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CAMPUS CONTINENTE
A PAMONHA
Dezembro de 2016
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
CAMPUS CONTINENTE
1 INTRODUÇÃO
A mundialização dos mercados, a homogeneização das cozinhas e a
facilidade dos alimentos industrializados, têm contribuído com a desvalorização da
gastronomia local das diferentes regiões brasileiras. (Muller, 2010)
Dessa forma, esse trabalho tem como objetivo principal pesquisar sobre a
origem, história, tradição, e variação de receitas da pamonha, iguaria
tradicionalmente brasileira consumida em diversos estados do país.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 O MILHO
O milho é uma gramínea pertencente à família Poacese e todas as variedades
existentes pertencem a mesma espécie Zeamays L. Sendo uma das plantas com
maior variabilidade genética, seu sucesso no melhoramento genético teve início por
volta de 1930, resultando no milho híbrido, espécie obtida das linhagens mais
promissoras para a capacidade de cruzamento entre elas (UDRY et al., 2000; URU,
2007).
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mostra a sua importância para esse povo, que o utilizava em rituais religiosos, como
relatado na lenda do milho por Fernandes (2004, p. 36):
Por ser uma cultura, o milho deve ser plantado e semeado pela mão dos
homens, e foi através da domesticação do milho pelos povos americanos que se
passou a produzir um grande número de espécies. Dessa forma, quando os
europeus chegaram às Américas, já existiam vários tipos de milhos cultivados pelos
nativos (URU, 2007).
Antes da era do híbrido, o milho mais utilizado no Brasil era o milho cateto e
os provenientes do seu cruzamento com milhos americanos dentados. Por ter grãos
verdes para consumo in natura, essa variedade ficou conhecido com milho-verde, e
pode ser consumido cozido ou assado, processado para fazer cural, pamonha e
suco, entre outros (UDRY et al., 2000; URU, 2007)..
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Segundo o livro “O cultivo do milho verde” (FILHO, 2003), tem-se também que
o milho-doce também recebe a designação de milho-verde, contudo este não é
indicado para alguns processamentos, como na produção de pamonhas, por ter alto
conteúdo de açúcar, de 9% a 14%, enquanto o milho comum tem cerca de 3%
(SILVA, 1994).
Segundo Filho (2003), o milho, quando verde, deve ser cozido para ser
utilizado, já quando maduro, adquire coloração amarela e perde parte da sua
umidade, podendo ser estocado por mais tempo, podendo ser utilizado como
matéria-prima para fabricação de fubá, ingrediente base para o preparo de cuscuz,
polenta, pães e bolos, e obtenção de óleo, farinha, xarope de milho e bebidas
destiladas.
2.2 A PAMONHA
A pamonha do tupi Pamuña, que significa “pegajoso”, é uma iguaria brasileira
feita à base de milho verde, leite, óleo, banha de porco, sal e açúcar (URU, 2007).
Muitos autores divergem quanto a sua origem, podendo ser Paulista, Mineira,
Goiana ou ainda Nordestina, mas há um consenso sobre a influência indígena no
preparo dessa iguaria, uma vez que o milho, base da pamonha, era um cereal
cultivado pelos ameríndios.
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Milho verde 6 Kg
Tempero desidratado 1
Açúcar q.b.
Linguiça calabresa 1 Kg
Sal q.b.
PREPARO
Com uma faca afiada corte a base das espigas de milho, tire as palhas, reserve-as para
embrulhar as pamonhas e elimine os cabelos. Rale as espigas e com uma faca respe o
sabugo para extrair o milho restante. Passe para uma peneira grossa, junte a banha de
porco ou a manteiga, tempere com sal a gosto, tempero desidratado e açúcar.
Acrescente as rodelas de linguiça calabresa e misture bem.
Faça pacotinhos com a palha do milho, encha com a mistura preparada e amarre a
extremidade com uma tira de palha molhada ou barbante.
Encha uma panela grande com bastante água, leve ao fogo alto e deixe ferver.
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Água q.b.
Sal q.b.
PREPARO
Tire a palha das espigas, reservando as mais tenras para envolver as pamonhas e
separando tiras para amarrá-las. Sobreponha uma às outras e ferva por 10 minutos. Em
seguida escorra-as. Isso deixará mais maleáveis e facilitará o invólucro.
Rale o milho, escalde a massa obtida com banha bem quente e coloque sal.
Faça um copinho com a palha de milho, coloque uma concha do preparado, uma fatia
de queijo e feche com um outro copinho colocado no sentido inverso. Amarre com uma
fita de palha no centro da pamonha.
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Coco 1 unidade
Água 500 ml
Açúcar q.b.
Sal q.b.
Manteiga q.b.
PREPARO
Corte as pontas das espigas, retire a palha velha que fica por cima, separe as folhas do
meio e limpe-as para fazer trouxinhas.
Rale o coco, e separe uma parte do coco ralado para extrair o leite. Misture o milho com
o leite de coco, o açúcar, o sal e a manteiga. Se a mistura ficar muito grossa, adicione
um pouco mais de água. Ao final, acrescente o coco ralado.
Coloque o recheio dentro das trouxinhas de palha de milho e cozinhe numa panela com
água fervente por uma hora e meia.
Fonte: https://wss0271.wordpress.com/tag/iguaria-nordestina/
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Açúcar 300 G
Manteiga 1 c.s.
Leite 75 Ml
Sal q.b.
PREPARO
Cortar as pontas das espigas com uma faca. Limpar as espigas e reservar as palhas
maiores para embrulhar as pamonhas.
Ralar o milho em ralo grosso (ou na própria peneira) e passar a mistura por uma peneira.
Passar as palhas reservadas em água fervente por alguns segundos. Separar duas
palhas para cada pamonha. Pegar a primeira, dobrar as laterais e a ponta formando um
saquinho. Encher o saquinho com o líquido da pamonha e cobrir com a outra palha
dobrando da mesma maneira. Amarrar as extremidades, formando uma cruz, com um
barbante.
Mergulhar as pamonhas em água fervente e cozinhar por cerca de uma hora (ou até
que a palha fique amarelada).
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3 CONCLUSÃO
Apesar de não ser possível identificar a origem da pamonha, conclui-se que
esta é uma iguaria tipicamente brasileira que é consumida em diversos estados,
como Minas Gerais, Goiás, São Paulo, e na região do Nordeste. E por existir em
tantas localidades, não é possível determinar uma única receita como sendo a
“receita tradicional”, uma vez que a tradição varia de acordo com a sociedade, grupo
de pessoas, ou família que está envolvida.
4 REFERÊNCIAS
SILVA, G. Milho verde: Corrida até a freguesia. Revista Globo Rural, São Paulo, v.
9, n. 104, p.22-23, 1994.
UDRY, C. V.; DUARTE, W. (orgs.). Uma história brasileira do milho: o valor dos
recursos genéticos. Brasília: Paraelo 15, 2000.
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