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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ


INSTITUTO DE TECNOLOGIA DA UFPA
FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA
DISCIPLINA: USINAGEM DOS METAIS

Usinabilidade dos
Materiais

Professora: Maria Adrina Paixão de Souza da Silva, Dra. 1Eng.


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DISCIPLINA: USINAGEM DOS METAIS

DEFINIÇÃO

Usinabilidade - De um modo geral, é o grau de


dificuldade de se usinar um determinado material.

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DEFINIÇÃO
As propriedades do material que podem
afetar a usinabilidade de um material são:

• Dureza

• Taxa de encruamento

• Resistência a tração

• Ductilidade

• Condutividade térmica 3
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DEFINIÇÃO
Dureza / Resistência a tração ↑

• Dificulta a usinabilidade
• Aumenta os esforços de corte

Ductilidade ↑

• Melhora a usinabilidade
• Favorece a formação dos cavacos
• Diminui os esforços de corte
• Tendências a formação de aresta postiça
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DEFINIÇÃO
Condutividade térmica ↑

• Melhora a usinabilidade
• Diminui o calor gerado na região de corte

Dentre os tipos de materiais mais usinados, os que


têm maior condutividade térmica são:
1. Os alumínios
2. Os aços não ligados
3. Os aços ligados
4. Os aços inoxidáveis
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DEFINIÇÃO
Taxa de encruamento ↑

Dificulta a usinagem
•Dificulta a formação de cavacos
• Aumenta os esforços de corte
• Tendências a formação de aresta postiça

Nota: Quando metais são deformados plasticamente,


eles aumentam sua resistência. A esse fenômeno dá-
se o nome de encruamento.
Aços carbono têm baixa taxa de encruamento.
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Aços inox. Austeníticos têm alta taxa de encruamento.
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OUTROS FATORES IMPORTANTES DE


INFLUÊNCIA NA USINABILIDADE
A usinabilidade não depende somente
das condições intrínsecas do material (fatores
metalúrgicos), mas depende também de:

• Condições de usinagem
• Características da ferramenta
• Condições de refrigeração
• Rigidez do sistema máquina-ferramenta
• Tipo de operação (corte intermitente ....)
• Etc....
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OUTROS FATORES IMPORTANTES DE


INFLUÊNCIA NA USINABILIDADE
É comum de se pensar no meio
produtivo, que a usinabilidade é uma propriedade
intrinsecamente ligada à dureza do material da peça
e à sua resistência mecânica.

Assim, segundo este raciocínio, um material mole é


de boa usinabilidade e um material duro de baixa
usinabilidade.

Verdadeiro ou falso ?
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OUTROS FATORES IMPORTANTES DE


INFLUÊNCIA NA USINABILIDADE

Exemplo:
Comparando os dois aços inox:

- Aço 303
Mesma dureza
- Aço 316

Porém o aço 303 tem maior usinabilidade que o


316 porque ele possui sulfeto de managanês,
que melhora a usinabilidade.
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ÍNDICE DE USINABILIDADE (IU)


É um valor numérico que serve de
comparação.

Assim comparando dois materiais, diremos que


aquele que tiver um índice de usinabilidade mais
alto é o material mais fácil de se usinar.

Um material pode ter um valor de usinabilidade


baixo em certas condições de usinagem e um
valor maior em outras condições, por exemplo.

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ÍNDICE DE USINABILIDADE (IU)


Com relação aos critérios de usinabilidade
baseados na rugosidade, pode-se dizer que
o alumínio tem uma usinabilidade alta?

Em condições normais de usinagem, o cavaco


formado é longo e o acabamento superficial
obtido é insatisfatório.

Porém, bons acabamento superficiais podem ser


obtidos se a velocidade de corte for
suficientemente alta e a geometria da ferramenta
adequada. 11
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ÍNDICE DE USINABILIDADE (IU)

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ENSAIO DE USINABILIDADE
Existem diversos métodos para medir a usinabilidade de
um material.

O método mais aceito é um ensaio chamado de longa duração, onde o


material ensaiado e o material tomado como padrão são usinados até o
fim da vida da ferramenta ou até um determinado valor de desgaste da
ferramenta (VB ou KT).
Exemplo: Obtém-se a velocidade de corte para uma determinada vida da
ferramenta. Por exemplo,VC20 ( veloc.corte para uma vida de 20
minutos).
O I.U. do material padrão é considerado 100%.

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ENSAIO DE USINABILIDADE
Existem também os ensaios de curta
duração que são utilizados para avaliar
outros fatores como:

• Rugosidade
• Força de usinagem
• Etc.

Nestes casos normalmente as condições de


usinagem são forçadas para justamente para obter
o resultado em pouco tempo de ensaio.
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USINABILIDADE DAS LIGAS DE


ALUMÍNIO
O alumínio puro é muito fácil de se usinar,
mas quando ele é ligado a sua usinabilidade
se torna baixa.

Por exemplo, a liga de alumínio-silício contém


partículas de silício altamente abrasivas e
desgastam rapidamente a ferramenta de metal
duro.

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USINABILIDADE DAS LIGAS DE


ALUMÍNIO
O Alumínio, de forma geral, pode ser facilmente
usinado. Apenas o magnésio e suas ligas podem ser
usinados com a mesma taxa (baixa) de energia consumida. O
desgaste da ferramenta raramente é um problema.

Com relação à rugosidade obtida e ao tipo de cavaco (longo),


não se pode dizer que o alumínio tem boa usinabilidade, em
condições normais. Contudo,as temperaturas de usinagem
são geralmente baixas e pode-se utilizar altas Vc (que,com a
geometria adequada da ferramenta, gerarão bom cabamento)

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USINABILIDADE DAS LIGAS DE


ALUMÍNIO
Alguns fatores que podem afetar as
características de usinagem do alumínio:
elementos de liga,impurezas, processos de
fundição e tratamentos aplicados ao metal.

Sob a mesma força de corte, o alumínio se


deforma três vezes mais que o aço. Assim, as
forças de corte necessárias à usinagem são mais
baixas (em relação ao aço) e também não se deve
utilizar esforços exagerados na fixação das peças
de alumínio.
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USINABILIDADE DAS LIGAS DE


ALUMÍNIO
Embora algumas ligas de alumínio
apresentem uma resistência equivalente à
do aço com baixo carbono em temperatura
ambiente, em temperaturas elevadas a sua
resistência é bastante reduzida.

O alumínio tem uma elevada condutividade térmica o


que faz com que boa parte do calor vá para a peça.

Isto favorece a usinabilidade destas ligas já que a


elevação da temperatura é inerente ao processo.
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USINABILIDADE DAS LIGAS DE


ALUMÍNIO
Propriedade positiva: alta condutividade
térmica; Melhora a usinabilidade.

Propriedade negativa: Baixa dureza; Favorece a


formação da APC.
Prejudica o acabamento da peça e provoca desgaste
frontal da ferramenta

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USINABILIDADE DAS LIGAS DE


ALUMÍNIO

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USINABILIDADE DAS LIGAS DE


ALUMÍNIO

O material de ferramenta típico para a


usinagem de ligas de alumínio (com exceção das
ligas de silício) é o metal duro de classe K sem
cobertura.

- Temperaturas de corte baixos.


- Não há desgaste de cratera incentivado pela difusão.

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CLASSES – NORMA ISO

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CLASSES – NORMA ISO


A classe K é recomendada pois as
temperaturas de corte são mais baixas, e por isso
a formação do desgaste de cratera via processo
difusivo não é um problema.

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USINABILIDADE DAS LIGAS DE


ALUMÍNIO
A influência do processo de fundição se dá através
da velocidade de resfriamento do metal líquido. Esta
velocidade é baixa na fundição em molde de areia (em
relação à fundição sob pressão). Por conseqüência, a
macroestrutura é grosseira, com baixa dureza e resistência à
tração (baixa usinabilidade).

A forma e o tamanho das porosidades do processo de


fundição também afetam a usinabilidade, podendo
caracterizar um corte interrompido durante a usinagem.

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ELEMENTOS DE LIGAS E SUAS


INFLUÊNCIAS NA USINABILIDADE DO
ALUMÍNIO

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USINABILIDADE DO AÇO

Fatores que afetam a usinabilidade dos Aços:

• Dureza
• Microestrutura
• Presença de Inclusões
• Presença de elementos de liga

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FATORES QUE AFETAM A


USINABILIDADE DOS AÇOS
• Dureza
O fator que predominantemente afeta a
usinabilidade é sem dúvida a dureza.

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FATORES QUE AFETAM A


USINABILIDADE DOS AÇOS
• Dureza
200 HB é um bom valor referencial em termo
de dureza.
No entanto

Dureza > 200HB Dureza < 200 HB


• Aumenta os esforços • Aumenta a dutilidade
de corte
• Aumenta o desgaste • Tendências APC
via abrasão e difusão
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FATORES QUE AFETAM A


USINABILIDADE DOS AÇOS
• Microestrutura
A variação da microestrutura ocasionada pelo
tratamento térmico afeta a usinabilidade.

Cementita = Ferrita + Perlíta.


É uma fase extremamente abrasiva.

Martensita = Carboneto de ferro que se forma na


têmpera do aço. (O nome provém de Adolf Martens,
engenheiro alemão [1850-1914].)
É uma fase extremamamente dura. 29
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FATORES QUE AFETAM A


USINABILIDADE DOS AÇOS
• Microestrutura

1. Quando o material tem uma microestrutura


predominantemente martensítica, que é
extremamente dura, a vida da ferramenta é
reduzida.

2. Quando o teor de cementita, que é uma fase


extremamente abrasiva - pois é cheia de
carbonetos que são partículas extremamente
duras - é predominante, a vida da ferramenta
também é reduzida. 30
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FATORES QUE AFETAM A


USINABILIDADE DOS AÇOS
• Presença de Inclusões
São partículas duras presentes no material (óxidos de
ferro, Mn, Si etc.).
- Macro inclusões:
Presentes em aços de baixa qualidade. São geradas durante a
fabricação no forno. São indesejáveis.
- Micro inclusões:
Presentes em todos os aços.
São desejáveis quando ajudam na remoção rápida do material e
na formação do cavaco curto, que retarda o desgaste da
ferramenta.
São indesejáveis quando são duras e abrasivas provocando o
desgaste rápido da ferramenta. 31
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FATORES QUE AFETAM A


USINABILIDADE DOS AÇOS
• Presença de elementos de liga

- Alguns elementos de liga têm efeito positivo na usinabilidade


Chumbo, Fósforo, Enxofre.
- Alguns outros têm efeito negativo na usinabilidade (duros e
abrasivos)
Vanádio, Molibdênio, Tungstênio, Manganês, Níquel, Cobalto,
Cromo etc
- O carbono quando presente em teor entre 0.3 e 0.6% tende a
melhorar a usinabilidade.
Quando C< 0.3%: material dúctil, formação APC+dificuldade de
quebra do cavaco
Quando C> 0.6: material duro e abrasivo, desgaste rápido 32
da
ferramenta.
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AÇOS DE USINABILIDADE
MELHORADA
Durante a fabricação do aço, surgem
inclusões que podem ter efeito benéficos ou
prejudiciais à usinabilidade dos aços. A
Engenharia de inclusões trata das técnicas de
minimização dos efeitos prejudiciais. O principal
tema, no âmbito dos aços de usinabilidade
melhorada, é o controle do oxigênio e da formação
de óxidos.

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AÇO INOX
São ligas ferrosas que possuem um mínimo
de 12% Cr para aumentar a resistência à corrosão.
Eles contém também outros elementos de liga
como o Ni, Cu, Al,Si e Mo.

Três classes: • Ferrítico (cromo principal elemento)


• Austenítico (série 300) (presença da
austenita à Temp. ambiente faz que tenha maior
deformabilidade, podendo ser conformado a frio e a quente)
• Martensítico (400) (presença da austenita a
Temp > 723°C)
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AÇO INOX
Características

Aço Martensítico
- Muito duro
- Alto teor de carbono
- Formação de partículas
duras e abrasivas de
carbonetos de cromo
- Gera elevados esforços
de corte
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AÇO INOX
Características

Aço Austenítico
-Não muito duro - Baixa cond. Térmica
-Alta taxa de encruamento (retém calor na região
- Grande zona de plasticidade de corte)
-Formação de cavacos longos - Alto coeficiente de
que tendem a empastar sobre atrito (aumenta os
a superfície de saída esforços de corte)
- Formação da APC - Alto coeficiente de
dilatação térmica
(dificuldade de
obtenção de
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tolerâncias apertadas)
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AÇO INOX
Para combater o encruamento (austeníticos), uma
das técnicas é a adição de elementos que formam
inclusões frágeis. Outra alternativa é realizar um
processo de deformação a frio antes da usinagem.

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AÇO INOX
Os aços inox normalmente têm uma
usinabilidde baixa, no entanto a usibilidade pode
ser melhorada adicionando elementos de liga
como o Manganês e o Enxofre, que combatem o
encruamento do material durante a usinagem

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AÇO INOX
ESTUDO DE CASO

Influência da Microestrutura na Usinabilidade dos


Aços Inoxidáveis AISI 630 com e sem Adição de
Cálcio
H. Matsumoto , J. Minatogawa , J. Gallego .

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ESTUDO DE CASO
Motivação

• Redução de custo de fabricação


- Maior taxa de remoção de material
- Maior vida útil da ferramenta

Nota: Sem acarretar prejuízo nas propriedades


mecânicas.

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ESTUDO DE CASO
A adição de cálcio provoca uma modificação da
natureza e da morfologia das inclusões e é uma técnica já
conhecida pelas aciarias modernas.

O cálcio é adicionado geralmente em forma de fios de Ca-Si


durante o refino do aço líquido, transformando as inclusões de
alumina em aluminatos de cálcio.

Enquanto as inclusões de alumina são duras e abrasivas, com


ponto de fusão de 2045oC, compostos do sistema SiO2-CaO-
Al2O3, apresentam ponto de fusão bem mais baixo, de até
cerca de l300oC.
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ESTUDO DE CASO
A formação de tais compostos gera inclusões
globulares, geralmente envolvida por uma camada
de sulfetos de cálcio e de manganês e conferem
melhoria de usinabilidade, principalmente a altas
velocidades de corte.

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ESTUDO DE CASO
MATERIAIS E MÉTODOS

Para a realização dos ensaios de usinabilidade foi utilizado um


torno CNC de 5,6 kW de potência e rotação máxima de 4000
rpm. A ferramenta de corte utilizada foi um inserto de metal
duro, intercambiável, ISO WNMG-06T308-TF-IC907, com
cobertura PVD de TiAlN, comprimento da aresta de corte de
6,52 mm, espessura de 3,9 mm;raio de ponta de 0,8 mm e
ângulo de saída de 13°. Porta ferramenta ISO PWLNR 20X20-K-
08, ângulo de posição 90° e ângulo de folga 6°.

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ESTUDO DE CASO
MATERIAIS E MÉTODOS

A rugosidade da peça usinada foi medida com um rugosímetro


Taylor/Robson “Surtronic 3”, digital de 0,01μm e o desgaste da
ferramenta foi medido com o auxílio de um microscópio.

Os materiais ensaiados foram os aços inoxidáveis AISI 630


convencional e modificado com adição de cálcio (AISI 630UF),
não endurecidos, ambos com dureza aproximada de 33 HRC,
com as principais composições químicas apresentadas na
tabela.

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ESTUDO DE CASO

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ESTUDO DE CASO
MATERIAIS E MÉTODOS

Parâmetros de corte
Vc = 250 m/min, ap = 1,0 mm, avanço f = 0,25 mm.

Em cada caso, após duas passadas da ferramenta ao longo da


peça, foi retirada a pastilha para avaliação e medição do desgaste
máximo de flanco (VBBmáx) e da rugosidade.

Como critério de fim de vida foi adotado VBBmáx = 0,3 mm ou tempo


de corte = 25 minutos, prevalecendo o que ocorresse primeiro, ou
seja, os ensaios eram finalizados quando ocorresse qualquer um
dos casos, salvo acidentes de percurso como trincas ou
lascamento da pastilha, os quais finalizaram automaticamente o
46
ensaio.
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ESTUDO DE CASO
RESULTADOS

Os resultados serão apresentados em dois


subtítulos:

- a usinabilidade dos aços em relação ao desgaste


da ferramenta de corte e acabamento superficial.
- a microestrutura dos materiais ensaiados.

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ESTUDO DE CASO
RESULTADOS

Até o fim de vida da aresta de corte, preestabelecida


em VB=0.30 mm, o aço modificado proporcionou um aumento
de produtividade de 15 a 20%.

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ESTUDO DE CASO
O acabamento superficial do aço modificado foi
cerca de 30% melhor.

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ESTUDO DE CASO

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ESTUDO DE CASO

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ESTUDO DE CASO
CONCLUSÕES DO ESTUDO

Após usinagem, não houve alteração nas propriedades


mecânicas dos 2 materiais que pudesse ser atribuída à
presença de Calcio e Enxofre.
A melhoria da usinabilidade observada no aço
modificado foi promovida pela presença de um maior número
de inclusões bem próximas entre elas e que contribuiram para
a propagação das microfissuras responsáveis pela quebra do
cavaco.
A formação de cavacos descontínuos (curtos) no aço
modificado, proporcionou um menor desgaste da ferramenta e
contribui para a melhoria do acabamento superficial
(rugosidade). 52
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USINABILIDADE DO FERRO
FUNDIDO
Ferros fundidos são ligas ferro-carbono
com porcentagem de carbono entre 2 e 4%,
contendo ainda outros elementos de liga como
o silício, o manganês, o fósforo e o enxofre,
além do níquel, cromo, molibdênio e cobre.

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USINABILIDADE DO FERRO
FUNDIDO
Principais propriedades:

• Boa rigidez

• Resistência à compressão

• Baixo ponto de fusão

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USINABILIDADE DO FERRO
FUNDIDO

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USINABILIDADE DOS DIVERSOS


TIPOS DE FERRO FUNDIDO

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USINABILIDADE DO FoFo

O Silício influencia significativamente a


usinabilidade.

FoFo com 12% de Silício ou mais são


praticamente impossíveis de serem usinados.

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USINABILIDADE DO FoFo
Além da influência do silício na
usinabilidade, outros elementos de liga
também influem na usinabilidade dos ferros
fundidos

A influência dos elementos pode ser dividida


em 2 tipos:
Os formadores de carboneto (cromo, cobalto,
manganês, molibdênio e vanádio), que
prejudicam a usinabilidade devido ao fato de
que os carbonetos são partículas muito duras e
abrasivas. 58
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DISCIPLINA: USINAGEM DOS METAIS

USINABILIDADE DO FoFo
Os grafitizantes (silício, níquel, alumínio
e cobre) auxiliam na usinabilidade.

O sulfeto de manganês também é utilizado nos


ferros fundidos para melhorar a usinabilidade.

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USINABILIDADE DO FoFo
Conclusão:

Em termos gerais podemos dizer que quanto


maior a dureza e a resistência de um tipo de
ferro fundido pior é a sua usinabilidade.

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USINABILIDADE DO FoFo
CINZENTO
O FoFo Cinzento pode conter até 3% de Si.

No ferro fundido cinzento com alto teor de silício


apresentará muito carbono livre e quase nenhuma
cementita (O silício é um poderoso grafitizante).

É de boa usinabilidade.

O FoFo cinzento forma cavacos de ruptura,


enquanto que os maleáveis e nodulares formam
cavacos longos.
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USINABILIDADE DO FoFo
BRANCO
O FoFo Branco contém de 2.5 a 3.5% C apresenta
baixo teor de Silício, alto teor de carbeto de ferro e pouco
grafite livre.

O resultado é uma estrutura muito dura, resistente,


quebradiça e sua usinabilidade é dificílima.

Quando a sua dureza é da ordem de 300 HB, a usinagem é


praticamente impossível.

Ele é utilizado para a moldagem de peças que não devem


ser usinadas como:
Tubos para abastecimento de água ou gás. 62
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USINABILIDADE DO FoFo
MALEÁVEL
O FoFo Maleável é um FoFo recozido.
Esse tratamento reduz a quantidade de grafite
lamelar e transforma uma quantidade
considerável de carbeto de ferro em ferro dútil,
mole e grafite esferoidal.

O resultado é uma estrutura com uma certa


ductilidade e tenacidade, de boa usinabilidade.

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USINABILIDADE DO FoFo
NODULAR
O FoFo Nodular também chamado às vezes de
FoFo ductil é obtido pelo adição de pequena
quantidade de magnésio ou de cério no FoFo de alto
carbono em estado líquido.

A estrutura resultante após resfriamento da solução e


apresenta o carbeto de ferro e grafite em forma esferoidal
(nodular).

A normalização e o revenimento do FoFo nodular aumenta


sua resistência, mas o torna mais quebradiço.

Apesar de ser mais resistente, ele é usinável. 64


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USINABILIDADE DO FoFo
VERMICULAR
O FoFo vermicular é a "novidade" entre os ferros
fundidos. No Brasil já há uma empresa usinando este
material (www.tupy.com.br)

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LIGAS RESISTENTES AO
CALOR
Muitas aplicações industriais atuais, assim
como as construções aeronáuticas, requerem materiais mais
tenazes com maior resistência às altas temperaturas.

A esta demanda respondem os aços inox e uma grande


variedade de ligas resistentes ao calor, compostas de Ni, Mo,
Co, W, Titânio, ferro e outros elementos.

Algumas dessas ligas eram tidas como impossíveis de


usinar-se.

Todavia as conquistas no domínio da teoria da usinagem e


dos fluídos de corte permitem hoje o uso extenso dessas
66
ligas nas variadas construções.
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LIGAS RESISTENTES AO
CALOR
Por exemplo, na usinagem do titânio,
o seguinte quadro é encontrado:

• grau de dificuldade da usinagem é muito grande


• vida da ferramenta curta
• calor desenvolvido muito alto

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USINABILIDADE DE CERÂMICOS,
POLÍMEROS E COMPÓSITOS
Os materiais cerâmicos têm muitas vantagens
em relação a outros materiais, entre elas, três principais:
capacidade de operação em altas temperaturas, alta dureza e
alta resistência ao desgaste.
São usados em situações que exigem pouco desgaste, tanto
em temperatura ambiente quanto em temperaturas elevadas.
Estas propriedades fizeram as cerâmicas terem uma
importante parte na utilização em aplicações na indústria
nas últimas décadas. Porém, o custo agregado ao
acabamento da peça ainda é muito alto, que é feito pelo
processo de retificação. A retificação é praticamente o único
processo economicamente viável para a usinagem de
materiais cerâmicos após a sinterização, a fim de 68 obter
superfícies de elevada qualidade e precisão geométrica.
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USINABILIDADE DE CERÂMICOS,
POLÍMEROS E COMPÓSITOS
Materiais Cerâmicos:

Refrigeração otimizada apresenta melhor usinabilidade do


que MQL e a seco;

Quando obtidas por meio do processo gelcasting de pó


cerâmico em uma solução aquosa de monômeros MAM-
PEG/DMA para a conformação de materiais cerâmicos
próximos a sua geometria final com características
favoráveis à usinagem verde, processo de torneamento
antes da queima, oferece melhores características de
usinabilidade, pois este sistema ajudou a reduzir o desgaste
da ferramenta durante a usinagem e apresentou melhor
69
resistência mecânica e bom acabamento de superfície.
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USINABILIDADE DE CERÂMICOS,
POLÍMEROS E COMPÓSITOS
Materiais Poliméricos:

Para a produção de componentes em pequena escala, os


plásticos são em grande maioria fornecidos em barras
redondas e prismáticas e precisam ser trabalhados da
mesma forma que os materiais metálicos. Porém, quando se
relaciona a usinagem de plásticos essas fontes são
escassas e/ou limitadas e apresentam referências mínimas
devido ao foco das pesquisas e das empresas estar na
usinagem de materiais metálicos.

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USINABILIDADE DE CERÂMICOS,
POLÍMEROS E COMPÓSITOS
Materiais Poliméricos:

Todas as operações realizadas nos materiais metálicos podem ser


realizadas com maior ou menor grau de dificuldade.

Geralmente, as ferramentas de usinagem empregadas na


fabricação de produtos plásticos apresentam geometrias idênticas
às ferramentas na usinagem de materiais não ferrosos, pois não
existem desenvolvimentos tecnológicos específicos para
ferramentas de usinagem de materiais plásticos.

O fato dos plásticos serem mais macios do que os metais, não


significa que são fáceis de usinar, pois o aumento dos esforços de
corte poderá causar no plástico, a ruptura da peça ou reter grandes
tensões residuais internas assim como ocorre nos materiais 71
metálicos
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USINABILIDADE DE CERÂMICOS,
POLÍMEROS E COMPÓSITOS
Materiais Poliméricos:

Muito similar a usinagem dos metais, os fatores que influenciam na


qualidade da superfície usinada podem ser divididos em duas
categorias:

A primeira inclui as máquinas e as variáveis ambientais como a


temperatura de estabilidade, isolamento de vibrações, tensão de
scoamento dos materiais que governam as medidas de macro
escala;

O segundo grupo está associado com a geometria da ferramenta


como os ângulos de folga e saída, raio de ponta, profundidade de
corte, velocidade de corte que estão mais ligados a fenomenologia
do processo de usinagem. 72
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USINABILIDADE DE CERÂMICOS,
POLÍMEROS E COMPÓSITOS
Materiais Poliméricos:

Os estudos realizados na usinagem de produtos poliméricos


têm a mesma relação da usinagem dos metais. Apesar de
apresentarem resistência ao corte menor que os metais,
alguns plásticos apresentam, em alguns casos, abrasividade
superior aos materiais metálicos provocando rápidos
desgastes nas ferramentas de corte.

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USINABILIDADE DE CERÂMICOS,
POLÍMEROS E COMPÓSITOS
Materiais Poliméricos:

Devido às temperaturas geradas no torneamento, pode-se


considerar que o endurecimento superficial pode variar, como no
caso da usinagem do TEXTOLITE, onde a dureza superficial foi
reduzida na usinagem de formas complexas, sendo que no
torneamento este fenômeno ocorreu devido a alta recuperação
elástica que estes materiais apresentam. Já para materiais como o
CAPROLON e FLUOROPLASTIC-4 a dureza superficial aumentou
um pouco, mas não de forma significativa para afetar o material
quando submetido a cargas mecânicas.

Considerando a influência dos sistemas de refrigeração, usinar


materiais poliméricos a seco não possui diferenças significativas
em relação a usinar com refrigeração, sendo a primeira a melhor
74
alternativa em função da perspectiva ambiental.
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USINABILIDADE DE CERÂMICOS,
POLÍMEROS E COMPÓSITOS
Materiais Compósitos:

Pelo fato de 80 a 100% do volume do compósito estudado


ser de um material polimérico, as peculiaridades da
usinagem desta classe de material afetam na usinabilidade
dos compósitos, entretanto, por serem constituídos
geralmente por fibras, o comportamento é bem diferente de
materiais metálicos.

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USINABILIDADE DE CERÂMICOS,
POLÍMEROS E COMPÓSITOS
Materiais Compósitos:

Materiais compósitos como os plásticos reforçados com


fibra de carbono apresentam diferença significativa dos
materiais metálicos. A orientação das fibras influencia
fortemente na rugosidade, principalmente quando o corte é
orientado no sentido da tensão das fibras onde se
observaram os menores valores de rugosidade e uma alta
taxa de desgaste quando o corte é orientado no sentido
oposto. Porém em alguns casos pode-se observar
comportamento da rugosidade similar ao dos metais onde o
aumento do avanço proporcionou um aumento da
rugosidade e diminui de forma satisfatória com o
aumento da velocidade de corte. 76
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USINABILIDADE DE CERÂMICOS,
POLÍMEROS E COMPÓSITOS
Materiais Compósitos:

O diamante policristalino (PCD) mostrou ser a melhor


ferramenta para usinar os compósito, enquanto que as
ferramentas cerâmicas e de PCBN não possuem
desempenhos satisfatórios;

As forças de corte e avanço não são fatores restritivos ao


processo de usinagem de compósitos, apesar de sofrerem
influência do desgaste da ferramenta;

A queda do desgaste da ferramenta de metal duro com a


velocidade de corte é diferente em relação à usinagem dos
metais; 77
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USINABILIDADE DE CERÂMICOS,
POLÍMEROS E COMPÓSITOS
Materiais Compósitos:

Na maioria dos casos, o cavaco gerado durante o corte é um


pó abrasivo prejudicial à saúde das pessoas, portanto, as
condições de segurança do operador, da máquina-
ferramenta, e do ambiente de trabalho, são pontos cruciais
para a viabilidade da usinagem dos compósitos.

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Bibliografias
• ABREU FILHO, Carlos. Tornearia Mecânica – Notas de
Aula, Belém, 2007.

• AGOSTINHO, Oswaldo Luis. VILELLa, Ronaldo Castro


(In Memoriam), BUTTON, Sérgio Tonini. Processos de
Fabricação e Planejamento de Processos. Universidade
Estadual de Campinas - Faculdade de Engenharia
Mecânica - Departamento de Engenharia de Fabricação -
Departamento de Engenharia de Materiais. Campinas, SP.
2004

• BRAGA, Paulo Sérgio Teles, CPM - Programa de


Certificação de Pessoal de Manutenção – Mecânica -
Processos de Fabricação, SENAI/CST, Vitória, ES. 1999.

• COSTA, Éder Silva & SANTOS, Denis Júnio. Processos


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de Usinagem. CEFET-MG. Divinópolis, MG. março de 2006
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Bibliografias
• DINIZ, A. E., Tecnologia da Usinagem dos Materiais. 3 ed.
São Paulo: Artliber Editora, 2003.

• FERRARESI, Dino. Fundamentos da Usinagem dos


Metais. Editora Edgard Blücher LTDA. São Paulo, SP,
1977

• INMETRO. SISTEMA Internacional de Unidades – SI


(tradução da 7ª edição do original francês “Le Système
International d’Unités”, elaborada pelo Bureau International
des Poids et Mesures - BIPM). 8ª edição Rio de Janeiro,
2003. 116 p.

• INMETRO. Vocabulário Internacional de Termos


Fundamentais e Gerais de Metrologia – VIM – Portaria
Inmetro 029 de 1995. 3ª edição, Rio de Janeiro, 2003.
80
75p.
• reimpressão.
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Bibliografias
• PALMA, Flávio. Máquinas e Ferramentas. Apostila,
SENAI-SC, Blumenau, 2005.

• SECCO, Adriano Ruiz; VIEIRA, Edmur & GORDO, Nívia.


Módulos Instrumentais – Metrologia. Telecurso 2000. São
Paulo, SP, 2007

• VAN VLACK, L. H., Princípios da Ciência e Tecnologia dos


Materiais. Tradução Edson Carneiro. Rio de Janeiro:
Elsevier, 1970 – 4ª reimpressão.

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