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Aula 5º

Métodos de avaliação: fluxos de


caixas descontados

Prezado(a) aluno(a),
Esta disciplina está trazendo um grande avanço
na construção de conhecimentos nas áreas financeira
e orçamentária e, com o intuito de continuarmos
nesta ascensão, focalizaremos nossos estudos,
nesta quinta aula, em mais um tipo de método de
avaliação: os fluxos de caixa descontados.
Desejamos sucesso em sua caminhada rumo
ao saber!
Boa aula!

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Administração financeira e orçamentária II

de capital, significando que as aplicações


Objetivos de aprendizagem da empresa estarão rendendo mais do que
o custo dos recursos usados na entidade
como um todo (COLARES, 2012, p. 17).
Ao término desta aula, você será capaz de:
Em termos diferenciados, ainda segundo
• definir, entender e calcular a Taxa Interna de Colares (2012, p. 17) o processo de cálculo é
Retorno – TIR; exatamente o mesmo empregado no método do
• apontar as limitações do cálculo da TIR. “VAL - Valor Atual Líquido”: por tentativa e erro,
a diferentes taxas, até ser obtida uma aproximação
daquela que torna o valor atual líquido igual a zero.
Seções de estudo Como você poderá notar, esse método não tem
os mesmos problemas se comparado com o do valor
1 - Taxa interna de retorno - TIR atual líquido; contudo, pressupõe que os fluxos de
2 - Limitações do cálculo da TIR entrada de cada período sejam reaplicados à taxa
interna de retorno calculada (COLARES, 2012).

Durante a leitura desta aula é Saber Mais


importante que tenha sempre em “TIR é usada como método de análise de investimentos, onde
mão um dicionário e/ou outros o investimento será economicamente atraente se a TIR for
materiais de pesquisa a fim de maior do que a taxa mínima de atratividade (taxa de retorno
eliminar eventuais dúvidas pontuais esperada pelo investimento). A TIR também é utilizada na
sobre o assunto discutido. comparação entre dois ou mais projetos de investimentos,
Bons estudos! quando estes forem mutuamente excludentes. Neste caso,
o projeto que apresentar o maior valor da TIR será o projeto
economicamente mais atraente” (PEREIRA; ALMEIDA, 2012).
1 - Taxa Interna de Retorno - TIR
Voltando ao nosso exemplo da Empresa ABC
Para fechar o estudo sobre os métodos de fluxo S.A., já determinamos o valor atual líquido a 10%
de caixa descontado é preciso compreender a taxa (dez por cento) ao ano, obtivemos $ 132.822,38.
de desconto que se iguala ao valor atual líquido dos Precisamos chegar a $ 0,00.
fluxos de caixa de um projeto a zero.
Tabela 5.1 - Cálculo da taxa interna de
retorno do projeto da empresa ABC S.A.
Você Sabia?
Que “a TIR é um indicador da rentabilidade do projeto,
e deve ser comparada com a taxa mínima de atratividade CÁLCULO DA TAXA INTERNA DE
do investidor. Esta taxa mínima de atratividade é a taxa RETORNO DO PROJETO DA EMPRESA
correspondente à melhor remuneração que poderia ser ABC S.A.
obtida com o emprego do capital em um investimento
Taxa de Desconto Valor Atual Líquido*
alternativo” (SILVIO, 2012, p. 43).
10% 132.822,38
20% 53.786,91
Em termos distintos, a taxa que faz com que o 25% 24.737,79
valor atual das entradas seja igual ao valor atual das 30% 667,89
saídas (COLARES, 2012). 31% (3.644,69)

Para fins de decisão, a taxa obtida deverá


35% (19.459,61)
ser confrontada à taxa que representa o 40% (36.432,91)
custo do capital da empresa e o projeto * O valores atuais obtidos são aproximados, devido
só deverá ser aceito quando a sua taxa
ao arredondamento das casas decimais no FDV.
interna de retorno (TIR) superar o custo
Fonte: acervo pessoal.

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Anteriormente, entendemos que sendo o custo Tomemos, então, a taxa de 31% ao ano. O
de capital de 10% ao ano (taxa de desconto usada valor atual líquido é de ( - 3.644,69). A partir desse
para obter o valor atual líquido), e sendo este último ponto, como os valores podem não estar tabelados
positivo, o projeto deveria ser aceito. podemos fazer uma aproximação linear da taxa
A Tabela 5.1, por sua vez, mostra que o valor interna de retorno:
atual líquido passa por zero entre as taxas de 30% e
35% ao ano, mais precisamente entre as taxas de 30% Figura 5.1 - Aproximação linear da taxa
e 31%, quer dizer bem superior ao custo de capital. interna de retorno

TAXAS 1%
31% 30%

VAL - 3.644,69 ............ -2 -1 0 1 2 ................ 667,89

Fonte: acervo pessoal.

Nesse caso, a TIR encontra-se entre 30% e


Curiosidade
31%. Assim, precisamos saber em que taxa aplicada
“O cálculo da TIR na HP 12C será registrado a partir da
aos fluxos de caixa o VAL efetivamente se igualará seguinte linha de raciocínio: O valor do ano 0 CHS G CF0, os
a ZERO. valores dos anos 1 a 10 seguidos de G CFJ e depois F IRR”
Para isso, fizemos a seguinte aproximação linear (SILVIO, 2012, s/p).
entre as taxas encontradas:
Finalmente, informando que a taxa interna de
31 % (3.644,69)
retorno da proposta TIR é de 30,15%, portanto
-30 % 667,89
superior ao custo do capital apresentado nessa
1% 4.312,58
proposta de 10%.

X= 3.644,69 / 4.312,58 = 0,85


E, então? Entendeu os conceitos
Portanto, a TIR (taxa interna de retorno) é básicos sobre a TIR?
(31,00 – 0,85) = 30,15% ao ano, superior ao custo Estes conhecimentos são muito
de capital de 10% ao ano; o projeto deve ser aceito. importantes, pois iremos refletir
Vejamos como foi calculado! mais sobre eles na próxima seção.
a) Primeiro somamos os VAL encontrados nas Além do estudo proposto nesta
duas taxas (3.644,69 + 667,89), para encontrar qual Seção, você deve pesquisar em sites
a soma total correspondente ao 1% (hum por cento) ou obras citadas nas referências no final desta aula.
que se refere ao intervalo onde se encontra a TIR. Passemos, agora, para o estudo da seção 2.
b) Segundo, dividimos o valor negativo pelo
total do intervalo (3.644,69 / 4.312,58), chegamos
a 0,85 que é o valor que a parte negativa representa
percentualmente do intervalo de 1% (hum por cento). 2 - Limitações do cálculo da TIR
c) Terceiro, descontamos o valor encontrado da
taxa que deixou o VAL negativo, ou seja: (31 – 0,85).
Neste momento, encontramos a TIR da proposta Quais são as limitações do cálculo da TIR?
que é 30,15%.
Note que se calcularmos o valor atual das A TIR, apesar da facilidade de entendimento
entradas do fluxo de caixa da proposta analisada,
como uma taxa, requer alguns cuidados em sua
os valores atuais das entradas somados, serão
iguais (ou aproximadamente, em virtude dos interpretação, os quais estudaremos nos parágrafos
arredondamentos) o valor da saída de $ 180.000,00. a seguir (KASSAI, 1996).

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Administração financeira e orçamentária II

No cálculo da TIR de um investimento, há o


compreensão da atuação profissional nesta área.
pressuposto de que todos os valores caminham no
Assim, é fundamental que continue pesquisando e ampliando
tempo pela própria TIR, ou seja, os fluxos de caixa
seus conhecimentos!
negativos seriam financiados pela TIR, e os fluxos
de caixa positivos também seriam reinvestidos pela
TIR (KASSAI, 1996). Retomando a aula
Nesse caso, ainda segundo Kassai (1996),
quando a TIR apurada é muito diferente das taxas
de aplicação e captação do dinheiro no mercado,
sua interpretação não é verdadeira. Parece que estamos indo bem. Então, para
encerrar esse tópico, vamos recordar:
Se determinada proposta oferecer uma
TIR muito elevada, esta provavelmente não será
verdadeira devido à ausência de alternativas de 1 - Taxa interna de retorno - TIR
reaplicações das entradas à mesma taxa. Para iniciar os estudos propostos na Aula 5,
Observemos as seguintes propostas: tratamos sobre a TIR, ou seja, a taxa que faz com
Propostas Investimento 1º 2º 3º 4º 5º que o valor atual das entradas seja igual ao valor
Inicial (I0) ano ano ano ano ano atual das saídas.
$ $ $ $ $ $
2 - Limitações do Cálculo da TIR
G (30.000) 18.000 12.000 10.000 10.000 10.000
Na seção 2, prosseguimos nossa reflexão sobre
H (40.000) 5.000 15.000 20.000 25.000 25.000
a TIR, entendo que ela, quando apurada, é muito
diferente das taxas de aplicação e captação do
TIR G – 33,35%
dinheiro no mercado, uma vez que sua interpretação
TIR H – 27,18%
não é verdadeira. Assim, se determinada proposta
oferecer uma TIR muito elevada, esta provavelmente
Vimos que a TIR anual de 33,346% da proposta
não será verdadeira devido à ausência de alternativas
G indicou sua superioridade em relação à proposta
de reaplicações das entradas à mesma taxa.
H cuja TIR corresponde a 27,177% ao ano.
Imaginando que a melhor alternativa de
revestimento das entradas dessas propostas Com isso, finalizamos nossas
correspondesse à taxa anual de 12%, teríamos primeiras reflexões sobre a TIR.
efetivamente TIRs mais baixas e uma troca na Agora, é com você!
classificação das propostas.
Fizemos uma caminhada
Isso quer dizer que, à medida que vou tendo
interessante nesta aula, não
o retorno de cada proposta consigo reaplicá-la no acham? Adquirimos conhecimentos
máximo a 12% ao ano, uma taxa bem inferior à essenciais para uma formação
encontrada como a taxa de retorno de cada proposta. teórico-prática sólida. Para fundamentar e melhorar ainda
Reaplicando essas entradas de ambas as propostas a mais a nossa construção de conhecimentos é importante
uma taxa de 12% ao ano, até o final de cada proposta, que você realize as atividades propostas no ambiente virtual,
teríamos uma nova TIR para cada proposta. interaja com seus colegas de curso e com seu tutor e que
consulte as sugestões de leituras, sites, filmes e vídeos
TIR G – 21,344% disponibilizadas a seguir!
TIR H – 21,756%

Poderíamos, então, considerar essas novas Vale a pena


taxas como a TIR efetiva de cada , considerando o
percentual de reaplicação.
Vale a pena ler

Fique ligado!
BRAGA, Roberto. Fundamentos e técnicas de
A partir dos conteúdos relacionadas à TIR, as quais acabamos
administração financeira. São Paulo: Atlas, 1995.
de estudar, será possível uma maior fundamentação para a

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FIPECAFI. Manual de contabilidade das sociedades
por ações. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1995.
GITMAN, L. J. Princípios de administração
financeira. 7. ed. São Paulo: Harbra, 1997.
JOHNSON, Robert W. Administração financeira.
São Paulo: Pioneira, 1977.
KASSAI, José Roberto. Conciliação entre a TIR
e ROI: uma abordagem matemática e contábil do
retorno do investimento. Caderno de estudos, n. 14,
São Paulo, jul./dec., 1996.
LEITE, H. de P. Introdução à administração
financeira. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1995.
MARTINS, E.; ASSAF NETO, A. Administração
financeira: as finanças das empresas sob condições
inflacionárias. São Paulo: Atlas, 1991.
SANVICENTE, A. Z.; SANTOS, C. C.
Administração financeira. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1991.

Vale a pena acessar

BERLOTO. Orçamento de capital. Disponível


em: <www.bertolo.pro.br/AdminFin/AnalInvest/
CAPITULO5.pdf>. Acesso em: 5 set. 2012.
COLARES, L. H. M. Análise dos investimentos
(2010). Disponível em: <webserver.crcrj.org.br/
APOSTILAS/A0280P0317.pdf>. Acesso em: 4
set. 2012.
PEREIRA, W. A.; ALMEIDA, L. S. Método
manual para cálculo da Taxa Interna de Retorno.
Disponível em: < http://www.faculdadeobjetivo.
com.br/arquivos/MetodoManual.pdf>. Acesso
em: 5 set. 2012.
SILVIO, M. Taxa interna de retorno. Disponível em:
<www.facape.br/mariosilvio/.../TAXA_INTERNA_
DE_RETORNO.do>. Acesso em: 5 set. 2012.

Vale a pena assistir

YOU TUBE. Cálculo da Taxa Interna de Retorno


- TIR - com o Excel. Disponível em: <http://
www.youtube.com/watch?v=MWF5oDKQcqI>.
Acesso em: 5 set. 2012.
YOU TUBE. Calculando o VPL e a TIR pelo
Excel. Disponível em: <http://www.youtube.com/
watch?v=MWF5oDKQcqI>. Acesso em: 5 set. 2012.

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Minhas anotações

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