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Monica Frederigue de Castro Huang; Camila Mendonça Torres

A dimensão religiosa no enfrentamento (coping) em artigos brasileiros

A dimensão religiosa no enfrentamento (coping) em artigos


brasileiros
The Religious Dimension in Coping in Brazilian Articles

Monica Frederigue de Castro Huang1


Camila Mendonça Torres2

RESUMO
__________________________________________________________________________________
O presente trabalho é fruto do levantamento de artigos brasileiros publicados até o primeiro
semestre de 2016 sobre coping (enfrentamento), em sua relação com aspectos da religiosidade e
espiritualidade. Os estudos foram apresentados, parágrafo a parágrafo, de acordo com três grupos:
Estudos sobre coping (enfrentamento) e Religião/ Espiritualidade; Estudos sobre coping
(enfrentamento) religioso/espiritual com inventários e Artigos com revisões de literatura no
estudo do coping (enfrentamento) religioso/espiritual; seguidos de uma breve conclusão. A
importância do estudo do enfrentamento e a complexidade do tema demandam que mais estudos
sejam desenvolvidos, aprofundando tendências anteriormente apontadas.
__________________________________________________________________________________
Palavras-Chave: Coping. Enfrentamento. Espiritualidade. Religiosidade. Stress.
__________________________________________________________________________________

ABSTRACT
__________________________________________________________________________________
The present work is the result of the research made on Brazilian articles published during the first
semester of 2016 about coping, in its relations to religious and spiritual aspects. The studies were
presented, paragraph by paragraph, according to three groups: Studies on Coping and
Religion/Spirituality; Studies on religious/spiritual coping with inventories; and articles with
literature revisions in the religious/spiritual coping study; followed by a brief conclusion. The
importance of the coping study and the theme complexity demand more studies to be developed,
deepening in the tendencies pointed previously.
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Keywords: Coping. Confront. Spirituality. Religiosity. Stress.
__________________________________________________________________________________

1 Mestra e Doutoranda em Psicologia Social pela Universidade de São Paulo. Contato:


monica_c_huang@yahoo.com .
2 Doutora em Psicologia Social pela Universidade de São Paulo. Contato: camilatorres@usp.br . Submetido

em 22/10/2017; aceito em 05/04/2019.

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A dimensão religiosa no enfrentamento (coping) em artigos brasileiros

Introdução

Lidamos diariamente com fatores estressantes, sejam eles positivos ou negativos. A


capacidade de enfrentar tais situações, ou a forma como o ser humano enfrenta as
adversidades de seu cotidiano é algo que interessa a pesquisadores e a profissionais em geral, já
que se refere a algo presente no cotidiano, na vida real. O coping pode ser compreendido
como “o conjunto de estratégias utilizadas pelas pessoas para adaptarem-se a circunstâncias
adversas” (Antoniazzi, et al, 1998, P. 274). O termo provêm do inglês to cope, que faz
referência ao ato de lidar com algo, e na Psicologia o coping é entendido como
“enfrentamento“, “manejo”, “lidar com“, bem como a atitude de fuga, evitação ou negação do
estressor (Panzini, 2007). O interesse nessa capacidade é objeto de análise da Psicologia desde
o início de sua história`, quando as pesquisas eram direcionadas às defesas psicológicas. Para
melhor compreensão do desenvolvimento do conceito de coping, Parker, J. D. A. e Endler, N.
S. (1996), apresentam revisão histórica sobre coping e defesa deixando claro como o tema se
desenvolveu na psicologia.
Nesse artigo, apresenta-se um levantamento feito entre o 2º semestre de 2015 e 1º
semestre de 2016 de artigos brasileiros que tratam da temática do coping, em especial na sua
dimensão religiosa. A busca de artigos foi feita pelos marcadores “coping”; “enfrentamento”;
“coping religioso”; “coping espiritual”; “enfrentamento religioso”; “enfrentamento espiritual”
no Portal de Busca Integrada da Universidade de São Paulo (SIBIUSP), que contempla revistas
eletrônicas e bases de dados de diversas áreas de conhecimento. Os artigos levantados foram
selecionados por seus títulos, palavras-chave e resumos, de forma que a escolha final fosse por
artigos que abordassem a dimensão religiosa do enfrentamento.
O resultado final dessa seleção está apresentado a seguir, optando-se por explicar
brevemente, parágrafo a parágrafo, o que cada autor se propôs a fazer e o trabalho executado.

Estudos sobre coping (enfrentamento) e Religião/ Espiritualidade

Richard S. Lazarus e Susan Folkman (1984) deram ao tema coping forma consistente e
sistematizada. Ambos desenvolveram a escala WCQ, Ways of Coping Questionaries, traduzida
e adaptada para várias línguas. No português, a adaptação foi feita por Savóia, Santana e
Mejias, em 1996.
A presença da religião no processo de coping nos primeiros estudos do tema foi quase
que totalmente desconsiderada. Pargament e seus colaboradores (2005) observam que dos 66
itens da WCQ (Lazarus e Folkman, 1984) apenas dois são referentes à religiosidade. Nas
pesquisas desenvolvidas por Pargament e colegas nos EUA, o sagrado e o religioso foram
analisados como variáveis importantes, especialmente dado o contexto social judaico-cristão
norte-americano. Pargament et al. (2005) mostram que onde encontramos crises e tragédias
encontramos também religiosidade, pois seria sobretudo na religião que o ser humano busca
forças para enfrentá-las. A “sua relação com o objeto religioso é que torna religiosa uma
variável e não sua categorização em alguma classe especial de comportamento”, como afirma
Paiva (2007). A psicologia não se ocupa em alcançar a qualidade da realidade religiosa, mas sim
uma avaliação secular do enfrentamento religioso, sua eficácia, sua promoção e possibilidade de
relação com processos de cura.
Muitos estudos realizados no Brasil acerca do enfrentamento/coping têm mostrado a
presença marcante da religiosidade neste processo. O primeiro texto brasileiro que se pode
encontrar sobre a díade Religião e Stress, de Paiva (1988), analisa a religião a partir da
perspectiva psicanalítica. A religião é tida como influenciadora na produção de stress, através
da estrutura da culpa que possibilita três formas de relação com a religião, em que esse

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aparece como uma possibilidade para a religião; como molde motivacional para a religião, onde
Deus é representado como um pai ampliado; e como resultado da relação interpessoal. E é
neste segundo tipo de relação que a culpa levaria ao stress, “o perpétuo recomeçar, a inclusão
de um processo de falhas, a traição repetida ao amor, podem aprofundar a desestima, o
desamor de si mesmo, a intra-punição, a fuga social, a depressão”. (Paiva, 1988, p.30) O autor
sublinha a presença de relações entre realidades complexas subjacentes a esses conceitos e
assevera que não se deve esquecer que a patologia psicológica não coincide com a patologia
religiosa.
A partir da análise da história da doença de uma jovem pobre, que percorreu três
distintas agências religiosas - candomblé, pentecostal e espírita - na busca de cura de sua
doença já diagnosticada por médicos, Rabelo (1993) contribui para a reflexão da função
terapêutica dos cultos religiosos. Questiona se tais cultos são, de fato, incorporados à
experiência cotidiana daqueles que a eles recorrem. Conclui que os achados de sua pesquisa
negam essa possibilidade.
Como as religiões populares (umbandistas, kardecistas e pentecostais) constituem uma
ideologia, Bello (1999) considera a possibilidade de um imaginário responsável por diferentes
fenômenos em suas operações. Busca delinear as distintas estratégias sustentadoras da
manipulação empírica das representações de enfermidade e de cura, de uma religiosidade
mágica como recurso ante a exclusão social sofrida por parte de seus afiliados.
Costa-Rosa (2008) com o objetivo de aferir se há ou não cura terapêutica nas práticas
umbanda e das igrejas pentecostais renovadas, conclui que um dos fatores da eficácia das
práticas místico-religiosas possivelmente resida em sua sintonia com as visões de mundo de
seus adeptos, e que está, sobretudo, relacionada “à cultura do narcisismo, em uma de suas
variantes, para indivíduos que estão a margem da circulação social (da produção e do
consumo, tantos dos bens materiais quanto simbólicos)” (p. 136).
Ainda em 1999, Pereira faz análise teórica das posições de Paul Tillich e Jung, a partir
do pressuposto de que toda cura é cura de sofrimento, e discorre sobre a concordância desses
autores de que cura/salvação é graça, posição com a qual o autor concorda.
Valendo-se de abordagem qualitativa, Elias (2003), em atendimento psicológico a
quatro crianças e três adolescentes fora da possibilidade de cura, aplica técnicas de
relaxamento mental e visualização de imagens mentais com os elementos que descrevem a
natureza da espiritualidade inseridos na psicoterapia breve. Conclui que essa forma de
atendimento foi capaz de aumentar a qualidade de vida daqueles indivíduos no processo de
morrer, com morte serena e digna.
Em estudo fenomenológico, Batista (2004) analisou relatos de pacientes, observações
de campo e entrevistas a fim de descrever a presença do objeto sagrado usado pelo paciente
quando internado na Unidade de Terapia Intensiva, na Universidade Federal de Goiás. Notou
que muitos levam pequenos objetos com representação religiosa para seus leitos e que a
presença do objeto sagrado é repleta de significado cultural, revelando um vínculo
supranatural de onde emana segurança, esperança, amparo, conforto e companhia. A
interpretação religiosa da doença e da morte ultrapassa as barreiras da matéria e é uma
experiência individual e intransferível para se transpor a limitação humana da condição do
paciente.
Em estudo desenvolvido a partir de observações de seis cultos, entrevista ao pastor e a
três participantes da igreja neopentecostal IURD (Igreja Universal do Reino de Deus),
Cerqueira-Santos e colaboradores (2004), observaram que o discurso religioso fornece
sentido, orienta e ajuda as pessoas a enfrentarem seus problemas diários. A fonte de todo o
mal é o Diabo, incluindo as doenças; desta forma para haver cura é necessário exorcismo do
fiel o que torna desnecessária a busca de um profissional da saúde.

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Com referencial junguiano, Reis (2004) considera a relação psique-soma a fim de


compreender o fenômeno da cura e da saúde em diferentes culturas através do tempo
ressaltando a perspectiva holística, sistêmica em sintonia com a psicologia analítica.
Também partindo do referencial junguiano, Xavier (2005) buscou analisar a relação
entre fatores problemas com álcool e religiosidade por meio de um estudo de caso de um
homem de 50 anos, cujas narrativas e sonhos foram analisados. O estudo demonstrou
diferentes formas de religiosidade manifestas no individuo e concluiu que a religiosidade
contribui para uma relativização na percepção dos valores coletivos.
Oliveira, Fernandes e Galvão (2005) entrevistaram vinte mulheres com câncer cérvico-
uterino, em serviço de atendimento publico, na cidade de Fortaleza-CE, a fim de compreender
suas vivências no adoecer. As respostas foram categorizadas como barreiras que dificultaram a
prevenção; enfrentamentos da consulta ao diagnóstico de câncer; desconhecimento sobre a
evolução da doença; apego às pessoas e à religiosidade. A categoria religião representou
importante apoio e suporte para os indivíduos, que também destacaram a importância da fé.
Também com uma amostra com mulheres com câncer, Hoffman, Muller e Rubin
(2006), realizaram um estudo com 74 mulheres de 31 anos a 80, diagnosticadas com câncer de
mama. Com o objetivo de verificar as repercussões psicossociais do diagnóstico e do
tratamento médico e identificar o Apoio Social e Bem–Estar Espiritual percebido por elas, foi
realizada uma entrevista estruturada e administrado o Questionário Norbeck de Apoio Social
(NSSQ), além da Escala de Bem–Estar Espiritual (BEE). O Apoio social foi percebido por
parentes próximos e o bem–estar espiritual se apresentou como recurso importante. O
aspecto religioso foi considerado o mais importante fator notado pelas pacientes como meio
de enfrentamento.
Com o objetivo de estudar as estratégias de enfrentamento de mães frente às
dificuldades de filhos portadores de autismo e frente às suas próprias emoções desencadeadas
por esse stress, Schimid, Dell’Aglio e Bosa (2007) submeteram 30 mães a uma entrevista semi-
estruturada. Eram mães de crianças que estavam frequentando instituições de atendimento na
cidade de Porto Alegre. Frente à dificuldade dos filhos autistas, a estratégia mais usada foi a de
“ação direta”, ou seja, tomar iniciativa demonstrando capacidade de manejo para lidar com seus
filhos. “A busca de apoio social e religioso” foi a sexta forma de estratégia utilizada pelas mães,
enquanto que entre as estratégias utilizadas pelas mães para lidar com suas próprias emoções
desencadeadas pelo autismo do filho, a “busca de apoio social e religioso” estava em segundo
lugar, logo após a “distração”. Ao apresentarem estas formas de estratégias usadas pelas mães,
os autores tornaram mais claras as formas pelas quais os profissionais da área da saúde
poderiam tornar mais eficientes a orientação e o acompanhamento que às mães com filhos
autistas.
Com o objetivo de identificar o papel da religião na sobrevivência de um grupo de
pacientes oncológicos, Aquino e Zago (2007), realizaram um estudo etnográfico, com seis
pacientes laringectomizados totais, sendo três homens e três mulheres, de 51 a 72 anos. Foram
realizadas três entrevistas com cada um dos participantes ao longo de oito meses. As
categorias descritivas da relação com a religião foram: a representação moral do câncer (uma
doença punitiva); as crenças religiosas na trajetória terapêutica do câncer; e a negociação com a
religião pela sobrevivência. Os autores fizeram notar que estas significações deram origem à
“expectativa por uma nova chance” por parte dos pacientes, que viveriam em uma condição de
identidade de transição e que, do ponto de vista social, não são considerados normais devido
às sequelas resultantes da doença, e que, simbolicamente, são seres humanos com diferenças.
Reconhecem a importância do referencial religioso, uma vez que “a espiritualidade e a religião,
na experiência do câncer, tem sido reconhecida de maneira crescente, pois em vez das
explicações reducionistas da medicina, os sistemas religiosos oferecem uma explicação à doença
que a insere no contexto sociocultural do paciente” (Aquino, Zago, 2007, p.6).

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Com o objetivo de identificar as dificuldades dos enfermeiros em abordar questões


religiosas de seus pacientes, Salgado, Rocha e Conti (2007), coletaram depoimentos de dez
enfermeiros em hospital na cidade do Rio de Janeiro. Concluíram que as dificuldades elencadas
pelos enfermeiros são decorrentes da falta de espaço de discussões críticas e abertas da
temática religiosa na formação acadêmica.
Através de pesquisa quantitativa, usando de entrevista com perguntas objetivas, Araujo
et al (2008) buscaram verificar a importância da religiosidade para idosos acima de 60 anos,
nas cidades de Fortaleza, Baturité, Juazeiro do Norte e Quixadá. Resultados apresentaram
índice superior a 90% dos entrevistados rezam ou oram, 70% rezam diariamente e há maior
religiosidade nas mulheres em comparação com os homens.
Realizando pesquisa qualitativa e descritiva, Teixeira e Lefèvre (2008), entrevistaram
vinte idosos (acima de 60 anos) com câncer, 10 homens e 10 mulheres, em um hospital
público, com o objetivo de levantarem o significado da intervenção médica e da fé religiosa
para estes pacientes. Foi possível concluir que além de satisfação quanto ao tratamento que
forneceu maior esperança aos pacientes, o aspecto religioso foi considerado elemento chave
para o enfrentamento.
Silva, Rocha, Davim e Torres (2008) entrevistaram trinta e três mães (HIV positivo) de
crianças com soro positivo para HIV/AIDS, na cidade de Natal, Rio Grande do Norte, com o
objetivo de identificar as estratégias de enfrentamento para melhor conviver com a doença dos
filhos. As categorias que foram levantadas foram: superproteção e medo, devido ao risco de
doenças oportunistas; doação, com a culpabilidade pela doença da criança; negação e
subestimação do HIV, não deixando que a doença ocupe um lugar grande em suas vidas;
ocultação da doença; resignação, comparando seus filhos a outros soropositivos; e religião e
esperança, trazendo apoio e suporte emocional. Silva e seus colaboradores (2008) concluíram
que apesar das dificuldades frente à doença, as famílias desenvolvem estratégias que
possibilitam enfrentar as dificuldades do dia a dia e conviver melhor com essa experiência.
Mellagi e Monteiro (2009), em um trabalho qualitativo descritivo, desenvolvem análise
da religiosidade de pacientes portadores de hanseníase que viveram períodos distintos da
história do tratamento dos doentes. Para tal foram realizadas entrevistas com cinco pacientes
ex-internos e cinco recém diagnosticados que estavam sendo atendidos na Divisão de
Hansenologia e Dermatologia Sanitária (DHDS) do Estado de São Paulo. Também foram
aplicados questionários a três médicas e duas auxiliares de enfermagem. A análise foi feita a
partir do referencial teórico de K. I. Pargament para descrição do uso da religiosidade presente
nos relatos escolhidos.
Mellagi e Monteiro (2009) elencaram entre as formas de enfrentar a doença e suas
consequências clínicas e sociais: uso de esquemas “anestésicos” e medidas de resistência por
acúmulo de ânimo e força (lazer e tarefas cotidianas). Para a maioria a religião exerce o papel
de resistência ao problema vivido (enfrentamento focado no problema), alívio emocional e
fonte de recursos relacionados à problemática do adoecer e da internação (enfrentamento
focado na emoção). A importância da religião não comprometeu a adesão ao tratamento dos
entrevistados.
Nas entrevistas com os profissionais de saúde, Mellagi e Monteiro (2009) encontraram
relatos de situações de abandono do tratamento por alguns optarem por exclusiva confiança
na fé. Outro aspecto negativo da religião, apontado pelos profissionais, diz respeito à culpa e
ao castigo, e foi enfatizada a necessidade de acompanhamento psicológico como auxilio a estes
pacientes.
Realizando seis entrevistas, com cada uma das quatro famílias de crianças com
Insuficiência Renal submetidas a diálise, no interior paulista, Paula, Nascimento e Rocha (2009),
tinham como objetivo descrever as manifestações de sua religiosidade e espiritualidade. Ambas,
religiosidade e espiritualidade, foram apresentadas como comportamentos imbricados e como

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recurso importante para a família ao enfrentar a doença crônica. As autoras propõem a


necessidade do profissional de enfermagem de conhecer estes aspectos religiosos e espirituais
da família, para melhor desempenhar o seu papel de facilitadora e promotora de bem-estar
geral e saúde dos envolvidos neste contexto.
Fornazari e Ferreira (2010) investigaram o enfrentamento religioso em 10 pacientes
oncológicos, (Associação Voluntaria do câncer em Assis- SP), todos do sexo feminino, pois os
poucos homens que frequentavam a instituição não quiseram participar da pesquisa. O
levantamento de dados ocorreu através de entrevistas. A presença de características espirituais
foi de 100% nos relatos coletados, e 50% demonstraram características de religiosidade
(comportamento vinculado à instituição religiosa). Os dados forneceram indícios que
relacionam o enfrentamento religioso (religiosidade e espiritualidade), com o processo de
qualidade de vida de pessoas com câncer trazendo evidências positivas na saúde e qualidade de
vida destes pacientes. Os autores apontam a necessidade de profissionais preparados para
lidarem com temas como religiosidade/espiritualidade e existência e morte.
Del Bianco e Cardoso (2010) realizaram estudo com 20 acompanhantes cuidadores de
crianças com leucemia na cidade de Ribeirão Preto, que estavam submetidas ao tratamento no
hospital há mais de um ano. Foi utilizado o Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de
Lipp (ISSL) e Inventário de Estratégias de Coping de Lazarus e Folkman (IEC). A estratégia de
“aceitação da responsabilidade” e maiores níveis de stress por parte do cuidador apresentou
diferenças significantes, o que remete à culpa diante do adoecimento. Esta culpa acarreta
sobrecarga emocional adicional à doença aumentando o stress do cuidador.
Apresentou também diferença estaticamente significativa quanto à estratégia “aceitação
da responsabilidade” em participantes não praticantes da religião, ao que Del Bianco e Cardoso
postulam a possibilidade de dar sentido ao surgimento da doença como um desígnio de Deus,
diminuindo o sentimento de culpa e diminuindo os conflitos que surgem diante de uma
situação inesperada. “A análise qualitativa confirma este dado, uma vez que a maioria dos
participantes apontou a religiosidade como muito presente para o enfrentamento da situação”
(Del Bianco, Cardoso, 2010, p.19).
Moreira-Almeida et al (2010) através de amostra probabilística de 3.007 indivíduos,
realizam levantamento do envolvimento religioso da população brasileira e sua relação com
variáveis sociodemográficas. Alem de mostrar alto nível de religiosidade entre brasileiros,
sugere que a religiosidade, em diferentes culturas, pode se relacionar de forma diferente com
outras variáveis, necessitando estudos mais amplos na área para maior compreensão da
influência da religiosidade na saúde.
Pesquisa realizada com referencial fenomenológico, focaliza a experiência vivida,
captando o significado atribuído pela pessoa a essa vivência (Espínula, Do Valle e Bello, 2010,
p.2). As pesquisadoras buscaram compreender como os profissionais da saúde significam a
religiosidade e a fé de seus pacientes através de entrevista dirigida, descritiva. Os profissionais
– dois católicos, um médico budista e uma médica espírita- pertenciam à equipe de oncologia
no ambulatório CEON (no Hospital Beneficência Portuguesa de Ribeirão Preto). Todos os
profissionais entrevistados acreditam que a religiosidade é inerente ao ser humano e seus
pacientes convictos de suas religiões creem na proteção divina e recebem conforto pessoal e
bem como seus familiares, para enfrentarem a situação de adoecimento. Os profissionais
esperam que seus pacientes vivam a sua fé com prudência sem deixar de considerar a realidade.
Ferreira, Favoreto e Guimarães (2012) entrevistaram nove portadores de HIV, em
tratamento antirretroviral, em Hospital Universitário na cidade do Rio de Janeiro, com o
objetivo de verificar a correlação entre saúde e espiritualidade. As relações observadas
apontam para: enfrentamento religioso positivo e/ou negativo no adoecimento; mudanças de
pensamentos e comportamentos religiosos; e importância da vivência na maneira como os
indivíduos elaboram suas narrativas de adoecimento. Os autores apontam a necessidade da

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atenção dos profissionais de saúde ao surgimento de tais conteúdos, por influenciarem o


tratamento.
Estudo realizado com seis viúvas idosas, através de entrevistas não estruturadas, em
Arapongas – PR. Foram analisados por agrupamentos temáticos para compreender suas
vivencias de luto e suas relações com conteúdos religiosos (Farinasso e Labate, 2012). Os
relatos apresentaram a religião como contribuidora à construção do significado do luto
(facilitando a elaboração) e a igreja como meio social e lugar de expressão das emoções. Como
proteção à depressão e ao sentimento de solidão, foi relatado a religiosidade intrínseca e
extrínseca.
No município de Vitória do Espírito Santo, Leite, Amorim, Castro e Primo (2012)
realizaram pesquisa com 270 mulheres acometidas com câncer de mama e usuárias de
tamoxifeno (hormônio que acarreta efeitos colaterais). Submeteram-nas a entrevistas e
questionário EMEP (Escala de Modo de Enfrentamento de Problema). O objetivo do estudo
era examinar a relação entre estratégia de coping e condições sociodemográficas. Os dados
levantados apresentaram que, independente das condições sociodemográficas, as mulheres, de
preferência, adotam o enfrentamento com foco na religião e no problema, seguido de busca
pelo suporte social e emocional.. Com relação à modalidade de enfrentamento e a escolaridade,
as mulheres não letradas adotam a estratégia de enfrentamento com foco na religião. E as
mulheres com ensino médio e superior, com renda familiar igual ou superior a três salários
mínimos e vivendo na área urbana, utilizam mais o foco no problema.
Zenevicz, L. Moriguchi, Y e Madureira, V. S. F. (2012) com o objetivo de identificar a
prática da religiosidade em diferentes faixas etárias durante o processo de envelhecimento,
entrevistaram 2160 indivíduos, distribuídos em 30 bairros da cidade de Chapecó, Santa
Catarina. Os participantes apresentaram o ato de orar/rezar como prática presente na vida
variando a periodicidade. A religião é uma estratégia poderosa no enfrentamento das crises,
mas especialmente para as pessoas adultas e idosas, trazendo alívio das tensões (desloca o
enfoque dos pensamentos nos problemas), esperança, propósito de vida, reduz a ansiedade e
diminui a solidão. “Para as pessoas idosas, as crenças religiosas contribuem de forma decisiva
para o bem e tem repercussões na saúde física e mental” (p.438)
Gobatto e Araujo (2013), a partir da realidade apresentada em literatura sobre efeitos
positivos e negativos no enfrentamento religioso por parte de pacientes oncológicos,
analisaram em sua pesquisa as concepções sobre a religiosidade e espiritualidade por parte dos
profissionais da saúde. Aplicou questionário em 85 profissionais da saúde dos quais a metade
afirmou não participar de atividades religiosas (institucionais), porém 85% revelaram alto grau
de espiritualidade. Na segunda etapa com 7 profissionais, em grupos focais online, os dados
obtidos apresentaram que temas religiosos e espirituais são frequentes nos atendimentos. Nos
grupos focais, os profissionais relataram não receberem preparo para abordar o tema em sua
formação acadêmica. A presença da religiosidade/espiritualidade é vista pelos profissionais
como fator positivo para os pacientes.

Estudos sobre coping (enfrentamento) religioso/espiritual com inventários

Foi investigada a estrutura fatorial da Escala Modos de Enfrentamento de Problema por


Seidl, Trócolli e Zannon (2001), da versão adaptada para a população brasileira feira por
Gimenez e Queiroz, usada para mensurar estratégia de enfrentamento em relação a estressores
específicos. Foram extraídos quatro fatores na análise: estratégia de problema focalizado no
problema, estratégia focalizada na emoção, práticas religiosas/pensamentos fantasiosos e busca
de suporte.
Os dados obtidos por Seidl et al (2001) os levaram a concluir que quanto menor o
nível de escolaridade, maior o enfrentamento com uso de práticas religiosas/pensamento

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fantasioso. O lançar mão da estratégia religiosa/pensamentos fantasiosos com maior frequência


por parte das mulheres foi uma das diferenças apresentadas quanto ao gênero, nos dois
subgrupos pesquisados, com dois tipos independentes de estressores.
Os dados de Seidl et al. (2001) quanto a maior uso de estratégia religiosa por parte das
mulheres, também é apresentado em outros estudos brasileiros sobre enfrentamento.
Albuquerque, Martins e Neves (2008) ao avaliarem o bem-estar subjetivo e emocional e
identificar a principal estratégia de enfrentamento (coping) utilizada por população adulta de
baixa renda, em ambientes urbanos e rurais na Paraíba, também levantaram dados de maior uso
de práticas religiosas por parte das mulheres.
Panzini e Bandeira (2005) descrevem o processo de elaboração e validação do
construto da escala de Coping Religioso-Espiritual (escala CRE), primeiro instrumento de
validação do inventário no Brasil, com base na RCOPE de Pargament, Khoenig e Perez (2000).
Desta forma foi demonstrada validada e fidedignidade da escala avaliando aspectos positivos e
negativos do uso da religião/espiritualidade no enfrentamento do stress e como instrumento
útil para pesquisas da área cientifica.
Em 2011, Panzini, juntamente com Maganha, Rocha, Bandeira e Fleck realizam a
validação brasileira do Instrumento de Qualidade de Vida/Espiritualidade, religião e crenças
pessoais (WHOQOL- SRPB). A faceta espiritual avaliada no WHOQOL -100 era única, o
sentido da vida e crenças pessoais, estudos demonstraram que seus itens eram insuficientes
para mensurar essa variável, assim desenvolveu-se o modulo SRPB, cujo processo de validação
brasileira encontra-se descrito no artigo publicado.
Uma amostra de 110 pessoas HIV+, sendo 68,2% de homens, foi usada por Faria e
Seidl (2006), com o objetivo de investigar a predição das estratégias de enfrentamento
(incluindo o religioso), escolaridade e condição de saúde em relação ao bem-estar subjetivo. Os
instrumentos utilizados foram questionários elaborados para o estudo como levantamento
sócio-demográfico e médico - clínico, e questionários sobre crenças e práticas religiosas.
Também foram usadas Escala de Afetos Positivos e Negativos, Escala Modos de
Enfrentamento de Problema (EMEP) e Escala Breve de Enfrentamento Religioso (Brief RCOPE).
Como preditores de afetos positivos, foram encontrados enfrentamento focado na emoção,
enfrentamento focalizado no problema e enfrentamento religioso positivo com 30% de
variância explicada. Em relação ao afeto negativo encontrou-se enfrentamento focalizado na
emoção e enfrentamento focalizado no problema totalizando 36% de variância explicada. As
diversas modalidades de enfrentamento afetam o bem- estar subjetivo dos pacientes com
HIV+.
Com objetivo de investigar as inter-relações do envolvimento religioso com o bem-
estar subjetivo em idosos, Cardoso e Ferreira (2009), aplicaram três instrumentos, em 256
indivíduos de ambos os sexos, com idades entre 60 e 90 anos, na cidade do Rio de Janeiro,
em áreas publicas (locais de esporte lazer, igrejas). Os instrumentos utilizados foram: Escalas
Lawton e de Neugarten, Havighurst e Tobin; PANAS; e escala do envolvimento religioso por
Chatters et al. Os resultados apresentaram correlação positiva somente entre religiosidade
subjetiva e satisfação com a vida e não foram observados correlação entre envolvimento
religioso e os afetos positivos e negativos. E os idosos protestantes apresentaram níveis mais
elevados positivos que os católicos.
Martins e seus colaboradores (2012) realizaram estudo com pacientes em processo de
avaliação diagnóstica ou tratamento no ambulatório de hepatologia na cidade de Juiz de Fora
(MG). A amostra foi composta de 350 pacientes do sexo masculino. O objetivo de tal estudo
era avaliar o uso do Coping Religioso Espiritual (CRE) e identificar possíveis modulações como
padrão de consumo de alcoólicos em pacientes atendidos. Além de questionário geral para
aspectos sócio-demográficos, foi aplicado questionário CAGE (rastreamento de possível
Síndrome de Dependência a alcoólicos na vida) e AUDIT (investigação do uso disfuncional do

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Monica Frederigue de Castro Huang; Camila Mendonça Torres

A dimensão religiosa no enfrentamento (coping) em artigos brasileiros

uso de alcoólicos no ultimo ano). Os dados revelaram CRE Negativo e consumo de alcoólicos
na vida no último ano.
Na pesquisa realizada com 123 indivíduos, com doença renal crônica em hemodiálise,
Valcanti e seus colaboradores (2012), tinham como objetivo investigar o uso do coping
religioso/espiritual. Para tal aplicaram questionário sócio-demográfico (com inclusão de
perguntas referentes à religiosidade) e a Escala de Coping religioso/espiritual (CRE-Breve).
79,6% apresentaram escores alto para coping religioso/espiritual. As variáveis que
influenciaram o comportamento foram: sexo, faixa etária, tempo de tratamento, renda familiar
e prática religiosa. Os pacientes fizeram uso de coping religioso positivo como estratégia de
coping, destacando- se as mulheres com maior renda familiar e frequentadoras semanais da
igreja.
Com questionário construído com questões fechadas para levantamento de dados
pessoais e a Escala de Coping Religioso, aplicado em 77 idosos de duas instituições no estado
de Minas Gerais, Vitorino e Vianna (2012) tinham como objetivo correlacionar dados sócio-
demográficos, CRE e saúde. Concluíram que os mais velhos, com religião e sem escolaridade,
apresentaram estratégia CRE elevadas e positivas para as adversidades vivenciadas no processo
de institucionalização.

Artigos com revisões de literatura no estudo do coping (enfrentamento) religioso/espiritual

Em artigo sobre relações entre saúde e religião, Paiva (1998) examina tanto a literatura
teórica quanto as pesquisas empíricas disponíveis até aquele momento. Dando destaque à
pesquisa sobre religião e a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) de Jenkins.
Elias e Giglio (2001) discorrem dados que estruturam o conceito de espiritualidade
para a composição de um método integrado de Relaxamento Mental e Visualização de Imagens
Mentais com o conceito de Espiritualidade, em pacientes fora da possibilidade de cura. Baseado
na descrição de pacientes que passaram por experiência de Quase Morte (E.Q.M.) e voltaram a
viver novamente, a fim de promover uma morte digna e serena.
Faria e Seidl (2005) fazem levantamento das pesquisas realizadas sobre religiosidade e
enfrentamento no processo de saúde e doença. Abordam aspectos históricos da associação da
religião e saúde, as funções positivas e negativas do enfrentamento religioso, instrumentos,
medidas e avaliação do enfrentamento religioso e resultados de pesquisas na área.
O levantamento literário de Hoffman, Muller e Rubin (2006), demonstram a
correlação entre apoio social e bem-estar espiritual na vivência e no atendimento da paciente
com câncer de mama, apontando para a necessidade de integração destes aspectos para um
atendimento mais efetivo do profissional envolvido.
O artigo de Moreira-Almeida, Lotufo Neto e Koenig (2006) fazem uma revisão de
evidências científicas disponíveis sobre a relação entre religião e saúde mental. E a ampla
maioria dos “estudos bem feitos”, segundo os autores, encontram maiores níveis de
religiosidade estão associados positivamente ao bem-estar psicológico e afirma que há
evidências suficientes de que o envolvimento religioso está associado à melhor saúde mental
Peres, Simão e Nasello, (2007) revê a literatura sobre espiritualidade, religiosidade e
terapia e discutem o impacto da subjetividade, dos estados de consciência e das percepções
influenciadas pela religiosidade e espiritualidade na saúde mental e a importância da
psicoterapia voltar-se ao cliente e seus respectivos sistemas de crença, para então desenvolver
modelos que mobilizem esperança e potencializem suas capacidades de realização. O
conhecimento e a valorização dos sistemas de crenças colaboram com a aderência do paciente
à terapia e promovem melhores resultados.
Peres, Arantes, Lessa e Caous (2007) descrevem diferentes estratégias atuais de
abordagem de pacientes com dor crônica, baseada na literatura enfatizando medidas

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Monica Frederigue de Castro Huang; Camila Mendonça Torres

A dimensão religiosa no enfrentamento (coping) em artigos brasileiros

relacionadas com religiosidade e espiritualidade. Concluíram que há necessidade de


reconhecimento destes aspectos e da integração desses no manejo com pacientes com dor
crônica.
Em seu artigo, Alburquerque (2009) analisa as transformações e a permanência das
preces populares brasileiras, tratando-as como documento da história da experiência religiosa,
dos ritos, dos mitos e os símbolos da religião popular ou folclórica. As preces se estruturam
de forma tradicional, são dirigidas a santos católicos, contendo núcleos temáticos como
benefícios no amor, dinheiro, defesa de inimigos físicos e espirituais e cura de doenças
(contendo o início da doença e as estratégias para sua cura).
Stroppa, Moreira-Almeida (2009) encontraram 122 artigos publicados entre os anos de
1957 e 2008, que tratavam de assuntos referentes à religiosidade e ao Transtorno Bipolar de
Humor. Os estudos mostram que há maior envolvimento religioso por parte dos pacientes
bipolares, maior frequência de relatos de conversão e experiência de salvação e uso mais
frequente de coping religioso/espiritual. Também indicam frequente ligação com sintomas
maníacos e experiências místicas. A inter-relação do Transtorno Bipolar de Humor e
Religiosidade precisa ser mais amplamente estudada, segundo Stroppa e Moreira-Almeida.
O artigo de Rizzardi, Teixeira e Siqueira (2010) faz a revisão de literatura sobre os
papeis e os mecanismos da religiosidade e espiritualidade no enfrentamento da dor crônica. A
religiosidade se coloca como primeira ou segunda estratégia de enfrentamento mais utilizada
contra a dor crônica.
Moreira-Almeida (2010) ao avaliar a presença da espiritualidade e religiosidade em
periódicos brasileiros, aponta o periódico Revista de Psiquiatria Clinica como pioneiro e
apresenta de forma breve, cinco artigos mais acessados no suplemento Espiritualidade e Saúde,
o segundo suplemento mais acessado nos anos de 2008 e 2009.
Lucchetti, G., Luccheti, A. L. G. Vallada, H. (2013) realizam revisão sistemática de
escalas que avaliam espiritualidade e religiosidade no Brasil, com o objetivo de mapear as
escalas disponíveis para pesquisa clínica em língua portuguesa. Os achados finais
demonstraram que existem 20 instrumentos de aferição da religiosidade e espiritualidade
disponíveis para a língua portuguesa. 15 são traduzidos e 3 desenvolvidos no Brasil.

Conclusão

O levantamento de artigos que apresentam a dimensão religiosa do coping, em estudos


brasileiros, evidencia alguns pontos, como: o aumento do interesse no tema especialmente
após o ano de 2000; maior concentração nos periódicos destinados a pesquisas na área da
saúde; necessidade de realização de novas pesquisas em áreas mais diversificadas.
Há evidente necessidade de desenvolvimento de estudos quanto às diferenças
individuais advindas do contexto social, como a cultura e diferenças religiosas. O presente
trabalho buscou levantar os artigos brasileiros acerca da temática abordada, num recorte
temporal exposto. Espera-se que o artigo auxilie pesquisadores do assunto, de forma a facilitar
a busca por trabalhos de coping. A complexidade do coping demanda que mais estudos
continuem a ser realizados, e o desafio continua.

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