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WRIGHT
Site: (http://www.celt.icestorm.com/druidismo)
I -DECLARAÇÃO DE PROPÓSITO
Aqueles que estudam os muitos povos conhecidos coletivamente como Celtas devem às
vezes reconhecer a importância que o número “3” tinha entre eles. Tanto nas questões mais
insignificantes quanto nas mais arcanas, o significado do fato de haver três partes em cada coisa
não era perdido de vista. Mesmo as leis e sabedoria dos Celtas eram expressas em uma forma
tríplice. Esta forma de verso era chamada triádica, um verso nesta forma era uma Tríade. Pode ter
sido apenas por convenção literária; ou, como o autor acredita, isto é a base de outra forma de
lógica, chamada lógica trinária. Deixarei isto para mais adiante.
O que se segue é um corpo de leis, costumes e sabedoria tradicional mantido por nossos
ancestrais Celtas. Elas vieram dos Gael (gaélicos) e dos Cymry (galeses), embora os gaélicos
tenham sido mais extensamente pesquisados. Muitos destes versos foram compilados por W.
Faraday no livro “DRUIDIC TRIADS – The Wisdom of the Cymry”, publicado pela Sure Fire Press;
estes, no entanto estão numa forma mais cristianizada. Àqueles compilados no referido livro,
muitos outros foram acrescentados. Estes vieram de várias fontes. Algumas delas são obras
conhecidas de grande antiguidade, como as Tríades Galesas; outras vieram de um livro de poesia
Irlandesa, e outras do Colégio dos Bardos Galeses (1); algumas poucas foram reconstituídas por
pesquisadores (2).
O propósito desta obra é restabelecer um corpo abrangente das Tríades. Além disto,
pretende fornecer um meio pelo qual criar uma metodologia precisa para tornar as Tríades capazes
de trazer de volta a visão de mundo e os modos de nossos ancestrais pré-cristãos. Por fim, deverá
ser um meio de transmitir estes versos, contendo a sabedoria de milênios de experiência humana,
para as futuras gerações dos Gael.
II - O LUGAR DA LEI, SABEDORIA E CONHECIMENTO NA CULTURA GAÉLICA/CÉLTICA
Na cultura Celta, o povo é governado pela lei civil. A antiga Lei Brehon da Irlanda ainda
existe, assim como as Tríades Galesas. Mesmo Reis e Rainhas estavam sujeitos à Lei; de fato,
eles só governavam pela vontade do Povo. O povo podia votar a favor ou contra eles. Na
legislação americana, os direitos e privilégios do povo seriam expressos como “proteção igual sob
a lei”. Homens e mulheres desfrutavam igualmente disto. A cultura era igualitária. Foi apenas após
a chegada da Cristandade que as mulheres começaram a perder seu status legal (3). Isto se
evidencia quando elas foram proibidas de ir ao campo de batalha, e perderam os direitos de
propriedade e herança. Elas, de fato, perderam a proteção igual sob a lei.
É um fato provado que a maioria dos costumes antigos dos celtas se manteve intacta. Foi
simplesmente ocultada sob um fino verniz de cristandade. Com as Tríades foi só uma questão de
alterar o contexto de uma ou duas palavras, alinhando o antigo Paganismo com a nova
cristandade, e deste modo trazendo os mais obstinados tradicionalistas ao rebanho cristão.
Com relação ao conhecimento, compreenda-se aqui que ele era, para nossos ancestrais,
uma coisa sagrada. Conhecimento era uma dádiva confiada a nós pelos deuses, devendo ser
passada de geração a geração. Há Tríades que falam da importância do conhecimento e sua
transmissão; as Tríades chegam a declarar que aqueles que não compartilham seu conhecimento,
ensinando o que sabem, são amaldiçoados pelos Deuses, seja lá como Eles sejam considerados.
III - OS CELTAS COMO POVO TRIBAL
Antes de avançar devo fazer uma digressão aqui e abordar o tema dos Celtas. A própria
palavra “Celta” é um nome inadequado. Nunca houve um “Império Celta”. Aqueles que geralmente
são chamados “Celtas” eram na verdade povos tribais, cada indivíduo membro de uma tribo
independente. Às vezes duas ou mais destas tribos independentes podiam se aliar por algum
motivo, como enfrentar um inimigo comum, mas a aliança era bem frouxa. Eles não tinham senso
de nacionalidade como o entendemos hoje.
O que distingue uma tribo como sendo Celta é que as tribos Celtas compartilhavam certas
características culturais, como a linguagem semelhante ou o estilo artístico (4), assim como
costumes similares. Este ponto deve ser compreendido para se entender os Celtas: como povos
tribais, sua visão de mundo se refletia em seus costumes. Os Romanos e os Cristãos trouxeram,
para as tribos chamadas Célticas, o que chamamos de pensamento Neo-Platônico. Antes disto, os
Celtas tinham o pensamento tribal. A diferença pode ser definida deste modo: no pensamento Neo-
Platônico, todas as coisas existem separadamente, absolutas e independentes; é um sistema de
pensamento de valores absolutos, e que de acordo com a Enciclopédia Britânica é “...centrado
num reino de realidades imutáveis e eternas, independente do mundo percebido pelos sentidos...”
(5). No pensamento tribal, tudo está interligado e indivíduos são partes de um todo.
Religiosidade, no pensamento Neo-Platônico, é o que a pessoa acredita ou no que ela tem fé.
Simplificando, a pessoa é o que ela pensa. No modo tribal de pensar, é o que a pessoa É e o que
ela SABE que importa. Povos tribais não separam o Espírito do Mundo Físico, e assim como a
pessoa é um microcosmo dentro do macrocosmo (6), os costumes das pessoas refletem a
cosmologia e outros entendimentos obtidos pelo Povo ao qual a pessoa PERTENCE. Costumes e
crenças tribais são baseados no que se percebe por meio dos sentidos. Isto se manifesta como leis
refletindo o que se percebe ser as leis da Natureza e as estruturas civis refletem a ordem
percebida no Cosmos.
Povos tribais não são os únicos a aceitar este modo de pensar, desde que este modo de
ver a existência é extremamente prático; tanto, que mesmo a Maçonaria escocesa, de orientação
cristã, mantém que “...a ordem do Universo foi a primeira Bíblia dada à Humanidade”(7).
Para perceber o modo tribal de pensar em ação, podemos olhar para as centenas de
tribos que empregam estes processos lógicos. Com referência aos povos nativos da América, o
Wikwashawakan (homem santo) dos Lakota, Crow Dog, disse, “...nós, nativos da América,
realmente não temos religiões, ou caminhos espirituais; nós temos os costumes que nos foram
dados pelo Espírito há muito, muito tempo atrás, e que foram transmitidos pelos Avôs e Avós até os
dias de hoje. Uma vez nós perdemos de vista os costumes do Povo; nós quase nos perdemos.
Mas os velhos modos vivem, e não nos perderemos novamente no caos. Não, não temos religiões,
nosso modo de ser nos mantém em equilíbrio e conectados uns aos outros, e ao Espírito, e a
Todos os Nossos Parentes...”.
Bem, de volta às Tríades.
IV - FILOSOFIA DOS CELTAS COMO POVO TRIBAL EM COMPARAÇÃO COM A FILOSOFIA E
OS FILÓSOFOS GREGOS
Para os que consideram a filosofia patriarcal Grega (Aqueus/Dórios), e as obras de Platão
em particular, com referência à crença na interligação de todas as coisas; deve ser lembrado que
enquanto o Platonismo e o Neo-Platonismo são movimentos filosóficos que, no fundo, foram
inspirados nos Diálogos de Platão, eles não incluem as obras do próprio (8); na verdade, tanto
Platão como Plotino sustentavam o conceito da inter-conexão de todas as coisas, e que o Universo
era um organismo. Citando o Górgias de Platão: “...existe no Universo um princípio de amor e
partilha...”, “...Tudo está conectado e os indivíduos são partes de um todo”.
Se há similaridade nos conceitos, então de onde vem a diferença entre as idéias dos
filósofos das cidades-estado gregas e os cristãos que neles basearam suas idéias filosóficas, e os
povos tribais que mantinham/mantém idéias similares? Embora este trabalho não seja o lugar para
estabelecer uma discussão filosófica, deve-se deixar claro que a diferença está no modo pelo qual
estes conceitos se manifestam em suas respectivas culturas. Povos tribais organizam e usam o
conhecimento de modos diferentes. No fundo, para muitos povos tribais, não há algo que seja
absoluto em si. Em muitas tribos, e em todas aquelas que conheci, não pode haver justiça ou
poder numa lei, a menos que ela possa ser encontrada dentro dos confins do mundo natural. Nos
povos tribais, as estruturas civis refletem o que elas percebem como sendo a estrutura do Cosmos.
Isto é contrário ao que nos é apresentado nas estruturas Neo-Platônicas.
Foi-me dito que só com os dados acumulados pelos sentidos não pode haver
conhecimento. Os dados apresentados devem ser organizados por teorias e formulações de leis
universais, para que haja conhecimento. Se estamos falando do reino da causa e do efeito, sim,
claro que pode haver leis estabelecidas que retratam causa e efeito; os reinos da matemática e da
jurisprudência logo nos vêm à mente. Mas dados podem se transformar em conhecimento sem a
necessidade de reinos e realidades sólidas e eternas. Só é necessário um modo de organizar os
dados, e dizer que os dados devem ser organizados de um modo particular e com valores
específicos, deixa de fora a possibilidade de que haja outros modos de pensar que sejam tão
efetivos como os que usamos na cultura ocidental. Além do mais, toda assim chamada lei universal
chega a um ponto no qual já não tem mais efeito; a luz é dobrada, lentificada, até mesmo o tempo
desacelera em certos momentos; elétrons orbitam o núcleo até serem liberados, e quarks
respondem a ondas de pensamento. Ao invés de leis, estamos lidando mais com um campo de
probabilidades. Assim o que é mais importante é aquilo que está no fundo da diferença entre o
pensamento Neo-Platônico ocidental e o pensamento tribal, ou seja, valores. O pensamento
ocidental valoriza o indivíduo, muitas vezes às custas do todo; o pensamento tribal valoriza o todo,
e cada indivíduo como consequência . Resumindo, o pensamento Neo-Platônico permitiu e
promoveu o auto-interesse acima de tudo, com grande sofrimento imposto à maioria devido à
satisfação dos auto-interesses de uns poucos; o pensamento tribal declara que apenas quando o
bem chega a todos é que ele chega para cada um. No pensamento ocidental, o indivíduo é o que
acredita ser; no pensamento tribal ele simplesmente É. O “É” no primeiro caso depende das
fragilidades da mente humana; o “É” do segundo caso se baseia na solidariedade e na identidade
da unidade tribal.
V - RAZÕES E CONSIDERAÇÕES PARA DESTACAR OS GAELS NA PESQUISA SOBRE OS
CELTAS
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NOTAS
(1)Embora estas, em particular, me tenham sido dadas por um bardo de Gales, que encontrei
numa convenção nacional, estas são as únicas para as quais encontrei confirmação independente.
Esta confirmação está no fato de constarem da lista de The Veil Of Isis or Mysteries Of The Druids ,
W. Winwood Reade, Newcastle Publishing , 1992 , ISBN 0-87877-176-X. Só listei aquelas que
encontrei ou num texto autenticamente antigo (fonte primária) ou em fontes independentes
confiáveis.
(2) The Celtic Realms , Dillon and Chadwick , New American Library, 1967 , Library of Congress #
67-15326; Story Of The Irish Race, Seumas MacManus, Devin-Adair, 1966, ISBN 0-517-06408-1
(3) Story Of The Irish Race, Seumas MacManus, chapter 22. Women Of The Celts, J. Markale,
Gordon Cremonesi Pub, ISBN 0-86033-001-X; THE CELTS-The People Who Came Out Of The
Darkness, Gerherd Herm, St. Martins Press, 1975, ISBN 312-12705-7, pgs 58-60
(4) La Tène
(5) Encyclopedia Brittanica Vol. 9 (Micropedia), Encyclopedia Brittanica Inc, ISBN 0-85229-591-X,
pg. 509
(6) Indivíduos em clãs, clãs em tribos, tribos em raças, raças em espécies...todas as coisas em
todas as coisas, microcosmo(s) em macrocosmo(s).
(7) MORALS AND DOGMA-Ancient and Accepted Rite; Supreme Council of the Southern
Jurisdiction, A.A.S.R.,U.S.A.; 1950, Scottish Rite Free Masonry
(8) Encyclopeadia Brittanica Vol. 9; Encyclopeadia Brittanica; c. 1994; ISBN 0-85229-591-X; pg 509
(9) Ogygia; Roderick O'Flaherty; 1685; Lebor Gebala Erenn Vol 1-5; R.A.S. MacAlister;Irish Texts
Society; History of the Irish Race; Seumas MacManus; Devin-Adair;c.1921, 1945, 1966; ISBN 0-
517-06408-1; Iona; Fiona Macleod; Floris Books; c. 1910, 1991; 0-86315-5000-6; The Silver Bough
Vol 1-4; F. Mirian McNeill; Wm. MacClellan; c. 1977; ISBN 085335-161-9, 0-948474-04-1, 0-
948474-05-X; Carmina Gadelica; Alexander Carmichael; Lindisfarne Press; c.1992,1994; ISBN 0-
940262-50-9
(10) THE CELTS-The People Who Came Out Of The Darkness; Gerhard Herm; St. Martins Press;
c. 1975; ISBN 312-12705-7; chapter 10
(11) Publicado pela Irish Texts Society , London England .
(12) As pistas para quais palavras usar vieram da própria língua Gaélica. Surpreendentemente,
muito dos processos de pensamento e modos dos antigos Celtas gaélicos pode ser encontrado
preservado na sua linguagem.
(13) The Story of the Irish Race, Seumas macmanus, chapter 22
(14)Idem; Celtic Realms, Myles Dillon and Nora Chadwick; New American Library; LoC#67-
15326;chapters 1-5.
(15) Encontrado por mim em The Secret Teaching of All Ages , Manly P. Hall , 1988 , 0-89314-830-
X , (XXIII) ; foram confirmadas pelas Tríades galesas. .
(16) THE MASKS OF GOD-Primitive Mythology; Joseph Campbell;Penguin/Arcana; c. 1987; ISBN
0-14-019443-6
(17) Dinneen's Irish-English Dictionary, Rev. Patrick S. Dinneen; Irish Texts Society; 1927;
FOCLOIR SCOILE-English-Irish,Irish-English Dictionary;An Gum; c. 1986; 1-85791-121-0
(18) De acordo com THE STORY OF THE IRISH RACE, Suemas MacManus, Devin-Adair Co.,
1966, ISBN 0-51706408-1, pg 141, .São Patrício disse que os antigos legisladores Pagãos foram
inspirados pelo Espírito Santo, o que é algo notável em vindo dele.
(19) A propósito, na sua forma preservada, muitas Tríades falam contra os sacerdócios. Não se
sabe como elas passaram pelos copistas; talvez seja por terem sido preservadas em Latim, e
portanto ficaram fora do alcance da quase todos, mesmo na realeza.
(20) Ver notas sobre os Filí
(21) Books of the Invasions; R.A.S. MacAlister; Irish Texts Society; London, England; Vol. 2
(22) De acordo com Estrabão, Plínio, César, e algumas Tríades galesas (que sobreviveram aos
censores Cristãos, ver seção de Filosofia), os Celtas acreditavam na reencarnação.
(23) Na versão Cristianizada isto nos chegou como sendo “paz”. Mas no contexto Gaélico é a
bravura e o destemor que trazem a paz; adversários não atacarão um oponente forte e valente.
(24) Nas Tríades o termo “muquirana” foi usado, uma palavra antiquada pouco usada hoje.
(25) No senso original “nacional” era um sinônimo de “tribal”.
(26) Filí, aqueles comumente, embora erroneamente, chamados de Druidas. Eles eram juízes,
médicos, ferreiros, ourives, poetas, etc. Eles eram os que criavam, ou, mais concisamente, os que
tinham uma habilidade. É preciso lembrar que cada Arte ou ofício tinha não só uma história oral e
um corpo de conhecimento técnico “mundano” a ser memorizado, mas também um conhecimento
mágico-técnico a ser memorizado, de fato parte da informação técnica. Por exemplo, quando o
ferreiro forjava uma lâmina, ele também fazia os ritos mágicos sobre o artefato durante sua criação.
Não que houvesse uma cerimônia para cada lâmina feita, mas os ritos mágicos eram parte dos
atos mundanos. Cada pessoa na sociedade celta era considerada como tendo a habilidade e
responsabilidade de mediar os Deuses por si só; não havia uma classe ou setor específico da
sociedade que agisse como um sacerdócio, como é evidenciado pelas várias Tríades
sobreviventes falando contra um sacerdócio fixo, que era desprezado pelo povo celta.
O tempo requerido para estudar uma Arte era de dezenove anos, tempo relacionado com o ciclo
lunar de mesma duração. Esse tempo era passado aprendendo toda a informação acima
mencionada, que era armazenada em Tríades e poemas em versos de oito linhas. Os Filí que
dominavam sua Arte e começavam a ensiná-la eram chamados de Draoi (Druidas) ou “os que
ensinam sob o carvalho” Os Filí eram em fato parte da nobreza. Eles eram os “Sábios” e seu ofício
particular era chamado de Arte dos Sábios: esta frase não tem nada a ver com práticas
especificamente mágicas ou religiosas, especialmente as que se referem a práticas religiosas
modernas que usam um termo similar (NT: Wicca!). Eram chamados de Aes Dana, os Amados da
Mãe.
Ruada era o setor guerreiro da sociedade. Era daqui que os reis e rainhas educados pelos Filí
eram selecionados, embora haja evidência que eles também provinham dos Fíli.
A palavra Ri ou Righ se refere ao rei, e Rian à rainha.
Aire são as pessoas livres. Constituíam o resto da sociedade produtiva, e seu forte era a criação de
gado.
(27) O mesmo que Ard-Righ, ou Alto Rei (ou Rainha com o sufixo “an” adicionado)
(28) O Righ (ou Rian) , Rei ou Rainha da Tuath (tribo), era empossado por um rei superior a ele, o
Ruiri. Este era sujeito a um Rei ainda superior, o Rí Ruirech ou “Rei dos Reis Superiores”. A idéia
de um rei nacional foi um desenvolvimento posterior. Para fazer um paralelo, o Ri regia a cidade, o
Ruiri regia o município, e o Rí Ruirech o estado, sem um rei nacional. Lembre-se que a unidade
básica era o clã, e que essa unidade familiar cobria quatro gerações. De Celtic Realms, Dillon and
Chadwick.
(29) Hospedeiro.
(30) Supervisor, no sentido moderno de um político ou um empregador.
(31) No sentido moderno, um servo preguiçoso poderia ser um empregado.
(32) Na sociedade Celta o conceito de posse de terra não existia, e eles acreditavam que os que
viviam na terra ou da terra eram seus guardiões.
(33) Um amante ilícito, que no contexto da sociedade celta seria o amante mantido sem que o
contrato de casamento permitisse tal coisa; se o contrato tivesse uma cláusula permitindo isto,
então, pelos padrões Celtas de ética, era lícito ter amantes.
(34) Um empregado, no equivalente moderno.
(35) Concubinato era um dos oito níveis de casamento na cultura Celta.
(36) Os que estão no poder.
(37) Bens materiais.
(38) Filí.
(39) Falar de boca cheia.
(40) Carne cozida, carne já cortada pronta para cozinhar, carne ainda no gancho do açougueiro.
Reestruturado da informação em The Story of the Irish Race, chapter 31.
(41) Esta versão foi encontrada num antigo livro escocês de etiqueta.
(42) Comida para servir aos hóspedes se tiverem fome.
(43) Versão galesa.
(44) Versão irlandesa.
(45) Naidn é a garantia dada por um juramento de honra. Aitire é a oferta da própria pessoa e
liberdade em caso de quebra de contrato – um equivalente moderno funcional seria o penhor dos
bens. Rath é a garantia dada por outra pessoa de que o devedor pagará sua dívida.
(46) Preço de honra: log n-enech, eneclann em Goidélico, gwynecbwerth em Predani.
(47) Em Galês (Cymry), “Y Gwyn Yn Erbyn Byd”.
(48) De acordo com dois Anciões nativos Americanos, isso era parte das crenças dos povos
Brancos que viveram nas Américas séculos antes da chegada dos Europeus; a validade e
evidências desta afirmação é tenuemente estabelecida no livro do dr. Barry Fells, America B.C.
(49) Gaélico “dire”, Galês “dirwy”.
(50) Pela Lei Brehon ofensas são pagas por multas (dire, dirwy) pagas, geralmente, em cabeças
de gado.
(51) De acordo com o número de Maio de 1998 de Celtica – The Journal of the Dublin Institute of
Advanced Studies – School of Celtic Studies, isto é correto no sentido em que não é o Brehon que
julga, mas sim o Rei ou rainha. O Brehon apenas apresenta a lei, não agindo na autoridade de um
juiz.
(52) Ambas as Tríades estão diretamente citadas no dicionário de Dinneens.
(53) A fonte disto foi um Unamcara (NT: anamchara, “amigo da alma”???) treinado na tradição.