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CLAUDIO DA SILVA TARRISSE FONTOURA

VSA – VEÍCULO SUBMARINO AUTÔNOMO


A UTILIZAÇÃO DUAL DO EQUIPAMENTO

Trabalho de Conclusão de Curso -


Monografia apresentada ao Departamento de
Estudos da Escola Superior de Guerra como
requisito à obtenção do diploma do Curso de
Altos Estudos de Política e Estratégia.

Orientador: Ricardo Luiz Guimarães de


Azevedo.

Rio de Janeiro
2015
RESUMO

O Veículo Submarino Autônomo (VSA) tem sidoempregado, cada vez mais,


visando minimizar ou, idealmente, eliminar o risco a que o homem está sujeito na
realização de diversas atividades inóspitas ou perigosas.

A Indústria Nacional de Material de Defesa, cuja reestruturação é um dos


eixos da Estratégia Nacional de Defesa, deve ser fortalecida de modo a eliminar,
progressivamente, a dependência brasileira ao mercado externo. O uso de
tecnologias de uso dual, com o estabelecimento de requisitos comuns para permitir
que o mesmo equipamento, ainda que com pequenas alterações, possa ser utilizado
nos meios militar e civil, aumentaria a demanda e, consequentemente, tornaria
competitivo seu desenvolvimento e sua construção. Desta forma, é fundamental que
a demanda pelo material de defesa seja suficiente para justificar os investimentos da
indústria, tanto no desenvolvimento ou na assimilação de tecnologia estrangeira,
como na concepção de projeto e da construção propriamente dita (“fator escala”).

Este trabalho compara as características dos VSA de utilização militar com as


daqueles de utilização no meio civil visando buscar similaridades que possibilitem à
indústria nacional desenvolver projeto de um equipamento padrão que possa ter uso
dual, ainda que customizado, e cuja demanda, civil ou militar,torne atrativoseu
desenvolvimento (projeto e construção) para a Indústria Nacional de Material de
Defesa.

Palavras chave: Veículo Submarino Autônomo. Indústria Nacional de Material de


Defesa. Utilização Dual de Equipamentos
ABSTRACT

The Autonomous Underwater Vehicle (AUV) has been more and more used to
minimize or, ideally, eliminate the risk to which man is subject in carrying out various
inhospitable and dangerous activities.

The National Industry of Defence Material, whose restructuring is one of the


pillars of the National Defense Strategy, should be strengthened so as to eliminate
gradually the Brazilian dependence on the foreign market. With dual-use
technologies, the establishment of common requirements to enable the same
equipment, although with minor modifications, could be used in military and civilian
means, increase the demand and consequently become competitive development
and construction . Thus, it is essential that the demand for defense equipment is
sufficient to justify the investment industry, both in the development or assimilation of
foreign technology, as in the design of the project and the actual construction
("scaling factor").

This paper compares the characteristics of the AUV with military use with
those for use in civil activities in order to seek similarities that will allow the domestic
industry to develop a standard equipment design that can have dual use, although
customized, and whose demand, civil or military, become competitive development
(design and construction) for the National Industry of Defence Material.

Keywords: Autonomous Underwater Vehicle. National Industry of Defence


Material.Dual-Use Equipment
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 Hexacopter SPYDER XL, da SKYDRONES TECNOLOGIA


AVIONICA LTDA ....................................................................... 9

FIGURA 2 RQ-4 Block 10 Global Hawk, da NORTHROP GRUMMAN (EUA)


…………………………………………............................... 9

FIGURA 3 MER-B (“Opportunity”), da NASA (EUA) .................................. 9

FIGURA 4 Unmanned Naval PatrolVehicle PROTECTOR, da RAFAEL


ADVANCED DEFENSE SYSTEM Ltda (Israel) ........................ 10

FIGURA 5 VSA A18-S, da ECA ROBOTICS (França) ............................... 11


FIGURA 6 ROV V8 L3000 OFFSHORE, da OCEAN MODULES SWEDEN AB
(Suécia) …………………………………………… 11

GRÁFICO 1 Distribuição quantitativa dos veículos marítimos não tripulados


12
(AUVSI,2013) ............................................................................
FIGURA 7 Área para lançamento e recolhimento do VSA de grande porte
MARUM SEAL, de 5.5 m de comprimento, pesando 1.300 16
kg................................................................................................

FIGURA 8 VSA REMUS 100S .................................................................... 24

QUADRO 1 Resumo das características principais dos VSA ....................... 30

FIGURA 9 VSA SEA OTTER MK II, da empresa alemã ATLAS ELEKTRONIK


37
............................................................................
FIGURA 10 VSA BLUEFIN 21, da empresa norte-americana BLUEFIN
38
ROBOTICS. ...............................................................................
FIGURA 11 VSA BLUEFIN 12D, da empresa norte-americana BLUEFIN
38
ROBOTICS ................................................................................
FIGURA 12 VSA MARLIN, da empresa norte-americana LOCKHEED MARTIN.
39
....................................................................................
FIGURA 13 VSA REMUS 6000, da empresa sueca KONGSBERG .......... . 40
FIGURA 14 VSA HUGIN 4500, da empresa sueca KONGSBERG .............. 40
FIGURA 15 VSA MUNIN, da empresa sueca KONGSBERG ....................... 41
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AUV Autonomousunderwatervehicle

AUVSI The Association for Unmanned Vehicle Systems International

CHM Centro de Hidrografia da Marinha

DBM DoutrinaBásica da Marinha

END Estratégia Nacional de Defesa

IMR Inspeção, Manutenção e Reparo

IPI Imposto sobre produtos industrializados

LAE Levantamento ambiental expedito

MB Marinha do Brasil

ROV Remotelyoperatedunderwatervehicle

SAR SearchandRescue

SPURV Special purpose underwater research vehicle

UAV Unmannedaerialvehicle

UGV Unmannedgroundvehicle

USV Unmannedsurfacevehicle

UUV Unmannedunderwatervehicle
VANT Veículo aéreo não-tripulado

VART Veículo aéreo remotamente pilotado

VSA Veículo submarino autônomo

VTNT Veículo terrestre não-tripulado


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 8

1.1 OS VEÍCULOS NÃO TRIPULADOS ....................................................... 8

1.2 A INDÚSTRIA NACIONAL DE MATERIAL DE DEFESA ........................ 13

2 DESCRIÇÃO SUCINTA DOS VSA ........................................................ 15

3 UTILIZAÇÃO DOS VSA ......................................................................... 19

3.1 UTILIZAÇÃO EM MEIO MILITAR ........................................................... 19

3.1.1 Operações de Esclarecimento ............................................................. 19

3.1.2 Operações de Ataque ........................................................................... 20

3.1.3 Operações de Minagem e Contramedidas de Minagem .................... 21

3.1.4 Outras Operações ................................................................................. 23

3.1.5 Operações do VSA na Marinha do Brasil (MB) .................................. 23

3.2 UTILIZAÇÃO EM MEIO CIVIL ................................................................ 25

3.2.1 Operações Científicas .......................................................................... 26

3.2.2 Pesca e Aquicultura .............................................................................. 26

3.2.3 Inspeção, Manutenção e Reparo (IMR) ............................................... 27

3.2.4 Indústria Offshore de Óleo e Gás ........................................................ 27

3.2.5 Outras Atividades ................................................................................. 28

3.3 COMPARAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS ........................................... 29

4 CONCLUSÃO ......................................................................................... 33

REFERÊNCIAS ...................................................................................... 35

ANEXO A – EXEMPLOS DE VSA ......................................................... 37


8

1. INTRODUÇÃO

1.1 OS VEÍCULOS NÃO TRIPULADOS

As diversas atividades realizadas pelo homem, invariavelmente, colocam em


risco sua integridade física, podendo, inclusive, levar a sua morte caso cuidados
especiais não sejam tomados, tanto quanto ao equipamento utilizado (projeto e
construção) quanto à operação do mesmo.

De modo a minimizar ou, idealmente, eliminar esse risco, a retirada do


homem das atividades tem sido uma constante preocupação dos projetistas e dos
operadores, visando dispensar o ser humano de tarefas inóspitas ou perigosas.

No projeto de qualquer veículo tripulado, grande parte dos sistemas de bordo


tem como função dar suporte à tripulação ou aumentar sua segurança, e para tal
são dimensionados. E o veículo como um todo é projetado (tamanho, forma, etc)
para comportar, não somente a tripulação, mas também esses sistemas. Desta
forma, a retirada do homem de bordo permite que tais sistemas sejam suprimidos e,
consequentemente o veículo poderá ser dimensionado, apenas, para suportar os
sistemas necessários ao cumprimento de sua missão, o que faz com que o custo do
veículo seja substancialmente reduzido.

Assim, no caso de acidente com equipamento não tripulado, além de não


acarretar perda de vidas humanas, o prejuízo financeiro é muito menor do que a
perda de um veículo tripulado que realizasse as mesmas funções.

Mesmo considerando que essas máquinas não realizam trabalho com


qualidade superior ao de um equipamento guarnecido pelo homem, algumas
atividades, inclusive, somente seriam possíveis de serem realizadas, com a
tecnologia atual, com a utilização de veículos não-tripulados.

Considerando o local de operação, os veículos não-tripulados podem ser


divididos em:
9

a) Operação aérea

São os VANT (Veículos Aéreos Não-Tripulados) ou VART (Veículo Aéreo


Remotamente Pilotado), também chamado UAV (do inglêsUnmannedAerialVehicle).
São mais conhecidos como DRONES.

Figura 1 - Hexacopter SPYDER XL, da Figura 2 - RQ-4 Block 10 Global Hawk, da


SKYDRONES TECNOLOGIA AVIONICA LTDA NORTHROP GRUMMAN (EUA)

Fonte: www.skydrones.com.br Fonte: www.northropgrumman.com

b) Operação terrestre

Os Veículos Terrestres Não-Tripulados (VTNT) ou UGV (do inglês


UnmannedGroundVehicles) são robôs desenvolvidos para operação em diversos
tipos de terreno. A Figura 3 mostra o MER-B, o segundo dos dois veículos
exploradoresgeológicos da NASA, que aterrissaram em Marte em 2004.

Figura 3 - MER-B (“Opportunity”), da NASA (EUA)

Fonte:www.mars.nasa.gov
10

c) Operação na superfície do mar

Com uso exclusivamente militar, são embarcações não-tripuladas (USV –


UnmannedSurfaceVehicles) que podem se aproximar de alvos militares, ou mesmo
de embarcações mercantes que estejam sob suspeita de atividades ilícitas, coletar
informações a respeito das mesmas e, se necessário, reagir à alguma atitude hostil
da embarcação investigada. São controladas remotamente a partir de um “navio-
mãe”, normalmente um navio-patrulha.

Figura 4 - Unmanned Naval PatrolVehicle PROTECTOR, da RAFAEL ADVANCED


DEFENSE SYSTEM Ltda (Israel)

Fonte: www.rafael.co.il

d) Operação submersa

Os VSA (Veículo Submarino Autônomo) são também conhecidos pela sigla


em inglês AUV (autonomousunderwatervehicle) ou, ainda, UUV
(unmannedunderwatervehicle). Além destes, existem os ROV
(remotelyoperatedunderwatervehicles), que diferem dos primeiros pelo fato destes
possuírem um cordão umbilical que os liga a um navio-mãe, enquanto que os VSA
operam de forma independente.
11

Figura 5 – VSA A18-S, da ECA Figura 6 - ROV V8 L3000 OFFSHORE,


ROBOTICS (França) da OCEAN MODULES SWEDEN AB
(Suécia)

Fonte: www.ecagroup.com Fonte: www.ocean-modules.com

A operação com veículos submersos pode ser considerada como uma viagem
de ônibus até o local de trabalho (CHRIST, 2014, cap. 1.1.5, tradução nossa) 1. A
função do veículo é transportar, até o local de trabalho, sensores e/ou ferramentas
de modo a cumprir sua missão.

Este trabalho se concentra nos VSA, fazendo referência aos demais tipos de
veículos não-tripulados quando se fizer necessário. Compara as características dos
VSA de utilização militar com as daqueles de utilização no meio civil visando buscar
similaridades que possibilitem à indústria nacional desenvolver projeto de um
equipamento padrão que possa ter uso dual, ainda que com pequenas alterações, e
cuja demanda, civil ou militar,torne competitivoseu desenvolvimento (projeto e
construção) para a Indústria Nacional de Material de Defesa. Não são abordados,
neste trabalho, aspectos técnicos a respeito dos diversos sistemas dos VSA.

O primeiro VSA da história foi desenvolvido no Laboratório de Física Aplicada


da Universidade de Washington, em 1957, por Stan Murphy e Bob François. O
“SpecialPurposeUnderwaterResearchVehicle” (SPURV) foi utilizado para estudar a
difusão e a transmissão acústica do submarino. Outros VSA foram desenvolvidos em
1970 no Instituto de Tecnologia de Massachusetts e na União Soviética. (GOMES,
2014, pg 26). A partir de 1980, com o advento de novas tecnologias, os modelos

1
“… a bus ride to the work site”.
12

experimentais passaram a ter utilização comercial, atraindo novos investimentos na


pesquisa e desenvolvimento de sistemas de navegação, controle e comunicação,
principalmente. Esta evolução tecnológica teve como consequência uma utilização
comercial exponencial a partir dos anos 2000 (BLIDBERG, 2001).

A Associação Internacional de Sistemas de Veículos Não-tripulados (AUVSI –


The Association for UnmannedVehicle Systems International) indica que os ROV
ainda predominam no mercado (AUVSI, 2013), com 57% de veículos em operação,
se comparado com os VSA, USV e outros2.

Gráfico 1 – Distribuição quantitativa dos veículos marítimos não tripulados (AUVSI,2013)

VEÍCULOS MARÍTIMOS NÃO TRIPULADOS

OUTROS
9%
USV
9%

ROV
VSA 55%
27%

De acordo com a Douglas-Westwood3, a frota de VSA no mundo crescerá


42% no período de 2014 a 2018, se comparado com os cinco anos anteriores. Este
crescimento se dará devido à grande demanda do setor militar, que corresponde a
cerca de 50% do total de VSA em serviço (75% dos VSA militares operam na
América do Norte).

2
Outros: inclui boias móveis, semi-submersíveis e plataformas híbridas.
3
A Douglas-Westwood é uma empresa independente de pesquisa de mercadoe consultoria de indústrias de
energia.
13

1.2 A INDÚSTRIA NACIONAL DE MATERIAL DE DEFESA

A Estratégia Nacional de Defesa - END (BRASIL, 2014), aprovada em 2008 e


tendo uma segunda edição em 2014, estabelece ações estratégicas de médio e
longo prazo objetivando modernizar a estrutura nacional de defesa, atuando em três
eixos estruturantes: reorganização das Forças Armadas, reestruturação da Indústria
Nacional de Material de Defesa e política de composição dos efetivos das Forças
Armadas.

A reestruturação da Indústria Brasileira de Material de Defesa, de acordo com


aquele documento, tem como propósito assegurar que o atendimento das
necessidades de equipamento das Forças Armadas apoie-se em tecnologias sob
domínio nacional. Tal procedimento é primordial para o Desenvolvimento e para a
Segurança Nacionais.

Para atingir esse objetivo, a END estabelece as seguintes diretrizes:


a) Dar prioridade ao desenvolvimento de capacitações tecnológicas
independentes, condicionando as parcerias com países e empresas
estrangeiras ao desenvolvimento progressivo de pesquisa e de produção
no País;
b) Subordinar as considerações comerciais aos imperativos estratégicos,
organizando o regime legal, regulatório e tributário da Indústria Nacional
de Material de Defesa para que reflita tal subordinação;
c) Evitar que a Indústria Nacional de Material de Defesa polarize-se entre
pesquisa avançada e produção rotineira, cuidando para que a pesquisa de
vanguarda sirva à produção de vanguarda; e
d) Usar o desenvolvimento de tecnologias de defesa como foco para o
desenvolvimento de capacitações operacionais, buscando a modernização
permanente das plataformas, seja pela reavaliação à luz da experiência
operacional, seja pela incorporação de melhorias provindas do
desenvolvimento tecnológico.
14

A END estabeleceu que deva ser adotado regime legal, regulatório e tributário
especial, de modo a resguardar as empresas privadas de material de defesa das
pressões do imediatismo mercantil ao eximi-las do regime geral de licitações e as
proteger contra o risco dos contingenciamentos orçamentários, assegurando
continuidade nas compras públicas. Tal medida foi atendida com a Lei Ordinária
12.598/2012 (BRASIL, 2012) que cria regime especial para a indústria, suspendendo
a cobrança de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), de PIS-Pasep e de
Cofins sobre peças, equipamentos, sistemas, matérias-primas e serviços usados em
materiais de defesa, munições, armas, embarcações, aviões, satélites, foguetes,
veículos, entre outros.

Com o objetivo de fomentar o desenvolvimento de um complexo militar-


universitário-empresarial capaz de atuar na fronteira de tecnologias que terão
sempre utilidade dual (militar e civil), serão estimuladas iniciativas conjuntas entre
organizações de pesquisa das Forças Armadas, instituições acadêmicas e empresas
privadas brasileiras.

Além do regime legal, regulatório e tributário da Indústria Nacional de Material


de Defesa provenientes da Lei 12.598/2012 (BRASIL, 2012), é fundamental que a
demanda pelo material de defesa seja suficiente para justificar os investimentos da
indústria, tanto no desenvolvimento ou na assimilação de tecnologia estrangeira,
como na concepção de projeto e da construção propriamente dita (“fator escala”).
Assim, entende-se que a utilização dual de equipamentos permitirá atrair as
empresas privadas brasileiras em função do aumento de demanda.
15

2. DESCRIÇÃO SUCINTA DOS VSA

A US NAVY (2004, página 4, tradução nossa), define os VSA como sendo um


veículo submersível cujo funcionamento seja totalmente autônomo (pré-programado
ou com instruções em tempo real) ou sob um mínimo controle supervisionado, e sem
conexões com a base exceto, eventualmente, para transmissão de dados por fibra
ótica.4

De modo a permitir uma análise sistêmica, o VSA e seus sistemas de apoio


serão divididos em estação de controle, dispositivo de lançamento/resgate, cargas
úteis e plataforma (corpo do VSA).

A Estação de Controle deverá ficar localizada a bordo de um navio ou em


terra, permitindo o controle das operações e eventuais interações com o VSA.

Os Dispositivos de Lançamento e Resgate do VSA incluem não somente o


equipamento de manobra de peso, condizente com o porte e peso do VSA, mas
também áreas de manobra, estivagem, manutenção, etc. Em navios, são
normalmente utilizadas áreas abertas na popa, próximas ao local de estivagem do
equipamento (“garagem”). O lançamento de um VSA utilizando-se um submarino
(através dos tubos de torpedos) é uma possibilidade que permite
lançamento/recolhimento com maior discrição. No entanto, seria necessário que o
VSA tivesse as mesmas características (dimensionais e peso) que os torpedos
utilizados pelo submarino, sem estruturas fixas disparadas, como aletas e antenas.O
recolhimento pelo submarino exigiria estudos específicos visando harmonizar a
estação de recolhimento do VSA às características hidrodinâmicas necessárias ao
submarino. O lançamento utilizando uma aeronave não deve ser descartado, sendo
que o recolhimento do VSA, neste caso, somente poderia ser realizado com o uso
de aeronaves de asa rotativa.

4 “Self-propelled submersible whose operation is either fully autonomous (pre-programmed or real-time


adaptive mission control) or under minimal supervisory control and is untethered except, possibly, for data
links such as a fiber optic cable.”
16

Figura 7 – Área para lançamento e recolhimento do VSA de grande porte MARUM SEAL,
de 5.5 m de comprimento, pesando 1.300 kg.

Fonte: www.marum,de

As Cargas Úteis são os equipamentos acessórios que permitem ao VSA


realizar a operação para a qual foi destinado. Idealmente, a configuração do VSA
deve permitir atendimento a diversos tipos de missão, com um arranjo de concepção
modular e aceitação de diversos tipos de cargas.

A plataforma contará com os subsistemas de:


i) Propulsão, responsável pela movimentação do VSA;
ii) Produção e armazenamento de energia, necessária para o
deslocamento do VSA e funcionamento dos equipamentos a bordo;
iii) Navegação, responsável pelo posicionamento do VSA;
iv) Sensores, que coletam as informações necessárias à navegação do
VSA;
v) Comando e controle autônomo, responsável pelo processamento
digital das informações de configuração da plataforma e dos sensores
para o cumprimento de determinada missão;
vi) Comunicação, responsável pela transmissão dos dados coletados
pelos sensores à Estação de Controle; e
vii) O casco propriamente dito, que deverá ter características
hidrodinâmicas e de estabilidade que permitam ao VSA realizar sua
17

missão e espaço suficiente para comportar todos os subsistemas da


plataforma além de sua carga útil.

Algumas características dessa plataforma serão utilizadas neste trabalho com


o intuito de melhor caracterizar o VSA: peso, velocidade máxima de operação,
profundidade de operação, autonomia e controle. Apesar de estas características
estarem intrinsecamente associadas, servirão como parâmetros para identificação
do tipo de VSA. Ou seja, para termos uma grande autonomia, por exemplo, é
necessário um casco com dimensões suficientes para comportar o sistema de
armazenamento de energia. Da mesma forma, para operar em grandes velocidades
o VSA deve possuir um sistema de propulsão específico e, para tal, um casco
condizente com seu porte.

A US NAVY (2004) estabelece quatro categorias de peso para os VSA:

TIPO Peso(Libras)5
mínimo máximo
Portátil - 100
Leve 100 500
Pesado 500 3.000
Grande 3.000 -

Para efeito deste trabalho, quanto à velocidade máxima de operação, os VSA


serão divididos em cinco categorias, conforme tabela a seguir:

TIPO Velocidade (nós)6


mínima máxima
Infra baixa - 3
Baixa 3 7
Média 7 10
Alta 10 20
Extra alta 20 -

5
Uma libra = 0,45 kg
6
Um nó = 1,85 km/hr
18

Quanto à profundidade máxima de operação, serão consideradas quatro


faixas, conforme tabela a seguir:

TIPO Profundidade (m)


mínima máxima
Rasa - 300
Média 300 1.000
Profunda 1.000 6.000
Ultra-profunda 6.000 -

A autonomia do VSA, ou seja, o tempo que ele pode operar, será considerada
com apresentada na tabela a seguir:

TIPO Autonomia (horas)


mínima máxima
Baixa - 12
Média 12 48
Alta 48 100
Extra alta 100 -

Quanto ao controle do VSA, este trabalho considerará que o equipamento


poderá ser dependente, quando, após seu lançamento, ele receber reprogramação
periódica, ou independente, quando ele cumprir toda a missão sem interferência do
controlador.
19

3. UTILIZAÇÃO DOS VSA

3.1 . UTILIZAÇÃO NO MEIO MILITAR

A Doutrina Básica da Marinha – DBM (BRASIL, 2014) descreve o conceito de


guerra naval e as diversas formas de sua condução. Trata o Poder Naval nas
atividades de emprego limitado da força, por imposição da lei, e apresenta como ele
é empregado nas atividades benignas que, por suas características particulares, não
prevê o emprego da força.

Dessas atividades, serão abordadas neste trabalho aquelas em que a


utilização de VSA seja pertinente, apresentando as características específicas de
cada uma delas e configuração necessária dos VSA para contribuir para a realização
dessas atividades. O atual estágio de desenvolvimento tecnológico dos VSA não
permite que o equipamento, isoladamente, possa realizar as operações previstas na
DBM. Entretanto, o VSA é um importante multiplicador de esforços e agente redutor
de risco ao pessoal.

A utilização dos VSA em águas interiores, principalmente rios, não será


considerada devido a pouca eficiência do equipamento em águas com grande
quantidade de obstáculos que impediriam sua navegação.

3.1.1 – Operações de Esclarecimento

A DBM (BRASIL, 2014) define Operação de Esclarecimento como sendo a


operação que consiste na obtenção de informações necessárias paraorientar o
planejamento e o emprego de forças. Esta operação comporta quatromodalidades:

- b usca - lo calizar e in f o r m ar a p r esen ça - o u co n f ir m ar a au sên cia -


d o in im ig o em cer t a ár ea;

- p at r ulh a - evit ar q u e u m alvo cr u ze d et er m in ad a lin h a d e


b ar r ag em sem ser d et ect ad o ;
20

- acom p an h am e n t o - aco m p an h ar o m o vim en t o e a co m p o sição


d o in im ig o , ap ó s t er sid o d et ect ad o e lo calizad o ; e

- r e con h e cim e n t o - o b t er in f o r m açõ es so b r e at ivid ad es e


r ecu r so s do in im ig o e co let ar d ad o s m et eo r o ló g ico s,
h id r o cean o g r áf ico s, g eo g r áf ico s, elet r o m ag n ét ico s e o u t r o s, n u m a
d et er m in ad a ár ea. Est a m o d alid ad e pode o co r r er , co m car át er
su b sid iár io , em q u alq u er o u t r a m o d alid ad e d eesclar ecim en t o .

Para tal, o VSA, conforme enquadramento apresentado no item 2 deste


trabalho deverá ser pesado, operar em velocidade baixa ou média, em
profundidade rasa e ter uma autonomia extra-alta. Seu controle deverá ser
dependente.Deverá possuir, também, baixa assinatura acústica.

3.1.2–Operações de ataque

De acordo com a DBM (BRASIL, 2014), operação de ataque é a realizada por


meios navais, aeronavais ou de fuzileirosnavais, em conjunto ou isoladamente, para
a execução de uma ou mais das seguintestarefas:
- destruir ou neutralizar forças navais, aéreas ou terrestres e meios
empregados nascomunicações marítimas do inimigo:
- interditar comunicações terrestres;
- reduzir a resistência em área terrestre; e
- destruir ou danificar objetivos em terra.

O VSA nesta operação poderia ser utilizado na destruição ou neutralização de


meios navais. O VSA realizaria, inicialmente, operações de esclarecimento, por meio
de busca e reconhecimento, fornecendo informações à Estação de Controle quanto
a possíveis ameaças. Após identificá-las, o VSA é “ativado” para realizar o ataque e
a destruição do alvo.
21

Para desempenhar esta missão, o VSA, conforme enquadramento


apresentado no item 2 deste trabalho deverá ser pesado e ter condição de operar
em baixa/média velocidade, para as ações de esclarecimento, e velocidade extra-
alta para a condição de ataque. Deverá operar em profundidade rasa com
autonomia média/alta.Seu controle deverá ser dependente, nas ações de
esclarecimento, e independente, na fase de ataque. Deverá ser dotado de sensores
acústicos específicos e carga explosiva e ter baixa assinatura acústica

3.1.3 – Operações de minagem e contramedidas de minagem

Operação de minagem consiste no lançamento criterioso de minas em áreas


selecionadas, visando destruir navios ou pela ameaça que representa para conter,
limitar ou retardar o seu trânsito (BRASIL, 2004).

A utilização de VSA nesse tipo de operação somente se justifica no


lançamento de minas em águas disputadas ou controladas pelo inimigo (minagem
ofensiva), uma vez que a utilização de meios de superfície com essa finalidade
acarretaria em risco para o próprio meio e sua tripulação. Para o caso deminagem
defensiva, ou seja, lançamento de minas em área controlada por nossa Força, a
utilização de meios navais ou aeronavais da Força tornaria a operação mais simples
e eficaz.

Um VSA para realização de operação de minagem ofensiva deverá ser


pesado, operar em velocidade baixa e em profundidade rasa, com autonomia
extra-alta. Seu controle deverá ser dependente.

Deverá possuir, também, baixa assinatura acústica e magnética. O transporte


pelo VSA das minas que deverão ser lançadas, além de sua operação em águas
não controladas pela Força, exige adaptações específicas para este tipo de
operação.

De acordo com DBM (BRASIL, 2014), as Operações de Contramedidas de


Minagem consistem na execução de açõesativas e passivas que visem a reduzir ou
controlar a ameaça constituída pelas minasjá lançadas pelo inimigo. Têm como
22

efeito desejado a permissão do trânsito denavios de guerra e mercantes,


normalmente, em áreas marítimas de passagemobrigatória ou na entrada e saída de
portos ou bases navais, visando a reduzir ou acontrolar a ameaça constituída pelas
minas lançadas pelo inimigo.

As contramedidasde minagem, quanto ao conceito de emprego dos meios,


podem ser ofensivas oudefensivas. As ofensivas compreendem ataques aos
agentes lançadores e àcapacidade logística do inimigo (depósitos, unidades de
produção, etc). A utilização de VSA para este tipo de operaçãose assemelha a uma
operação de ataque, já descrita acima.

Ascontramedidas de minagemdefensivas são representadas por


contramedidas passivas e ativas. Nas primeiras, incluem-se as medidas de
autoproteção dos navios de superfície e submarinos (redução de ruídos irradiados e
redução do magnetismo pelo projeto e construção, pelo deperming e pelo
degaussing7).

Nas contramedidasativas, incluem-se a varredura e a caça de minas. Nesta,


podem ser utilizadosmergulhadores devidamente qualificados e veículos submersos,
operadosremotamente (ROV) ou autônomos (VSA).

A operação consiste em busca e reconhecimento de artefato (mina) para


posterior destruição. Diferentemente das operações de ataque, quando o VSA deve
ser preparado para as duas atividades (esclarecimento e destruição), nesse caso
pode-se utilizar dois equipamentos distintos: um para a busca e o reconhecimento,
outro para a neutralização da mina.

Para o primeiro caso, o VSA deverá ser leve, operar com velocidade
baixa/média e em profundidade rasa. Deverá possuir alta autonomia e controle
dependente. Deverá possuir, também, baixa assinatura acústica e magnética.

7DEPERMING – procedimento para anular o magnetismo permanente dos navios.


DEGAUSSING – sistema de proteção magnética que visa à redução, no máximo possível,dos campos magnéticos
de um navio.
23

Para a neutralização das minas, o VSA deverá ser as mesmas características


do VSA utilizado nas operações de esclarecimento, porém com uma autonomia
baixa.

3.1.4 –Outras operações

Diversas outras operações permitiriam o uso de VSA como apoio à Guerra


Naval. No entanto, elas podem ser enquadradas, para efeito de estabelecimento das
características principais do VSA, em uma das operações descritas anteriormente.
Por exemplo:

a) Levantamento ambiental expedito (LAE) – tem por objetivo realizar o


levantamento expedito de determinada área com o objetivo de detectar obstáculos
que poderiam comprometer a navegação. O VSA, neste caso, pode ser idêntico ao
utilizado em operações de esclarecimento.

b) Elaboração de cartas eletrônicas – levantamento batimétrico


/oceanográficos para auxiliar o planejamento e a execução de operações anfíbias
e/ou submarinas. Com sensores específicos para este fim, o VSA para executar esta
missão teria as mesmas características principais que o utilizado em operações de
esclarecimento.

c) Operações SAR8 – As operações de busca e salvamento assemelham-se


às de esclarecimento. No entanto, o VSA deverá ter condições de operar emmaiores
profundidades (profunda / ultra profunda), o que exigiria uma plataforma mais
complexa, principalmente quanto aos aspectos estruturais, de controle e comando.

3.1.5 – Utilização do VSA na Marinha do Brasil (MB)

A MB ainda não utiliza VSA em suas operações. Em dezembro de 2014, o


Centro de Hidrografia da Marinha (CHM) recebeu um VSA REMUS 100S,
desenvolvido pela empresa sueca KONGSBERG,visando a sua utilização em coleta
de dados oceanográficos, levantamentos hidrográficos, levantamentos de pré e pós-

8
SAR – “SearchandRescue”, operações de busca e salvamento.
24

dragagem, monitoramento de canal de navegação, inspeção de estruturas


submersas, operações de busca e salvamento, estudos de caracterização dos
sedimentos do solo marinho, entre outras atividades.

Figura 8 – VSA REMUS 100S

Fonte: www.auvac.org

O REMUS 100S tem comprimento de 1,84 m e diâmetro de 0,19 m. É


construído em alumínio e seu peso é de 45 kg. Opera até uma profundidade de 100
m e sua autonomia é de 10 horas, a uma velocidade de 3 nós. Desta forma, de
acordo com o enquadramento apresentado no item 2 deste trabalho, ele seria
classificado como portátil/leve, profundidade rasa, velocidade e autonomia baixas.

A utilização de VSA requer, antes de tudo, uma mudança de filosofias e


rotinas operacionais e, em alguns casos, adaptação dos meios que servirão de base
para esses novos veículos. Atualmente, a MB está realizando o Programa de Guerra
de Minas que inclui, entre diversas outras ações, a revitalização da frota de navios
varredores9, atualmente com seis navios, construindo novos navios e/ou adquirindo
navios existentes de outras Marinhas (compras por oportunidade) para substituir os
atuais.

O estado da arte das operações de contramedidas de minagem (detectar e


destruir ou neutralizar os artefatos) considera a utilização dos VSA como
equipamento principal da operação.

9
Navios-Varredores são empregados para limpar os portos ou outras áreas em que se sabe ou se suspeita que
o inimigo tenha lançado minas. Os navios caça-minas modernos são dotados de equipamentos sofisticados e
especiais para efetuar o rastreamento, identificação e neutralização de minas (FONSECA, 2005, cap3). Os
navios modernos realizam as duas operações e são denominados navios de contramedida de minagem (NCM).
25

Entre as Marinhas consultadas a respeito da possibilidade de disponibilizar


navios de contramedida de minagem (NCM)existentes à MB, três delas continuam
em tratativas de modo a selecionar qual teria a melhor proposta (Itália, Holanda e
Suécia, com navios das classes Lerici, Alkmaar e Landsort, respectivamente). Todos
os navios operam com VSA. Com a aquisição de quaisquer navios dessas classes, a
MB terá dado passo importante na introdução dos veículos não-tripulados nas
atividades militares. Cabe notar que, os contratos atualmente assinados pela MB
com empresas estrangeira incluem sempre cláusulas de transferência de tecnologia,
o que favoreceria a indústria nacional de material de defesa, tanto no que diz
respeito ao projeto, construção e operação dos navios de contramedida de minagem
quanto dos VSA.

As atividades prioritárias para a MB são as relativas às contramedidas de


minagem e operações de esclarecimento, notadamente no que se refere ao
levantamento ambiental e coleta de dados para auxiliar o planejamento e a
execução de operações anfíbias e/ou submarinas e para elaboração de cartas
eletrônicas militares.

3.2 - UTILIZAÇÃO NO MEIO CIVIL

O meio civil normalmente utiliza com frequência os ROV para realizar os


serviços subaquáticos. As dificuldades técnicas relativas à movimentação e
estabilização dos VSA e sua comunicação com a Estação de Controle levaram a
estes equipamentos serem chamados de “lostvehicle” no princípio do século XXI, de
acordo com artigo publicado na OFFSHORE MAGAZINE (2001). Com o avanço da
tecnologia e necessidade de operação em águas profundas e ultra-profundas, o
cordão umbilical que caracteriza os ROV, e que facilita sobremaneira seu comando,
controle e comunicação com a Estação de Controle, passou a se tornar um
empecilho. Desta forma, os VSA estão ocupando seu lugar neste tipo de operação,
principalmente.

Os serviços básicos realizados por veículos submarinos não-tripulados, tanto


ROV quanto VSA, no meio civil são (CHRIST, 2014, cap 1.4):
26

3.2.1 – Operações científicas

As organizações de pesquisa utilizam os veículos para coleta de amostras


geológicas ou levantamento de características do local de operação (temperatura,
salinidade, etc).

Devido à facilidade de estabilização do veículo, inclusive podendo operar


“pousado” no fundo do oceano, os ROV são as melhores opções para coleta de
amostras geológicas. No entanto, para levantamento de características de
determinado local, os VSA podem ser utilizados, sendo a melhor alternativa no caso
de águas profundas ou ultra-profundas.
Um VSA para trabalhar nessas condições deve ser leve, ter velocidade infra-
baixa/baixa, operar em águas profundas ou ultra-profundas, ter uma autonomia
média e controle dependente.

3.2.2 – Pesca e Aquicultura

A utilização de VSA ou ROV nestas atividades se concentra nas fazendas de


cultivo de espécies marinhas. São utilizados para inspeção das gaiolas e demais
estruturas submersas da instalação, além de detecção de animais mortos que
devam ser retirados para não comprometer a criação.

Os VSA levam vantagem sobre os ROV neste tipo de operação devido à


grande quantidade de obstáculos existente nas fazendas, o que impediriam uma
operação eficaz do equipamento guiado pelo cordão umbilical.

Nesse caso, o VSA deverá ser leve, ter velocidade infra-baixa/baixa, operar
em profundidade rasa, ter autonomia média e controle dependente.

O controle da pesca oceânica, sob o ponto de vista de proteção da área


contra a atividade de pesqueiros estrangeiros ou operando em época proibida
(defeso, por exemplo), está sendo considerada como uma atividade militar.
27

3.2.3 – Inspeção, Manutenção e Reparo (IMR)

Esta atividade inclui inspeção visual de estruturas submersas e,


eventualmente, testes não destrutivos, visando à avaliação dessas estruturas do
ponto de vista de segurança, integridade e funcionalidade dos sistemas a que fazem
parte. Dotado de ferramentas específicas, os veículos autônomos podem realizar
pequenos reparos ou efetuar manutenção das estruturas.

A atividade de inspeção pode ser realizada por um ROV; no entanto, a


utilização de um VSA eliminaria os entraves decorrentes da existência do cordão
umbilical. Por outro laco, operações de reparo e/ou manutenção, seriam melhor
realizadas pelo ROV, devido a sua melhor estabilidade e controle.

A inspeção de grandes trechos de tubulação é uma atividade típica para o


VSA que, caso fosse realizado por um ROV exigiria um cordão umbilical de grandes
dimensões e, consequentemente, de difícil manejo.

Um VSA para estas condições deverá ser leve, ter velocidade infra-
baixa/baixa, operar em todas as profundidades, de rasa a ultra-profunda, ter uma
autonomia alta e controle dependente.

3.2.4 – Indústria Offshore de Óleo e Gás

É na indústria offshore de óleo e gás que a utilização dos veículos não-


tripulados se faz mais presente. Os veículos são utilizados em praticamente todas as
fases de instalação (perfuração) do poço e de sua operação, como:

3.2.4.1 – Prospecção

A investigação a respeito das características do ambiente onde será


perfurado o novo poço caracteriza-se como uma “operação científica”, conforme
descrito no item 3.2.1, acima.
28

3.2.4.2 – Apoio às operações de perfuração e instalação do poço

Estas operações são acompanhadas pelos veículos não-tripulados,


transmitindo à Estação de Controle, na superfície, imagens das atividades realizadas
no fundo do oceano.

O uso do VSA tem como vantagem,se comparado ao ROV, a inexistência do


cordão umbilical, que pode interferir com os equipamentos utilizados na perfuração.
Por outro lado, o ROV, devido a sua melhor estabilidade, operando normalmente
pousado no fundo do oceano, pode inclusive participar nas atividades, desde que
dotados de ferramentas adequadas (braços mecânicos, por exemplo).

Nesse caso, o VSA deverá ser leve, ter velocidade infra-baixa/baixa, operar
em profundidade profunda/ultra-profunda, ter autonomia alta e controle
dependente.

3.2.4.3 – Inspeção, Manutenção e Reparo (IMR)

As operações de IMR na indústria offshore de óleo e gás são fundamentais


para o funcionamento da Indústria. As características da atividade estão descritas no
item 3.2.3 acima. Os VSA para este tipo de operação deverão ter as características
descritas no item supracitado, sendo desejado que ele opere em águas profundas /
ultra-profundas.

3.2.5 – Outras atividades

Algumas atividades, como, por exemplo, operações SAR, apesar de, em


alguns países, serem realizadas por entidades civis, neste estudo foram
consideradas operações militares, com os VSA possuindo as mesmas
características, independente do órgão que opera o equipamento.
29

3.3 -COMPARAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS

Este trabalho compara as características principais dos VSA de utilização


militar com aquelas dos de aplicação na indústria civil. Esta comparação terá
como foco as características da plataforma, conforme descrito no item 2 deste
trabalho, notadamente quanto ao casco.

As características de propulsão (motor e hélice) estão diretamente


relacionadas com a velocidade exigida para que o VSA cumpra a sua missão. A
necessidade de uma grande discrição do VSA (assinatura acústica) para a
realização de missões militares específicas exigirá uma propulsão especial que
tenha essas características.

O tipo de fonte de energia ideal para cada tipo de VSA está associada
diretamente a sua velocidade e autonomia. Grande autonomia, alta velocidade e
grande consumo de energia devido à carga hotel e carga útil são fatores que
acarretam um aumento da capacidade de energia de um VSA. É importante se
ter em mente que a seleção da fonte de energia não pode ser feita sem
considerar o impacto nas características do veículo (tipo e dimensões).

A autonomia requerida acarretará em um sistema de armazenamento de


energia compatível, e, consequentemente, as dimensões do casco deverão se
adaptar ao tamanho deste sistema.

A profundidade de operação, no caso de operação em águas profundas ou


ultra-profundas, exigirá um casco dimensionado para suportar grandes pressões
externas.

O quadro a seguir resume as características principais dos VSA


apresentadas nos itens anteriores para cada tipo de atividade considerada neste
trabalho:
30
31

Quadro 1 – Resumo das características principais dos VSA.

UTILI- ATIVIDADES PESO VELO- PROFUND AUTONO- CON- OBS.


ZAÇÃO CIDADE IDADE. MIA TROLE

Esclarecimento Pesado Baixa/mé- Rasa Extra-alta Depen- Baixa assinatura


dia dente acústica.

Ataque Pesado Baixa/Mé- Rasa Média / Depen- Ver obs1.Dotado de


dia e alta dente e carga explosiva.
Extra-alta indep.

Minagem Pesado Baixa Rasa Extra-alta Indepen- Baixa assinatura


dente acústica e
magnética.
MILITAR
Esclareci- Leve Baixa/ Rasa Alta Depen- Baixa assinatura
mento Média dente acústica e
Contrame-
magnética.
didas de
minagem Des- Leve Baixa/ Rasa Baixa Indepen-
truição Média dente

SAR Pesado Baixa/ Profunda/ Extra-alta Depen-


Média Ultra- dente
Profunda

Científico Leve Infra- Profunda/ Média Depen-


baixa/ Ultra- dente
baixa Profunda

Pesca / Aquicultura Leve Infra- Rasa Média Depen-


baixa/ dente
baixa

IMR Leve Infra- Rasa a Alta Depen-


baixa/ ultra dente
baixa profunda

CIVIL Pros- Leve Infra- Profunda/ Média Depen-


pecção baixa/ Ultra- dente
Indústria
baixa Profunda
Offshore
Apoio Leve Infra- Profunda/ Alta Depen-
de O & G baixa/ Ultra- dente
baixa Profunda

IMR Leve Infra- Profunda/ Alta Depen-


baixa/ Ultra- dente
baixa Profunda
Obs1: Na operação de ataque, os VSA realizam, inicialmente, operações de esclarecimento e, posteriormente, de ataque,
justificando, assim, a necessidade de ter capacidade de operar em toda a faixa de velocidade. O mesmo ocorre com o tipo de
controle, diferente para cada operação (ver item 3.1.2 deste trabalho).
32

Do quadro resumo podemos verificar:

a) O peso dos VSA utilizados, tanto na indústria civil como na área militar
variam de cerca de 50 a 1.500 kg. Como parte do peso do veículo é
decorrente dos sistemas de propulsão e de armazenamento de energia, a
tendência é que esses sistemas se tornem menores e mais leves,
reduzindo, assim, o peso do VSA.

b) Os VSA operam, normalmente, em velocidades baixas, inferiores a 10 nós.


Os sensores têm melhor eficiência operando em menores velocidades.
Assim, exceto no caso de operações de ataque (militar), velocidades
menores são sempre desejadas.

c) A autonomia varia em função da missão a desempenhar, sendo desejado


que o VSA não interrompa um trabalho devido à falta de energia. Uma
autonomia de cerca de 12 horas atenderia a todas as atividades, tanto na
área militar quanto na civil.

d) A profundidade de operação varia desde operações em águas rasas, de


até 200 m (plataforma continental e entrada de portos), até águas ultra-
profundas, acima de 6.000 m (pré-sal).

No projeto de um VSA, as características consideradas influenciam umas


às outras, sendo necessários estudos aprofundados de correlação entre elas de
modo a se obter uma melhor configuração. O aumento da autonomia, por
exemplo, exigirá uma maior reserva de energia a bordo do VSA, o que exigirá um
VSA de maior porte para comportar o sistema, com consequente aumento do
peso. Isso exigirá uma propulsão com maior potência, o que também aumentará
o peso. O aumento da velocidade também exige uma maior reserva de energia a
bordo.

Uma configuração básica de um VSA visando seu uso dual poderia ser um
veículo com as seguintes características, com a carga útil específica para cada
tipo de atividade:
:
33

Peso: 300 kg
Profundidade de operação: águas profundas / ultra-profundas
Velocidade máxima: 6 nós
Autonomia: 12 horas quando desenvolvendo velocidade de 3 nós

O anexo A apresentada alguns exemplos de VSA existentes que têm


características próximas às da configuração básica acima apresentada. A relação
não é exaustivamas apresenta alguns modelos desenvolvidos por diversas
empresas fabricantes de veículos não-tripulados que, através de contratos de
transferência de tecnologia com empresas brasileiras, poderiam servir de base
para alavancar a indústria nacional de material de defesa no projeto e construção
de uma VSA com utilização dual.
34

4. CONCLUSÃO

O Brasil é um país de dimensões continentais, quinto do planeta em


dimensões e em população. Com grandes reservas minerais, inclusive petróleo e
gás natural, e extensas reservas de água potável, além de sua biodiversidade, o
Brasil desfruta de uma posição de destaque no contexto internacional.

De acordo com a END (BRASIL, 2014), o Brasil é pacífico por natureza e por
convicção. Vive em paz com seus vizinhos. Rege suas relações internacionais,
dentre outros, pelos princípios constitucionais da não-intervenção, defesa da paz e
solução pacífica dos conflitos.

No entanto, no cenário geopolítico, não existem países amigos, e sim


parceiros. Parcerias estas formadas por interesses comuns, estratégicos ou
econômicos. E com a possibilidade de mudanças nesse cenário geopolítico, o Brasil
não pode prescindir da capacidade militar de dissuasão, devendo estar sempre
preparado para a defesa de seus interesses contra ameaças externas.

Devido à grande restrição existente no comércio de material de defesa, a


utilização de tecnologias sob domínio nacional permitirá, em caso de rompimento
dessas parcerias, continuidade nas diversas etapas do processo de obtenção e
utilização dos equipamentos de defesa (pesquisa, desenvolvimento, distribuição e
manutenção).Para tal, deverão ser estimuladas iniciativas conjuntas entre
organizações de pesquisa das Forças Armadas, instituições acadêmicas e empresas
privadas brasileiras com o objetivo de fomentar o desenvolvimento de um complexo
militar-universitário-empresarial capaz de eliminar a dependênciaexterior, seja com a
utilização de tecnologias autóctones, seja com a transferência de tecnologia de
indústrias já estabelecidas.

A Indústria Nacional de Material de Defesa, cuja reestruturação é um dos


eixos da Estratégia Nacional de Defesa, deve, então, ser fortalecida de modo a
eliminar, progressivamente, essa dependência brasileira ao mercado externo. O uso
de tecnologias de uso dual, com o estabelecimento de requisitos comuns para
35

permitir que o mesmo equipamento, ainda que com pequenas alterações, possa ser
utilizado nos meios militar e civil, aumentaria a demanda e, consequentemente,
tornaria competitivo seu desenvolvimento e sua construção. Desta forma, é
fundamental que a demanda pelo material de defesa seja suficiente para justificar os
investimentos da indústria, tanto no desenvolvimento ou na assimilação de
tecnologia estrangeira, como na concepção de projeto e da construção propriamente
dita (“fator escala”). Assim, entende-se que a utilização dual de equipamentos
permitirá atrair as empresas privadas brasileiras em função do aumento de
demanda.

Com o crescimento do uso de veículos não-tripulados, inclusive dos veículos


submarinos autônomos, seja em sua utilização militar como no meio civil, o
desenvolvimento e construção desse equipamento se tornam atrativos para a
Indústria Nacional de Material de Defesa, que pode se beneficiar, inclusive, dos
privilégios do regime legal, regulatório e tributário aplicado às empresas privadas de
material de defesa.

A comparação das características dos VSA de uso militar com as daqueles de


uso no meio civil, levam a uma configuração básica que poderia, com as devidas
customizações, permitir seu uso dual. Este VSA deveria ter um peso de cerca de
300 quilos, ser capaz de operar em águas profundas e ultra-profundas, atingir
velocidade de até 6 nós e possuir autonomia de 12 horas quando desenvolvendo
velocidade de 3 nós.

Assim, no momento em que o Governo e a sociedade brasileiros discutem as


questões da Defesa, a Industrial de Material de Defesa tem importância, não
somente no propósito de assegurar o atendimento das necessidades de
equipamentos das Forças Armadas, mas também na geração de empregos
qualificados e no incentivo do desenvolvimento tecnológico autóctone, procedimento
primordial para o Desenvolvimento e para a Segurança Nacionais.
36

REFERÊNCIAS

AUTONOMOUS underwatervehicle:AUVs. [S.l.]: Kongsberg, [201-]. Disponível em:


<http://www.km.kongsberg.com/ks/web/nokbg0240.nsf/AllWeb/D5682F98CBFBC05A
C1257497002976E4?OpenDocument>. Acesso em: 24 jul. 2015.

AUTONOMOUS underwater vehicle: REMUS 6000. [S.l.]: Kongsberg, [201-].


Disponível em:
<http://www.km.kongsberg.com/ks/web/nokbg0240.nsf/AllWeb/481519DA1B0207CD
C12574B0002A8451?OpenDocument>. Acesso em: 24 jul. 2015.

AUV engineering: ROVs giving way to AUVs for some deepwater work. Offshore
Magazine, [S.l.], v. 61, n. 3, Jan 03 2001. Disponívelem: <htpp://www.offshore-
mag.com/articles/print/volume-61/issue-3/News/auv-engineering-rovs-giving-way-to-
auvs-for-some-deepwater-work.html>. Acesso em: 24 jul. 2015.

BLIDBERG, R. The development of autonomous underwater vehicles (AUV):a


brief summary, 2001, 12 f. Trabalhoapresentadona International Conference on
Robotics and Automation (ICRA).

BRASIL. Ministério da Defesa. Marinha do Brasil. Estado-Maior da Armada.


Doutrina básica da Marinha: EMA-305, Brasília, DF, 2014. 2a.rev.

BRASIL. Ministério da Defesa. Estratégia Nacional de Defesa. 2. ed.Brasília, DF,


2014.

BRASIL. Lei Ordinária n°12.598/2012, de 21 de março de 2012. Estabelece normas


especiais para as compras, as contratações e o desenvolvimentode produtos e de
sistemas de defesa; dispõesobre regras de incentivo à área estratégicade defesa;
altera a Lei n° 12.249, de 11 dejunho de 2010; e dá outras providências. Diário
Oficial da União, Brasília, 22 mar. 2012.Edição Extra, n. 57-A, Seção 1, p. 1.

CHRIST, R. D.; WERNLI, R. L. The ROV manual: a user guide for remotly operated
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DEVELOPING, building and operating autonomous underwater vehicles and related


technologies for customers worldwide: BLUEFIN 21, BLUEFIN 12 D. U.S.: Bluefin
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ESTADOS UNIDOS. Department of The Navy. The Navy unmanned undersea


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FONSECA, M. M., Arte naval. Rio de Janeiro: SDM. 7. ed., 2005.

GOMES, F. J. A. Sistema de variação de lastro para controlo de movimento


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Eletrônica)-Instituto Superior de Engenharia do Porto. Departamento de Engenharia
Eletrônica, Porto, Portugal, 2014.
37

MARLIN. [S.l.]: Lockheed Martin, [200-?]. Disponível em:


<http://www.lockheedmartin.com/us/products/marlin.html>. Acessoem: 24 jul. 2015.

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background. [S.l.: s.n.], Aug. 8, 2013. Disponível em:
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WESTWOOD, Douglas. World AUV market forecast 2014-2018. [S.l.]: Douglas


Westwood, [20--]. Disponível em: <htpp://www.douglas-westwood.com/report/oil-and-
gas/world-auv-market-forecast-2014-2018/>. Acessoem: 22 jul. 2015.
38

ANEXO A – EXEMPLOS DE VSA

Neste anexo são apresentados alguns exemplos de VSA existentes que


têm características próximas às da configuração básica apresentada no item 3.3
deste trabalho. A relação não é exaustiva mas apresenta alguns modelos
desenvolvidos por diversas empresas fabricantes de veículos não-tripulados que,
através de contratos de transferência de tecnologia com empresas brasileiras,
poderiam servir de base para alavancar a indústria nacional de material de
defesa no projeto e construção de uma VSA com utilização dual.

i) VSA SEA OTTER MK II

VSA fabricado pela empresa alemã ATLAS ELEKTRONIK GmbH. De


acordo com o folder da empresa, possui peso de 100 kg e opera em
profundidades até 600 m a uma velocidade de até 4 nós com uma autonomia de
24 h. Possui características de modularidade de lhe possibilita executar diversos
tipos de missões.

Figura 9 – VSA SEA OTTER MK II, da empresa alemã ATLAS ELEKTRONIK

Fonte: www.atlas-elektrinik,com
39

ii) BLUEFIN 21

VSA fabricado pela empresa norte-americana BLUEFIN ROBOTICS. De


acordo com o site da empresa o BLUEFIN 21 pesa cerca de 750 kg e opera até
uma profundidade de até 4.500 m. Tem uma autonomia de 25 h alcançando
velocidades de até 4,5 nós.

Figura 10 – VSA BLUEFIN 21, da empresa norte-americana BLUEFIN


ROBOTICS.

Fonte: www.bluefinn.robotics.com

iii) BLUEFIN 12D

Também desenvolvido pela empresa norte-americana BLUEFIN


ROBOTICS. De acordo com o site da empresa, o BLUEFIN 12D tem peso de 260
kg, opera em profundidades de até 1.500 m a uma velocidade de até 5 nós com
uma autonomia de 30 h, se operando a uma velocidade de 3 nós.

Figura 11 – VSA BLUEFIN 12D, da empresa norte-americana BLUEFIN


ROBOTICS

Fonte:www.bluefinrobotics.com
40

iv) MARLIN

Fabricado pela empresa norte-americana LOCKHEED MARTIN, o VSA


MARLIN, de acordo com o site da empresa, pesa cerca de 950 kg podendo
operar em profundidades de até 1000 ft (cerca de 300 m). Atinge velocidades
de 4 nós com uma autonomia de 18 h.

Figura 12 – VSA MARLIN, da empresa norte-americana LOCKHEED


MARTIN.

Fonte: www.lockheedmartin.com

v) REMUS 6000

A empresa sueca KONGSBERG desenvolveu família de VSA REMUS,


com o seu maior componente o REMUS 6000. De acordo com o folder do
VSA elaborado pela empresa, o REMUS 6000 tem um peso de cerca de 850
kg, operando em profundidades de 6.000 m. Tem autonomia de 22 h e
alcança velocidade de 5 nós. Esta veículo é da mesma família do VSA
adquirido pela MB em 2014 (REMUS 100S, ver item 3.1.5 deste trabalho).
41

Figura 13 – VSA REMUS 6000, da empresa sueca KONGSBERG

Fonte: www.km.kongsberg.com

vi) HUGIN 4500

Também desenvolvido pela empresa sueca KONGSBERG, o HUGIN


4500 faz parte de uma família de VSA que também possui o HUGIN1000 e o
HUGIN 3000. O número ao lado no nome indica a profundidade até a aqual o
VSA pode operar. De acordo com o folder elaborado pela empresa, o HUGIN
4500 tem peso de 1.550 kg, opera em profundidades de até 4.500 m, possui
autonomia de 74 h e alcança velocidade de 6 nós.

Figura 14- VSA HUGIN 4500, da empresa sueca KONGSBERG.

Fonte:www.km.kongsberg.com
42

vii) MUNIN

O VSA MUNIN também foi desenvolvido pela empresa sueca


KONGSBERG. De acordo com o site da empresa, o MUNIN pesa 300 kg e
opera em profundidades de até 1.500 m. Atinge velocidade de 4,5 nós e
possui uma autonomia de 24 h.

Figura 15 – VSA MUNIN, da empresa sueca KONGSBERG.

Fonte: www.km.kongsberg.com

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