e que, por meio a capacidade de suportar as adversidades, mediante a adaptação
de uma ação conjunta, todos se sintam responsáveis pelo s11cesso às transformações súbitas, aproveitando novas oportunidades
dos produtos e serviços junto ao público-alvo. Destacando a mi- oferecidas. Na administração pública, principalmente, essa mis-
entação de todas as atividades estarem voltadas para o cliente, ela são não é fácil, se considerarmos o cenário político-administrati-
recomenda o início da adoção pelos níveis decisórios mais desta- vo brasileiro onde pouco valor é atribuído à cultura.

142 143
J

i
eficácia e para desenvolver novos produtos (ade-
Keeler (1972), pesquisando as razões do fechamento de
quação ao mercado)."
bibliotecas especializadas, descobriu que entre os fatores contri-
buintes para esse lamentável fato estão:
Tanto os autores brasileiros como os estrangeiros desta-
• pressões econômicas; cam a irnportãncia da função gerencial e a responsabilidade do
• ausência de objetivos; gerente da biblioteca, seja qual for o tipo de administração ado-
• pouca utilização da biblioteca e tado. l'Jº caso da administração orientada para o marketing é
necessar10 que o gerente seja receptivo às críticas, demonstran-
• a não aceitação do bibliotecário como um profis-
sional. do interesse em descobrir as necessidades, a11seios e expectati-
vas dos usuários da biblioteca. Deve entender do seu "negó-
cio"; agir com profissionalismo, não limitando sua visão aos pro-
Nem sempre é possível prever o motivo pelo qual as bibliote-
dutos e serviços de informação tradicionais e sim admitindo a
cas falham, principalmente no caso das pressões econômicas em tem-
constante avaliação e reformulação daqueles que são oferecidos.
pos de recessão. Entretanto, para as novas bibliotecas que serão cria-
Outro aspecto extremamente relevante é a questão do atendi-
das, a autora considera essencial saber, com relação à instituição
me11to ao cliente, que só poderá ser realizado satisfatoriamente,
mantenedora, o que se espera da biblioteca, qual seu tipo de negócio,
quando se valorizar o fator humano. Caberá ao gerente, portan-
qual o seu produto e de que informações precisa. Só assim, o gerente
to, cuidar da sua própria atualização profissional e a de toda sua
poderá ajudá-la a alcançar seus objetivos, ainda que para responder a
equipe, visando a capacitação de todos no desempenho de suas
essas indagações sejam necessários alguns meses de trabalho.
respectivas funções.
Lima (1986), referindo-se ao papel do gerente da bibliote-
Embora seja notado o interesse dos gerentes das unidades
ca como responsável por congregar recursos e esforços para al-
cançar o máximo rendimento com o mínimo de dispêndio, res-
de informação brasileiras pelo marketing, avaliando-se o constan-
salta a necessidade da adoção do marketing, com a finalidade de te aquecimento da demanda pelas técnicas mercadológicas, o con-
esses objetivos serem atingidos. Para ela, esse profissional está texto bjblioteconõmico brasileiro enfrenta algumas dificuldades.
E fato que, como já dissemos anteriormente, a terminolo-
realizando administração de marketing quando:
gia mercadológica não foi totalmente assimilada pelos bibliote-
cários. Pode-se recomendar tanto aos cursos de graduação, quan-
• "estabelece objetivos de produção para grupos es-
pecíficos de consumidores (segmentos de merca- to aos de pós-graduação em Biblioteconomia a inclusão desses
ensiname11tos em seus currículos, pois o conheci1nento de
do} por meio de estudos de usuá!ios·,
• quantifica seus objetivos com base em levantamen- marketing é essencial para o desempenho de qualquer função
tos de necessidades (pesquisa de mercado); gerencial. Se um bibliotecário decidir desempenhá-la, certamen-
• determina corno desenvolver demanda, nos dife- te, precisará desenvolver seus estudos, ampliando o conhecimen-
rentes segmentos, para seus produtos e serviços to sobre o assunto. Isto porque, o marketing é uma área da ad-
(produção e promoção); ministração da biblioteca, que existirá seja qual for o tamanho
da mesma, assim como existirão as áreas de produção, finanças
• estabelece urna base financeira que viabilize e apoie
e recursos humanos. A graduação responsabilizar-se-á pelas no-
suas atividades (oportunidades de mercado);
• avalia as relações de troca para medir eficiência e ções elementares de gerência, mas a formação do gerente não se

144 145

L
t
restringirá apenas a esses conhecimentos. A nnidade de infor- 1
Uma contribuição significativa para difundir os conhe-
1
mação exigirá do sen gerente muito mais. A melhor maneira de cimentos sobre marketing entre os bibliotecários seria a edi-
prepm·ar o bibliotecário para desincumbir-se dessa tarefa é mi- ção de um glossário da terminologia mercadológica em uni-
nistrar cursos de gerência em nível de especialização, abordan- dades de informação, o que eliminaria problemas com a com-
do, entre outros aspectos, o enfoque mercadológico da gerência pree11são dos conceitos, apresentando os termos com as suas
de unidades de informação. respectivas definições.
É possível admitir que o desconhecimento dos gerentes Outra sugestão, seria a de que os editores de periódi-
sobre marketing seja uma das justificativas da tímida promoção cos das áreas de Biblioteconomia/ Ciência da Informação/
dos produtos e serviços de informação oferecidos pelas unida- Documentação pensassem cm dedicar um espaço para a di-
des de informação. vulgação das experiências relativas às atividades e projetos
Urge seja ampliado esse conhecimento. Assim, recomen- dos serviços de informação brasileiros, envolvendo técnicas
da-se aos órgãos de classe como FEBAB, Associações de Biblio- de marketing, sugerindo, por exemplo, uma seção dedicada
tecários, Escolas de Biblioteconomia, Conselhos de Bibliote- ao relato de experiências vividas e casos verificados. O rela.-
conomia, ABEBD e Associação Nacional de Pós-Graduação em to de casos é uma prática adotada com Sllcesso na literatura
Ciência da Informação e Biblioteconomia (ANCIB) que: da área administrativa, visando a ampliação do conhecimen-
to no setor. São relatadas até mesmo as experiê11cias q11e
• apoiem e incentivem a realização de cursos de ex- não foram bem sucedidas, para que sirvam de alerta, indi-
tensão e de especialização sobre marketing em uni- cando o que não deve ser feito e evitando que novas falhas
dades de informação; sejam cometidas.
• reúnam esforços no sentido de elaborar um cadastro Para incentivar a publicação de trabalhos sobre esse as-
de especialistas, professores e consultores na área de sunto, contribuindo para tornar significativa a literatura
marketing, habilitados a oferecer cursos que prepa- biblioteconômica brasileira nessa área, um dos órgãos da classe
rem o bibliotecário para exercer a função gerencial poderia promover um concurso de 1nonografias, buscando o
com enfoque mercadológico ou credenciados para patrocínio de llma ou várias organizações interessadas e1n finan-
a realização de consultorias de marketing em unida- ciar o prêmio do vencedor, além de garantir a edição dos me-
des de informação. O cadastro facilitaria o contato lhores trabalhos apresentados.
com os especialistas, professores e consultores, ori- Quanto à contribuição que possam oferecer os eventos
entando a escolha do profissional cujo perfil melhor promovidos pelos bibliotecários, devem continuar sendo ampli-
se adequasse às exig·ências e especificidades de cada ados os espaços dedicados ao marketing, facilitando a dissemi-
curso ou consulto1ia a se realizar; nação desse conceito. Além disso, os bibliotecários devem pro-
• estudem a necessidade da inclusão obrigatória da curar integTar-se com os profissionais das áreas especializadas
abordagem mercadológíca nos cursos de gerên- em que a unidade de informação atua.
cia de unidades de informação ministrados em Acatadas ou descartadas essas recomendações, tenha ou
nível de especialização, enfatizando a importân- não a formação acadêmica do bibliotecário brasileiro uma abor-
cia da compreensão conceituai do marketing para dagem mercadológíca adequada ou não, enfatiza-se a necessida-
a sua aplicação prática nessas organizações. de de os gerentes aprofundarem seus conhecimentos sobre o

146 147
·+/
marketing, visando obter no estndo desse tema os fundamentos serviço possa gerar. As exigências dos quatro Ps precisam ser satis-
necessários para a realização de estudos de usuários com o feitas. Deve-se idealizar· o produto ideal, com o preço adequado,
enfoque mercadológico, de modo a torná-los instrumentos mais distribuindo-o pelos canais de distribuição recomendáveis e pro-
eficazes de planejamento. De nada valerão esses estndos, se não movendo-o por meio dos inshumentos promocionais convenien-
houver preocupação em prestar um atendimento de elevado tes, de acordo com o público a que se destina.
padrão de qualidade ao usuário. Para tanto, paralelamente, de- As atividades de promoção desenvolvidas pelos bibliotecári-
verá ser cuidado o aspecto qualitativo do pessoal. A qualidade os brasileiros são incipientes. A divulgação insuficiente pode ser
dos recursos humanos não pode ser negligenciada. conseqüência da precária infra-estrutura informacional brasileira
Alguns princípios básicos devem nortear a preocupação do disponível, induzindo os gerentes a temerem que seja gerada uma
gerente, em relação à qualidade da oferta dos produtos e serviços: demanda que não possa ser atendida. Pode significar uma certa
acomodação inaceitável. O esforço desses profissionais deve vol-
• saber interpretar a necessidade de informação dos tar-se para a reivindicação da melhoria da infra-estrutnra existente,
seus usuários (realizar o estudo de usuário com em lugar de tentar reprimir a demanda, não divulgando os produ-
base nas noções de pesquisa de mercado, análise tos e serviços. Os gerentes devem envidar esforços direcionando-os
do consumidor, segTilentação de inercado); à melhoria das condições de trabalho da unidade de informação,
• valorizar o bom atendimento (ter interesse em não ampliando e diversificando a oferta de produtos e serviços, plane-
deixar o pedido sem atendimento, treinando a jando-a de acordo com as necessidades de informação dos usuáii-
equipe para agir com cortesia, empenhando-se em os, previamente identificadas.
oferecer a resposta em tempo hábil ) ; Uma forma de aprimorar as atividades de promoção é lem-
• ser receptivo às críticas, sugestões e reclamações brar-se de incluir na previsão orçamentária os custos relativos a
(importãncia das avaliações); essas atividades. O gerente deve incluir no planejamento referente
• ser eficaz (dar ênfase aos resultados, ter capacida- ao desenvolvimento de recursos humanos, oportunidades específi-
de para definir prioridades). cas para o treinamento e aperfeiçoamento de pessoal nas técnicas
de promoção, além de buscar a colaboração de profissionais dessa
No que diz respeito à promoção, observa-se um grande im- área para auxiliar na realização das atividades promocionais.
pacto dessa atividade. O fato de representar a parte visível do Outro aspecto discutível é a não comercialização dos pro-
marketing toma-a responsável por uma certa limitação conceitua! dutos e serviços oferecidos pelas unidades de informação brasi-
do marketing à divulgação. O simples uso de um instrumento leiras, em particular as vinculadas à administração pública. De
promocional, divulgando um produto ou serviço, não significa ne- um modo geral, os bibliotecários enfrentam barreiras em rela-
cessariamente que a unidade de informação adote uma administra- ção à política de preços. É grande a dificuldade que existe para
ção orientada para o marketing. Pode significar apenas o desenvol- se estimar o valor da informação, de acordo com o uso que dela
vimento de atividades de promoção, pois o composto de marketing se faz e são poucos os estudos sobre o tema na literatura
enumerado por McCarthy (1978) compõe-se de quatro Ps: produ- biblioteconõmica. As entidades governamentais enfrentam bar-
to, preço, praça ou ponto de distribuição, além da promoção. reiras burocráticas para vender seus produtos e serviços, o que
É temerário enfatizar a promoção, quando não há condições contribui para determinar a tradicional gratnidade desse bens
de atendimento de uma demanda que a divulgação do produto ou ofertados. Esse assunto é controvertido, mas não é errado afir-
148 149
mar que a oportunidade da oferta e sua qualidade sendo obser- objetivos pretendidos. Ao planejá-la, deve-se saber como evi-
vadas, certamente garantirão o seu consumo, assegurando o pa- denciar os benefícios que ela acarretará.
gamento justo pelo produto ou serviço de informação desejado. Adotar o marketing é assumir um gTande compromisso,
Antes de adotar critérios para o estabelecimento da políti- que mudará a filosofia de trabalho, exigindo novas abordagens
ca de preços, fundamentalmente, o g·erente deve se preocupar de planejamento. Certamente serão reveladas as deficiências no
com a qualidade do produto ou serviço que é oferecido e com a desempenho, as falhas de rotina, as políticas obsoletas, surgindo
qualidade do atendimento que o usuário recebe. Isso porque, conflitos inesperados. A mudança é difícil e encontra resistênci-
quando se oferece um produto ou serviço de qualidade, como já as para derrubar hábitos consolidados.
foi dito, o usuário, provavelmente, não hesitará em pagar por Esse processo é longo. É preciso conhecer a cultura
ele o preço justo, estipulado com critério. organizacional da instituição mantenedora da unidade de infor-
Além desse aspecto, observa-se freqüentemente a ausên- mação. Muitas vezes, não há planejamento nessas organizações.
cia do gerente da unidade de informação às reuniões de direto- É importante considerar tanto as forças diretivas quanto as res-
ria. Isso pode ocorrer como conseqüência da participação se- tritivas às mudanças, para melhor aproveitá-las ou enfrentá-las.
cundária da maioria desses profissionais no processo decisó1io, Para reduzir a resistência podem ser tomadas algumas pro-
be1n como de suas limitadas autonomias administrativa e finan- vidências, de ordem geral, aplicáveis em qualquer tipo de uni-
ceira, como um reflexo do pouco prestígio político-institucional dade de informação, como:
da própria unidade de informação no contexto brasileiro.
Apesar de todas as barreiras que possam existir, vale a • solicitar ajuda de especialistas que possuam o per-
pena pensar na adoção das técnicas mercadológicas em unida- fil indicado para elaborar o diagnóstico da situa-
des de informação. ção, avaliando como se deve agir para implantar
o marketing·;
• envolver as pessoas-chave da instituição no pro-
6 COMO DISSEMINAR E IMPLANTAR O cesso dessa mudança;
• detectar em que direção os esforços precisam ser
MARKETING EM UNIDADES DE INFORMAÇÃO? empreendidos;
0
visualizar, antecipadamente, a reação das pessoas
Fundamentalmente, adotar o marketing implica mudan- às mudanças com a estimativa desse comportamen-
ças e por isso, sua implantação sempre enfrenta barreiras. As to de resistência, procurando-se saber como elas
pessoas resistem às mudanças, porque não aceitam aquilo que agiiiam em relação à mudança a ser proposta;
incomoda, tendem a só perceber o que lhes convém, desconfi- • notificar as pessoas envolvidas no processo sobre
am das novidades, receiam perder as coisas boas já conquista- os fatos, as necessidades, os objetivos e prováveis
das. O desconhecimento ou a falta de controle da nova situação efeitos da mudança.
geram insegurança pessoal. Algumas pessoas sentem necessida-
de de reagir "contra", outras temem assumir responsabilidades. Essas medidas requerem constante observação e muito
Para minimizar esses obstáculos, antes de tudo é preciso diálogo com as pessoas que trabalham na unidade de informa-
analisar o a1nbiente em que a mudança ocorrerá, em função dos ção. É importante que o objetivo da mudança seja claramente

150 151
definido. Todos devem entender o quanto a adoção do marketing buscando oferecer o melhor atendimento possível, pois as ne-
contribuirá para melhorar o desempenho da unidade de infor- cessidades de informação atendidas podem garantir o futuro da
mação. Para tornar claro esse propósito, os benefícios advindos unidade de informação.
da adoção devem ser destacados. São eles: A penas para mencionar alguns pontos que merecem mai-
or atenção por parte dos gerentes, são relacionados os seguintes:
0
apri1noramento e intensificação do relacionamen-
to com o usuário; • aprofundar os conhecimentos de planejamento es-
• valorização do interesse pela satisfação dos usu- tratégico, o que possibilitará , entre outras vanta-
ários; gens, a visualização do macroambiente em que a
• ajustamento de produtos e serviços às necessida- unidade de informação está inserida;
des informacionais dos usuários; • considerar o mercado e todos os seus públicos:
0 melhor direcionamento dos recursos financeiros internos e externos, os mantenedores, os fornece-
destinados às unidades de informação, em fun- dores e os competidores
ção do ajustamento às necessidades informacionais • promover a realização de estudos de usuários com
dos usuários; enfoque mercadológico, metodológica e sistema-
1.11 maior estím11lo à utilização dos serviços e à procu- ticamente, buscando fundamentação nas noções
ra pelos produtos oferecidos pelas unidades de in- de pesquisa de mercado, análise do consumidor,
formação; segmentação de mercado, visando tomar esses es-
@I atração de um maior número de usuários; tudos eficazes instrumentos de planejamento,
• maior divulgação das unidades de informação e fornecendo insumos para a idealização dos pro-
dos recursos informacionais que elas dispõem; dutos e serviços a serem oferecidos;
• melhor imagem das unidades de informação e dos • definir, clara e explicitamente, as políticas, as me-
bibliotecários; tas, os objetivos da unidade de informação;
• maior apoio financeiro às atividades das unidades • diversificar e personalizar a oferta de produtos
de informação pelos mantenedores. e serviços, planejando-os de acordo com a ne-
cessidade, o interesse, o hábito de uso e a per-
A adoção da administração orientada para o marketing cepção do usuário, previamente identificados
implicará mudanças nas unidades de informação brasileiras. Será por meio de estudos de usuários realizados com
preciso que seus gerentes estudem o tema, aumentando o co- o enfoque mercadológico sugerido, seguidos da
nhecimento sobre o assunto, tomando consciência da necessi- correta interpretação dos dados coletados, ad-
dade de desempenhar sua função, respeitando os interesses e mitindo-se que as avaliações feitas possam im-
opiniões dos usuários. O marketing como estilo gerencial exige plicar reformulações e eliminações de produ-
a eficácia e a eficiência, conduzindo à efetividade. Para conse- tos e serviços, tradicionalmente oferecidos;
guir esse objetivo, é preciso que toda a equipe esteja engajada • evidenciar a necessidade de os projetos desen-
no processo da adoção desse conceito. A inovação acontece com volvidos pela instituição mantenedora
a receptividade às críticas, sugestões e reclamações dos llsuários, alocarem recursos financeiros para a aquisição

152 153
do material bibliográfico necessário a sua rea- • ampliar o uso de novas tecnologias;
lização; • desenvolver sua capacidade de liderança;
• saber definir as prioridades de atendimento aos * administrar eficazmente o tempo, para fazer bom
diversos seg1nentos do mercado, decidindo pelo uso dele, ouvindo a equipe e motivando-a para
segmento estratégico cuja satisfação do usuário o trabalho;
evidencie eficaz e prontamente os resultados • reconhecer a importância das avaliações, reali-
desse atendimento; zando-as mais freqüenternente.
• conscientizar toda a equipe acerca dos objeti-
vos da unidade de informação, da irnportán- Sug·ere-se aos gerentes das unidades de inforn1ação brasi-
cia da qualidade dos serviços oferecidos e pro- leiras desenvolverem sua criatividade, suas habilidades corno ne-
dutos elaborados, do atendimento satisfatório gociadores e inovadores e intensificarem seus esforços para co-
dos usuários e da relevância de cada tarefa nhecer a cultura organizacional da instituição rnantenedora da
desempenhada no sistema de informação unidade de informação. Isto contribuirá para aprimorar sua capa-
corno um todo; cidade de comunicação e suas relações com seus públicos, con-
• manter toda a equipe treinada e atualizada, prin- correndo para o aumento de sua adaptação às mudanças, melho-
cipalmente, o pessoal envolvido com a presta- rando o seu conhecimento do cenário onde a unidade de infor-
ção de serviços; mação atua e está inse1ida. Tudo isso possibilitará melhores con-
• melhorar as habilidades de comunicação com os dições da sua atuação como responsável pela decisão sobre a ado-
diferentes públicos; ção ou não do enfoque rnercadológico da função gerencial.
0
incentivar a cooperação entre as unidades de in-
formação do setor, para ampliar o uso da infra-
estrutura informacional existente; 7 CONHECIMENTO E ADOÇÃO DE MARKETING
0
alocar recursos orçamentários para as atividades
NAS BIBLIOTECAS BRASILEIRAS DE GEOCIÊNCIAS
de promoção;
• divulgar produtos e serviços, chamando a aten- E TECNOLOGIA MINERAL
ção dos usuários para os benefícios que esses pro-
dutos e serviços possam propiciar, em vez de se Corno exemplo prático sobre a aplicação das técnicas
preocupar apenas em descrever as suas caracte- mercadológicas em unidades de informação, foi realizada por
rísticas; Amaral (1990) urna pesquisa de campo exploratória em biblio-
• estreitar a interação com a diretoria da institui- tecas brasileiras de Geociências e Tecnologia Mineral, visando
ção rnantenedora da unidade de informação, au- verificar o conhecimento e a aplicação de marketing nessas uni-
mentando o prestígio político institucional da uni- dades de informação.
dade de informação; Para fazer o levantamento das bibliotecas em questão, foi
• manter o serviço de referência qualificado e contactada a CBD G da FEBAB, detentora de um cadastro com
entrosado com as demais atividades desenvolvi- as informações a respeito das unidades de informação brasilei-
das pela unidade de informação; ras dessas áreas.

154 155
O universo da pesquisa ficou constituído por 190 bibliote- satisfatório do tema. Nessas bibliotecas, 46,4% dos gerentes não
cas (Anexo 2), entre especializadas e universitárias, constantes consultavam previamente os usuários quando planejavam os
do mencionado cadastro. produtos e serviços de informação, embora 64,2% dos geren-
A pesquisadora enviou pelo correio os questionários (Ane- tes realizassem atividades para identificar as necessidades de
xo 3) para os gerentes dessas bibliotecas, e os resultados desse informação dos usuários.
estudo são apresentados a seguir, como exemplo de uma reali- Levando-se em conta que as opiniões divulgadas por
dade brasileira relativa ao assunto, considerando-se o contexto Amaral (1990) foram emitidas pelos gerentes, o papel desempe-
das unidades de informação das áreas pesquisadas. nhado por esses profissionais foi amplamente discutido, incluin-
do-se comentálios pertinentes à atuação gerencial no contexto
O índice (82.63%) de respostas ao questionário foi
brasileiro das bibliotecas de Geociências e Tecnologia Mineral.
satisfatório. Foram respondidos 151 questionários: 51 (33.8%) por
Da referida pesquisa foram selecionadas as conclusões re-
gerentes de bibliotecas universitárias (sendo 19 centrais e 32
lativas aos produtos e serviços oferecidos.
setoriais) e 100 (66.2%) de bibliotecas especializadas.
Em linhas gerais, o universo era composto de um número
maior de bibliotecas especializadas pequenas, orçamentadas, con-
tando com três funcionários. O nível de tecnologia disponível 7.1 PRODUTOS E SERVIÇOS OFERECIDOS
era baixo (poucos equipamentos) e, conseqüentemente, havia
poucos produtos e serviços automatizados. (a) Planejamento e Oferta
Constatou-se o fechamento de 13 bibliotecas durante a Embora não se possa assegurar que os produtos e serviços
realização da pesquisa de Amaral (1990). Pode-se afirmar, en- fossem idealizados a partir de estudos que os definissem de acordo
tretanto, que o universo sofreu maiores perdas, ficando signifi- com as necessidades de informação dos usuários, previamente
cativamente reduzido o número das bibliotecas especializadas, identificadas, admite-se que o plaoejamento não era direcionado
em função da extinção de várias empresas de mineração e de para o conhecimento dessas necessidades. Essa suposição baseia-se
vários órgãos governamentais, desde aquela data até o presen- no fato de a metade (46.4%) dos gerentes ter afirmado não consul-
te. Embora ocorridas essas alterações, as observações verificadas tar seus usuários com a finalidade específica de conhecer as neces-
sobre o desempenho das bibliotecas avaliadas naquela ocasião . sidades de informação, antes do planejamento. Além disso, em
merecem destaque. poucas (n=22) bibliotecas ficou registrado o interesse pela avalia-
Os resultados do estudo evidenciaram que a maioria dos ção de produtos e serviços. A reformulação ou a eliminação desses
gerentes era constituída de bibliotecários dos quais 44,6% eram ocorria com pouca freqüência e não era mantido um estreito relaci-
pós-graduados. A fluência para leitura técnica em línguas es- onamento com o interesse no atendimento satisfatório ao usuário.
trangeiras era boa. Os gerentes enfrentavam dificuldades rela- Basicamente, em termos quantitativos, a oferta de pro-
tivas à liberação de verbas para o financiamento de participa- dutos e serviços das bibliotecas era insuficiente, confirmando
ção em eventos. A oferta de oportunidades para o desenvolvi- o resultado da análise dos dados coletados na pesquisa para o
mento de recursos humanos era precária e muitas instituições estudo de demanda, realizado pelo Departamento Nacional
não possuíam programa específico para esse desenvolvimento. da Produção Mineral (DNPM). Essa insuficiência quantitati-
A maioria (54,3%) dos gerentes não conhecia suficientemente va pode ser justificada pela existência de um grande ( n=58)
o marketing e somente 7,9% demonstraram conhecimento

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t
1

número de bibliotecas do universo pesquisado, onde só tra- j equipe para agir com cortesia, empenhando-se em
balhava um bibliotecário, já que os gerentes indicaram inte- oferecer a resposta em tempo hábil);
resse em aumentar a prestação de serviços, embora não tives-
0
ser receptivo às críticas, sugestões e reclamações
sem realizado esse intento. (importância das avaliações);
Urna forma de contornar essa situação pode ser buscada, • ser eficaz (dar ênfase aos resultados, ter capacida-
se o gerente voltar sua atenção para o exame dos produtos e de para definir prioridades).
serviços de informação oferecidos pelas demais bibliotecas do
setor. Esse exame deve considerar a possibilidade de aproveita- (b) Comercialização
mento dos produtos e serviços avaliados, desde que os mesmos Ficou constatada a não comercialização dos produtos e
atendam aos interesses dos usuários a que se destinam. Os ge- serviços oferecidos pelas bibliotecas brasileiras de Geociências e
rentes precisam admitir, entre outras alternativas, o Tecnologia Mineral. Entre elas, 66.9% não cobravam seus servi-
reempacotamento da informação e o trabalho cooperativo, am- ços e 79.5% não vendiam seus produtos.
pliando a visão da sua atuação gerencial. A não comercialização dos produtos e serviços de infor-
Admitindo-se que o gerente considere insuficiente, mação nessas unidades de informação denotou um ambiente
quantitativamente, o quadro de pessoal da biblioteca, justifi- não mercadológico, que na opinião de Weinstock (1976, vol.17,
cando assim a insuficiência da oferta de produtos e serviços, é p.165-188) e de Saracevic & Wood (1981, p.239-260) evidencia
preciso alertá-lo de que para conseguir aumentar sua equipe, uma barreira quando se pensa em adotar uma administração
ele deverá mostrar eficácia. Daí, mesmo julgando insatisfatória orientada para o marketing. O fato de os produtos e serviços
quantitativamente a oferta de sua biblioteca, sua atenção deve- não serem comercializados pode confirmar a validade dos argu-
rá estar voltada para a qualidade dessa oferta. O usuário bem mentos de Arboleda Sepulveda (1982) quando afirma não exis-
atendido e satisfeito poderá ser um aliado na sua reivindicação tir política mercadológica e tampouco consciência dos gerentes
de aumentar a equipe. De nada valerá, porém, o aumento do para o aspecto comercial. Pode validar as afirmativas de Costa
quadro do pessoal, se não houver preocupação em prestar um (1986) relativas à indefinição da relação custo/benefício dos pro-
atendimento de qualidade ao usuário. Para tanto, paralelamente, dutos e serviços de informação apontadas por Weinstock (1976,
deverá ser cuidado o aspecto qualitativo do pessoal. A qualida- vol.17, p.165-188) corno obstáculo na adoção da administração
de dos recursos humanos não pode ser negligenciada. orientada para o marketing.
Alguns princípios básicos devem nortear a preocupa- Grande parte do universo era constituída de entidades go-
ção do gerente, em relação à qualidade da oferta dos produ- vernamentais, o que pode ter contribuído para determinar a
tos e serviços: gratuidade dos produtos e serviços, urna vez que, de um modo
geral essas entidades, tradicionalmente, não cobram seus senriços.
• saber interpretar a necessidade de informação dos Existiam bibliotecas não orçamentadas e a oferta de pro-
seus usuários (realizar o estudo de usuário com dutos e serviços era insatisfatória. Aliados, esses fatores eviden-
base nas noções de pesquisa de mercado, análise ciam-se como justificativas da não comercialização. Basicamen-
do consumidor, segmentação de mercado); te, a comercialização verificada restringiu-se à venda de publica-
0 valorizar o bom atendimento (ter interesse e1n não ções e cópias de documentos, sendo que a última ocorria em
deixar o pedido sem atendimento, treinando a freqüência pouco maior que a primeira.

158 159

l
T
Havia maior número de bibliotecas universitárias enlTe as número significativo de instrumentos promocionais (de 16 a 21
que comercializavam seus produtos e serviços. Pode-se justificar o entre os diferentes tipos elencados na pesquisa).
fato pelas próprias caracteristicas dos diferentes públicos internos Essa conclusão confirmou os resultados do "Estudo de de-
atendidos por esse tipo de organização, além do público externo, manda de infarmação no setor de Geociências e Tecnologia Mineral"
geralmente numeroso. As bibliotecas especializadas, principalmente (Brasil. Departamento Nacional da Produção Mineral, 1986) re-
as de empresas privadas, ficam mais restritas ao seu público interno alizado pelo DNPM, em 1985, evidenciando a necessidade de
e dificilmente a empresa cobrará um serviço de informação de seu maior divulgação dos produtos e serviços oferecidos.
próprio funcionário. Entretanto, as bibliotecas especializadas que Entre os procedimentos de promoção adotados, os mais
atendem usuários externos devem pensar em estabelecer sua polí- utilizados eram o relatório anual, o jornal mural, o carimbo, a
tica de preços, cobrando por seus produtos e serviços. Mesmo no sinalização, as cartas e as circulares, os formulários impressos da
caso das unidades de informação voltadas para o atendimento do unidade de informação, o stand, o noticiário da biblioteca e os
seu público interno, não se exclui, apesar dessa decisão, a necessi- formulários impressos da instituição mantenedora. Observou-
dade de o gerente preocupar-se com a relação custo/benefício dos se, embora não avaliando qualidade e intensidade do uso dos
produtos e serviços que são oferecidos. Cabe ao gerente adminis- instrumentos promocio11ais enumerados, que, com exceção do
trar os recursos financeiros, reivindicando a dotação orçamentária jornal mural, do noticiário da biblioteca e do stand, os demais
satisfatória para o bom funcionamento da biblioteca. Esses dados eram instrumentos que integravam a rotina administrativa e fun-
podem ajudá-lo na tarefa de estabelecimento de preços ainda que cional da biblioteca. O relatório anual é um documento gerencial
os produtos e serviços oferecidos não sejam cobrados. de prestação de contas das atividades realizadas, cuja elabora-
De um modo geral, os gerentes enfrentam barreiras em ção é indispensável para o g·erente cônscio da sua função. Os
relação à política de preços. É grnnde a dificuldade que existe formulários impressos da instituição mantenedora ou os da pró-
para se estimar o valor da informação, de acordo com o uso que pria biblioteca simplificam a rotina de comunicação, sendo tão
dela se faz e são poucos os estudos sobre o tema na literatura necessários quanto a própria redação de circulares e cartas. O
biblioteconômica. Como essas dificuldades não foram avalia- uso do carimbo pode identificar a origem de um documento,
das, não se pode afirmar, a respeito da ocorrência ou não dessas facilitando rotinas ao dispensar a datilogTafia de informações em
barreiras. Apesar disso, é inadmissível que essa ocorrência im- correspondências, por exemplo. A sinalização, por sua vez, ori-
peça o gerente de determinar o preço dos produtos e serviços de enta a busca da informação do usuário na biblioteca. O uso ade-
informação. Antes de adotar critérios para o estabelecimento da quado de cada instrumento retratará a atenção da biblioteca com
política de preços, fundamentalmente, o gerente deve se preo- os seus usuários, com a instituição 1nantenedora e seus demais
cupar com a qualidade do produto ou serviço que é oferecido e públicos, contribuindo para a racionalização das atividades roti-
com a qualidade do atendimento que o usuário recebe. Isto por- neiras. Todos exigem planejamento e devem ser elaborados cui-
que, quando se oferece um produto ou serviço de qualidade, o dadosamente, mas são praticamente institucionalizados. Dificil-
usuário, provavelmente, não hesitará em pagar por ele. mente a biblioteca poderá prescindir dos mesmos. O efeito
promocional que cada um representará para a biblioteca variará
(e) Promoção de acordo com o uso correto e adequado do próprio instrumen-
No que diz respeito à promoção, só a minoria das bibliote- to. De um modo geral, as unidades de informação fazem uso,
cas brasileiras de Geociências e Tecnologia Mineral usava um rotineiramente, desses meios promocionais, ainda que não te-

160 161

l
nham consciência do efeito promocional implícito. Se esses fo- (d) Comunicação com o usuário
ram os procedimentos de divulgação mais utilizados, partindo- O cantata pessoal era o meio de comunicação mais utili-
se do raciocínio exposto e considerando-se que não houve uma zado para contactar os usuários das bibliotecas brasileiras de
verificação precisa da qualidade, freqüência, intensidade de uso Geociências e Tecnologia Mineral.
e planejamento da divulgação realizada, pode-se admitir, com Embora não tenha sido avaliada a intensidade de uso
grande possibilidade de acerto, que os resultados obtidos dos canais de distribuição, verificou-se que não só os gerentes
correspondam a um índice significativamente baixo de ativida- utilizavam quase todos os tipos de canais enumera.dos no ques-
de promocional nessas unidades de informação. tionário da pesquisa, como relacionaram outros, demonstra11-
Embora reconhecendo a importância da promoção, é do adotar procedimentos interessantes para contactar o usuá-
temerário enfatizá-la, quando não se tem condições para aten- rio. Entre os procedimentos mencionados destacou-se o plan-
der uma demanda que a divulgação do produto ou serviço tão geológico, quando o usuário, pelo telefone, podia receber
possa gerar. informações obtidas pela consulta feita a um terminal de com-
Talvez a divulgação insuficiente seja uma conseqüên- putador. A iniciativa revelou um interesse inovador no atendi-
cia da precária infra-estrutura informacional disponível, que mento. Apesar disso, o fato de não ter sido avaliada a intensi-
induz os gerentes a temerem que a demanda gerada não possa dade do uso dos canais de distribuição impediu que fossem
ser atendida. É possível admitir, também, que os gerentes feitas outras inferências.
não divulguem, satisfatoriamente, as atividades da unidade Quanto aos estudos de usuários, não se pode assegurar
de informação por desconhecerem o marketing. Além dis- que nas unidades de informação pesquisadas esses estudos eram
so, o fato pode significar uma certa acomodação inaceitável. voltados para o planejamento de produtos e serviços. Todavia,
O esforço desses profissionais deve voltar-se para a reivin- uma pesquisa realizada para fazer o "Estudo da distribuição da
dicação da melhoria da infra-estrutura em lugar de retrair a força de trabalho atuante nos sistemas de informação em: Biotecnologia,
demanda, não divulgando os produtos e serviços. Os geren- Instrumentaçiio, Geociências e Tecnologia Mineral, Qyíinica e Engenha-
tes devem se empenhar para melhorar as condições de tra- ria Qyímica" (Tarapanoff, 1988) pode fornecer alguns insumos
balho da unidade de informação, ampliando e diversifican- para essa questão. A pesquisa citada estudou as qualificações que
do a oferta de produtos e serviços, que deve ser planejada apresentavam os profissionais atuantes na área de informação
de acordo com as necessidades de informação dos usuários, dos setores mencionados, visando obter o prognóstico dos co-
previamente identificadas. nhecimentos e aptidões desejáveis para a realização do trabalho
Para o aprimoramento das atividades de promoção que desses profissionais. Embora os dados coletados tenham sido
pretende desenvolver, o gerente deve lembrar-se de incluir analisados de um modo global e não especificamente pelos seto-
na previsão orçamentária os custos relativos a essas ativida- res especializados em separado, os respondentes das áreas de
des. Deve incluir no planejamento referente ao desenvolvi- Geociências e Tecnologia Mineral eram comuns, com uma pe-
mento de recursos humanos, oportunidades específicas para quena variação quantitativa do universo de estudo de Amaral
o treinamento e aperfeiçoamento de pessoal nas técnicas de (1990) sobre o marketing. A coleta de dados de ambas as pes-
promoção, além de buscar a colaboração de profissionais quisas fora1n realizadas, aproxiinadamente, no 111esmo perío-
dessa área para auxiliar na realização das atividades do. Daí, resguardados os devidos cuidados da não generaliza-
promocionais. ção, podem ser consideradas algumas conclusões do estudo.

162 163
Entre as diversas características dos profissionais da área de A CBDG tem buscado atuar nesse sentido. Depois de
informação que foram identificadas constou que o bibliotecá- long·o período transcorrido da participação do professor Murilo
rio não usava corretamente o estudo de usuário para identifi- Bastos da Cunha no Congresso Brasileiro de Geologia de 1977,
car as necessidades de informação dos usuários de suas biblio- a CBDG promoveu no XXXV Congresso Brasileiro de Geolo-
tecas. A partir dessa constatação, os resultados do estudo indi- gia, em 1988, um painel sobre a "Informação em Geociências
caram que só quando o bibliotecário souber usar corretamente e Tecnologia Mineral", incluído na programação oficial do even-
o estudo de usuário, a oferta de serviços aos usuários to. Embora ambas as participações não estejam registradas nos
corresponderá às necessidades dos mesmos. Concordamos, ple- anais dos citados congTessos, representam uma iniciativa lou-
namente, com esta afirmativa, posto que, "do ponto de vista vável. Os bibliotecários devem continuar participando desses
do usuário, esse exige que o bibliotecário ofereça serviços per- congressos, envidando esforços no sentido de manter essa par-
sonalizados, em grande diversidade. A sua exigência ticipação sem interrupções, procurando incluir os futuros tra-
informacional inclui o atendimento rápido, eficiente e sobretu- balhos apresentados nos anais. Atuando competentemente con-
do confiável. O usuário justifica a existência da biblioteca pela tribuirá o para difundir uma boa imagem do bibliotecário e da
sua demanda informacional, mas quando essa demanda deixa unidade de informação, concorrendo para a valorização pro-
de ser suprida, ou não for suprida de forma adequada, ele bus- fissional na atividade desenvolvida pelo setor de informação.
cará outras organizações ou outros serviços que possam lhe No caso específico dos gerentes das bibliotecas de
prestar o atendimento bibliográfico." Geociências e Tecnologia Mineral, sugere-se que seja intensifi-
A partir dessa concepção, enfatiza-se a necessidade de os cada a participação desses profissionais nas atividades da
gerentes aprofundarem seus conhecimentos sobre o marketing, CBDG, o que concorrerá para ampliar a interação e a coope-
visando obter no estudo desse tema os fundamentos necessári- ração entre os próprios bibliotecários e os demais profissionais
os para a realização de estudos de usuários com o enfoque do setor. Isso incentivará a criação de grupos estaduais ou regi-
mercadológico, de modo a torná-los instrumentos mais efica- onais da Comissão, onde eles ainda não existem. A CBDG
zes de planejamento. deve ampliar sua interação com a SBG, não só procurando
As constatações apresentadas suscitam alguns comentários e manter o espaço conquistado no Congresso Brasileiro de Geo-
questionamentos. Destaca-se a importãncia da interação dos geren- logia, realizado pela Sociedade, como desenvolvendo projetos
tes com os profissionais das áreas especializadas em que atuam. cooperativos com a mesma entidade.
Uma iniciativa facilitadora seria a CBDG intensificar sua comuni- Outra sugestão a ser implementada seria que a CBD G
cação com a SBG, na tentativa de viabilizar a participação perma- incluísse nas suas atividades a divulgação de estudos de usuári-
nente de um grupo de bibliotecários da Comissão, atuando junto à os e estudos de avaliação de produtos e serviços realizados nas
SBG. Essa alternativa pennitiria uma aproximação entre os profis- bibliotecas brasileiras de Geociências e Tecnologia Mineral.
sionais, ampliando as oportunidades de contato. Se1ia oportuno Além disso, como existe um significativo número (n=58)
introduzir nos congressos organizados pela SBG um espaço para de bibliotecas brasileiras de Geociências e Tecnologia Mineral
discutir os problemas da informação na área do conhecimento es- onde trabalha somente um bibliotecário e a CBDG possui o
pecífico do evento. Essa interação promoveria a difusão dos recur- cadastro dessas unidades, poderiam ser selecionadas aquelas
sos informacionais, possibilitando um maior conhecimento dos in- onde essa situação se configura. A partir dessa identificação, a
teresses de informação dos usuários de cada área do setor. Comissão poderia sugerir o estudo e o debate dos problemas
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!
comuns entre essas unidades de informação, planejando dis-
do pessoal da área de informação. Assim, entre as atividades
cussões sobre a abordagem do te111a em suas reuniões. De acor-
previstas com o desenvolvimento de cinco_ sub-proj_etos,_ o
do com o interesse despertado, esse fórum seria ampliado co1n
DNPM deveria coordenar os subsistemas de mformaçao exis-
a organização de eventos maiores, podendo ser estudada a
tentes, de modo a atender às necessidades de informação da
possibilidade do intercâmbio com os gTupos de estudo desse
comunidade, contribuindo para o desenvolvimento das
assunto organizados no âmbito daAssociation Library (ASLIB).
Geociências e da Tecnologia Mineral e permitindo o uso efeti-
As iniciativas sugeridas poderão contribuir para o apri-
vo da informação geológico-mineral.
moramento do desempenho das bibliotecas brasileiras de
A situação observada atualmente é desoladora, quando
Geociências e Tecnologia Mineral. Entretanto, pelos estudos
se constata a desativação do GEOCINF. Sem a pretensão de
analisados, no que diz respeito a essas organizações, pode-se
avaliar o sistema, pouco progresso e muitas dificuldades no
admitir que esse cenário não atingiu um estágio digno de lou-
contexto brasileiro das bibliotecas de Geociências e Tecnologia
vor, embora essas áreas especializadas do conheci1nento tenham
Mineral retratam a situação atual.
merecido certo destaque na política brasileira de desenvolvi-
mento técnico-científico. Guardadas as devidas ressalvas aos sistemas de informação
das diversas instituições do setor, em especial ao Sistema de Informa-
Dentre os sub-programas do ProgTama de Apoio ao De-
ções Geológicas (SIGA), que abriga a base de dados constituída dos
senvolvimento Científico e Tecnológico (PAD CT), o governo
registros integrnntes da bibliogTafia brasileira de Geociências e
brasileiro contemplou as áreas de Geociências e Tecnologia Mi-
Tecnologia Mineral desenvolvida pelo G EOCINF, o fluxo de divul-
neral, voltando suas ações para a criação e aprimoramento dos
gação da informação geológico-mioeral pelas bibliotecas ainda não
serviços de apoio, preconizando entre outras atividades a cria-
atiogiu sua plenitude. Os acervos bibliográficos, embora tivessem
ção do Sistema Nacional de Informação em Geociências e
Tecnologia Mineral (GEOCINF). recebido significativos incentivos, não conseguiram atualização
satisfatória. Persiste a carência de produtos e serviços de informação
O DNPM foi o órgão coordenador do GEOCINF que,
e em relação à divulgação dos que foram desenvolvidos, pouco foi
pelo convênio estabelecido com o Conselho Nacional de Pes-
feito. Muitas dificuldades foram enfrentadas, principalmente no que
quisa e Desenvolvimento (CNPq) /Instituto Brasileiro de In-
respeita à carência quantitativa de recursos humanos dedicados ao
formação em Ciência e Tecnologia (IBICT), visava a desenvol-
projeto. Com relação ao desenvolvimento de recursos humanos, as
ver, aprimorar e incrementar as atividades na área da informa-
conquistas foram válidas, principahnente pelo curso de especializa-
ção, assegurando a geração de produtos e serviços regulares e
ção ministrado. Infelizmente, quanto aos estágios e visitas realizadas
adequados, propiciando eficácia no acesso, divulgação e utili-
no exterior, os profissionais contemplados com o progrnma foram
zação efetiva das informações para suprir as necessidades das
áreas do sistema. (Brasil. DNPM, 1986) demitidos, em função da política governamental, apesar do longo
tempo de serviço dedicado ao órgão. Por essa razão, ficou prejudica-
O Centro Nacional de Informação em Geociências e
da a contribuição que esses profissionais poderiam oferecer.
Tecnologia Mineral, cujo funcionamento estava a cargo do
O fechamento de bibliotecas é uma questáo que deve ser ob-
DNPM, em Brasília, deveria coordenar as atividades relevan-
servada com atenção. Bibliotecas freqüentemente estáa sendo fecha-
tes e adequadas a todos os interessados, fornecendo o suporte
das, não só pela extinção de diversas empresas de mioeração na ini-
informacional aos pesquisadores das áreas, além de fomentar e
ciativa privada, como pela extinção de diversos órgãos governamen-
fortalecer o sistema por meio da formação e aprimoramento
tais do setor.
166
167
Por que essa situação? O questionamento é válido e portanto a permite um melhor desempenho das unidades de informação,
resposta não pode ser leviana. É preciso refletir sobre todos os aspec- antes, durante e depois das mudanças planejadas, pois "ajuda a
tos envolvidos: recursos humanos, financeiros e materiais, políticas e dar forma a u1na visão, testa sua viabilidade, inicia e depois mo-
diretrizes adotadas e todos os demais fatores que possam ter influen· difica a sua operação." Ela afirma que "11sado conscientemente e
ciado o sistema. com habilidade, o marketing pode manter a biblioteca numa
A pesquisa de Amaral (1990) comprovou que os gerentes posição visível e relevante."
dessas unidades de informação pouco conheciam sobre A rapidez do desenvolvimento de novas tecnologias em
marketing. Acreditando no sucesso da adoção da administração unidades de informação requer especial atenção. Sistemas
da unidade de informação orientada para o marketing, visando automatizados de circulação, serviços de recuperação de infor-
o efetivo aprimoramento de desempenho necessãrio às unida- mação em linha e até mesmo outros serviços mais sofisticados
des de informação desse contexto, são sugeridas medidas a se- podem ser oferecidos nessas organizações. Tanto a equipe de
rem adotadas que poderiam contribuir para a disseminação das trabalho da unidade de informação, quanto os seus usuários pre-
técnicas mercadológicas entre os bibliotecáiios. cisam ser informados sobre as formas e o valor desses serviços.
Incentivo à criatividade, atendimento de qualidade aos usu- Não há dúvida de qne as inovações tecnológicas estão transfor-
ários, lançamento de novos produtos e serviços de informação, mando a unidade de informação de hoje. Uma unidade de in-
busca co11tínua de maior produtividade, investimento em recur- formação ficará obsoleta se falhar em compreender e comuni-
sos humanos são princípios fundamentais a serem lembrados car a importância dos serviços automatizados.
em uma unidade de informação, entendida como uma empresa A informação automatizada ou eletrônica pode ter várias
prestadora de serviços. formas, como um programa ou software, fac-símile, ou mesmo
Outras alternativas podem ser indicadas, visando o apiimora- uma notícia transmitida em tempo real por meios eletrônicos.
mento do desempenho das bibliotecas brasileiras de Geociências e Uma das mais comuns, entre as diversas tecnologias existentes é
Tecnologia Mineral. O irnp01tante, porém, é admitir que algo preci- a obtenção de informações em linha nos terminais ou nos
sa ser feito, buscando um efetivo desempenho dessas organizações. monitores de vídeo de microcomputadores ao acessar bases de
Entretanto, não basta considerar apenas o momento pre- dados. Essas bases podem estar armazenadas na memória dos
sente, pois vivemos e1n um ambiente em constantes mutações e micros, em CD-ROM, em disco magnético ou em fita, no caso
transformações. Por essa razão torna-se oportuno tecer algumas do acesso a bases de dados remotas, usando-se o modem e o
considerações sobre o futuro. telefone. A diversidade das novas tecnologias é cada vez maior.
A evolução da indústria da informação é rápida e
ininterrupta. A indústria de bases de dados, por exemplo, na
8Ü MARKETING E O FUTURO DAS UNIDADES DE década de 70 era praticamente do árnbito governamental, sendo
quase todas as bases do tipo bibliográficas. Não existiam redes
INFORMAÇÃO BRASILEIRAS de telecomunicações, o acesso por meio dos modens era lento,
os terminais primitivos, sendo poucos os usuários.
Conroy (1983) considera o marketing um elemento vital Hoje, nos anos 90, Tenopir (1991) assegura que existem
na função de planejamento do administrador e na criação do aproximadamente 5000 bases de dados nos Estados Unidos.
futuro. Para ela, o marketing como ferramenta de planejamento Sobre o futuro dessa indústria, comenta os aspectos tecnológicos,

168 169
T
sociais e econôn1icos que afeta1n esse cenário. Segundo a autora, las bibliotecas e a conveniência física do solicitante da informa-
as principais mudanças ocorrem em função: ção em relação ao acesso à produção técnico-científica.
Entre as desvantagens, Crane & Pilachowski (1978) men-
• do desenvolvimento das telecomunicações; cionam a dificuldade relativa ao período da literatura coberto
• do aprimoramento dos métodos de captação de pelas bases de dados, que se refere aos últimos dez anos. O fato
dados por leitura ótica ou varredura por meio de pode ser inconveniente para determinados assuntos cujo inte-
digitalizador (scanner); resse de busca não se restrinja à literatura recente. Algumas
• do potencial da armazenagem de informações; áreas do conhecimento não estão devidamente cobertas pela
• da expansão das opções da distribuição das bases indústria de bases de dados. Os custos de utilização ainda são
de dados; elevados. A busca por computador se restringe estritamente
• da maior complexidade das necessidades dos usu- aos caracteres determinados pela estratégia de busca. Não é
ários: possível buscar palavras, conceitos, relações de semelhanças
• da ampliação da demanda por bases de dados; além dos determinados na estratégia de busca. Cada estratégia
• das mudanças na dinâmica de produção das pró- de busca corresponderá a uma instrução. Nas fontes impressas
prias bases de dados. essas relações podem ser visualizadas durante a consulta. é
necessário estudar as especificidades de cada sistema para efe-
As bases de dados são ferramentas de enorme potencial, tivar a busca. Depois de realizada a busca, o resultado geral-
cujas vantagens são diversas. Crane & Pilachowski (1978) defen- mente requer mais esforço para localização do material citado.
dem que nas buscas automatizadas, a questão pode ser mais ela- Lopes (1983) considera como restrições ao uso das bases
borada e cuidadosamente descrita, melhor do que na busca ma- de dados a exigência de alguns produtores para que sejam feitas
nual. Isto sem contar com a indiscutível rapidez com que é possí- assinaturas das versões iinpressas correspondentes às bases. Esse
vel acessar um número enorme de arquivos e registros. A compa- fato encarece e praticamente inviabiliza o uso dessas bases por
ração dos dados pode ser mais complexa e multi-conceitual, per- usuários individuais. As dificuldades relativas aos direitos auto-
mitindo as mais diversas combinações de assuntos. Se o resultado rais e cobrança de royalties, a falta de normas das linguagens de
não for satisfató1io, é possível mudar rapidamente a estratégia de busca e dos registros bibliográficos, ausência de resumos e ou-
busca. A atualização, no caso das buscas bem sucedidas, pode ser tras restrições contratuais resultantes da competição caótica en-
feita pe1iodicamente, com extrema facilidade. tre os sistemas, com prejuízos para os usuá1ios também são apon-
1
Lopes (1983) acrescenta a vantagem do aumento de preci- tadas pela mesma autora.
são da recuperação, ao considerar que é maior o número de Mesmo admitindo as dificuldades existentes no uso de
pontos de acesso do que os disponíveis nas publicações impres- 1 bases de dados, o próprio usuá!io pode acessar a informação do
sas e existe mais flexibilidade em criar combinações lógicas, além seu interesse, ou de um modo geral, como ocorre nas unidades
da possibilidade de expandir, especificar ou modificar totalmente de informação, os bibliotecários são os mediadores ou interme-
a estratégia, de acordo com os resultados visualizados no termi- 1 diários, elaborando a pesquisa, conforme a questão formulada
nal. Considera, além disso, a facilidade na exaustividade da co- pelo interessado.
bertura de diferentes fontes de informação, que suplanta a capa- O impacto do uso de bases de dados em unidades de infor-
cidade orçamentá1ia da aquisição de múltiplas publicações pe- 1 mação foi amplamente abordado na revisão de literatura feita por

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1

l
T
perspectiva integrada de trabalho de equipe, que ajuda a pla-
Cunha (1983). O autor comenta as implicações gerais, notadamente
a maior rapidez no atendimento e o aumento das solicitações dos 1 nejar o futuro. . ..
Sobre o assunto, Pimentel (1983) destacou a multiphc1dade
usuários por serviços de informação, além das alterações na sele-
e diversidade das necessidades de informações; a evolução do
ção e aquisição, catalogação, trabalho de referência, intercâmbio
entre unidades de informação e implicações financeiras.
1 comportamento do usuário e as conseqüentes exigências co~
relação à prestação dos serviços; a necessidade da criação de
Além de ser obtida pelo acesso a bases de dados, forma
novas unidades de informação, de sistemas e redes de comuni-
mais comentada no âmbito do setor de informação, a informa- 1 cações; a obsolescência da literatura e a importância do aper~ei­
ção eletrõnica pode ser obtida por uma enorme variedade de
çoamento das técnicas de gestão nas unidades _de mformaçao.
mecanismos, ineios, sistemas e associação de serviços à própria
informação em si. Por essas razões, concluiu que o êxito na funçao gerencial da
1
unidade de informação no futuro dependerá da permanente
O uso de novas tecnologias proporciona condições múlti-
análise da conjuntura e estratégias de intervenção em sistemas
plas de combinações de produtos/serviços de acordo com os
em mudanças.
diversos comportamentos, expectativas e interesses dos usuári- 1
Se pensamos nos anos 90 e essas considerações nos levam
os. Conceber e entender toda essa complexidade é quase impos-
a concluir sobre a importância e a necessidade de uma aborda-
sível, pois é cada vez mais difícil dimensionar toda a
potencialidade desse mercado. gem mais ampla, incluindo o marketing como atividade que deva
resultar em lucros.
Quando definia o mercado da informação nos anos 80,
Gracioso (1986, p.18-19) explica que "a empresa que acei-
Silveira (1984) observa que precisávamos considerar:
ta o conceito de marketing e se estrutura em função dele reco-
e a "explosão" da informação;
nhece que o seu êxito depende de sua capacidade de:
• a influência dos sistemas automatizados;
e definir, se possível antes de seus competidores, o
• a retração do mercado em função dos custos;
que os consumidores desejam no momento, ou
• a teusão entre a capacidade potencial dos bibliote-
poderão vir a desejar no futuro;
cários e os recursos limitados das unidades de in-
formação; • organizar-se para atender tais desejos e necessida-
des melhor do que o fariam seus competidores."
• o ponto de vista antiquado a respeito das unidades
de informação e suas funções, que não conseguem
Para garantir o seu futuro, as unidades de informação bra-
acompanhar os avanços científicos e tecnológicos.
sileiras devem dar importância a essas afirmações, procurando
se antecipar às necessidades de informação de seus usuários.
Devia ser considerado, também, que a organização da
A recuperaçào automatizada da informação, resguarda-
biblioteca está presa à "velha escola", onde sua imagem e
dos os cuidados à seleção, processamento e armazenagem, pode
políticas estão limitadas pela visão do próprio bibliotecário,
ser a saída para a rapidez no atendimento aos usuários das uni-
que se preocupa mais com o tratamento técnico da coleção,
dades de informação. Entretanto, Cunha (1984) em sua pes-
do que com a prestação dos serviços, esquecendo-se de ade-
quisa sobre as bases de dados e bibliotecas brasileiras afirma
quar seus produtos aos novos padrões de demanda do mer-
que o baixo nível de utilização desses serviços por parte dos
cado. Para Silveira, a aplicação do marketing oferece uma

172 173

1
usuários da informação no Brasil pode estar ligado ao fato de Para a autora, con10 intermediários da informação eletrô-
poucas bibliotecas desenvolverem atividades promocionais de nica, os bibliotecários, mais do que os outros profissionais, têm
suas bases de dados. Ele recomenda que "as bibliotecas, em procurado realizar eventos técnicos para obter informações so-
geral, devem modificar seus estilos de g·erência e começar a bre novas técnicas e recursos, além de trocar idéias e experiênci-
pensar em pesquisa de mercado, não apenas corno algo desejá- as. Ela admite que a inclusão do treinamento prático em recupe-
vel, mas como um modo de prever e atender às necessidades ração de informação eletrónica na formação dos bibliotecários
dos usuários." tenha contribuído para essa postura.
Comentando a quase inexistência do marketing de pro- Qualquer que seja o interesse profissional envolvido na
dutos e serviços em linha, Cunha (1989) aponta como prová- busca da informação eletrónica, quando se trata de buscas em
vel causa da não promoção "o fato de a maioria dos bancos de bases de dados, as opiniões divergem sobre atribuições do inter-
dados estarem vinculados a instituições da órbita pública, se- mediário. Lopes (1983) relaciona essas atribuições, destacando
tor que, tradicionalmente, não utiliza as técnicas modernas para que o intermediário deverá ter conhecimento suficiente do siste-
difusão de seus produtos e serviços." Considera exceções neste ma que hospeda a base de dados (conexão com o computador,
cenário o Centro de Informações Nucleares (CIN) da Comis- linguagem de busca, faturarnento do sistema, disponibilidade de
são Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e o IBICT. Visando novos comandos e novas bases); e das caracte1isticas das própri-
intensificar a promoção dos sistemas brasileiros em linha, Cu- as bases de dados (forma de atualização no sistema, linguagem
nha (1989) recomenda: de indexação, abreviaturas usadas, estruturação da informação,
período de cobertura e tipos de documentos analisados). Acre-
• incluir os c11stos da promoção no orçamento; dita que, somente dessa forma terá condições de identificar e
• conhecer as capacidades e limitações do sistema; resolver, de forma otimizada, o problema do usuário, elaboran-
• envolver os recuperadores da informação na ativi- do a estratégia de busca adequada ao melhor resultado.
dade de promoção, principalmente durante o pe- Smith (1980), ao analisar o mercado da informação eletró-
ríodo experimental, segundo ele, o melhor tem- nica, classifica-o pelas necessidades de cada profissional. Define
po para testar as táticas promocionais. esse mercado como:

• orientado para a pesquisa, integrado pelos pesqui-


8.1 Ü MERCADO DA INFORMAÇÃO ELETRÔNICA sadores ligados à pesquisa básica, que necessitam
da documentação que fundamente seus trabalhos;
• orientado para a missão tecnológica, composto pe-
Segundo Trudell (1991) o mercado da informação eletró-
nica é constituído de dois importantes segmentos, com caracte- los que fazem pesquisa aplicada e cientistas da área
rísticas próprias e distintas: das exatas e humanas com missões definidas;
• orientado para o público em geral, o de negócios e
• o dos usuários intermediários, categoria onde se os tomadores de decisão.
inserem as unidades de informação e
• os brokers da informação e o segmento dos usuá- Apesar de categorizar os três segmentos, a autora admite
rios finais, que são os usuários atuais. que, mesmo sendo distintos, os interesses determinado tipo de

174 175

l
informação pode ter utilidade para qualquer um deles. Assim, a sa como no ambiente de negócios pode ser considerado um de-
mesma informação é freqüentemente apresentada separadamente safio para os profissionais interessados em marketing.
para os três segmentos. É urna tarefa complicada explicar esse contexto, porque
Os vendedores de informação eletrônica promovem confe- os próprios usuários, ao processarem os dados, estão criando
rências e diversos encontros com o objetivo de demonstrar o po- seus próprios produtos. Por isso, o marketing da informação ele-
tencial desses recursos. Apesar de os vendedores terem investido trônica torna-se complexo. As diferenças entre os produtos e
bastante no segmento dos intermediários, Trudell (1991) garante serviços, a demanda pela informação tomam diferentes as ações
que o segmento não está saturado. As unidades de informação a serem desenvolvidas pelo profissional de marketing desde a
continuarão interessadas na informação eletrônica enquanto ela pesquisa até alcançar o consumidor, passando pelo intermediá-
for evidenciada como um recurso disponível a custos razoáveis. rio até o usuário final de urna base de dados, por exemplo.
O segmento dos usuários finais tem um potencial relativo. O que acontece, entretanto, é que geralmente essas dife-
Segundo a autora, um pesquisador individualmente terá que ar- renças não são consideradas. Quando se trata de oferta de pro-
car sozinho com grandes investimentos para viabilizar o acesso dutos e serviços automatizados a própria distinção entre estes
à informação eletrônica, além de enfrentar maiores dificuldades
termos dificilmente é estabelecida. Surgem, então, os diversos
com relação às barreiras inerentes do manuseio dessa tecnologia.
problemas na tentativa de definir a aplicação do marketing· à
Alguns sistemas oferecem pacotes especiais que ajudam a
informação automatizada. Nessa área os produtos e serviços não
minimizar essas dificuldades. Existem vendedores atendendo ni-
são simples corno os tradicionais sabonetes ou biscoitos. As ca-
chos de mercado desse segmento e colocam à disposição
racterísticas são diferentes.
softwares que facilitam o ambiente de trabalho de busca do usu-
Além disso, alguns produtos e serviços automatizados exi-
ário final.
Quando se trata de bases de dados, fontes de informação gem que seus usuários conheçam suas técnicas e inecanismos de
pesquisável de modo interativo ou conversacional, Cunha (1983) utilização, muitas delas dependendo de um certo tempo para
afirma que ninguém sabe o número exato dos usuários , mas é assimilação.
possível notar que o mercado cresce rapidamente e envolve Bahr (1980, p.161-179) explica que a relutância de alguns
milhões de dólares. bibliotecários em promover ativamente os serviços em linha re-
Cada tipo de mercado tem suas características deter- flete urna preocupação de que a equipe da unidade de informa-
minantes e os meios de promoção para atingi-los podem ser os ção possa receber muito mais trabalho do que consiga dar conta
mais diversos: propaganda em revistas, mala direta, contato pes- de realizar. Isso também reflete uma falta de interesse em aceitar
soal e telefone, entre outros tantos. o fato de que esses serviços redefinem a natureza do trabalho de
referência.
A literatura de marketing aplicado à informação, de um
8.2 DESAFIOS PARA O MARKETING modo geral aborda aspectos relacionados à promoção, mecanis-
mos para preparar orçamentos, realizar pesquisas e medir suces-
Tomar percebível todo o potencial da informação eletrô- so. Todas essas informações são importantes, mas aplicá-las à
nica, como um recurso necessário, tanto no ambiente de pesqui- informação eletrônica não é tarefa trivial.

176 177
Primeiramente, é preciso considerar as próprias dificulda- de modo singular inclui produtos e serviços, envolvendo meios,
des relativas ao problema da tangibilidade da informação ele- mecanismos e sistemas associados à infor1nação obtida.
trônica enquanto produto, serviço ou produto/serviço. Os benefícios advindos do uso da informação eletrôni-
As características especiais da informação eletrônica ainda ca não são necessariamente claros e facil1nente percebidos
não foram totalmente estudadas pelos profissionais interessados pelos usuários finais. No caso das bases de dados, por exem-
em marketing. às vezes a informação eletrônica é considerada um plo, há urna diversidade de bases muito grande. Cada urna
produto ou serviço intangível, mas uma base de dados em CD- delas possui suas características específicas, códigos e lingua-
ROM, por exemplo, pode ser considerada um produto tangível, gens de busca diferentes, se hospedam em diferentes siste-
uma vez que o suporte documental é um disco. Mesmo sendo mas, proliferam e se modificam com freqüência dificultando
considerada um produto tangível, ela não deixará de ser informa- o acesso às informações disponíveis.
ção eletrônica, permitindo seu tratamento como um serviço. Ou- As barreiras relativas ao acesso à informação eletrônica
tros exemplos complicados podem ser considerados, como os dois são diversas. Com relação à tecnologia, a conexão para presta-
casos a seguir. Um consultor escreve um memorando e o envia ção de um serviço em linha depende das telecomunicações.
por fax enquanto que um produtor de base de dados presta um Mesmo com os avanços ocon·idos, facilitando-se a conexão ao
serviço, indexando e resumindo artigos das bases de dados de um viabilizá-la por meio de microcomputadores utilizados como
CD-ROM. Como considerar essa informação? Seriam produtos terminais, ainda se trata de uma tecnologia não totalmente do-
tangíveis ou serviços? A dificuldade para responder essa questão 1ninada, principalmente quando os usuários não estão familiari-
revela que as características da informação eletrônica ficam con- zados com o uso de micros. A expansão das redes eletrônicas de
fusas e mal compreendidas. Conseqüenternente, os profissionais informação poderá contribuir para vencer essa barreira
da área de marketing da informação devem se interessar em de- tecnológica, podendo contribuir na ampliação do interesse pelo
senvolver estudos sobre esses aspectos, porque quem "vende" essa uso desse tipo de infonnação.
informação se defronta com o problema de não ter certeza se o A disseminação do uso da informação eletrônica se de-
seu usuário em potencial entende ter adquirido um produto ou fronta com a necessidade de educação dos usuários, que preci-
um serviço. A abordagem rnercadológica de produtos e serviços sam de treinamento e informações sobre as peculiaridades desse
é distinta, pois entre outras diferenças, o produto é tangível e o tipo de informação.
serviço intangivel. Corno saber a abordagem correta a ser aplica- Outra barreira observada diz respeito aos problemas rela-
da à informação eletrônica? tivos ao copyright. A possibilidade de os usuários utilizarem
A informação eletrônica possui essa inerente dualidade que inescrupulosamente as informações eletrônicas, quando, por
amplia o processo rnercadológico, pois se comporta tanto como exemplo, organizam suas próprias bases de dados a partir de
produto, corno serviço, simultaneamente. Esse novo constructo consultas realizadas em outras bases, são difíceis de serem con-
é um desafio para os profissionais de marketing, que deverão troladas. Poderão ocorrer problemas sérios.
estudar os atributos de cada nova tecnologia. Enquanto essas questões não forem resolvidas, falhas ocorrem:
Segundo a revisão de literatura de Arnold (1990) sobre a
teoria, prática e desafios do marketing da informação eletrônica, 0
se o profissional estimula o uso, mas não atende à
os trabalhos publicados sobre venda, marketing e promoção ig· demanda com a oferta de informação eletrônica
norarn essa característica especial da informação eletrônica, que desejada;

178 179
• se a informação eletrônica for oferecida e não hou- a desvantagem, que poderá ocorrer se a expectativa do usuário-
ver usuários interessados na oferta extrapolar a realidade, podendo resultar em frustração.
• se o usuário tiver interesse na informação eletrôni- Com relação às bases de dados, o número delas cresceu
ca que será oferecida, mas não souber lidar com a muito nos anos 80. Portanto, os pesquisadores em linha têm di-
tecnologia oferecida; ficuldades de diferenciar urna base nova de outra que tenha sido
• se a infonnação eletrônica não for compreendida incrementada com alguma diferenciação. Assim, a estratégia de
pelo usuário; inovação, apesar de poderosa para chamar a atenção dos inte-
• se o sistema de recuperação da informação eletrô· ressados torna-se difícil de ser mantida.
nica não funcionar adequadamente, atendendo os A Mead Data Central pode ser mencionada corno exern·
interesses do usuário. pio do uso da estratégia de contas para os gastos de marketing.
A organização introduziu a venda da coleção de bases de da·
dos de textos completos · LEXIS · aos advogados interessados,
8.3 As ESTRATÉGIAS DE MARKETING por volta de 1970. Os vendedores das bases de dados simples·
mente optaram pelo sistema de mala direta às principais fir·
A adequação da oferta à demanda é um princípio funda- mas de advocacia, usuárias de gastos certos nos grandes cen-
mental da administração orientada para o marketing. Ao plane- tros vendedores de produtos e serviços. A tática de remessa de
jar suas atividades de marketing, os profissionais devem ter em prospectos por mala direta requer apenas urna conta para os
mente a necessidade da abordagem específica para a informa· gastos de marketing. Os custos são relativamente baixos, se
ção eletrônica que pretendem oferecer. {Amaral, 1994) forem comparados com os gastos de campanhas promocionais
Arnold {1990) afirma que, nos anos 80, foram identifica· em contas desse tipo.
dos cinco ambientes distintos ou estratégias de marketing utili- A desvantagem do sistema de contas de marketing são
zados pelas organizações: a inovação, contas para os gastos de os elevados custos com a equipe de trabalho, além do risco
marketing, presença, promoção e relacionamento. Estas eram de remessa dos prospectos de venda aos possíveis comprado·
as abordagens de marketing, tendo corno princípio fundarnen· res, sem a certeza absoluta da efetivação da venda. Entretan·
tal tornar potenciais os usuários dos produtos/serviços, quando to, o potencial da estratégia de contas é grande para as orga·
fossem aplicadas as técnicas de marketing. nizaçôes que têm a segmentação de sua clientela bem defini·
Cada estratégia, entre as identificadas pode ser da, corno por exemplo o Dialog Inforrnation Services, Lotus
implementada por várias táticas. Essas táticas, corno a propa· Corp. e a Predicast.
ganda, mala direta, vendas por telefone, noticiários, cartas per· Organizações mais poderosas, de reputação positiva no
sonalizadas, vídeos e seminários, entre outras são consideradas seu ramo de negócios optam pela estratégia da presença. é a
as atividades de marketing. abordagem de venda de produtos/serviços, envolvendo o nome
A estratégia da inovação corresponde à venda que apre· e a marca da organização, altamente visíveis corno associação
senta algo novo associado ao produto. Corno estratégia, funcio· de idéias de garantia de atividades positivas. Embora as táticas
na pela curiosidade do consumidor em conhecer as mais recen- de liderança e as atividades de progTarnas educacionais sejam
tes inovações e mudanças do produto. Cada incrementação pode adequadas a esse tipo de estratégia, o melhor meio de garantir
ser bem explorada pela promoção, embora tenha que conciliar a presença é oferecer a máxima qualidade.

180 181
*
Na indústria da informação, a estratégia da presença se te são de curto prazo. Isto porque, o benefício promocional é
estabelece de três formas. Primeiro, a organização é observa· tornar a org·anização se1npre visível aos consumidores, qual-
da, depois paga especialistas para desenvolver, refinar e fazer quer que seja a tática adotada. Existem muitas formas de pro·
o marketing de seus produtos/serviços. Em terceiro lugar, a mover um produto/serviço. Cada tipo de tática mostra dife·
organização intensifica um importante produto/serviço. Esta rentes características e benefícios aos consumidores de um mes-
estratégia foi usada pelo Science and Technology Network mo mercado em diferentes ocasiões. Isto deixa o consumidor
(STN) prestador de serviços em linha. Tanto os químicos como confuso, sem que o mesmo saiba qual a melhor opção entre as
os bibliotecários reconheceram no serviço do STN caracterís· promoções de concorrentes. O promotor do produto/serviço,
ticas únicas de qualidade. por sua vez, deve entender essa característica corno perigosa,
Durante a década passada, ter condições de adotar a se utilizada propositalmente para confundir o usuário. Se usa·
estratégia de presença foi a intenção de muitas organizações, do de modo desleal, pode comprometer a imagem da organi·
embora pelo seu esforço apenas algumas delas tivessem ai· zação que oferece o produto/serviço.
cançado notoriedade. Entre as estratégias mencionadas, a da A promoção do hardware é mais desenvolvida que a
presença é a mais fácil de ser perseguida, mas é a mais difícil dos produtos/serviços, que enfrenta maiores obstáculos para
de ser alcançada. A própria indústria da informação carece sua concretização. Os usuários desconhecem ou estão confu-
de uma identidade palpável, em razão das dificuldades relati· sos sobre os múltiplos produtos/serviços obtidos de um CD·
vas aos conceitos de forma) ineios e evolução da informação. ROM, por exemplo. São muitas as perguntas a serem respon·
Assim, o universo de atuação para as organizações fica amplo <lidas: quais as diferenças significativas entre os produtos/ser·
demais e mesmo nos segmentos definidos é preciso detectar viços que podem ser obtidos? Eles aparentemente são seme·
o distinto nicho de atuação. A dificuldade de cooperação é lhantes, mas diferem na atuação ou desempenho? Que
gTande e não é fácil explicar com clareza a área específica do tecnologias o usuário precisa conhecer para usar um CD-ROM?
atendimento. Ensinar as pessoas sobre a informação eletróni· Por que o usuário deve conhecer diferentes técnicas para obter
ca tornou-se uma preocupação necessária. Esta é a razão da informações de diferentes bases de dados de um mesmo siste·
necessidade dos progTamas de educação e treinamento nos ma? O interesse da org·anização em esclarecer essas dúvidas
planos táticos das organizações que desejam adotar a estraté· pode ser uma boa forma de promoção, evidenciando os bene·
gia de presença. fícios que o usuário poderá obter.
A estratégia da promoção é incluída nos programas de O relacionamento é a estratégia adotada pelos que valori·
marketing como uma série desorganizada de ações isoladas zam a condição de estar perto do consumidor, atendendo seus inte·
de marketing. Geralmente o que chamam de plano de resses e necessidades. é uma técnica antiga, utilizada com pioneirismo
marketing não é mais do que a descrição de abordagens táti· por Edwin Booz, em 1917, que descobriu no relacionamento a for·
cas ou ações específicas de marketing, às vezes mais impor· ma de alcançar o maior índice de venda de serviços profissionais.
lantes que a própria estratégia de marketing adotada. É preci· As técnicas utilizadas podem ser as mais diversas. A mais comum é
so reconhecer que a estratégia escolhida definirá as melhores o contato direto com os tomadores de decisão. O sucesso depende·
táticas a serem adotadas. rá do impacto causado aos indivíduos envolvidos.
Outro aspecto a considerar é que a estratégia de promo· A estratégia de relacionamento é válida para o marketing
ção é de longo ou médio prazo, enquanto as táticas, geralmen· dos produtos/serviços eletrónicos. Uma das razões é que a in·

182 183
'+'

dústria da informação cresce muito rapidamente, tornando di- zações que oferecem os produtos/serviços eletró-
fícil para os líderes de um segmento manter contatos com as nicos.
11ovas organizações. O relaciona1ne11to pode rninimizar esse
problema. Além disso, os nomes das organizações mudam Conhecer as características especiais dos produtos/serviços ele-
freqüentemente, os profissionais mudam de emprego, as áreas trónicos é necessário para elaborar uma base conceitua] e estabelecer
de atuação se modificam de acordo com a evolução da indús- o conhecimento de marketing. Primeiramente deve-se aprender so-
tria da informação. às vezes, o relacionamento com um indiví- bre as bases de dados ou CD-ROM produzidas pela organização
duo pode ser mais importante que o prõprio relacionamento cujo estudo de marketing se quer realizar. Entretanto, o mais impor-
com a organização. Afinal, as vendas dependem de decisões tante para entender o marketing realizado pela organização, de acor-
das pessoas. do com a opinião de Arnold (1990) é usar seus produtos/serviços em
Entretanto, Kotler (1988), chamou a atenção para a difi- todos os formatos disponíveis, em cinco etapas a serem seguidas.
culdade de se estabelecer um relacionamento. Segundo este au- Na primeira etapa deve-se compreender a história dos
tor, é caro, difícil e arriscado. produtos/ serviços, respondendo: qual foi a forma em papel da
Os benefícios do relacionamento incluem valiosos conta- base de dados? Por que foram usados originalmente determi-
tos e o conhecimento em primeira mão das ações dos competi- nados tipos de cartões índices, se fosse o caso? Que mudanças
dores. A desvantagem é que o relacionamento depende de tem- na produção tiveram que ser feitas antes que a base estivesse
po para ser estabelecido. O tipo de vida atual e as pressões do disponível em linha?
uso do tempo dificultam o desempenho dessa abordagem. Depois, na segunda etapa, são estudados os formatos dis-
poníveis: que impactos causam cada formato disponível (pa-
pel, em linha, CD-ROM)? Os produtos/serviços operam da
8.4 ATIVIDADES DE MARKETING mesma forma em todos os sistemas em que estão disponíveis,
como por exemplo no Dialog, onde é usado por profissionais
Na prática da administração mercadológica, embora as da informação versus usuário final do sistema? A informação
atividades de marketing sejam realizadas, nem sempre existe o em linha dos produtos/serviços é diferente em cada sistema
interesse de escrever sobre elas. Arnold (1990) defende a neces- porque o software de cada sistema redefine a base de dados ao
sidade de os interessados no marketing de produtos/ serviços ele- seu modo? Como é a versão em CD-ROM da base de dados,
trónicos adquirirem conhecimentos sobre: comparada estrutural e conceitualmente com a versão do ar-
quivo em linha? O CD-ROM apresenta só uma semelhança
• as características especiais dos produtos/serviços superficial com a base de dados online disponível pelo sistema
eletrônicos; Dialog porque a estrutura do vocabulário de busca não está
• os materiais existentes sobre cada produto/servi- disponível para os usuários do CD-ROM?
ço a ser promovido: a documentação, manuais, Durante a terceira etapa é realizada a análise da estrutura
brochuras, material promocional produzido pela dos registros e dos obstáculos e pontos fortes, com as perguntas:
organização que oferece o produto/serviço; quais os limites impostos pela estrutura dos registros? O manual
* discursos, artigos, livros, dissertações e monografias responde perguntas sobre detalhes dos campos e tamanhos dos
escritas pelos profissionais que atuam nas organi- campos para cada elemento de dado na base de dados?

185
Na quarta etapa são examinados a política de edição e Finalmente, é possível utilizar os conhecimentos
processos utilizados pela organização que oferece os produtos/ mercadológicos para entender os consumidores e a concorrên-
serviços, para saber quais e quantas mudanças ocorreram nas cia. Os dados de pesquisa devem ser analisados corno fontes de
edições disponíveis dos guias dos usuários. recursos para o estudo rnercadológico. O marketing da informa-
Finalmente, na quinta etapa são obtidas informações so- ção eletrónica não pode ser estudado separadamente do ambi-
bre preços, indagando-se: corno têm sido as mudanças de pre- ente onde esse tipo de informação eletrõnica é produzido e as
ço? Que eventos influenciaram as alterações dos preços? Corno pessoas buscam e pagam por ela.
reagiram os consumidores? Corno são os preços em relação As táticas promocionais podem ser as mais diversas. é pre-
aos concorrentes? O preço tem sido estabelecido dentro dos ciso ser criativo, mas antes de tudo admitir a promoção como
princípios preconizados pelo marketing corno parte do urna das atividades de marketing. Daí a irnportãncia do diálogo
marketing-mix, ou não? com os usuários e o conhecimento do ambiente.
Somente após ter respondido as questões referentes às cinco Smith (1980) considera as táticas de boca a boca e venda
etapas, o pesquisador estará apto a exa1ninar os materiais de serviços personalizados corno as mais efetivas atividades
promocionais, conhecidos como inslTumentos de promoção ou promocionais. Segundo a autora, o diálogo do "vendedor" com
instrumentos promocionais. Esses materiais revelam como é o usuá1io é importante e a possibilidade de nova compra depen-
vendido o produto/ serviço e podem oferecer um conceito ime- derá em grande parte do desempenho e habilidade do "vende-
diato e urna forma tangível, mesmo no caso de produto/ serviço dor". Por isso, sugere alguns critérios a serem observados:
intangivel. Embora não sejam o produto/serviço propriamente
dito podem torná-lo compreensível e visível ao consumidor. Para e demonstrar preocupação em satisfazer as necessi-
tanto é preciso saber: dades do cliente;
• demonstrar total conhecimento dos serviços em
• qual o conteúdo desses materiais? linha e das informações competentes ao serviço a
• qual a mensagem embutida? ser prestado;
• corno é a embalagem? • ter experiência pessoal como usuário do serviço;
0
0
quais as técnicas de comunicação e retórica utili- inspirar confiança, principalmente ao ouvir, de-
zadas? Dentre elas, quais as efetivas e quais as não monstrando responsividade e compreensão ao
efetivas? cliente.
• qual o potencial do material para alcançar seu pú-
blico e vender o produto/serviço? Qualquer atividade promocional envolve custos e por esta
razão, com base nos conselhos de Alice H. Bahr, Cunha (1989)
Conhecidas as características técnicas dos produtos/ ser- sugere que os custos de promoção sejam incluídos no orçamento.
viços e os materiais promocionais, consulta-se a literatura pro- Conhecer as capacidades e limitações do sistema e envolver os
duzida pelos profissionais que oferecem esses produtos/ serviços recuperadores na promoção são outras recomendações do mesmo
eletrõnicos. A leitura nessa fase é mais proveitosa, pois é possí- autor, com vistas ao ap1irnorarnento das atividades promocionais.
vel comparar o que foi observado com o que os profissionais A abordagem do preço é sempre complexa, devido às di-
escrevem e afirmam. versidades comentadas. Isto porque os sistemas onde estão dis-

186 187
poníveis as informações têm preços diferentes e o custo das tele- namentos e informações sobre como, onde, quando, porque e,
comunicações dependerá do tempo gasto em cada consulta, no principalmente por quanto, ou qual o preço do uso da infor-
caso das bases de dados. Daí, a dificuldade de previsão do preço mação eletrônica disponível.
de uma consulta previamente. Além disso, mais complexo ain- Talvez os profissionais de marketing não estejam dando a
da é estimar o valor de uma informação ao considerar o impacto devida importância à educação ou treinamento dos usuários.
da mesma em relação à utilidade que possa ter em um ambiente Observada toda a diversidade do uso da informação eletrônica,
de pesquisa ou negócios, sem contar que no caso brasileiro, os principalmente cm relação às bases de dados, os aspectos relaci-
usuários do setor de informação estão acostumados a obter in- onados com o treinamento assumem um papel de destaque nas
formação gratuitamente. atividades de marketing, como ferramenta auxiliar de venda do
Preço e marketing são interdependentes. Não é possível produto, serviço ou produto/serviço.
afirmar que o marketing de um produto/ serviço está correto, se Os programas de venda não podem negligenciar as técni-
o preço não estiver adequado ao mercado. Se o preço não esti- cas de treinamento. Não basta apresentar as características, van-
ver compatível com mercado, o produto/serviço não será ven- tagens e benefícios. é preciso educar ou treinar o usuário para
dido. Além disso, se a informação não for considerada necessá- demonstrar a potencialidade do uso da informação eletrônica.
ria pelo usuário, o produto não será vendido, mesmo se o preço Está comprovada a falha dos que não se preocupam com o trei-
for baixo. Evidentemente não se pode negligenciar a qualidade namento e educação dos usuários.
do produto/serviço, pois isto prejudicará tanto o estabelecimen- Outra consideração importante é a retroalimentação que
to do preço, quanto as demais técnicas mercadológicas. Muito pode ser obtida nos treinamentos, quando se tem contato dire-
pouco tem sido escrito sobre o estabelecimento de preço para to com os que utilizarão a informação eletrônica. É importante
informação eletrônica, embora o assunto possa ser considerado que o produto/ serviço seja avaliado e atualizado constantemen-
uma arma poderosa no estudo do marketing. te, para manter sua utilidade em razão dos interesses e expec-
Com relação à praça ou distribuição, de um modo geral tativas do seu público. Os treinamentos poderão oferecer opor-
os vendedores de bases de dados têm investido mais nos inter- tunidades para que esses aspectos sejam explorados, até mes-
mediários - as unidades de informação - do que não-usuários mo para detectar a produção de novos produtos, serviços e/ ou
finais, considerando-se nessa categoria os pesquisadores e de- produtos/serviços.
mais indivíduos interessados na informação eletrônica. Os consumidores estão expostos a diversos vendedores,
Não se pode esperar que livros-textos apresentem fórmulas portanto têm condições de decidir qual o melhor, entre os dis-
mágicas para o produto, serviço ou produto/serviço, mesmo por- poníveis. A qualidade do produto, serviço ou produto/serviço
que é necessário considerar a oferta dos competidores. Entretan- dependerá da prévia experiência com o seu uso ou das informa-
to, muitas falhas podem ser evitadas, se os usuários forem devida- ções que outros consumidores possam dar. Demonstrar as possi-
mente instruídos no uso do produto, serviço ou produto/serviço. bilidades de utilização e oferecer treinamentos para constante
Todas as características da informação eletrônica se re- atualização dos usuários pode ser útil e contribuir na decisão
fletem em peculiaridades que devem ser consideradas pelos sobre qual a melhor informação eletrônica a ser adquirida.
interessados nas atividades de marketing. Nessas atividades, Nota-se o desconhecimento das técnicas mercadológicas
aspecto importante a ser observado é a necessidade do empre- por esses profissionais. De certa forma, apenas as atividades de
endimento relativo à educação dos usuários para fornecer trei- promoção são desenvolvidas, ainda que timidamente.

188 189
Se essa é a realidade nas nnidades de informação brasilei- mativa do valor do uso da informação como barreira para a
ras, onde o contexto da informação eletrônica começa a se de- adoção do marketing.
senvolver, é possível imaginar qne o marketing desse tipo de Se a familiaridade com a informação eletrônica nã.o é co-
informação não tenha alcançado uma posição de destaque. Acres- mum no ambiente acadêmico de formação dos bibliotecários
centa-se ao cenário o tímido desenvolvimento das atividades brasileiros e se o conhecimento mercadológico desses profissio-
promocionais. Portanto, é preciso incentivar a transposição dos nais é incipiente, providências devem ser tomadas. Ampliação
conhecimentos mercadológicos para o setor de informação, de do contato dos futuros profissionais com a informação eletrôni-
modo a possibilitar o exercício adequado das atividades de ca e a introdução e/ ou o aprofundamento dos ensinamentos
marketing na área da informação eletrônica. mercadológicos no âmbito da Biblioteconomia podem favore-
A pesquisa de Cunha (1984) sobre bases de dados e bibli- cer a formação do bibliotecário brasileiro.
otecas brasileiras confirma essa realidade ao mensurar o baixo . Esse profissional deve estar atento, percebendo que adis-
nível de utilização desses serviços por parte dos usuários da in- semmação das técnicas mercadológicas aplicadas à informação
formação no Brasil. Ele admite que a constatação pode estar eletrônica poderá contribuir para a efetiva mudança de atitude
ligada ao fato de poucas bibliotecas desenvolverem atividades profissional, pois representa uma oportunidade de inovação. A
promocionais de suas bases de dados. Recomenda que as bibli- opção pela orientação de marketing na administração das uni-
otecas modifiquem seus estilos de gerência e comecem a pensar dades de informo propiciará que os recursos sejam melhor apro-
em pesquisa de mercado, não apenas como algo desejável, mas veitados, incluindo-se nesse contexto o aproveitamento máxi-
como modo de prever e atender às necessidades dos usuários. mo da _potencialidade das novas tecnologias disponíveis para a
Interessado no assunto, oportunamente, Cunha (1983) captaçao e recuperação da informação.
observa que na maioria dos cursos de Biblioteconomia no Bra-
sil, os professores não estão familiarizados com o acesso a bases
de dados e não treinam seus alunos nesta prática. Por conseguin- 8.5 TENDÊNCIAS FUTURAS
te, os futuros profissionais não deverão estar devidamente habi-
litados para utilizar essa tecnologia de informação. . Qualquer tipo de unidade de informação, seja ela uma
Em 1988, pesquisa realizada entre os gerentes das bibliote- simples bi~l10teca, ou uma biblioteca eletrônica ou virtual pode
cas brasileiras de Geociências e Tecnologia Mineral (Amaral, 1990) adotar as tecmcas mercadológicas. Seria até um absurdo, imagi-
comprovou que apenas 36.4% dessas unidades de informação ela- nar que biblioteca do futuro não admitisse sua concepção admi-
boravam buscas bibliográficas automatizadas. Segundo a avalia- nistrativa com a orientação mercadológica, quando o marketing
ção dos gerentes desse tipo de serviço, 13.2% admitiram que o apresenta toda uma perspectiva de visão futurística.
serviço era "pouco usado", 11.9°/o asseguraram ser "razoavelmen- Ainda que o marketing não seja a tábua de salvação para
te usado" e 10.6% indicaram como "bastante usado". todos os males, nem a panacéia para curar todas as mazelas a
Nessa mesma pesquisa, a não comercialização dos pro- vi.são. mercadológica da unidade de informação só poderá c;n-
dutos e serviços de informação pelas bibliotecas denotou um tnbmr para o melhor desempenho desse tipo de organização.
ambiente não mercadológico, evidenciando a não consciên- Esta concepção levará os profissionais que atuam nessas unida-
cia do aspecto comercial. Tal situação pode indicar indefinição des a olharem o futuro, questionando os problemas do passado
da relação custo/benefício dos produtos e serviços e não esti- e do presente, visando obter sucesso.

190 191
Em tempos de globalização da economia, política bus- • visualizar modalidades para estabelecer parcerias
cando novos caminhos calcados nos valores humanos, gestão com a co1nunidade, governo, órgãos de classe e
da qualidade total, concorrência acirrada, privatizações, va- agências de fomento;
lorização do código de defesa do consumidor, aperfeiçoamen- • moldar um novo e atualizado profissional para o
to evolutivo das tecnologias aplicadas à informação, cresci- atendimento ao público;
mento exponencial e obsolescência da informação, necessi- •investir em controles para aprimorar desempenhos
dades de informação múltiplas e diversificadas dos usuários da equipe, do gerente e das metodologias de tra-
vale pensar no aperfeiçoamento das técnicas gerenciais dos balho (Tendências, 1993).
recursos informacionais disponíveis, evidenciando as novas
prioridades do marketing. Mesmo acreditando no potencial de benefícios advindos
Também voltada para o futuro, a revista Marketing & Ne- da adoção de técnicas rnercadológicas, seria loucura admitir que
gócios, ano 2, n.13 de julho de 1993, preocupada com o que pode o simples fato de urna unidade de informação adotar essas técni-
acontecer com as empresas que não atentarem para os conceitos cas resolveria todos os problemas de um país e conseqüente-
de globalização, qualidade e preservação do meio ambiente, pu- mente o seu desenvolvimento econômico e social seria alcança-
blicou, na página 37, um quadro sobre as novas prioridades do do. Mas com certeza, a contribuição da unidade de informação
marketing, corno parte de artigo sobre as tendências para o ano será válida, quando forem fornecidas informações atualizadas,
2000. Adaptando-se o quadro para o ambiente das unidades de confiáveis e adequadas à população, que permitam melhores
informação, destacam-se os seguintes enunciados: condições de vida dos cidadãos. (Amaral, 1996)
Ao tratar a questão do futuro do marketing de um modo
0 investigar, permanentemente, os novos nichos de geral, Richers (1986) adverte que os produtos e serviços do
mercado da informação; futuro terão características tecnológicas bastante diferencia-
• inovar as técnicas de segmentação de mercado; das das apresentadas hoje. Por essa razão, ele acredita que
• identificar o novo perfil do consumidor; deverão ser apreçados, distribuídos e promovidos também de
• buscar novos produtos que proporcionem vanta- modo diferente.
gens em relação à concorrência; No Brasil, tecnologias avançadas já estão sendo utilizadas,
• criar e manter serviços personalizados aos usuári- revolucionando, entre outras coisas , o acesso à informação e às
os/ clientes/ consumidores; formas de editoração. Apesar dessa evolução, as unidades de
• posicionar produtos e serviços em condições com- informação brasileiras, em especial as vinculadas à administra-
patíveis com a imagem da unidade de informação; ção pública, vêm sofrendo consideráveis perdas. Na tentativa de
• entender novos modelos de distribuição no ambi- '(enxugar" a máquina estatal, vários órgãos públicos foram ex-
ente eletrônico; tintos. Em conseqüência das extinções e remaneja1ne11tos, mui-
• conhecer o novo papel da comunicação, tas bibliotecas deixaram de existir, grandes e importantes acer-
interagindo com os profissionais desta área; vos bibliográficos foram desmembrados; desarticulou-se a infra-
• descobrir o modelo ideal para promover os pro- estrutura informacional brasileira e equipes de trabalho
dutos e serviços oferecidos; especializadas na área de informação foram dispersas. Se os bi-
• aprimorar o relacionamento com a clientela; bliotecários brasileiros desejarem obter êxito em suas atividades

192 193
t
profissionais devem estar atentos não somente aos avanços
tecnológicos. Devem observar essas mudanças. Porém, a me-
lhor maneira de conseguir êxito é construí-lo. O sucesso exigirá
Referências
o conhecimento daquilo que se fa:z.
Se a adoção do marketing for a opção escolhida para au- bibliográficas
xiliar as unidades de informação e bibliotecários brasileiros a
melhorarem o seu desempenho, esses profissionais deverão se
interessar pelos estudos do tema. Como esse interesse vem sen-
do notado atualmente, é possível acreditar que exista um espe-
rançoso caminho a ser trilhado pelos bibliotecários brasileiros,
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Paulo: USP/ECA, 1989. 336p. (Tese de doutoramento). 93. SPINA, MariaJúlia Pereira, KLAES, Rejane Raffo. Marketing na biblio-
82. SILVEIRA, Amélia. Marketing em bibliotecas universitárias: levan- teca; agora mais do que nunca. ln: MARKETING em unidades de
tamento bibliográfico seletivo e anotado, 1970/1984. Cadernos informação: estudos brasileiros. Compilado por Amélia Silveira e
do CED, Florianópolis, v.4, n.10, p.132-14-2, jul./dez. 1987. Sueli Angelica do Amaral. Brasilia : IBICT /SENA!, 1993. 378p.,
83. SILVEIRA, Amélia. Marketing em serviços online. ln: SEMINÁ- p.163-174.
RIO SOBRE AUTOMAÇÁO EM BIBLIOTECAS E CEN- 94. VALLADA, Kardec Pinto. Revistas: um produto objeto e instrumen-
TROS DE DOCUMENTAÇÁO, !. São José dos Campos, 1984. to de marketing. São Paulo ; USP/ECA, 1989. lv. (Tese de
Anais. São José dos Campos : INPE, 1984. p.225. doutoramento).
84. SILVEIRA, Amélia. Marketing em sistemas de informação; visão ge- 95. VASCONCELOS, Rosa Maria Araújo Godoy de. Perfil de marketing da
ral. Ciência da Informação, vol.15, n.1, p.45-52,jan./jun. 1986. biblioteca. Cadernos de Biblioteconomia, n.9, p.5-22, dez.1985.
85. SILVEIRA, Amélia. Marketing em sistemas de informação; visão ge- 96. VASCONCELOS, Rosa Maria Araújo Godoy de. Perfil de marketing da
ral. ln: MARKETING em unidades de informação: estudos bra- biblioteca. ln: MARJ(ETING em unidades de informação: estudos
sileiros. Compilado por Amélia Silveira e Sueli Angelica do brasileiros. Compilado por Amélia Silveira e Sueli Angelica do
Amaral. Brasília: IBICT /SENA!, 1993. 378p., p.229-246. Amaral. Brasilia: IBICT ! SENA!, 1993. 378p., p.247-262.
86. SILVEIRA, Amélia. Modelo de marketing directo para el Nucleo 97. WEBSTER, Maria Rita. Considerações sobre o marketing do livro. Revis-
Setorial de Informação Metal Mecânica da Rede nacional ta de Biblioteconomia de Brasília, vol.18, n.2, p.375-383, jul./
de Núcleos de Informação do Programa de Apoio ao de- dez. 1989.
senvolvimento científico e tecnológico do Brasil. Madrid :
s. ed., 1991. 183p. Informe Científico. {Pós-doutorado em Ciên-
cias de la Información de la Universidad Complutense de Madrid,
1991)
87.SOUZA, Francisco das Chagas. Divulgação dos serviços bibliotecári-
os em uma biblioteca universitária. In: SEMINÁRIO NACIO-
NAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 5. Porto Alegre,
1987. Anais. Porto Alegre : Universidade Federal do Rio Gran-
de do Sul, 1987. 2v., v.l, p.491-515.
88. SOUZA, Francisco das Chagas. Marketing na informação. ln: EN-
CONTRO NACIONAL DE BIBLIOTECONOMIA E INFOR-
MÁTICA, 2. Brasília, 1986. Anais do ... Brasília : Associação
dos Bibliotecários do Distrito Federal I Instituto Brasileiro de
Informação em Ciência e Tecnologia, 1986. p.423-•132.
89. SOUZA, Francisco das Chagas. Marketing na informação: base para
o conhecimento do usuário. Boletim ACB, vol.3, n.l, p.24-33,
1983/1988.

214 215
"
1

1
Anexo 2

RELAÇÃO DAS BIBLlOTECAS BRASI-


LEIRAS DE GEOCIÊNCIAS E
TECNOLOGIA MINERAL POR UNIDA-
DE DA FEDERAÇÃO
ALAGO AS
Biblioteca Central da Universidade Federal de Alagoas

AMAZONAS
Biblioteca da Seção de Cartografia da Superintendência Regional de Manaus da
Co1npanhia de Pesquisa de Recursos Minerais
Biblioteca do 8º. Distrito do Departamento Nacional da Produção Mineral
Departamento de Documentação e Informação do Instituto Nacional de Pesquisa
daAmazônia
Biblioteca da Escola Técnica de Mineração
Biblioteca da Universidade do Amazonas
Biblioteca da Petrobrás

BAHIA
Biblioteca da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral
Biblioteca do 7º. Distrito do Departamento Nacional da Produção Mineral
Biblioteca Bemadetc Sinay Neves
Biblioteca do Instituto de Geociências da UFBA
Biblioteca da Seção de Cartografia da Superintendência Regional de Salvador da
Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais
Biblioteca do Distrito de Exploração da Pctrobrás

CEARÁ
Centro de Documentação da Companhia Cearense de Mineração
Biblioteca da Residência de Fortaleza da Companhia de Pesquisa de Recursos
Minerais

217
Biblioteca do J Oº. Distrito do Departamento Nacional da Produção Mineral Biblioteca de Ensino e Tecnologia de Alfenas
Biblioteca Central J.D. Macedo da Universidade de Fortaleza Biblioteca da Indústria de Calcinação S/A
Centro de Documentação do Instituto Brasileiro de Mineração
DISTRITO FEDERAL Centro de Documentação do Instituto de Desenvolvimento Industrial de Minas
Biblioteca/ Mapoteca da Comissão de Cartografia Gerais
Divisão de Documentação e Biblioteca da Companhia do Desenvolvimento do Biblioteca do Instituto de Geociências da UFMG
São Francisco Biblioteca do Instituto de Geociências Aplicada
Biblioteca da Sede do Departmnento Nacional da Produção J\1ineral Biblioteca da Lerne Engenharia
Centro de Documentação do Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica Biblioteca da Magnesita S/A
Centro de Documentação do Ministério das Minas e Energia Divisão de Documentação e Informação da Metais de Minas Gerais
Biblioteca da Nacional de Grafite
ESPÍRITO SANTO Centro de Informação da Paulo Abib Engenharia S/A
Biblioteca Central F. de C. Moraes da UFSE Biblioteca da Petrobrás
Biblioteca da Escola de Engenharia da UFMG
GOIÁS Biblioteca do Departamento de Geologia e Mineração da Universidade de Ouro
Biblioteca da Seção de Cartografia da Superintendência Regional de Goiânia da Preto
Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais Biblioteca da Escola de Minas de Ouro Preto
Seção de Documentação Técnica da Metais de Goiás S/A Biblioteca do Instituto de Geociências da UFMG
Biblioteca da Goiasfértil
Biblioteca Central da Universidade Católica de Goiás PARÁ
Biblioteca da Seção de Cartografia da Superintendência Regional de Belém da
MARANHÃO Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais
Biblioteca da Residência de São Luís do Departamento Nacional da Produção Biblioteca do 5º. Distrito do Departamento Nacional da Produção Mineral
Mineral Departamento de Informação e Documentação do Museu Paraense Enn1io Goelcli
Biblioteca Central da UFMA Biblioteca da Divisão de Interpretação de Documentação Técnica do Distrilo de
Biblioteca do Laboratório de Recursos Hídricos Exploração do Norte da Petrobrás
Biblioteca do Centro de Geociência da UFPA
MATO GROSSO Biblioteca da DOCEGEO
Biblioteca da Companhia Mato-grossense de Mineração Núcleo de Estudos da Amazônia da UFPA
Biblioteca do 12º. Distrito do Departamento Nacional da Produção Mineral Biblioteca Geólogo J. Ribamar Jr. da CDRM

MATO GROSSO DO SUL PARAÍBA


Núcleo de Bibliotecas da UFMS Biblioteca Setorial da UFPB
Biblioteca do Centro Universitário de Três Lagoas da UFMS
Biblioteca do Centro Universitário de Aquidauana da UFMS PARANÁ
Biblioteca do Centro Universitário de Dourados da UFMS Biblioteca da Aerosul S/A Fotogrametria Sul do Brasil
Biblioteca do Centro de Hidráulica Prof. Parigot de Souza do Centro Politécnico
MINAS GERAIS Biblioteca Central da Universidade Estadual de Maiingá
Centro de Informações Técnicas da COBRAPI Biblioteca do Instituto de Terras, Cartografia e Florestas
Biblioteca Setorial da Superintendência de Tecnologia da Companhia Vale do Rio Biblioteca Central Prof. Faris Michaeles
Doce Biblioteca de Ciência e Tecnologia do Centro Técnico da UFPR
Biblioteca do 3º. Distrito do Departarnento Nacional da Produção Mineral
Seção de Docurnentação Técnica das Empresas Nucleares Brasileiras S/A PERNAMBUCO
Biblioteca e Arquivo Técnico da Engenharia de Solos Ltda. Biblioteca da Seção de Cartografia da Superintendência Regional de Recife da
Setor de Informação Tecnológica da Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais

218 219
Biblioteca do 4º. Distrito do Departamento Nacional da Produção Mineral RIO GRANDE DO NORTE
Unidade de Informação e Documentação do Instituto Tecnológico do Estado de Biblioteca Central da UFRN
Pernambuco Biblioteca do Departamento de Oceanografia da UFRN
Biblioteca da Minérios de Pernatnbuco
Biblioteca do Departamento de Geologia e Engenharia de Minas do Centro de RIO GRANDE DO SUL
Tecnologia da UFPE Biblioteca do 1º.Distrito do Departamento Nacional da Produção Mineral
Divisão de Documentação do Instituto de Desenvolvimento de Pe111ambuco Núcleo de Informação e Documentação da Universidade do Rio Grande
Biblioteca Central da Universidade de Caxias do Sul.
PIAUÍ Biblioteca Central da Universidade Federal de Santa Maria
Biblioteca Central da UFPI Biblioteca Central da Universidade Católica de Pelotas
Biblioteca do Instituto de Geociências da UFRGS
RIO DE .JANEIRO Biblioteca do Centro de Investigação do Gond\vana do Instituto de Geociências da
Centro de Documentação da BP .Mineração Ltda. UFRGS
Centro de Documentação e Informação da Companhia de Desenvolvimento Industrial Biblioteca da Seção de Cartografia da Superintendência Regional de Porto Alegre
do Estado do Rio de Janeiro da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais
Biblioteca do Centro de Tecnologia
RONDÔNIA
Biblioteca Técnico-Científica da Comissão Nacional de Energia Nuclear
Biblioteca da Residência de Porto Velho da Companhia de Pesquisa de Recursos
Biblioteca do 9º. Distrito do Departamento Nacional da Produção Mineral
Minerais
Divisão de Documentação Técnica da Companhia de Pesquisa de Recursos IVlinerais
Centro de Documentação Técnica da Petromisa SANTA CATARINA
Setor de Documentação Técnica do Departamento de Exploração Técnica da Biblioteca do 11. Distrito do Departamento Nacional da Produção Mineral
Petrobrás Biblioteca do IBGE
Setor de Documentação Técnica do DEPIN da Petrobrás.
Biblioteca da Geomecânica SÃO PAULO
Divisão de Informações Técnicas da Companhia Vale do Rio Doce Centro de Informações Técnicas do Nióbio da Companhia Brasileira de Metalur~
Biblioteca do Observatório Nacional gia e Mineração
Centro de Documentação das Empresas Brasileiras Nuclei.u-es S/A Grupo de Documentação da Divisão de Minas e Geologia Aplicada do Instituto de
Biblioteca da ENGERIO Pesquisas Tecnológicas de São Paulo
Biblioteca da ENGEVIX Divisão de Biblioteca e Documentação do Instituto de Pesquisas Espaciais
Biblioteca do Setor de Ensino da Petrobrás Biblioteca Técnica da Serrana S/A de Mineração
Biblioteca Central da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Centro de Informações da Paulo Abib Engenharia SIA
Biblioteca Central da Universidade Gama Filho Divisão de Informação e Documentação Científica do Instituto Oceanográfico da
Biblioteca do Museu Nacional do Rio de Janeiro USP
Biblioteca Central dos Serviços Auxiliares da Petrobrás Biblioteca do Instituto de Geociências da UNICA1v1P
Biblioteca da Universidade Católica de Pctrópolis Serviço de Documentação do Centro Tecnológico de Hidráulica
Biblioteca da DOCEGEO Biblioteca de Geotecnia da Escola de Engenharia de São Carlos
Centro de Documentação Técnica EMPLASA
Biblioteca do Centro de Pesquisas da Petrobrás
Biblioteca do Instituto Astronômico e Geofísico da USP
Biblioteca Central da UERJ
Biblioteca do IBGE
Serviço de Documentação e Informação do Centro de Tecnologia da UFRJ
Biblioteca do Instituto de Geociências da USP
Biblioteca Central do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza da UFRJ
Biblioteca da SUDELPA
Biblioteca da VALESUL
Biblioteca da THEMAG Engenharia
Biblioteca da WMC Mineração
Biblioteca do Campus de Rio Claro da UNESP
Biblioteca da Geotécnica Setor de Documentação da CESP

220 221
Biblioteca da Escola de Engenharia da USP
Biblioteca da Seção de Cartografia da Superintendência Regional de São Paulo da
Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais
Biblioteca do 2°. Distrito do Departamento Nacional da Produção Mineral
Anexo 3
SERGIPE
Seção de Documentação, Arquivo e Biblioteca do ITPS
Seção de Documentação Técnica da Petrobrás

QUESTIONÁRIO REMETIDO AOS


GERENTES DAS BIBLIOTECAS
BRASILEIRAS DE GEOCIÊNCIAS E
TECNOLOGIA MINERAL

222
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA • UnB

DEPARTAMENTO DE BIBLIOTECONOMIA

PESQUISA SOBRE O MARKETING NAS BIBLIOTECAS

OE GEOCltNCIAS E TECNOLOGIA MINERAL

A SER PREENCHIDÇl_PELA PESQUISADORA


.·.

. ...
DATA DO ENVIO CONFERÊNCIA 1
1 1

DATA DA DEVOLUÇÃO j 1 DIGITAÇÃO


1 1
.

NÚMERO DO QUESTldNÁR!O
DOO

BRASÍLIA •. 1988

225
NOTAS EXPLICATIVAS PARTE 1: RECURSOS HUIMNOS

Este questionário tem como objetivo coletar dadOs para-uma dissertação de_ Nes13 seção, solicitam-se !nlo1rnaçóes e Dad(ls sobre o Gererilc da Bili!iotcca. Essas perguntas
mestrado em Biblioteconomia na Universidade de Brasília. Os resultados serão os indica- . irão permitir 0 conhecimento do perfil desses profissionais aluantes nas bibliotecas da ârea de Gebciências e
dores da infra-eslrutura Informacional de Geociências e Tecnologia Mineral, que vão de Tecnologia Mineral. !Observação: Entende-se por Gerente, o Chefe, Diretor, Supervisor ou pessoa res-
nortear a formulação de diretrizes a serem propostas para aprimorar o desempenho das ponsi\vel pela biblioteca!.
Bibliotecas dessas áreas.

01. Ouantifiqua o pessoa! que trabti!ha na biblioteca:


O questionário é dividido-em !rês parteS: 1) _Recurso~ Humanos-; 2) Serviços
e Produtos; 3) CHentela da biblioteca. Deve ser re-spon(lído pelo Gerente da biblioteca,
Isto é, o chefe, diretor ou responsável pela mesma. Graduados em Bíblioleconomia
Graduados em outras áreas
As perguntas foram 1orm~Jadas de modo objetivo, visando tomar o mínimo do Estagiários
seu tempo no prnenchimento do queslionáriO, que usa o termo _biblioteca para referir-s.e · Auxiliares administrativos
também aos Centros, Departamentos, Serviços ou Setores de· lnforinação e/ou Docu- Outros
ment~ção.
TOTAL

Caso o espaço não seja suficiente para respcinder, comentar óü-justificar- a


02. Qual é a formação profissional do Gerente {Chefe, Diretor, Supervisor, etc.) da Biblioteca?
questão, use o verso da última folha, indicando o número da p_ergunta a que se refere.

Os dados ê respostas são estritamente confidenciais e serão tratados. esta- O Biblioteconomia, (1) Qual o ano da formatura?
tisticamente, sem nenhuma menção de sua origem· ou da Identidade do respondente.
O Outra área. (2) Qual?-

03. O Gerente da Biblioteca possui cursos de Pós-Graduação?

O Não.!1l

O EsPecla!lzaç~o {2)em
O Sim. Qual{is)? O Mestrado (3) em
O Doutorado Ml em

04. Como vocâ classificaria sua f!u{:ncla para leitura técnica na; seguintes !_lnguas estrangeiras:

logiê,00000
O O O O O
Espanhol

'""'" o oO oO oO oO
Alemão ·0

226 227
05. Pa1a partidpar em Congressos e Semin~rios n11 área de Biblio!economia/Documentação/Ciência da ln. 06. Do SEU ponto de vista, qual ou quais diiicu!dades prejudicaf'.l o desempenho da sua biblioteca? {Pode
formação, geralmente sua _instituição: assinalar mais de um~ resposta, se for o caso!

O Só libera para eventos realiwdos na mesma cidade. (l) O NUmero insuficiente de pessoal.
O Só libera no caso de apresentarem trabalhos no evento. (2) O Despreparo do pessoal.
O fadlila a liberaçiio do Gerenle da Biblioteca, mas hã dificuldades p3ra !lberação dos demais.131 O Falta de oportunidades pata o desenvolvimento de recursos humanos.
O Facilita e incenliva esta participação, apenas para o Gerente. (4] O falta de autonomia para tomada de decisão.
O Tanto a participação do gerente, quanto a dos demais e ladlitada. (5) O Recursos orçamentários insuficientes.
O Apresen!a uma situação diferento. (6) Explique qual: - - - - - - - - - - - - - - - - O Falta de equipameíl1o~ (máquina xerox, leitoras de microlilmes, etc.).
O Instalações inadequadas para o funcionamento.
O Usuários não lntér"essados.
O Outra dificuldade(s).Gua_!(is)?
06. Quanto a um programa de desenvolvimento de recursos humanos !cursos, participação em congressos,
estâgios, viagens de es1udo, ele.) para os fllncionários da biblioléca:

O A instituição não tem programa definido para desenvolvlment_o de recursos humanos. 09. Em retaçâo ao Marketing aplicado às bibliotecas, vllcé:

O A instituição !em programa definido para desenvolvimento de recursos hllmanos, mas a biblioteca
não é contemplada corno os demais setores. !2)
O Não conhece Suficientemente o assunto. (10)
O Conhece o assulito e·aplica. De_ que forma? (20) -------~----------
O Não existe programa próprio da biblioteca para des1mv0Jvírnento de recursos humanos, mas os fun-
cionários participam do programa de treinamento da instituição. (31
O Conhece o assunto, mas não O Niio acredita na apficação. 131)
O E>:iste um programa de desenvolvimento de recursos humar1os da biblioteca engajado no programa
;iplica. (30) Por quê?
glob31 da instituição. (li) O Não hã condições ~e apl~~ar. (32)
O Precisa aprofunder seus conhecimentos.(33]
O Nenhuma das respostas. JS) Esclareça a situação. - - - - - - - - - - - - - - - - -
O Outro{s} motivo(s}. (34) Ouál{ls)7 - - - - - - - - - - -

07. De acorco com o seu ponto de vis\ a assinale, no mih:imo TRÊS ITENS considerados os mais Importantes O Não tem interesse no <issunto.{40) O Não tem tempo. (41}
para a biblioteca funcionar bem e ser reconhecida: Por Qufl7
O Não tem condições de fazer cursos ou particlpar de Congressos.
O Catalogar e classificar os documentos e materiais corretamerite. !42)
O Cooperar com outras bibliotecas. O Acha o "marketing" ofen!:ivo e anti-ético,{43)
O Aumentar a prestação de serviços e cr!<ir novos produtos. O Outro{s} rnolivo(s), (44) Quallisl7 - - - - - ' - - - - - - -
O Identificar as necessidades de informação dos usuãrlos.
O Treinar os usuários para Q uso da biblioteca.
O Ter sempre disponibllidade e lnfer_esse para atender os usuários com gentileza e rapidez.
O Treinar os au>:i!iares de biblioteca pora o atendimenlo ao usuário, a fim de que o biblio\ecârio
possa dedicar-se ao processamento técnico.
O O gerente da biblloteca frequentar as reuniões da diretoria da Instituição.
O Manter o acervo atualizado. p. Vã para a questi'io 11.
O Out1p(sl procedimento!sl. Oua!(is\? ----------------~----~

228 229
10. Qual o SEU interesse pelo Marketing? {Pode assinalar mais de uma resposta, se for o caso) 12. Qual a _situação do acervo sobre Biblioteconomia/Documentação/Ciência da Informação na
. sua Bib1ioteca7

O Já fei curso sobre o a~sunto .. f!)


O Pretende fazer out10 curso sobre Marketing. (2)
O Possui algumas obras, mas não é alualizado,{l)

O Ainda não fez curso sobre Marketing, mas pretende lazer. (3)
O ?os.sul acervo atualizado. {2) O Todos oS anos (3)
O Não pretende fazer curso sobre Marketing. {li)
O Da2 em 2 ;;inosi4)
O lê sobre· Marketing. (5) 0de3em3anosj5)

O Participou de eventos sobre Marketing.{(;)


O Não possui acervo (6}
O Outra situação. (7) Qual? _ _ _ _ _ _ _ _~----------------
Oual[is) ? O Congresso sobre Markeling
O Palestra em Congressos de Bi?lioteconomfo/Documentaç5o/Ciêncla de Informação.
O Palestra em Universidade.
13. Hâ facilidades para obtenção de d·ocumen.tos na ánia da 6Íbl101economla/Documenla·
O Outro(s) Evento(s!. OuaH!sl? _ _e_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __
ção/C!ência da Informação?

O Não.({) Por quê?--------------~----------

O O Marketing foi Rccornendado(7)Ü Por algu_êm da Biblioteconomia.


O Po.r alguém da área de Marketing.
O Pa!a direçáo da !nstituiçáo.
O Sim-.12) Qual{i_s)?
Doe.outra forma. Ouui? - - - - - - - - - - - - - - -

O Outra razão. (B) Qual? ---------~-----------------


14. Asslna!ar os equipamentos disponlveis, Indicando onde estão !oca!i~ados: ·

e~tslenlé Dfsp1.:mfvel UW!zade


N~o ou!ra
" ""
PD$sul
·(1) ,,,
Blblloteca lnsmu!çlio lnstUuJção

o'"
(4)
J:IARTE 2: SERVIÇOS E PRODUTOS DA BIBLIOTECA
Compu!ador de Grande ou Médio Porte o o o
Microcomput<i:Jor o o o o
Estas pergunlas visam a id.entilicação dos recursos informacionais disponíveis aOs Terminais de Computador o o o o
usuários das bibliotecas da Geociênai;;is e de Tecnologia Mineral Copiaô~ra de Map;is o o o o
Duplicadora de Fkhes
o o o o
11. O acervo da bib!íoteca em 3111211987 era: Mimeógrafo o o o o
Méquina Xerox o o o o
N~ de Livros {volumes):
\mpressorn "ofl-set" o o o o
N'l de Titulos de Periódicos {EÚrangeiros a
leitora Copiadora de Microfilme o o o ·ºo
Nacionais) córrentes por compra:
Gravador de Fila Casseta o o o
Grav;idor de Videocassete o o o o
N2 de Relatórios· Técnicos (volumes): Televisão o o o o
N'l de Mapas; Projetor de Filmes o o o o
Projetor de Slides o o o o
Retroprojetor o o o o
Toc<>-Disco o o o o

230 231
16. Ouul foi o Ultimo serv!ço implantado ou a úl!!ma publicação ou prod_uto lançado pe!a biblioteca?
15. C!asslílque os tipos de prodlltos,:pubUçações e serviços que são oíerecldos pela biblioteca.

E:dslc mas não


h:l. c11nht•l11 cio Edsle e ó usado 17. Qual foi o piocedimento adotado pela biblioteca par.i implantar esse serviço ou lançar essa publicação?
""
,,,
E~lsle
,,,
"'º ,,,
Pouco Razoav•lmenle Bastante

i i ! "'l 'l" O Consultou os usuários antes de planejar. (1)


O PJanejou, executou e depois consultou os usulirios.pnra emi_tirem opinião. _{2)
C1ms'ul!a local o o o o o O Foram seguidas as determinações da chefia hierarquicamente superior na Instituição. (3)
Consulte por Telefone o o o O. o O Outro procedimento. (4) Oua!?
Se1vlço de Refor4nda o o o o o
Emprdstimo domlcHla~ o o o o o 18. Ainda com relação a implantação de um novo serviço ou laf!çamimto de uma pubJicayão ou produto no-
Empr~s1imo lnlerbtbliotecas o o o o o V«>, o procedimento da biblioteca é sempre lgua! ao mencionado na pergunta ;rnterior?
Cópia de Oocumenlos o o o o o
Puqu!sa Blbllo11r5fica Bibliografia,' levantamento O Nã~. (11 l Por quê?
0iblrográflco Manunl o o o o o
Pesqui~a Bibliogr5flcà, Bibliografia, tevantamen!o BI-
bllográfico Autom~tlzado o o o o o
Clrcufoção de !>eri6dicos o o o o o
Dfvulgai;ão de Sumhios o o O. o o 0Sím. {21) P o r q u ê ? - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
lista da Livros Novos ci o o o o
Oferta de Duplfoetas o o o o o
Intercâmbio de Publlcações o o o o o 19. Algum serviço, publiCação ou produto"oferecido pela biblioteca jil foi reforn:iulado ou eliminado?
~ Olssemln•ç\Jo Seletiva d<1 fllforma.,tio t.181mal o o o o o
9
Dbsem!nação Sela!iva de Informação Automatiuda o o o o o Sim (2-7)
Mapoteca o o o o o Não (1)
o
Calendários de Eventos o o o o o Al Reformulado
Po9quê?
Elaboroçiio do Reaurnos o o o o o
Normalização de trabalhos Técnicos o o. o o o NãÕ{1) Sim (2-7)

Edltomç.iio o o o o o BJ Eliminado o Po9quê?


Tradução o o o o o
20. Com que frcqi1êncla a biblioteca i:onsul!a seus usuários para emitir opinião sobre os servíços, pubÍicações
e produtos oferecidos?
~ Disseminação Seletiva da Informação - Divulgação periódica de iriformações bibliográficas recentes, do
O Não faz consultas para este fim. (1i
acordo. r,:om o interesse dos usuários, Individualmente ou em
O S:emestra1mcntC, (2l
grupos. O Anu.almente. (3)
O Outra freqüência. (4) Explique; - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

232 233
n. Volte a questão anterior ·e, com relação aos procedímilntos que NÃO SÃO UTILIZADOS pela biblioteca, PARTE 3: CLIENTELA DA OISUOTECA
justifique, de um modo gera!, a raziio dessa não utfürnção. [Pode as; inalar mais de uma resposta, se for o
caso!.
Nesta seçâo, os dado; e informações solicitados referem-se à ldentifica,âo da clientela especJ.
O Não é adequado para a biblioteca. {1) Por quê? - - - - - - - - - - - - - - - - - flca das bibliotecas na ãrea de Geocííincias e Tecnologia Minem!.

2-6. A biblio1eca desenvolve atividades para conhecer os interesses de informação dos seus usuários? (Poda
assinalar mais de uma rcspost3, se for o caso)

O Não é adequado para os usuários. (2) Por quê? _ _·


_- - - - - - - - - - - - - -
.
O Nâo. fo.46Í Por quê? O Carência de pessoa!._ lc.47)
0Temsido desnecessário. fc.48)
O Náo foram planejadas estas atividades. {c.49)
O Não é importante. (3) Por quê? -----------·-----------
O Ou!ros motivos. (c.50) Quais? ~------------~
.

O Não é ronhedda a tfrnka do uso. (4)

O Não há condições para o uso.15) Por quê? _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __


L"" '"""º "·
0.Sim.(c.46) Que tlpo(s)7 O Elaboraçiio da parfiÍ da inter~sse para disseminação Seletiva de informa-
ção(c.51)
Ocorwersas Informais. fo.52)
O Por.razão' desconhedda. (6) O Visitas aos setores para oferecer produtos e serviços. {c.53)
O Caixa de sugestões. (c.54)
O Outra(s)Tazão(ões). (7) GuaL{is)? --------------------- QFreqili'!ncia às reuniões da diretoria da lnstitu!~âo (c.55)
QAvallaçâo através da entrevistas, Questioná1los, etc. [c.56)
Qoutro{s) proced!mento(S). {c.571 Gual[is!? _ _~--------

23. No orçamento anual da instituição existem verbas alocadas especificamen\e para a biblioteca?

'XI. Com que freqiiânda a biblioteca desenvolve as atividades para conhecer os interesses e necessidades de
0 N<lo.ll)
informnção dos ssus usuários?
O Sim.(2) Há previsão de gastos com divufgaçiio? O N~o. 111
0 Sim. [21 O De vez em quando. (1)
24. A biblloteca presta algum serviço mediante pagamento? O Mensalmente. {2)
O Trimestralmente. (3)
0 Não.(1)
O Semestralmente, {4}
D Sim. !2) Qual Hsl? O Anualmente. (5)
O Outra freqüiincía. (61 Ou.ai? - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

25. 4-bibliotcca vende algum produto ou publicaçiio?

0 Não.!1)

O Sim.(21 Oualfü;f? ----~c---------------------1


.

234 235
+

28. Cdm que freqilência a biblioteca usa os se quintes meios de ~omunlcaç<io para contaotaros seus usuârios?
-ln dice
Nâa
Uoa(lj '"
Pouco(2) '"
MuHo(3)

Con!ato Pessoal o o o
Correio o o o
Malote o o o
Mensageira (Entrega Pessoal ao Usuário] o o o
Telefone o o o
Telex o o o
Out1o(s).Oual(is!
A
ABEBD, 82, 146
Administração
orientada para o marketing, 47
tipos de orientação, 47
ALP, 39
American Marketing Association, 54
ANCIB, 146
FÀVOR VERIFICAR SE ESQUECEU DE ASLIB, 166
RESPONDER ALGUMA PERGUNTA.
América Latina
AGRADECEMOS SUA COLAB.ORAÇÁO. associações, 41
contexto latino-americano, 22-24, 37
cooperação, 39
integração econõmico-social, 44
recursos bibliográficos, 23
Análise ambiental, 132
Análise de mercado, 100-104, 111
estudo dos usuários, 105, 115, 125
Análise do consumidor, 105-125
Associações de bibliotecários, 40, 41, 97
FEBAB, 41
Auditoria de marketing, 129-138

B
Bases de dados
estrangeiras, 27
Bibliografia sobre marketing, 82-91, 207-215
Bibliotecas de Geociências e Tecnologia Mineral
adoção do marketing, 155-157
236
237
ª4h

brasileiras, 217-222 Centro de Informação ver Unidade de Informação


comercialização dos produtos, 159-260 Cliente ver Usuário
comunicação com o usuário, 163 Colégios invisíveis, 118
produtos e serviços, 157-159 Comercialização, 53, 67
promoção, 160-162 Comissão Brasileira de Docnmentação Agrícola, 41
Biblioteca Nacional, 46 Comissão Brasileira de Documentação Biomédica, 41
Bibliotecário Composto de marketing, 56, 126-129
agente de transformação, 33 Composto mercadológico ver Composto de marketing
atualização, 32 Congresso Brasileiro de Geologia, 43
como gerente, 35, 48, 138-150 Constituição do Brasil, 43
participação política, 29 Consumidor
perfil, 35 análise, 105-125
Terceiro Mundo, 28 comportamento, 108, 111
Bibliotecário brasileiro motivação, 121
atuação, 107 treinamento, 189
articulação política, 123 Cooperação, 38, 39, 41, 42
comportamento, 123 Críticas ao marketing, 62-64
formação, 146 Cultura
participação política, 123-124 conceito, 114
Biblioteconomia definição, 112
apolítica, 28
cooperação, 38, 39 D
desenvolvimento, 39-41 DNPM, 157, 161, 166, 167
ensino, 82, 83 Divulgação ver Promoção
escolas, 82
literatura, 85-88 E
Educação continuada, 38
e
CBDG, 42-44, 155, 164-166 F
CBDT, 41, 42 FEBAB, 41, 146, 155
CD-ROM, 169, 178, 183, 185 Comissões Brasileiras, 41
CEPAL, 23, 24 Função de marketing, 59
CIN, 174
CNEN, 174 G
CNPq, 166 GEOCINF, 132, 166
Centro de Documentação ver Unidade de Informação "gatekeepers", 118
238 239
Gerente da unidade de informação, 138-150 uso de, 120
compromisso, 143 Informatização, 17, 36
dificuldades, 140
preocupação com o produto, 141 L
Grupos de bibliotecários Literatura sobre marketing ver Bibliografia sobre marketing
Comissões Brasileiras da FEBAB, 41, 4 2
Grupos de referência, 117, 118 M
MERCOSUL, 22
I Macromarketing, 59
IBICT, 26, 86, 87, 174 Marketing
IFLA, 39 adoção, 34-35, 64, 68, 76-78, 81, 98
INFOLAC, 39 atividades de, 184-191
Indústria da informação, 18, 24, 26, 169-176, 182, 184 auditoria de, 129-138
brasileira, 24, 26 barreiras, 79-91
Informação bibliogrnfia sobre, 66-67, 83-89, 207-215
acesso, 27 como estilo gerencial, 49, 51
automatizada, 169-176 composto de, 56, 126-129
busca da, 108 conceito de, 54, 57-59, 142-143
comercialização de produtos, 110, 159-160 crítica ao, 48, 62-64
co1no insumo básico, 51 definição, 53-57
como mercadoria, 18 desafios de, 177-180
compra de, 120 dificuldades, 79-91
conceito, 30 em unidades de informação, 68-79, 150-155
consumo, 36 em organizações que não visam lucro, 64-67
democratização, 18 estratégias de, 180-184
e desenvolvimento social, 17 ética, 76
eletrônica, 169-176 evolução, 57-62
indústria da, 18, 24, 26, 169-176, 182, 184 filosofia de, 54, 57, 59, 128, 143
integTação latino-americana, 22 função, 59
intercâmbio, 22 implantação em unidades de informação, 150-155
mercado, 172, 174-176 mercado-alvo, 93
política nacional, 21, 24 mentalidade de, 49, 54, 59, 143
produtos e serviços, 157-159 miopia em, 141
setor quaternário, 19 obstáculos, 79-91
tecnológica, 19 perfil de, 73
transferência de, 17 razões para aplicação, 91-98

240 241
tendências futuras, 191-194
tipos, 102, 103
1

comercialização, 81, 159-160


preço, 56, 65. 151, 161, 186, 188
1
Marketing concentrado, 102, 103 princípios básicos da oferta, 157-159
1
Marketing de massa, 102 promoção, 56, 160-162
Marketing diferenciado, 102, 103 Programas cooperativos, 39
Marketing direto, 58, 61-62 Promoção, 56, 160-162
1
Marketing integrado, 58, 142
Marketing mix ver Composto de marketing s
Marketing não diferenciado ver Marketing de massa 1 SBG, 43, 165
Marketing social, 60, 67 SIGA, 167
Marketing societal, 61 SIM, 58, 128
Mercado 1 STN, 182
análise, 100-104, 111 Segmentação de mercado, 60, 99-100, 104, 120, 126
comportamento, 117, 119 objetivo, 102,
definição, 100 1 variáveis, 101
segmentação, 60, 99, 100-104, 120, 126 Serviço de documentação ver Unidade de informação
Mercadização, 53 Setor de informação brasileiro
Mercado-alvo, 47, 55, 56, 61, 67, 93, 126 1
análise, 77, 107
Mercadologia, 53 Simpósio Internacional sobre a Informação no Terceiro Milê-
Mercadotecnia, 53 nio, 38
1
Mercancia, 53 Sistema de informação ver Unidade de informação
Mercatística, 53 Sistema de informação de marketing ver SIM
Micromarketing, 59
1
T
o Técnicas de marketing
OEA, 30, 32, 86 adoção, 34-35, 48-49, 64-65, 68, 76, 78, 98, 126
1
Oferta de produtos e serviços, 157-159 aplicação, 51, 62, 70, 71
Organizações que não visam lucro, 62, 64-67, 76 Técnicas mercadológicas ver Técnicas de marketing
1
Terminologia mercadológica, 128, 145, 147
p
PADCT, 166 u
Planejamento bibliotecário, 22, 92 1 UNESCO, 39
Política nacional de informação, 21, 24 Unidade de informação
Política nacional de informação tecnológica, 24 adoção do marketing, 155-157
Produtos e serviços 1 administração, 98-100
avaliação, 185-191 como negócio, 35, 37, 75, 79, 100

242 1 243

1
consumidor em, 107
desempenho, 45, 51-52
e responsabilidade profissional, 28
futuro, 168-174
implantação de markting, 68-79, 150-155
marketing, 68-79, 150-155
orientada para o marketing, 47, 48, 51, 60, 74, 98-100
Usuário
como consumidor, 50, 73, 108, 142
comportamento, 72, 74, 108-117
estudo de, 105, 115, 125
treinamento de, 189

244

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