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INSTITUTO DE EDUCAÇÃO SARAH KUBITSCHEK

PESQUISA DE FÍSICA

Raquel da Silva Calado


Thalita Bittencourt Leech
Yasmin de Vasconcelos Lins
Thassia Carvalho

MAGNETISMO: História e impacto na sociedade

RIO DE JANEIRO
2019
Sumário

1. Definição ......................................................................................................................................... 3
2. Descoberta dos fenômenos magnéticos .............................................................................................. 3
3. O magnetismo no Ocidente ............................................................................................................. 3
4. De Magnete ..................................................................................................................................... 4
5. Relação entre o magnetismo e sua importância para a sociedade ................................................... 5
6. Conclusão ........................................................................................................................................ 6
7. Referências Bibliográficas .............................................................................................................. 7
1. Definição

Magnetismo é a denominação dada aos estudos dos fenômenos relacionados com as


propriedades dos imãs. Os primeiros fenômenos magnéticos foram observados na Grécia antiga,
em uma cidade chamada Magnésia.

1. Descoberta dos fenômenos magnéticos

Os primeiros estudos realizados nessa área foram feitos no século VI a.C. por Tales de
Mileto, que observou a capacidade de algumas pedrinhas, que hoje são chamadas de magnetita,
de atraírem umas às outras e também ao ferro.

Já a primeira aplicação prática do magnetismo foi encontrada pelos chineses: a bússola,


que se baseia na interação do campo magnético de um imã (a agulha da bússola) com o campo
magnético terrestre. No século VI, os chineses já dominavam a fabricação de imãs.

Os estudos sobre o magnetismo somente ganharam força a partir do século XIII, quando
alguns trabalhos e observações foram feitos sobre a eletricidade e o magnetismo, que ainda
eram considerados fenômenos completamente distintos. Essa teoria foi aceita até o século XIX.

3. O magnetismo no Ocidente

Os estudos experimentais na área foram feitos pelos europeus. Pierre Pelerin de


Maricourt, em 1269, descreveu uma grande quantidade de experimentos sobre magnetismo.
Devem-se a ele as denominações polo norte e polo sul às extremidades do imã, bem como a
descoberta de que a agulha da bússola apontava exatamente para o norte geográfico da Terra.

Pierre Perelin de Maricourt (1220 - 1270), em latim Petrus Peregrinus de Maricourt, foi
um engenheiro francês, encarregue da fortificação dos campos militares e da construção de
maquinaria de arremesso. Foi graças a estes seus deveres que Pierre aprendeu as técnicas de
manipulação de metais e de construção.

No cumprimento das tarefas designadas pela Armada Francesa, Maricourt idealizou uma
máquina de movimento perpétuo, a qual se deveria à presença de um ímã junto a uma roda
dentada, sendo que os dentes desta seriam alternadamente atraídos e repelidos pelo ímã. E a
partir desta ideia que, nos seus escassos tempos livres, Pierre tecerá uma linha de pensamento
experimental, de modo a esclarecer os poucos e vagos conhecimentos neste campo. Sendo
Foucaucourt, a quem redige a sua carta, um homem sem educação acadêmica, Pierre teve de
introduzir e explicar os princípios fundamentais do magnetismo, antes mesmo de entrar na
abordagem do seu trabalho.

Intitulada de “Espitola Petri Peregrini de Maricourt ad Sygerum de Foucaucourt,


militem, de magnete” (frequentemente apenas mencionada como “Epistola de magnete”), a
carta de Maricourt é composta por duas distintas partes. A primeira parte, composta por dez
capítulos, apresenta as Leis do Magnetismo, as quais, não tendo sido descobertas por
Maricourt, são relatadas (e explicadas) segundo uma ordem lógica. E nesta secção da carta que
são discutidas as propriedades físicas dos ímãs. Aí se encontra a primeira abordagem escrita à
polaridade dos magnetes, introduzindo pela primeira vez a palavra “pólo” neste contexto.
Pierre abordou ainda algumas técnicas para determinar os pólos norte e sul dos
magnetes, o efeito de repulsão entre pólos semelhantes e de atração entre pólos opostos, a
atração e magnetização do ferro por ímãs, a capacidade de inverter a polaridade em magnetes
induzidos, a conservação da polaridade de um ímã original num ímã partido e a inexistência de
um monopólio magnético.

Pierre tentará ainda explicar o magnetismo terrestre (verificando que o pólo magnético
terrestre não coincide com o geográfico), atribuindo-o à ação de pólos do cosmos; tendo
trabalhado um ímã de modo a que este ficasse esférico, desenhou as linhas que correspondiam à
posição da agulha da bússola, tendo obtido assim uma figura semelhante aos meridianos.

A segunda parte deste manuscrito é composta por três capítulos, cada um deles dedicado
a um de três dispositivos, aplicações práticas das propriedades dos magnetes. Nesta secção:
aborda-se a “bússola de água” como sendo um instrumento de uso comum; é proposta uma nova
bússola, a qual consistiria numa agulha compreendida numa caixa de madeira, em tudo
semelhante à inventada pelos chineses no ano de 1090; e é ainda feita uma tentativa de idealizar
uma máquina de movimento perpétuo, possuindo, como já foi referido, uma roda interna
(dentada) que rodaria eternamente.

Foi ainda encontrada em quatro manuscritos uma secção denominada “Nova Compositio
Astrolabii Particularis”, na qual Maricourt descreveu a construção e utilização de uma astrolábio
que poderia ser usado em várias latitudes sem mudar os pratos, ao contrário do astrolábio mais
comum, desenhado por al-Zarqãli, instrumento já do quotidiano na navegação desta época.
Porém, a utilização deste instrumento de Maricourt era bastante complexa, exigindo um grau de
conhecimento que não era de todo comum nos navegadores medievais, que mais usufruíam
deste estilo de tecnologia. Assim, esta invenção perdeu-se, não tendo sobrevivido nenhum
exemplar até aos dias de hoje.

Tendo permanecido anônimo por mais de três séculos após a sua morte, Pierre de
Maricourt terá o seu trabalho freqüentemente citado pelos mestres da Universidade de Oxford
durante este período, ao fim do qual este ele foi revisto e verificado por William Gilbert, que
baseou o seu trabalho em muitos dos conceitos introduzidos por Maricourt, 300 anos antes.

4. De Magnete

Já na Idade Moderna, especificamente no Renascimento em 1600, surge o trabalho de


William GILBERT que publicou um tratado sistemático e crítico 'De Magnete, Magneticisque
Corporibus et de Magno Magnete Tellure – Physiologia Nova', onde reúne mais de seiscentas
experiências, em parte feitas por de antigos pesquisadores e as experiências realizadas pelo
próprio Gilbert, com informações recebidas por homens do mar, onde compara as forças
elétricas e as magnéticas.

Willian Gilbert classificou como materiais elétricos todos aqueles que se podem eletrizar
por fricção, e materiais não elétricos, aqueles que não possuem essa propriedade. Classificou
como materiais magnéticos os corpos, que como os imãs, se atraem. Descobriu as afinidades e
diferenças entre corpos elétricos e corpos magnéticos. Descobriu que qualquer material pode se
tornar elétrico, mas só os compostos de ferro permitem a magnetização. Atualmente, sabe-se
que o cobalto e o níquel também possuem propriedades magnéticas.

Realizou importantes pesquisas a respeito do magnetismo da Terra. Fazendo uso de um


imã esférico, que chamou de “terrella”, sobre o qual apoiou uma agulha, estudou suas
propriedades e concluiu que correspondiam às da Terra. Concluindo então, que a Terra era um
grande imã. Explicou a direção norte-sul da agulha magnética e também a sua inclinação.
O nascimento do eletromagnetismo se deu no século XIX, com a clássica experiência do
físico dinamarquês Hans Christian Oersted (1771-1851). Em 1820, ele verificou que, ao colocar
um bussola sob um fio onde passava uma corrente elétrica, verificava-se um desvio na agulha
dessa bussola. A partir dessa experiência Oerted estabeleceu uma relação entre as propriedades
elétricas e magnéticas, dando origem ao eletromagnetismo.

O físico e matemático André-Marie Ampère (1775-1836) construiu o primeiro


eletroímã. Esse dispositivo foi fundamental para a invenção de aperfeiçoamento de vários
aparelhos, como o telefone, o microfone, o alto-falante, o telégrafo etc.
Michael Faraday (1791-1867), cientista autodidata inglês, deu sua grande contribuição
ao eletromagnetismo com a descoberta da indução eletromagnética, fundamental para o
surgimento dos motores mecânicos de eletricidade e os transformadores.

Finalmente, podemos citar em especial James Clerk Maxwell (1831-1879), notável


físico escocês, cuja participação teve importância teórica fundamental. Maxwell em sua obra
Tratado sobre eletricidade e magnetismo (publicada em 1873), generalizou os princípios da
eletricidade descobertos por Coulomb, Ampère, Faraday e outros. Entre outros feitos, Maxwell
descobriu através de equações matemáticas a velocidade da luz com um percentual de erro
muito pequeno, com relação aos dados experimentais que temos hoje. A descoberta posterior
das ondas eletromagnéticas constituiu a verificação experimental do acerto da Teoria de
Maxwell.

5. Relação entre o magnetismo e sua importância para a sociedade

O magnetismo é uma peça fundamental na criação do universo. Sem ele, não


existiríamos, visto que o próprio planeta Terra é um ímã. Essa relação é estudada no
geomagnetismo, que é a capacidade do planeta produzir um campo magnético, protegendo o
próprio da excessiva radiação solar.

Entretanto, campo magnético da terra está se reduzindo. Estima-se que daqui a 2 mil
anos ele não exista mais. Isso implica na Terra sem seu campo magnético, sem sua aurora
boreal, sem utilidade para a bússola. Todavia, essa situação pode se inverter e o campo
magnético ganhar mais força. Se o magnetismo deixasse de existir, imagine os relógios parando,
as bússolas não funcionando, as televisões apagando, os carros parando.

No século 19, surgiu um aparelho que coloca o magnetismo a favor da medicina: os


scanners de ressonância magnética. As imagens de MRI realmente revolucionaram os serviços
de saúde. No scanner, o paciente é banhado por um campo magnético 500 vezes maior que o da
Terra. Lá, esse campo contribui para a formação de ondas de rádio, que são traduzidas pelo
computador e viram imagens.

Essas fotos não só salvam nossas vidas como também traduzem os nossos pensamentos
através do mapeamento das áreas do nosso cérebro que reagem à dor. Com esse estudo, teremos
um aprofundamento no tratamento de doenças como epilepsia e esquizofrenia.

Porém, o magnetismo é mais do que uma força invisível que protege a Terra e orienta
seus habitantes. Junto com a eletricidade, descobrimos que uma corrente elétrica cria um campo
magnético e assim, fomos apresentados ao eletromagnetismo. Deu-se início à era das máquinas
e ao mundo moderno. Essas duas ciências estão nos geradores elétricos, nas usinas, nos carros e
até nos aparelhos de som.

Outra revolução tecnológica do magnetismo foi a transição da era das máquinas para a
era da informação. Um dos exemplos disso é o estúdio fotográfico, responsável pela criação de
filmes. Ele utiliza ímãs nas câmeras, nos fones de ouvido, nos monitores e até no produto final,
o CD. Com eles, ao aumento da capacidade de armazenamento de informações, dados e
conhecimentos se tornou possível.

E não para por aí, o magnetismo revoluciou a indústria do transporte, através do


poderoso eletroímã para desenvolver trens de alta velocidade, chamados trens maglev. O
maglev é pequeno para possibilitar a levitação magnética, o que significa que esses trens vão
flutuar sobre um trilho usando os princípios básicos dos ímãs para substituir as antigas rodas de
aço e trens de trilhos.

No Instituto de Tecnologia de Massachusetts, estão usando o magnetismo para criar


energia através da água. Sabemos que, ao fundir dois átomos de hidrogênio, você obtém um
átomo de hélio e energia. No MIT, eles estão usando os ímãs para gerar energia por fusão
nuclear através do Tokamak, um reator estuda plasmas de alta temperatura. Essa máquina
pretende alcançar temperaturas de ordem de 50 milhões de graus. Quando eles chegarem lá,
poderão extrair energia da luz e do mar, sem causar a poluição criada pelos combustíveis
radioativos. Nada além de pura energia e luz.

Não obstante, o magnetismo é mais do que uma ferramenta humana. A força


eletromagnética é a chave para revelar os mistérios da criação do universo. No laboratório
Fermi, em Chicago, estão usando ímãs para imitar os momentos do cosmos. Os ímãs de um
acelerador circular fazem as partículas se moverem 50 mil vezes a cada segundo. Quando elas
se chocam, surge um pequeno bigbang.

6. Conclusão

O nosso grupo percebeu que o magnetismo é essencial tanto para a compreensão de nós,
seres humanos, através dos scanners de ressonância, quanto para a compreensão de todo o
Universo. O tema é interessante por si só, afinal, o mistério da criação ainda intriga a maioria de
nós.

Outros, ainda, são fascinados pelo próprio cérebro humano, que se faz misterioso para
nós. Através da junção do magnetismo com a medicina, podemos compreendê-lo cada vez
melhor.
Podemos dizer que essa dupla são como uma janela para os domínios mais escondidos
do corpo humano.

Vivemos num país onde essa profundidade não é vista. Estamos acostumados aos
efeitos das coisas. Nosso olhar é redutor e abrange pouco. Excessivamente reativos, pouco
reflexivos. As mudanças que nossa sociedade precisa só acontecerão quando chegarmos às
raizes, tanto no âmbito científico quanto social.

Acreditamos que o magnetismo ainda é fascinante, justamente porque não sabemos o


suficiente sobre eles. Sabemos como fazer um ímã, ou um eletroímã, e até mesmo sabemos
como fazer padrões de campo magnético específicos em um ímã, tudo isso com tecnologia de
ponta.

No entanto, há tantas coisas que não sabemos sobre imãs, tantas que não tentamos, que a
curiosidade nos leva a continuar estudando, sondando e experimentando novas ideias.
7. Referências Bibliográficas

CAVALCANTE, Kleber G. "A História do Eletromagnetismo"; Brasil


Escola. Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/fisica/a-historia-
eletromagnetismo.htm>. Acesso em: 20 de maio de 2019

FERNANDES, Sandra. “Pierre de Maricourt”. História da Física.


Disponível em: < http://historiadafisicauc.blogspot.com/2011/06/pierre-de-
maricourt.html> Acesso em: 20 de maio de 2019

FRAZÃO, Dilva.” Biografia de William Gilbert”. Ebiografia. Disponível


em: < https://www.ebiografia.com/william_gilbert/> Acesso em: 20 de maio de
2019
“História do Eletromagnetismo”. Física Geral Magnetismo – UFRGS.
Disponível em: < https://www.ufrgs.br/eletromagnetismo/material-
suplementar/historia-do-eletromagnetismo/> Acesso em: 20 de maio de 2019

PENA, Rodolfo F. Alves. “A Era da Informação”. Mundo Educação.


Disponível em: < https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/era-
informacao.htm> Acesso em: 20 de maio de 2019

TEIXEIRA, Mariane Mendes. “Magnetismo”. Mundo Educação.


Disponível em: < https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/magnetismo.htm>
Acesso em: 20 de maio de 2019

THAYD, Eduardo. “Entendendo o Magnetismo - Discovery Channel”


Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=GKG52DKdIog> Acesso
em: 20 de maio de 2019

“Trens Maglev”. Portal São Francisco. Disponível em:


<https://www.portalsaofrancisco.com.br/fisica/trens-maglev> Acesso em: 20 de
maio de 2018

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