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XXXII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Social: As Contribuições da Engenharia de Produção


Bento Gonçalves, RS, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2012.

PLANEJAMENTO E CONTROLE DA
PRODUÇÃO: UM ESTUDO À LUZ DA
PRODUÇÃO CIENTÍFICA
GISELE REGINA PEREIRA (FAE)
gisele.grp@gmail.com
Wagner Domingos Barbosa (FAE)
wagnerdbarbosa@yahoo.com.br
Everton Drohomeretski (FAE/PUCPR)
profeverton.d@hotmail.com

Atualmente o Planejamento e Controle da Produção (PCP) são


considerados uma importante área dentro da indústria, pois coordena
um grande número de recursos que interferem diretamente nos
resultados da organização. Os assuntos voltados ao PCCP abordam
diferentes aplicações, modelos para tomada de decisão, entre outros.
Nesta linha, o presente artigo tem por objetivo identificar as principais
características dos estudos ligados ao PCP nos últimos dez anos. Para
isso foi feito um estudo bibliométrico utilizando como base de dados os
anais do ENEGEP, SIMPEP e SIMPOI. Com a análise dos resultados,
pode-se chegar ao estudo de caso como método mais utilizado, seguido
da pesquisação e experimento. As áreas mais estudadas foram PCP,
MRP E OPT/TOC. Com relação às publicações tema x ano x evento,
pode-se notar uma alternância entre os anais do ENEGEP e SIMPEP.

Palavras-chaves: Planejamento e controle da produção, bibliometria,


ENEGEP, SIMPEP, SIMPOI
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1. Introdução
Estudos relacionados ao planejamento e controle das operações têm apresentado um gradativo
automento ao longo dos anos. De acordo com Kyrillos et al. (2010) planejar, controlar e
produzir significam unir a organização produtiva para que se obtenha um sistema integrado de
trabalho em toda a cadeia, estruturado para a simplificação das atividades e eliminação de
tempos e atividades desnecessárias. Planejamento pressupõe projetar e formalizar atividades e
aspirações futuras, sendo fundamental a existência de controles e a eventual adoção de
correções, para que se concretize e se confirmem os planos.
Pode-se acrescentar que para algumas corporações tornou-se um setor de muito investimento
devido a necessidade de responder imediatamente a alguma informação necessária à empresa.
Quando se busca um melhor entendimento entre vendas e fábrica essa ponte sempre se torna
muito importante para o desenvolvimento da empresa.
O presente trabalho visa analisar a evolução científica na área de Planejamento e Controle da
Produção (PCP) no Brasil nos últimos dez anos e identificar as principais características dos
estudos relativos ao tema, tendo como fonte de pesquisa anais do ENEGEP, SIMPEP e
SIMPOI.
O trabalho contempla várias áreas do PCP mostrando a evolução ao longo dos anos e, em
como diferentes situações nos levaram ao atual modelo de Planejamento e Controle de
Produção.
Segundo dados apresentados e de acordo com Sprakel e Severiano Filho (1999) o PCP
mostra-se um sistema em constante evolução. Por abordar homens, máquinas e técnicas de
gerenciamento, qualquer contribuição que ocorra no campo operacional, administrativo ou
das relações humanas, faz com que o PCP passe por alguma evolução.
2. Referencial Teórico
O PCP é o departamento especializado em manter a produção de acordo com a demanda da
empresa, visando a busca contínua por produtividade e resolução da produção. Da definição
de PCP e da estrutura do PP e do CP, pode-se ver segundo Fernandes e Godinho (2010) que
resumidamente as principais atividades do PCP são:
a) Prever a demanda (previsão);
b) Desenvolver um plano de produção agregado (Planejamento Agregado da Produção);
c) Realizar um planejamento da capacidade que suporte o planejamento agregado
(planejamento de Capacidade de médio prazo, também chamado RRP (Resource
Requirements Planning);
d) Desagregar o plano agregado (Desagregação);
e) Programar a produção no curto prazo em termos de itens finais (Programa Mestre de
Produção – MPS) e analisar a capacidade no nível MPS;

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f) Controlar por meio de regras de controle (por exemplo, regras de controle de estoques) ou
programar as necessidades em termos de componentes e materiais e avaliar/analisar a
capacidade no nível SCO;
g) Controlar a emissão/liberação das ordens de produção e compra, determinando se e quando
liberar as ordens (atividade chamada na literatura de revisão e liberação de ordens – Order
Review and Release – ORR);
h) Controlar estoques;
i) Programar/sequenciar as tarefas nas máquinas (dispatching ou scheduling).
Segundo Fernandes e Godinho (2010) o PCP envolve uma série de decisões com o objetivo de
definir o que, quanto e quando produzir, comprar e entregar, além de quem e/ou onde e/ou
como produzir. Sendo que essas decisões possuem uma estrutura hierárquica mostrada nas
Figuras nas 1 e 2.

Gestão de demanda de Gestão financeira de


médio prazo médio prazo

Planejamento da
Planejamento agregado da
Planejamento capacidade de médio
produção
prazo

Controle do suprimento de
Plano desagregado da Capacidade
itens com leadtime de
produção instalada
suprimento longo

Caso make to stock


(entrada: plano desagregado
ou previsão de demanda de
Casos make to order, curto prazo)
resources to order e
engineering fo order
Carteira de
pedidos

Estrutura de
Controle da produção
produtos

Roteiros de
fabricação

Fonte: Fernandes e Godinho Filho – 2010.


Figura 01 – A Estrutura do Planejamento e Controle da Produção

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Ordens urgentes e inesperadas

Reações (p. ex., mudanças nas regras de controle),


reprogramações e (re)decisões em função dos
imprevistos e/ou execução/programação ruins, a partir
do feedback de informações

1. Programar a
produção em termos de
itens finais
Entradas:
2. Programar ou
carteira de
organizar/explodir as NÃO
pedidos, relatórios
necessidades em
previsão de
termos de
curto prazo,
componentes
plano Acompanhamento O REAL É IGUAL AO
desagregado dos níveis de PROGRAMADO OU
3. Controlar a emissão/
da produção, produção e estoques ESPERADO
liberação de ordens
lista de
materiais,
4. Programar/ SIM
roteiros de
sequenciar as tarefas
fabricação etc.
nas máquinas

5. Análises de
capacidade de curto
prazo
Volte a programar somente para o
próximo período ou mantenha as regras
de controle

Fonte: Fernandes e Godinho Filho – 2010.


Figura 2 – A Estrutura do Controle de Produção

Segundo Corrêa et al. (2009) pode-se colocar o PCP como um setor de vendas dentro da
empresa, pois os envolvidos do setor têm que saber datas, prazos de entrega dos produtos aos
clientes. Normalmente a produção de qualquer fábrica quer grandes lotes e quer antecipar
para não correr riscos de perda de produção. Já o setor de vendas quer maior flexibilidade e
diversidade para atender as constantes mudanças do mercado. O PCP é um setor instável
devido às enormes mudanças que ocorrem no dia a dia das empresas, além de ser muitas
vezes obrigado a produzir mais com menos, já que algumas vezes o prazo já chega ao limite e
não podendo realizar HE acaba tendo que produzir muito mais com menos recursos, jamais
deixando de atender os clientes. Uma das grandes dificuldades do PCP refere-se ao
planejamento de matéria-prima, a falta de algum material para a produção pode gerar muitos
transtornos e muitas vezes parar a produção.

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2.1 Programação Puxada x Programação Empurrada


De acordo com Knod e Schonberger (2001), a distinção básica entre operações empurradas e
operações puxadas reside em determinar se é o fornecedor ou o cliente que controla o fluxo
produtivo. Em operações empurradas, o fornecedor envia o resultado do seu trabalho sem que
haja solicitação por parte do receptor. Em operações puxadas, por sua vez, o receptor precisa
sinalizar para que o fornecedor lhe envie o resultado do seu trabalho. A distinção entre a
programação puxada e empurrada pode ser observada na Quadro 1.

Programação Puxada Programação Empurrada


Produção de acordo com previsão de
Produção de acordo com a demanda real
demanda
Sem estoque intermediário Com estoque intermediário
Menor utilização da capacidade de
Mais produção em cada estágio
produção
Ex: Sistema Kanban Ex: Sistema MRP

Quadro 1 – Programação Puxada X Programação Empurrada

2.2 Planejamento Agregado


Quando uma empresa produz ou trabalha com um elevado número de modelos de produtos é
necessário agrupar (agregar) os inúmeros modelos em um número menor de famílias, que
represente a necessidade de produção. A demanda prevista para estas famílias de produtos é
conhecida como demanda agregada (PEINADO e GRAEML, 2007).
O propósito do planejamento agregado é garantir que os recursos básicos para a produção
estejam disponíveis, em quantidades adequadas, quando for decidir sobre o quanto produzir
de cada produto, antes mesmo que tal decisão seja tomada. Como ao se fazer o planejamento
apenas uma estimativa da demanda é conhecida, caso a demanda seja maior que a estimada e
os custos de excesso de capacidade sejam tais que o custo total esperado seja o menor
possível (LUSTOSA et al., 2008).
A desagregação do plano agregado é o insumo básico do plano mestre de produção. Em
algumas empresas, essa desagregação fornece as metas de vendas para o MPS. O MPS é o elo
entre o planejamento tático (plano agregado) e o planejamento operacional (plano de
necessidades de materiais, MRP) da produção (LUTOSA et al., 2008).
2.3 Plano Mestre de Produção
Segundo Moreira (2009), dá-se o nome de Plano de Produção ou Plano Mestre de Produção
(PMP) ao documento que diz quais itens serão produzidos, e quanto de cada um, para um
determinado período. Geralmente, este período cobre algumas poucas semanas, podendo
chegar a seis meses ou mesmo um ano. O Plano Mestre de Produção deverá ter componentes,
montados em muitas combinações diferentes para dar origem a diversos produtos, o PMP será
provavelmente montado para os componentes e não para os produtos finais, que obedecerão
depois a um cronograma de montagem.
Chegar a um plano Mestre de Produção que compatibilize as necessidades de produção com a
capacidade disponível pode se revelar uma tarefa complexa, principalmente se os produtos

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envolvidos exigirem muitas operações, em regime intermitente, ou seja, com a utilização do


mesmo equipamento para diversos produtos. O processo é conduzido por tentativas, testando-
se cada PMP para verificar a capacidade produtiva que ele exige (MOREIRA, 2009).
2.4 Previsão de Demanda
De acordo com Fernandes e Godinho (2010) no atual ambiente competitivo é inegável que as
previsões têm um papel fundamental, servindo como guia para o planejamento estratégico da
produção, finanças e vendas de uma empresa. No âmbito do PCP, a previsão também é
importante, uma vez que ela é um dos principais dados de entrada para várias funções e
decisões do PCP.
As previsões dentro do PCP costumam ser classificadas de acordo com o horizonte de
planejamento (longo, médio e curto prazo) a que se destina. No longo prazo, as previsões são
importantes para o PCP para o planejamento de novas instalações, de novos produtos, gastos
de capital, dentre outros. No médio prazo, as previsões servem como base para o
planejamento agregado da produção e análises de capacidade agregadas. Já no curto prazo, as
previsões auxiliam na programação da força de trabalho, na programação de compras, nas
análises de capacidade de curto prazo, dentre outras (FERNANDES e GODINHO, 2010).
2.5 MRP
Segundo Corrêa e Gianesi (2009) o MRP (materials requeriment planning) é uma
metodologia que engloba vários métodos para analisar a produção que se originou em meados
de 1960, que veio da necessidade do mercado em agilidade e saber exatamente aquilo que
estava sendo produzido e com a maior rapidez possível as informações tinham que ser ditas
com precisão, já que o mercado estava em expansão.
Este sistema refere-se principalmente a produtos acabados, os quais começaram a serem
difundidos principalmente quando a tecnologia pode fazer com que a programação viesse a
ser melhorada no sistema industrial. Hoje muito difundido em empresas automobilísticas o
MRP, MRP II e ERP, constituem a base da produção. Ele diferentemente do que se acredita
não é um sistema operacional, nem um controle de produção e sim uma metodologia de
estudo da produção que, dependendo da empresa pode ser mais complexo (como em uma
empresa farmacêutica ou em uma indústria que necessite de rastreamento mais preciso de seus
produtos), ou mais simples (como em uma fabrica de postes de concreto que basicamente sua
matéria prima é o cimento).
2.6 Sistema Kanban
Para Moura (1999) o Kanban é um cartão ou etiqueta de pedido de trabalho, sujeito à
circulação repetitiva na área. Diferente das ordens convencionais de trabalho, o kanban
sempre acompanha as peças ou materiais, facilitando, desta forma, o controle de estoque no
local. É, basicamente, um método manual de administração de materiais e controle da
produção. O sistema assegura que a linha de produção fabricará apenas as peças ou
componentes que devem ser usados pela próxima etapa da produção. A produção só opera
quando o processo seguinte usar todo o seu suprimento de peças disponíveis.
Conforme mencionado por Tubino (2007) além da simplicidade, o kanban proporciona uma
série de outras vantagens sobre as formas mais tradicionais de controlar a produção. Embora
não contribua, necessariamente, para a redução dos níveis de estoques, ele gera um ambiente
de produção dentro do qual é possível implantar melhorias neste sentido.

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2.7 Sistema OPT


Para Martins e Laugeni (2005), explicar a abordagem de planejamento e controle, o OPT
utiliza uma terminologia própria:
a) Tambor: o gargalo numa produção se torna o tambor da produção, batendo o ritmo para o
restante da fábrica;
b) Corda: o trabalho na linha é puxado pela corda no ritmo do tambor, e não pela capacidade
instalada;
c) Amortecedores : devem ser colocados amortecedores de estoque antes do gargalo para
evitar que ele nunca pare de trabalhar.
De acordo com Lustosa et al., (2008), a OPT considera que os ganhos serão obtidos a partir
da administração eficiente de todos os recursos e do conjunto de restrições a que a empresa
está submetida. Esse conceito abre o leque de aplicação da OPT, e, mesmo tendo sua origem
na busca da solução dos problemas da produção, ele pode ser aplicado em qualquer segmento
de atividade.
3. Metodologia de Pesquisa
Para o referente trabalho foi utilizado basicamente a bibliometria, que conforme Guedes e
Borschiver (2005) é uma ferramenta estatística que permite mapear e gerar diferentes
indicadores de tratamento e gestão da informação e do conhecimento, especialmente em
sistemas de informação e de comunicação científicos e tecnológicos, e de produtividade,
necessários ao planejamento, avaliação e gestão da ciência e da tecnologia, de uma
determinada comunidade científica ou país.
Esta pesquisa pode ser classificada como de caráter exploratório, que visa prover maior
conhecimento sobre o tema de pesquisa, tendo como principais finalidades desenvolver
hipóteses com maior precisão e auxiliar prioridades para pesquisas posteriores.
O levantamento desse estudo foi realizado através de pesquisa bibliométrica com base em
publicações científicas relacionadas à Engenharia de Produção no Brasil. Os eventos
analisados foram os de maior importância para a área estudada, com ENEGEP, SIMPEP e
SIMPOI no período de 2002 à 2011. Ao todo foram levantados 522 (quinhentos e vinte e
dois) artigos com o intuito de analisar os principais autores, a evolução do PCP por período,
qual evento possui o maior número de publicações, o método mais utilizado e a área mais
estudada dentro do PCP. Após a análise dos artigos foram selecionados para o estudo 275
(duzentos e setenta e cinco) artigos.
4. Apresentação dos resultados
A Tabela 1 e 2 demonstra nossos estudos relacionados a quantidade de artigos que cada
evento apresentou com os métodos abaixo que apresentamos na tabela. A Tabela 1 sugere que
hoje tanto no ENEGEP, SIMPOI E SIMPEP, o estudo de caso foi o mais utilizado nos últimos
dez anos para pesquisas em artigos publicados nos eventos, pode-se perceber que as três
primeiras maneiras de se editar um artigo independente do evento mostra que os mais
utilizados são o estudo de caso, pesquisa-ação e experimento, mostrando o quão essas três
maneiras são importantes para desenvolver um estudo em uma empresa, avaliação entre
outros.

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Evento Método Percentual


Estudo de caso 61,83%
Pesquisação 15,27%
Experimento 9,92%
ENEGEP Simulação 8,40%
Modelagem Matemática 3,05%
Teorico Conceitual 1,53%
Survey 0,00%
Estudo de caso 58,82%
Pesquisação 17,65%
Experimento 8,82%
SIMPOI Simulação 5,88%
Modelagem Matemática 2,94%
Teorico Conceitual 2,94%
Survey 2,94%
Estudo de caso 60,98%
Pesquisação 16,26%
Experimento 7,32%
SIMPEP Simulação 6,50%
Modelagem Matemática 4,07%
Teorico Conceitual 2,44%
Survey 2,44%
Fonte: Os autores
Tabela 1 – Métodos de pesquisa por evento

Na Figura 2 mostra-se graficamente o que a Tabela 1 apresenta em percentual e pode-se


observar que os métodos mais pesquisados dentro dos eventos apresentados se repetem nos
três eventos como os mais utilizados nas pesquisas acadêmicas.

Fonte: Os Autores

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Figura 3: Percentual Evento x Método

Evento Método Quantidade


Estudo de caso 81
Pesquisação 20
Experimento 0
ENEGEP Simulação 11
Modelagem Matemática 4
Teorico Conceitual 2
Survey 0
Estudo de caso 20
Pesquisação 6
Experimento 3
SIMPOI Simulação 2
Modelagem Matemática 1
Teorico Conceitual 1
Survey 1
Estudo de caso 75
Pesquisação 20
Experimento 9
SIMPEP Simulação 8
Modelagem Matemática 5
Teorico Conceitual 3
Survey 3
Fonte: Os Autores
Tabela 2 – Métodos de pesquisa por evento.

Na Figura 4 ilustra graficamente os métodos pelos eventos em quantidade como a Tabela 2


demonstra.

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Fonte: Os Autores
Figura 4: Quantidade Eventos x Métodos

A Figura 5 ilustra como ao longo dos anos as publicações em distintos eventos mostra
consideráveis oscilações em publicações mas sempre com grandes buscas na área pesquisada.

Fonte: Os autores
Figura 5 – Publicações Evento x Ano

Na Figura 6 avalia-se o método da pesquisa, onde mostra a diferença do método nos eventos
que utilizamos como fonte de nossa pesquisa. Pode-se verificar que os percentuais são
parecidos dos três eventos, mostrando como hoje é realizado as pesquisas.

Fonte: Os autores
Figura 6: Método e Pesquisa

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Conforme a Figura 6 os métodos de pesquisa mais utilizados são o estudo de caso e a


pesquisação, ou seja, os estudos relativos à área de PCP utilizam, em grande parte, a
abordagem qualitativa.
Na Figura 7 está coloca-se os autores e somente os com maior numero de publicações nos
eventos relacionados aos temas e áreas comentados.

Fonte: Os autores
Figura 7: Autores com o maior numero de publicações.

De acordo com a Figura 7, pode-se verificar uma grande dispersão entre os autores da área.
Parte desta dispersão justifica-se pela abrangência que a área tem dentro da área de operações.
Como podemos avaliar pela Tabela 3, as áreas estudadas estão definidas com os percentuais
de cada evento.

Evento
Áreas
ENEGEP SIMPOI SIMPEP
PCP 58,78% 44,44% 44,85%
MRP 19,08% 27,78% 16,18%
TOC/
8,40% 16,67% 12,50%
OPT
PMP 6,87% 8,33% 11,76%
JIT 3,82% 2,78% 9,56%
Kanban 3,05% 0,00% 5,15%
Fonte: Os Autores
Tabela 3: Área estuda nos eventos ENEGEP, SIMPOI e SIMPEP

Com base na Tabela 3 o tema mais estudado de acordo com os eventos analisados é o PCP de
forma geral. Ou seja, boa parte dos autores buscam estudar aplicações do PCP de uma forma
mais ampla abrangendo várias das suas atividades. Em seguida vem estudos relacionados ao
MRP objetivando demonstrar sua aplicação, impactos no estoque gerado estoque com
mudanças do lead time, simulação de alterações na estrutura de materiais, entre outros.

5. Conclusão

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Com o estudo realizado nota-se que a área de PCP hoje é considerada parte importante no
processo produtivo das indústrias e na pesquisa acadêmica devido aos estudos realizados que
encontramos em nossa pesquisa. As empresas buscam a qualidade em seu processo produtivo
e as Instituições de Ensino incentivam aos graduandos, mestres e doutores, a realizarem
pesquisas nessas áreas devido a sua rápida evolução na última década por exemplo.
Os participantes dos eventos citados buscam várias maneiras de publicar seus artigos. Sendo o
ENEGEP o que possui o maior número de artigos publicados para este estudo. Sendo
observado que o método mais utilizado no ENEGEP é o Estudo de Caso com 61,83%, já o
SIMPOI está em 58,82%, e o SIMPEP em 60,98%. Também se observa que a pesquisa
acadêmica apesar de se desenvolver muito com a publicação de muitos artigos em todas as
áreas ainda é lenta com relação a velocidade que as indústrias buscam melhorar seus
processos, devido a alta concorrência, entre outros.
Avaliando o artigo para sua contribuição com a sociedade e o meio acadêmico podemos
destacar que buscamos mostrar que ferramentas existem e muitas na área de PCP e que ao
longo dos anos os processos foram modificados através da melhoria continua da ferramenta já
existente. Para a contribuição de futuras pesquisas nesse campo tão vasto que é o PCP.
Este artigo limita-se aos dez anos pesquisados, sendo que, a avaliação de alguns artigos pode
ter sido diferente da do autor com relação ao método e a área. Levando assim a erros que
podem dificultar a analise correta do mesmo. Sendo que o artigo sugere para futuros trabalhos
desenvolver estudos nessa área devido a quantidade de informações existentes e a
possibilidade de aplicações no meio acadêmico e industrial.

Referencial

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