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DE VI, p.256-257
DE VI, p.274
DE V, Política, polêmica, problematização
O que é a crítica?
DE VI, É importante pensar? p.355
CRÍTICA
Crítica histórica.
A crítica histórica se desenvolve em um elemento de positividade, pois é a História
mesma que constitui a origem absoluta e o movimento dialético da história como
ciência. Se a ciência histórica progride por desmistificações sucessivas, isso se dá
também, e em [p.123] um mesmo movimento, por uma tomada de consciência pro-
gressiva de sua situação histórica como cultura, de seu valor como técnica, de suas
possibilidades de transformação real e de ação concreta sobre a História. (FOUCAULT,
1957b, VII, p. 122-123)
Sua análise do tipo crítica não é um novo método. [1971-D] Conversação com
Michel Foucault – [IV, p. 13-25]
– Para começar, eu não estou nada certo de ter inventado um novo método, como o
senhor o diz tão amavelmente; o que faço não é diferente do que se faz hoje, em muitos
outros países: nos Estados Unidos, na Inglaterra, na França, na Alemanha. Não tenho
pretensão à originalidade. Entretanto, é verdade que tratei, prioritariamente, fenômenos
do passado: o sistema de exclusão e a prisão dos loucos na civilização européia do
século XVI ao século XIX, a constituição da ciência e da prática médicas no início do
século XIX, a organização das ciências humanas nos séculos XVIII e XIX. Mas, se me
interessei – de fato, me interessei profundamente – por esses fenômenos foi porque vi
neles maneiras de pensar e de se comportar, que são ainda as nossas.
Tento pôr em evidência, fundamentando-me em sua constituição e sua formação
histórica, sistemas que ainda são os nossos nos dias de hoje, e no interior dos quais nos
encontramos apanhados. Trata-se, no fundo, de apresentar uma crítica de nosso tempo,
fundamentada em análises retrospectivas. (FOUCAULT, 1971d, p.13)
Revolução do modelo de transmissão do saber [problema educacional da
década de 1970] – os estudantes como seus próprios arquivistas [fazem a
relação com o saber/arquivo sem mediação – a instituição como meio de se
promover a autoeducação]. – No que concerne ao que se passa, um pouco por
toda parte, no ensino superior, o senhor acha que somos todos, e o senhor
também, prisioneiros de um certo tipo de sistema? – A maneira segundo a qual
as sociedades transmitem o saber é determinada por um sistema complexo: é um
sistema que ainda não foi plenamente analisado, mas que, parece-me, está em
vias de explodir – aliás, mais sob a influência de um movimento revolucionário
do que sob o efeito de uma simples crítica teórica ou especulativa. Nesse
sentido, há uma diferença notável entre os loucos e os doentes, de um lado, e os
estudantes, do outro; nossa sociedade torna difícil aos loucos, que estão
internados, ou aos doentes, que estão hospitalizados, realizarem sua própria
revolução; desse modo, é do exterior, por meio de uma técnica de demolição
crítica, que precisamos contestar esses sistemas de exclusão dos loucos e dos
doentes. Quanto ao sistema universitário, ele pode ser contestado pelos próprios
estudantes. Nesse momento, as críticas que emanam do exterior, dos teóricos,
dos historiadores ou dos arquivistas não bastam mais. E os estudantes tornam-se
seus próprios arquivistas. (FOUCAULT, 1971d, p.14)
não é preciso sair da instituição para estabelecer uma relação de
ousadia com o saber e de liberdade com o ensino e a pesquisa,
basta que sua própria lógica interna seja modificada.
(De Vincennes ao Collège de France).
1978
Carta à “Unità”.
DE VI
O hoje.
Basta estar só para pensar no lugar dos outros; basta ser dois para pensar um contra o
outro. Quanto bastaria ser – sem que haja, automaticamente, semelhança – para começar
a pensar, ao menos, no que se está produzindo hoje e que já nos escapa das mãos?
(p.257)
1979
Michel Foucault e o Irã
DE VI