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0003
A C Ó R D Ã O
(5ª Turma)
GMCB/mha/
RECURSO DE REVISTA.
1. DANOS MORAIS. CONFIGURAÇÃO.
QUANTUM COMPENSATÓRIO. VIOLAÇÃO DO
ARTIGO 5º, II, DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL. NÃO CONHECIMENTO.
Observase que o recurso de revista
não se viabiliza pela alegada
violação do artigo 5º, II, da
Constituição Federal, porque o
princípio da legalidade insculpido no
referido dispositivo mostrase como
norma geral do ordenamento jurídico
pátrio, sendo necessária a análise da
ocorrência de violação de norma
infraconstitucional para que se
reconheça, somente de maneira
indireta ou reflexa, afronta ao seu
texto. Nesse sentido, inclusive, a
Súmula n° 636 do Supremo Tribunal
Federal.
Recurso de revista de que não se
conhece.
2. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE.
MANUSEIO DE PRODUTO DE LIMPEZA COMUM.
AUSÊNCIA DE CONTATO COM ÁLCALIS
CÁUSTICOS EM SUA FORMA PURA. SÚMULA
Nº 448. NÃO CONHECIMENTO.
A jurisprudência deste Tribunal
Superior é firme no entendimento de
que o manuseio de produto de limpeza
comum não enseja o pagamento do
adicional de insalubridade. Isso
porque nos referidos produtos não
existe concentração pura de álcalis
cáusticos, mas apenas mistura, o que
não se enquadra na previsão disposta
na NR15, Anexo 13, da Portaria nº
3.214/78. Precedentes. Inteligência
da Súmula nº 448.
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PROCESSO Nº TST-RR-588-16.2010.5.04.0003
PROCESSO Nº TST-RR-588-16.2010.5.04.0003
O egrégio Tribunal Regional da 4ª Região, mediante
o v. acórdão de fls. 630/653, deu parcial provimento ao recurso
ordinário do reclamante.
Não foram opostos embargos de declaração.
Inconformada, a reclamada interpõe recurso de
revista às fls. 660/674, no qual requer a reforma da v. decisão
regional.
Decisão de admissibilidade às fls. 684/686.
Contrarrazões às fls. 702/709.
O d. Ministério Público do Trabalho não oficiou
nos autos.
É o relatório.
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PROCESSO Nº TST-RR-588-16.2010.5.04.0003
V O T O
1. CONHECIMENTO
PROCESSO Nº TST-RR-588-16.2010.5.04.0003
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PROCESSO Nº TST-RR-588-16.2010.5.04.0003
PROCESSO Nº TST-RR-588-16.2010.5.04.0003
Analiso.
No caso dos autos, consoante o laudo pericial (fls. 745/747), o perito
assevera que as atividades do reclamante eram insalubres em grau
máximo, em face do emprego e contato cutâneo habitual com produtos
de limpeza - álcalis cáusticos, nos termos do Anexo 13 da NR-15 da
Portaria nº 3.214/78 do MTE. Ressalto que a atividade de limpeza, com a
utilização de tais produtos, foi relatada pelo reclamante ao perito, não
havendo divergência por parte da reclamada, que sequer compareceu na
data designada para inspeção, sem qualquer justificativa.
Assim, data venia do entendimento exarado na origem, entendo
que merece reparo a sentença, acolhendo-se a conclusão pericial
quanto à caracterização de insalubridade. A prova, no aspecto, é
eminentemente pericial, consoante dispõe o art. 195 da CLT." (fls.
633/634 - grifei)
PROCESSO Nº TST-RR-588-16.2010.5.04.0003
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Ainda, precedentes de outras Turmas:
PROCESSO Nº TST-RR-588-16.2010.5.04.0003
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1.2.3.HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
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Federal de 1988 não revogou o jus postulandi das partes nesta Justiça
Especializada. A Lei nº 8.906/94 em nada modificou tal situação, pois
igualmente não revogou a norma legal.
Todavia, esse posicionamento não prevalece nesta Turma
Julgadora, que, na sua atual composição, entende que a credencial não
é requisito para a concessão dos honorários. Isso porque, apesar do
disposto nas Súmulas nº 219 e nº 329 do TST, o inciso LXXIV do art. 5º
da Constituição Federal prevê a concessão do benefício da assistência
judiciária gratuita e, via de consequência, o deferimento dos
respectivos honorários, sem a exigência da credencial fornecida pelo
sindicato da categoria profissional a que pertence o trabalhador.
A verba honorária é devida à razão de 15% sobre o valor bruto da
condenação, consoante o art. 11, § 1º, da Lei nº 1.060/50. Ainda, deve tal
percentual, considerado o texto legal acima, incidir sobre o total devido ao
recorrido (valor bruto), pois a referência ao "líquido apurado na execução
da sentença" ali constante se refere ao valor liquidado (ou seja, ao valor
final, após a sentença ter sido tornada líquida) e não ao quantum resultante
depois do desconto dos encargos legais (fisco e previdência social), muito
menos ao valor provisoriamente arbitrado à condenação. A matéria, aliás,
restou sumulada por esta Corte:
"Súmula nº 37 - HONORÁRIOS DE ASSISTÊNCIA
JUDICIÁRIA. BASE DE CÁLCULO. Os honorários de
assistência judiciária são calculados sobre o valor bruto da
condenação".
Apelo provido, no particular, vencida esta Relatora, para acrescer à
condenação o pagamento de honorários assistenciais, fixados em 15% sobre
o valor bruto da condenação." (fls. 635/637– grifei)
PROCESSO Nº TST-RR-588-16.2010.5.04.0003
1.2.4.FGTS. PRESCRIÇÃO.
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2.MÉRITO.
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PROCESSO Nº TST-RR-588-16.2010.5.04.0003
Conhecido o recurso por contrariedade à Súmula nº
219, doulhe provimento para excluir da condenação o pagamento dos
honorários advocatícios.
ISTO POSTO
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