Gilberto Antônio Silva - Tudo o Que Você Queria Saber Sobre Acupuntura PDF

Tudo o Que Você Queria Saber Sobre ACUPUNTURA 2
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Tudo o Que Você

Queria Saber sobre
ACUPUNTURA
Gilberto Antônio Silva
Visando ajudar a difusão da acupuntura e a contribuir para a saúde do povo

brasileiro, a distribuição deste trabalho é totalmente livre e GRATUITA. Você
pode enviar este ebook a quem desejar, desde que seja sem qualquer tipo
de alteração em sua forma ou conteúdo e de forma gratuita. Envie para seus
amigos, familiares e a todos que você acredita que possam se beneficiar
com a acupuntura.
copyright © 2007 por Gilberto Antônio Silva - Todos os direitos reservados
Esta obra não pode ser alterada ou copiada por nenhum meio e para nenhuma finalidade
sem o consentimento por escrito do autor. Ela encontra-se protegida pela Lei Federal n º
9.610/98. Os infratores serão penalizados conforme a lei.
O conteúdo deste livro expressa os estudos do autor, sua opinião e conclusões

pessoais. Não se trata de manual de tratamento ou de um sistema que prescinda das
técnicas terapêutcias adequadas. Em caso de problemas de saúde, consulte um
profissional competente. Não nos rsponsabilizamos por problemas oriundos de interpre-
tações errôneas ou radicais do conteúdo deste livro.
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pessoas. Abrangemos desde
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Leia, do mesmo autor:
26 Dicas de Saúde
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Sumário
6 Introdução
8 O que é acupuntura?
10 Medicina Tradicional Chinesa
12 História da Acupuntura
16 Como Funciona
21 Aplicações
25 Procedimentos de uma consulta
28 Técnicas complementares
30 Guia do Paciente – O que fazer e não fazer
32 Acupuntura e medicina
37 Legislação
41 Organizações
43 O Autor
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Introdução
A finalidade deste E-book é auxiliar as pessoas que desejam

conhecer melhor ou experimentar um tratamento por Acupuntura.
Meu desejo com esta publicação é prover as pessoas que nada
entendem desta técnica com informações verídicas e confiáveis
que possam utilizar em proveito de sua saúde e de sua família.
Aspectos globais como mecanismo de atuação, história, técni-
cas complementares e até o funcionamento de uma consulta
são bem explicados em linguagem simples e sem termos técni-
cos, amplamente ilustrados, e vão com certeza servir como um
guia para se conhecer melhor e utilizar esta técnica maravilho-
sa.
Informações gerais como as apresentadas aqui são muito difí-

ceis de serem conseguidas pela população no Brasil pela insis-
tência da maioria da imprensa brasileira em privilegiar apenas
médicos quando falam sobre a Acupuntura. Isto atrapalha o
esclarecimento correto da população, que se vê refém de um
sistema monopolista apoiado por interesses desconhecidos.
A Acupuntura, parte integrante da Medicina Tradicional Chine-

sa (MTC), é uma técnica amplamente utilizada em todo o mun-
do, reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS)
da ONU e um dos fundamentos da saúde pública na China, o
país mais populoso do mundo e berço desta ciência milenar.
Algumas vezes você vai ver termos chineses entre colchetes,
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porque existem dois tipos principais de tradução de palavras

chinesas dos ideogramas para os alfabetos ocidentais. Como
varia a popularidade de cada tipo de tradução, optei por colo-
car ambas sempre que possível. Assim você nunca ficará perdi-
do.
Espero que aprecie este pequeno e modesto esforço para aju-

dar você e sua família a viverem melhor e a compreenderem
um pouco desta maravilhosa técnica que é a Acupuntura.
Saúde e Longevidade!
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O que é Acupuntura?
Acupuntura [Acu= (latim) agulha, puntura= (latim) furar] é

uma técnica milenar desenvolvida na China que se utiliza da
introdução de agulhas metálicas em pontos específicos do cor-
po para harmonizá-lo e preservar ou devolver a saúde. Faz
parte integrante da Medicina Tradicional Chinesa (MTC)
Basicamente a acupuntura é uma técnica terapêutica extrema-

mente sofisticada que pode ser utilizada em vários tipos de
tratamento, tanto com técnicas complementares quanto sozi-
nha. Quase não tem efeitos colaterais e pode ser utilizado por
qualquer tipo de pessoa.
A Acupuntura é uma técnica completa da Medicina Tradicional

Chinesa e não precisa necessariamente ser utilizada em conjun-
to com a medicina ocidental. Quando utilizada em conjunto
com a medicina ocidental, pode auxiliar em vários tipos de
tratamento médico potencializando os efeitos de medicamen-
tos, eliminando dores, promovendo analgesia ou
complementando técnicas como a fisioterapia.
É uma técnica segura, eficiente e com poucas contra-indicações

e que pode ser utilizada em quase todas as pessoas à partir dos
7 anos de idade.
O caráter da Acupuntura, assim como toda a MTC, é
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prioritariamente preventivo, auxiliando as pessoas a manter sua

saúde conforme ditam as normas da filosofia chinesa. Sempre
é mais fácil prevenir do que remediar. Quando utilizado em
doenças já existentes, é um poderoso ativador das funções de
cura do próprio organismo.
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Medicina Tradicional Chinesa
O que se entende normalmente por Medicina Tradicional Chi-

nesa (MTC) é uma ciência que se desenvolveu na China Antiga
com base em princípios e fundamentos da filosofia taoísta.
A MTC incorpora cinco áreas principais:
Acupuntura e Moxabustão - terapias muito antigas, em

que a primeira usa agulhas introduzidas em pontos específicos
do corpo humano e induzem ao equilíbrio energético, e a se-
gunda usa o calor da queima de ervas nos pontos de acupuntura.
Fitoterapia - uma complexa gama de conhecimentos utili-

zando-se ervas, extratos e preparados vegetais. Também existe
toda uma farmacopéia que utiliza também elementos animais
e minerais.
Tui-Ná- milenar técnica chinesa de massagem que utiliza os

princípios da MTC para melhorar a saúde do paciente. Pode
ser utilizado como complemento de outras técnicas como a
Acupuntura, por exemplo, ou como único tipo de tratamento,
dependendo do tipo de problema e da avaliação do profissio-
nal.
Exercícios Terapêuticos – centrados na filosofia taoísta, pri-

vilegiam a flexibilidade, o relaxamento do corpo e da mente e
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a manipulação de energia. Possuem vários tipos, incluindo o

Chi Kung [Qigong] e o Tao-In [Daoyin].
Dieta - a alimentação correta é muito importante para os

chineses e faz parte de sua medicina. Dependendo do proble-
ma apresentado pelo paciente, pode ser recomendado um tipo
específico de alimentação ou o consumo de determinado ali-
mento. Para a MTC, cada tipo de alimento possui uma proprie-
dade de movimentação da energia (Chi) que é utilizada para
aperfeiçoar a saúde ou tratar de doenças.
É importante notar que a MTC trabalha com uma espécie de

energia vital que os chineses chamam de Chi [Qi]. Todas as
técnicas envolvidas utilizam-se desta energia, procurando atin-
gir o equilíbrio energético no paciente, fortalecendo seu orga-
nismo e tratando dessa forma o mal que o acomete.
A MTC não trabalha diretamente com órgãos e sistemas do

corpo como a medicina ocidental, mas sim com o Chi [Qi] de
cada órgão, suas variações e manifestações. Sendo assim, a
Medicina Tradicional Chinesa (MTC), multi-milenar, não possui
qualquer relação com a medicina alopática ocidental e seus
princípios. É um sistema único e independente de manutenção
da saúde.
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História da Acupuntura
A MTC é realmente muito antiga, com resquícios de ins-

trumentos de pedra datando de períodos anteriores a 4.000
a.C. As técnicas de acupuntura se desenvolveram mais no leste
da China, lugar mais ameno, enquanto o norte, normalmente
muito frio, favoreceu o desenvolvimento de técnicas quentes
como a moxabustão.
O grande livro de base da MTC é o Livro do Imperador Amare-

lo (Huang Di Nei Jing), atribuído à figura lendária de Huang Di
(Imperador Amarelo) (2.697-2597 a.C.). Nele, o Imperador
Amarelo confabula com conselheiros sobre os vários métodos
para atingir a plena saúde e a longevidade. É considerado o
livro básico da acupuntura e MTC.
Por volta de 1.000 a.C. surgiram os primeiros ideogramas iden-

tificando as ciências da acupuntura e da moxabustão, demons-
trando o grau de maturidade dessas técnicas já nessa época
remota. Mesmo depois da difusão do uso de metais como o
bronze e a confecção de agulhas desse metal, os instrumentos
principais de tratamento ainda eram feitos de pedra. Nesse
período começaram a ser aplicadas as teorias do Yin/Yang e
Cinco Elementos no tratamento de enfermidades.
Entre o Período dos Estados Guerreiros (475 a.C.-221 a.C.) e a

Dinastia Han do Oeste (206 a.C.-24 d.C.), a MTC e em parti-
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cular a acupuntura, tiveram

grande desenvolvimento. Foi
um período de guerras e re-
voltas, culminando na primei-
ra unificação do Império chi-
nês através da Dinastia Qin.
Agulhas de metal finalmente
suplantaram sua similares de
pedra e as técnicas médicas
tiveram um notável avanço
nos vários campos de batalha. Foram desenvolvidas agulhas
com metais diferentes, como prata e ouro, para diferentes apli-
cações. Ao todo, havia cerca de 9 tipos de agulhas diferentes.
A escavação de um túmulo de 113 a.C. na província de Hebei,

em 1968, revelou um conjunto de agulhas de ouro e um outro
de prata, mostrando que já naquela época havia especializa-
ção nos instrumentos da acupuntura. Uma outra tumba desco-
berta nessa mesma época nos revelou os trajetos dos meridianos
principais e colaterais, escritos em seda no século III a.C. Dessa
dinastia também aparecem os primeiros livros versando sobre
a MTC, incluindo já o uso de ervas. Uma das mais antigas
formas de tratamento de enfermidades, o uso de ervas, atingiu
notável sofisticação na velha China, ao ponto de Hua To, um
célebre médico do Período dos Três Reinos (220-265), usar um
composto de ervas como analgésico, em conjunto com a
acupuntura, e realizar operações cirúrgicas.
Na Dinastia Jin e nas Dinastias do Norte e do Sul (265- 581

d.C.) apareceram os primeiros diagramas esquemáticos com
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os meridianos completos e pontos de acupuntura. Durante as

Dinastias Sui (581-618) e Tang (618-907), a cultura e as artes
tiveram um notável desenvolvimento, levando consigo grandes
avanços na já sistematizada Medicina Chinesa. Na Dinastia
Tang houve também uma completa reformulação e reavaliação
de todo o material referente a MTC e acupuntura, iniciativa do
próprio governo imperial, além da redação de novos e impor-
tantes tratados, especialmente sobre a moxabustão.
À partir do século X a prática da MTC foi grandemente impulsi-

onada pelo uso constante da imprensa, que permitiu grandes
tiragens dos livros anteriormente escritos à mão, um por um.
Isto ocorreu cerca de quinhentos anos antes de Gutemberg criar
a imprensa no ocidente.
À partir da Dinastia Ming (1368-1644) a acupuntura entra defi-

nitivamente para o ramo das ciências, com escolas organiza-
das e sistemas de tratamento mais complexos, com base nos
14 meridianos, Yin/Yang, Cinco Movimentos (Elementos), Zang-
Fu (órgãos e vísceras) e outros conceitos que conhecemos e
aplicamos hoje na MTC.
A Dinastia Qing (1644-1912) promoveu uma regressão nesses

valores, com uma grande ênfase na fitoterapia e uma diminui-
ção no status da acupuntura e moxabustão, até aproximada-
mente a Guerra do Ópio (1840), quando essas terapias
retornaram com toda a sua força, embora sem chegarem à
importância anterior. Até hoje, na China, a Fitoterapia é a tera-
pêutica principal nos tratamentos pela MTC.
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Em 1899 tem início a moderna acupuntura, com a publicação

de “Acupuntura em Modelos de Bronze com Referências na Me-
dicina Moderna” (Zhong Xi Hui Can Tong Ren Tu Shuo), de Liu
Zhongheng, a primeira obra a relacionar a MTC com a anato-
mia e fisiologia médicas ocidentais. À partir da Revolução de
1949, a MTC e Acupuntura se tornam o grande aliado do go-
verno na ampliação da saúde de uma população superior a 1
bilhão de pessoas. Em 1951 é fundado o Instituto Experimental
de Terapia por Acupuntura, vinculado ao Ministério da Saúde.
Depois disso a prática da MTC foi se espalhando por universi-
dades e centros de estudo por toda a China, promovendo saú-
de e bem-estar para toda a sua população.
Em novembro de 1987, incentivado pela OMS, é fundada a

World Federation of Acupuncture-Moxibustion Societies (WFAS),
uma entidade que visa promover o entendimento e cooperação
mútua sobre Acupuntura e Moxabustão entre grupos espalha-
dos por todos os cantos do mundo e desenvolver a ciência da
Acupuntura-Moxabustão, contribuindo para a saúde de toda a
humanidade através de uma prática ética e de alto nível técni-
co.
Hoje a Acupuntura e a MTC estão difundidos por todo o plane-

ta, trazendo muitos benefícios para milhões de pessoas e tendo
seu uso homologado pela Organização Mundial de Saúde, ór-
gão da ONU de âmbito mundial
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Como Funciona
A Acupuntura tem seu funcionamento regido por certas

leis universais descobertas há milênios por sábios taoístas. O
Taoísmo é uma filosofia nativa da China que se baseou na
busca pela harmonia com o Universo através da utilização de
suas leis naturais em todos os aspectos da vida diária.
O retorno ao estado natural do ser humano é o objetivo do

Taoísmo e, por extensão, da Acupuntura. Para isto se utilizam
as agulhas em determinados pontos de modo a podermos in-
fluenciar o sistema energético do paciente e ajudá-lo a retornar
ao padrão harmônico original.
A Explicação Original Chinesa

Todo o nosso organismo está imerso em uma grande rede de
canais energéticos denominados no Ocidente como
“meridianos”. Estes meridianos se enraizam em sistemas
energéticos dos órgãos, fazendo uma troca energética entre
eles.
Existem 14 meridianos principais espalhados pelo corpo, divi-

didos em grupos de meridianos Yin e meridianos Yang. Esta
dualidade de forças que interage constantemente é a base da
maioria das técnicas terapêuticas do Oriente. Os ocidentais se
acostumaram a chamar os meridianos pelos nomes dos órgãos
a que estão conectados (Meridiano do Rim, Meridiano do Fíga-
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do, Meridiano do Estômago e assim por diante). Na China

ainda se utiliza a velha denominação segundo o Yin/Yang
(Meridiano do Pulmão = Grande Yin da Mão, por exemplo).
Estas forças são trocadas entre o Céu (predominantemente Yang)

e a Terra (predominantemente Yin). Entre estas duas forças se
encontra o Homem e sua saúde dependerá da interação entre
Yang e Yin, Céu e Terra.
Estes meridianos possuem determi-

nadas regiões em que existem
“aberturas” nestes canais. Nestes
lugares podemos introduzir agulhas
ou esquentá-lo com ervas para al-
terar o fluxo ou o estado da ener-
gia neste meridiano. Estes locais
são denominados simplesmente
como “pontos de acupuntura”. Os
pontos de acupuntura mapeados
permitem que o profissional influencie o sistema energético do
paciente, induzindo-o a se restabelecer da desarmonia que está
causando (ou poderá causar) a doença.
Sempre que se fala em “órgão” dentro da Acupuntura, estamos

na verdade falando sobre aspectos energéticos e não necessa-
riamente sobre o órgão físico. Todos nós temos um conjunto de
órgãos “virtuais” constituído por padrões de energia (Chi) e que
se ligam aos nossos órgãos físicos. Portanto não se assuste se o
seu Acupuntor disser que você está com alguma desarmonia no
“coração”. Você não está com propensão a um ataque cardía-
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co, pois não se trata necessariamente do órgão físico, mas está

com flutuações no estado energético daquele órgão.
As doenças são basicamente desarmonias destes sistemas

energéticos que, se não tratadas a tempo, acabam por se intro-
duzir nos órgãos físicos. Portanto uma pessoa que tenha cirrose
no fígado, por exemplo, já teve seu sistema energético do “fí-
gado” comprometido há muito tempo. Por isso a Medicina Chi-
nesa e a Acupuntura são práticas predominantemente preventi-
vas: as doenças começam e se instalam no sistema energético
e só mais tarde passam a atuar também no órgão físico. Se
tratada enquanto estiver no sistema energético, a pessoa nem
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vai chegar a ter os sintomas do problema. Ele terá sido removi-

do na origem.
Existem dois métodos básicos de se reestruturar a harmonia

energética: retirar estagnação ou modificar o fluxo do Chi.
“Estagnação” é um estado em que o fluxo normal de energia

fica comprometido, desta forma o Chi se “acumula” e causa
problemas.
Modifica-se o fluxo do Chi quando se nota uma variação de

sua energia normal. Se houver excesso de Chi diminui-se o
fluxo (sedação). Se houver escassez de Chi, estimula-se o fluxo
(tonificação).
A Explicação Ocidental
A explicação ocidental é mais “científica” porém menos conclu-
siva. Na verdade nenhuma das explicações ocidentais desen-
volvidas até agora conseguiu demonstrar o funcionamento cor-
reto da Acupuntura. Segundo estudos realizados, o que se sabe
até agora é que a aplicação das agulhas pode estimular termi-
nações nervosas existentes nos pontos de acupuntura, liberando
determinadas substâncias químicas em nosso organismo, como
a endorfina, o que explicaria a grande capacidade da acupuntura
em reduzir ou suprimir dores. Mas isto é menos que a ponta do
iceberg. Cientificamente não se compreende ainda nenhum dos
processos acupunterápicos. Estimular nervos e liberar endorfina
não explica tratamentos para náusea, asma e outros proble-
mas, por exemplo.
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Esta explicação é universalmente utilizada para justificar o uso

da acupuntura pelos médicos, pois estes não podem utilizar
qualquer tipo de técnica que não tenha fundamento científico,
segundo as regras brasileiras.
O que acontece é que esta é uma explicação sem base concre-

ta e bastante pobre. Ela não abrange nem 10% de tudo o que
se faz com a Acupuntura. Existe muito mais do que “espetar
nervinhos”. Mas os médicos, em grande parte, acabam não
utilizando todo o potencial da Acupuntura por causa desta limi-
tação filosófica.
Acupuntura e paciente
Para a filosofia taoísta, fundamento da acupuntura, cada pes-
soa é um ser único no Universo. Isto implica em que o acupuntor
sempre tratará do paciente como uma pessoa diferente de to-
das as demais. Ao contrário da medicina ocidental, que utiliza
estudos estatísticos genéricos que depois são extendidos para
toda a Humanidade, a medicina chinesa aplica os seus funda-
mentos de maneira individual e personalizada. Ao se tratar
com acupuntura, você pode ter a certeza de estar sendo tratado
de forma pessoal e única.
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Aplicações
A Acupuntura pode ser utilizada para a maioria dos pro-

blemas de saúde, agindo de maneira direta no problema ou
de maneira complementar a tratamentos já em andamento.
Lembremo-nos de que a Medicina Chinesa foi o único recurso

de saúde da China por milhares de anos. Isto a capacitou a
compreender e tratar um enorme leque de problemas e
desequilíbrios. A OMS elaborou uma relação de tratamentos já
devidamente comprovados pela ciência, o que demonstra que
não se parte de mera especulação.
Os benefícios da acupuntura comprovados cientificamente são

principalmente o alívio de dores de diversas naturezas, náusea
resultante de quimioterapia, ansiedade, insônia, alergias, e pro-
blemas digestivos como gastrite e respiratórios como bronqui-
te. Mas existem outros milhares de benefícios que não tiveram
comprovação oficial, embora funcionem perfeitamente.
A Acupuntura é fortemente indicada para doenças crônicas,

aquelas que já estão instaladas há muito tempo e que sempre
dão problema, que já se tornaram parte da vida das pessoas.
Neste campo ela é extremamente eficiente, atuando no proble-
ma sem medicamentos químicos ou intervenções cirúrgicas. Hoje
é comum dentro da medicina ocidental se ministrar remédios
de uso contínuo, muitas vezes por toda a vida. A acupuntura
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pode ajudar e muito nestes casos, tendo sido constatados vári-

as situações onde a acupuntura foi uma solução excelente. Mas
embora o tratamento de doenças crônicas seja especialmente
indicado, a acupuntura é muito mais do que isto. Estes trata-
mentos são muito importantes para a qualidade de vida das
pessoas, mas a acupuntura não se limita a este tipo de proble-
ma.
Nos caso de doenças agudas, onde estão presentes as reações

mais fortes, a acupuntura tem um grande papel na diminuição
do sofrimento e na rapidez da recuperação. Isto é muito impor-
tante na área do esporte, por exemplo, onde a acupuntura tem
excepcionais efeitos na regeneração de lesões, aumentando a
velocidade de recuperação e minimizando a dor e o desconfor-
to.
Um dos fundamentos da MTC, que inclui a acupuntura, e que é

muito considerado é o fator emocional aplicado ao quadro do
desequilíbrio (doença). O acupuntor sempre levará em conta o
estado emocional do paciente, pois as emoções são compo-
nentes importantes, mesmo essenciais. Deste modo a acupuntura
possui uma ampla variedade de técnicas de trabalho psicológi-
co, muito úteis nestes tipos de transtornos.
Como prevenção, a acupuntura pode trazer enormes benefícios

às pessoas com índice de estresse muito elevado, do tipo que
pode desencadear problemas de saúde. Manter a saúde em
ordem é a prioridade número um da acupuntura.
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Perigos, efeitos colaterais e contra-indicações

A acupuntura é uma técnica muito segura. É feita com agulhas
descartáveis e estas são colocadas em grande parte nas per-
nas, braços ou grandes grupos musculares. Muitos médicos afir-
mam que existe o perigo de se perfurar órgãos quando nos
tratamos com não-médicos. Qualquer profissional bem prepa-
rado tem condições de fazer um tratamento seguro e eficiente.
É óbvio que não são apenas médicos que conhecem a anato-
mia humana. Os acupuntores não-médicos não possuem me-
nos capacidade para atuar na acupuntura. Além disso existem
técnicas adequadas de posicionamento de agulhas que inibem
a ocorrência de acidentes. Mais uma vez eu afirmo: qualquer
pessoa devidamente habilitada pode efetuar um tratamento se-
guro e eficiente, independente de ser ou não médico.
Não existem efeitos colaterais importantes. O que pode haver é

um pequeno aumento nos sintomas nas horas seguintes à con-
sulta mas que tendem a diminuir rapidamente. Também uma
certa sonolência pode ser sentida, mas uma noite de sono re-
solverá isto.
Existem algumas contra-indicações para a aplicação da

acupuntura, à vezes estranhas para quem não está acostuma-
do:
o organismo muito debilitado

o ferimentos abertos
o ter muito medo de agulhas
o ter menos de 7 anos de idade
o estar em uma gravidez de risco
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o estar com muita fome

o estar muito cansado ou tenso
o ter infecção, tumor ou úlcera na pele
o ter passado por grande hemorragia recentemente
o ter problemas de coagulação sangüínea
Mas mesmo estas contra-indicações devem ser analisadas indi-

vidualmente pelo acupuntor, pois existem muitas exceções e técni-
cas complementares que podem ser utilizadas se necessário.
Cada pessoa é um Universo para a acupuntura.
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Procedimentos de uma consulta
Vou explicar aqui, de maneira simples e resumida, o que

acontece normalmente em uma consulta de acupuntura. Deste
modo você já sabe o que vai enfrentar e vai ver que não há
motivo para apreensão.
Marcação da consulta e duração

A consulta deve ser agendada com antecedência, como toda
consulta de saúde. Uma sessão pode demorar de 40 minutos
até uma hora, aproximadamente. Pode se prolongar um pouco
mais, se o acupuntor julgar necessário.
Diagnóstico energético
Primeiramente o acupuntor executa a anamnese, ou seja, o di-
agnóstico energético que vai dizer onde está o problema da
pessoa. Existem muitas formas de se efetuar este diagnóstico, e
normalmente o profissional utiliza vários deles. Tradicionalmen-
te existem quatro métodos de diagnóstico: Inspeção, Audição e
Olfação, Interpelação e Palpação.
Inspeção utiliza o exame visual do paciente, a aparência da

pessoa, cor de seu rosto, brilho dos olhos, estado dos cabelos,
tudo mostra a sua situação de saúde. Um exame visual da
língua também mostra os problemas e desequilíbrios energéticos
que ela está passando através de manchas, cor, saburra, visco-
sidade e formato da língua.
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Audição e Olfação servem como auxiliares no diagnóstico.

Escutando os sons do corpo como tosse, o “chiado” do peito e
o timbre de voz, e sentindo seus cheiros, que são característi-
cos.
Interpelação é uma conversa com o paciente onde se faz
diversas perguntas sobre seu estado de saúde e aspectos de sua
vida. Com isto o acupuntor pode montar um quadro da situa-
ção energética da pessoa, a duraçao e características de sue
problema e seu equilíbrio específico em conjunção com o am-
biente em que vive e trabalha, buscando as causas dos seus
problemas.
Palpação é o ato de tocar no paciente para poder sentir sua
situação energética. Na apalpação do pulso (pulsologia) o
acupuntor percebe o estado energético dos órgãos através da
sensação obtida no exame do pulso. Temos 28 tipos de pulsa-
ção, divididos em 12 áreas que correspondem aos 12 órgãos e
vísceras principais.
Aplicação
Estipulado o diagnóstico energético, o acupuntor seleciona os
pontos a serem utilizados e o paciente deita na maca ou se
senta em uma cadeira. O acupuntor passa então a colocar as
agulhas. Geralmente a colocação das agulhas não dói, ape-
nas passa uma sensação estranha quando a agulha penetra na
pele e é manipulada. Em pessoas sensíveis uma pequena dor,
totalmente suportável, pode ser sentida no momento em que a
agulha entra na pele, mas ela desaparece logo em seguida. As
pessoas tem medo de que a região fique doendo o tempo todo
por causa da agulha, mas isto não acontece.
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Depois de inserida, o acupuntor manipula a agulha para cima

e para baixo ou em rotações para estimular o ponto e “encon-
trar” a energia do meridiano. Isto em geral causa apenas um
suave desconforto. As agulhas permanecem no corpo entre 20
minutos e meia hora. Depois são retiradas seguindo determina-
dos procedimentos. No momento da retirada das agulhas pode
haver algum sangramento, mas é coisa muito simples (apenas
algumas gotas) e muitas vezes serve para o organismo expelir a
energia estagnada. À vezes pode ser necessário efetuar uma
sangria real, para expelir o sangue e a energia estagnados.
As agulhas utilizadas são sempre descartáveis, tornando a apli-

cação da acupuntura extremamente segura.
Depois da aplicação
A pessoa pode se sentir um pouco “mole” depois da sessão,
por causa do amplo relaxamento que a acupuntura proporcio-
na. Basta descansar alguns minutos antes de se levantar que
ficará bem. Alguns pontos utilizados podem se apresentar ver-
melhos ou irritados, algumas vezes com um “calombinho” no
lugar onde a agulha entrou, mas isto também é normal e passa
em poucas horas.
Retorno
As sessões em geral são semanais e o tratamento pode durar
por algumas semanas ou meses, dependendo do problema e
da resposta ao tratamento.
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Técnicas complementares
Além de agulhas propriamente ditas, o acupuntor possui

diversas técnicas complementares que podem ser utilizadas de
acordo com os fundamentos da acupuntura ou mesmo junto à
ela. Alguns exemplos:
Ventosas- são recipientes similares a

um pote em que é feito vácuo em seu
interior e “grudam” na pele por sucção
em pontos determinados. Eles servem
para estimular a energia e o sangue
que possam estar estagnados e a efe-
tuar trocas gasosas com o sangue. Associado a pequenas per-
furações na pele temos a “sangria”, que é uma técnica na qual
se retira pequenas quantidades de sangue em pontos determi-
nados para estimular o fluxo energético e drenar estagnações
mais rapidamente. É especialmente indicado para inflamações
musculares, nas quais fornecem alívio imediato. Seu uso deixa
pequenos hematomas de forma redonda, que desaparecem em
poucos dias. É um efeito normal da técnica e que não causa
nenhum problema.
Moxabustão- uma parceira inseparável

da acupuntura, consiste em aquecer pon-
tos de acupuntura determinados através
da queima de porções da erva artemísia
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para aumentar a energia do ponto. Pode ser feita de modo

direto, indireto ou queimado em agulhas que transmitem o es-
tímulo ao ponto. Acupuntura, em chinês, significa “agulha e
calor ”, refletindo a importância da moxa na técnica
acupunterápica.
Gua-Shá- consiste em “raspar” uma região do corpo com um

instrumento especial para tirar estagnação e estimular o san-
gue.
Acupuntura Auricular- é um excelente

complemento da acupuntura sistêmica (em
todo o corpo). Utiliza-se agulhas em pontos
reflexos das orelhas para estimular os órgãos
ou partes do corpo correspondentes, pois te-
mos todo o organismo mapeado nas duas
orelhas. As agulhas podem ser substituídas
por sementes, esferas metálicas ou bolinhas
de medicamento, sendo indicado especialmente para pessoas
que tem problemas com agulhas.
Eletroacupuntura- sistema
muito pesquisado na China que
envolve a utilização de pequenos
estímulos elétricos nas agulhas de
acupuntura, ampliando seus efei-
tos. Antes que pergunte, eu já ex-
plico: não, a pessoa não leva
choques! É um método indolor.
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Guia do Paciente – O que fazer e não fazer
Para ter o máximo de benefícios o paciente deve seguir

alguns conselhos básicos.
Antes da consulta
• Procure não comer muito até duas horas antes, nem
fique em jejum prolongado.
• Não raspe nem escove a língua no dia da consulta. A
observação da língua é um dos métodos de diagnóstico chine-
ses.
• Tente chegar no horário determinado ou pouco antes
para evitar ansiedade e estresse.
• Compareça com roupas folgadas para facilitar o aten-
dimento.
• Confie no acupuntor que irá atendê-lo.
Durante a consulta
• Procure relaxar e não se preocupar com as agulhas.
• Mantenha uma postura mental receptiva. A acupuntura
não depende de crença, mas é comprovado que a aceitação
da técnica amplia seus benefícios.
• Evite se mover depois de colocadas as agulhas. Como
as agulhas ficam posicionadas muitas vezes em grupos muscu-
lares, o movimento pode tirar as agulhas de seu repouso e
provocar dor.
• Se estiver ansioso, respire lenta e profundamente algu-
mas vezes.
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• Não fique perguntando o tempo todo o que o acupuntor

está fazendo e por que, e nem tente dar “dicas” de diagnóstico
ou de colocação das agulhas. O profissional sabe o que está
fazendo e deve trabalhar sem distrações.
Depois da consulta
• Levante-se da maca lentamente ou espere alguns minu-
tos depois de retiradas as agulhas. Nunca se levante brusca-
mente, pois o corpo que esteve relaxado durante tanto tempo
irá se contrair e pode haver um problema muscular ou na colu-
na.
• Evite tomar banho logo depois da consulta, especial-
mente banho frio. Isto diminui os benefícios da acupuntura e
podem causar problemas de saúde.
• Evite dirigir um veículo por muito tempo ou por um
percurso muito longo. A acupuntura pode causar sonolência
pelo relaxamento obtido e isto pode diminuir seus reflexos. Guie
com cuidado.
• Siga todas as recomendações de seu acupuntor nas ati-
vidades diárias.
• Retorne no tempo devido para uma nova sessão e não
abandone o tratamento até sua completa recuperação. Muitas
pessoas largam o tratamento assim que se livram da dor ou de
algum incômodo superficial. Apenas o seu acupuntor pode lhe
dispensar do tratamento quando julgar adequado.
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Acupuntura e medicina
A relação entre acupuntura e medicina ocidental se

mostra, na maior parte das vezes em nosso país, conturbada.
Existe hoje no Brasil uma disputa inoportuna e insana pelo
monopólio da acupuntura. Mas vamos por partes.
Como vimos, a acupuntura tem grandes resultados tanto em

problemas crônicos quanto nos agudos. Mas reiteramos que a
área na qual ela não tem concorrência é no tratamento de
doenças crônicas. Esta é uma área onde a medicina atual utiliza
intervenções cirúrgicas, amiúde paliativas, ou medicamentos de
uso contínuo com uma série de efeitos colaterais e, muitas vezes,
sem resultados concretos.
Claro que no tocante a problemas agudos graves ou de urgência,

como acidentes, amputações, reconstruções, a medicina
ocidental é extremamente eficiente. Todos nós sabemos disto e
tiramos o chapéu para ela. Então qual a melhor terapia? Ambas,
atuando em conjunto, seria a melhor solução. Infelizmente isto
raramente ocorre de forma adequada.
O que vemos hoje é que médicos muitas vezes se recusam a

indicar a acupuntura para a maioria dos pacientes, exceto se
for com outro médico. Muitas vezes um paciente procura um
médico por indicação do próprio acupuntor que o atende, e
vemos o profissional de saúde mandar que ele suspenda
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imediatamente o tratamento alternativo porque vai “influenciar”

o tratamento médico. E não podemos nos esquecer que grande
parte dos médicos simplesmente não acredita em acupuntura,
de maneira alguma. E percebemos ainda que muitos médicos-
acupuntores, com mentalidade mais científica, não reconhecem
as teorias e procedimentos tradicionais e milenares da
acupuntura, o que pode levá-los a fazer uma aplicação mais
simples e “científica”, perdendo a oportunidade de aprofundar
os benefícios para o paciente.
No lado oposto, não é incomum os acupuntores indicarem ao

paciente que ele procure também um diagnóstico médico.
Perguntar se ele já passou por um médico antes, por causa
deste problema que o levou ao consultório de acupuntura, é
praxe dentro da prática. A própria filosofia da Acupuntura nos
ensina que a primeira e única preocupação do acupuntor é e
sempre será com a saúde da pessoa que nos procura.
Na verdade a esmagadora maioria dos pacientes que procuram

a acupuntura já passou por um tratamento médico ocidental e
ficaram frustradas ou porque não tiveram grandes resultados
ou porque arcaram com pesados efeitos colaterais ou ainda
podem ter sido desenganados pela ciência ocidental como casos
sem solução. Isto tudo é o mais comum em 80% dos casos que
aparecem nos consultórios dos acupuntores. Esta constatação
descarta a idéia difundida pelos médicos na imprensa de que a
acupuntura “mascara” sintomas de doenças perigosas, pois a
maioria dos pacientes já foi atendida por médicos e não teve
seu problema resolvido satisfatoriamente.
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Se extendida por todo o território nacional, a utilização da

acupuntura e suas práticas complementares poderia ampliar
em muito a saúde de nossa população, resolvendo muitos
problemas que causam grande sofrimento. Na China a política
do “médico de pés descalços”, como foram apelidados os
profissionais de MTC, teve excepcionais resultados e foi aclamada
pela ONU e pela OMS. Estes profissionais não-médicos são os
grandes responsáveis pela saúde de um quinto da população
do planeta, pois não existe a possibilidade de se fornecerem, a
mais de um bilhão de chineses, os equipamentos sofisticados
que os médicos atuais acham imprescindíveis, como laboratórios
de análises completos, tomógrafos, aparelhos de ressonância
magnética, raios-X, UTIs e hospitais modernos. A Medicina
Chinesa foi a solução encontrada. E no Brasil, um país quase
tão grande quanto a China e com graves problemas de saúde
pública, esta solução se apresenta também extremamente
interessante.
É mentirosa a idéia que muitas vezes se transmite através da

imprensa de que na China todos os acupuntores são médicos.
Medicina ocidental e medicina chinesa são duas coisas
separadas e independentes, com cursos separados e
independentes. O tratamento de um paciente pode ser feito
com uma das técnicas ou com ambas, sem discriminações. E
todo profissional de saúde envolvido é chamado de “médico”,
independente de ser de medicina ocidental ou medicina chinesa.
Isto é um fato. Um acupuntor, na China, é chamado de “médico”,
mesmo que não seja formado em medicina ocidental. E devemos
nos lembrar que os médicos ocidentais aprenderam esta técnica
de chineses não-médicos.
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Perseguida por décadas no Brasil, até com ameaças de prisão

de seus profissionais, a acupuntura se tornou repentinamente
especialidade médica em 1995. Desde aquele momento os
médicos tentam a todo custo proibir os demais profissionais de
exercerem esta profissão. Projetos de lei descabidos tentando o
monopólio da acupuntura são enviadas regularmente ao
Congresso Nacional, no qual felizmente ainda contamos com
algumas mentes sãs que os rejeitam.
Causa espanto esta verdadeira obsessão que se formou pelo

monópolio da acupuntura, quando esta técnica maravilhosa
ainda é tão mal empregada no sistema médico. Cirurgias
poderiam ser feitas utilizando a acupuntura como método
anestésico, sem efeitos colaterais e com fácil recuperação pós-
operatória. Ou como coadjuvante em inúmeros tratamentos nos
quais se poderia reduzir ou mesmo dispensar remédios
dispendiosos ou com pesados efeitos colaterais. A acupuntura
muito poderia fazer pelos nossos doentes se fosse efetivamente
utilizada pela classe médica.
Completando esta parte, tenho a dizer apenas que espero

ansiosamente pelo dia em que os dois profissionais de saúde,
médicos e acupuntores, possam trabalhar juntos pelo que
realmente interessa: a saúde do povo brasileiro.
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Explicando melhor:
n Acupuntura não mascara sintomas de doenças graves

porque a maioria dos pacientes já passou por tratamento mé-
dico ou acaba sendo orientado a procurar um diagnóstico mé-
dico também.
n Acupuntura potencializa e complementa outros trata-
mentos. Em nenhuma hipótese se interrompe um tratamento
médico para fazer acupuntura. E a acupuntura não atrapalha o
tratamento médico.
n Tanto a medicina quanto a acupuntura devem andar
em harmonia, pelo bem do paciente.
n Na China, Medicina Ocidental e Medicina Chinesa são
coisas separadas e totalmente independentes.
n Na China todo acupuntor é chamado de “médico”.
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Legislação
Muito se tem ouvido sobre a legalidade da acupuntura,

mas a maioria das informações é equivocada. Uma das afir-
mações que se ouvem muito por aí é a de que apenas médicos
poderiam praticar a acupuntura. Isto não é verdade.
A prática da acupuntura está liberada para todas as pessoas

que desejem se dedicar a esta área, amparadas pela Constitui-
ção Brasileira em seu artigo 5º nos parágrafos II e XIII:
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma

coisa senão em virtude de lei;
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou

profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei
estabelecer;
O parágrafo II nos mostra que ninguém pode ser proibido de

praticar a acupuntura, pois não existe uma lei em vigor que
diga isto. Quanto ao parágrafo XIII, a profissão de “acupuntor”
é totalmente livre, pois não existem leis que a regulamentem,
pelo menos até o presente momento (março de 2007). Portan-
to, a atividade ligada à prática da acupuntura é totalmente
livre para qualquer pessoa em todo o território nacional.
A Portaria Nº 971 de 3 de maio de 2006, do Ministério da
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Saúde, estabelece um plano de utilização de técnicas medici-

nais alternativas nos postos de saúde do SUS como um meio
barato e eficiente de se manter a saúde da população, seguin-
do indicação da Organização Mundial de Saúde (OMS). Sobre
acupuntura, a portaria afirma:
a Acupuntura é uma tecnologia de intervenção em saúde,

inserida na Medicina Tradicional Chinesa (MTC), sistema mé-
dico complexo, que aborda de modo integral e dinâmico o pro-
cesso saúde-doença no ser humano, podendo ser usada isolada
ou de forma integrada com outros recursos terapêuticos, e que
a MTC também dispõe de práticas corporais complementares
que se constituem em ações de promoção e recuperação da
saúde e prevenção de doenças;
Como vemos, o Ministério da Saúde brasileiro reconhece a

acupuntura como método terapêutico plenamente eficiente e
totalmente independente da medicina ocidental, seguindo pro-
tocolos da própria OMS.
Quanto à utilização da acupuntura pelos médicos, ela apenas

se tornou oficial em 11 de agosto de 1995, através da Resolu-
ção 1455 do Conselho Federal de Medicina (CFM), que reco-
nheceu a acupuntura como Especialidade Médica. O que isto
significa?
Muitas vezes encontramos a informação de que apenas médi-

cos podem exercer a acupuntura por ser esta uma especialida-
de médica. Cumpre esclarecer que esta resolução não afeta
nenhum dos profissionais não-médicos que trabalham com esta
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técnica. O CFM regula apenas sobre os próprios médicos e

não tem poder de legislar sobre assuntos de saúde em geral. O
que isto implicou foi simplesmente na aceitação oficial da
acupuntura pelos médicos e sua liberação para utilizar a técni-
ca. Apenas isto. Ao se tornar “especialidade médica”, a
acupuntura pôde ser exercida por médicos desde que possuam
a devida autorização e estudo.
Acontece de muitos médicos hostilizarem os acupuntores não-

médicos se referindo a eles como “leigos”. O termo “leigo”
não pode se aplicar aos acupuntores não-médicos pois, segun-
do o Dicionário Houaiss:
Leigo: 2. que ou aquele que é estranho a ou que revela igno-

rância ou pouca familiaridade com determinado assunto, pro-
fissão etc.; desconhecedor, inexperiente
Vê-se logo que este termo pejorativo e afrontoso não pode

corresponder a profissionais que passam boa parte de seu tem-
po estudando e se aperfeiçoando em uma técnica tão comple-
xa quanto a acupuntura, cuja profundidade filosófica e técnica
leva vários anos para ser dominada.
Na situação de médicos que insistem em hostilizar os acupuntores

não-médicos, convêm lembrar o artigo 18 do Código de Ética
do Médico:
Art. 18 - As relações do médico com os demais profissionais

em exercício na área de saúde devem basear-se no respeito
mútuo, na liberdade e independência profissional de cada um,
buscando sempre o interesse e o bem-estar do paciente.
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Concluindo, a acupuntura é uma técnica liberada para exercí-

cio por qualquer pessoa qualificada, independente de ser mé-
dico ou não, livremente. O fato de ser médico não implica
necessariamente em melhor qualidade na aplicação da
acupuntura.
Em todo caso, minha recomendação pessoal é a seguinte:
Se precisar de atendimento médico, procure

um médico;
Se precisar de acupuntura, procure um

acupuntor.
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Organizações e Links
Existem organizações e sites que podem ser de interesse

aos que desejam saber mais sobre a acupuntura e saúde em
geral. Abaixo listo alguns links úteis.
Longevidade.Net - Meu site sobre saúde e qualidade de

vida. Muita informação interessante para quem se interessa por
saúde integral e terapias orientais.
http://www .longevidade.net
http://www.longevidade.net
AMECA - A Associação de Medicina Chinesa e Acupuntura do

Brasil é um órgão que reúne alguns dos melhores acupuntores e
especialistas em Medicina Tradicional Chinesa do país, princi-
palmente não-médicos. Organiza eventos e cursos sobre diver-
sos tópicos dessa área. É a representante oficial da World
Federation of Acupuncture-Moxibustion Societies (WFAS) no
Brasil.
http://www .ameca.com.br
http://www.ameca.com.br
Federação Mundial de Acupuntura-Moxabustão

(WFAS) - Organização máxima que responde pela prática da
Acupuntura e Moxabustão em todo o mundo. Parceira da OMS
em práticas de saúde, o site da WFAS possui muito material
interessante e notícias recentes do universo da Acupuntura. (site
em inglês)
http://www .wfas.com.cn/
http://www.wfas.com.cn/
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Federação Mundial de Medicina Chinesa (WFCMS) –

organização acadêmica com sede em Beijing, China, que con-
grega centros de medicina chinesa de todo o mundo. É repre-
sentado no Brasil pela AMECA. (site em inglês)
http://www .wfcms.org/en/index.jsp
http://www.wfcms.org/en/index.jsp
Acupuncture.Com - a maior referência de Medicina Tradicio-

nal Chinesa da Internet. Artigos sobre as terapias que compõe
a MTC e material sobre síndromes específicas e seus métodos
de tratamento. (site em inglês).
http://www .acupuncture.com/
http://www.acupuncture.com/
Organização Mundial de Saúde - Organização que cui-

da da saúde em nível mundial, vinculada à ONU. (site em
inglês)
http://www.who.int/en/
http://www.who.int/en/
Portal da Saúde - Site oficial do Ministério da Saúde do

Brasil
http://portal.saude.gov.br/saude/
http://portal.saude.gov.br/saude/
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O Autor
Gilberto Antônio Silva é Parapsicólogo, Acupuntor, Terapeuta

e Escritor. Estudioso de filosofias e culturas orientais desde 1977,
pesquisou e analisou com profundidade a cultura e o modo de
pensar oriental. Atua no mercado editorial como escritor, asses-
sor e editor desde 1991, tendo mais de 200 artigos e matérias
já publicadas em internet, revistas especializadas e jornais di-
versos.
Foi fundador de duas publicações notáveis dentro da cultura

oriental, a revista Oriente e o boletim Saúde & Longevidade.
Como terapeuta, se especializou em Terapias Energéticas como

Crystal Healing, Acupuntura, Terapia Emocional e Chi Kung. Foi
palestrante convidado na Feira TERAPÊUTICA 2003, com o tema
“Manipulação Consciente de Energia nas Práticas Terapêuticas”
e palestrante convidado do VII Congresso Internacional de
Acupuntura e Terapias Orientais do SATOSP, em 2004, com o
tema “SEITAI, a Quiropraxia Japonesa”
É membro da conceituada Associação de Medicina Chinesa e

Acupuntura do Brasil (AMECA), representante oficial da World
Federation of Acupuncture-Moxibustion Societies (WFAS) em nosso
país.
Na área de ensino terapêutico regular, foi Professor de Literatu-

ra da Acupuntura Chinesa na EOMA - Escola Oriental de Mas-
sagem e Acupuntura (SP) e foi Professor dos cursos de
Massoterapia, Acupuntura e Formação em Chi Kung da Keiko’s
- Prevenção e Saúde (SP), sempre na área de filosofia e cultura
chinesa, filosofia Taoísta e fundamentos da Medicina Oriental.
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Visando ajudar a difusão da acupuntura e a contribuir para a saúde do povo

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